BR112017007308B1 - Composição, método para produzir a composição e uso de uma composição - Google Patents

Composição, método para produzir a composição e uso de uma composição Download PDF

Info

Publication number
BR112017007308B1
BR112017007308B1 BR112017007308-0A BR112017007308A BR112017007308B1 BR 112017007308 B1 BR112017007308 B1 BR 112017007308B1 BR 112017007308 A BR112017007308 A BR 112017007308A BR 112017007308 B1 BR112017007308 B1 BR 112017007308B1
Authority
BR
Brazil
Prior art keywords
composition
gluconate
ruminant
gluconic acid
release agent
Prior art date
Application number
BR112017007308-0A
Other languages
English (en)
Other versions
BR112017007308A2 (pt
Inventor
John Henry Doelman
Original Assignee
Nutreco Nederland B.V.
Priority date (The priority date is an assumption and is not a legal conclusion. Google has not performed a legal analysis and makes no representation as to the accuracy of the date listed.)
Filing date
Publication date
Application filed by Nutreco Nederland B.V. filed Critical Nutreco Nederland B.V.
Publication of BR112017007308A2 publication Critical patent/BR112017007308A2/pt
Publication of BR112017007308B1 publication Critical patent/BR112017007308B1/pt

Links

Classifications

    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23KFODDER
    • A23K20/00Accessory food factors for animal feeding-stuffs
    • A23K20/10Organic substances
    • A23K20/105Aliphatic or alicyclic compounds
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23KFODDER
    • A23K20/00Accessory food factors for animal feeding-stuffs
    • A23K20/10Organic substances
    • A23K20/158Fatty acids; Fats; Products containing oils or fats
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23KFODDER
    • A23K20/00Accessory food factors for animal feeding-stuffs
    • A23K20/20Inorganic substances, e.g. oligoelements
    • A23K20/24Compounds of alkaline earth metals, e.g. magnesium
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23KFODDER
    • A23K50/00Feeding-stuffs specially adapted for particular animals
    • A23K50/10Feeding-stuffs specially adapted for particular animals for ruminants
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23VINDEXING SCHEME RELATING TO FOODS, FOODSTUFFS OR NON-ALCOHOLIC BEVERAGES AND LACTIC OR PROPIONIC ACID BACTERIA USED IN FOODSTUFFS OR FOOD PREPARATION
    • A23V2002/00Food compositions, function of food ingredients or processes for food or foodstuffs
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23VINDEXING SCHEME RELATING TO FOODS, FOODSTUFFS OR NON-ALCOHOLIC BEVERAGES AND LACTIC OR PROPIONIC ACID BACTERIA USED IN FOODSTUFFS OR FOOD PREPARATION
    • A23V2250/00Food ingredients
    • A23V2250/02Acid
    • A23V2250/04Gluconic acid
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23VINDEXING SCHEME RELATING TO FOODS, FOODSTUFFS OR NON-ALCOHOLIC BEVERAGES AND LACTIC OR PROPIONIC ACID BACTERIA USED IN FOODSTUFFS OR FOOD PREPARATION
    • A23V2250/00Food ingredients
    • A23V2250/18Lipids
    • A23V2250/194Triglycerides

Landscapes

  • Chemical & Material Sciences (AREA)
  • Life Sciences & Earth Sciences (AREA)
  • Polymers & Plastics (AREA)
  • Animal Husbandry (AREA)
  • Zoology (AREA)
  • Engineering & Computer Science (AREA)
  • Food Science & Technology (AREA)
  • Birds (AREA)
  • Inorganic Chemistry (AREA)
  • Fodder In General (AREA)
  • Feed For Specific Animals (AREA)

Abstract

COMPOSIÇÃO, MÉTODO PARA PRODUZIR A COMPOSIÇÃO, USOS DE UMA COMPOSIÇÃO E MÉTODO PARA AUMENTAR A PRODUÇÃO DE GORDURA DE LEITE EM UM RUMINANTE LACTANTE. É descrita uma composição compreendendo um ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico e um agente de liberação controlada, em que o referido agente de liberação controlada permite o desvio ruminal parcial, substancial ou substancialmente completo da composição. A composição pode ser utilizada como alimentação para ruminantes ou suplemento alimentar, nomeadamente para aumentar a produção de gordura de leite em um ruminante lactante, melhorar o estado de saúde do intestino posterior de um ruminante, para aumentar a produção de butirato no intestino posterior de um ruminante e/ou para aumentar o crescimento somático de um ruminante.

Description

Campo da Invenção
[001] A presente invenção está no campo das alimentações para ruminantes ou suplementos para a alimentação de ruminantes. A presente invenção fornece uma composição compreendendo ácido glucônico e/ou derivados do mesmo (em particular, o gluconato de cálcio e gluconato de sódio) e um agente de liberação controlada, o que minimiza a digestão da referida composição no rúmen. De preferência, o agente de liberação controlada permite a liberação e a digestão da referida composição no abomaso e subsequente aparelho digestivo (particularmente no intestino delgado) de animais ruminantes. Também é proporcionado um método para aumentar a produção de gordura de leite em ruminantes lactantes (leiteiros), um método para aumentar a produção de butirato no intestino inferior de ruminantes, bem como um método para fabricar as composições da invenção. As composições de acordo com da invenção e os métodos relacionados são particularmente adequados para aumentar a produção de gordura de leite em ruminantes lactantes (particularmente vacas leiteiras), mas também para aumentar a produção de ácido butírico e derivados do mesmo (em particular, butiratos) no intestino inferior dos ruminantes, e, adicionalmente, para melhorar o estado de saúde do intestino inferior (particularmente intestino delgado) de ruminantes e/ou impulsionar o crescimento somático de ruminantes (particularmente gados bovinos, ovinos e caprinos). Finalmente, um aumento na produção de gordura de leite em última análise resulta em um aumento da produção de leite corrigido em gordura.
Antecedentes da Invenção
[002] Os produtos derivados de ruminantes, como os produtos lácteos, constituem uma grande parte da dieta ocidentalizada e estão aumentando na demanda. Grandes esforços de pesquisa têm se dedicado a desenvolver alimentos e suplementos alimentares para ruminantes lactantes (lácteos), mas também para outros ruminantes, que não só promovem a saúde e crescimento de ruminantes, mas também levam à melhoria da qualidade de produtos derivados de ruminantes e práticas de agricultura rentáveis.
[003] Uma área de interesse a este respeito é a indústria do leite. Os produtores de leite e a indústria de laticínios julga o valor ou a “riqueza” do leite por seu percentual de gordura butírica (ou teor de gordura, também conhecido como o principal constituinte de manteiga). O teor de gordura butírica do leite é de fato um fator importante que determina o preço do leite nos mercados, ou seja, quanto mais gordura butírica, maior o preço. Leite com maior teor de gordura é desejado por produtores de leite e indústria de laticínios, porque pode ser diluído antes de se comercializar, uma prática que indiretamente aumenta a produção de leite e os lucros.
[004] Os animais ruminantes, que pertencem à subordem de Ruminantia, (por exemplo, vacas, gado bovino, cabras, ovelhas, búfalos, girafas, iaques, cervos, camelos, lamas, antílopes, etc.) diferem dos animais não ruminantes, ou os chamados “animais monogástricos” (ou seja, organismos que têm um estômago, tais como, por exemplo, suínos, seres humanos, gatos, cães, cavalos, etc.) através do seu sistema digestivo característico, que consiste de quatro compartimentos referidos como o rúmen (primeira câmara), retículo (segunda câmara), omaso (terceira câmara), e o abomaso (quarta câmara). Estas câmaras digestivas são dotadas de características distintas (por exemplo, ambiente de pH, perfil de microbiota, perfis de enzimas, processos digestivos e de absorção, etc.).
[005] EP1230922 descreve o uso de ácidos derivados de hexoses, tais como ácido glucônico, para promover a engorda de animais, particularmente animais monogástricos.
[006] WO 2013/133713 está relacionado com a redução da incidência de diarreia em bezerros ou leitões recém-nascidos, ao incluir glucono delta-lactona encapsulada (GDL) nos substitutos de leite de bezerros ou substitutos de leite de porcas. Os bezerros recém-nascidos não são considerados ruminantes, mas sim são considerados como pré-ruminantes, semelhante aos monogástricos, tais como leitões. Em bezerros neonatais, o rúmen é desviado mecanicamente devido à assim chamada goteira esofágica. Parece que o encapsulamento serve para proteger da degradação em condições ácidas do estômago (abomaso), e para assegurar a liberação no cólon, onde pode exercer a sua atividade médica.
[007] US 3.959.493 descreve produtos de desvio ruminal, que podem ser utilizados para proteger medicamentos ou agentes de diagnóstico durante a sua passagem através do rúmen.
[008] US 7.550.172 revela um método para aumentar a produção de leite, incluindo a produção de gordura de leite, o qual consiste em alimentar ruminantes com uma alimentação contendo níveis elevados de amido, de acordo com um regime de alimentação que consiste de temporização dos níveis de ingestão de amido em relação ao consumo de matéria seca. No entanto, como a alimentação para ruminantes não é ótima, uma vez que o amido afeta prejudicialmente os processos digestivos no rúmen, o que por sua vez provoca uma diminuição no consumo de matéria seca (isto é, diminuindo a ingestão de substratos de energia) e reduz (em vez de aumentar) a produção de leite ao longo do tempo.
[009] US 3.458.625 divulga métodos e alimentos para ruminantes para melhorar a produção de leite e para aumentar o índice da gordura butírica no leite que consiste em alimentar os ruminantes lactantes com altos níveis de gorduras insaturadas. No entanto, os efeitos sobre a produção de gordura de leite e a produção de leite podem ser atribuídos a um aumento da ingestão de calorias derivada a partir de uma dieta rica em gordura.
[010] Outras alimentações para ruminantes e suplementos para a alimentação animal de ruminantes destinados a aumentar a produção de gordura de leite e a produção de leite, em geral contam com os mesmos conceitos ou combinações dos mesmos, isto é, alimentos para ruminantes, caracterizado por conter elevado teor de amido e/ou elevado teor de gordura (ver WO 2006/08577, WO2007/048369, US/20130196023, EP0479555, WO2010/151620, WO2010/108483, FR2880518, WO 2011/014069, e muitos outros).
[011] Emery et al., J. Dairy Sci. Vol. 43:1643-1647 (1960) administrou gluconato de cálcio a vacas leiteiras em lactação de baixo rendimento. Foi observado que o gluconato de cálcio aumentou a produção de leite corrigido em gordura, embora a um grau muito baixo. Esta publicação descreve os efeitos da suplementação com uma fonte de gluconato de cálcio que estava diretamente disponível para a fermentação ruminal.
[012] É um objetivo da presente invenção proporcionar uma alimentação melhorada ou suplemento alimentar para ruminantes, em particular os ruminantes adultos, particularmente para aumentar a produção de gordura de leite em ruminantes lactantes, para aumentar a saúde intestinal de ruminantes, e/ou para aumentar o crescimento somático em ruminantes.
Descrição Resumida da Invenção
[013] Em um primeiro aspecto, a presente invenção refere-se a uma composição que compreende i) um ácido glucônico e/ou um ou mais sais do mesmo e (ii) um agente de liberação controlada, em que a composição tem uma fração de desvio ruminal de pelo menos 50%, de preferência pelo menos 75%.
[014] O um ou mais sais de ácido glucônico podem ser selecionados a partir de gluconato de cálcio, gluconato de sódio, gluconato de quinina, gluconato ferroso, gluconato de potássio, gluconato de zinco, gluconato de cobre, gluconato de cobalto, gluconato de bário, gluconato de lítio, gluconato de magnésio e gluconato cúprico, de preferência é o gluconato de cálcio e/ou gluconato de sódio, com maior preferência é o gluconato de cálcio.
[015] Em uma modalidade, o agente de liberação controlada tem uma fração de digestibilidade intestinal de pelo menos 50%, de preferência pelo menos 75%.
[016] O agente de liberação controlada pode ser selecionado a partir do grupo que consiste em ácidos graxos, óleos animais, óleos vegetais e suas misturas. O agente de liberação controlada pode ser um óleo vegetal. O óleo vegetal pode ser selecionado a partir de óleo de palma, óleo de soja, óleo de colza, óleo de semente de algodão, óleo de rícino, ou qualquer combinação dos mesmos.
[017] Em uma modalidade, o óleo vegetal é óleo de soja.
[018] O óleo vegetal pode ser parcialmente hidrogenado, de preferência totalmente hidrogenado.
[019] Em uma modalidade, o agente de liberação controlada compreende formas hidrogenadas de óleo vegetal.
[020] Em uma modalidade, a proporção percentual em peso de ácido glucônico e/ou um ou mais sais do mesmo para o agente de liberação controlada, tal como aqui ensinado, pode variar desde cerca de 20:80 até cerca de 65:35 por cento em peso, ou pode ser, pelo menos, cerca de 40:60 por cento em peso, de preferência de 50:50 por cento em peso.
[021] Em uma modalidade, o ácido glucônico e/ou um ou mais sais do mesmo é liberado pós-rúmen, de preferência no abomaso e/ou intestino delgado de um ruminante.
[022] Em um segundo aspecto, a presente invenção refere-se a um método para a produção da composição tal como aqui ensinada, compreendendo as etapas de: - formação de uma matriz que compreende o ácido glucônico e/ou um ou mais ácido glucônico e/ou um ou mais sais do mesmo e um agente de liberação controlada.
[023] Em uma modalidade, o ácido glucônico e/ou um ou mais sais do mesmo da composição tal como aqui ensinada pode ser gluconato de cálcio.
[024] Em uma modalidade, o agente de liberação controlada pode compreender formas hidrogenadas de óleo vegetal.
[025] Em uma modalidade, a composição tal como é aqui ensinada pode ser utilizada como uma alimentação para animais ruminantes e/ou suplemento alimentar para ruminantes.
[026] A composição tal como aqui ensinada pode ser utilizada para aumentar a produção de gordura de leite em um ruminante lactante.
[027] Alternativamente ou adicionalmente, a composição tal como é aqui ensinada pode ser utilizada para melhorar o estado de saúde do intestino posterior de um ruminante.
[028] A composição de alimentação para ruminantes, tal como aqui ensinada, também pode ser utilizada para aumentar a produção de butirato no intestino posterior de um ruminante.
[029] Alternativamente ou adicionalmente, a composição tal como é aqui ensinada pode ser utilizada para aumentar o crescimento somático de um ruminante.
[030] O ruminante pode ser selecionado a partir do grupo que consiste em vacas leiteiras, gado bovino, ovelhas, cabras, bisões, búfalos, alces, alces americanos, girafas, iaques, veados, camelos e antílope, e é de preferência selecionado a partir de vacas leiteiras, ovelhas e cabras.
[031] Os ruminantes aqui referidos podem ser um ruminante adulto.
[032] A invenção também se refere a um método para aumentar a produção de gordura de leite em um ruminante lactante compreendendo a etapa de administrar ao referido ruminante uma composição que compreende i) um ácido glucônico e ou um ou mais derivados de glucônico, e ii) um agente de liberação controlada, composição esta que possui uma fração de desvio ruminal de pelo menos 50%, de preferência pelo menos 75%. A composição pode ser administrada em uma quantidade variando entre cerca de 0,01 grama por dia a cerca de 1000 gramas por dia. O ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico podem ser gluconato de cálcio. A composição pode ser administrada por via oral.
[033] Em uma modalidade, o ruminante é adulto.
[034] O ruminante pode ser selecionado a partir do grupo que consiste em vacas, gado, ovelhas, cabras, bisões, búfalos, alces, alces americanos, girafas, veados, iaques, camelos, antílopes, de preferência vacas.
[035] A invenção também se refere ao uso de uma composição que compreende i) ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico e ii) um agente de liberação controlada, em que a composição tem uma fração de desvio ruminal de pelo menos 50%, de preferência pelo menos 75%, como uma alimentação de ruminantes e/ou suplemento alimentar para ruminantes; e/ou o uso de tal composição para aumentar a produção de gordura de leite em um ruminante lactante; e/ou uso de tal composição para melhorar o estado de saúde do intestino posterior de um ruminante; e/ou o uso de tal composição para aumentar a produção de butirato do intestino posterior de um ruminante; e/ou o uso de tal composição para aumentar o crescimento somático de um ruminante.
[036] O ruminante pode ser um ruminante adulto.
[037] O ruminante pode ser selecionado a partir do grupo que consiste em vacas leiteiras, gado bovino, ovelhas, cabras, bisões, búfalos, alces, alces americanos, girafas, iaques, veados, camelos e antílopes, e é de preferência selecionado a partir de vacas leiteiras, ovelhas e cabras.
Definições Gerais
[038] Na descrição seguinte e exemplos, um número de termos é utilizado. A fim de proporcionar uma compreensão clara e consistente do relatório descritivo e das reivindicações, incluindo o escopo a ser dado a tais termos, as seguintes definições são fornecidas. A menos que definidos de outro modo, todos os termos técnicos e científicos utilizados têm o mesmo significado que o normalmente entendido por um técnico no assunto ao qual esta invenção pertence. As descrições de todas as publicações, pedidos de patente, patentes e outras referências estão aqui incorporadas na sua totalidade por referência.
[039] O termo “ácido glucônico” tal como aqui utilizado refere-se a um composto orgânico com a fórmula molecular C6H12O7 e fórmula estrutural condensada HOCH2(CHOH)4COOH. É um dos 16 estereoisômeros do ácido 2,3,4,5,6- pentahidroxihexanoico. O termo “derivado(s) de ácido glucônico” tal como aqui utilizado refere-se a composto(s) derivado(s) de ácido glucônico e inclui sais de gluconato e ésteres de gluconato. A expressão “sais de gluconato”, tal como aqui utilizada, refere-se a quaisquer sais derivados a partir de ácido glucônico. Os sais de ácido glucônico também são conhecidos como “gluconatos”. Exemplos não limitativos de sais de gluconato incluem o gluconato de cálcio, gluconato de sódio, gluconato ferroso, gluconato de potássio, gluconato de zinco, gluconato de cobre, gluconato de cobalto, gluconato de bário, gluconato de lítio, gluconato de magnésio, gluconato de manganês, gluconato cúprico e semelhantes. Exemplos não limitativos de ésteres de gluconato incluem éster cíclico de ácido glucônico com ácido bórico, gluconato de quinina, glucono-delta-lactona, e semelhantes.
[040] O termo “ácidos graxos de cadeia curta” (abreviado como SCFAs), tal como aqui utilizado refere-se a um subgrupo de ácidos graxos com caudas alifáticos de até seis átomos de carbono, incluindo o ácido fórmico, ácido láctico, ácido acético, ácido propiônico, ácido isobutírico (ácido 2-metilpropanóico), ácido butírico, ácido isovalérico (ácido 3-metilbutanóico), ácido valérico (ácido pentanoico), e semelhantes. SCFAs são produzidos quando as fibras dietéticas são fermentadas no intestino inferior de mamíferos. Especificamente, a produção de SCFA no intestino inferior de ruminantes é o resultado da fermentação de carboidratos na dieta.
[041] O termo “ácido butírico” (também conhecido sob o nome sistemático butanoico), tal como aqui utilizado, refere-se a um ácido carboxílico com a fórmula estrutural CH3 CH2CH2COOH. O termo “ácido butírico e derivados”, tal como aqui utilizado refere-se a compostos derivados de ácido butírico, e inclui sais e ésteres do ácido butírico, que são conhecidos como butiratos ou butanoatos. Exemplos não limitativos de sais de butirato incluem butirato de sódio, butirato de cálcio, butirato de magnésio, butirato de manganês, butirato de cobalto, butirato de bário, butirato de lítio, butirato de zinco, butirato de potássio, butirato ferroso e semelhantes. Exemplos não limitativos de butiratos (isto é, ésteres de ácido butírico) incluem acetato butirato de celulose, butirato de metila, butirato de etila, butirato de butila, butirato de pentila, e semelhantes.
[042] O termo “ruminantes” ou “animais ruminantes” como aqui utilizado refere-se a mamíferos que são capazes de adquirir nutrientes dos alimentos à base de plantas através de fermentação em uma câmara anterior ao estômago especializada para a digestão, principalmente por meio de ações bacterianas. O processo normalmente requer regurgitação da ingesta fermentada (conhecido como rumina), e mastigar a mesma novamente. O processo de regurgitar a rumina para quebrar ainda mais matéria vegetal e estimular a digestão é chamado de “ruminação”. A principal diferença entre animais ruminantes e não ruminantes é que os animais ruminantes têm um estômago com quatro cavidades.
[043] No rúmen ocorre a maior parte da fermentação de material de alimentação. O rúmen é habitado por vários filos de microrganismos, que resultam em fermentação dos alimentos. No retículo as funções de fermentação semelhantes são realizadas. O rúmen e do retículo são muitas vezes referidos como o “ruminorretículo”, que consiste essencialmente de uma “câmara de fermentação” contendo microrganismos que convertem carboidratos da planta em ácidos graxos voláteis (principalmente acetato, propionato e butirato), lactato, dióxido de carbono, metano e hidrogênio. O omaso serve como porta de entrada para o abomaso permitindo a absorção de ácidos graxos voláteis e água para reduzir o volume de digesta atingindo o abomaso. O abomaso é muitas vezes referido como o equivalente direto do estômago monogástrico, e é muitas vezes chamado de “estômago verdadeiro” devido à sua capacidade de digerir e degradar matérias-primas em um ambiente ácido e enzimático. O material digerido no abomaso (também chamado de digesta) transita para o intestino delgado, onde a digestão adicional e a absorção de nutrientes ocorrem.
[044] Exemplos não limitantes de ruminantes incluem bovinos, tais como vacas leiteiras, gado de corte, ovinos, caprinos, búfalos, alces, alces americanos, bisões, girafas, iaques, cervos, camelos, antílopes, e afins.
[045] O termo “animais bovino” ou “bovino” como aqui utilizado refere-se a uma variedade de animais de espécie bovina, incluindo vacas, touros, novilhas, novilhos, veados, lebres, cervos, bois, bezerros e similares.
[046] O termo “ruminante lactante”, tal como aqui utilizado refere-se a um animal ruminante que é capaz de produzir leite pós-parto.
[047] O termo “ruminante leiteiro” como aqui utilizado refere-se a um animal ruminante, cujo leite é usado para fins comerciais.
[048] O termo “desvio ruminal” ou “desvio do rúmen” refere-se a um “escape” parcial ou completo da digestão ou degradação por microrganismos que povoam o rúmen. Para desviar o rúmen dos ruminantes pode-se usar um assim chamado “agente de liberação controlada” (também muitas vezes referido como “agente de desvio ruminal” ou “agente protetor”). O termo “agente de liberação controlada”, tal como aqui utilizado refere-se a quaisquer compostos, composição, ou mistura de compostos ou composições capazes de controlar a liberação de um ou mais ingredientes (por exemplo, um composto ativo, tal como um sal de gluconato). O agente de liberação controlada na composição compreendida ensinada aqui permite que o(s) referido(s) ingrediente(s) ativo(s) contorne substancialmente o rúmen, embora, de um modo preferido, permitir que o(s) referido(s) ingrediente(s) ativo(s) seja substancialmente digerido e/ou substancialmente absorvido no intestino inferior dos ruminantes (por exemplo, intestino delgado). Em outras palavras, os agentes de liberação controlada empregados nas composições aqui descritas são preferencialmente caracterizados por permitir substancialmente o desvio do rúmen e são substancialmente degradados no abomaso e/ou regiões subsequentes do aparelho digestivo (intestino inferior, em particular) de animais ruminantes.
[049] Uma variedade de agentes de liberação controlada adequados está disponível. Agentes de liberação controlada dependem de vários modos de ação. Por exemplo, certos agentes de liberação controlada são substancialmente não degradáveis no rúmen de animais ruminantes, por exemplo, porque os microrganismos no rúmen carecem do perfil de enzima necessário para degradá-los ou digeri-los, ou as enzimas endógenas não estão presentes ou em quantidades suficientes para iniciar a degradação. No abomaso e subsequente aparelho digestivo dos ruminantes (intestino inferior) as enzimas necessárias para digerir e degradar tais compostos estão presentes, resultando na degradação ou digestão dos agentes de liberação controlada, nestes compartimentos gastrointestinais. Exemplos representativos, não limitativos, de tal tipo de agentes de liberação controlada incluem composições compreendendo ou consistindo essencialmente de ácidos graxos, óleos animais, óleos vegetais, ceras, sabões, agentes quelantes, e outros compostos.
[050] Outros agentes de liberação controlada constituídos por agentes de liberação controlada que são “sensíveis ao pH”, isto é, são substancialmente estáveis (não degradados ou digeridos) em ambientes de pH que são característicos do rúmen (isto é, pH entre 6,0 e 7,0), mas são substancialmente degradados (isto é, divididos) em ambientes de pH que são característicos do abomaso e subsequente trato digestivo dos ruminantes (isto é, pH entre 2 e 4). Exemplos representativos, não limitativos de tais tipos de agentes de liberação controlada incluem lipossomos, membranas, hidrogéis, aldeído, polímeros acrílicos ou copolímeros, polissacarídeos, copolímeros ou polímeros de vinila, aminoácidos, e suas misturas.
[051] Outros agentes de liberação controlada, bem como outras formas ou métodos para contornar o rúmen de ruminantes que são diferentes daqueles descritos acima podem também ser utilizados na presente descrição. O técnico no assunto sabe como selecionar e preparar um agente de liberação controlada que é adequado para utilização na presente invenção.
[052] O termo “fração de desvio ruminal” ou “taxa de desvio ruminal”, como aqui utilizado refere-se à fração, isto é, porcentagem, de substância ativa (por exemplo, gluconato de cálcio) que desvia do rúmen, por exemplo, escape de digestão ou degradação por microrganismos que povoam o rúmen, ou seja, que ainda está presente na saída do rúmen. A fração de desvio ruminal pode ser medida por qualquer dos métodos convencionais conhecidos. O técnico no assunto está bem familiarizado com tais métodos e é capaz de selecionar um método adequado para medir a fração de desvio ruminal de uma alimentação de ruminantes ou composição de suplemento alimentar. Por exemplo, pode-se utilizar o método descrito em Sakker et al., Anim. Feed Sci. e Tech. Vol 185: 133-139 (2013), em que o método descrito é constituído por uma técnica de marcador de fase líquida duplo para medir a estabilidade dos nutrientes protegidos no rúmen encapsulados em um revestimento de gordura. Os nutrientes no rúmen foram fabricados para conter cobalto-EDTA e o pulso dosado no rúmen concomitante com um peso igual de EDTA cromo que foi pulso dosado no rúmen como EDTA de cromo livre. As amostras de fluidos ruminais foram colhidas antes da dosagem e, posteriormente, a cada 2 h até 25 h pós-dose, e depois a cada 4 h até 49 h pós-dose. As amostras de fluido ruminal para análise de cobalto e cromo foram em duplicidade, usando um Espectrofotômetro de Absorção Atômico Varian SpectrAA. Área sob a curva de depuração no rúmen in vivo de cobalto (fornecido como cobalto-EDTA) em relação à depuração de cromo (fornecido como cromo EDTA) foi usada para determinar a instabilidade do rúmen de nutrientes protegidos no rúmen.
[053] O termo “fração de digestibilidade intestinal” tal como aqui utilizado refere-se à porcentagem de substância ativa (por exemplo, gluconato de cálcio) que desviou do rúmen e que é subsequentemente digerida no abomaso e subsequente trato intestinal. A fração de digestibilidade intestinal pode ser medida por quaisquer métodos convencionais que são adequados para este propósito. O técnico está bem familiarizado com tais métodos, e é capaz de selecionar um que seja adequado para medir a fração de digestibilidade intestinal de uma composição de alimentação dos ruminantes ou suplemento alimentar. Por exemplo, pode-se utilizar um método in vitro que consiste em expor (durante 3 horas a 39°C) a amostra recuperada a partir do experimento de desvio ruminal, tal como descrito acima, para uma memória intermédia que imita o fluido do abomaso. Receitas e métodos para fazer tampões adequados, que imitam o fluido do abomaso estão disponíveis. Por exemplo, um tal tampão é o chamado tampão de Clark-Lubs, que pode ser feito dissolvendo os reagentes seguintes em 1000 mL de água: 3,73 gramas de cloreto de potássio e 2,1 ml de ácido clorídrico. No termo da experiência, a quantidade total (%) de substâncias ativas (isto é, sal de gluconato) dissolvida no tampão pode ser analisada, e a porcentagem de digestibilidade no abomaso é então calculada.
[054] Para medir a fração de digestibilidade intestinal no trato digestivo adicional ou subsequente dos ruminantes (por exemplo, intestino inferior, particularmente no intestino delgado), pode utilizar-se um método in vitro que consiste em expor (durante 24 horas a 39°C), a amostra recuperada a partir do experimento de digestibilidade do abomaso como descrito acima para um tampão que imita o fluido do intestino delgado, por exemplo. Digesta do intestino delgado pode ser recolhida através de uma cânula duodenal a partir da qual o fluido pode ser extraído para uso em incubações in vitro. No termo da experiência, a quantidade total de substâncias ativas (por exemplo, gluconato de cálcio) dissolvida no tampão é analisada, e a porcentagem de digestibilidade no trato digestivo adicional ou subsequente dos ruminantes (ou seja, intestino inferior, particularmente no intestino delgado) é então calculada.
[055] O termo “gordura butírica” ou “gordura de manteiga” ou “gordura láctea” ou “gordura de leite”, tal como aqui utilizado, refere-se à porção de gordura do leite. Normalmente, a composição das gorduras no leite é discutida em termos dos ácidos graxos englobados, incluindo os ácidos graxos saturados (tais como ácido palmítico, ácido mirístico, ácido esteárico, ácido pentadecanoico, e ácido heptadecanoico) e ácidos graxos insaturados (tais como ácido oleico, ácido palmitoleico, ácido linoleico e ácido linolênico). No entanto, os ácidos graxos não ocorrem tal como no leite, mas são incorporados em compostos chamados triglicerídeos. A quantidade de gordura de manteiga no leite e a composição de ácidos graxos de tal gordura butírica podem variar de acordo com a dieta do animal de produção, ou pode variar de acordo com as diferentes raças de gado (por exemplo, as vacas Jersey são famosas por alta porcentagem de gordura de manteiga). Os produtores de leite julgam a “riqueza” do leite por seu percentual de gordura butírica. O teor de gordura butírica é o principal fator que determina o preço do leite. “Gordura de manteiga” também é conhecida como o principal constituinte da manteiga.
[056] A “produção de gordura de leite”, tal como aqui utilizado, refere-se à quantidade em peso de gordura de leite que é expressa a partir de glândulas mamárias para o leite, colhida a partir dos ruminantes lactantes, em uma base diária. Ela é geralmente quantificada em termos de g/dia ou kg/dia.
[057] A “concentração de gordura de leite”, tal como aqui utilizado, refere-se à quantidade de produção de gordura de leite como uma porcentagem da produção total de leite, isto é, a proporção de gordura de leite, por peso, em leite.
[058] O termo “intestino inferior” ou “intestino posterior”, tal como aqui utilizado refere-se à parte pós-abomaso do trato digestivo dos ruminantes e inclui o intestino delgado e as suas subseções (isto é, o duodeno, jejuno e íleo), bem como o ceco e o intestino grosso e suas subseções (ou seja, cólon e reto).
[059] O termo “cerca de”, tal como aqui utilizado indica um intervalo de tolerância normal na técnica, por exemplo, dentro de 2 desvios padrão da média. O termo “cerca de” pode ser entendido como englobando os valores que se desviem em mais de 10%, 9%, 8%, 7%, 6%, 5%, 4%, 3%, 2%, 1%, 0,5%, 0,1%, 0,05%, ou 0,01% do valor indicado.
[060] Os termos “compreendendo” ou “que compreende” e as suas conjugações, tal como aqui utilizado, referem-se a uma situação em que os referidos termos são utilizados no seu sentido não limitativo para significar que os itens seguintes da palavra estão incluídos, mas itens não especificamente mencionados não são excluídos. Ele também engloba o verbo mais limitante “consistem essencialmente em” e “que consistem em”.
[061] Referência a um elemento pelo artigo indefinido “um” ou “uma” não exclui a possibilidade de que mais do que um dos elementos está presente, a menos que o contexto claramente requer que haja um e apenas um dos elementos. O artigo indefinido “um” ou “uma”, portanto, geralmente significa “pelo menos um”.
[062] Os termos “aumentar” e “nível aumentado” e os termos “diminuir” e “nível diminuído” referem-se à capacidade de aumentar significativamente ou diminuir significativamente ou a um aumento significativo do nível ou diminuição significativa do nível. Geralmente, um nível em uma amostra de teste é aumentado ou diminuído quando ele é pelo menos 5%, tal como 10%, 15%, 20%, 25%, 30%, 35%, 40%, 45%, 50% maior ou inferior, respectivamente, do que o nível correspondente em uma amostra de controle ou amostra de referência. Alternativamente, um nível em uma amostra de teste pode ser aumentado ou diminuído quando é estatisticamente significativamente aumentado ou diminuído. Em uma modalidade da presente invenção, a amostra de controle ou amostra de referência é de um ruminante lactante não alimentado com a composição de alimentação para ruminantes ou suplemento alimentar aqui ensinado, de preferência, do mesmo gênero e/ou espécies como o ruminante lactante de teste.
Descrição Detalhada Composições
[063] Os presentes inventores verificaram surpreendentemente que a liberação de uma composição que compreende ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico (por exemplo, um ou mais sais do mesmo, tais como gluconato de cálcio) para o abomaso e o intestino inferior de ruminantes, desviando assim do rúmen, resultou em um aumento da produção de gordura de leite em ruminantes lactantes.
[064] Sem desejar estar limitado por qualquer teoria, acredita-se que o aumento da produção de gordura de leite é devido a alterações nas quantidades e proporções de ácido graxo de cadeia pequena (SCFA) produzido por meio da fermentação do intestino posterior no abomaso e no intestino inferior fornecida pelo ácido glucônico e/ou o precursor de gluconato. Alterações no rendimento de SCFA facilitam o aumento do precursor de ácido graxo do leite e o aumento de butirato para promover modificações benéficas no intestino posterior, incluindo intestino inferior de ruminantes, resultando em aumento da produção de gordura de leite, bem como aumento do crescimento somático em ruminantes. Acredita-se também que o butirato melhore o estado de saúde do intestino posterior, incluindo o intestino inferior dos ruminantes.
[065] Em um primeiro aspecto, a presente invenção refere-se a uma composição que compreende ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico, e um agente de liberação controlada, em que o referido agente de liberação controlada permite o desvio ruminal parcial, substancial ou substancialmente completo da composição.
[066] Em uma modalidade preferida, o agente de liberação controlada permite um desvio ruminal substancialmente completo da composição.
[067] Em uma modalidade, a composição compreendendo o ácido glucônico e/ou um ou mais dos seus derivados, e o agente de liberação controlada, pode ser usada como constituinte de uma composição de alimentação para ruminantes ou suplemento alimentar. Alternativamente, as composições como aqui descritas podem ser utilizadas como uma composição de suplemento alimentar, por si só.
[068] Em uma modalidade, a composição compreende um ou mais derivados de ácido glucônico adequados selecionados a partir de sais de ácido glucônico e ésteres de ácido glucônico. Por exemplo, a composição pode compreender um ou mais de gluconato de sais ou ésteres selecionados de gluconato de cálcio, gluconato de sódio, gluconato ferroso, gluconato de potássio, gluconato de zinco, gluconato de cobre, gluconato de cobalto, gluconato de bário, gluconato de lítio, gluconato cúprico, gluconato de magnésio, gluconato de manganês, e/ou mais um gluconato de éster selecionado a partir de éster cíclico de ácido glucônico com ácido bórico, gluconato de quinina, glucono-delta-lactona e semelhantes.
[069] Em uma modalidade, a composição aqui ensinada compreende gluconato de cálcio e/ou gluconato de sódio, de preferência gluconato de cálcio.
[070] O ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico podem ser incorporados em uma matriz do agente de liberação controlada, ou podem formar um núcleo que é revestido com o agente de liberação controlada. As composições, tal como aqui ensinado, também podem ser referidas como uma composição de liberação controlada. As composições como aqui descritas podem ser administradas a um ruminante, por si só, ou podem ser administradas em mistura com outros ingredientes. Por exemplo, a composição, tal como aqui ensinada pode ser incorporada em uma composição de alimentação ou uma composição de suplemento alimentar.
[071] Ao preparar uma composição de alimentação ou de suplemento alimentar para ruminantes compreendendo a composição de liberação controlada, tal como aqui ensinado, pode ser vantajoso (mas não essencial) adicionar outro ingrediente(s). Por exemplo, um ou mais ingredientes selecionados a partir de substâncias de ligação (por exemplo, derivados de celulose, tais como hidroxipropilcelulose, metilcelulose, carboximetilcelulose de sódio, derivados de vinila tais como álcool polivinílico ou polivinilpirrolidona, goma arábica, goma de guaiaco, poliacrilato de sódio, e semelhantes), substâncias de enchimento (por exemplo, amido, proteínas, celulose cristalina e semelhantes), ingredientes inertes (por exemplo, sílica e compostos de silicato), substâncias de controle de fluxo que ajudam a formação de péletes (farelo de trigo, polpa de beterraba, e semelhantes), agentes conservantes (ácido propiônico ou sal do mesmo, ácido sórbico ou sal do mesmo, ácido benzoico ou sal do mesmo, ácido desidroacético ou sal do mesmo, ésteres de ácido parahidroxibenzoico, imazalil, tiabendazol, ortofenilfenol, ortofenilfenol de sódio, difenil, e outros compostos e misturas dos mesmos), agente antibacteriano, e outros compostos, podem ser adicionados para preparar composições de alimentação de ruminantes ou de suplemento alimentar, tal como aqui ensinado. O técnico no assunto é familiar com as técnicas e compostos que são úteis para atingir estes fins, e que são compatíveis com a produção das composições de alimentação de ruminantes ou de suplemento alimentar aqui ensinadas.
[072] Também pode ser vantajoso (mas não essencial) aumentar ainda mais o valor nutricional e/ou o valor terapêutico das composições como aqui ensinadas pela adição de outros ingredientes para a alimentação animal (por exemplo, ingredientes nutricionais, agentes veterinários ou medicinais, etc.) ou outros ingredientes às composições tal como aqui ensinado.
[073] Por exemplo, um ou mais ingredientes selecionados a partir de produtos de grãos, produtos vegetais, produtos animais, proteínas (por exemplo, ingredientes de proteína obtidos a partir de fontes tais como sangue seco ou farinha de carne, farinha de carne e ossos, farinha de semente de algodão, farelo de soja, farinha de colza, farinha de sementes de girassol, farinha de canola, farinha de cártamo, luzerna desidratada, farinha de glúten de milho, concentrado de proteína de soja, proteína de batata, estrume de animais e aves secos e esterilizados, farinha de peixe, isolados de proteína de peixe e de aves, concentrado de proteína de caranguejo, farinha de penas de proteína hidrolisada, farinha de subproduto de aves, ovo em pó ou líquido, soro de leite, clara de ovo, caseína, solúveis de peixe, nata de células, resíduos de cerveja, e semelhantes), aminoácidos, enzimas, microrganismos probióticos, ingredientes pré- bióticos, sais minerais, vitaminas (por exemplo, tiamina HCl, riboflavina, piridoxina HCl, niacina, inositol, cloreto de colina, pantotenato de cálcio, biotina, ácido fólico, ácido ascórbico, vitamina B12, ácido p-aminobenzóico, acetato de vitamina A, vitamina K, vitamina D, vitamina E, e outros semelhantes), açúcares e carboidratos complexos (por exemplo, monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos solúveis em água e insolúveis em água), compostos veterinários (por exemplo, cloridrato de promazina, acetato de cloromedoniato, clorotetraciclina, sulfametazina, monensina, monensina de sódio, poloxalina, oxitetraciclina, BOVATEC, e semelhantes), antioxidantes (por exemplo, hidroxianisol butilado, hidroxitolueno butilado, terciário-butil-hidroquinona, tocoferóis, galato de propila e etoxiquina), vestígios de ingredientes elementares (por exemplo, compostos de cobalto, cobre, manganês, ferro, zinco, estanho, níquel, cromo, molibdênio, iodo, cloro, silício, vanádio, selênio, cálcio, magnésio, sódio e potássio e afins), e outros compostos ou ingredientes, podem ser adicionados às composições de alimentações para ruminantes, ou suplemento alimentar, tal como aqui ensinado.
[074] O técnico no assunto é familiar com métodos e ingredientes que são adequados para melhorar a nutrição e/ou valor terapêutico/medicinal de alimentação para ruminantes e suplementos alimentares, e sabe como melhorar o valor nutricional e/ou terapêutico/medicinal da composição aqui ensinada.
[075] Qualquer agente de liberação controlada que permite que pelo menos parcial, de preferência, substancial ou substancialmente o desvio completo ruminal, pode ser utilizado nas composições, tal como aqui ensinado. O desvio ruminal substancial, tal como aqui utilizado refere-se a frações de desvio ruminal de mais de 50%, tal como mais de 55%, 60%, 65%, 70%, ou 75% ou mais. O desvio ruminal substancialmente completo, tal como aqui utilizado refere-se a frações de desvio ruminal de mais de 80%, 85%, 90%, 95% ou mais. Os agentes de liberação controlada, que permitem o desvio ruminal parcial, substancial, ou substancialmente completo em ruminantes, bem como métodos para produzir e utilizar os mesmos para o propósito de desviar parcialmente ou completamente do rúmen são bem conhecidos e comercialmente disponíveis. O técnico no assunto sabe como preparar um agente de liberação controlada eficaz que permite o desvio ruminal parcial, substancial, ou substancialmente completo, que é adequado para a administração de ácido glucônico e/ou mais ou mais derivados de ácido glucônico (por exemplo, gluconato de cálcio) para o abomaso e o intestino inferior dos ruminantes.
[076] Em uma modalidade da invenção, o agente de liberação controlada permite, adicionalmente, pelo menos, de um modo preferido substancial a digestibilidade intestinal parcial, e mais preferencialmente substancialmente completa. A digestibilidade intestinal substancial, tal como aqui utilizado, refere-se a frações de digestibilidade intestinal de mais de 50%, tal como mais de 55%, 60%, 65%, 70%, 75% ou mais. A digestibilidade intestinal substancialmente completa, tal como aqui utilizada, refere-se a frações de digestibilidade intestinal de mais de 80%, 85%, 90%, tal como mais de 95% ou mais.
[077] Os exemplos não limitativos representativos de agentes de liberação controlada dotados de capacidade de desvio ruminal parcial, substancial, ou substancialmente completa incluem composições que compreendem os ácidos graxos (por exemplo, ácidos graxos insaturados, ácidos graxos essenciais, ácidos graxos de cadeia curta, ácidos graxos de cadeia média saturados, ácidos graxos de cadeia longa, ácidos graxos de cadeia muito longa ou mistura dos mesmos), composições que compreendem óleos animais parcial ou totalmente hidrogenados (ou endurecidos) (sebo de boi, gordura amarela, sebo de ovelhas, gordura de porco e outros ou suas misturas), e as composições que compreendem óleos vegetais parcialmente ou totalmente hidrogenados (ou endurecidos) (por exemplo, óleo de palma, óleo de soja, óleo de colza, óleo de semente de algodão, óleo de rícino, e outros ou suas misturas), e composições que compreendem uma mistura de dois ou mais ingredientes selecionados a partir de ácidos graxos, óleos de origem animal parcialmente ou totalmente hidrogenados (ou endurecidos) e, óleos vegetais parcialmente ou totalmente hidrogenados (ou endurecidos), e outros compostos.
[078] Exemplos não limitantes de agentes de liberação controlada dotados de capacidade de desvio ruminal parcial ou substancialmente completa estão descritos, por exemplo, nas patentes US 3.541.204, US 3.959.493, US 5.496.571, JP60-168351, JP 61-195653, JP 63-317053, pedido de patente WO 96/08168, dentre outros.
[079] Outros exemplos não limitativos de agentes de liberação controlada dotados com capacidade de desvio ruminal parcial, substancial ou substancialmente completa, incluem agentes de liberação controlada que são sensíveis ao pH, isto é, quebrarão, dependendo do ambiente de pH. As composições de desvio ruminal que pertencem a esta categoria são escolhidas porque são parcial, substancial ou substancialmente completamente estáveis ou insolúveis no ambiente de pH do rúmen (ambiente de pH variando entre 5,5 e 7,0) e parcialmente, substancialmente ou completamente solúveis no ambiente de pH do abomaso (ambiente de pH variando de 2 a 4). Exemplos representativos de agentes de liberação controlada sensíveis ao pH dotados de capacidade de desvio ruminal parcial, substancial ou substancialmente completa não limitativos incluem lipossomas, membranas, hidrogéis, polímeros ou copolímeros acrílicos, polissacarídeos, polímeros ou copolímeros de vinila, aminoácidos e misturas dos mesmos. Exemplos de desvios ruminais que são, pelo menos parcialmente, de preferência substancialmente ou substancialmente completamente sensíveis ao ambiente de pH são descritos, por exemplo, no documento US 4.713.245, US 4.808.412, US 4.832.967, US 4.876.097, e US 5.227.166.
[080] Em uma modalidade, o agente de liberação controlada pode ser revestido sobre o ácido glucônico e/ou um mais os derivados do ácido glucônico. Em outra modalidade, o ácido glucônico e/ou derivados de ácido glucônico podem ser incorporados ou encapsulados dentro de uma matriz composta por um agente de liberação controlada, tal como aqui ensinado.
[081] Em uma modalidade, o agente de liberação controlada tem uma fração de desvio ruminal que varia desde cerca de 1% a cerca de 100%, ou é, de preferência, pelo menos cerca de 50%, de preferência pelo menos cerca de 80%, mais preferivelmente pelo menos cerca de 90%. Por exemplo, pode ser vantajoso usar um agente de liberação controlada que tem uma fração de liberação pós-ruminal de, pelo menos, cerca de 50%, de preferência pelo menos cerca de 60%, de preferência pelo menos cerca de 70%, de preferência pelo menos cerca de 75%, de preferência pelo menos cerca de 80%, de preferência pelo menos cerca de 85%, de preferência pelo menos cerca de 90%, de preferência pelo menos cerca de 95%, ou mais.
[082] Em uma modalidade, o agente de liberação controlada tem uma fração de liberação pós-ruminal que varia desde cerca de 1% a cerca de 100%, ou é, de preferência, pelo menos cerca de 50%, de preferência pelo menos cerca de 80%, mais preferivelmente pelo menos cerca de 90%. Por exemplo, em uma modalidade, pode ser vantajoso usar um agente de liberação controlada que tem uma fração de liberação pós-ruminal de pelo menos cerca de 50%, de preferência pelo menos cerca de 60%, de preferência pelo menos cerca de 70%, de preferência pelo menos cerca de 75%, de preferência pelo menos cerca de 80%, de preferência pelo menos cerca de 85%, de preferência pelo menos cerca de 90%, de preferência pelo menos cerca de 95%, ou mais.
[083] Em uma modalidade, pode ser vantajoso usar um agente de liberação controlada que tem uma fração de digestibilidade intestinal que varia desde cerca de 1% a cerca de 100%, ou é, de preferência, pelo menos cerca de 50%, de preferência pelo menos cerca de 80%, mais preferencialmente pelo menos cerca de 90%. Por exemplo, em uma modalidade, pode ser vantajoso usar um agente de liberação controlada que tem uma fração de digestibilidade intestinal de pelo menos cerca de 50%, de preferência pelo menos cerca de 60%, de preferência pelo menos cerca de 70%, de preferência pelo menos cerca de 75%, de preferência pelo menos cerca de 80%, de preferência pelo menos cerca de 85%, de preferência pelo menos cerca de 90%, de preferência pelo menos cerca de 95%, ou mais.
[084] Em uma outra modalidade, pode ser vantajoso usar um agente de liberação controlada que possui uma fração de desvio ruminal que varia desde cerca de 1% a cerca de 100%, ou é, preferencialmente, pelo menos cerca de 50%, preferencialmente pelo menos cerca de 80%, mais preferencialmente pelo menos cerca de 90%, e que também tem uma fração de digestibilidade intestinal que varia desde cerca de 1% a cerca de 100%, ou é, preferencialmente, pelo menos cerca de 50%, preferencialmente pelo menos cerca de 80%, mais preferivelmente pelo menos cerca de 90%.
[085] Por exemplo, pode ser vantajoso usar um agente de liberação controlada que possui uma fração de desvio ruminal de pelo menos 50%, de preferência pelo menos cerca de 60%, de preferência pelo menos cerca de 70%, de preferência pelo menos cerca de 75%, de preferência pelo menos cerca de 80%, de preferência pelo menos cerca de 85%, de preferência pelo menos cerca de 90%, de preferência pelo menos cerca de 95%, ou mais, e que também tem uma fração de digestibilidade intestinal de pelo menos cerca de 50%, de preferência pelo menos cerca de 60%, de preferência pelo menos cerca de 70%, de preferência pelo menos cerca de 75%, de preferência pelo menos cerca de 80%, de preferência pelo menos cerca de 85%, de preferência pelo menos cerca de 90%, de preferência pelo menos cerca de 95%, ou mais.
[086] Quando se prepara a composição aqui ensinada, pode ser vantajoso (mas não essencial) adicionar um ou mais ingredientes ao agente de liberação controlada. Exemplos não limitantes, representativos de tais ingredientes incluem lecitina, ceras (por exemplo, cera de carnaúba, cera de abelha, ceras naturais, ceras sintéticas, ceras de parafina, e semelhantes), ésteres de ácido graxo, carbonato de magnésio, carbonato de cálcio, fosfato de cálcio, pirofosfato de cálcio, hidratos de fosfato de hidrogênio de cálcio, di-hidrato de fosfato de hidrogênio de cálcio, pirofosfato de di- hidrogênio de cálcio, pirofosfato de magnésio, hidratos de hidrogeno-fosfato de magnésio, fosfato de alumínio, hidróxido de magnésio, hidróxido de alumínio, óxido de manganês, óxido de zinco, hidrogeno-carbonato de sódio e óxido férrico, e as suas misturas, e outros. A adição de um ou mais desses ingredientes pode ser benéfica para facilitar ainda mais o desvio ruminal e/ou para facilitar a liberação e/ou a digestão e/ou a degradação, no abomaso e intestino inferior, do ácido glucônico e/ou derivados do mesmo. O técnico no assunto sabe como selecionar ingredientes adequados para atingir este objetivo.
[087] Em uma modalidade, pode ser vantajoso usar um agente de liberação controlada, o que é pelo menos parcialmente, de um modo preferido substancialmente totalmente insensível à lipólise e biohidrogenação no rúmen de ruminantes, isto é, que não é parcialmente ou completamente digerido ou degradado pelos microrganismos que habitam o rúmen. Exemplos de agentes de liberação controlada adequados (não limitativos) possuindo tais propriedades incluem ácidos graxos (por exemplo, ácido graxo saturado ou insaturado, ácidos graxos essenciais, ácidos graxos de cadeia curta, ácidos graxos de cadeia média, ácidos graxos de cadeia longa, ácidos graxos de cadeia muita ou mistura dos mesmos), óleos animais parcialmente ou totalmente hidrogenados (ou endurecidos) (sebo de boi, sebo ovelhas, gordura de porco e outros ou sua mistura), óleos vegetais parcialmente ou totalmente hidrogenados (ou endurecidos) (por exemplo, óleo de palma, óleo de soja, óleo de colza, óleo de semente de algodão, óleo de rícino, e outros ou suas misturas), e misturas de dois ou mais dos compostos acima.
[088] Em uma modalidade, o agente de liberação controlada é selecionado a partir do grupo que consiste em ácidos graxos, óleos animais, óleos vegetais e suas misturas. O agente de liberação controlada pode ser um óleo vegetal, por exemplo, selecionado a partir de óleo de palma, óleo de soja, óleo de colza, óleo de semente de algodão, e óleo de rícino, de preferência óleo de soja. O agente de liberação controlada pode ser um óleo vegetal que é pelo menos parcialmente hidrogenado. Alternativamente, o agente de liberação controlada pode ser um óleo vegetal que é totalmente hidrogenado.
[089] Em uma modalidade, o agente de liberação controlada compreende ou consiste essencialmente de óleo de soja totalmente hidrogenado. Em uma outra modalidade, o agente de liberação controlada compreende as formas hidrogenadas de soja e óleo de palma.
[090] Em uma modalidade, a proporção entre o ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico para o agente de liberação controlada pode estar no intervalo de cerca de 20:80 por cento em peso a cerca de 65:35 por cento em peso. Por exemplo, a razão entre o ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico para o agente de liberação controlada pode estar no intervalo desde cerca de 20:80 por cento em peso a cerca de 65:35 por cento em peso, preferivelmente cerca de 25:75 a cerca de 60:40, preferivelmente de cerca de 30:70 a cerca de 55:45, mais preferivelmente cerca de 40:60 a cerca de 50:50 por cento em peso. Em uma modalidade, a proporção percentual em peso de ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico para o agente de liberação controlada pode estar em o intervalo de cerca de 40:60 por cento em peso. Em outra modalidade, a proporção percentual em peso de ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico para o agente de liberação controlada pode estar no intervalo de cerca de 50:50 por cento em peso.
[091] Em uma modalidade, o ácido glucônico e/ou seus derivados é incorporado em uma matriz do agente de liberação controlada, por exemplo, em óleo vegetal hidrogenado. A composição tal como aqui ensinada pode estar na forma de uma esférula, pélete, grânulo, e semelhantes. O técnico no assunto é capaz de proporcionar uma forma apropriada da composição aqui ensinada. Em uma modalidade, a composição tal como é aqui ensinada, é capaz de pelo menos parcialmente, preferivelmente substancialmente desviar o rúmen de ruminantes, e é capaz de pelo menos parcialmente, preferivelmente liberar substancialmente completamente o ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido gluconato no abomaso e intestino inferior, particularmente o intestino delgado, de um ruminante.
[092] Em outra modalidade, a composição tal como é aqui ensinada, é capaz de pelo menos parcialmente, substancialmente, preferivelmente, substancialmente desviar completamente o ruminoretículo de ruminantes, e é capaz de pelo menos parcialmente, substancialmente, preferivelmente substancialmente completamente liberar o ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido gluconato no abomaso e intestino inferior, particularmente o intestino delgado, de um ruminante.
[093] Em uma modalidade, a composição, tal como aqui ensinada, é pelo menos parcialmente, substancialmente, de preferência substancialmente completamente digerida e absorvida no abomaso e intestino inferior, particularmente o intestino delgado, de um ruminante.
[094] Em uma modalidade, a composição de liberação controlada que compreende o ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico e o agente de liberação controlada é combinada com o ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico na forma livre.
Métodos e usos da presente invenção Método para aumentar a produção de gordura de leite em um ruminante
[095] Em um aspecto adicional, a presente invenção refere-se a um método para aumentar a produção de gordura de leite em um ruminante lactante, compreendendo a etapa de administrar a composição, tal como aqui ensinada para o referido ruminante.
[096] Quando se pratica o método da presente invenção, as composições como aqui descritas podem ser administradas por quaisquer métodos convencionais conhecidos adequados para alimentar ruminantes. Por exemplo, a composição, tal como aqui ensinada, pode ser administrada para o referido ruminante, permitindo os ruminantes a ingerir a composição.
[097] As composições aqui descritas podem ser administradas em uma quantidade de cerca de 0,01% a 7,0%, tal como cerca de 0,05% a 3,5%, cerca de 0,075% a 1,75%, ou cerca de 0,1% a 1,0% da ingestão de matéria seca alvo.
[098] Em uma modalidade da invenção, as composições tal como aqui descritas são administradas a um ruminante em uma quantidade que varia entre cerca de 0,01 grama por dia a cerca de 1000 gramas por dia, de preferência cerca de 0,1 gramas por dia a cerca de 700, de preferência cerca de 0,25 gramas por dia a cerca de 750 gramas por dia, de preferência cerca de 0,50 gramas por dia a cerca de 500 gramas por dia, de preferência cerca de 0,75 gramas por dia a cerca de 250 gramas por dia, de preferência cerca de 1 g por dia a cerca de 200 gramas por dia, de preferência cerca de 10 gramas por dia a cerca de 150 gramas por dia, de preferência cerca de 25 gramas por dia a cerca de 150 gramas por dia, de preferência cerca de 50 gramas até cerca de 150 gramas por dia.
[099] Em uma modalidade preferida, as composições tal como aqui descritas são administradas a um ruminante, em uma quantidade de cerca de 150 gramas por dia.
[0100] Em uma outra modalidade, as composições, como ensinado aqui podem ser administradas ou alimentadas a um ruminante ad libitum, isto é, em liberdade, o que significa que o animal pode comer tanto quanto desejado, sem quaisquer restrições sobre a quantidade de composições tal como aqui ensinado, que o referido animal pode comer por dia.
[0101] Em uma modalidade preferida, as composições de alimentações para ruminantes, tal como aqui descritas, podem ser administradas a um ruminante por um período de pelo menos 4 dias.
[0102] Em uma modalidade, as composições como ensinadas aqui podem ser administradas antes e/ou logo que um ruminante engravidar. Em uma outra modalidade, a composição tal como é aqui ensinada pode ser administrada antes e/ou durante o período do parto (isto é, o período de tempo através do qual um ruminante dá a luz a um ou mais bezerros). Em ainda outra modalidade, a composição tal como é aqui ensinada pode ser administrada antes e/ou durante o período de lactação a seguir ao período de parto.
[0103] Em uma modalidade, a composição tal como é aqui ensinada pode ser administrada logo que um ruminante inicia a lactação até lactação ser completa antes da cessação da gestação e no início do processo de parto.
[0104] Em uma modalidade, as composições como aqui descritas podem ser um componente de uma composição de alimentação dos ruminantes.
[0105] As composições tal como aqui descritas podem ser administradas a um ruminante em simultâneo com outras alimentações de ruminantes convencionais e/ou suplementos alimentares (por exemplo, silagem de milho, silagem de alfafa, feno misto, e semelhantes) ou podem ser administradas separadamente, isto é, antes ou depois de se alimentar um ruminante com alimentações de ruminantes convencionais.
[0106] O método para aumentar a produção de gordura de leite, tal como aqui ensinado, é adequado para qualquer ruminante lactante. Por exemplo, em uma modalidade, o método para aumentar a produção de gordura de leite, tal como aqui ensinado pode ser particularmente adequado para ruminantes lactantes (leiteiros) selecionados a partir do grupo que consiste em vacas, gado, ovelhas, cabras, bisões, búfalos, alces, alces americanos, girafas, iaques, veados, camelos, antílopes, e semelhantes. Em uma modalidade preferida, o ruminante lactante (leiteiro) é uma vaca lactante (leiteira).
Método para aumentar a produção de ácido butírico e/ou um ou mais derivados de ácido butírico no intestino inferior de ruminantes
[0107] Em outro aspecto, a presente invenção refere-se a um método para aumentar a produção de ácido butírico e/ou um ou mais derivados de ácido butírico no abomaso, intestino posterior e/ou intestino inferior de um ruminante, compreendendo a etapa de: - Administrar a composição, tal como aqui ensinada para o referido ruminante.
[0108] O regime de administração pode ser o mesmo como ensinado acima.
[0109] O ácido butírico e/ou um ou mais derivados de ácido butírico podem ser sais de ácido butírico (também referidos como butiratos) ou ésteres.
[0110] Em uma modalidade, o sal de ácido butírico (ou butirato) é selecionado a partir do grupo de butirato de acetato de celulose, butirato de metila, butirato de etila, butirato de butila, butirato de pentila, butirato de sódio.
[0111] O método, tal como aqui ensinado pode ser particularmente adequado para aumentar o estado de energia e/ou melhorar a saúde do intestino posterior, incluindo o intestino inferior, particularmente o intestino delgado, e/ou para estimular o crescimento somático de quaisquer ruminantes incluindo ruminantes bovinos em geral, por exemplo, vacas, touros, novilhos de veados jovens, novilhos criados, bois, bezerros bovinos, gado de corte, mas também ovelhas, cabras, búfalos, alces, alces americanos, girafas, iaques, cervos, camelos, antílopes, e afins.
Método para a produção das composições de alimentação de ruminantes da presente invenção
[0112] Em um aspecto adicional, a presente invenção refere-se a um método para a produção das composições, como ensinado aqui, compreendendo as etapas de: (a) combinar um ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico como aqui ensinados e um agente de liberação controlada, tal como aqui ensinado.
[0113] Em uma modalidade, o ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico como ensinado aqui podem ser misturados com o agente de liberação controlada, tal como aqui ensinado. O ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico podem ser incorporados em uma matriz do agente de liberação controlada. Alternativamente, o ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico podem ser cercados por um revestimento de agente de liberação controlada. Podem ser usados quaisquer métodos convencionais conhecidos para o técnico no assunto, que são adequados para o revestimento ou a incorporação de um ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico. O técnico está bem familiarizado com tais métodos e técnicas e pode adaptá-los, conforme necessário para revestimento ou incorporação de qualquer um ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico como aqui ensinado.
[0114] Por exemplo, o agente de liberação controlada pode ser aplicado ao ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico como aqui ensinado por pulverização do agente de liberação controlada em forma de partículas que compreendem o ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico até um nível desejável de revestimento ou cobertura ou espessura desejável ser atingido, ou até que o ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico, tal como aqui ensinado, é suficientemente incorporado no agente de liberação controlada, utilizando métodos e aparelhos convencionais. Alternativamente, o um ou mais derivados de ácido glucônico e/ou ácido glucônico tal como ensinado neste documento podem ser imersos no referido agente de liberação controlada, uma vez ou várias vezes até um nível desejável de revestimento ou cobertura ou uma espessura desejável de revestimento é alcançado, ou até que o ácido glucônico e/ou um ou mais derivados de ácido glucônico, tal como aqui ensinado, é suficientemente embebido, utilizando métodos e aparelhos convencionais (por exemplo, depósito de resinas, revestimento em leito fluido, revestimento de despejo contínuo, e semelhantes).
[0115] Alternativamente, os derivados de ácidos glucônico e/ou ácido glucônico, tais como sais ou ésteres dos mesmos, podem ser misturados com o agente de liberação controlada para se tornarem incorporados em uma matriz do mesmo. Isto pode exigir aquecimento do agente de liberação controlada para a fluidez, a mistura em ácido glucônico e/ou derivados de ácido glucônico, e arrefecimento do resultante para permitir o agente de liberação controlada/combinação de composto de ácido glucônico a solidificar.
Usos das composições aqui ensinadas
[0116] Em uma modalidade, as composições como aqui descritas podem ser formuladas para uso como alimentações para ruminantes e/ou suplemento alimentar para ruminantes.
[0117] Assim, a presente invenção também se refere a uma alimentação para ruminantes e/ou suplemento alimentar para ruminantes, compreendendo a composição aqui ensinada. A composição tal como aqui ensinada pode ser combinada com ingredientes de alimentos ou de suplementos alimentares comumente utilizados.
[0118] Em uma modalidade, as composições como aqui descritas podem ser adequadas para aumentar a produção de gordura de leite em um ruminante lactante. Em uma modalidade, as composições e métodos como aqui descritos podem ser adequados para aumentar a produção de gordura de leite em ruminantes lactantes, por exemplo, selecionados a partir de vacas, gado, ovelhas, cabras, búfalos, bisões, alces, alces americanos, girafas, iaques, veados, camelos, e antílope, e semelhantes. Em uma modalidade preferida, o ruminante lactante pode ser uma vaca leiteira lactante.
[0119] Em uma modalidade, a composição tal como é aqui ensinada pode ser utilizada para melhorar a saúde do intestino inferior, particularmente no intestino delgado, de um ruminante. Em uma modalidade, o estado de saúde do intestino inferior de quaisquer ruminantes, machos e fêmeas, incluindo ruminantes bovinos em geral, por exemplo, vacas, touros, bois, veados, novilhas, novilhos criados, bois, bezerros bovinos, gado de corte, mas também ovinos, caprinos, búfalos, alces, alces americanos, girafas, iaques, cervos, camelos, antílopes, e similares, pode ser melhorado.
[0120] Em uma modalidade, o ruminante pode ser um ruminante lactante, preferencialmente uma vaca lactante. Em uma outra modalidade, o ruminante pode ser bovino, de preferência gado bovino. Em ainda outra modalidade, o ruminante pode ser ovelhas ou cabras lactantes.
[0121] As composições, tal como aqui ensinado, podem ser utilizadas para aumentar a produção de ácido butírico e/ou um ou mais derivados de ácido butírico, de preferência, ácido butírico, no intestino inferior de um ruminante.
[0122] Alternativamente ou adicionalmente, as composições como aqui descritas podem ser utilizadas para aumentar o crescimento somático de um ruminante.
[0123] Os ruminantes podem ser quaisquer ruminantes, machos e fêmeas, incluindo ruminantes bovinos em geral, por exemplo, vacas, touros, novilhos de veados jovens, novilhos criados, bois, bezerros bovinos, gado de corte, mas também ovelhas, cabras, búfalos, alces, alces americanos, girafas, iaques, cervos, camelos, antílopes, e similares. Em uma modalidade preferida, o ruminante pode ser um ruminante lactante, preferencialmente uma vaca leiteira lactante.
[0124] A presente invenção é ainda ilustrada, mas não limitada, pelos exemplos seguintes. A partir da discussão acima e estes exemplos, um técnica no assunto pode determinar as características essenciais da presente invenção, e sem se afastar do ensino e escopo da mesma, pode fazer várias alterações e modificações da invenção para adaptá-la a várias utilizações e condições. Assim, várias modificações da invenção em adição às apresentadas e descritas aqui serão evidentes para aqueles técnicos no assunto a partir da descrição anterior. Tais modificações destinam-se também a cair dentro do escopo das reivindicações anexas.
Exemplos EXEMPLO 1: Efeitos do fornecimento pós-ruminal de gluconato de cálcio na produção de gordura de leite em vacas leiteiras lactantes. Justificativa da Dose
[0125] Rações foram formuladas para fornecer 100% da energia líquida para lactação (NEL) e as exigências de proteína metabolizável (MP) para produção de leite e componente do leite. A dose de gluconato de cálcio foi calculada como 0,2%, e 0,6% do consumo de matéria seca alvo (DMI), ou 47 e 140 gramas por dia (g/d), respectivamente. A taxa de inclusão semelhante de 0,2% de DMI foi usada anteriormente em dietas suplementadas com gluconato de cálcio para bezerros.
Materiais e métodos
[0126] Seis vacas leiteiras de lactação iniciante de rúmen canulado (60 ± 6 dias em lactação (DIM)) foram utilizadas para este estudo. As vacas foram alimentadas com uma dieta basal para proporcionar uma NEL estimada de 6,82MJ/kg de matéria seca (DM) e 16,17% de proteína bruta (CP).
Projeto Experimental
[0127] Seis vacas fistuladas foram alimentadas com a dieta basal ad libitum durante pelo menos 14 dias antes do início das infusões. A ingestão durante os últimos 7 dias deste período foi em média e utilizada como ponto de partida para o nível de alimentação, que foi fixo por meio da experimento. O experimento foi um projeto de quadrado latino de 6 X 6, onde cada período consistiu em cinco dias de infusão, seguido por 2 dias de tempo de descanso de pós-tratamento (sem infusões). Este projeto experimental permitiu que cada vaca recebesse todos os tratamentos, o que proporcionou 6 repetições por tratamento. Os dados de produção a partir do último dia de cada período experimental foram analisados utilizando o procedimento MIXED no SAS, onde a vaca foi considerada um efeito aleatório e o período e o tratamento considerados efeitos fixos. Os meios de tratamento foram separados pelo teste de Tukey. As diferenças foram consideradas significativas para P < 0,05 e tendências em 0,05 < P < 0,15 (Doelman et al, (2008) J. Dairy Sci Vol: 91:3998-4001)).
Tratamentos
[0128] As vacas foram infundidas com tratamentos de teste no abomaso através de uma cânula do rúmen. A colocação da linha de infusão abomasal foi verificada rotineiramente. Os períodos de tratamento consistiram em infusão contínua de 120h seguido por um período de repouso de 48 horas sem infusão.
[0129] Como controle negativo, o tratamento de solução salina infundido foi composto de 0,9% (p/v) de cloreto de sódio. O controle positivo foi o butirato de sódio a 0,5% do consumo de matéria seca formulado para proporcionar 135 g/d, ou 25% da produção de butirato diária total estimada, equivalente a 65% do butirato produzido no intestino inferior. Os tratamentos consistiram de 2 níveis de gluconato de cálcio em 0,2% e 0,6% do consumo de matéria seca formulada, ou 47 gramas/dia e 140 gramas/dia, respectivamente. Como nenhum dado sobre a síntese de butirato no intestino inferior estava disponível na vaca em lactação, a síntese pós ruminal de 205 gramas/dia em novilhos da raça Holandesa (Siciliano-Jones e Murphy, 1989) foi utilizada para determinar a contribuição de substrato de tratamento para o fornecimento de butirato total. Os 2 níveis de tratamento iria, proporcionar 23,5% e 70% da produção pós ruminal (ou desvio ruminal), respectivamente. Cada tratamento foi infundido em um volume total de 8 L/d e foi continuamente infundido no abomaso durante 120 h. Veja o Apêndice 1 para todas as composições infusadas de tratamento. Resultados Saúde e desempenho animal
[0130] O peso corporal foi mantido a 3% e não foi afetado pela dieta ou tratamento. Todas as vacas permaneceram em triagem para a duração, e o experimento foi concluído em 6 períodos. Não houve diferenças significativas na ingestão de matéria seca (DMI) em resposta ao tratamento (Tabela 1).
[0131] Tabela 1. Ingestão de matéria seca e respostas da produção de leite à disposição da dieta de dois níveis de gluconato de cálcio em vacas lactantes (n = 6 por tratamento). Abreviaturas: DMI = consumo de matéria seca, kg/kg DM = Kg/Kg de matéria seca, NB = butirato de sódio (controle positivo), CG = gluconato de cálcio e MJ/d = megajoule/dia.
Figure img0001
Figure img0002
[0132] a-c Significados em uma linha com diferentes expoentes são significativamente diferentes P < 0,05. As letras são símbolos usados para diferenciar os meios de tratamento que são estatisticamente diferentes um do outro, ou seja, o valor de tratamento indicado com a é significativamente diferente do que outros valores de tratamento indicados por b ou c. Da mesma forma, os valores de tratamento indicados por b são significativamente diferentes dos valores indicados por a ou c e valores de tratamento indicados por c são significativamente diferentes dos valores indicados por a ou b. Se a letra a é compartilhada entre dois ou mais valores de tratamento, eles não são significativamente diferentes uns dos outros.
Produção de Leite e Componente
[0133] A infusão do abomaso de gluconato de cálcio a 2 níveis não aumentou o rendimento de leite ou proteína em comparação com a solução salina ou o controle positivo (Tabela 1 acima). No entanto, a produção de gordura de leite total (kg/d) respondeu positivamente à suplementação e tendeu a ser mais elevada para 0,2 CG em relação ao controle negativo (P = 0,13). Em comparação com a solução salina, a concentração de gordura de leite (por cento de gordura, com um rendimento total de leite) foi significativamente mais elevada em resposta a 0,2 CG (P = 0,011) e 0,6 CG (P = 0,012).
EXEMPLO 2: Efeitos da administração oral de uma composição que compreende gluconato de cálcio misturado com óleo de palma hidrogenado sobre a produção de gordura de leite, produção de butirato, e crescimento somático em vacas leiteiras lactantes. Tratamentos
[0134] Os tratamentos foram controle negativo (sem tratamento) e consumo de matéria seca 0,07% (DMI; 16 g/d de gluconato de cálcio protegido no rúmen contendo 6,25 g de gluconato de cálcio; encapsular o gluconato de cálcio em óleo de palma hidrogenado, a proporção do óleo de palma hidrogenado para gluconato de cálcio foi de 60:40 por cento em peso). Com base na degradabilidade potencial do rúmen de 20%, a quantidade de alimentação proposta foi prevista para proporcionar 5 g/d de ingrediente ativo.
Materiais e métodos
[0135] Vinte e cinco vacas leiteiras foram colocadas em tratamento cerca de 21 dias pós-parto, até 105 dias de lactação. As vacas foram alimentadas com uma ração para fornecer uma energia líquida estimada de lactação (NEL) de 7,47 MJ/kg de matéria seca (DM) e 17,47% de proteína bruta (CP).
Projeto Experimental
[0136] Vacas leiteiras utilizadas neste experimento foram mantidas em estábulos limitados na unidade leiteira de lactantes no Trouw Nutrition Agresearch Dairy Research Facility. As vacas foram alimentadas com uma basal dieta ad libitum durante todo o período do experimento começando imediatamente após o parto de acordo com a prática atual de gestão. O experimento foi um projeto de quadrado latino constituído por períodos de 28 d. A análise de variância foi realizada utilizando o procedimento MIXED no SAS.
Resultados Saúde e desempenho animal
[0137] O peso corporal tende a aumentar (P = 0,065) com o tratamento, mas a condição corporal não foi impactada (Tabela 2).
Produção de Leite e Componente
[0138] A concentração de gordura de leite aumentou significativamente de 0,20% (P = 0,041) e o rendimento de gordura de leite tende a aumentar (P = 0,061) 110 g/d, em resposta a 16 g/d de gluconato de cálcio protegido no rúmen (Tabela 2). Tabela 2. Peso corporal, escore de condição e desempenho da lactação de vacas leiteiras lactantes consumindo gluconato de cálcio protegido no rúmen (n = 25)
Figure img0003
Composição de SCFA Fecal
[0139] A concentração fecal de butirato tendeu a aumentar 9% em resposta a 16 g/d de gluconato de cálcio protegido no rúmen (P = 0,091; Tabela 3). Tabela 3. Resposta da composição de SCFA fecal em vacas leiteiras lactantes consumindo gluconato de cálcio protegido por rúmen (n = 25)
Figure img0004
Figure img0005
Conclusões
[0140] Este experimento foi projetado para determinar a eficácia de gluconato de cálcio protegido por rúmen em parâmetros de produção de leite e composição de ácidos graxos de cadeia curta fecal (SCFA). Estes resultados demonstram uma resposta positiva a prestação alimentar de 16 g/d de produto protegido por rúmen em termos de concentração de gordura de leite e produção e concentração de butirato fecal.
EXEMPLO 3: Efeito da administração oral de uma composição que compreende gluconato de cálcio misturado com o óleo de palma hidrogenado no perfil microbiano no intestino inferior de vacas leiteiras lactantes.
[0141] O experimento é realizado tal como descrito no exemplo 1, exceto que o gluconato de cálcio é encapsulado em óleo de palma hidrogenado e é administrado por via oral. Os resultados do experimento mostram que as duas dosagens de gluconato de cálcio (CG) produzem alterações na microflora no intestino inferior de vacas leiteiras que receberam o tratamento, em comparação com as vacas leiteiras que não receberam o tratamento.

Claims (13)

1. Composição caracterizada pelo fato de que compreende um ácido glucônico e/ou um ou mais sais do mesmo e um agente de liberação controlada, em que o agente de liberação controlada é selecionado do grupo que consiste em ácidos graxos, parcialmente ou totalmente óleos animais hidrogenados, parcialmente ou totalmente óleos vegetais, e misturas de um ou mais ingredientes selecionados de ácidos graxos, parcialmente ou totalmente óleos animais hidrogenados, parcialmente ou totalmente óleos vegetais; e ii) ceras, sabões, lipossomas, membranas, hidrogéis, polímeros ou copolímeros acrílicos, polissacarídeos, polímeros ou copolímeros de vinil e suas misturas, em que o ácido glucônico e/ou um mais sais do mesmo são incorporados em uma matriz de um agente de liberação controlada, em que a composição é sólida, e em que o ácido glucônico e/ou um ou mais sais do mesmo são incorporados em uma matriz do agente de liberação controlada.
2. Composição, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que o um ou mais sais de ácido glucônico são selecionados a partir de gluconato de cálcio, gluconato de sódio, gluconato de quinina, gluconato ferroso, gluconato de potássio, gluconato de zinco, gluconato de cobre, gluconato de cobalto, gluconato de bário, gluconato de lítio, gluconato de magnésio e gluconato cúprico, de preferência é gluconato de cálcio e/ou gluconato de sódio, com maior preferência é gluconato de cálcio.
3. Composição, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que o agente de liberação controlada é um óleo vegetal.
4. Composição, de acordo com a reivindicação 3, caracterizada pelo fato de que o óleo vegetal é selecionado a partir de óleo de palma, óleo de soja, óleo de semente de colza, óleo de semente de algodão, óleo de rícino, e misturas dos mesmos.
5. Composição, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizada pelo fato de que o óleo vegetal é óleo de soja.
6. Composição, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizada pelo fato de que o óleo vegetal é parcialmente hidrogenado ou preferencialmente totalmente hidrogenado.
7. Composição, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizada pelo fato de que a proporção percentual em peso do ácido glucônico e/ou um ou mais sais do mesmo para o agente de liberação controlada varia a partir de cerca de 20:80 até cerca de 65:35 por cento em peso, ou é pelo menos cerca de 40:60 por cento em peso, de preferência 50:50 por cento em peso.
8. Composição, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizada pelo fato da composição ter o formato de esférula, pélete e grânulo.
9. Método para produzir a composição, conforme definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo fato de que compreende as etapas de: - aquecimento do agente de liberação controlada para a fluidez; - mistura em ácido glucônico e/ou um ou mais sais do mesmo; e - arrefecimento do resultante para permitir a composição a solidificar.
10. Método, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de que o ácido glucônico e mais sais do mesmo são gluconato de cálcio.
11. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 9 a 10 caracterizado pelo fato de que o agente de liberação controlada compreende formas hidrogenadas de óleo vegetal.
12. Uso de uma composição, conforme definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo fato de que é como uma alimentação de ruminantes e/ou suplemento alimentar para ruminantes.
13. Uso de uma composição, conforme definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo fato de que é para aumentar a produção de gordura de leite em um ruminante lactante.
BR112017007308-0A 2014-10-10 2015-10-09 Composição, método para produzir a composição e uso de uma composição BR112017007308B1 (pt)

Applications Claiming Priority (3)

Application Number Priority Date Filing Date Title
NL2013610 2014-10-10
NL2013610 2014-10-10
PCT/EP2015/073479 WO2016055651A1 (en) 2014-10-10 2015-10-09 Compositions to increase milk fat production in lactating ruminants and methods using the same

Publications (2)

Publication Number Publication Date
BR112017007308A2 BR112017007308A2 (pt) 2018-03-27
BR112017007308B1 true BR112017007308B1 (pt) 2022-06-14

Family

ID=52355135

Family Applications (1)

Application Number Title Priority Date Filing Date
BR112017007308-0A BR112017007308B1 (pt) 2014-10-10 2015-10-09 Composição, método para produzir a composição e uso de uma composição

Country Status (14)

Country Link
US (1) US11344046B2 (pt)
EP (2) EP3539391B1 (pt)
CN (1) CN106998752A (pt)
AU (1) AU2015329931B2 (pt)
BR (1) BR112017007308B1 (pt)
CA (1) CA2964182C (pt)
DK (1) DK3203860T3 (pt)
ES (1) ES2791323T3 (pt)
MX (1) MX2017004651A (pt)
NZ (1) NZ730883A (pt)
PL (1) PL3203860T3 (pt)
PT (1) PT3203860T (pt)
WO (1) WO2016055651A1 (pt)
ZA (1) ZA201702066B (pt)

Families Citing this family (5)

* Cited by examiner, † Cited by third party
Publication number Priority date Publication date Assignee Title
CA2964182C (en) 2014-10-10 2023-07-25 Nutreco Nederland B.V. Compositions to increase milk fat production in lactating ruminants and methods using the same
BE1025137B1 (nl) 2017-12-22 2018-11-09 Nutri-Ad International Nv Diervoeder materiaal
CA3106742A1 (en) * 2018-07-17 2020-01-23 Nutreco Ip Assets B.V. Methods to increase milk yield and yield of milk constituents in lactating ruminants
CN112739215A (zh) * 2018-07-17 2021-04-30 纽崔克Ip资产有限公司 用于改善反刍动物的健康和生存的方法
CN114568594B (zh) * 2022-03-28 2023-12-01 苏州美农生物科技有限公司 用于缓释氮源饲料的添加剂及其制备方法

Family Cites Families (27)

* Cited by examiner, † Cited by third party
Publication number Priority date Publication date Assignee Title
US3458625A (en) 1963-04-22 1969-07-29 Quaker Oats Co Ruminant feeding
US3541204A (en) 1968-12-02 1970-11-17 Ian Ramsay Sibbald Encapsulated biologically active materials for feeding to ruminants and process for the production thereof
US3959493A (en) * 1971-03-17 1976-05-25 Rumen Chemie, Ag Rumen bypass products comprising biologically active substances protected with aliphatic fatty acids
JPS60168351A (ja) 1984-01-25 1985-08-31 Mitsui Toatsu Chem Inc 飼料添加組成物
US4713245A (en) 1984-06-04 1987-12-15 Mitsui Toatsu Chemicals, Incorporated Granule containing physiologically-active substance, method for preparing same and use thereof
BR8506634A (pt) 1984-12-20 1986-09-09 Rhone Poulenc Sante Composicoes para o revestimento de aditivos alimentares destinados aos ruminantes e granulados sob forma de microcapsulas assim revestidos
JPS61195653A (ja) 1985-02-26 1986-08-29 Mitsui Toatsu Chem Inc 反すう動物用粒子
FR2606597B1 (fr) 1986-11-17 1989-01-27 Rhone Poulenc Sante Nouvelle composition pour l'alimentation des ruminants contenant une substance biologiquement active et sa preparation
US4808412A (en) 1987-06-11 1989-02-28 Eastman Kodak Company Rumen-stable compositions
JPH0720423B2 (ja) 1987-06-19 1995-03-08 日本曹達株式会社 反芻動物用飼料添加物
US5120565A (en) 1990-10-05 1992-06-09 Purina Mills, Inc. Extruded, high-fat animal feed nugget
NO920067L (no) 1991-01-14 1992-07-15 Ajinomoto Kk Foradditiv for droevtyggere
AU5961494A (en) * 1992-12-30 1994-08-15 Morgan Manufacturing Co., Inc. Composition and method for ruminant milk production
GB9418752D0 (en) 1994-09-16 1994-11-02 Ici Plc Animal feedstuffs and additives
CN100353937C (zh) 1999-10-19 2007-12-12 扶桑化学工业株式会社 动物饮料水
US7550172B2 (en) 2004-02-27 2009-06-23 Purina Mills, Llc Selective feeding of starch to increase milk production in ruminants
FR2880518A3 (fr) 2005-01-10 2006-07-14 Roux Jean Francois Le Aliment complementaire pour vaches laitieres, compose d'un melange de sucres et de matieres grasses, solide a temperature corporelle et ainsi protege des fermentations du rumen.
NO323876B1 (no) 2005-02-09 2007-07-16 Uni For Miljo Og Biovitenskap Fôr til drovtyggere samt fremgangsmate for fremstilling derav
WO2007048369A1 (de) 2005-10-26 2007-05-03 Berg & Schmidt Gmbh & Co. Kg Ergänzungsmittel sowie verfahren zur herstellung desselben
US8691843B2 (en) * 2006-07-12 2014-04-08 Novus International, Inc. Antioxidant combinations for use in ruminant feed rations
JP2011125217A (ja) * 2008-04-03 2011-06-30 Ajinomoto Co Inc 酸性、中性アミノ酸含有反芻動物用飼料添加組成物及びその製造方法
DE102009014137A1 (de) 2009-03-24 2010-09-30 Josera Gmbh & Co. Kg Verfahren zur Herstellung eines Nahrungsmittels, sowie ein Tierfuttermittel und ein Humanernährungsmittel
US10172370B2 (en) 2009-06-24 2019-01-08 Purina Animal Nutrition Llc High fat feed particles
NL2003315C2 (en) 2009-07-31 2011-02-02 Friesland Brands Bv Milk composition, use thereof and products based thereon, formulation to be fed to mammals, and method for producing said milk composition.
AU2013214081B2 (en) 2012-01-31 2016-04-07 Benemilk Ltd Ruminant feed enhancing energy metabolism in milk production
NZ630345A (en) 2012-03-09 2016-04-29 Friesland Brands Bv Animal feed composition containing encapsulated glucono delta-lactone
CA2964182C (en) 2014-10-10 2023-07-25 Nutreco Nederland B.V. Compositions to increase milk fat production in lactating ruminants and methods using the same

Also Published As

Publication number Publication date
EP3203860B1 (en) 2020-01-08
EP3539391A1 (en) 2019-09-18
ES2791323T3 (es) 2020-11-03
ZA201702066B (en) 2022-10-26
EP3203860A1 (en) 2017-08-16
EP3539391B1 (en) 2023-12-27
BR112017007308A2 (pt) 2018-03-27
CA2964182C (en) 2023-07-25
DK3203860T3 (da) 2020-04-06
AU2015329931A1 (en) 2017-04-27
US20180228182A1 (en) 2018-08-16
WO2016055651A1 (en) 2016-04-14
US11344046B2 (en) 2022-05-31
CA2964182A1 (en) 2016-04-14
PL3203860T3 (pl) 2020-12-14
AU2015329931B2 (en) 2019-08-01
MX2017004651A (es) 2017-10-16
PT3203860T (pt) 2020-04-17
NZ730883A (en) 2022-10-28
CN106998752A (zh) 2017-08-01

Similar Documents

Publication Publication Date Title
US10583159B2 (en) Method for increasing performance of offspring
EP2007222B1 (en) Methods and compositions for increased productivity in animals
ES2791323T3 (es) Composiciones para aumentar la producción de grasa lechera en ruminantes lactantes y métodos utilizando los mismos
KR101931009B1 (ko) 반추 동물의 유량 및/또는 유질 향상제, 주산기병 예방 또는 치료제, 그리고 번식 효율 개선제
Duffield Minimizing subclinical metabolic diseases
Soltan Effect of essential oils supplementation on growth performance, nutrient digestibility, health condition of Holstein male calves during pre-and post-weaning periods
BR112018014791B1 (pt) Composições para aprimorar a utilização de nitrogênio em um ruminante
BR112019022345A2 (pt) método para alimentação de um bezerro ruminante
CN113710100A (zh) 生命早期营养
CA3080159A1 (en) Compositions and methods of improving dietary phosphorus and calcium utilization in animals
US20210137863A1 (en) Methods to improve health and wellbeing in ruminants
FR3017778A1 (fr) Adjuvant comprenant de la baicaline notamment issue d&#39;un extrait de scutellaria baicalensis et aliment pour animaux comprenant un tel adjuvant
US20210137138A1 (en) Methods to increase milk yield and yield of milk constituents in lactating ruminants
KÖROĞLU Effect of milk replacer added Macleaya cordota extract calf body weight and health
JP2007504832A (ja) 飼料用オレアミド含有組成物

Legal Events

Date Code Title Description
B06U Preliminary requirement: requests with searches performed by other patent offices: procedure suspended [chapter 6.21 patent gazette]
B07A Application suspended after technical examination (opinion) [chapter 7.1 patent gazette]
B09A Decision: intention to grant [chapter 9.1 patent gazette]
B16A Patent or certificate of addition of invention granted [chapter 16.1 patent gazette]

Free format text: PRAZO DE VALIDADE: 20 (VINTE) ANOS CONTADOS A PARTIR DE 09/10/2015, OBSERVADAS AS CONDICOES LEGAIS