BR112018068386B1

BR112018068386B1 - Vidraça isolante com espaçador de vidro, porta, unidade controlada por clima e processo de fabricação de vidraça isolante

Info

Publication number: BR112018068386B1
Application number: BR112018068386-8A
Authority: BR
Inventors: Erwan Baquet; Romain Decourcelle; Edouard JONVILLE
Original assignee: Saint-Gobain Glass France
Priority date: 2016-03-18
Filing date: 2017-02-23
Publication date: 2023-02-07
Also published as: FR3048861B1; ES2965072T3; KR20180122632A; PL3430226T3; EP3430226A1; WO2017157636A1; BR112018068386A2; FR3048861A1; JP2019513116A; MX2018011290A; EP3430226B1; US20190100958A1; US10760326B2; CL2018002599A1; CO2018008980A2

Abstract

Vidraça isolante (3) comportando, pelo menos, duas folhas de vidro (30, 31) espaçadas por, pelo menos, uma lâmina de ar ou de gás (32), pelo menos um espaçador transparente de vidro (5) disposto na periferia das folhas de vidro e mantendo espaçadas as duas folhas de vidro, e meios de fixação transparentes por colagem (6) fixando o espaçador a cada folha de vidro por duas de suas faces opostas ditas faces de fixação (52, 53), caracterizada pelo fato de que o espaçador de vidro (5) é proveniente de um corte de folha de vidro no estado bruto, e montado nas folhas de vidro diretamente no estado bruto, e em que os meios de fixação por colagem (6) consistem de um material transparente tendo sido disposto na junção externa do espaçador e das folhas de vidro e tendo escoado nas asperezas (56) do vidro das faces de fixação (52, 53) do espaçador.

Description

[0001] A invenção se refere a uma vidraça isolante destinada a uma porta de recinto/unidade controlada por clima, em particular refrigerado, comportando, pelo menos, duas folhas de vidro espaçadas por, pelo menos, uma lâmina de ar ou de gás com a ajuda de, pelo menos, um espaçador disposto na periferia das folhas de vidro, pelo menos um espaçador transparente de vidro sendo disposto sobre um dos lados da vidraça.

[0002] A invenção é igualmente relativa ao processo de fabricação de uma tal vidraça.

[0003] A invenção será mais particularmente descrita com referência a uma aplicação de unidade/vitrine refrigerado(s), sem, todavia, ser limitada a ela. A vidraça da invenção pode ser utilizada em todas aplicações de construção, vidraça exterior, vidraça de interior, divisória, etc.

[0004] Dentre os espaçadores, distingue-se aqueles de material sintético, de matéria orgânica e aqueles de vidro.

[0005] A presente invenção se refere exclusivamente aos espaçadores de vidro.

[0006] Um recinto controlado por clima é mais particularmente destinado a constituir uma unidade com frio positivo ou uma unidade com frio negativo em que são expostos produtos refrigerados ou respectivamente supergelados, tais como produtos alimentícios ou bebidas, ou quaisquer outros produtos necessitando uma conservação no frio, por exemplo, produtos farmacêuticos ou flores.

[0007] Se a comercialização dos produtos congelados é feita cada vez mais com a ajuda de unidades equipadas com portas, ditas «frias», com vidraças isolantes transparentes, a comercialização dos produtos alimentícios frescos e ultrafrescos em autoatendimento se faz hoje em dia essencialmente por meio de unidades verticais abertos nos estabelecimentos comerciais. Dotados de uma cortina de ar refrigerado na face dianteira para isolar os gêneros alimentícios do ambiente quente do estabelecimento comercial e manter os mesmos à temperatura de conservação ótima, estas unidades são mais eficazes deste ponto de vista e oferecem um acesso direto aos produtos na ausência de barreira física, facilitando o ato de compra.

[0008] No entanto, a ausência de barreira física sobre estas unidades verticais com frio positivo acarreta uma troca térmica elevada entre o ambiente do estabelecimento comercial e o ambiente muito mais frio gerado no interior destas unidade, o que gera as seguintes consequências: - esta troca térmica deve ser compensada por uma produção de frio maior a fim de garantir as temperaturas ótimas para a conservação dos alimentos na unidade, o que aumenta de modo nefasto o consumo energético destas unidades; - o ambiente do estabelecimento comercial é consideravelmente resfriado localmente (fenômeno de corredor frio), o que conduz os consumidores a limitar sua passagem nestas áreas para as compras essenciais renunciando às compras por impulso. Este resfriamento local dos corredores envolvidos é de tanto mais acentuado desde estes últimos anos que o reforço das regulações sanitárias conduziu a baixar ainda mais a temperatura de conservação dos alimentos; - o ar úmido do ambiente do estabelecimento comercial é drenado pela cortina de ar frio na face dianteira da unidade, o que conduz a uma saturação rápida do trocador de frio da unidade (chamada também evaporador) que se encontra preso em gelo, diminuindo, então, significativamente a eficácia da troca térmica. É, portanto, necessário proceder a sequências de descongelamentos frequentes do evaporador, tipicamente duas vezes por dia, o que acarreta um consumo energético aumentado e gera custos.

[0009] Face a estes inconvenientes, os projetistas de unidades tentaram achar respostas, otimizando notadamente as cortinas de ar e reaquecendo os corredores por cartuchos radiantes ou insuflantes a ar quente. Este progresso permanece, no entanto, limitado quanto ao conforto dos clientes, e isto em detrimento do consumo energético. Com efeito, a energia calorífica produzida por estes sistemas de aquecimento que são gastadores de energia se encontra em parte nas unidades, o que conduz ao final a um consumo energético ainda mais elevado para refrigerar estas unidades.

[0010] A colocação de portas frias convencionais sobre estas unidades abertas permite responder eficazmente a estes inconvenientes. Estas soluções amplamente comprovadas em frio negativo para produtos congelados, custam, entretanto, a se desenvolver para o frio positivo. Atribui-se a estas portas a colocação de uma barreira física entre o consumidor e o produto em autoatendimento, podendo gerar consequências negativas potenciais sobre as vendas.

[0011] Além disso, estas portas são realizadas de acordo com um projeto próximo de janelas para a construção: uma vidraça dupla ou tripla é enquadrada sobre o conjunto de sua periferia por meio de um quadro feito de perfis, geralmente de alumínio anodizado por razões de estética, de resistência ao envelhecimento e de facilidade de fabricação. O quadro é geralmente colado diretamente sobre a periferia e sobre as faces externas da vidraça; ele participa da rigidez da estrutura e permite mascarar à vista os meios intercalares (espaçadores) dispostos na periferia da vidraça e separando as folhas de vidro.

[0012] No entanto, tal quadro estrutural reduz de modo significativo a visão clara através da vidraça,

[0013] Foi então proposto, para melhorar a visão clara através das vidraças, fabricar vidraças isolantes com espaçadores transparentes pelo menos no nível de seus lados verticais, gerando ainda uma percepção visual de continuidade transparente de superfície sobre o conjunto das vitrines refrigeradas justapostas umas às outras.

[0014] Hoje em dia, o processo de fabricação de uma vidraça com espaçador de vidro consiste em cortar uma barra de vidro de seção quadrada ou retangular e de grande espessura da ordem de 15 mm (em particular 14,7 mm). Entende-se por «espessura», na sequência da descrição, a dimensão que se estende em um plano paralelo às superfícies gerais de folhas de vidro em posição montada do espaçador, isto é, a dimensão que se estende desde o bordo das folhas de vidro para o interior da vidraça.

[0015] Quanto à «largura» do espaçador, ela corresponde à dimensão separando as duas folhas de vidro em posição montada do espaçador.

[0016] Lembra-se que, de modo geral, diferentes técnicas de corte de vidro existem: - a técnica a mais corrente é aquela combinada do traçado, por exemplo, via uma roseta de diamante, e de rompimento; esta técnica é utilizada para os vidros de espessura 1 a 19 mm; - a técnica de corte por jato d’água que permite cortar vidros de espessuras mais grossas; - a técnica por corte laser que permite cortes perfeitamente precisos, mas que é muito pouco industrializada e não é utilizada na fabricação de vidraças isolantes porque muito onerosa.

[0017] O corte por traçado/rompimento apresenta o inconveniente de gerar escamas, não obtendo um estado de superfície limpo e liso do bordo cortado.

[0018] Ora, para evitar todas as distorções visuais em uma vidraça isolante com espaçador de vidro, no nível da interface de ligação entre o espaçador e as folhas de vidro, as faces do espaçador tornadas solidárias das folhas de vidro devem apresentar um estado de superfície perfeitamente liso.

[0019] Além disso, o rompimento gera, notadamente no início e no fim da linha de corte, uma leve obliquidade do bordo do vidro cortado; o bordo não é perfeitamente ortogonal aos planos das faces gerais da folha de vidro cortada. O ângulo que faz a geratriz oblíqua do bordo cortado com o plano ortogonal às faces gerais do vidro é chamado ângulo de rompimento, que é pois na realidade diferente de 90°. Este ângulo de rompimento não pode ser visado no caso de um espaçador de vidro comum de espessura 15 mm, a superfície que deve ser tornada solidária das folhas de vidro devendo ser perfeitamente paralela às folhas de vidro.

[0020] Também, os espaçadores atuais de vidro para vidraças isolantes são obtidos a partir da técnica de corte com jato d’água de modo a garantir uma superfície de associação com as folhas de vidro perfeitamente paralela às folhas de vidro (portanto, uma superfície perfeitamente ortogonal às outras faces do espaçador)

[0021] Entretanto, esta técnica por corte com jato d’água apresenta alguns inconvenientes: - ela necessita fabricar a montante das espessuras de vidro específicas de 15 mm (precisamente de 14,7 mm); - ela é de manipulação complexa, toma tempo e emprega meios técnicos específicos dentro de um ambiente de trabalho que deve ser ainda adaptado a estes meios; - ela gera um estado de superfície rugoso devido às marcas de jato; as faces do espaçador cortadas são aquelas que se encontram no nível do bordo da vidraça e da lâmina de gás, porque as outras faces não tendo sofrido o corte são aquelas destinadas a serem associadas às folhas de vidro por sua superfície perfeitamente lisa. Ora, as faces rugosas que são aquelas que se encontram transversalmente às folhas de vidro geram um aspecto fosco da superfície do vidro, não obtendo o efeito de transparência desejado quando se olha a vidraça levemente em perspectiva.

[0022] A invenção tem, portanto, por objetivo de fornecer uma vidraça isolante notadamente uma unidade controlada por clima que elimina os diferentes inconvenientes enunciados precedentemente, escolhendo um espaçador de vidro que facilita o processo de fabricação do espaçador e da vidraça isolante como um resultado, o que permite de ganhar ainda mais em visão clara da vidraça, enquanto assegurando a estanqueidade desejada, e apresenta a vantagem suplementar de reduzir ainda mais as pontes térmicas.

[0023] De acordo com a invenção, a vidraça isolante destinada a uma porta de recinto/unidade controlada por clima, em particular refrigerado, comporta, pelo menos, duas folhas de vidro (sensivelmente paralelas), espaçadas por, pelo menos, uma lâmina de ar ou de gás, pelo menos um espaçador transparente de vidro disposto na periferia das folhas de vidro e mantendo espaçadas e paralelas as duas folhas de vidro, e meios de fixação por colagem transparentes fixando o espaçador a cada folha de vidro por duas de suas faces opostas ditas faces de fixação, e é caracterizada pelo fato de que o espaçador de vidro é proveniente de um corte de folha de vidro no estado bruto, e montado nas folhas de vidro diretamente no estado bruto, e em que os meios de fixação por colagem consistem de um material transparente tendo sido disposto na junção externa do espaçador e das folhas de vidro e tendo escoado nas asperezas do vidro das faces de fixação do espaçador.

[0024] O espaçador sendo proveniente de um corte de folha de vidro no estado bruto, ele apresenta uma seção quadrada ou retangular (sem chanfro).

[0025] O espaçador de vidro apresenta uma espessura inferior a 8 mm ou a 10 mm, em particular de espessura compreendida entre 4 e 6 mm.

[0026] De acordo com a invenção, a vidraça isolante destinada a uma porta de recinto/unidade controlada por clima, em particular refrigerado, comporta, pelo menos, duas folhas de vidro (sensivelmente paralelas), espaçadas por, pelo menos, uma lâmina de ar ou de gás, pelo menos um espaçador transparente de vidro disposto na periferia das folhas de vidro e mantendo espaçadas e paralelas as duas folhas de vidro, e meios de fixação por colagem transparentes fixando o espaçador a cada folha de vidro por duas de suas faces opostas ditas faces de fixação, e é caracterizada pelo fato de que o espaçador de vidro apresenta uma espessura inferior a 8 mm ou 10 mm, em particular de espessura compreendida entre 4 e 6 mm, e em que os meios de fixação por colagem consistem de um material transparente disposto na junção externa do espaçador e das folhas de vidro e tendo escoado nas asperezas eventuais do vidro das faces de fixação do espaçador.

[0027] Entende-se por «externo», na sequência da descrição, aquilo que é exterior ao volume em contato com a lâmina de gás, este volume sendo ao contrário qualificado de «interno».

[0028] Entende-se por «transparente» na expressão «espaçador transparente», aquilo que permite pelo menos ver cores, formas através, sem necessariamente poder ler um texto atrás do espaçador transparente.

[0029] Com vantagem, o espaçador é proveniente de um corte de folha de vidro no estado bruto, e montado nas folhas de vidro diretamente no estado bruto. Qualifica- se de corte «no estado bruto», um corte que não sofre em seguida nenhum polimento ou outra ação mecânica de mudança de superfície. Notadamente, o espaçador de vidro não sofre nenhuma etapa suplementar de corte tal como para chanfrar o espaçador.

[0030] O corte é realizado por uma técnica diferente da técnica de corte a jato de água. Uma tal espessura reduzida do espaçador permite limitar muito fortemente o impacto visual do espaçador.

[0031] Uma espessura reduzida do espaçador se entende em relação às grandes espessuras da técnica anterior de 12 mm ou mais. Uma espessura de 12 mm ou mais necessita um corte com jato d’água o que a invenção não faz de nenhuma forma. Ao contrário, a invenção utiliza uma espessura reduzida, pois inferior à espessura da técnica anterior, em particular inferior a 10 mm, uma espessura inferior a 10 mm podendo ser cortada a laser ou por traçado-rompimento. Além disso, a espessura sendo diminuída, sua massa é igualmente diminuída, o que gera uma ponte térmica nitidamente mais fraca do que por um espaçador comum da técnica anterior.

[0032] Além disso, apesar da pequena espessura do espaçador, o espaçador combinado à presença do material de colagem não somente na linha de junção do espaçador e das folhas de vidro, mas igualmente nas asperezas do vidro no nível das faces de fixação do espaçador assegura a resistência mecânica requisitada com relação aos riscos de choques que a vidraça isolante poderia sofrer. O material de colagem apresenta uma resistência adaptada ao esforço de tração, preferivelmente o material de colagem apresenta uma resistência às tensões de tração superior a 2,2 MPa.

[0033] A vidraça não tem necessidade de compreender uma camada de interface homogênea de colagem entre as faces de fixação do espaçador e as folhas de vidro, porque os meios de colagem escolhidos permitem corrigir os defeitos de superfície de vidro gerados durante o corte e se dividir suficientemente para assegurar a fixação.

[0034] De acordo com uma característica, o espaçador de vidro é proveniente do corte de vidro, notadamente de vidro float, de espessura inferior a 8 ou 10 mm, o corte tendo sido feito preferivelmente pela técnica de traçado-rompimento, ou ainda por corte a laser.

[0035] O vidro do espaçador é preferivelmente um vidro monolítico.

[0036] De acordo com outra característica, o espaçador de vidro é proveniente do corte de vidro cuja espessura é aquela das folhas de vidro constitutivas da vidraça.

[0037] Em consequência, a etapa a montante de preparação do espaçador de vidro é simples, comumente, operando-se nas mesmas condições que as da preparação das folhas de vidro, e não necessitando, portanto, de meios complexos da técnica anterior que utilizam, por exemplo, um corte por jato d'água.

[0038] O espaçador de vidro da invenção é utilizado e disposto entre as folhas de vidro via suas faces de fixação que corresponde a seus bordos cortados, no estado bruto depois do corte sem etapa de acabamento tal como por polimento dos ditos bordos, os meios de fixação por colagem do espaçador às folhas de vidro corrigindo com vantagem as asperezas e defeitos de planicidade dos bordos de vidro cortados.

[0039] De modo inesperado, os inventores evidenciaram que um espaçador fino de vidro, combinado com os meios de colagem tendo escoado nas asperezas das faces de fixação, é suficiente para assegurar a fixação do espaçador às folhas de vidro e, sobretudo, que os meios de colagem transparentes, corrigindo as asperezas, asseguram uma continuidade do índice óptico de refração do conjunto espaçador- meios de colagem, aniquilando o impacto visual das asperezas e defeitos presentes sobre as faces de fixação gerados pelo corte, em particular do corte por traçado- rompimento.

[0040] De acordo com outra característica, os meios de fixação por colagem são constituídos de um material transparente de colagem tendo um índice de refração idêntico ou próximo daquele do vidro, o que garante a continuidade do índice óptico através das folhas de vidro, do espaçador e dos meios de colagem, obtendo para uma pessoa olhando ligeiramente em perspectiva a vidraça ou mesmo várias vidraças justapostas umas às outras, uma continuidade de transparência sem distorção visual.

[0041] Entende-se por «próximo daquele do vidro» para o índice de refração, uma tolerância de mais ou menos 30% em relação ao índice do vidro.

[0042] O material transparente de colagem é um material que reticula sob ultravioletas (UV) ou não, de modo preferido rapidamente (no máximo alguns minutos).

[0043] O material transparente de colagem apresenta uma viscosidade adaptada para se dispersar por capilaridade nas asperezas presentes no vidro no nível das faces cortadas do espaçador, preferivelmente uma viscosidade compreendida entre 300 mPa.s e 900 mPa.s, preferivelmente da ordem de 600 mPa.s.

[0044] Com vantagem, o material transparente de colagem é escolhido para constituir igualmente uma barreira de estanqueidade pelo menos à água, e preferivelmente à água e aos gases e a vapor d'água, em particular é feito de resina de acrilato ou de resina epóxi.

[0045] A título de exemplo preferido, o material transparente de colagem é uma resina de acrilato, tal como a cola UV Verifix B 678 fornecida pela empresa BOHLE que é reticulável sob UV. Esta cola possui uma viscosidade média (600 mPa.s), e oferece uma boa capacidade de capilaridade e de estanqueidade à água, e aos gases e a vapor de água.

[0046] Os meios de fixação por colagem apresentam uma espessura no nível da linha de junção externa do espaçador e de cada folha de vidro de alguns micrometros a 1 mm, preferivelmente alguns micrometros a 0,5 mm no máximo.

[0047] A invenção é igualmente relativa a um processo de fabricação de uma vidraça isolante da invenção, compreendendo uma etapa de preparação do espaçador e uma etapa de montagem do espaçador às folhas de vidro, caracterizada pelo fato de que a etapa de preparação consiste em cortar pelo menos uma tira de vidro de largura equivalente àquela que deve separar as folhas de vidro (por exemplo de 12, 15 ou 20 mm), em um substrato de vidro de espessura inferior a 8 ou 10 mm, em particular compreendida entre 4 e 6 mm, e associar, preferivelmente no estado bruto, esta tira de vidro via os bordos cortados, às folhas de vidro com meios de colagem cujo material é apto a escoar na interface entre os ditos bordos cortados do espaçador e as folhas de vidro, e nas asperezas do vidro dos bordos cortados.

[0048] De acordo com uma característica, a etapa de preparação comporta um corte de várias tiras de vidro. Estas tiras de vidro vão servir a uma mesma vidraça ou várias vidraças.

[0049] De acordo com uma característica, a etapa de montagem comporta o aplainamento de uma folha de vidro, a disposição do espaçador ao longo de um lado da folha de vidro aplicando um dos bordos cortados da tira de vidro contra a face geral acessível da folha de vidro e próximo da beirada fina da folha de vidro, notadamente a no máximo 5 mm da beirada fina, preferivelmente a no máximo 1 mm da beirada fina, a retenção em posição provisória do espaçador (por exemplo graças a prendedores), a aplicação de um material transparente de colagem na junção externa do espaçador e da folha de vidro, disposição da outra folha de vidro contra o outro bordo cortado do espaçador e paralelamente e perfeitamente em frente da primeira folha de vidro, e aplicação do material transparente de colagem à junção externa do espaçador e da segunda folha de vidro.

[0050] De acordo com outra característica, a vidraça é uma vidraça dupla ou vidraça tripla.

[0051] A vidraça pode ser, com vantagem, equipada sobre suas folhas de vidro com um ou vários revestimentos baixo-emissivos e/ou com uma camada anti-névoa ou anti-gelo, evitando assim meios de aquecimento comuns, o que possibilita uma economia de energia.

[0052] Enfim, a invenção refere-se, por um lado, a uma porta compreendendo uma vidraça de acordo com a invenção e, por outro lado, a uma unidade controlada por clima, do tipo unidade refrigerada, comportando, pelo menos, uma porta ou uma vidraça da invenção, ou uma pluralidade de vidraças justapostas verticalmente umas às outras, o ou os espaçadores transparentes sendo dispostos verticalmente em posição montada da ou das vidraças.

[0053] A presente invenção é agora descrita com a ajuda de exemplos unicamente ilustrativos e de nenhuma forma limitativos do alcance da invenção, e a partir das ilustrações em anexo, em que: - A figura 1 ilustra uma vista esquemática em perspectiva de uma fachada de uma unidade refrigerada integrando uma pluralidade de vidraças da invenção; - A figura 2 é uma vista parcial em perspectiva de uma vidraça da invenção; - A figura 3 é uma vista em corte de um espaçador de acordo com a invenção; - A figura 4 é uma vista parcial em corte da vidraça da invenção com o espaçador da figura 3 sem a presença de meios de colagem; - A figura 5 representa a vista da figura 4 com os meios de colagem, o que constitui a vidraça da invenção.

[0054] As figuras não estão em escala para facilitar a sua leitura.

[0055] A unidade controlada por clima 1 ilustrado esquematicamente na figura 1 comporta uma pluralidade de portas 2 compreendendo, cada, uma vidraça isolante 3 de acordo com a invenção.

[0056] A unidade constitui, por exemplo, uma unidade refrigerada a frio positivo destinado a ser instalado ao longo de um corredor de estabelecimento comercial. Pode-se assim constituir, de acordo com a invenção, uma unidade com toda uma fileira de portas encostadas lateralmente umas nas outras verticalmente segundo sua beirada fina.

[0057] No caso de uma unidade/de uma vitrine com frio positivo, a estanqueidade sendo menos crítica que para uma unidade com frio negativo, a porta da invenção comportando a vidraça isolante da invenção não tem necessidade de compreender montantes verticais formando quadro e munidos com juntas espessas na junção de duas portas/vidraças encostadas. A vidraça da invenção permite, assim, pela transparência de suas bordas verticais obter uma superfície transparente contínua quando as vidraças são justapostas por sua beirada fina.

[0058] Cada vidraça isolante comporta, pelo menos, duas folhas de vidro mantidas paralelamente espaçadas por um quadro cujas partes opostas verticais em posição montada da vidraça são transparentes.

[0059] A fachada das vidraças e, portanto, da unidade é assim livre de qualquer quadro estrutural e apresenta um aspecto liso de parede de vidro. Ganha-se desta maneira em espaço de visão.

[0060] Somente será descrita abaixo a parte vertical transparente do quadro da vidraça e correspondente à invenção, as partes horizontais sendo geralmente formadas por meios comuns de intercalar e meios de estanqueidade que não são transparentes. Do mesmo modo, não serão descritos porta que integra a vidraça, os meios de articulação, os perfis de suporte e de escamoteamento de meios de articulação, o tipo de manípulo.

[0061] A figura 2 ilustra uma vista parcial em perspectiva da vidraça isolante 3 mostrando a parte interior vertical transparente 4 do quadro. A vidraça isolante ilustrada é uma vidraça dupla com duas folhas de vidro. No caso de uma vidraça tripla com três folhas de vidro, a vidraça compreenderia duas partes transparente 4 da invenção.

[0062] A vidraça 3 comporta duas folhas de vidro 30 e 31 paralelas e espaçadas por meio de um elemento intercalar ou espaçador 5.

[0063] As folhas de vidro 30 e 31 são preferivelmente de vidro temperado. A espessura de cada uma das folhas de vidro fica compreendida entre 2 e 5 mm, e é preferivelmente de 3 ou 4 mm a fim de minimizar o peso global da vidraça e otimizar a transmissão luminosa.

[0064] As folhas de vidro são separadas entre elas pelo espaçador 5 para deixar entre elas um volume formando uma lâmina de gás 32.

[0065] A lâmina de gás 32 apresenta uma espessura de, pelo menos, 4 mm e é adaptada em função dos desempenhos desejados do coeficiente de transferência térmica U, sem ser, todavia, superior a 16 mm, ou mesmo 20 mm.

[0066] A lâmina de gás é constituída de ar ou preferivelmente, para reforçar o nível de isolamento da vidraça, de um gás raro, escolhido dentre o argônio, o criptônio, o xenônio, ou de uma mistura destes diferentes gases, segundo uma taxa de preenchimento de, pelo menos, 85%. Para um coeficiente U ainda mais melhorado, será preferido um preenchimento com pelo menos 92% de criptônio ou de xenônio.

[0067] O espaçador 5 é inteiramente de vidro.

[0068] O espaçador 5 é de forma geral paralelepipédica e compreende quatro faces, uma face dita interna 50 em frente da lâmina de gás, uma face oposta externa 51 em frente do exterior da vidraça e duas faces ditas faces de fixação 52 e 53 com respeito as folhas de vidro respectivas 30 e 31.

[0069] O espaçador 5 se estende em comprimento, aqui de modo não representado, sobre todo o comprimento de cada um dos lados pelo menos verticais da vidraça para a aplicação visada de unidade refrigerada. O espaçador apresenta uma largura, dimensão transversal às faces gerais das folhas de vidro, equivalente ao afastamento desejado das folhas de vidro.

[0070] De acordo com a invenção, o espaçador 5 apresenta uma espessura, distância separando as faces interna 50 e externa 51, que é inferior a 8 ou 10 mm, preferivelmente igual à espessura de uma folha de vidro clássica para vidraça isolante, ou seja 4 ou 6 mm.

[0071] O espaçador 5 é fixado por colagem via suas linhas de junção externa 54 e 55 interligando as faces de fixação 52 e 53 e as faces internas respectivas 30A e 31A das folhas de vidro 30 e 31.

[0072] De acordo com a invenção, o espaçador de vidro é proveniente do corte de vidro, em particular de vidro float servindo para fabricar as folhas de vidro de uma vidraça.

[0073] Preferivelmente, o corte do espaçador é realizado pela técnica de traçado- rompimento. Esta etapa a montante do processo de fabricação da vidraça isolante da invenção permite ser com vantagem realizada nas mesmas condições que aquelas de corte das folhas de vidro.

[0074] O espaçador ilustrado na figura 3 apresenta uma espessura de 4 mm, igual àquela das folhas de vidro 30 e 31. Como ele é proveniente de vidro float, suas faces opostas perfeitamente paralelas vão corresponder às faces interna 50 e externa 51 em posição montada do espaçador, enquanto que os bordos cortados do vidro vão corresponder às faces de fixação 53 e 54.

[0075] Devido à técnica de corte, os bordos 52 e 53 não são perfeitamente planos como ilustrado na figura 3, mas apresentam defeitos de planicidade geralmente chamados escamas, com asperezas 56 que são amplificadas na figura para a compreensão. As asperezas têm dimensões muito pequenas, da ordem de 0,5 mm, ou mesmo menos.

[0076] De acordo com a invenção, o espaçador é montado nas folhas de vidro no estado bruto depois do corte, como ilustrado na figura 3, sem etapa de acabamento do tipo polimento dos ditos bordos.

[0077] A figura 4 é uma vista em corte esquemática da vidraça da invenção com o espaçador da figura 3, sem a presença dos meios de colagem para melhor perceber o defeito de planicidade do espaçador e que a superfície das faces de fixação não é perfeitamente lisa e paralela a cada uma das faces internas 30A e 31A das folhas de vidro.

[0078] De acordo com a invenção, os meios de colagem 6 ilustrados na figura 5 são tais que eles são dispostos no nível das linhas de junção 54 e 55 da face externa do espaçador e das folhas de vidro, e nas asperezas 56 das faces de fixação 52 e 53 do espaçador.

[0079] Os meios de colagem 6 são feitos de um material apto a escoar durante seu depósito sobre o vidro. Em particular, o material possui uma viscosidade compreendida entre 300 mPa.s e 900 mPa.s.

[0080] Assim, a espessura de material disposto sobre as linhas de junção 54 e 55 é minimizada, notadamente não excede 1 mm, preferivelmente não excede 0,5 mm, sobre as faces das folhas de vidro no nível das ditas linhas de junção. Além disso, o material é disposto na interface das faces de fixação 53 e 54 e das faces 30A e 31A das folhas de vidro, preenchendo as asperezas 56, de modo a obter um revestimento extremamente fino de colagem quase imperceptível a olho nu.

[0081] O material dos meios de colagem 6 é um material de colagem transparente tendo um índice de refração idêntico ou próximo daquele do vidro.

[0082] O material é apto a reticular rapidamente. Ele reticula, por exemplo, sob ultravioletas.

[0083] O material dos meios de colagem é constituído de um material possuindo propriedades de estanqueidade pelo menos à água, e preferivelmente à água e aos gases e a vapor d'água, em particular é constituído de resina de acrilato ou de resina epóxi.

[0084] O material de colagem tomado para o exemplo da invenção (de nenhuma forma limitativo) e reunindo todas as propriedades acima é uma resina de acrilato, a cola UV Verifix B 678 fornecida pela empresa BOHLE.

[0085] O processo de fabricação da vidraça da invenção é o seguinte com relação à fabricação do espaçador e sua montagem: - Corte de várias tiras de vidro em um substrato de vidro de 4 ou 6 mm de espessura pela técnica de traçado-rompimento, as tiras de vidro correspondendo à largura de separação das folhas de vidro da vidraça; - Preferivelmente, corte transversal de cada tira de vidro nas extremidades de início e de fim de corte das tiras; - Corte transversal de uma tira no comprimento desejado para realizar o espaçador, o comprimento correspondendo ao comprimento de um lado da vidraça; - Aplainamento de uma primeira folha de vidro; - Disposição do espaçador sobre a face interna da folha de vidro via um dos bordos cortados longitudinais da tira de vidro; - Retenção provisória do espaçador, por exemplo, por um prendedor; - Depósito dos meios de colagem na linha de junção do espaçador e da folha de vidro do lado externo do espaçador, escoamento dos meios de colagem nas asperezas; - Secagem da cola por exemplo por ultravioletas se os meios de colagem são reticuláveis por ultravioletas; - Disposição da segunda folha de vidro perfeitamente em frente e paralelamente à primeira folha de vidro e afixando a mesma sobre o segundo bordo cortado do espaçador; - Retenção provisória da folha de vidro, por exemplo, por prendedores; - Depósito dos meios de colagem na linha de junção do espaçador e da segunda folha de vidro do lado externo do espaçador, escoamento dos meios de colagem nas asperezas; - Secagem da cola; - Retirada dos meios de retenção provisória.

[0086] Em consequência, o processo da invenção é simples de implementar, utiliza a técnica de corte clássica do vidro pouco espesso, e o espaçador da invenção assim obtido, no estado bruto, combinado com os meios de colagem, permite obter uma vidraça isolante cujo espaçador é transparente, de espessura muito pequena, com meios de colagem imperceptível a olho nu, o que não perturba a impressão visual transparente que se deve ter do conjunto da vidraça.

Claims

1. Vidraça isolante (3) comportando, pelo menos, duas folhas de vidro (30, 31) espaçadas por, pelo menos, uma lâmina de ar ou de gás (32), pelo menos um espaçador transparente de vidro (5) disposto na periferia das folhas de vidro e mantendo espaçadas as duas folhas de vidro, e meios de fixação transparentes por colagem (6) fixando o espaçador a cada folha de vidro por duas de suas faces opostas ditas faces de fixação (52, 53), em que o espaçador de vidro (5) é proveniente de um corte de folha de vidro no estado bruto, e montado nas folhas de vidro diretamente no estado bruto, e em que os meios de fixação por colagem (6) consistem de um material transparente tendo sido disposto na junção externa do espaçador e das folhas de vidro e tendo escoado nas asperezas (56) do vidro das faces de fixação (52, 53) do espaçador, caracterizada pelo fato de que o espaçador de vidro (5) é proveniente do corte, notadamente de vidro float, de espessura inferior a 8 ou 10 mm, preferivelmente o corte tendo sido feito pela técnica de traçado-rompimento ou laser.

2. Vidraça de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que o espaçador de vidro (5) é proveniente do corte de vidro cuja espessura é aquela das folhas de vidro constitutivas da vidraça.

3. Vidraça de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que o espaçador de vidro (5) apresenta uma espessura inferior a 8 mm ou a 10 mm, em particular de espessura compreendida entre 4 e 6 mm.

4. Vidraça de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizada pelo fato de que o espaçador de vidro (5) é utilizado e disposto entre as folhas de vidro (30, 31) via seus bordos cortados, no estado bruto depois do corte sem etapa de acabamento dos ditos bordos.

5. Vidraça de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizada pelo fato de que os meios de fixação por colagem (6) são constituídos de um material transparente de colagem tendo um índice de refração idêntico ou próximo daquele do vidro.

6. Vidraça de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizada pelo fato de que os meios de fixação por colagem (6) são constituídos de um material transparente de colagem que reticula sob ultravioletas ou não, de modo preferido rapidamente.

7. Vidraça de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizada pelo fato de que os meios de fixação por colagem (6) são constituídos de um material transparente escolhido para constituir igualmente uma barreira de estanqueidade pelo menos à água, e preferivelmente à água e aos gases e a vapor d'água, em particular é feito de resina de acrilato ou de resina epóxi.

8. Vidraça de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizada pelo fato de que os meios de fixação por colagem (6) apresentam uma espessura na linha de junção externa (54, 55) do espaçador e de cada folha de vidro de alguns micrometros a 1 mm, preferivelmente de alguns micrometros a 0,5 mm, no máximo.

9. Vidraça de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizada pelo fato de que a vidraça é uma vidraça dupla ou vidraça tripla, preferivelmente equipada com um ou vários revestimentos baixo-emissivos e/ou com uma camada anti-névoa ou anti-gelo.

10. Porta (2) caracterizada pelo fato de que comporta uma vidraça (3) como definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 9.

11. Unidade controlada por clima caracterizado pelo fato de comportar, pelo menos, uma porta, como definida na reivindicação 10, ou uma pluralidade de vidraças como definidas em qualquer uma das reivindicações 1 a 9, o ou os espaçadores transparentes sendo dispostos verticalmente em posição montada da ou das vidraças.

12. Processo de fabricação de uma vidraça isolante (3) como definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 9, compreendendo uma etapa de preparação do espaçador (5) e uma etapa de montagem do espaçador às folhas de vidro (30, 31), caracterizado pelo fato de que a etapa de preparação consiste em cortar pelo menos uma tira de vidro de largura equivalente àquela que deve separar as folhas de vidro, em um substrato de vidro de espessura inferior a 8 mm, em particular compreendida entre 4 e 6 mm, e associar, preferivelmente no estado bruto, esta tira de vidro via os bordos cortados, às folhas de vidro com meios de colagem cujo material é apto a escoar na interface entre os ditos bordos cortados do espaçador e as folhas de vidro, e nas asperezas do vidro dos bordos cortados.

13. Processo de acordo com a reivindicação 12, caracterizado pelo fato de que a etapa de preparação comporta um corte de várias tiras de vidro.

14. Processo de acordo com a reivindicação 12 ou 13, caracterizado pelo fato de que a etapa de montagem comporta o aplainamento de uma folha de vidro, a disposição do espaçador ao longo de um lado da folha de vidro aplicando um dos bordos cortados da tira de vidro contra a face geral acessível da folha de vidro e próximo da beirada fina da folha de vidro, notadamente a no máximo 5 mm da beirada fina, preferivelmente a no máximo 1 mm da beirada fina, a retenção em posição provisória do espaçador, a aplicação de um material transparente de colagem à junção externa do espaçador e da folha de vidro, disposição da outra folha de vidro contra o outro bordo cortado do espaçador e paralelamente e perfeitamente em frente da primeira folha de vidro, e aplicação do material transparente de colagem à junção externa do espaçador e da segunda folha de vidro.