BR112012027852B1 - Dispositivo de detecqao da ruptura de uma via primaria em um acionador de comando de voo - Google Patents

Abstract

DISPOSITIVO DE DETECÇÃO DA RUPTURA DE UMA VIA PRIMÁRIA EM UM ACIONADOR DE COMANDO DE VOO. A presente invenção refere-se a um dispositivo (13) de detecção da ruptura de uma via primária em um acionador de comando de voo, esse acionador apresentando uma via primária (1), que comporta um parafuso (2) oco rotativo, uma via secundária (10) que comporta uma gaste de segurança (3) de retomada de esforço que atravessa o parafuso (2), esse dispositivo (13) sendo caracterizado pelo fato de compreender um captador (15) de posição, conectado ao parafuso (2) para medir uma informação representativa de sua posição angular e um sistema (17) de conexão, apto a desconectar o captador (15) de posição do parafuso (2), em caso de deslocamento relativo da haste (3) em relação ao parafuso (2), quando de uma ruptura da via primária.

Description

Domínio técnico geral.

[0001] A presente invenção é relativa à detecção de pane em um atuador de comando de voo.

[0002] Notadamente, mas não limitativamente, ela se refere à detecção da ruptura de uma via primária de um atuador de comando de voo de aeronave e a retomada de esforço por um avia secundária desse atuador.

Estado da técnica

[0003] Classicamente, esses atuadores comportam duas vias mecânicas, uma primária, a outra secundária, esta sendo destinada a retomar o esforço, quando a via primária é falha, em geral em conse- qüência de uma ruptura dessa via primária.

[0004] A estrutura geral desse atuador é esquematizada na figura 1.

[0005] Em funcionamento sobre a via primária 1, os esforços transitam por um parafuso 2 oco, por exemplo com esferas ou com cilindros.

[0006] Essa característica permite alojar aí uma haste 3 de segurança de retomada de esforço (barra dita “fail safe”), ranhurada em suas extremidades e ligada com folga ao parafuso 2.

[0007] Essa estrutura assegura a continuidade da transmissão dos esforços e da rotação do conjunto, evitando uma separação axial dos elementos do parafuso, em caso de ruptura do próprio parafuso.

[0008] O parafuso 2 termina em uma de suas extremidades por uma peça de ligação, dita ligação alta primária 4, pela qual ela é ligada a uma estrutura 5 da aeronave.

[0009] Em caso de falha da via primária 1, isto é, em caso de rup- tura de um elemento da via primária 1, os esforços são retomados pela via secundária 10, e notadamente pela haste 3 de segurança, cuja extremidade é uma forma macho 7 (por exemplo uma esfera) disposta em uma forma fêmea de uma peça de ligação 8 da via secundária, dita ligação alta secundária 8.

[00010] Essa ligação 8 alta secundária é ela própria ligada à aeronave, por meio de uma peça de ligação 9 avião diferente daquela utilizada para suportar a via primária 1.

[00011] Do estado da técnica conhecem-se numerosos sistemas de detecção de ruptura da via primária e de retomada de esforço da via secundária em um atuador de comando de voo.

[00012] FR 2858035 descreve um sistema de detecção configurado para detectar o deslocamento relativo em translação da extremidade livre da barra de segurança em relação à ligação alta secundária.

[00013] EP 1557588 divulga um dispositivo de detecção de transferência de carga da via primária para a via secundária baseada na detecção do cisalhamento entre peças da ligação alta secundária.

[00014] EP 1972549 divulga uma solução, compreendendo um sensor apto a detectar um esforço lavado sobre peças, assegurando a ligação alta da via secundária, como parafusos de fixação da via secundária ou chapas de fixação da via secundária, e apta a detectar a colocação sob esforço destas.

[00015] Todavia, as soluções propostas atualmente apresentam inconvenientes, pois elas necessitam de uma implementação específica e complexa ao nível da ligação alta secundária dos atuadores de comando de voo.

[00016] Além disso, elas necessitam da instalação de cabos de detecção volumosos e pesados no nível da ligação alta secundária. Essas soluções causam um aumento da massa da aeronave.

[00017] Determinadas soluções obrigam também, pelo posiciona- mento dos sensores na interface das peças do atuador, a aumentar a folga entre as peças do atuador, o que é prejudicial para a estabilidade vibratória do conjunto. A folga entre as peças do atuador é conhecida do técnico com a terminologia anglo-saxônica “Flutter” e conhece especificações exigentes em uma aeronave.

[00018] Enfim, as soluções propostas atualmente necessitam de um tratamento eletrônico pesado dos sinais medidos, e conhecem uma confiabilidade perfective!. Apresentação da invenção

[00019] A invenção visa a prevenir os inconvenientes de soluções da técnica anterior.

[00020] Para isso, a invenção propõe um dispositivo de detecção da ruptura de uma via primária em um atuador de comando de voo, esse atuador apresentando uma via primária, que comporta um parafuso oco rotativo, uma via secundária que comporta uma haste de segurança de retomada de esforço atravessando o parafuso, esse dispositivo sendo caracterizado pelo fato de compreender um sensor de posição, conectado ao parafuso para medir uma informação representativa de sua posição angular, e um sistema de desconexão, apto a desconectar o sensor de posição do parafuso, em caso de deslocamento relativo da haste em relação ao parafuso, quando de uma ruptura da via primária.

[00021] A invenção é vantajosamente completada pelas características seguintes, consideradas sozinhas ou em combinação: - o dispositivo compreende um computador configurado para comparar a informação medida pelo sensor de posição, e uma informação representativa da posição angular do parafuso medida por um segundo sensor de posição independente do sistema de desconexão; - o computador é configurado para detectar uma ruptura da via primária, quando a comparação é superior ou inferior a um limite predeterminado; - o sistema de desconexão está a desconectar o sensor de posição do parafuso, quando a haste exerce uma carga predeterminada sobre o parafuso, correspondente a um esforço mecânico exercido pela haste sobre o parafuso, quando de uma ruptura do parafuso ou de um outro elemento da via primária; - o sistema de desconexão compreende um pino rompível; - o pino rompível tem uma seção transversal calibrada para se romper a uma carga predeterminada, correspondente a um esforço mecânico exercido pela haste sobre o parafuso, quando de uma ruptura da via primária; - o pino rompível é submetido a uma carga de extração predeterminada, permitindo uma extração do pino do parafuso em caso de ruptura desse pino; - o sensor de posição é um sensor de posição angular.

[00022] A invenção propõe também um atuador de comando de voo, compreendendo uma via primária, que comporta um parafuso oco rotativo, uma via secundária que comporta uma haste de segurança de retomada de esforço que atravessa o parafuso, a via secundária estando apta a retomar esforços exercidos sobre a via primária, em caso de ruptura da via primária, esse atuador sendo caracterizado pelo fato de compreender um dispositivo de detecção da ruptura da via primária, tal como descrito acima.

[00023] A invenção apresenta numerosas vantagens.

[00024] Uma vantagem da invenção é de oferecer uma solução simples e pouco onerosa.

[00025] Uma outra vantagem da invenção é de oferecer uma solução leve, aumentando, de maneira desprezível, a massa da aeronave.

[00026] Uma outra vantagem ainda da invenção é de oferecer uma solução, cuja confiabilidade é melhorada.

[00027] Uma outra vantagem ainda da invenção é de permitir uma redução da folga entre as peças do atuador.

[00028] Enfim, uma outra vantagem da invenção é de permitir uma detecção em condições ambientais difíceis.

Apresentação das figuras

[00029] Outras características e vantagens da invenção sobressairão ainda de descrição que se segue, a qual é puramente ilustrativa e não limitativa e deve ser lida com relação aos desenhos anexados nos quais: - a figura 1 é uma representação esquemática, ilustrando o princípio de um atuador de comando de voo; - a figura 2 é uma representação esquemática de um dispositivo de detecção e de um atuador de comando de voo, de acordo com a invenção; - a figura 3 é uma representação esquemática de um dispositivo de detecção e de um atuador de comando de voo, de acordo com a invenção, no caso de uma ruptura da via primária; - a figura 4 é uma representação esquemática de um modo de realização de um dispositivo de detecção e de um atuador de comando de voo, de acordo com a invenção; - a figura 5 é uma representa esquemática de um modo de realização de um dispositivo de detecção e de um atuador de comando de voo, de acordo com a invenção, no caso de uma ruptura da via primária.

Descrição detalhada

[00030] Representou-se na figura 2 um dispositivo 13 de detecção da ruptura de uma via primária, de acordo com a invenção, assim como um atuador 12 de comando de voo, de acordo com a invenção, equipado com esse dispositivo. A invenção se refere tanto ao dispositivo de detecção, o atuador de comando de voo equipado com esse dispositivo, quanto a aeronave que compreende esse atuador de comando de voo. Conforme explicitado antes, o atuador 12 de comando de voo compreende uma via primária 1 e uma via secundária 10.

[00031] Esse atuador 12 é, por exemplo, um macaco de tipo THSA, para o comando de um plano horizontal variável de aeronave (não representado).

[00032] As vias primária e secundária compreendem numerosos elementos, e só determinados desses elementos serão descritos. A estrutura dos atuadores de comando de voo que comporta uma via primária e uma via secundária, é amplamente conhecida do técnico.

[00033] A via primária 1 compreende um parafuso 2 oco rotativo, terminando em uma de suas extremidades por uma peça de ligação, dita ligação alta primária 4, pela qual ela é ligada a uma estrutura 5 da aeronave.

[00034] Em geral, a via primária 1 compreende também uma porca (não representada), que coopera com o parafuso 2, sendo montado sobre esta e que é ligado ao plano a comandar.

[00035] O parafuso 2 é controlado em rotação por um motor, o que permite deslocar a porca pré-citada em translação, esta sendo para isso, bloqueada em rotação. O deslocamento em translação da porca permite assim comandar a oscilação que se deseja dar ao plano horizontal variável.

[00036] Uma haste de segurança 3 se estende ao interior do parafuso oco 2. A haste de segurança é um dos elementos da via secundária 10.

[00037] Em geral, essa haste 3 termina por uma cabeça 7 esférica colocada com folga no interior de uma forma esférica fêmea de um a peça de ligação 8 da via secundária, dita ligação alta secundária. Essa ligação alta secundária 8 é ela mesma ligada à aeronave por meio de uma peça de ligação 9 avião diferente daquela utilizada para suportar a via primária 1.

[00038] A fixação da ligação alta secundária é conhecida em si, e é notadamente realizada por sistemas com chapas e parafuso de fixação.

[00039] Em funcionamento “normal”, é a via primária 1 que suporta os esforços. Em caso de falha da via primária 1, notadamente por ruptura de um dos elementos constitutivos da via primária 1, como, por exemplo a ligação alta primária 4 ou o parafuso 2, é avia secundária 10 que retoma o esforço.

[00040] Essa pane deve ser detectada, a fim de informar o piloto e atrair eventuais operações de manutenção no solo, até mesmo em voo.

[00041] O dispositivo 13 de detecção da ruptura da via primária está apta a detectar essas panes.

[00042] O dispositivo 13 de detecção da ruptura da via primária compreende um sensor 15 de posição, conectado ao parafuso 2, para medir uma informação representativa de sua posição angular.

[00043] Em um modo de realização, o sensor 15 é um sensor 15 de posição angular. Nesse caso, a informação representativa da posição angular do parafuso 2 é a própria posição angular.

[00044] O sensor 15 de posição angular é configurado para medir a posição angular do parafuso 2 e/ou seu deslocamento angular. Pode tratar-se de um deslocamento e/ou de um posicionamento angular, que podem ser absolutos ou relativos, segundo as convenções escolhidas. Quando o sensor 15 e o parafuso 2 são ligados, o sensor 15 mede, portanto, a posição angular do parafuso 2.

[00045] O sensor 15 de posição angular pode, por exemplo, ser um sensor elétrico ativo (indutivo) de medida de deslocamentos em rota- ção de tipo RVDT (segundo o acrônimo anglo-saxônico Rotary Variable Differential Transformee). Outros sensores de posição angular podem ser utilizados.

[00046] Alternativamente, pode tratar-se de um sensor de posição linear, como, por exemplo, um sensor de medida de deslocamentos lineares de tipo LVDT (segundo o acrônimo anglo-saxônico Linear Variable Differential transformer).

[00047] Nesse caso, o sensor 15 de posição linear é, por exemplo, conectado ao parafuso 2, via um mecanismo de tipo parafusos com esferas, que transforma o movimento de rotação do parafuso 2 em um movimento de translação.

[00048] O sensor 15 de posição linear mede, portanto, uma posição ou um deslocamento linear, mas que são representativos da posição angular do parafuso 2.

[00049] Qualquer sensor 15 de posição apta a medir uma informação representativa da posição angular do parafuso 2 pode ser utilizado, isto é, que a informação medida (por exemplo, uma posição) é correlacionada á posição angular do parafuso 2, e permite assim deduzir essa posição angular.

[00050] De acordo com a invenção, o dispositivo 13 de detecção da ruptura da via primária compreende um sistema 17 desconexão, apto a desconectar o parafuso 2 do sensor de posição 15, em caso de deslocamento relativo da haste 3 em relação ao parafuso 2, quando de uma ruptura da via primária 1.

[00051] Essa desconexão acarreta, portanto, a ruptura da conexão do sensor 15 e do parafuso 2.

[00052] O sistema 17 de desconexão é calibrado para desconectar a ligação entre o parafuso 2 e o sensor 15 unicamente em caso de ruptura da via primário 1.

[00053] Com efeito, no caso da ruptura de um elemento da via pri- mária 1, é uma via secundária 10 que retoma o esforço.

[00054] Em particular, a haste 3 sofre, então, um deslocamento relativo em relação ao parafuso 2, o essencial desse deslocamento sendo orientado paralelamente ao parafuso 2, segundo um movimento de translação, em um sentido ou no outro. Esse deslocamento relativo da haste 3 em relação ao parafuso 2 é detectado pelo sis 17 de desconexão, que acarreta então um corte da ligação entre o parafuso 2 e o sensor 15 de posição. Esse corte é acionado no momento em que o deslocamento relativo da haste 3 em relação ao parafuso ultrapassa um limite predeterminado, correspondente a uma ruptura da via primária 1, esse limite sendo conhecido por simulação, ou por medida in situ. Trata-se, com efeito, de evitar falsas detecções, devido a movimentos relativos do parafuso 2 e da haste 3 que não resultam de uma ruptura da via primária 1. Só um deslocamento relativo da haste 3 em relação ao parafuso 2 acima do limite corresponde uma ruptura da via primária 1.

[00055] Abaixo do limite predeterminado, o sistema de desconexão 17 não corta a ligação entre o parafuso 2 e o sensor 15 de posição, o que evita as falsas detecções.

[00056] Em certos modos de realização, o sistema de desconexão 17 compreende, portanto, um sensor ou conjunto de sensores medindo o movimento relativo da haste 3 em relação ao parafuso 2 (ou inversamente), o que permite desconectar o parafuso 2 do sensor 15 de posição em caso de ruptura da via primária 1.

[00057] Em outros modos de realização, o sistema de desconexão 17 é configurado para desconectar o sensor 15 de posição do parafuso 2, quando a haste 3 exerce uma carga predeterminada sobre o parafuso 2, correspondente a um esforço mecânico exercido pela haste 3 sobre o parafuso 2, quando de uma ruptura da via primária 1.

[00058] Nesse caso, o deslocamento relativo do parafuso 2 em re lação à haste 3, em caso de ruptura da via primária 1 é detectado, de maneira indireta, via a carga exercida pela haste 3 sobre o parafuso 2.

[00059] Com efeito, em caso de ruptura da via primária, a haste 3 se desloca em relação ao parafuso 2 e exerce então um esforço me-cânico face o parafuso 2 superior a um limite predeterminado, esse esforço mecânico sendo utilizado pelo sistema 17 de desconexão para desconectar o parafuso 2 do sensor 15 de posição, em caso de ruptura da via primária 1.

[00060] O dispositivo 13 compreende, além disso, um computador 18 configurado para comparar a informação representativa da posição angular do parafuso 2 medida pelo sensor 15 de posição, e uma informação representativa da posição angular do parafuso 2 medida por um segundo sensor de posição 19 do dispositivo de detecção 13. A informação representativa da posição angular do parafuso 2 medida pelo segundo sensor 19 de posição pode ser a própria posição angular.

[00061] O segundo sensor de posição 19 difere do sensor 15 pelo fato de não ser conectado ao parafuso 2 via o sistema de desconexão 17. o segundo sensor de posição 19 é, portanto, independente do sistema de desconexão 17. Fora dessa diferença, trata-se de uma sensor do mesmo tipo, apto a medir uma informação representativa da posição angular do parafuso 2. Esse sensor pode ser um sensor de posição angular, linear, ou outro, conforme descrito anteriormente para o sensor 15.

[00062] Pode, por exemplo, tratar-se de um sensor de posição angular da própria aeronave, utilizado para comandar e sujeitar a rotação do parafuso 2, em funcionamento “normal”.

[00063] Pode vantajosamente tratar-se, em particular, do sensor de posição angular ligado ao parafuso 2, e existente em todos os atuado- res de comando de voo, o que evita instalar novos sensores. Esse tipo de sensor '[e utilizado para comandar e sujeitar o parafuso 2 da via primária 1.

[00064] Vantajosamente, o sensor 15 de posição e o segundo sensor 19 de posição são integrados em um único e mesmo sensor com várias vezes.

[00065] A invenção permite, portanto, utilizar os sensores instalados na área, integrando simplesmente ao atuador o dispositivo 13 de detecção e notadamente o sistema 17 de desconexão.

[00066] O computador 18 pode ser um computador dedicada, ou mais vantajosamente, fazer parte do computador da aeronave, embarcando o atuador 12.

[00067] Representou-se na figura 3 uma ruptura da via primária 1 e uma retomada de esforço da via secundária 10.

[00068] A ruptura é ilustrada no nível da ligação alta primária 4, mas pode ser realizada sobre quaisquer elementos que participa da via primária 1 do atuador.

[00069] Antes dessa ruptura, isto é em funcionamento “normal”, o sensor 15 é conectado ao parafuso 2, e mede, portanto, uma informação representativa da posição angular do parafuso 2.

[00070] Por outro lado, o parafuso 2 é controlado em rotação pelo piloto via os comandos de pilotagem que ele comunica à aeronave. Uma informação representativa da posição angular do parafuso 2 é medida por um segundo sensor 19 de posição, que ele continua a medir uma informação representativa da posição angular do parafuso 2, mesmo em caso de uma ruptura da via primária 1, já que não é conectado ao parafuso 2 via o sistema de desconexão 17.

[00071] Em caso de ruptura da via primária 1, é a via secundária 10 que retoma o esforço. Nesse caso, a haste 3 sofreu um deslocamento relativo face o parafuso 2, esse deslocamento ultrapassando um limite predeterminado, característico da ruptura da via primária 1.

[00072] Quando desse deslocamento superior ao limite, o sistema 17 de desconexão acarreta o corte da ligação entre o parafuso 2 e o sensor 15 de posição.

[00073] Por conseguinte, o sensor 15 não mede mais informação representativa da posição angular do parafuso 2.

[00074] O sensor 15 de posição mede então um sinal nulo ou constante, o que permite detectar a ruptura da via primária T e, portanto, a pane.

[00075] Vantajosamente, a pane é detectada, comparando a informação representativa da posição angular medida pelo sensor 15 de posição, e a informação representativa da posição angular do parafuso 2, medida pelo segundo sensor 19 de posição. Com efeito, em caso de ruptura da via primária 1, o segundo sensor 19 continua a medir a informação representativa da posição angular do parafuso 2 e as variações desse posicionamento.

[00076] Caso o computador 18 compare esse sinal com o sinal medido pelo sensor 15 de posição desconectado do parafuso 2, por intermédio do sistema 17 de desconexão, é claro que os sinais serão diferentes, enquanto que anteriormente à pane, estes eram iguais ou pelo menos correlates.

[00077] Vantajosamente, o computador 18 é configurado para detectar uma pane, quando a comparação entre a informação medida pelo sensor 15 de posição e a informação medida pelo segundo sensor 19 de posição é superior ou inferior a um limite predeterminado.

[00078] A invenção é acionada do estado da técnica, já que ela detecta uma pane diretamente no nível do parafuso 2 e da haste 3 de segurança e não do nível da ligação alta 8 da via secundária ou da ligação alta 4 da via primária.

[00079] Considerando-se que a invenção não necessita de posicionar de sensores entre as peças do atuador, a folga entre as peças (“flutter”) pode ser reduzida, o que é muito vantajoso.

[00080] Com efeito, é conhecido do técnico que as especificações sobre o “flutter” são muito exigentes.

[00081] Por outro lado, a solução proposta é simples e pouco onerosa. Isto é, notadamente devido ao fato de a invenção necessitar pouco de sensores suplementares.

[00082] Constata-se também uma redução da massa avião significativa, da ordem de 7 kg em relação a certas soluções da técnica anterior, necessitando de ligação blindada, que liga os sensores situados no nível da ligação alta secundária ao computador do avião.

[00083] Além disso, considerando-se a simplicidade do material requerido, a invenção está apto para detectar panes mesmas em condições externas difíceis (temperaturas baixas....).

[00084] Representou-se na figura 4 um modo de realização particular do dispositivo 13 e do atuador 12 de comando de voo, de acordo com a invenção.

[00085] Nesse modo de realização, o sistema de desconexão 17 compreende um pino 23 rompível. Esse pino 23 rompível tem uma seção transversal calibrada para se romper a uma carga predeterminada, correspondente a um esforço mecânico exercido pela haste 3 sobre o parafuso 2, quando de uma ruptura da via primária 1 (ruptura do parafuso 2 ou de um outro elemento da via primária 1).

[00086] Com efeito, de acordo com a invenção, o sistema de desconexão 17 desconecta o parafuso 2 do sensor 15, em caso de movimento relativo da haste 3 em relação ao parafuso 2, quando de uma ruptura da via primária 1. Conforme enunciado anteriormente, esse deslocamento acarreta um esforço mecânico exercido pela haste 3 sobre o parafuso 2, que permite, portanto, ter uma informação sobre o movimento relativo da haste 3 em relação ao parafuso 2.

[00087] Abaixo da carga exercida pela haste 3 sobre o parafuso 2, quando de uma ruptura da via primária 1, esse pino 23 é calibrado para não se romper, a fim de evitar as falsas detecções. Esse limite de carga é conhecido por simulação e/ou medidas in situ.

[00088] O pino 23 pode ser colocado em um entalhe que atravessa o parafuso 2 e a haste 3, ou ser parafusado em um alojamento ranhu- rado para isso.

[00089] Além disso, o eixo desse pino 23 rompível é submetido a uma carga de extração predeterminada, permitindo uma extração do pino 23 do parafuso 2, em caso de ruptura desse pino 23. Essa carga de extração é exercida por molas 20, ortogonalmente ao parafuso 2.

[00090] O pino 23 conecta o parafuso a um pinhão 22, que, via um trem de engrenagens, aciona o sensor de posição 15, por exemplo um sensor de posição angular acionado em rotação.

[00091] Em caso de ruptura da via primária 1, e conforme ilustrado na figura 5, a haste 3 exerce um esforço mecânico acima do limite de ruptura do pino 23, o que acarreta a ruptura desse pino 23. Em razão da carga de mola exercida sobre o pino 23, este se libera do parafuso 3. Liberando-se, o pinhão 22 se torna livre em rotação, notadamente graças a um rolamento 21.

[00092] O pinhão 22 não recopia, portanto, mais a rotação do parafuso 2, o que significa que o sensor 15 não mede mais uma informação representativa da posição angular do parafuso 2., e é desconecta- do desse parafuso 2, o que permite detectar uma ruptura da via primária 1.

[00093] Quando o computador 8 compara o sinal medido pelo sensor 15 de posição com o sinal medido pelo segundo sensor de posição 19, este detecta uma pane, quando a comparação é superior (ou inferior, se for o caso) a um limite predeterminado. Outros sistemas de desconexão 17 são realizáveis.

[00094] A invenção se aplica a qualquer atuador de comando de voo que apresenta uma via primária e uma via secundária apta a retomar um esforço, em caso de ruptura da via primária e tal como descrito anteriormente.

[00095] A invenção oferece numerosas vantagens em termos de custo, de simplicidade, de confiabilidade e de integração.

Claims (9)

1. Dispositivo (13) de detecção da ruptura de uma via primária em um atuador de comando de voo, dito atuador apresentando: - uma via primária (1), que comporta um parafuso (2) oco rotativo; - uma via secundária (10) que comporta uma haste de segurança (3) de retomada de esforço que atravessa o parafuso (2), dito dispositivo (13) sendo caracterizado pelo fato de compreender - um sensor (15) de posição, conectado ao parafuso (2) para medir uma informação representativa de sua posição angular, e - um sistema (17) de desconexão, apto a desconectar o sensor (15) de posição do parafuso (2), em caso de deslocamento relativo da haste (3) em relação ao parafuso (2), quando de uma ruptura da via primária (1).

2. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de compreender adicionalmente um computador (18) configurado para comparar a informação medida pelo sensor (15) de posição; e uma informação representativa da posição angular do parafuso (2) medida por um segundo sensor (19) de posição independente do sistema (17) de desconexão.

3. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que o computador (18) é configurado para detectar uma ruptura da via primária (1), quando a comparação é superior ou inferior a um limite predeterminado.

4. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo fato de que o sistema de desconexão (17) está apto a desconectar o sensor (15) de posição do parafuso (2), quando a haste (3) exerce uma carga predeterminada sobre o parafu- so (2), correspondente a uma solicitação mecânica exercida pela haste (3) sobre o parafuso (2), quando de uma ruptura do parafuso (2) ou de um outro elemento da via primária (1).

5. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo fato de que o sistema (17) de desconexão compreende um pino (23) rompível.

6. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pelo fato de que o pino (23) rompível tem uma seção calibrada para se romper a uma carga predeterminada, correspondente a uma solicitação mecânica exercida pela haste (3) sobre o parafuso (2), quando de uma ruptura da via primária (1).

7. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 5 ou 6, caracterizado pelo fato de que o pino (23) rompível é submetido a uma carga de extração predeterminada, permitindo uma extração do pino (23) do parafuso (2), em caso de ruptura desse pino (23).

8. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo fato de que o sensor (15) de posição é um sensor (15) de posição angular.

9. Atuador (12) de comando de voo, compreendendo - uma via primária (1), que comporta um parafuso (2) oco rotativo; - uma via secundária (10) que comporta uma haste (3) de segurança de retomada de esforço que atravessa o parafuso (2), - a via secundária (10) estando apta a retomar esforços exercidos sobre a via primária (1), em caso de ruptura da via primária (1); - dito atuador (12) sendo caracterizado pelo fato de compreender um dispositivo (13) de detecção da ruptura da via primária, como definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 8.

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