BR112018006535B1 - Método para determinar um sistema óptico de uma lente progressiva - Google Patents
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Abstract
MÉTODO PARA DETERMINAR UM SISTEMA ÓPTICO DE UMA LENTE PROGRESSIVA. Método para determinar um sistema óptico de uma lente progressiva personalizada para um determinado usuário, compreendendo as seguintes etapas consecutivas: a) proporcionar uma direção média do olhar determinada para o usuário em uma armação de referência presa à cabeça do referido usuário; b) determinar um valor-alvo para pelo menos um parâmetro de design óptico em função da direção média do olhar determinada na etapa a); c) calcular o sistema óptico da lente progressiva por um procedimento de otimização óptica baseado em valores-alvo, onde o valor-alvo do (ou de cada) parâmetro de design óptico em função da direção média do olhar determinada na etapa b) é um valor-alvo.
Description
[0001] A presente invenção se refere, de um modo geral, ao campo da óptica oftálmica onde uma lente se destina a equipar uma armação de modo a corrigir os defeitos da visão de um usuário. A presente invenção prevê mais particularmente um método para determinar um sistema óptico de uma lente progressiva. No âmbito do presente documento, uma lente destinada a equipar a armação de um usuário é referida de forma intercambiável como uma "lente" ou uma "lente oftálmica". A referida lente progressiva é, em particular, definida por, pelo menos, uma cruz de montagem e é personalizada para um determinado usuário com dados de prescrição, incluindo uma adição prescrita. O referido método é, por exemplo, implementado por meios de computação.
[0002] A personalização cada vez mais precisa de lentes progressivas destinadas a equipar uma armação para um determinado usuário, com o objetivo de corrigir sua visão, requer um maior conhecimento do comportamento visual do usuário sob condições naturais de visão que são representativas do uso real das referidas lentes progressivas.
[0003] A fim de ter em conta o comportamento visual de um determinado usuário, é conhecido se determinar um sistema óptico de uma lente progressiva para esse usuário por um procedimento de otimização óptica baseado em valores-alvo, onde os dados de prescrição são valores-alvo do referido cálculo e onde um ou mais valor(es)-alvo suplementar(es) é (são) introduzido(s) no cálculo do sistema óptico e onde cada valor-alvo suplementar é determinado de modo a ter em conta um parâmetro de design óptico.
[0004] Um cálculo exemplar de um sistema óptico de uma lente por um procedimento de otimização óptica baseado em valores alvo é descrito na seguinte publicação: "Application of optimization in computer-aided ophthalmic lens design" (P. Allione, F. Ahsbahs and G. Le Saux, in SPIE Vol. 3737, EUROPTO Conference on Design and Engineering of Optical Systems, Berlin, May 1999), que é incorporada por referência no presente pedido de patente; de acordo com o procedimento descrito nesse documento, o cálculo de otimização é realizado em virtude do algoritmo de traçado de raios.
[0005] Além disso, o documento de patente WO 2015/074777 A1 descreve um procedimento para calcular um sistema óptico de uma lente por um procedimento de otimização óptica baseado em valores alvo, onde um ou mais valor(es) alvo suplementar(es) é (são) introduzido(s) no cálculo do sistema óptico. Esse documento também é incorporado por referência ao presente pedido de patente.
[0006] Existe, no entanto, uma necessidade constante de melhorar as lentes progressivas; isso pode ser satisfeito tendo em conta um ou mais parâmetros de design óptico que visam caracterizar o comportamento visual do usuário de forma mais precisa.
[0007] Para esse fim, a presente invenção propõe um método para determinar um sistema óptico de uma lente progressiva definida por, pelo menos, uma cruz de montagem, sendo a referida lente progressiva personalizada para um determinado usuário com dados de prescrição, incluindo uma adição prescrita, ADDp, e sendo o referido método implementado por meios de computação e compreendendo as seguintes etapas consecutivas: a) fornecer uma direção média do olhar, DRm, determinada para o usuário em uma armação de referência, RCRO, presa à cabeça do referido usuário; b) determinar um valor-alvo para pelo menos um parâmetro de design óptico em função da direção média do olhar, DRm, determinada na etapa a); c) calcular o sistema óptico da lente progressiva para o usuário por um procedimento de otimização óptica baseado em valores alvo, onde os dados de prescrição são valores alvo do referido cálculo e onde o valor-alvo do (ou de cada) parâmetro de design óptico em função da direção média do olhar determinada na etapa b) é um valor-alvo suplementar do referido cálculo do sistema óptico.
[0008] De acordo com várias modalidades que podem ser combinadas de acordo com as modalidades tecnicamente realizáveis: - a direção média do olhar, DRm, é determinada para uma pluralidade de direções do olhar do usuário em uma armação de referência, RCRO, presa à cabeça do referido usuário; - o parâmetro de design óptico da etapa b) é um comprimento de progressão personalizado escolhido dentre um comprimento de progressão total personalizado e um comprimento de progressão parcial personalizado; - o parâmetro de design óptico da etapa b) é um comprimento de progressão total personalizado e onde o valor-alvo do comprimento de progressão total personalizado é definido pela diferença entre a cruz de montagem e um ponto correspondente à projeção da direção média do olhar, DRm, no plano da lente; alternativamente, o parâmetro de design óptico da etapa b) é um comprimento de progressão total personalizado e onde o valor-alvo do comprimento de progressão total personalizado é definido pela diferença entre a cruz de montagem e um ponto correspondente ao resultado de uma função de transferência tendo como variável o ponto correspondente à projeção da direção média do olhar, DRm, no plano da lente; - um valor-alvo adicional definido como um valor de um comprimento de progressão parcial personalizado é introduzido na etapa c) do cálculo do sistema óptico da lente progressiva para o usuário; - o comprimento de progressão parcial personalizado é definido pela diferença entre a cruz de montagem e um ponto correspondente a 85% da adição prescrita; - o valor do comprimento de progressão parcial personalizado é o resultado de uma função de transferência tendo como variável um parâmetro de comportamento visual do indivíduo; - fornecer a direção média do olhar, DRm, que se origina do resultado de um procedimento, compreendendo as seguintes etapas: o uma etapa de solicitação ao indivíduo para que realize um teste visual no decorrer do qual observa pelo menos uma posição- alvo, o uma etapa de medição de pelo menos um dado representativo de pelo menos uma direção do olhar (DR) do indivíduo no decorrer do referido teste visual, o uma etapa de determinação de uma direção média do olhar (DRm), em função do referido pelo menos um dado representativo medido, o uma etapa de posicionamento, em relação à referida direção média do olhar (DRm), de pelo menos uma posição-alvo medida que é determinada, em uma armação de referência (Rcro) presa à cabeça do indivíduo, em função do referido dado representativo da referida direção do olhar (DR) do indivíduo medido no decorrer do teste visual; - fornecer a direção média do olhar, DRm, que se origina do resultado de um procedimento, compreendendo as seguintes etapas: o uma etapa de solicitação ao indivíduo para que realize um teste visual no decorrer do qual observa pelo menos uma posição- alvo de um objeto, o uma etapa de medição de pelo menos um dado representativo de pelo menos uma direção do olhar (DR) do indivíduo no decorrer do referido teste visual, onde a referida direção do olhar (DR) é uma direção de observação que corresponde a uma linha reta ligando um centro de rotação de um olho do indivíduo a um ponto do objeto, o uma etapa de determinação de uma direção média do olhar (DRm), em função do referido pelo menos um dado representativo medido, o uma etapa de posicionamento, em relação à referida direção média do olhar (DRm), de pelo menos uma posição-alvo medida que é determinada, em uma armação de referência (Rcro) presa à cabeça do indivíduo, em função do referido dado representativo da referida direção do olhar (DR) do indivíduo, correspondente à direção de observação, medida no decorrer do teste visual; - no procedimento para fornecer a direção média do olhar, DRm, acima: o o indivíduo observa sucessivamente várias posições- alvo, por exemplo, do objeto, o as referidas direções do olhar (DR) do indivíduo são determinadas no decorrer do teste visual na referida armação de referência (Rcro) presa à cabeça do indivíduo, o as coordenadas das referidas posições-alvo são determinadas na referida armação de referência (Rcro) presa à cabeça do indivíduo, e o a referida direção média do olhar (DRm) é determinada como uma linha reta ligando um centro de rotação do olho esquerdo (CROG) ou olho direito (CROD) do indivíduo, ou um baricentro (CROc) dos referidos centros de rotação, a uma posição-alvo na armação de referência (Rcro) presa à cabeça do indivíduo; - no procedimento para fornecer a direção média do olhar, DRm, acima: o o indivíduo observa sucessivamente várias posições- alvo, por exemplo, do objeto, o as referidas direções do olhar (DR) do indivíduo são determinadas no decorrer do teste visual em uma armação de referência (Rcro) presa à cabeça do indivíduo, o as coordenadas das referidas posições-alvo são determinadas na referida armação de referência (Rcro) presa à cabeça do indivíduo, o um baricentro (NVB) das referidas posições-alvo na armação de referência (Rcro) presa à cabeça do indivíduo é determinado com base nas referidas coordenadas, e o a referida direção média do olhar (DRm) é determinada como uma linha reta ligando um centro de rotação de um olho esquerdo (CROG) ou olho direito (CROD) do indivíduo, ou um baricentro (CROc) dos referidos centros de rotação, ao referido baricentro (NVB) das posições-alvo na armação de referência (Rcro) presa à cabeça do indivíduo; - o parâmetro de comportamento visual do indivíduo é fornecido no decorrer do procedimento para fornecer a direção média do olhar, DRm, no decorrer do qual o parâmetro de comportamento visual do indivíduo é ainda determinado de acordo com as seguintes etapas: o posicionar, em relação à referida direção média do olhar (DRm), de posições-alvo teóricas cujas disposições relativas com respeito uma à outra são idênticas às disposições relativas das referidas posições-alvo; o opcionalmente, o posicionamento das referidas posições-alvo teóricas de modo que o baricentro das referidas posições-alvo teóricas esteja situado na direção de referência do olhar (DRm); o durante o teste visual, as posições-alvo estão dispostas em uma superfície de exibição e, durante a etapa de posicionamento, uma superfície de exibição modelo orientada em relação à referida direção de referência do olhar (DRm), de acordo com uma orientação média da referida superfície de exibição, é determinada durante o teste visual e as referidas posições-alvo medidas são determinadas como as interseções das referidas direções do olhar (DR) do indivíduo no decorrer do teste visual e da referida superfície de exibição modelo; o as diferenças (Δv) são determinadas entre as referidas posições-alvo teóricas e as referidas posições-alvo medidas de acordo com uma direção favorita da referida superfície modelo e o parâmetro de comportamento visual do indivíduo é deduzido a partir daí; o de acordo com uma modalidade complementar, a dedução do parâmetro de comportamento visual é realizada com uma função de um processamento estatístico das diferenças (Δv) entre as posições-alvo teóricas e as posições-alvo medidas; - o cálculo do sistema óptico da lente progressiva para o usuário por um procedimento de otimização óptica baseado em valores alvo é implementado de acordo com os ensinamentos do documento de patente WO 2015/074777 A1, substituindo os parâmetros de design óptico desse documento por aqueles da presente invenção.
[0009] No âmbito do presente pedido de patente, o termo "usuário" ou "indivíduo" é utilizado de forma intercambiável para designar a pessoa a quem a lente progressiva, que é objeto do método para determinar um sistema óptico ou do método para fabricar uma lente progressiva do presente pedido de patente, se destina.
[00010] Um comprimento de progressão total (LPT) é definido pela distância vertical, expressa em particular em mm no plano da lente, entre a cruz de montagem e o ponto de interseção da direção do olhar correspondente à direção de visão próxima do olhar com o plano da lente. Deve se notar que um comprimento de progressão também pode ser expresso sob a forma de uma diferença angular, em graus, quando as propriedades ópticas de uma lente são consideradas em uma armação de referência (α, β) e que essa diferença angular pode ser transformada de uma maneira conhecida em uma distância expressa em mm. A seguir, no presente documento, um comprimento de progressão será considerado sob a forma de uma distância vertical, expressa em mm no plano da lente.
[00011] A direção de visão próxima do olhar é a direção do olhar em (α, β), ao longo do meridiano da lente, através da qual o usuário percebe uma potência equivalente à potência de visão ao longe aumentada pela adição prescrita, ADDp.
[00012] De uma maneira conhecida a um perito na técnica, uma armação de referência (α, β) é uma armação de referência que permite representar as características ópticas de uma lente; a definição de uma dessa armação de referência e da expressão das propriedades ópticas em uma dessa armação de referência emerge, por exemplo, do documento de patente WO 2015/074777 A1.
[00013] Um comprimento de progressão de referência total (LPTref) é definido como o valor do comprimento de progressão total de uma lente progressiva de referência. Essa lente progressiva de referência é definida pelo menos por uma cruz de montagem e por um determinado usuário com dados de prescrição, incluindo uma adição prescrita por procedimentos padrão e conhecidos, sem implementar uma etapa de personalização dos parâmetros de design. Consequentemente, o valor de LPT é único para todos os usuários com uma mesma prescrição.
[00014] Um comprimento de progressão parcial (LPx%) é definido pela distância vertical, em mm no plano da lente, entre a cruz de montagem e o ponto de interseção da direção do olhar correspondente à direção de visão do olhar em X% da adição prescrita com o plano da lente.
[00015] A direção de visão do olhar em X% da adição prescrita é a direção do olhar em (α, β), ao longo do meridiano da lente, através da qual o usuário percebe uma potência equivalente à potência de visão ao longe aumentada em X% vezes a adição prescrita ((X/100) x ADDp).
[00016] De acordo com uma modalidade, é escolhido um valor de X situado entre 15 e 90.
[00017] De acordo com uma modalidade, é escolhido um valor de X igual a 85, isto é, que o comprimento de progressão parcial é considerado onde o usuário percebe uma potência equivalente à potência de visão ao longe aumentada em 85% da adição prescrita, que é designada LP85%.
[00018] Uma distância vertical é definida correspondendo à diferença entre a cruz de montagem e um ponto correspondente à projeção da direção média do olhar, DRm, no plano da lente, cuja distância é referida como LPT(DRm), para "comprimento de progressão total com projeção da direção média do olhar DRm". Um procedimento exemplar para determinar um ponto correspondente à projeção da direção média do olhar, DRm, no plano da lente, é aqui descrito abaixo no âmbito da descrição das Figuras 1 a 8.
[00019] O "plano da lente" é definido como o plano tangente à face frontal da lente ao nível do ponto de referência do prisma, designado PRP. Nesse plano, os vários pontos têm coordenadas x, y expressas em mm. Para cada posição x, y desse plano, a face frontal da lente é especificada por um valor z, também em mm. O conceito de "ponto de referência do prisma", PRP, é usual e definido pelas normas conhecidas no campo da óptica oftálmica.
[00020] A presente invenção também contempla um método para fabricar uma lente progressiva por usinagem de uma lente semiacabada de acordo com os resultados do cálculo do sistema óptico da lente progressiva para o usuário de qualquer uma das reivindicações anteriores.
[00021] A presente invenção também contempla um produto de programa de computador compreendendo uma pluralidade de sequências gravadas acessíveis a um processador e que, quando é executado pelo processador, implementa as etapas do método de acordo com as modalidades acima descritas.
[00022] A presente invenção também contempla um meio legível por um computador compreendendo as instruções para o produto de programa de computador acima.
[00023] A descrição que se segue em relação aos desenhos em anexo e às modalidades abaixo, dada a título de exemplos não limitativos, elucidará claramente a essência da invenção e como ela pode ser incorporada.
[00024] Nos desenhos anexos: - Figura 1 é uma vista esquemática de um indivíduo segurando em suas mãos um dispositivo de teste de acordo com a invenção; - Figura 2 é uma vista de extremidade do dispositivo de teste da Figura 1, na qual é exibido um alvo visual se movendo de acordo com um protocolo de rastreamento visual; - Figura 3 é uma vista esquemática da cabeça do indivíduo e de vários planos associados a essa cabeça; - Figura 4 representa uma armação de referência presa à cabeça do indivíduo; - Figura 5 representa uma exibição do dispositivo de teste da Figura 1 com um alvo exibido e uma armação de referência presa à cabeça do indivíduo olhando o alvo em uma posição final do protocolo; - Figuras 6 e 7 representam exemplos de posições medidas do alvo na marca presa à cabeça do indivíduo no decorrer do protocolo; - Figura 8 é um diagrama básico mostrando uma direção de referência do olhar em uma marca presa à cabeça do indivíduo e uma superfície de exibição modelo para as posições-alvo teóricas; - Figura 9 representa na marca presa à cabeça do indivíduo as posições-alvo teóricas na superfície de exibição e as posições-alvo medidas nessa marca; - Figura 10 é um gráfico ilustrando o cálculo da diferença entre as posições-alvo teóricas e as posições-alvo medidas; - Figuras 11 a 19 representam as propriedades ópticas de três lentes progressivas obtidas em virtude do método da presente invenção em comparação com aquelas de uma lente progressiva de referência.
[00025] Nos exemplos que seguirão do método de acordo com a presente invenção para determinar um sistema óptico de uma lente progressiva: - a lente progressiva é definida pelo menos por uma cruz de montagem e é personalizada para um determinado usuário tendo dados de prescrição, incluindo uma adição prescrita; - o método é implementado por meios de computação e compreende as seguintes etapas consecutivas: a) fornecer uma direção média do olhar, DRm, determinada para o usuário em uma armação de referência, RCRO, presa à cabeça do referido usuário; b) determinar um valor-alvo para pelo menos um parâmetro de design óptico em função da direção média do olhar, DRm, determinado na etapa a), onde o parâmetro de design óptico da etapa b) é um comprimento de progressão total personalizado; c) calcular o sistema óptico da lente progressiva para o usuário por um procedimento de otimização óptica baseado em valores alvo, onde os dados de prescrição são valores alvo do referido cálculo e onde o valor-alvo do comprimento de progressão total personalizado em função da direção média do olhar determinado na etapa b) é um valor-alvo suplementar do referido cálculo do sistema óptico.
[00026] De acordo com uma primeira modalidade, o valor-alvo do comprimento de progressão total personalizado, a seguir designado LPTperso, é igual ao comprimento de progressão total com projeção da direção média do olhar DRm, LPT(DRm). Essa modalidade é designada de "Identidade".
[00027] De acordo com outra modalidade, o valor-alvo do comprimento de progressão total personalizado, LPTperso, é igual à diferença entre a cruz de montagem e um ponto correspondente à projeção de uma direção estimada do olhar DRe deduzido de uma função de transferência tendo como variável a direção média do olhar, DRm, no plano da lente.
[00028] A função de transferência é definida pelas fórmulas:
[00029] Direção estimada do olhar decrescente = 1,55 x Direção média do olhar decrescente - 9,37.
[00030] De acordo com outra modalidade, o valor-alvo do comprimento de progressão total personalizado, LPTperso, é igual à diferença entre a cruz de montagem e um ponto correspondente ao resultado de uma função de transferência tendo como variável o ponto correspondente à projeção da direção média do olhar, DRm, no plano da lente.
[00031] De acordo com uma modalidade complementar, o comprimento de progressão total com projeção da direção média do olhar DRm, LPT(DRm), é um parâmetro de entrada da referida função de transferência.
[00032] De acordo com uma modalidade complementar, definimos um valor mínimo de comprimento de progressão total personalizado, LPTmin, um valor máximo de comprimento de progressão total personalizado, LPTmax e uma função entre esses dois limites com LPT(DRm), como variável, e onde o resultado da função de transferência é igual ao resultado dessa função para o valor LPT(DRm) medido para um determinado usuário.
[00033] De acordo com uma modalidade complementar, a função de transferência designada "FT1" é definida como se segue: ■ LPTmin = 14 mm ■ LPTmax = 18 mm ■ Se LPT(DRm) medido para um determinado usuário é menor do que ou igual a 10 mm, então LPTperso equivale a LPTmin; ■ Se LPT(DRm) medido para um determinado usuário é maior do que ou igual a 19 mm, então LPTperso equivale a LPTmax; ■ Se LPT(DRm) medido para um determinado usuário é maior do que ou igual a 10 mm e menor do que ou igual a 19 mm, então LPTperso = 16 + 1,55 x Arco tangente (LPT(DRm) -14,5).
[00034] De acordo com outra modalidade, um valor-alvo adicional definido como um valor de um comprimento de progressão parcial personalizado é introduzido na etapa c) de cálculo do sistema óptico da lente progressiva para o usuário.
[00035] De acordo com uma modalidade complementar, o comprimento de progressão parcial personalizado é definido pela diferença entre a cruz de montagem e um ponto correspondente a 85% da adição prescrita.
[00036] De acordo com uma modalidade complementar, o valor do comprimento de progressão parcial personalizado é o resultado de uma função de transferência tendo como variável um parâmetro de comportamento visual do indivíduo.
[00037] De acordo com uma modalidade complementar, o parâmetro de comportamento visual do indivíduo é definido em função de um processamento estatístico das diferenças (Δv) entre as posições-alvo teóricas e as posições-alvo medidas no decorrer de um teste visual.
[00038] De acordo com uma modalidade complementar, o parâmetro de comportamento visual do indivíduo é definido de tal forma que o seu valor se situa entre 0 e 1.
[00039] De acordo com uma modalidade, fornecer a direção média do olhar, DRm, que se origina do resultado de um procedimento compreendendo as seguintes etapas: ■ uma etapa de solicitação ao indivíduo 1 para que realize um teste visual no decorrer do qual observa pelo menos uma posição- alvo 30 de um objeto, ■ uma etapa de medição de pelo menos um dado representativo de pelo menos uma direção do olhar (DR) do indivíduo 1 no decorrer do referido teste visual, onde a referida direção do olhar é uma direção de observação que corresponde a uma linha reta ligando um centro de rotação de um olho do indivíduo 1 a um ponto do objeto, ■ uma etapa de determinação de uma direção média do olhar (DRm), em função do referido pelo menos um dado representativo medido, ■ uma etapa de posicionamento, em relação à referida direção média do olhar (DRm), de pelo menos uma posição-alvo medida 50 que é determinada, em uma armação de referência (Rcro) presa à cabeça 4 do indivíduo 1, em função do referido dado representativo da referida direção do olhar (DR) do indivíduo 1, correspondente à direção de observação, medido no decorrer do teste visual.
[00040] No âmbito da presente invenção, uma posição-alvo de um objeto ou um ponto de um objeto é uma posição ou um ponto de um objeto a ser visto pelo usuário, quando, por um exemplo, é uma posição ou ponto característico do referido objeto; de acordo com uma modalidade, o objeto é um tablet digital compreendendo uma tela; de acordo com uma modalidade, um ponto do tablet digital é escolhido dentro da lista consistindo de uma borda da tela do referido tablet, o baricentro da tela do referido tablet, uma câmera que faz parte do referido tablet; de acordo com uma modalidade preferida, o ponto do tablet digital é o baricentro da tela do referido tablet.
[00041] Na referida modalidade, observar uma posição-alvo de um objeto e definir uma direção de observação que corresponde a uma linha reta ligando um centro de rotação a um ponto do objeto pode ser vantajoso; de acordo com uma modalidade, alguém utiliza um dispositivo de teste 10 compreendendo um visor ativo 11 que exibe alvos 30 em uma pluralidade de posições-alvo; alguém pode, por exemplo, usar uma pluralidade de alvos e escolher um padrão de alvos em que o baricentro é o mesmo que o baricentro do objeto; alguém pode usar uma pluralidade de alvos e escolher um padrão de alvos em que o baricentro não é o mesmo que o baricentro do objeto; de acordo com um exemplo de modalidades anteriores, os alvos podem estar presentes apenas em uma parte do visor ativo, por exemplo, na parte de topo do referido visor; isso permite determinar como a postura individual evolui ao implementar o teste visual de modo a determinar a direção média do olhar.
[00042] Um procedimento exemplar para determinar um parâmetro de comportamento visual do indivíduo é descrito a seguir dentro do âmbito da descrição das Figuras 6 a 10.
[00043] De acordo com uma modalidade complementar, o comprimento de progressão parcial personalizado, designado LP85perso, é definido pela diferença entre a cruz de montagem e um ponto correspondente a 85% da adição prescrita, esse valor de comprimento de progressão parcial personalizado é o resultado de uma função de transferência, designada "FT2", tendo como variável um parâmetro de comportamento visual do indivíduo, designado "RATIO" definido de tal forma que seu valor se situa entre 0 e 1.
[00044] De acordo com uma modalidade, RATIO pode ser calculado graças a uma análise estatística da dispersão angular do objeto.
[00045] De acordo com uma modalidade complementar, a função de transferência FT2 é definida como se segue: • Se o RATIO medido para um determinado usuário for maior do que ou igual a 0,8, então: LP85perso = LP85/LPTperso; • Se o RATIO medido para um determinado usuário for menor do que ou igual a 0,4, então: LP85perso = LP85/LPTperso - (-3,5 x RATIO + 2); • Se o RATIO medido para um determinado usuário for maior do que 0,4 e menor do que 0,8, então: LP85perso = LP85/LPTperso - (1,5 x RATIO + 1,2); • Além disso, o valor LP85perso é pelo menos igual a LP85min.
[00046] LP85/LPTperso é o valor LPx%, por X = 85, da lente personalizada quando esta última foi otimizada na etapa c) utilizando o parâmetro de design LPT = LPTperso;
[00047] LP85min é o valor LPx%, por X = 85, da lente personalizada quando esta última foi otimizada na etapa c) utilizando o parâmetro de design LPT = LPTmin = 14 mm.
[00048] Isto sem dizer que outras funções de transferência podem ser previstas para além das detalhadas acima.
[00049] A título de exemplo, uma alternativa à função de transferência FT2, doravante designada FT2', é definida como se segue: • Se o RATIO medido para um determinado usuário for maior do que 0,8, então: LP85perso = LP85/LPTperso; • Se o RATIO medido para um determinado usuário for menor do que ou igual a 0,8, então: LP85perso = LP85/LPTperso + (1 - 2 x RATIO); • Além disso, o valor LP85perso é pelo menos igual a LP85min.
[00050] A título de outro exemplo, uma alternativa à função de transferência FT2, doravante designada FT2'', é definida como se segue: • Se o RATIO medido para um determinado usuário for maior do que ou igual a 0,8, então: LP85perso = LP85ref; • Se o RATIO medido para um determinado usuário for menor do que ou igual a 0,4, então: LP85perso = LP85ref - (-3,5 x RATIO + 2); • Se o RATIO medido para um determinado usuário for maior do que 0,4 e menor do que 0,8, então: LP85perso = LP85ref - (-1,5 x RATIO + 1,2).
[00051] No preâmbulo da descrição das Figuras 1 a 10, se notará que elementos idênticos ou semelhantes das várias modalidades representadas nas várias figuras serão referenciados pelos mesmos sinais de referência e não serão descritos de cada vez.
[00052] Também se notará que, na divulgação que se seguirá, os termos "topo" (ou "superior") e "fundo" (ou "inferior") serão utilizados em relação ao indivíduo usando o dispositivo de teste, o topo designando o lado voltado para a cabeça do indivíduo e fundo designando o lado voltado para os pés do indivíduo.
[00053] Da mesma forma, o termo "frontal" designará o lado voltado para o indivíduo, o termo "traseiro" designando o lado oposto ao lado frontal.
[00054] Na Figura 1 foi representado um indivíduo 1 cujo comportamento visual se pretende testar.
[00055] Para esse fim, o indivíduo 1 segura em suas mãos 2 um dispositivo de teste 10 destinado a determinar esse comportamento visual sob condições determinadas.
[00056] Mais particularmente aqui, é desejável usar o dispositivo de teste 10 para analisar de maneira geral a visão ao perto do indivíduo 1 e, em particular, o comportamento visual que adota quando está em uma situação de leitura.
[00057] Será considerado que a visão ao perto corresponde a uma distância de observação DO (ver Figura 1) entre o olho 3 do indivíduo 1 e o dispositivo de teste 10 inferior a 70 centímetros (cm).
[00058] Em outras modalidades, a visão intermédia (DO se situando entre 40 cm e 4 metros) ou visão ao longe (DO superior a 4 m) pode ser testada em virtude do dispositivo de teste.
[00059] O dispositivo de teste 10 compreende (ver Figuras 1 e 2): • um visor ativo 11 que exibe um alvo 20 visualmente predominante em uma pluralidade de posições-alvo 30 alinhadas de acordo com pelo menos duas linhas ou colunas substancialmente paralelas, e • uma unidade de controle (não representada) para o visor 11, programada de tal modo que as posições-alvo 30 definam, no decorrer do tempo, um protocolo de rastreamento visual para reproduzir o deslocamento do olhar do indivíduo durante a leitura.
[00060] O visor 11 do dispositivo de teste pode exibir, em cada instante do teste visual, um único alvo ou então vários alvos simultaneamente. Em ambos os casos, o alvo visualmente predominante é aquele que é adequado para pegar o olhar do indivíduo e que o indivíduo seguirá no decorrer do teste visual.
[00061] Quando vários alvos são exibidos pelo visor 11, o alvo visualmente predominante pode ser, por exemplo, um alvo mais luminoso ou mais contrastado, de cores ou formas diferentes (redondo, quadrado, em estrela, ...) ou de tamanho menor ou maior que os outros, ou ainda um alvo que pisca ao passo que os outros não piscam. Os vários alvos exibidos pelo visor também podem incluir um conjunto de indicadores ou ainda formar uma grade de pontos cinza.
[00062] Nas modalidades, onde o visor 11 exibe apenas um único alvo 20 (caso da Figura 2), este último pode levar uma pluralidade de posições-alvo 30 no visor 11. Essas posições-alvo 30 são "variáveis" no sentido de que o alvo 20 se move sequencialmente de uma posição-alvo 30 para outra no decorrer do teste visual. Será, contudo, notado que a sequência de posições-alvo 30 tomadas sucessivamente pelo alvo 20 nessas modalidades pode compreender duas posições- alvo 30 idênticas. Indicado de outra forma, é possível que, no decorrer do teste visual, o alvo 20 retorne para uma posição-alvo 30 já tomada anteriormente.
[00063] Nas modalidades, onde o visor exibe diversos alvos, um dos quais é visualmente predominante, as posições de exibição dos alvos podem ser variáveis no decorrer do tempo, mas em todo o caso, o alvo visualmente predominante é aquele que se move de acordo com uma sequência de posições-alvo, de tal modo a impor ao indivíduo 1 uma sucessão de direções específicas do olhar.
[00064] Na presente descrição, "protocolo de rastreamento visual" será entendido significar a sequência de exibição do alvo 20 visualmente predominante no decorrer do teste visual efetuado pelo indivíduo 1.
[00065] Dito de outro modo, esse protocolo de rastreamento visual corresponde à sucessão, ao longo do tempo, das posições-alvo 30 tomadas pelo alvo 20 visualmente predominante. Em virtude disso, é imposto um protocolo sobre o indivíduo 1 que olha sucessivamente em uma pluralidade de direções específicas desejadas que é cada uma associada a uma posição-alvo 30 particular tomada pelo alvo 20. Desse modo, se as posições-alvo 30 desse alvo 20 são conhecidas, é então possível, sob determinadas condições, voltar para as informações relativas à direção do olhar do indivíduo 1 durante o teste visual.
[00066] Na descrição posterior, "direção do olhar" do indivíduo 1 associada a uma posição-alvo 30 do alvo 20, deverá significar a direção da linha reta passando através de: - um dos centros de rotação do olho direito ou do olho esquerdo do indivíduo 1, ou um baricentro desses centros de rotação; e - a referida posição-alvo 30 quando o indivíduo 1 observa o alvo 20, tomando essa posição-alvo 30.
[00067] Tal como ilustrado na Figura 2, aqui o dispositivo de teste 10 tem a forma de um tablet digital. Esse tablet digital compreende uma tela que constitui o visor 11 do dispositivo de teste 10. Também compreende uma cobertura 12 circundando a tela. A unidade de controle do dispositivo de teste 10 corresponde, por seu lado, ao controlador do visor para a tela 11 do tablet que é acomodado dentro da cobertura 12.
[00068] O dispositivo de teste 10 também compreende um aparelho de captura de imagem 13, que é acionado pela unidade de controle em um modo síncrono com o visor 11, de modo a desencadear a captura de imagens da cabeça 4 do indivíduo 1 observando o alvo 20 exibido pelo visor 11, cada imagem capturada correspondendo a uma posição-alvo 30 predeterminada.
[00069] Preferencialmente, aqui a câmera frontal 13 integrada no tablet 10 é utilizada como aparelho de captura de imagem do dispositivo de teste. Essa câmera frontal 13 apresenta a vantagem de estar sempre de frente para e observar o indivíduo 1 durante o teste visual realizado pelo indivíduo 1.
[00070] Em outras modalidades, pode ser feita provisão para a utilização de um aparelho de captura de imagem, que é separado e distinto do visor.
[00071] Aqui, o alvo 20 compreende um disco luminoso que é exibido na tela do tablet, o tamanho do alvo sendo suficiente para que seja visível pelo indivíduo 1 sob as condições do teste visual. Aqui, em condições de leitura e em visão ao perto (DO <70 cm), o alvo 20 tem um tamanho característico (por exemplo, diâmetro) superior a 5 milímetros.
[00072] De um modo vantajoso, o tamanho característico do alvo 20 é determinado de tal forma que ele pode ser visto com uma acuidade superior a 0,1 décimo de 70 cm.
[00073] Como uma variante, o alvo pode compreender um padrão geométrico, regular ou outro. Isso implica preferencialmente um padrão arbitrário, com a exclusão de um sinal utilizado por um sistema de escrita arbitrário compreensível ao indivíduo. Em particular, o alvo visualmente predominante é desprovido de significado para o indivíduo. Por exemplo, o alvo não é uma palavra que é compreensível para o indivíduo.
[00074] O protocolo de rastreamento visual que é implementado pelo dispositivo de teste 10 e que se destina aqui a simular a leitura de um texto pelo indivíduo 1 será agora descrito com referência à Figura 2.
[00075] De um modo vantajoso, a exibição do alvo de acordo com o protocolo de rastreamento visual implementado pelo dispositivo de teste 10 constitui um estímulo visual para o indivíduo 1, que se destina a fazer ele mover os olhos 3, ao rastrear esse alvo 20 de acordo com o mesmo esquema que o indivíduo 1 adotaria se estivesse realmente a ler um texto.
[00076] Dito de outro modo, a exibição do alvo 20 visualmente predominante no visor 11 é controlada de tal modo que, quando o indivíduo 1 segue com o olhar o alvo 20 a partir de uma posição-alvo 30 para outra, a direção do olhar do indivíduo 1 exibe direções sucessivas de olhar que são inteiramente semelhantes às direções de olhar que esse indivíduo 1 teria ao ler um texto.
[00077] A sequência das posições-alvo 30 tomadas sucessivamente pelo alvo 20 visualmente predominante é preferencialmente predeterminada em função de um texto de referência, e/ou de um modelo de leitura, correspondendo às características e/ou às preferências de leitura/escrita do indivíduo.
[00078] Por exemplo, a sequência pode ser predeterminada previamente com outro dispositivo, no decorrer de uma operação de calibração durante a qual é pedido ao indivíduo para escolher um texto de referência dentre uma pluralidade de textos reais disponíveis e o ler em voz alta. A velocidade de leitura pode então servir como parâmetro para a determinação das posições de exibição do alvo.
[00079] A sequência também pode ser predeterminada em função da idade do indivíduo, ou em função de um nível de leitura declarado pelo indivíduo, posterior a um questionário preenchido pelo indivíduo.
[00080] Também é possível contemplar fazer um exercício de treino com uma velocidade média, perguntando ao indivíduo se essa velocidade média foi muito rápida ou não rápida o suficiente e ajustar a velocidade em função de sua resposta.
[00081] Será observado, em primeiro lugar, que a leitura de um texto por um indivíduo é feita naturalmente de acordo com um esquema de leitura compreendendo três operações distintas: fixações, movimentos sacádicos, movimentos sacádicos inversos.
[00082] Durante fixações, o indivíduo decifra a palavra que está no processo de leitura, isto é, a palavra que o olhar do indivíduo está a fixar.
[00083] Durante movimentos sacádicos, correspondentes às fases de deslocamento, ou seja, passagem da leitura de uma palavra para a palavra seguinte, os olhos do indivíduo se movem rapidamente, de modo a passar de uma fixação para outra.
[00084] Esses movimentos sacádicos estão relacionados com a extensão visual, ou seja, o número de caracteres (letras, símbolos, ideogramas, etc.) que são decifráveis por determinada fixação. Permitem ao leitor decifrar todos os caracteres de um texto.
[00085] Os movimentos sacádicos geralmente ocorrem na direção da leitura do texto. No entanto, os olhos também executam "movimentos sacádicos inversos" muito rápidos na direção oposta à direção de leitura, de modo a passar de uma fixação para outra. Esse movimento é induzido por um erro dos músculos oculomotores ou por má leitura e compreensão do texto.
[00086] Uma das vantagens do dispositivo de teste 10 é propor protocolos de rastreamento visual que vêm o mais perto possível de esquemas de leitura do indivíduo.
[00087] O dispositivo de teste 10, portanto, torna possível simplesmente simular a leitura de um texto e colocar o indivíduo em uma situação onde ele irá adotar uma postura natural, próxima à que ele adotaria para leitura na visão ao perto.
[00088] A determinação do comportamento visual do indivíduo sob essas condições torna-se, por conseguinte, mais precisa e o design óptico de uma lente oftálmica destinada ao indivíduo pode ser melhorado de modo que o design da lente oftálmica satisfaça as necessidades visuais do indivíduo.
[00089] Preferencialmente, as posições-alvo 30 do alvo 20 são alinhadas de acordo com, pelo menos, duas linhas substancialmente paralelas. Mais precisamente, na modalidade exemplificativa mostrada nas figuras, a unidade de controle para o visor 11 está programada para que as posições-alvo 30 sucessivas do alvo 20 sejam alinhadas com cinco linhas L1, L2, L3, L4, L5 (ver Figura 2).
[00090] Alternativamente, as posições-alvo do alvo podem ser alinhadas de acordo com, pelo menos, duas colunas.
[00091] Geralmente, as posições-alvo 30 do alvo 20 podem definir linhas paralelas de direção arbitrária, em particular substancialmente horizontais ou verticais para o indivíduo 1.
[00092] Preferencialmente, mais uma vez, cada linha, ou alternativamente cada coluna, compreende, pelo menos, três posições alinhadas do referido alvo (caso das posições 35, 36, 37, 38, 39 para a linha L5 da Figura 2).
[00093] A fim de que o protocolo de rastreamento visual seja mais representativo de uma leitura pelo usuário, é feita provisão para que, vantajosamente, o protocolo de rastreamento visual descreva uma trajetória de leitura que está de acordo com o definido por um determinado sistema de escrita, de modo a reproduzir o deslocamento do olhar do indivíduo durante a leitura de acordo com o sistema de escrita.
[00094] A trajetória de leitura pode ser definida aqui como o caminho, ao nível do visor 11, escaneado pela direção do olhar do indivíduo 1 quando olha para a sequência de posições-alvo 30 tomadas pelo alvo 20 visualmente predominante.
[00095] O esquema de leitura adotado por um indivíduo está relacionado não só com a natureza ou as propriedades específicas do texto, mas também com as características específicas de cada tipo de escrita.
[00096] Será, além disso, notado que os vários tipos de escrita podem ser classificados de um modo funcional (escrita alfabética, silábica ou logográfica) e um modo direcional (direção horizontal e vertical de escrita e/ou leitura).
[00097] É feita provisão, por conseguinte, no dispositivo de teste para a unidade de controle armazenar uma direção de deslocação favorita SV vertical e horizontal SH (ver Figura 2) do protocolo de rastreamento visual.
[00098] Essa direção de deslocação favorita vertical e horizontal é previamente determinada em função das características do indivíduo, e em particular da sua capacidade de ler um texto de acordo com um determinado sistema de escrita.
[00099] Por exemplo, quando o dispositivo de teste é utilizado por uma pessoa francesa que lê da direita para a esquerda e de cima para baixo, a direção de deslocação horizontal armazenada pela unidade de controle é uma direção de deslocação indo da esquerda do visor 11 para a direita do visor 11, e a direção de deslocação vertical armazenada pela unidade de controle é uma direção de deslocação indo do topo do visor 11 para o fundo do visor 11.
[000100] Assim, em uma modalidade preferida, as linhas substancialmente paralelas L1, L2, L3, L4, L5, ao longo das quais as posições-alvo 30 do alvo 20 são alinhadas se estendem substancialmente na horizontal, a direção de deslocação do protocolo de rastreamento visual sendo idêntica para todas as linhas tomadas sucessivamente da mais alta à mais baixa, da esquerda para a direita (ou da direita para a esquerda para a escrita da direita para a esquerda, como o árabe ou o hebraico).
[000101] Da mesma forma, quando o dispositivo de teste é utilizado por um mongol, que lê de cima para baixo e da direita para a esquerda, a direção de deslocação vertical armazenada pela unidade de controle é uma direção de deslocação indo do topo do visor para o fundo do visor, e a direção de deslocação horizontal armazenada pela unidade de controle é uma direção de deslocação indo da direita do visor para a esquerda do visor.
[000102] Assim, em uma modalidade apropriada para esse sistema de escrita, as linhas substancialmente paralelas ao longo das quais as posições predeterminadas do alvo são alinhadas se estendem substancialmente verticalmente, a direção de deslocação do protocolo de rastreamento visual sendo idêntica, de cima para baixo ou de baixo para cima, para todas as linhas tomadas sucessivamente da direita para a esquerda.
[000103] De um modo vantajoso, a unidade de controle do dispositivo de teste 10 é programada para permitir a seleção do protocolo de rastreamento visual dentre uma pluralidade de protocolos de rastreamento visual gravados em um banco de dados local ou remoto, no qual uma direção de deslocação é gravada em associação com o protocolo de rastreamento visual que lhe corresponde.
[000104] Assim, o indivíduo em função de suas próprias características de leitura e/ou escrita pode escolher o protocolo visual que corresponde a ele, de modo que ele esteja sob condições de leitura idênticas naturais, enquanto realiza o teste visual. É assim certo que seus mecanismos e estratégias de leitura são postos em prática de modo a recuperar a postura que é mais representativa do uso de sua visão ao perto.
[000105] De modo a reproduzir o esquema de leitura, tal como descrito acima, com fixações, movimentos sacádicos, movimentos sacádicos inversos, é feita provisão para a unidade de controle do visor 11 exibir o alvo 20 de acordo com um protocolo de rastreamento visual preferencial.
[000106] Assim, é feita provisão para que a unidade de controle solicite, em cada posição-alvo 30 do protocolo de rastreamento visual, que o alvo 20 seja exibido durante uma duração predeterminada. Isso se destina a significar que o alvo 20 é mantido exibido fixamente na tela de tal modo que o indivíduo 1 é obrigado a fixar seu olhar no alvo 20, correspondendo assim a uma fixação na posição-alvo 30 na trajetória de leitura do indivíduo 1.
[000107] De um modo vantajoso, o alvo 20 é fixado durante uma duração predeterminada, o que significa que a posição-alvo 30 do alvo 20 para essa duração predeterminada não muda, antes da passagem para a próxima posição-alvo da trajetória de leitura.
[000108] Preferencialmente, essa duração predeterminada se situa entre 50 milissegundos e 1 segundo, correspondendo assim geralmente a tempos de fixação convencionais.
[000109] A duração predeterminada pode também variar ao longo da trajetória de leitura, isso se devendo a que a fixação do olhar do indivíduo 1 em uma palavra durante a leitura real pode depender da palavra (tamanho, comprimento) e do nível de compreensão dessa palavra (palavra pouco conhecida ou desconhecida, palavra ou caráter quase indecifrável, palavra mal escrita, etc.).
[000110] De um modo igualmente vantajoso, é feita provisão para a unidade de controle impor um desfasamento predeterminado entre as exibições do alvo 20, em duas posições-alvo sucessivas (ver, por exemplo, as posições-alvo 31, 32 na Figura 2) do protocolo de rastreamento visual.
[000111] Dessa maneira, é possível simular em virtude do dispositivo de teste 10 os movimentos sacádicos ou movimentos sacádicos inversos existentes ao longo da trajetória de leitura do indivíduo 1. Como anteriormente, pode ser feita provisão para a unidade de controle variar o desfasamento predeterminado no decorrer do protocolo de rastreamento visual.
[000112] Isso torna possível ter em conta o fato de que a velocidade de leitura do indivíduo 1 pode variar no decorrer da leitura de um texto.
[000113] Isso também torna possível contemplar os casos onde a direção do olhar do indivíduo 1 passa de uma linha para a outra, como é o caso, por exemplo, desde a posição-alvo 33 para a posição-alvo 34 da Figura 2, retornando à linha requerendo mais tempo na medida em que a variação de direção do olhar do indivíduo 1 é mais significativa.
[000114] É então possível proporcionar dois casos para o alvo durante o desfasamento predeterminado.
[000115] Em uma modalidade, pode ser feita provisão para o alvo ser invisível durante o desfasamento predeterminado. Isso corresponde ao caso das posições-alvo 31 e 32 da Figura 2, onde o alvo 20 "salta" (o salto sendo representado pela seta a tracejado 40) desde a posição 31 para a seguinte posição 32. Essa modalidade torna possível permitir que o olhar do indivíduo salte de palavra em palavra durante a leitura de um texto.
[000116] Em uma modalidade alternativa, pode ser feita provisão para o alvo ser visível durante o desfasamento predeterminado e se mover entre as duas posições-alvo sucessivas correspondentes do protocolo de rastreamento visual, de uma para a outra. Isso corresponde ao caso das posições-alvo 35 e 36, onde o alvo se move (o movimento sendo representado pela seta a tracejado 49), enquanto se mantem visível.
[000117] De um modo vantajoso, o dispositivo de teste 10 é tal que a unidade de controle exige que duas posições-alvo 37, 38, 39 sucessivas do protocolo de rastreamento visual sejam separadas por uma distância EM1, EM2 inferior a 10 centímetros. Desse modo, durante o teste visual, o indivíduo 1 não precisa dessa maneira que a variação da sua direção do olhar não seja muito significativa, o que em condições de leitura é geralmente o caso.
[000118] Preferencialmente, é feita provisão, além disso, para que a unidade de controle exija que a distância EM1, EM2 separando duas posições-alvo 37, 38, 39 sucessivas do protocolo de rastreamento visual varie ao longo do protocolo de rastreamento visual. Isso torna possível adaptar a diferença entre os alvos 20 exibidos em função da extensão média das palavras para um determinado sistema de escrita.
[000119] Em outra modalidade, a unidade de controle é programada de tal modo a que a exibição do alvo 20, em duas posições-alvo sucessivas do protocolo de rastreamento visual, siga a direção favorita de deslocação, horizontal e/ou vertical, pelo menos, seis em cada dez vezes. Isso é ilustrado na Figura 2, na qual as direções de deslocação foram representadas no protocolo de rastreamento visual, através de setas a tracejado 43, 45, 48, que vão não da esquerda para a direita, como na direção de deslocação horizontal favorita SH, mas da direita para a esquerda.
[000120] É possível, assim, em virtude disso, simular os movimentos sacádicos inversos, descritos anteriormente, enquanto o indivíduo 1 está lendo um texto. Com efeito, aqui quatro em cada dez vezes, o movimento dos olhos 3 do indivíduo 1 seguindo o alvo 20 do olhar entre duas posições-alvo 30 sucessivas tem lugar na direção oposta à direção de deslocação favorita.
[000121] Tal como para os movimentos sacádicos detalhados acima, o alvo 20 pode passar de uma posição-alvo para a posição-alvo seguinte, em uma direção de deslocação oposta à direção de deslocação favorita, seja por saltar de uma posição para a outra (alvo invisível), ou por se mover de uma para a outra (alvo visível).
[000122] Um procedimento para determinar pelo menos um parâmetro de comportamento visual do indivíduo 1 vai agora ser descrito com referência às Figuras 3 a 10, esse procedimento utilizando o dispositivo de teste aqui descrito acima, que é particularmente adequado para a execução desse procedimento.
[000123] O procedimento de determinação compreende as seguintes etapas: - uma etapa de solicitação ao indivíduo para que realize um teste visual no decorrer do qual observa pelo menos uma posição- alvo, - uma etapa de medição de um dado representativo de pelo menos uma direção do olhar do indivíduo no decorrer do referido teste visual, - uma etapa de determinação de uma direção de referência do olhar, em função dos referidos dados representativos medidos, - uma etapa de posicionamento, em relação à referida direção de referência do olhar, de pelo menos uma posição-alvo medida que é determinada em função do referido dado representativo da referida direção do olhar do indivíduo medido no decorrer do teste visual.
[000124] Vantajosamente, uma etapa de deduzir, em função da referida, pelo menos, uma posição-alvo medida, o parâmetro de comportamento visual do indivíduo é realizado após a etapa de posicionamento.
[000125] Na prática, o tablet 10, ou um computador local ou remoto, é programado para realizar as etapas acima e detalhadas abaixo.
[000126] Preferencialmente, na etapa de solicitar o procedimento de determinação, o indivíduo 1 observa sucessivamente várias posições- alvo 30.
[000127] Ao indivíduo 1 é, portanto, solicitado que observe o visor 11 do tablet 10, que exibe o alvo 20 visualmente predominante, de acordo com uma sequência predeterminada das posições-alvo 30 do protocolo de rastreamento visual escolhido tal como descrito acima com referência à Figura 2.
[000128] De acordo com uma primeira modalidade variante, o procedimento de determinação compreende as seguintes etapas intermédias: - as referidas direções do olhar do indivíduo são determinadas no decorrer do teste visual em uma armação de referência presa à cabeça do indivíduo, - as coordenadas das referidas posições-alvo são determinadas na referida armação de referência presa à cabeça do indivíduo, e - um baricentro das referidas posições-alvo na armação de referência presa à cabeça do indivíduo é determinado com base nas referidas coordenadas, e - a referida direção de referência do olhar é definida como uma linha reta ligando um centro de rotação de um olho esquerdo ou um olho direito do indivíduo, ou um baricentro dos referidos centros de rotação, ao referido baricentro das posições-alvo na armação de referência presa à cabeça do indivíduo.
[000129] Como ponto de referência ligado à cabeça 4 do indivíduo 1, é, por exemplo, possível escolher um ponto de referência denominado "ponto de referência primário do olhar" ou "armação de referência CRO", em que a cabeça 4 do indivíduo 1 exibe uma posição e orientação fixas e com a qual está associada uma armação de referência, preferencialmente ortonormal, tendo uma origem e três eixos independentes.
[000130] As Figuras 3 e 4 ilustram como esta armação de referência CRO está construída.
[000131] Em particular, na Figura 3, foi representado um plano vertical PV correspondente a um plano sagital da cabeça 4 do indivíduo 1 que é o plano vertical passando através de uma bissetriz perpendicular dos dois olhos, direito e esquerdo, OD, OG do indivíduo 1.
[000132] Essa bissetriz perpendicular dos olhos OD, OG é um eixo que passa no meio de um segmento o qual é definido pelo centro de rotação do olho direito OD (daqui em diante referenciado CROD) e centro de rotação do olho esquerdo OG (daqui em diante referenciado CROG) e que é paralelo ao plano de Frankfurt da cabeça 4 do indivíduo 1.
[000133] O plano de Frankfurt da cabeça do indivíduo é definido como o plano passando através dos pontos orbitais inferiores do indivíduo 1 e o pório do indivíduo 1, sendo o pório o ponto mais alto do canal auditivo do crânio, que corresponde ao trago do ouvido. Para a determinação do plano de Frankfurt, se considera que o indivíduo está em uma posição ortostática, na qual ele exerce o mínimo de esforço. Essa posição corresponde a uma postura natural, daqui em diante designada "postura primária do olhar".
[000134] Nessa posição natural, a direção do olhar do indivíduo é então a direção primária do olhar, que é dizer que ele olha em frente. O plano de Frankfurt é, então, geralmente horizontal.
[000135] Se define, assim, (ver Figura 3) um plano PH que contém os centros de rotação CROD, CROG dos olhos OD, OG do indivíduo 1.
[000136] No exemplo particular aqui descrito, esse plano pH é paralelo ao plano de Frankfurt da cabeça 4 do indivíduo 1 e é, por conseguinte, horizontal. Com base na postura primária do olhar do indivíduo 1, isto é, do conhecimento da orientação do plano de Frankfurt, e dos centros de rotação CROD, CROG dos olhos OD, OG do indivíduo 1, é possível construir a armação de referência CRO presa à cabeça 4 do indivíduo 1, daqui em diante referenciada Rcro, escolhendo: - uma origem que é um dos centros de rotação CROD, CROG do olho direito OD ou do olho esquerdo OG do indivíduo 1 ou um baricentro desses centros de rotação CROD, CROG; - um primeiro eixo que é paralelo a uma direção primária do olhar do indivíduo 1; - um segundo eixo que é horizontal e perpendicular ao primeiro eixo, e - um terceiro eixo que é perpendicular ao primeiro eixo e ao segundo eixo.
[000137] Nas modalidades exemplares descritas, a origem da armação de referência Rcro é escolhida como sendo o ponto situado no meio do segmento unindo o centro de rotação CROD do olho direito OD e o centro de rotação CROG do olho esquerdo OG do indivíduo 1. Dito de outro modo, esse ponto de origem, designada daqui em diante "ciclope CRO" e referenciado CROC corresponde ao isobaricentro dos centros de rotação CROD, CROG dos olhos OD, OG do indivíduo 1.
[000138] Os três eixos XH, YH, ZH, da armação de referência Rcro também estão representados na Figura 4.
[000139] O eixo Xh (segundo eixo) passa através do ciclope CRO, CROC e é orientado aqui a partir do centro de rotação da esquerda CROG para o centro de rotação da direita CROD. O eixo Xh é horizontal aqui, uma vez que está contido no plano horizontal PH paralelo ao plano de Frankfurt. Uma orientação oposta também é possível.
[000140] O eixo Zh (primeiro eixo) é paralelo à direção primária do olhar quando o indivíduo 1 está em uma posição natural, isto é, na postura primária do olhar. No caso particular aqui descrito, o eixo Zh se situa no plano vertical PV da cabeça 4 do indivíduo 1 e é paralelo ao plano de Frankfurt. Em outros casos onde a cabeça do indivíduo exibe um ângulo de desvio de direção, esse eixo Zh não pode ser situado no plano vertical. O eixo Zh se estende aqui em uma direção para fora a partir da cabeça 4 do indivíduo 1 (no sentido da parte posterior).
[000141] O eixo Yh (terceiro eixo) se estende, por seu lado, no plano sagital vertical PV da cabeça 4 do indivíduo 1 e é perpendicular ao plano de Frankfurt. O eixo Yhé, portanto, de fato, perpendicular ao eixo Xh e ao eixo Zh. É orientado para cima aqui, pelo que a armação de referência Rcro é destra.
[000142] Deve se notar que a armação de referência Rcro está presa à cabeça 4 do indivíduo 1 e que, portanto, essa armação de referência Rcro muda com a cabeça 4 do indivíduo 1, a posição e a orientação dessa armação de referência Rcro mudando com respeito a uma armação absoluta ou uma armação de referência (por exemplo, uma armação de referência presa à sala onde o indivíduo efetua o teste visual) que não iria ser presa à cabeça 4 do indivíduo 1 em função dos movimentos da cabeça 4 do indivíduo 1.
[000143] Deve se notar que a determinação das posições dos centros de rotação CROD, CROG pode ser realizada de acordo com o princípio conhecido per se e estabelecido, por exemplo, no documento FR 2914173, um equivalente ao qual em Inglês é o documento US 2010/0128220.
[000144] Durante essa determinação dos centros de rotação CROD, CROG, o indivíduo 1 usa, em sua cabeça 4, fixado à cabeça 4, um sistema de marcação (referência metrológica) ou "clipe" que compreende elementos de marcação (marcadores) detectáveis durante uma captura de imagem da cabeça 4 do indivíduo 1.
[000145] Para resumir, pelo menos, duas imagens da cabeça 4 do indivíduo 1 são capturadas por meio de um aparelho de captura de imagem: - uma primeira imagem quando o indivíduo olha o aparelho de captura de imagem, enquanto está posicionado de frente, olhando para a frente na distância medida (postura primária do olhar), e - uma segunda imagem quando o indivíduo olha para o aparelho de captura de imagem, enquanto está posicionado a três quatros.
[000146] Com base em um processamento das duas imagens capturadas (ver documento FR 2914173), as posições dos centros de rotação CROD, CROG são deduzidas em um ponto de referência preso ao sistema de marcação.
[000147] Em seguida, é possível determinar o centro de rotação "ciclope", que é o isobaricentro dos dois centros de rotação CROD, CROG previamente determinados.
[000148] Para a determinação da postura primária do olhar, as posições dos centros de rotação CROD, CROG são reutilizadas em conjunto com a primeira imagem capturada de frente. Pode também ser feita provisão para compensar a inclinação do tablet 10 durante a última determinação.
[000149] Na Figura 5 foi representada a direção do olhar DR unindo o ciclope CRO ao alvo 20, posicionado aqui na última posição-alvo do protocolo de rastreamento visual, bem como a armação de referência Rcro presa à cabeça 4 do indivíduo 1 com os seus três eixos Xh, Yh, Zh.
[000150] Também representada nessa Figura 5 são as direções de olhar referenciadas respectivamente DRD e DRG correspondentes às direções de olhar para o olho direito OD e o olho esquerdo OG do indivíduo 1.
[000151] Uma vez que a armação de referência presa à cabeça 4 do indivíduo 1 foi escolhida, aqui a armação de referência Rcro, é possível determinar, para cada posição-alvo 30 do alvo 20 observada no visor 11 do tablet 10, as coordenadas dessas posições-alvo nessa armação de referência Rcro.
[000152] Para esse efeito, durante a etapa de medição do processo de determinação: - imagens de uma parte da cabeça 4 do indivíduo 1 observando cada posição-alvo 30 são capturadas por meio da câmera frontal 13, voltada para a cabeça 4 do indivíduo 1, do dispositivo de teste 10, cada posição-alvo 30 sendo capaz de ser predeterminada em uma armação de referência presa à câmera frontal 13, - essas imagens são armazenadas em associação com as coordenadas, expressas nessa armação de referência presa à câmera frontal 13, da posição-alvo 30 observada pelo indivíduo 1, e - as coordenadas da armação de referência Rcro presa à cabeça 4 do indivíduo 1 na armação de referência presa ao aparelho de captura de imagem 13, ou as coordenadas das direções de olhar DR do indivíduo 1 na armação de referência Rcro presa à cabeça 4 do indivíduo 1 são determinadas em função das imagens capturadas e das coordenadas associadas da posição-alvo 30 observada.
[000153] Uma armação de referência presa à câmera frontal 13 pode ser, por exemplo, a armação de referência Rscr do visor 11 (ver Figura 5, por exemplo), tendo como origem o canto superior esquerdo 90 do visor 11 e, como eixos, os dois eixos mutuamente perpendiculares 91, 92 dirigidos ao longo das colunas e das linhas do visor 11.
[000154] Vantajosamente, a câmera frontal 13 desencadeia uma captura de imagem da cabeça 4 do indivíduo 1 com um desvio de captura em relação ao momento em que o alvo 20 é exibido nas posições-alvo 30 predeterminadas do protocolo de rastreamento visual no visor 11. Esse desvio pode ser zero, ou ainda preferencialmente menor, por exemplo, inferior a 200 milissegundos. Isso torna possível ter em conta o tempo de reação e o tempo de deslocamento dos olhos 3 do indivíduo 1 durante uma mudança de posição 30 do alvo 20 no visor 11.
[000155] De acordo com uma variante, a câmera frontal também pode realizar uma sequência contínua de vídeo, por exemplo, a uma velocidade de vinte imagens por segundo, e extrair da sequência de vídeo a melhor imagem que dá a melhor informação sobre o comportamento visual do indivíduo durante a exibição do alvo na posição-alvo correspondente.
[000156] Cada imagem capturada pela câmera frontal 13 do tablet 10 corresponde, assim, a uma posição-alvo 30 predeterminada do alvo 20 visualmente predominante, cuja posição 30 na armação de referência Rscr presa ao aparelho de captura de imagem 13 é perfeitamente conhecida.
[000157] Para determinar as coordenadas da armação de referência Rcro presa à cabeça 4 do indivíduo 1 na armação de referência presa ao aparelho de captura de imagem 13, ou as coordenadas das direções de olhar DR do indivíduo 1 na armação de referência Rcro presa à cabeça 4 do indivíduo 1, é feita provisão para meios de processamento de imagens do tablet 10, que consistem, por exemplo, do processador do tablet 10, o qual detecta em imagens capturadas da cabeça 4 do indivíduo 1 os marcadores do clipe usados pelo indivíduo 1 na cabeça 4.
[000158] A posição e a orientação do clipe na armação de referência Rscr presa à câmera frontal 13 são então determinadas para cada imagem capturada, isto é, para cada posição-alvo 30 do alvo 20 do protocolo de rastreamento visual, por exemplo, utilizando o método descrito no documento US 2010/0128220.
[000159] As posições dos centros de rotação CROD, CROG dos olhos do indivíduo 1 com respeito ao clipe sendo conhecido, a posição (coordenadas espaciais) e a orientação (coordenadas angulares) da armação de referência Rcro presa à cabeça 4 do indivíduo 1 também são conhecidas com respeito ao clipe.
[000160] Isso é também ilustrado na Figura 5, onde a armação de referência Rcro foi representada com a sua origem no centro de rotação ciclope CROc (isobaricentro dos centros de rotação CROD, CROG) e seus eixos Xh, Yh, Zh.
[000161] Assim, através de uma mudança da armação de referência, é possível determinar, por cada posição-alvo 30 do alvo 20 do protocolo de rastreamento visual, a posição e a orientação da armação de referência Rcro presa à cabeça 4 do indivíduo 1 na armação de referência Rscr presa à câmera frontal 13 do tablet 10.
[000162] É também possível determinar, por cada posição-alvo 30 do alvo 20 do protocolo de rastreamento visual, as direções de olhar DR do indivíduo 1 no ponto de referência Rcro preso à cabeça 4 do indivíduo 1, essas direções de olhar DR aqui unindo o centro de rotação ciclope CROc, origem da armação de referência Rcro presa à cabeça 4 do indivíduo 1, ao alvo 20.
[000163] É finalmente possível re-expressar, na base das posições e orientações da cabeça 4 ou das direções de olhar DR do indivíduo 1, as posições-alvo 30 do alvo 20 na armação de referência Rcro presa à cabeça 4 do indivíduo 1.
[000164] Essas posições-alvo 30 na armação de referência Rcro presa à cabeça 4 do indivíduo 1 são dados representativos das direções medidas de olhar DR do indivíduo 1 durante o protocolo de rastreamento visual.
[000165] Uma direção de referência do olhar é determinada, após a etapa de medição, em função desses dados representativos.
[000166] Em certas modalidades, a direção de referência do olhar corresponde a uma direção de observação do indivíduo de um alvo distante (visão ao longe) quando o indivíduo está em uma postura natural.
[000167] Na modalidade preferida, a direção de referência do olhar é uma direção média do olhar do indivíduo 1 no decorrer do teste visual.
[000168] Tal como representado nas Figuras 6 e 7, essa direção média do olhar, daqui em diante referenciada DRm, é preferencialmente escolhida como sendo a linha reta ligando o ciclope CRO, CROc ao baricentro 71 das posições-alvo 30.
[000169] Como uma variante, a direção média do olhar pode ser definida na base do centro de rotação direito CROD ou do centro de rotação esquerdo CROG.
[000170] Como uma outra variante, a direção média do olhar é escolhida aqui como sendo a linha reta ligando um centro de rotação do olho esquerdo ou olho direito do indivíduo, ou um baricentro dos referidos centros de rotação, a uma posição-alvo na armação de referência presa à cabeça do indivíduo.
[000171] Levendo em consideração o fato de que não só a posição e a orientação da cabeça 4 do indivíduo 1 mudam no decorrer do protocolo de teste visual no que diz respeito à armação de referência Rscr presa ao aparelho de captura de imagem 13, mas também que o indivíduo 1 modifica a posição e a orientação do tablet 10 no decorrer do teste visual, se entende que as posições-alvo 30 do alvo 20 na armação de referência Rcro presa à cabeça 4 do indivíduo 1 esclarecem o comportamento visual do indivíduo 1, em particular na sua propensão para mover seus olhos 3 durante a leitura de um texto.
[000172] Com efeito, se o indivíduo 1 segue o protocolo de rastreamento visual ao modificar bastante a sua direção de olhar DR, então as posições-alvo 30 do alvo 20 na armação de referência Rcro presa à cabeça 4 do indivíduo 1 estão dispostas em um modo relativamente semelhante às posições-alvo 30 do alvo 20 na armação de referência Rscr presa à câmera frontal 13. Esse é o caso na Figura 6.
[000173] Por outro lado, se o indivíduo 1 segue o protocolo de rastreamento visual, mantendo uma direção quasi fixa do olhar DR, então as posições-alvo 30 do alvo 20 na armação de referência Rcro presa à cabeça 4 do indivíduo 1 são agrupadas em conjunto. Esse é o caso na Figura 7.
[000174] O procedimento de determinação compreende além disso uma etapa de posicionamento, em relação à direção de referência do olhar DRm, posições-alvo medidas 50 (ver Figura 8), que são determinadas na base das direções de olhar DR do indivíduo 1 medidas no decorrer do teste visual quando o indivíduo 1 segue as posições-alvo 30 do alvo 20, que estão dispostas no visor 11 do tablet 10.
[000175] Preferencialmente, durante essa etapa de posicionamento, uma superfície de exibição modelo 111 orientada, em relação à direção de referência do olhar DRm, de acordo com uma orientação média do visor 11 durante o teste visual, é também determinada.
[000176] A orientação média pode, por exemplo, ter em conta os ângulos médios de inclinação e/ou de campo com o qual o indivíduo 1 segura o tablet 10 entre suas mãos 2 no decorrer do teste visual.
[000177] Tal como representado na Figura 8, as posições-alvo medidas 50 (símbolos "•" na Figura 8) são também determinadas, durante a etapa de posicionamento, como as interseções das direções de olhar DR do indivíduo 1 no decorrer do teste visual e da superfície de exibição modelo 111.
[000178] Dito de outro modo, as posições-alvo medidas 50 correspondem às projeções na superfície de exibição modelo 111 das posições-alvo 30, ao longo das direções de olhar DR associadas a essas posições-alvo 30.
[000179] Em uma modalidade preferida, o procedimento de determinação compreende uma etapa de posicionamento adicional.
[000180] Durante essa etapa de posicionamento adicional, posições- alvo teóricas 60 (símbolos "+" na Figura 8), cujas disposições relativas com respeito uma à outra são idênticas às disposições relativas das posições-alvo 30 na superfície de exibição 11 (tela) do tablet 10, são posicionadas em relação à direção de referência do olhar, aqui a direção média do olhar DRm.
[000181] Preferencialmente, essas posições-alvo teóricas 60 são posicionadas de modo que o seu baricentro 62 se situa na direção de referência do olhar DRm.
[000182] Assim, após a conclusão das etapas de posicionamento descritas acima, as coordenadas das posições-alvo medidas 50, e as coordenadas das posições-alvo teóricas 60, na armação de referência Rcro presa à cabeça 4 do indivíduo 1, foram determinadas na superfície de exibição modelo 111. Isso é ilustrado na Figura 9 dos desenhos.
[000183] Parâmetros de comportamento visual do indivíduo 1 durante o protocolo de rastreamento visual podem ser deduzidos a partir das posições-alvo medidas 50 e a partir das posições-alvo teóricas 60.
[000184] Na verdade, já é possível determinar um primeiro parâmetro de comportamento visual correspondente à posição (coordenadas) do baricentro (daqui em diante referenciado NVB para "Comportamento de Visão ao Perto") das posições-alvo 30 na armação de referência Rcro presa à cabeça 4 do indivíduo 1. Este baricentro NVB esclarece, em particular, a direção média do olhar DRm do indivíduo 1 (ver acima) durante o teste visual.
[000185] Além disso, tal como explicado acima com referência às Figuras 6 e 7, deve se entender que a distribuição (posição e disseminação) dos pontos alvo medidos 50 com respeito aos pontos alvo teóricos 60, cuja distribuição na superfície de exibição modelo 111 é fixada pela da posição-alvo 30 no visor 11, esclarece a tendência do indivíduo 1 para mover a cabeça 4 em relação à superfície de exibição e/ou seus olhos 3 durante uma tarefa de leitura.
[000186] Assim, em uma outra modalidade descrita com referência à Figura 10, a etapa de deduzir do procedimento de determinação compreende preferencialmente uma comparação das posições-alvo teóricas 60 e das posições-alvo medidas 50 na armação de referência Rcro presa à cabeça 4 do indivíduo 1. Essa comparação torna possível deduzir um ou mais parâmetros de comportamento visual procurado, em especial parâmetros de comportamento visual do indivíduo 1, que são representativos da disseminação vertical EV e da disseminação horizontal EH (ver Figura 6) das posições-alvo 30 na armação de referência Rcro presa à cabeça 4 do indivíduo 1. A disseminação vertical EV, respectivamente, a disseminação horizontal EH é, de fato, representativa da propensão do indivíduo 1 para mover os olhos para baixo (ou para cima), respectivamente, a partir da esquerda para a direita (ou da direita para a esquerda), durante a tarefa visual.
[000187] Em uma modalidade preferida, essa comparação pode compreender a determinação de diferenças entre as posições-alvo teóricas 60 e as posições-alvo medidas 50 de acordo com uma direção favorita da superfície modelo 111. Isso é ilustrado na Figura 10.
[000188] Em particular, na Figura 10, está representada a superfície de exibição modelo 111 dotada de eixos 191, 192 orientados e normalizados de maneira idêntica aos eixos 91, 92 do visor 11 (superfície de exibição real), o alvo medido posiciona 50 (símbolos "•"), bem como as posições-alvo teóricas 60 correspondentes (símbolos "+").
[000189] É possível escolher, por exemplo, a direção vertical do eixo 192 como direção favorita da superfície modelo 111.
[000190] Em seguida, para cada par formado de uma posição-alvo medida 51 e de uma posição-alvo teórica 61 correspondente à mesma posição-alvo 30 do protocolo de rastreamento visual, uma diferença vertical é calculada, designada aqui Δv, correspondente à distância, ao longo da direção vertical, entre a posição-alvo medida 51 e a posição- alvo teórica 61 do referido par.
[000191] Seria também possível escolher uma direção horizontal favorita (ao longo do eixo 191 da Figura 10) e calcular diferenças horizontais, em vez de diferenças verticais.
[000192] De um modo vantajoso, um processamento estatístico das diferenças calculadas é executado para determinar o parâmetro de comportamento visual.
[000193] Esse processamento estatístico pode, por exemplo, compreender as seguintes operações: - produzir uma média <Δv> por linha de exibição, das diferenças verticais Δv; - executar uma regressão linear, de modo a encontrar uma linha reta de aproximação, o que minimiza a diferença com as curvas medidas.
[000194] O coeficiente é, em particular, determinado de modo a se situar entre 0 e 1, em conformidade um valor limite mínimo e um valor limite máximo são determinados, tornando possível normalizar o coeficiente, para facilidade de utilização. Assim, o rácio (coeficiente diretor - valor mínimo)/(valor máximo - valor mínimo) é recalculado.
[000195] De acordo com uma modalidade da presente invenção, proporcionar uma direção média do olhar, DRm, determinada para o usuário em uma armação de referência, RCRO, presa à cabeça do referido usuário, emerge a partir do procedimento descrito anteriormente para determinar, pelo menos, um parâmetro de comportamento visual do indivíduo, o referido procedimento utilizando o dispositivo de teste aqui descrito acima.
[000196] De acordo com uma modalidade da presente invenção, proporcionar o parâmetro de comportamento visual do indivíduo emerge do procedimento descrito acima para determinar, pelo menos, um parâmetro de comportamento visual do indivíduo, onde o parâmetro de comportamento visual do indivíduo está relacionado com as diferenças Δv entre as posições-alvo teóricas 60 e as posições-alvo medidas 50 ao longo da direção favorita da referida superfície modelo 111.
[000197] Para os exemplos que se seguirão, o parâmetro de comportamento visual do indivíduo, designado de "RATIO", é definido como sendo a diferença entre a média dos valores medidos Δv e o valor mínimo de Δv medido, dividido pela diferença entre o valor máximo de Δv medido e o valor mínimo de Δv medido, de tal maneira que o valor RATIO se situa entre 0 e 1.
[000198] Nos exemplos que se seguem, se parte de uma lente de referência que tem as seguintes características: • dados de prescrição: o esfera prescrita = 0 dioptria o cilindro prescrito = 0 dioptria o eixo prescrito = 0 ° o adição prescrita = 2 dioptria • comprimento de progressão total: LPTref = 17 mm
[000199] Nos exemplos que se seguem, o método para determinar um sistema óptico de uma lente progressiva, de acordo com a invenção, é implementado, a partir do cálculo do sistema óptico da lente progressiva de referência acima e tendo os mesmos dados de prescrição como valores alvo.
[000200] Os parâmetros de uma dessa natureza, que tornam possível determinar o(s) valor(es) alvo complementar(es) utilizado(s) no cálculo do sistema óptico da lente progressiva dos exemplos, surgem dos dados a seguir: Exemplo 1: • LPT (DRm) = 16 mm, • LPTperso determinado por Identidade, portanto LPTperso = 16 mm, • Não tendo em conta um comprimento de progressão parcial personalizado. Exemplo 2: • LPT (DRm) = 14,5 mm, • LPTperso determinado por FT2, portanto LPTperso = 16 mm, • Não tendo em conta um comprimento de progressão parcial personalizado. Exemplo 3: • LPT (DRm) = 14,5 mm, • LPTperso determinado por FT2, portanto LPTperso = 16 mm, • Tendo em conta um comprimento de progressão parcial personalizado e RATIO = 0,9 e aplicação de FT2; o portanto, LP85perso = LP85/LPTperso; o onde LP85/LPTperso é o valor LPx%, por X = 85, da lente personalizada quando esta última foi otimizada na etapa c), utilizando o parâmetro de design LPT = LPTperso. Exemplo 4: • LPT (DRm) = 14,5 mm, • LPTperso determinado por FT2, portanto LPTperso = 16 mm, • Tendo em conta um comprimento de progressão parcial personalizado e RATIO = 0,47 e aplicação de FT2; o portanto, LP85perso = LP 85/LPTperso - 0,5 mm; o onde LP85/LPTperso é o valor LPx%, por X = 85, da lente personalizada quando esta última foi otimizada na etapa c), utilizando o parâmetro de design LPT = LPTperso. Exemplo 5: • LPT (DRm) = 15,5 mm, • LPTperso determinado por FT2, portanto LPTperso= 17 mm, • Tendo em conta um comprimento de progressão parcial personalizado e RATIO = 0 e aplicação de FT2; o portanto, LP85perso = LP85/LPTperso - 2 mm; o onde LP85/LPTperso é o valor LPx%, por X = 85, da lente personalizada quando esta última foi otimizada na etapa c), utilizando o parâmetro de design LPT = LPTperso
[000201] As Figuras 11 a 19 representam as propriedades ópticas de três lentes progressivas obtidas em virtude do método da presente invenção, em comparação com aquelas da lente progressiva de referência mencionado acima.
[000202] As Figuras 11, 14 e 17 representam perfis de distribuição da potência de refração média, PPO, ao longo do meridiano, em função do ângulo de baixar o olhar α, com, mostrado a tracejado, o perfil correspondente à lente de referência e, mostrado a contínuo, o perfil correspondente a um exemplo de acordo com a presente invenção, correspondendo respectivamente às curvas 110,140 e 170.
[000203] As Figuras 12, 15 e 18 representam curvas de potência de refração média, PPO, sob a forma de curva de potência de refração iso-média, onde a variação na potência de refração média entre duas curvas adjacentes de diferentes potências de refração média é de 0,25 dioptria; os valores das curvas de potência de refração iso-média são indicados a cada 0,50 dioptrias e os valores das curvas de potência de refração iso-média sem indicação correspondem à média das duas curvas adjacentes. As curvas de potência de refração média são representadas ao longo do domínio (α, β), com, mostrado a tracejado, as curvas correspondentes às lentes de referência e, mostrado a contínuo, as curvas correspondentes a um exemplo de acordo com a presente invenção.
[000204] As Figuras 13, 16 e 19 representam curvas de astigmatismo resultante, ASR, sob a forma de curva de astigmatismo iso-resultante, onde a variação no astigmatismo resultante entre duas curvas adjacentes de diferente potência de refração média é de 0,25 dioptrias; os valores das curvas de astigmatismo resultante são indicados a cada 0,50 dioptrias e os valores das curvas de astigmatismo resultante sem indicação correspondem à média das duas curvas adjacentes. As curvas de astigmatismo resultante são representadas ao longo do domínio (α, β), com, mostrado a tracejado, as curvas correspondentes às lentes de referência e, mostrado a contínuo, as curvas correspondentes a um exemplo de acordo com a presente invenção.
[000205] Os conceitos de "ângulo de baixar o olhar, α", de "ângulo azimutal, β", de "domínio (α, β)", de "potência de refração média, PPO", de "astigmatismo resultante, ASR" são conhecidos de um perito na técnica e, em especial, explicados no documento de patente WO 2015/074777 A1, à qual é feita referência.
[000206] As propriedades ópticas do Exemplo 1, Exemplo 2, Exemplo 3 correspondem às representações a linha sólida das Figuras 11 a 13.
[000207] As propriedades ópticas do Exemplo 4 correspondem às representações a linha sólida das Figuras 14 a 16.
[000208] As propriedades ópticas do Exemplo 5 correspondem às representações a linha sólida das Figuras 17 a 19.
[000209] As Figuras 11 a 19 em conjunto com os Exemplos 1 a 5 são, de fato, de uma dessa natureza que demonstram que o método para determinar um sistema óptico de uma lente progressiva, de acordo com a presente invenção, é de uma dessa natureza que permite uma personalização vantajosa para um determinado usuário.
Claims (12)
1. Método para determinar um sistema óptico de uma lente progressiva definida pelo menos por uma cruz de montagem, a referida lente progressiva sendo personalizada para um determinado usuário tendo dados de prescrição, incluindo uma adição prescrita, e caracterizado pelo fato de que o referido método é implementado por meio de computação e compreende as seguintes etapas consecutivas: - ) proporcionar uma direção média do olhar, DRm, determinada para uma pluralidade de direções de olhar do usuário em uma armação de referência, RCRO, presa à cabeça do referido usuário; - ) determinar um valor-alvo para pelo menos um parâmetro de design óptico em função da direção média do olhar, DRm, determinada na etapa a); - ) calcular o sistema óptico da lente progressiva para o usuário por meio de um procedimento de otimização óptica baseado em valores-alvo, onde os dados de prescrição são valores-alvo do referido cálculo, e onde o valor-alvo do (ou de cada) parâmetro de design óptico em função da direção média do olhar determinado na etapa b) é um valor-alvo complementar do referido cálculo do sistema óptico, em que fornecer a direção média do olhar, DRm, origina do resultado de um procedimento compreendendo: - solicitar ao indivíduo (1) para que realize um teste visual no decorrer do qual observa pelo menos uma posição-alvo (30) de um objeto, - medir pelo menos um dado representativo de uma pluralidade de direções do olhar (DR) do indivíduo (1) no decorrer do referido teste visual, onde a referida direção do olhar (DR) são direções de observação que correspondem a linhas retas ligando um centro de rotação de um olho do indivíduo (1) a um ponto do objeto, - determinar uma direção média do olhar (DRm), em função do referido pelo menos um dado representativo medido, e em que no procedimento para proporcionar a direção média do olhar, DRm: - o indivíduo (1) observa sucessivamente várias posições- alvo (30) do objeto, - direções do olhar (DR) do indivíduo (1) são determinadas no decorrer do teste visual na referida armação de referência (Rcro) presa à cabeça (4) do indivíduo (1), - coordenadas das referidas posições-alvo (30) são determinadas na referida armação de referência (Rcro) presa à cabeça (4) do indivíduo (1), - um baricentro (NVB) das referidas posições-alvo (30) na armação de referência (Rcro) presa à cabeça (4) do indivíduo (1) é determinado com base nas referidas coordenadas, e - a direção média do olhar (DRm) é determinada como uma linha reta ligando um centro de rotação de um olho esquerdo (CROG) ou olho direito (CROD) do indivíduo (1), ou um baricentro (CROc) dos referidos centros de rotação, ao referido baricentro (NVB) das posições-alvo (30) na armação de referência (Rcro) presa à cabeça (4) do indivíduo (1); e - posicionar, em relação à referida direção média do olhar (DRm), pelo menos uma posição-alvo medida (50) que é determinada, em uma armação de referência (Rcro) presa à cabeça (4) do indivíduo (1), em função do referido dado representativo da referida direção do olhar (DR) do indivíduo (1), correspondente à direção de observação, medido no decorrer do teste visual.
2. Método, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o parâmetro de design óptico da etapa b) é um comprimento de progressão personalizado escolhido dentre um comprimento de progressão total personalizado e um comprimento de progressão parcial personalizado.
3. Método, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que o parâmetro de design óptico da etapa b) é um comprimento de progressão total personalizado, e onde o valor-alvo de comprimento de progressão total personalizado é definido pela diferença entre a cruz de montagem e um ponto correspondente à projeção da direção média do olhar, DRm, no plano da lente.
4. Método, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que o parâmetro de design óptico da etapa b) é um comprimento de progressão total personalizado, e onde o valor-alvo do comprimento de progressão total personalizado é definido pela diferença entre a cruz de montagem e um ponto correspondente ao resultado de uma função de transferência tendo como variável o ponto correspondente à projeção da direção média do olhar, DRm, no plano da lente.
5. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 3 ou 4, caracterizado pelo fato de que um valor-alvo adicional definido como um valor de um comprimento de progressão parcial personalizado é introduzido na etapa c) de cálculo do sistema óptico da lente progressiva para o usuário.
6. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 2 ou 5, caracterizado pelo fato de que o comprimento de progressão parcial personalizado é definido pela diferença entre a cruz de montagem e um ponto correspondente a 85% da adição prescrita.
7. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 5 ou 6 combinada com a reivindicação 5, caracterizado pelo fato de que o valor de comprimento de progressão parcial personalizado é o resultado de uma função de transferência tendo como variável um parâmetro de comportamento visual do usuário.
8. Método, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de que o parâmetro de comportamento visual do usuário é fornecido no decorrer do procedimento para fornecer a direção média do olhar, DRm, no decorrer do qual o parâmetro de comportamento visual do usuário é ainda determinado segundo as seguintes etapas: - posicionar, em relação à referida direção média do olhar (DRm), de posições-alvo teóricas (60) cujas disposições relativas com respeito uma à outra são idênticas às disposições relativas das referidas posições-alvo (30); - durante o teste visual, as posições-alvo (30) estão dispostas em uma superfície de exibição (11) e, durante a etapa de posicionamento, uma superfície de exibição modelo (111) orientada, em relação à referida direção de referência do olhar (DRm), segundo uma orientação média da referida superfície de exibição (11) durante o teste visual, é determinada, e as referidas posições-alvo medidas (50) são determinadas como as interseções das referidas direções do olhar (DR) do indivíduo (1) no decorrer do teste visual e da referida superfície de exibição modelo (111); - as diferenças (Δv) são determinadas entre as referidas posições-alvo teóricas (60) e as referidas posições-alvo medidas (50) segundo uma direção favorita da referida superfície modelo (111), e o parâmetro de comportamento visual do indivíduo (1) é deduzido a partir daí.
9. Método, de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pelo fato de que a dedução do parâmetro de comportamento visual é realizada em função de um processamento estatístico das diferenças (Δv) entre as posições-alvo teóricas (60) e as posições-alvo medidas (50).
10. Método, de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pelo fato de que compreende ainda posicionar as referidas posições- alvo teóricas (60) de modo que o baricentro (61) das referidas posições-alvo teóricas (60) esteja situado na direção de referência do olhar (DRm);
11. Método para fabricar uma lente progressiva caracterizado por ser por usinagem de uma lente semiacabada segundo os resultados do cálculo do sistema óptico da lente progressiva para o usuário, conforme definido em qualquer uma das reivindicações precedentes.
12. Meio legível por um computador caracterizado pelo fato de que compreende as instruções com uma pluralidade de sequências gravadas acessíveis a um processador e que, quando é executadas pelo processador, implementa as etapas do método, conforme definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 10.
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