BR112021015211A2

BR112021015211A2 - Processo de desolidarização de uma primeira peça mecânica de uma segunda peça mecânica

Info

Publication number: BR112021015211A2
Application number: BR112021015211-3A
Authority: BR
Inventors: Vincent JOUDON; Damien Bruno Lamouche; Matthieu Patrick Jean Roger Perlin
Original assignee: Safran Aircraft Engines
Priority date: 2019-02-04
Filing date: 2020-02-04
Publication date: 2021-09-28
Also published as: CN113474117A; WO2020161426A1; EP3921113A1; CA3128288A1; US11731221B2; FR3092267B1; FR3092267A1; JP2022524292A; US20220143766A1; CN113474117B

Abstract

processo de desolidarização de uma primeira peça mecânica de uma segunda peça mecânica. a invenção se refere a um processo de dessolidarização de uma primeira peça mecânica (12) de uma segunda peça mecânica (14), a segunda peça mecânica (14) estando colada à primeira peça mecânica (12) por um filme de cola (16) de acordo com uma zona de ligação, a primeira peça mecânica (12) tendo uma primeira condutividade térmica determinada e a segunda peça mecânica (14) tendo uma segunda condutividade térmica superior à primeira condutividade térmica, caracterizado pelo fato de que compreende pelo menos uma etapa de resfriamento no decorrer da qual a segunda peça mecânica (14) é resfriada a uma temperatura negativa e pelo menos uma etapa de tensão no decorrer da qual a segunda peça mecânica (14) é submetida a uma tensão mecânica para provocar a ruptura do filme de cola (16).

Description

“PROCESSO DE DESOLIDARIZAÇÃO DE UMA PRIMEIRA PEÇA MECÂNICA DE UMA SEGUNDA PEÇA MECÂNICA” Domínio técnico da invenção

[0001] A invenção se refere a um processo de dessolidarização de uma primeira peça mecânica de uma segunda peça mecânica.

[0002] A invenção se aplica mais especialmente a um processo de dessolidarização de um reforço metálico do bordo de ataque de uma pá de turbomáquina feita de material compósito. Antecedentes

[0003] As turbomáquinas com duplo fluxo equipadas de ventoinha são equipadas com pás que podem ser realizadas principalmente em material compósito de matriz orgânica. Essas pás são geralmente equipadas de reforços metálicos feitos de liga de titânio que são colados sobre as pás, por exemplo sobre o bordo de ataque das pás.

[0004] Em serviço, o reforço metálico de uma ou várias pás pode ser danificado por impactos variados, por exemplo quando um corpo estranho tal como um pássaro ou tal como um fragmento é ingerido pela ventoinha. No entanto, nesse caso, a pá correspondente não é necessariamente o objeto de degradações de modo que pode ser interessante só substituir o reforço metálico e conservar a pá feita de material compósito, pois essa última, devido a sua fabricação em material compósito, apresenta um valor econômico elevado.

[0005] A problemática da invenção reside portanto no desenvolvimento de um processo que permite separar o reforço metálico da pá feita de material compósito sem danificar a dita pá.

[0006] Diferentes técnicas conhecidas pelo estado da técnica foram até hoje utilizadas para separar o reforço metálico da pá:

[0007] O documento FR-2.970.197-A1 divulga um processo de dessolidarização por indução de uma primeira peça mecânica de uma segunda peça mecânica magnética colada à primeira peça por um filme de cola. Nesse processo, são utilizadas as propriedades magnéticas da segunda peça mecânica magnética que produzem assim um campo magnético na zona de colagem de maneira a gerar por indução correntes de Foucault na segunda peça mecânica magnética, o que tem como efeito aquecer a mesma e amolecer o filme de cola que liga as duas peças a fim de permitir a dessolidarização das peças mecânicas.

[0008] O inconveniente desse método, aplicado a um reforço de pá, é que a espessura desse último não é uniforme. Notadamente, o reforço tem uma espessura elevada ao nível do bordo de ataque da pá e ele tem uma espessura reduzida em zonas de extensão que se estendem na direção do interior da pá a partir desse bordo de ataque e que são coladas à superfície da pá por um filme de cola.

[0009] O campo magnético utilizado para chegar a uma elevação de temperatura suficiente do reforço ao nível da zona de espessura elevada do reforço apresenta o risco de provocar um superaquecimento nas zonas de espessura reduzida do reforço. Esse superaquecimento pode ser transmitido ao material compósito da pá, com o risco de degradar o mesmo.

[0010] O documento FR-3.056.605-A1 divulga um processo de dessolidarização por dissolução. De acordo com esse processo, uma parte de uma pá que compreende um reforço de um bordo de ataque realizado em uma liga de titânio é mergulhada dentro de um recinto de tratamento químico alimentado por um circuito fechado dentro do qual circula uma composição de tratamento químico e um circuito fechado dentro do qual circula uma composição de enxague. É feito circular a composição de tratamento químico para dissolver a liga de titânio, e depois a pá é enxaguada.

[0011] Essa solução apresenta o inconveniente de necessitar de equipamentos relativamente volumosos e complexos, e de apresentar um tempo de tratamento grande, ligado à dissolução do reforço feito de titânio. Além disso, o material desse último estando dissolvido, ele não pode ser reciclado.

[0012] O documento US-2014/030108-A1 descreve um processo de dessolidarização por aquecimento e tensão mecânica de uma união que compreende um filme de cola carregado de materiais com memória de forma, o aquecimento sendo realizado a uma temperatura superior a aquela da transformação martensítica dos ditos materiais. Essa cola muito específica só pode ser utilizada de maneira restritiva.

[0013] Os documentos FR3.025.735A1 e FR2.992.243 descrevem um processo de dessolidarização por resfriamento e tensão mecânica de união nos quais o conjunto da união é resfriado. Essa configuração não permite tirar partido das diferenças de condutividade térmica entre materiais. Sumário da invenção

[0014] A invenção corrige esse inconveniente propondo para isso um processo de dessolidarização de uma primeira peça mecânica de uma segunda peça mecânica que permite romper a ligação entre o filme de cola e a segunda peça mecânica da qual a condutividade térmica é a mais elevada.

[0015] Mais especialmente, a invenção propõe um processo que permite romper a interface entre a cola e o material da segunda peça mecânica, aplicando para isso, por um lado, uma tensão térmica à segunda peça mecânica e por outro lado, uma tensão mecânica a essa segunda peça.

[0016] Essa segunda peça, da qual a condutividade térmica é maior do que aquela da primeira peça, é assim capaz de transmitir rapidamente a tensão térmica devido a sua condutividade térmica elevada, tensão térmica essa que, combinada com a tensão mecânica, permite romper o filme de cola.

[0017] Com esse objetivo, a invenção propõe um processo de dessolidarização de uma primeira peça mecânica de uma segunda peça mecânica, a segunda peça mecânica estando colada à primeira peça mecânica por um filme de cola de acordo com uma zona de ligação, a primeira peça mecânica tendo uma primeira condutividade térmica determinada e a segunda peça mecânica tendo uma segunda condutividade térmica superior à primeira condutividade térmica, caracterizado pelo fato de que compreende pelo menos uma etapa de resfriamento no decorrer da qual somente a segunda peça mecânica é resfriada a uma temperatura negativa e pelo menos uma etapa de tensão no decorrer da qual a segunda peça mecânica é submetida a uma tensão mecânica para provocar a ruptura do filme de cola.

[0018] De acordo com outras características do processo: - as etapas de resfriamento e de tensão são simultâneas, - no decorrer da etapa de tensão, a segunda peça é submetida a uma tensão de compressão de acordo com uma direção substancialmente perpendicular a uma superfície do filme de cola, - a tensão de compressão é realizada por um meio de colocação em vibração ou por um meio de projeção de projéteis, - o meio de colocação em vibração é um meio de martelagem por ultrassons e o meio de projeção de projéteis é um meio de jateamento, - a etapa de resfriamento é realizada por projeção de nitrogênio líquido sobre a segunda peça. - a primeira peça é uma pá feita de material compósito, a segunda peça é um reforço metálico colado sobre um bordo de ataque da dita pá e o processo compreende duas etapas simultâneas que compreendem uma etapa de resfriamento do reforço metálico por projeção de nitrogênio líquido e uma etapa de tensão durante a qual o reforço é submetido a uma tensão mecânica por martelagem por ultrassons de acordo com uma direção substancialmente perpendicular a uma superfície do filme de cola, - o processo é executado por meio de uma ferramenta que permite realizar simultaneamente as duas etapas de resfriamento e de tensionamento dentro de uma zona de cobertura do bordo de ataque da pá pela ferramenta de comprimento inferior a um comprimento do bordo de ataque da pá, e a dita ferramenta é deslocada de acordo com todo o comprimento do bordo de ataque da pá, - o nitrogênio líquido é projetado a uma temperatura de substancialmente - 200ºC e a martelagem por ultrassons é efetuada a uma frequência compreendida entre 10 kHz e 40 kHz.

[0019] A invenção se refere também a uma ferramenta para a dessolidarização de uma primeira peça mecânica de uma segunda peça mecânica de acordo com o processo descrito precedentemente, caracterizada pelo fato de que ela compreende um conjunto móvel em translação ao longo de uma superfície livre da segunda peça mecânica, o dito conjunto compreendendo: • um grupo de tensão que compreende sucessivamente: - um gerador, que converte uma fonte de energia elétrica de alimentação do dito gerador em um sinal elétrico sinusoidal,

- um conversor, que converte o sinal elétrico sinusoidal em ondas vibratórias sinusoidais, - um amplificador, que amplifica as ondas vibratórias, - um sonotrodo, próprio para transmitir as ondas vibratórias, - pelo menos um dedo de transmissão, disposto em contato com a segunda peça, e próprio para receber as ondas vibratórias do sonotrodo e a transmitir mecanicamente as mesmas à segunda peça, • um grupo de resfriamento que compreende sucessivamente: - um reservatório de estocagem de nitrogênio sob pressão, - um regulador de pressão próprio para receber o nitrogênio proveniente do reservatório e a fornecer o mesmo sob uma pressão determinada, - um conduto, alimentado com nitrogênio sob pressão pelo regulador de pressão, e que se estende na proximidade da segunda peça, - um bico, disposto na extremidade do conduto, configurado para pulverizar o nitrogênio líquido na superfície da segunda peça. Breve descrição das figuras

[0020] A invenção será melhor compreendida e outros detalhes, características e vantagens da presente invenção aparecerão mais claramente com a leitura da descrição que se segue feita a título de exemplo não limitativo e em referência aos desenhos anexos, nos quais:

[0021] [Fig. 1] a figura 1 é uma vista esquemática em corte de uma pá de turbomáquina;

[0022] [Fig. 2] a figura 2 é uma vista esquemática em perspectiva da pá da figura 1;

[0023] [Fig. 3] a figura 3 é uma vista de cima de uma ferramenta de acordo com a invenção no decorrer da execução do processo de acordo com a invenção;

[0024] [Fig. 4] a figura 4 é uma outra vista de cima de uma ferramenta de acordo com a invenção no decorrer da execução do processo de acordo com a invenção. Descrição detalhada da invenção

[0025] Foi representado na figura 1 um conjunto de pá 10 de turbomáquina. De maneira conhecida, o conjunto de pá 10 é constituído por duas peças 12 e 14 coladas por um filme de cola 16 do qual a espessura foi exagerada para as necessidades da compreensão da figura 1. O filme de cola 16 define assim uma zona de ligação 18 entre as duas peças.

[0026] A primeira peça mecânica 12 tem uma condutividade térmica determinada e a segunda peça 14 tem uma condutividade térmica 14 superior a aquela da primeira peça 12.

[0027] Tratando-se de um conjunto de pá 10 de turbomáquina, a primeira peça é uma pá 12 realizada em material compósito, por exemplo um material compósito de matriz orgânica, e a segunda peça é um reforço metálico 14 feito de liga de titânio colado sobre um bordo de ataque 20 da pá 12.

[0028] Como o ilustra a figura 2, o reforço 14 se estende de acordo com um comprimento L ao longo do bordo de ataque 20 da pá 12.

[0029] Convencionalmente, os processos de dessolidarização conhecidos pelo estado da técnica consistem ou em amolecer o filme de cola 16 aquecendo para isso por indução o reforço 14, ou em realizar uma operação de dissolução química do reforço 14.

[0030] Como pode ser visto na figura 1, a espessura do reforço 14 não é uniforme. O reforço 14 cobre a pá 12 e ele tem uma espessura E que é máxima ao nível do bordo de ataque 20 e que decresce até valores mínimos em zonas 26 e 28 onde o reforço encontra zonas de extradorso 22 e de intradorso 24 da pá 12.

[0031] Por conseguinte, um aquecimento do reforço 14 por indução que visa provocar um amolecimento suficiente do filme de cola 16 ao nível do bordo de ataque apresenta o inconveniente de provocar um aquecimento excessivo das zonas 26 e 28, como como consequência um risco de degradação do material compósito da pá 12 na proximidade dessas zonas. Essa solução técnica é portanto inapropriada.

[0032] Uma operação de dissolução química do reforço 14 não apresenta o risco, no que lhe diz respeito, de danificar a pá 12, mas apresenta no entanto o inconveniente de ser uma operação demorada e custosa em meios.

[0033] A invenção corrige esses inconvenientes propondo para isso um processo que compreende pelo menos uma etapa de resfriamento no decorrer da qual o reforço 14 é resfriado a uma temperatura negativa e pelo menos uma etapa de tensão no decorrer da qual o reforço 14 é submetido a uma tensão mecânica para provocar a ruptura do filme de cola 16.

[0034] O resfriamento do reforço metálico 14, do qual a conectividade térmica é elevada, permite resfriar o filme de cola 16 em contato com o metal do reforço metálico 14 a fim de modificar seu comportamento mecânico dúctil em um comportamento mecânico frágil, que provoca uma baixa de sua tenacidade. Isso permite diminuir o aporte de energia mecânica necessária à ruptura do filme de cola 16, o que permite reduzir consideravelmente o risco de degradação da pá 12 quando, no decorrer da etapa de tensão, o reforço 14 é submetido a uma tensão mecânica.

[0035] A modificação do comportamento mecânico do filme de cola 16 depende da cola utilizada. Convencionalmente, as pás 12 e os reforços 14 são unidos por meio de colas epóxi que se tornam frágeis desde que são atingidas temperaturas muito negativas pois a mobilidade das cadeias macromoleculares do filme de cola 16 é nesse caso reduzida. A etapa de resfriamento do processo da invenção permite fragilizar consequentemente o filme de cola.

[0036] No modo de realização preferido da invenção, as etapas de resfriamento e de tensionamento são simultâneas. Essa configuração não é limitativa da invenção, e a operação de tensionamento poderia ser conduzida depois de resfriamento do reforço 14, enquanto esse último não sobe suficientemente em temperatura para que o filme de cola 16 encontre de novo seu comportamento dúctil.

[0037] Uma ferramenta 30 que permite executar essas etapas é representada nas figuras 3 e 4.

[0038] Ferramenta 30 compreende um conjunto 32 móvel em translação de acordo com um comprimento L ao longo de uma superfície livre 34 do reforço 14. O conjunto 32 pode ser deslocado manualmente. No entanto, no âmbito de uma industrialização do processo, o conjunto 32 é montado sobre um carro 36 móvel em translação.

[0039] O conjunto 32 compreende de preferência, de a montante para a jusante de acordo com o sentido de deslocamento do conjunto 30, indicado pela flecha da figura 3, um grupo de resfriamento 38 destinado a conduzir a etapa de resfriamento e um grupo de tensão 40 destinado a conduzir a etapa de tensão.

[0040] Assim toda a zona do reforço 14 resfriada pelo grupo de resfriamento 38 é imediatamente submetida à tensão do grupo de tensão 40 por ocasião do deslocamento do conjunto 30.

[0041] O grupo de resfriamento 38 compreende um reservatório 42 de fluido de resfriamento sob pressão e um regulador de pressão 44 próprio para receber o fluido proveniente do reservatório 42 e a fornecer o mesmo sob uma pressão determinada. Esse regulador de pressão é ligado a um conduto 46, alimentado com fluido de resfriamento sob pressão, que se estende na proximidade do reforço 14. A extremidade do conduto 46 compreende um bico 48 que é configurado para pulverizar o fluido de resfriamento na superfície do reforço 14.

[0042] No modo de realização preferido da invenção, a etapa de resfriamento é realizada por projeção de um fluido de resfriamento à base de nitrogênio líquido sobre o reforço 14.

[0043] O bico 48 é, portanto, configurado para aspergir a superfície do reforço 14 de acordo com uma nevoa de nitrogênio líquido.

[0044] O nitrogênio líquido é projetado a uma temperatura de -200ºC. O resfriamento do filme de cola 16 é feito por condução térmica através do reforço 14. O tempo aplicação do nitrogênio depende portanto da espessura e da natureza do reforço metálico 14, assim como da temperatura desejada no filme de cola 16 para provocar sua ruptura.

[0045] Uma vantagem maior desse processo reside nas diferenças de condutividades térmicas do reforço 14 e do filme de cola 16.

[0046] Por um lado, o reforço 14 conduz rapidamente o calor e permite resfriar rapidamente o filme de cola 16. Ora a cola feita de material polimérico empregada no filme de cola 16 conduz pouco o calor, o que isola termicamente a pá 12. A título de exemplo, alguns segundos de aplicação de nitrogênio são suficientes para tratar espessuras E de reforço metálico inferiores a 1 mm.

[0047] Vários tipos de tensão mecânica podem ser considerados no decorrer da etapa de tensão, por exemplo tensões exercidas perpendicularmente a uma corda da pá. No entanto, de preferência, como o ilustram as figuras 3 e 4, a segunda peça é submetida, quer dizer o reforço 14 a uma tensão de compressão de acordo com uma direção D substancialmente perpendicular a uma superfície do filme de cola 16.

[0048] Essa tensão de compressão é uma tensão mecânica que corresponde a um choque exercido na superfície do reforço metálico 14. Essa onda de compressão apresenta a vantagem de se transformar em onda de tração na interface entre o reforço 14 e o filme de cola 16 devido à diferença de impedância mecânica entre o reforço 14 e o filme de cola 16. De fato, é conhecido que a mudança de rigidez mecânica na interface entre dois materiais induz a reflexão de uma parte da onda incidente de compressão em uma onda de tração.

[0049] De uma maneira geral, a tensão de compressão pode ser realizada por um meio de colocação em vibração ou por um meio de projeção de projéteis. Um tal meio de vibração é, por exemplo, um meio de martelagem por ultrassons. Um meio de projeção de projeteis é, por exemplo, um meio de jateamento.

[0050] No modo de realização preferido da invenção, o meio de colocação em vibração é um meio de martelagem por ultrassons. Com essa finalidade, o grupo de tensão 40 compreende uma cadeia de componentes que visam produzir a martelagem por ultrassons.

[0051] Esses componentes compreendem um gerador 50, que converte uma fonte de energia elétrica de alimentação do gerador em um sinal elétrico sinusoidal. Esse sinal alimenta um conversor 52, que converte o sinal elétrico sinusoidal em ondas vibratórias sinusoidais. Essas ondas vibratórias são transmitidas a um amplificador 54, que as amplifica.

[0052] O amplificador 54 amplifica as ondas vibratórias com destino a um sonotrodo 56 que é próprio para transmitir mecanicamente as ondas vibratórias. Em uma extremidade do sonotrodo 56 se encontra pelo menos um dedo de transmissão 58, também chamado de “penetrador”, que recebe as ondas vibratórias do sonotrodo 56, que é disposto em contato com o reforço 14 da segunda peça, e que é próprio para transmitir as mesmas mecanicamente ao reforço 14.

[0053] Em função da potência da cadeia de componentes, é possível, como é o caso nas figuras 3 e 4, dispor de vários dedos de transmissão 58. Esses dedos 58 permitem, por exemplo, não somente martelar por ultrassons o bordo de ataque do reforço 14, mas também, por exemplo, as zonas 26 e 28 nas quais o reforço encontra zonas de extradorso 22 e 24 da pá 12, a fim de permitir um descolamento uniforme do filme de cola 16.

[0054] O ou os dedos de transmissão 58 do sonotrodo 56 exercem a tensão mecânica por martelagem por ultrassons, como foi visto, substancialmente de acordo com a direção D substancialmente perpendicular a uma superfície do filme de cola 16.

[0055] A martelagem por ultrassons é, por exemplo, efetuada a uma frequência compreendida entre 10 kHz e 40 kHz.

[0056] Como foi visto, e como o ilustram as figuras 3 e 4, o conjunto 32 da ferramenta 30 permite realizar simultaneamente as duas etapas de resfriamento e de tensionamento. Essas duas operações são realizadas em uma zona de cobertura C do bordo de ataque 20 da pá 12 pela ferramenta 30, e mais especialmente pelos dedos 58 do sonotrodo 56 imediatamente depois de passagem do bico 48. A zona C tem um comprimento l inferior ao comprimento L do bordo de ataque 20 da pá 12. A ferramenta 40 é portanto deslocada de acordo com todo o comprimento L do bordo de ataque 20 da pá 12, como o ilustram as figuras 3 e 4. No decorrer do deslocamento, a zona de cobertura C é submetida primeiro ao resfriamento pelo bico 48 e depois imediatamente depois à tensão mecânica pelos dedos de transmissão 58. A proximidade imediata dos dedos 58 com o bico 48 evita que o bordo de ataque 20 se reaqueça e que o resfriamento perca sua eficácia.

[0057] O descolamento de um reforço de pá 14 da pá 12 pode, portanto, ser realizado muito simplesmente por uma varredura dessa última com o auxílio da ferramenta 30.

[0058] A invenção simplifica e torna fiável tais operações de descolamento.

Claims

REIVINDICAÇÕES

1. Processo de dessolidarização de uma primeira peça mecânica (12) de uma segunda peça mecânica (14), a segunda peça mecânica (14) estando colada à primeira peça mecânica (12) por um filme de cola (16) de acordo com uma zona de ligação (18), a primeira peça mecânica (12) tendo uma primeira condutividade térmica determinada e a segunda peça mecânica (14) tendo uma segunda condutividade térmica superior à primeira condutividade térmica, caracterizado pelo fato de que compreende pelo menos uma etapa de resfriamento no decorrer da qual somente a segunda peça mecânica (14) é resfriada a uma temperatura negativa e pelo menos uma etapa de tensão durante a qual a segunda peça mecânica (14) é submetida a uma tensão mecânica para provocar a ruptura do filme de cola (16).

2. Processo de dessolidarização, de acordo com a reinvindicação 1, caracterizado pelo fato de que as etapas de resfriamento e de tensionamento são simultâneas.

3. Processo de dessolidarização, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 ou 2, caracterizado pelo fato de que, no decorrer da etapa de tensão, a segunda peça (14) é submetida a uma tensão de compressão de acordo com uma direção (D) substancialmente perpendicular a uma superfície do filme de cola (16).

4. Processo de dessolidarização, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo fato de que a tensão de compressão é realizada por um meio de colocação em vibração ou por um meio de projeção de projéteis.

5. Processo de dessolidarização, de acordo com a reinvindicação 4, caracterizado pelo fato de que o meio de colocação em vibração é um meio de martelagem por ultrassons e o meio de projeção de projéteis é um meio de jateamento.

6. Processo de dessolidarização, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo fato de que a etapa de resfriamento é realizada por projeção de nitrogênio líquido sobre a segunda peça (14).

7. Processo de dessolidarização, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado pelo fato de que a primeira peça (12) é uma pá feita de material compósito, a segunda peça (14) é um reforço metálico colado sobre um bordo de ataque (20) da dita pá (12) e compreende duas etapas simultâneas que compreendem uma etapa de resfriamento do reforço metálico (14) por projeção de nitrogênio líquido e uma etapa de tensão durante a qual o reforço (14) é submetido a tensão mecânica por martelagem por ultrassons substancialmente de acordo com uma direção (D) substancialmente perpendicular a uma superfície do filme de cola (16).

8. Processo de dessolidarização, de acordo com a reinvindicação 7, caracterizado pelo fato de que é executado por meio de uma ferramenta (30) que permite realizar simultaneamente as duas etapas de resfriamento e de tensionamento dentro de uma zona de cobertura (C) do bordo de ataque (20) da pá (12) pela ferramenta de comprimento (l) inferior a um comprimento (L) do bordo de ataque (20) da pá (12), e em que a dita ferramenta (30) é deslocada de acordo com todo o comprimento (L) do bordo de ataque (20) da pá (12).

9. Processo de dessolidarização de acordo com qualquer uma das reivindicações 7 ou 8, caracterizado pelo fato de que o nitrogênio líquido é projetado a uma temperatura de substancialmente -200ºC e a martelagem por ultrassons é efetuada a uma frequência compreendida entre 10 kHz e 40 kHz.

10. Ferramenta (30) para a dessolidarização de uma primeira peça mecânica de uma segunda peça mecânica de acordo com um processo como definido nas reivindicações 1 a 6 tomadas em combinação, caracterizada pelo fato de que compreende um conjunto (32) móvel em translação ao longo de uma superfície livre (34) da segunda peça mecânica (14), o dito conjunto (32) compreendendo: - um grupo de tensão (40) que compreende sucessivamente: - um gerador (50), que converte uma fonte de energia elétrica de alimentação do dito gerado (50) em um sinal elétrico sinusoidal, - um conversor (52), que converte o sinal elétrico sinusoidal em ondas vibratórias sinusoidais, - um amplificador (54), que amplifica as ondas vibratórias, - um sonotrodo (56), próprio para transmitir as ondas vibratórias,

- pelo menos um dedo de transmissão (58), disposto em contato com a segunda peça (14), e próprio para receber as ondas vibratórias do sonotrodo (56) e a transmitir mecanicamente as mesmas à segunda peça (14), - um grupo de resfriamento (38) que compreende sucessivamente: - um reservatório (42) de estocagem de nitrogênio sob pressão, - um regulador de pressão (44) próprio para receber o nitrogênio proveniente do reservatório (42) e a fornecer o mesmo sob uma pressão determinada, - um conduto (46), alimentado com nitrogênio sob pressão pelo regulador de pressão (44), e que se estende na proximidade da segunda peça (14), - um bico (48), disposto na extremidade do conduto (46), configurado para pulverizar o nitrogênio líquido na superfície da segunda peça (14).