BR202016020046Y1

BR202016020046Y1 - Dispositivo de drenagem

Info

Publication number: BR202016020046Y1
Application number: BR202016020046-1U
Authority: BR
Inventors: Ramiro Manuel Mineiro Guedes De Campos
Original assignee: Ramiro Manuel Mineiro Guedes De Campos; Nivaldo Nunes Do Nascimento; Thiago Abrahão
Priority date: 2016-08-30
Filing date: 2016-08-30
Publication date: 2021-09-21
Also published as: BR202016020046U2; US20180056048A1

Abstract

DISPOSITIVO DE DRENAGEM. A presente invenção refere-se a um dispositivo de drena-gem (1) que compreende um tubo externo (2); um tubo interno (3), inserido no tubo externo (2) de forma concêntrica; em que as porções frontais (2a, 3a) dos tubos externo e interno (2, 3) estão inseridas no corpo do paciente, e em que as porções posteriores (2b, 3b) dos tubos externo e interno (2, 3) são externas ao corpo do paciente; em que o tubo externo (2) compreende em sua porção frontal (2a) uma pluralidade de orifícios (4); em que uma abertura (10) na porção posterior (3b) do tubo interno (3) é conectada a um dispositivo de sucção. O dispositivo de drenagem (1) é formado por uma peça única injetável, sendo que o tubo interno (3) e o tubo externo (2) são conectados por pelo menos duas guias laterais (6) localizadas na porção frontal (3a) do tubo interno (3); em que a porção frontal (2a) do tubo externo (2) possui uma abertura (7a) em contato direto com o local a ser drenado; a porção posterior (2b) do tubo externo (2) possui uma abertura (7b) em contato direto com o meio ambiente.

Description

CAMPO DO MODELO DE UTILIDADE

[001] O presente modelo de utilidade refere-se a um dispositivo de drenagem, desenvolvido para ser utilizado em procedimentos pós- cirúrgicos para a remoção de fluídos de forma eficiente, sem riscos, dando maior conforto e mobilidade ao paciente.

DESCRIÇÃO DO ESTADO DA TÉCNICA

[002] O uso de dispositivos de drenagem para auxiliar na cicatri- zação, em procedimentos cirúrgicos já é amplamente conhecido no estado da técnica. O uso desses dispositivos visa permitir a saída de fluídos/gases ou ar acumulados na área onde foi realizado o procedimento cirúrgico, prevenindo o acúmulo excessivo de líquido próximo à cicatriz cirúrgica, diminuindo os riscos a infecções na área afetada, aumentando as chances de uma melhor cicatrização, e evitando-se medidas cirúrgicas adicionais.

[003] Existe de forma mais comum no estado da técnica, dois tipos de dispositivos de drenagem: os laminares e os tubulares. Os dispositivos de drenagem laminares são, geralmente, confeccionados de silicone, ou seja, de material maleável e macio, e são comumente chamados de drenos de Penrose.

[004] A principal vantagem desse tipo de dreno é que por ser maleável, acomoda-se ao interior do corpo sem causar danos e, dado ao seu material quase inerte, causa poucas reações inflamatórias, podendo então, permanecer no corpo por um período de tempo mais longo. No entanto, por ser de um material muito maleável, esse dreno, quando em uso, tem tendência ao colabamento, ou seja, sua estrutura tubular é comprimida, devido à baixa pressão criada no interior do dreno, formando uma lâmina, de modo que este para de funcionar.

[005] Além disso, como este dreno utiliza-se de um dispositivo de sucção, há uma tendência de estruturas e tecidos, adjacentes a região de localização do dispositivo de drenagem, serem também sugados, de modo que fecham as aberturas do dreno, entupindo-o.

[006] Já os dispositivos de drenagem tubulares são confeccionados de um material menos flexível quando comparados aos dispositivos de drenagem laminares e essa maior rigidez impede que haja o colabamento de sua estrutura tubular. Esse tipo de dispositivo de drenagem pode ser formado por um tubo único, duplo ou triplo, e deve possuir uma pluralidade de orifícios laterais em sua porção frontal.

[007] No entanto, os materiais utilizados na fabricação desse tipo de dreno mais rígido como, por exemplo, o látex, tem uma maior tendência a desencadear reações inflamatórias por não ser um material inerte e, portanto, não podem permanecer no corpo por um período de tempo longo. Além disso, por serem menos flexíveis, podem causar desconforto ao paciente e provocar lesões nos tecido e vasos que estarão em volta do dispositivo de drenagem.

[008] Adicionalmente, a patente americana US 3,528,427 descreve uma cânula tubular que está disposta no interior e um invólucro também tubular formando, portanto, um dispositivo de drenagem. Neste documento ainda é descrito que um primeiro grupo de orifícios é fornecido próximo à porção frontal da cânula, a qual possui uma abertura. A porção frontal do invólucro também inclui uma pluralidade de orifícios que são, geralmente, menores do que os orifícios da cânula.

[009] Porém, este dispositivo de drenagem é feito de um material rígido impossibilitando que o paciente se movimente e, por isso, só recomendado para ambientes controlados porque, conforme indicado anteriormente, o tubo mais rígido pode vir a causar lesões nos tecidos ao redor do dispositivo, dificultado a cicatrização da área da cirurgia. Além disso, a ponta da porção frontal deste tubo é aberta, o que facilita o entupimento do dreno diminuindo a eficácia da drenagem.

[0010] Além disso, a cânula e o invólucro são tubos separados, sendo apenas encaixados por suas extremidades frontais, de modo que existe um grande risco de ambos se separem quando o dispositivo estiver em uso.

[0011] Já a patente US 6,299,593 descreve um dispositivo de drenagem formado por um tubo interno e um tubo externo, ambos contendo uma pluralidade de orifícios em suas extremidades frontais. Os tubos externo e interno são separados por septos para impedir o colapso dos tubos.

[0012] No entanto, o tubo externo deste dispositivo possui uma seção transversal quadrada, formando bordas, de modo que ao ser trocado/retirado da área cirúrgica existe um risco de que estas bordas cortem ou lesionem os tecidos adjacentes à área, o que pode comprometer a cicatrização da região.

[0013] Ademais, o dispositivo da patente US 6,299,593 possui partes não fixas, como um material sólido plástico, utilizado para preencher o espaço existente entre as extremidades posteriores dos tubos interno e externo. Essas partes não fixas podem se soltar do dispositivo de drenagem, gerando um risco ao paciente.

[0014] OBJETIVOS DO MODELO DE UTILIDADE

[0015] O objetivo do presente modelo de utilidade visa, entre outros, resolver os problemas técnicos anteriormente citados, através do fornecimento de um dispositivo de drenagem concebido de modo que não haja risco de desprendimento de peças ou quaisquer partes que o formam, com maior resistência ao colabamento, e permitindo um maior conforto e mobilidade ao paciente.

[0016] BREVE DESCRIÇÃO DA INVENÇÃO

[0017] Os objetivos da invenção são alcançados por meio de um dispositivo de drenagem que compreende: um tubo externo, um tubo interno inserido no tubo externo de forma concêntrica, em que suas porções frontais estão inseridas no corpo do paciente, e suas porções posteriores são externas ao corpo do paciente.

[0018] Adicionalmente, o tubo externo compreende em sua porção frontal uma pluralidade de orifícios, e o tubo interno compreende uma abertura em sua porção posterior, a qual é conectada a um dispositivo de sucção.

[0019] O dispositivo de drenagem ainda é formado por uma peça única injetável, sendo que o tubo interno e o tubo externo são conectados por pelo menos duas guias laterais localizadas na porção frontal do tubo interno.

[0020] Ademais, a porção frontal do tubo externo possui uma abertura em contato direto com o local a ser drenado e a porção posterior possui uma abertura em contato direto com o meio ambiente.

[0021] BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS

[0022] A presente invenção será, a seguir, mais detalhadamente descrita com base em um exemplo de execução representado nos desenhos. As Figuras mostram:

[0023] Figura 1 - vista lateral em corte do dispositivo de drenagem da presente invenção;

[0024] Figura 2 - vista lateral ampliada da porção frontal do dispositivo de drenagem da presente invenção;

[0025] Figura 3 - vista em perspectiva frontal do dispositivo de drenagem da presente invenção; e

[0026] Figura 4 - vista em perspectiva traseira do dispositivo de drenagem da presente invenção.

[0027] DESCRIÇÃO DETALHADA DAS FIGURAS

[0028] As Figuras 1 e 2 ilustram uma concretização preferida da presente invenção onde se observa um dispositivo de drenagem 1, composto por um tubo externo 2 e um tubo interno 3, sendo que o tubo interno 3 está inserido no tubo externo 2 de forma concêntrica.

[0029] O tubo externo 2 compreende, em sua porção frontal 2a uma pluralidade de orifícios 4 ao longo de 1/3 de seu comprimento total, e terminado antes da ponta de sua porção frontal. Como pode ser visto na Figura 2, a pluralidade de orifícios 4 é disposta de forma alternada, ou seja, dois furos verticalmente opostos formaram um ângulo de 90 graus com os próximos dois furos, e estão a uma distância de aproximadamente 10mm, dessa forma não há um enfraquecimento da estrutura do tubo externo 2b nessa área.

[0030] Adicionalmente, como pode ser visto nas Figuras 3 e 4, o tubo externo 2 possui as extremidades frontal 7a e posterior 7b abertas. Assim como, a porção frontal 3a do tubo interno 3 possui uma abertura 9, porém a abertura 9 é coberta por pelo menos duas aletas em formato de arco que formam uma cobertura encurvada 5 (Figura 2), em forma de abóboda.

[0031] Esta cobertura encurvada 5 funciona como um filtro, de modo que quando o dispositivo está em uso, a cobertura 5 impede que elementos provenientes do fluído aspirado entrem no tubo evitando assim eventuais entupimentos.

[0032] Além disso, o tubo interno 3 possui, projetadas em sua porção frontal 3a, ao menos duas guias laterais 6. Estas guias 6 fixam o tubo interno 3 ao tubo externo 2, além de manter o tubo interno 3 centralizado ao tubo externo 2.

[0033] Importante ressaltar que apesar dos tubos externo e interno 2, 3 do dispositivo de drenagem 1 serem mantidos unidos pelas guias 6, o dispositivo 1 é formado de uma peça única injetada, sem colagens ou soldagens posteriores, de modo que evita-se o despendimento de quaisquer partes do dispositivo de drenagem para dentro da cavidade a ser drenada, trazendo maior segurança ao paciente.

[0034] Já a porção posterior 3b do tubo interno 3 possui uma abertura 10 que é conectada a um dispositivo de sucção, tal como, uma bomba de vácuo ou a uma seringa (não mostradas).

[0035] Assim, antes do acionamento do dispositivo de sucção, o dispositivo de drenagem 1 é inserido no corpo do paciente através de uma pequena incisão mais próxima e mais retilínea possível do local onde é necessário realizar a drenagem, de modo que a porção frontal 2a do tubo externo 2 do dispositivo de drenagem 1 é inserida no corpo do paciente, possibilitando que a abertura 7a fica em contato direto com o local a ser drenado.

[0036] Com o acionamento do dispositivo de sucção, conectado à porção posterior 3b do tubo interno 3, uma região de baixa pressão (pressão inferior a pressão atmosférica) é formada no interior do tubo interno 3, de modo que é iniciado o processo de aspiração dos fluídos existentes na cavidade a ser drenada, onde o fluido a ser drenado entrará no tubo interno 3 pela abertura 9 coberta pela cobertura 5, que funcionará como filtro.

[0037] Simultaneamente, o fluido também entrará no tubo externo 2, através da abertura 7a e da pluralidade de orifícios 4. Uma vez que a porção posterior do tubo externo 2 possui uma abertura 7b, a qual auxiliará a equilibrar a pressão atmosférica dentro do corpo do paciente, uma vez que a porção posterior 2b é externa ao corpo e está em contato com o ambiente, permitindo que um fluxo de ar seja criado em um espaço 8 formado entre o tubo externo 2 e o tubo interno 3.

[0038] Assim, o fluxo de ar empurrará o fluido aspirado pela pluralidade de orifícios 4 e abertura 7a, e que está acumulado no espaço 8, para o interior do tubo interno 3, através da pluralidade de orifícios 4b, desobstruindo o espaço 8 e, consequentemente, a pluralidade de orifícios 4. Essa configuração permite, assim, que um maior fluxo de fluido transite pelo dispositivo de drenagem 1, realizando uma drenagem mais rápida e eficiente.

[0039] Além disso, como a abertura 7b, mantém a pressão atmos- férica no local a ser drenado, esta impede que haja o colabamento do dispositivo de drenagem 1 ao manter um equilíbrio constante da pressão atmosférica dentro do corpo do paciente.

[0040] Além disso, a abertura 7b, ao manter a pressão atmosférica no local de drenagem, também impede que estruturas e tecidos adjacentesá região a ser drenada sejam sugados pelo dispositivo de drenagem 1, fechando suas abertura e interrompendo a drenagem da região.

[0041] Por fim, essa configuração, mais resistente ao colabamento e a obstrução, possibilita que o dispositivo de drenagem seja feito de uma material mais flexível, tal como silicone flexível. O dispositivo de drenagem 1 feito com este material, permite que o paciente possa se movimenta, sem que o dispositivo 1 seja deslocado da região de drenagem, dando um maior conforto e mobilidade ao paciente.

[0042] Tendo sido descrito um exemplo de concretização preferido, deve ser entendido que o escopo do presente modelo abrange outraspossíveis variações, sendo limitado tão somente pelo teor da reivindicação apensa, aí incluídos os possíveis equivalentes.

Claims

1. Dispositivo de drenagem (1) que compreende: um tubo externo (2); um tubo interno (3), inserido no tubo externo (2) de forma concêntrica; em que as porções frontais (2a, 3a) dos tubos externo e interno (2, 3) estão inseridas no corpo do paciente, e em que as porções posteriores (2b, 3b) dos tubos externo e interno (2, 3) são externas ao corpo do paciente; em que o tubo externo (2) compreende em sua porção frontal (2a) uma pluralidade de orifícios (4); em que uma abertura (10) na porção posterior (3b) do tubo interno (3) é conectada a um dispositivo de sucção; o dispositivo de drenagem (1), caracterizado pelo fato de ser formado por uma peça única injetável, sendo que o tubo interno (3) e o tubo externo (2) são conectados por pelo menos duas guias laterais (6) localizadas na porção frontal (3a) do tubo interno (3); em que a porção frontal (2a) do tubo externo (2) possui uma abertura (7a) em contato direto com o local a ser drenado; a porção posterior (2b) do tubo externo (2) possui uma abertura (7b) em contato direto com o meio ambiente.