BR102022000733A2 - Processo de produção de proteína quimérica, proteína quimérica, gene, composição imunogênica, e usos - Google Patents

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Abstract

A presente tecnologia revela o processo de produção de uma proteína quimérica de SEQ ID N° 1, utilizando a sequência de nucleotídeos de SEQ ID No 2. Revela também a proteína quimérica definida pela SEQ ID N° 1, o gene de SEQ ID No 2 utilizado para sua produção, composições imunogênicas contendo tal proteína e seu uso para preparar vacinas para a profilaxia e prevenção da infecção e formas moderadas e grave de COVID-19. A presente tecnologia está inclusa no campo da saúde humana, especificamente no campo das medidas de prevenção contra infecção com SARS-CoV2. Trata da produção de uma composição vacinal compreendendo uma proteína quimérica que previne altas cargas virais e formas clínicas moderadas e graves da doença através do estímulo ao sistema imunológico.

Description

PROCESSO DE PRODUÇÃO DE PROTEÍNA QUIMÉRICA, PROTEÍNA QUIMÉRICA, GENE, COMPOSIÇÃO IMUNOGÊNICA, E USOS
[01] A presente invenção está inclusa no campo da saúde humana, especificamente no campo das medidas de prevenção contra infecção por SARS-CoV-2. Trata de um processo de produção de proteína quimérica, da proteína quimérica, do gene utilizado para sua produção e de uma composição vacinal compreendendo uma proteína quimérica que previne altas cargas virais e formas clínicas moderadas e graves da doença através do estímulo ao sistema imunológico. Trata também dos usos da proteína quimérica e da composição imunogênica para a produção de vacinas para a profilaxia e prevenção da infecção e formas moderadas e grave de COVID-19.
[02] Coronavírus são espécies de vírus pertencentes à subfamília Coronavirinae na família Coronavidae. São vírus de RNA que infectam humanos e animais e causam doença respiratória, gastrointestinal ou neurológica. Esses vírus podem emergir de reservatórios animais e causar epidemias significativas em humanos, como a Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS-CoV), ocorrida entre 2002 e 2003, e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV), que surgiu em 2012 na Arábia Saudita.
[03] A pandemia da doença causada pelo novo coronavírus 2019, COVID-19, tem impactado de sobremaneira o cenário mundial, agravando as taxas de morbidade e mortalidade e causando uma das maiores crises econômicas dos últimos cem anos. Diante desse cenário, emergem esforços globais para o desenvolvimento de vacinas eficientes em prevenir a infecção pelo patógeno.
[04] Vacinas podem ser baseadas em vírus vivo, vírus inativado ou componentes virais, como antígenos de superfície purificados.
[05] A grande maioria das vacinas desenvolvidas contra o vírus SARS-CoV-2 (causador da COVID-19) e todas as vacinas contra SARS-CoV-2 que já estão no mercado utilizam a proteína Spike ou o RNA mensageiro codificador dessa proteína ou ainda vírus inativados, almejando a indução dos anticorpos neutralizantes. Notadamente, os níveis de anticorpos contra a proteína Spike nas vacinas distribuídas no Brasil, após primeira dose, são baixos. Além disso, as variantes mais agressivas, com alta transmissibilidade e possivelmente mais patogênicas, possuem mutações na proteína Spike, que é o antígeno alvo dos anticorpos neutralizantes, o que torna as vacinas atualmente disponíveis mais vulneráveis a essas variações.
[06] Existem hoje evidências significativas que indicam um papel importante dos linfócitos T na proteção contra a infecção pelo SARS-CoV-2. Para identificar os alvos reconhecidos por estes linfócitos T, a presente tecnologia apresenta uma análise virtual que permitiu identificar os principais peptídeos que interagem com diferentes HLAs (moléculas apresentadoras de antígenos), identificando uma alta concentração destes peptídeos na proteína nucleocapsídeo (N) e na região RBD (do inglês “Receptor Binding Domain”) da proteína Spike (S).
[07] Para obtenção de uma combinação de antígenos eficiente e mais eficaz contra as variantes do vírus, a presente tecnologia utiliza uma proteína alternativa, chamada nucleocapsídeo (N), que é a proteína mais abundante do SARS-CoV-2 e altamente imunogênica, como parte da proteína quimérica desenvolvida na presente tecnologia. Esta proteína quimérica induz altos níveis de anticorpos e produção de IFNg pelos linfócitos T, quando inoculada em animais, e é também reconhecida por anticorpos e células T de indivíduos convalescentes. A proteína quimérica é composta pela proteína N ligada ao segmento RBD da proteína Spike e, por conter epítopos derivados das duas proteínas virais, a sua administração resulta na produção de anticorpos contra o segmento RBD da proteína S e contra a proteína N.
[08] A proteína quimérica da presente tecnologia é a associação da porção RBD da proteína Spike com a proteína do nucleocapsídeo (N), sendo, portanto, denominada SpiN. A região RBD se liga diretamente à Enzima Conversora de Angiotensina (ECA-2) expressa na superfície da célula hospedeira, sendo assim composição principal da maioria das vacinas que já estão sendo aplicadas na população mundial, na forma de RNA, vetores virais não replicantes ou proteína.
[09] Em um trabalho recente, Matchett et al (2021) descrevem uma vacina baseada na proteína N de SARS-CoV-2 expressa em vetor de Adenovirus Humano (Ad5), a qual confere imunidade protetora contra a infecção em modelo animal de COVID-19. (William E. Matchett et al. Nucleocapsid vaccine elicits spike-independent SARS-CoV-2 protective immunity. bioRxiv 2021. 04. 26. 441518; doi: https: //doi. org/10.1101/2021.04.26.44 1518).
[010] Em outro estudo, Class et al (2021) demonstraram que a vacinação baseada na proteína Spike protege o pulmão na doença, porém somente protege animais de danos agudos no pulmão e cérebro em conjunto com vacina baseada na proteína do Nucleocapsídeo (Jacob Class, Tanushree Dangi, Justin M. Richner, Pablo Penaloza-MacMaster. A SARS CoV-2 nucleocapsid vaccine protects against distal viral dissemination. bioRxiv 2021. 04. 26. 440920; doi: https: //doi. org/10.1101/2021.04.26.440920).
[011] O documento de patente CN111607003, intitulado “SARS-CoV-2 N/S1 (RBD) recombinant protein and preparation method and application thereof”, cuja data de prioridade é 21 de maio de 2020, trata de uma proteína recombinante que compreende o fragmento gênico para expressão da proteína nucleocapsídeo (N) do vírus SARS-CoV-2 e o fragmento gênico para expressão do domínio RBD da proteína de superfície Spike (S1) do vírus SARS-CoV-2, além de vetor de expressão e o processo de obtenção da proteína para uso potencial como vacina para COVID-19. A proteína obtida no documento CN111607003 possui uma cauda de histidina na porção N-terminal, normalmente introduzida para facilitar a purificação de proteínas recombinantes por meio de técnica que requer a utilização de agentes quelantes. Agentes quelantes utilizados em cromatografia de afinidade para purificação de proteínas contendo caudas de aminoácidos como a histidina podem apresentar desvantagens importantes. O níquel utilizado como quelante para ligação com a histidina para purificação da proteína em CN111607003 é descrito na literatura como carcinogênico (Bal W, Kozlowski H, Kasprzak KS. Molecular models in nickel carcinogenesis. J Inorg Biochem 2000; 79: 213-8), sendo que pode ocorrer contaminação com esse metal em processos de purificação de proteínas produzidas por E. coli (Oswald T, Hornbostel G, Rinas U, Anspach FB. Purification of ZHis. 6EcoRV recombinant restriction endonuclease EcoRV fused to a ZHis. 6 affinity domain by metal-chelate affinity chromatography. Biotechnol Appl Biochem 1997; 25ZPt 2.: 109-15). Além do mais, é demonstrado que a histidina pode agir como sítio de ligação ao níquel em proteínas histonas, causando dano ao DNA (Zoroddu MA, Kowalik-Jankowska T, Kozlowski H, Molinari H, Salnikow K, Broday L, et al. Interaction of NiZII. and CuZII. with a metal binding sequence of histone H4: AKRHRK, a model of the H4 tail. Bba Gen Subj 2000; 1475: 163-8). Vale destacar que a sequência de nucleotídeos revelada em CN111607003 difere da sequência da SpiN. Com base nesses dados, foi produzida uma sequência para a proteína SpiN que não contem as sequencias adicionais de histidinas e, por esse motivo, o processo de purificação precisou ser desenvolvido por meio de metodologias que envolvem características intrínsecas da proteína quimérica como carga, massa molecular e solubilidade.
[012] Existem diversas cepas de E. coli para expressão de proteínas heterólogas. A cepa E. coli BL21 (DE3) ΔSlyD pRARE (daqui em diante denominada E. coli pRARE), codifica a maioria dos tRNAs pouco expressos em E. coli. Já a cepa E. coli SHuffle possui capacidade aprimorada de proporcionar um melhor enovelamento a proteínas que contém múltiplas pontes dissulfeto em sua estrutura, como é o caso da porção RBD da proteína SpiN.
[013] O sistema de expressão da presente invenção utiliza as cepas de E. coli pRARE ou SHuffle e o vetor pET-24a contendo uma sequência nucleotídica otimizada para obtenção da proteína quimérica da presente tecnologia. Tal sistema procarioto possui muitas vantagens em relação a sistemas eucariotos, como sua simplicidade e baixo custo, alto nível de expressão e rendimento em curto espaço de tempo. O processo de expressão da presente invenção foi otimizado para obtenção da proteína com maior rendimento e grau de pureza a partir do lisado de E. coli pRARE e SHuffle. A proteína não possui aminoácidos adicionais aos da própria sequência quimérica, sendo assim purificada através de duas etapas de cromatografia. A estratégia de unir as sequências em uma única molécula otimiza, simplifica, reduz tempo e custo do processo, quando comparado à produção individual de cada sequência separadamente.
BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS
[014] Figura 1: Análise por SDS-PAGE do resultado da purificação de SpiN por cromatografia aniônica (Canaletas A a E) seguida por cromatografia catiônica (canaletas 1 a 60), a partir da fração solúvel do extrato proteico de E. coli (cepa pRARE) (metodologia 1). Da esquerda para direita: (A) amostra pré-coluna aniônica contendo a SpiN; (B, C, D) amostra não ligada à coluna aniônica de três passagens (não-ligado 1 a 3, respectivamente, pré-coluna catiônica), (E) amostra não ligada à coluna catiônica, mostrando a grande perda da proteína SpiN (68 kDa), e (1 a 60) frações eluídas da coluna catiônica contendo a proteína SpiN. PM corresponde ao padrão de peso molecular.
[015] Figura 2: SDS-PAGE comparativo dos testes de expressão da proteína SpiN nas cepas de (A) E. coli pRARE e (B) SHuffle. As canaletas 1 compreendem o padrão de peso molecular; as canaletas 2 compreendem amostra das cepas não induzidas; as canaletas 3 compreendem amostra das cepas induzidas por 3 h a 37oC; as canaletas 4 compreendem amostra das cepas induzidas por 18 h a 20oC.
[016] Figura 3: SDS-PAGE comparativo dos testes de solubilidade da proteína SpiN realizado após expressão nas cepas de E. coli pRARE (A) e SHuffle (B). As canaletas 1 compreendem o padrão de peso molecular; a canaleta 2 compreende amostra da cepa induzida por 3 h a 37oC fração insolúvel, a canaleta 3 compreende amostra da cepa induzida por 3 h a 37oC fração solúvel; as canaletas 4 compreendem amostra das cepas induzidas por 18 h a 20oC fração insolúvel, as canaletas 5 compreendem amostra das cepas induzidas por 18 h a 20oC fração solúvel.
[017] Figura 4: (A) SDS-PAGE comparativo do teste de indução da expressão da proteína SpiN a 37°C por 15h, realizado nas cepas de E. coli pRARE e SHuffle; (B) SDS-PAGE do teste de solubilidade da SpiN expressa na cepa SHuffle. As canaletas 1 compreendem o padrão de peso molecular; a canaleta 2 compreende amostra da cepa E. coli pRARE não induzida; a canaleta 3 compreende amostra da cepa E. coli pRARE induzida por 15 h a 37oC; a canaleta 4 compreende amostra da cepa SHuffle não induzida; a canaleta 5 compreende amostra da cepa SHuffle induzida por 15 h a 37oC; a canaleta 6 compreende amostra da cepa SHuffle induzida por 15 h a 37oC fração insolúvel; a canaleta 7 compreende amostra da cepa SHuffle induzida por 15 h a 37oC fração solúvel.
[018] Figura 5: Avaliação da precipitação da SpiN após redução da concentração de ureia nas cepas E. coli pRARE e Shuffle.
[019] Figura 6: Análise por SDS-PAGE da purificação de SpiN da fração insolúvel por cromatografia aniônica seguida por cromatografia catiônica, conforme a metodologia 2. As canaletas 1 correspondem ao padrão de peso molecular; (A) amostra da proteína SpiN obtida após solubilização (pré-coluna aniônica); (B) amostra eluída da coluna aniônica (eluição aniônica); (C) não-ligado da coluna aniônica contendo a proteína SpiN (pré-coluna catiônica); (D) não-ligado da coluna catiônica; (3 a 51) frações eluídas da coluna catiônica.
[020] Figura 7: Análise por SDS-PAGE do resultado final da purificação da proteína SpiN seguindo a metodologia 2. O gel (A) compreende, na canaleta 1 o padrão de peso molecular e, na canaleta 2, a proteína SpiN após as duas etapas de purificação (“a” indica os agregados da SpiN, “b” indica a proteína SpiN e “c” indica produtos de clivagem da SpiN). As bandas observadas no gel (“a”, “b”, “c”) foram sequenciadas por espectrometria de massas confirmando a identidade da SpiN (“b”), a presença de agregados da mesma (“a”) e produtos de clivagem (“c”). O gel (B) compreende o padrão de peso molecular (1), a proteína N purificada (N), a porção RBD da proteína spike (RBD), e a proteína SpiN composta por N e RBD (SpiN).
[021] Figura 8: SDS-PAGE mostrando a proteína SpiN purificada (A e D) e seu reconhecimento em Western blot feito com anticorpo anti-N (B e E) e anti-RBD (C e F). A proteína N purificada (N), a porção RBD da proteína spike (RBD), e a proteína Spike (S) foram adicionadas como controle. Nos painéis superiores (A, B, C) a SpiN foi purificada seguindo a metodologia 1. Nos painéis inferiores (D, E, F) foi utilizada a metodologia 2.
[022] Figura 9: Níveis de anticorpos anti-RBD (A), anti-Spike (S) (B), e anti-nucleocapsídeo (N) (C) no soro de indivíduos controles não vacinados e não infectados (HC, círculos pretos), vacinados com CoronaVac (círculos verdes), e convalescentes da infecção com SARS-CoV-2 (círculo vermelho). Asteriscos indicam que a diferença é estatisticamente significativa (**,p<0,01; ***,p<0,001; DO=densidade óptica).
[023] Figura 10: Níveis de IFN-g produzidos por células mononucleares do sangue periférico (PBMCs) estimuladas pelas proteínas RBD (A), Spike (S) (B), e nucleocapsídeo (N) (C). Os PBMCs foram purificados no sangue de indivíduos controles não vacinados e não infectados (linhas pretas), vacinados com CoronaVac (linhas verdes), e convalescentes da infecção com SARS-CoV-2 (linhas vermelhas). Asteriscos indicam que a diferença é estatisticamente significativa (**,p<0.01; ***,p<0.001). CN = controle negativo (PBMCs cultivadas na ausência de qualquer estímulo com antígenos do SARS-CoV2).
[024] Figura 11: Camundongos C57BL/6 imunizados com N, RBD ou N + RBD + Poly (I: C) foram eutanasiados 21 dias após a última dose vacinal e a presença de anticorpos IgG totais anti-RBD e anti-N foi avaliada no BALF (A e B, respectivamente) e no soro (C e D, respectivamente) através do ensaio de ELISA. A resposta celular foi avaliada através da detecção de IFN-g no sobrenadante de cultura de esplenócitos estimulados com RBD ou N. Concanavalina A (ConA) foi utilizada como controle positivo (E).
[025] Figura 12: Resposta humoral de camundongos imunizados com a quimera SpiN + Poly (I: C). Os anticorpos murinos IgG totais (A, D e G), IgG1 (B, E e H) e IgG2c (C, F e I) anti-N (A, B, C), anti-RBD (D, E, F), e anti-SARS-CoV-2 (G, H e I) foram dosados no soro através do ensaio de ELISA. A diluição do soro está especificada no eixo x.
[026] Figura 13: Esplenócitos de camundongos imunizados com SpiN + Poly (I: C) foram estimulados com RBD ou N por 48h. As citocinas IFN-g (A) e IL-10 (B) foram dosadas no sobrenadante de cultura através do ensaio de ELISA. ConA foi utilizado como controle positivo.
[027] Figura 14: Camundongos hECA2 Tg imunizados com Quimera SpiN + Poly (I: C) foram desafiados com 5 x 104 PFU de SARS-CoV-2. O peso (A) e a mortalidade (B) foram acompanhados por 11 dias. A carga viral no cérebro e no pulmão foi avaliada por RT-PCR (C). DPI=dias após a infecção.
[028] Figura 15: Camundongos hECA2 Tg não imunizados que receberam só o adjuvante imunológico (Poly (I: C)) (A, B) ou imunizados com Quimera SpiN + Poly (I: C) (C, D) foram desafiados com 5 x 104 PFU de SARS-CoV-2 e o processo inflamatório no pulmão avaliado por histopatologia. Os quadrantes inferiores e superiores ilustram, respectivamente, o tecido pulmonar de um animal vacinado ou de um animal não vacinado que recebeu apenas Poly (I: C). As colorações com hematoxilina e eosina (quadrantes da esquerda) e Tricrômico de Masson (quadrantes da direita) ilustram a intensidade do processo inflamatório e formação de trombos no pulmão dos animais desafiados com SARS-CoV-2, respectivamente.
[029] Figura 16: Níveis de Anticorpos IgG (a), IgG1 e IgG2c anti-RBD (b) e anti-N (c) em camundongos imunizados com SpiN associada ao adjuvante esqualeno (emulsão comercial MF59). A diluição do soro está especificada no eixo x. Os níveis de IFN-γ (d) ou IL-10 (e) produzidos por esplenócitos de camundongos vacinados cultivados na ausência (RPMI) ou na presença de RBD, N ou Concanavalina A (ConA, controle positivo).
[030] Figura 17: Níveis de anticorpos IgG total (a), IgG1 e IgG2c anti-RBD (b) e anti-N (c) em hamsters imunizados com SpiN associada a MF59. A diluição do soro está especificada no eixo x.
[031] Figura 18: O efeito protetor da imunização de camundongos hACE2 com SpiN associada ao adjuvante MF59 como indicado pela perda de peso (a), mortalidade (b) e carga viral no pulmão (c) e cérebro (d) 5 e 11 dias depois da infecção (DPI).
[032] Figura 19: Seções histopatológicas de pulmões de camundongos hACE-2 não vacinados (A, B, C) e camundongos vacinados com SpiN + MF59 (D, E, F) no 5° dia após a infecção (DPI) com SARS-CoV-2. As sessões de tecidos foram coradas com hematoxilina e eosina e analisadas para congestão, infiltrados inflamatórios, focos de hemorragia, exsudato intra-alveolar e colapso alveolar. Aumentos de 2, 5 x (A e D); 4 x (B e E) e 20 x (C e F).
[033] Figura 20: Ensaio de soro-neutralização com SARS-CoV-2 (cepa Wuhan). Soros foram coletados de animais infectados com SARS-CoV-2, grupos controle não vacinados e vacinados com SpiN + Poly (I: C) ou SpiN +MF59, como indicado. A diluição sérica indica o título de anticorpos neutralizantes em cada amostra.
[034] Figura 21: Variação de temperatura (a) e peso (b) dos animais ao longo do tempo, após administração da SpiN + MF59. Seta em vermelho indica 1a dose, em azul representa 2a dose e verde o fim do experimento.
[035] Figura 22: IgG total Anti-N (a) e Anti-RBD (b) avaliados 30 dias após administração da SpiN associada a MF59. A diluição do soro está especificada no eixo x.
[036] Figura 23: Titulação da proteína SpiN para ensaio de potência. Três lotes da proteína SpiN, produzida em pRARE (Lote 1 e Lote 2) e SHuffle foram utilizados como antígeno em ensaio de ELISA do tipo indireto, sendo testada com anticorpos policlonais específicos: (A) anti N, e (B) anti-S/RBD, produzidos em coelhos. A diluição do soro está especificada no eixo x.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA TECNOLOGIA
[037] A não ser que sejam definidos de maneira diferente, todos os termos técnicos e científicos aqui utilizados têm o mesmo significado entendido por um técnico no assunto ao qual a invenção pertence. As técnicas convencionais de biologia molecular são bem conhecidas de um técnico no assunto, podendo ser encontradas, por exemplo, em Ausubel et al., eds. Current Protocols in Molecular Biology, John Wiley & Sons, Inc. N. Y. (1987-2008), incluindo todos os suplementos; Sambrook et al., Molecular Cloning: A Laboratory Manual, 2a edição, Cold Spring Harbor, N. Y. (1989). O relatório descritivo também provê definições de termos para auxiliar na interpretação daquilo que é aqui descrito e das reivindicações. A não ser que seja indicado de forma diferente, todos os números expressando quantidades, porcentagens e proporções, e outros valores numéricos usados no relatório descritivo e nas reivindicações, devem ser entendidos como sendo modificados, em todos os casos, pelo termo “cerca de”. Assim, a não ser que seja indicado o contrário, os parâmetros numéricos mostrados no relatório descritivo e nas reivindicações são aproximações que podem variar, dependendo das propriedades a serem obtidas.
[038] Em um primeiro aspecto, a presente invenção refere-se ao processo de produção de uma proteína quimérica, definida pela SEQ ID N° 1. Para tanto, o processo envolve a utilização de uma sequência de nucleotídeos definida pela SEQ ID No 2.
[039] O processo de produção da proteína quimérica compreende as seguintes etapas:
  • a. Clonar o DNA, definido pela SEQ ID N°2, codificador da proteína definida pela SEQ ID N°1, em vetor de expressão;
  • b. Transformar bactérias E. coli (sendo preferencialmente da cepa E. coli SHuffle) com a construção obtida em “a” e cultivar em meio apropriado, como o meio LB com 25 a 100 μg/mL de canamicina, a 36, 5 a 37, 5 °C sob agitação a 180 a 200 rpm, por 3 a 4 horas;
  • c. Induzir a expressão da proteína definida pela SEQ ID N°1 pela adição de IPTG ao meio, preferencialmente para uma concentração final de 0, 1 a 1 mM, quando a densidade óptica a 600 nm atingir o valor de 0, 3 a 0, 6 e manter o cultivo sob agitação por um período de 15 h a 24 h, a 36, 5 a 37, 5 °C;
  • d. Realizar a lise do precipitado celular do cultivo obtido em “c”, preferencialmente utilizando tampão de lise, que compreende um agente tamponante de pH entre 7 e 8, um coquetel de inibidores de protease e agentes redutores, através de passagens da amostra em equipamento homogeneizador por pressão mantendo 15. 00020. 000 psi por 5 a 20 min;
  • e. Submeter o lisado obtido em “d” à centrifugação a 35. 000 g a 45. 000 g por 20 a 40 min;
  • f. Realizar 2 etapas de lavagens da fração insolúvel obtida em "e" utilizando preferencialmente o tampão Tris 80 a 100 mM, ureia 0, 5 a 1 M, EDTA 5 a a10 mM, glicerol 5 a 10 %, triton x-100 1 a 2 %, pH 7 a 8, através de ressuspensão e centrifugação a 35. 000 g a 45. 000 g por 20 a 40 min;
  • g. Realizar etapa de ressuspensão do precipitado contendo a fração insolúvel lavada e obtida em "f" preferencialmente em tampão fosfato 25 a 100 mM, 5 a 10 % glicerol, 6 a 8 M uréia, 0, 05 a 0, 1 % triton x-100, DTT 1 a 10 mM, benzamidina 1 a 10 mM, PMSF 1 a 5 mM e coquetel de inibidores de proteases através de agitação a 4 a 6 °C por aproximadamente 18 a 24 h;
  • h. Submeter a ressuspensão obtida em "g" à centrifugação a 35. 000 g a 45. 000 g por 20 a 40 min;
  • i. Submeter a amostra solubilizada obtida em “h” a duas etapas de cromatografia de troca iônica, sendo a primeira, em uma coluna aniônica e em seguida, o material não ligado na coluna aniônica é aplicado em uma coluna catiônica, em pH 7 a 8, na presença de 6 a 8 M de ureia;
  • j. Submeter as frações de maior concentração da proteína SpiN obtidas em “i” a uma cromatografia de dessalinização, para remoção da ureia, e substituição preferencial para tampão fosfato 25 a 100 mM, 5 a 10 % glicerol, 50 a 150 mM uréia, 15 a 35 mM NaOH, 100 a 200 mM NaCl, pH 10, 5 a 11, 5.
[040] Em uma outra forma de concretização, o cassete de expressão pode ser inserido em uma variedade de vetores adequados, tais como, por exemplo, plasmídeos, fagos, vetores virais ou retrovirais. O técnico no assunto saberá o vetor mais adequado. Ilustrativamente, no caso do microrganismo a ser modificado ser Escherichia coli, pode-se, por exemplo, utilizar qualquer plasmídeo comercial adequado para este hospedeiro, como por exemplo, o plasmídeo comercial pET2a.
[041] O vetor ou cassete compreendendo a sequência de interesse da presente invenção é usado para introduzir estas sequências no hospedeiro, por métodos bem conhecidos na arte, como eletroporação ou choque térmico.
[042] Os polinucleotídeos da invenção podem ser inseridos em um vetor que contenha marcadores de seleção de transformação, tais como genes de resistência a antibióticos.
[043] Em um segundo aspecto, a presente invenção refere-se também a proteína quimérica definida pela SEQ ID N° 1.
[044] A proteína quimérica obtida pelo processo aqui descrito é caracterizada por compreender ou consistir na sequência de aminoácidos definida pela SEQ ID No1.
[045] Em um terceiro aspecto, a presente invenção refere-se também ao gene definida pela SEQ ID N° 2.
[046] O gene aqui descrito é caracterizado por compreender ou consistir na sequência de aminoácidos definida pela SEQ ID N°2.
[047] Em um quarto aspecto, a invenção se refere a uma composição imunogênica contendo tal proteína e adjuvantes e seu uso para preparar uma vacina para a profilaxia e prevenção da infecção e formas moderadas e grave da COVID-19.
[048] Os adjuvantes da composição imunogênica são selecionados do grupo compreendendo ácido poliinosínico: policitidílico (Poly (I: C)) e derivados, emulsão água e óleo ou alumen com oligonucleotídeo CpG não metilado, emulsão água e óleo ou alumen com lipídeo A, esqualeno e derivados (como as emulsões comerciais de esqualeno denominadas MF59 e AddaVax), agonista sintético de TLR4, lipossomas associados com TLR CpG não metilado ou agonista de TLR4, Montanide e Monophosporyl Lipid A, ou um outro adjuvante que induza resposta imune do tipo Th1.
[049] A composição imunogênica, em uma forma preferencial, pode compreender 1 μg a 1 mg da proteína definida pela SEQ ID N°1 e 1 μg a 10 mg do adjuvante ácido poliinosínico: policitidílico, ou 1 μg a 10 mg de CpG e 10 % a 90 % m/v de Alúmen, por dose.
[050] Em uma outra forma preferencial, a composição pode compreender 10 μg a 200 μg da proteína definida pela SEQ ID N°1 por dose, e 5 μg a 5 mg do adjuvante ácido poliinosínico: policitidílico por dose, ou 18 μg de CpG e 30 % m/v de Alúmen, por dose.
[051] Em uma outra forma preferencial, a composição imunogênica pode compreender 10 μg a 500 μg da proteína definida pela SEQ ID N°1, e 1 mg a 20 mg do adjuvante esqualeno, por dose.
[052] A proteína quimérica da presente tecnologia pode ser utilizada para produção de vacina para a profilaxia e prevenção da infecção e formas moderadas e grave de COVID-19.
[053] A composição imunogênica da presente tecnologia pode ser utilizada para produção de vacina para a profilaxia e prevenção da infecção e formas moderadas e grave de COVID-19.
[054] A presente invenção é descrita pelos exemplos não limitantes abaixo, que são meramente ilustrativas. Várias modificações e variações das concretizações são evidentes ao técnico no assunto, sem se afastar do espírito e do escopo da invenção.
EXEMPLO 1 - Construção pET-24a_N+RBD
[055] O DNA codificador da proteína N+RBD (SpiN), definido pela SEQ ID No 2, que foi otimizada para expressão em E. coli, foi clonado no vetor de expressão bacteriano pET-14b (Genscript) e estrategicamente subclonado no vetor pET24a para permitir expressão da proteína de interesse sem cauda de histidina, e dessa forma, sem aminoácidos adicionais aos da própria sequência quimérica. O vetor de expressão pET24a confere resistência a canamicina e contém o promotor do fago T7 (pT7).
EXEMPLO 2 - Otimização da expressão da SpiN em bactérias E. coli BL21 (DE3) ∆SlyD pRARE e teste de solubilidade
[056] Inicialmente, foram utilizadas bactérias E. coli BL21 (DE3) ΔSlyD pRARE (pRARE), que foram transformadas com a construção pET-24a_SpiN e cultivadas em meio LB com 50 μg/mL de canamicina e 34 μg/mL de cloranfenicol a 37°C sob agitação a 200 rpm. A expressão da proteína foi induzida pela adição de IPTG ao meio para uma concentração final de 0, 5 mM quando a D.O. 0.6 a 600 nm foi atingida. Para análise e comparação do nível de expressão de colônias (clones) diferentes, testes de expressão foram realizados em duas condições de cultivo; a 37°C por 3h e a 20°C por 18h. Os clones que apresentaram melhor nível de expressão foram cultivados e estocados na fase exponencial do crescimento, com 25% de glicerol em volume de 1 mL (criotubos) e acondicionados a -80°C.
[057] Para realização de teste de solubilidade da proteína SpiN produzida em E. coli pRARE, foi realizada a diluição de 1 mL do conteúdo de um criotubo estoque do cultivo em 4 mL de meio LB com 50 μg/mL de canamicina e 34 μg/mL de cloranfenicol. O cultivo foi mantido a 37°C sob agitação a 200 rpm por 18h. Em seguida, foi feita uma diluição 1: 100 deste em 250 mL de meio LB com os respectivos antibióticos em Erlenmeyer de 1L. O crescimento seguiu a 37°C sob agitação até a D.O. 0,6 a 600 nm ser atingida. Nesse momento, a expressão da proteína foi induzida pela adição de IPTG para uma concentração final de 0,5 mM. A temperatura do cultivo foi reduzida para 20°C e assim seguiu por 18h. Concluído o tempo de indução, o cultivo foi centrifugado a 8000 rpm por 10 minutos e o sobrenadante (meio) descartado. O precipitado de células foi então ressuspendido em 25 mL do tampão de lise (Fosfato 50 mM, pH 7.7, DTT 5 mM, benzamidina 5 mM e PMSF 1 mM, os últimos três componentes foram adicionados no momento de uso) e a lise das células feita no homogeneizador Emulsiflex-C3. Em seguida, a amostra foi centrifugada a 40. 000 g por 30 min. Amostras da fração insolúvel e da fração solúvel foram analisadas. A proteína foi observada em proporções semelhantes em ambas as frações do lisado celular.
EXEMPLO 3 - Otimização da purificação da proteína SpiN da fração solúvel de E. coli pRARE (metodologia 1)
[058] A estratégia de purificação aqui desenvolvida leva em consideração o fato que, devido ao seu elevado ponto isoelétrico (9, 6), a SpiN se encontra protonada e com carga positiva em tampão com pH abaixo de 9, 6. De forma resumida, a metodologia de purificação da proteína SpiN da fração solúvel consiste em uma cromatografia aniônica (para eliminação de contaminantes negativamente carregados) seguida por uma cromatografia catiônica (para ligação e purificação da SpiN).
[059] Para estabelecimento do protocolo de purificação da SpiN a partir de E. coli pRARE, testes com diferentes soluções tampões nas etapas de lise das células e de purificação foram realizados buscando principalmente manter a estabilidade da proteína na fração solúvel e otimizar sua ligação à coluna catiônica na segunda etapa de purificação. Testes adicionais, passando a amostra em uma única coluna iônica (catiônica e aniônica) e em diferentes volumes, foram realizados com o objetivo de otimizar o rendimento e pureza do processo em cada coluna. Por último, foram realizados testes adicionando steps e gradientes de eluição na cromatografia catiônica com intuito de otimizar a eliminação de contaminantes. As etapas de purificação foram realizadas seguindo o manual do fabricante das colunas utilizadas em sistema Akta prime (GE). O processo estabelecido ao final das etapas de otimização é descrito a seguir.
[060] Na primeira cromatografia, três colunas aniônicas - HiTrap Q XL (GE) - de 5 mL foram utilizadas. Inicialmente as colunas foram equilibradas com 75 mL do tampão Fosfato 50 mM pH 7. 7 e, em seguida, a amostra foi aplicada na coluna em um fluxo de 1 mL por minuto e a fração não ligada contendo a proteína SpiN (N+RBD) foi coletada. A corrida foi finalizada nessa etapa e os contaminantes ligados foram eliminados nas etapas de limpeza da coluna recomendadas pelo fabricante.
[061] Na cromatografia seguinte, duas colunas catiônicas - HiTrap SP HP (GE) - de 5 mL foram conectadas. Inicialmente, as colunas foram equilibradas com 50 mL de tampão de ligação (Tampão Fosfato 50 mM pH 7.7) em um fluxo de 5 mL por minuto. Em seguida, a amostra contendo a proteína de interesse com maior grau de pureza obtida da etapa anterior foi aplicada em fluxo de 1 mL por minuto. Após passagem da amostra, as colunas foram lavadas com 50 mL de tampão de ligação. A etapa de eluição foi realizada inicialmente em um passo, passando pela coluna 50 mL de tampão de ligação com 20% de tampão de eluição (Tampão Fosfato 50 mM pH 7. 7, 1 M NaCl) e, em seguida, foi feito um gradiente linear de 20% a 100% de tampão de eluição em 50 mL. A amostra eluída da coluna foi coletada em frações de 1, 5 mL e analisada em gel SDS- PAGE 10 %. Após análise da purificação, as frações contendo a proteína de interesse foram reunidas.
[062] Pelo método de Bradford o rendimento da proteína SpiN no extrato proteico solúvel antes das etapas de purificação foi de aproximadamente 15 mg por 0, 25 L de cultivo e o ao final do processo de aproximadamente 4 mg por 0, 25 L de cultivo. Esses rendimentos foram calculados para diferentes lotes produzidos após estabelecimento do protocolo final. Entretanto, mesmo com todas as tentativas de otimizar o rendimento e pureza da proteína, observava-se uma perda muito grande da SpiN na fração não ligada da cromatografia catiônica (segunda etapa de purificação), assim como a presença de bandas de proteínas de tamanhos menores que a SpiN, em torno de 30 kDa, em frações da eluição (Figura 1). Inicialmente acreditava-se que essas bandas eram produtos de degradação da proteína SpiN. Entretanto, o sequenciamento por espectrometria de massas realizado posteriormente mostrou que eram proteínas ribossomais de E. coli com ponto isoelétrico muito próximo ao da SpiN e que, portanto, apresentavam o mesmo perfil de eluição da coluna catiônica.
[063] Além da presença dos contaminantes acima descritos, notou-se visualmente uma precipitação muito rápida na amostra durante as etapas de purificação. O precipitado foi identificado por SDS-PAGE como sendo a proteína SpiN. Esse fato levou à conclusão de que a perda da proteína SpiN na fração que não se liga à coluna catiônica estava ocorrendo devido à precipitação da mesma, acarretando a perda da capacidade de interação com a coluna. A partir de então começou uma busca grande por reagentes estabilizantes que pudessem prevenir essa instabilidade da SpiN na fração solúvel do lisado bacteriano que levava à agregação e precipitação. Apesar de dezenas de estabilizantes terem sido testados (Tabela 1), resultados promissores foram obtidos com apenas dois destes: ureia e hidróxido de sódio. A ureia, tradicionalmente usada para solubilizar proteínas recombinantes expressas em corpos de inclusão de E. coli, mostrou bons resultados em diferentes concentrações (8 M a 2 M). O hidróxido de sódio (em concentrações variando de 10 mM a 30 mM) foi capaz de desfazer agregados da proteína SpiN e também mantê-la estável em sua forma solúvel.
Figure img0001
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EXEMPLO 4 - Testes comparativos de expressão e solubilidade da proteína SpiN em E. coli pRARE e E. coli SHuffle
[064] Em paralelo aos testes com estabilizantes, optou-se por avaliar expressão e estabilidade da proteína SpiN em outra cepa de E. coli, a SHuffle. Essa cepa foi selecionada por possuir capacidade aprimorada de proporcionar um melhor enovelamento a proteínas que contém múltiplas pontes dissulfeto em sua estrutura, como é o caso da porção RBD da proteína SpiN. Os testes de expressão e solubilidade na SHuffle foram conduzidos exatamente da mesma forma que os realizados para a cepa pRARE, tendo como única diferença o uso do antibiótico Canamicina no meio de cultivo da cepa SHuffle (sem cloranfenicol).
[065] A expressão em diferentes clones foi avaliada para ambas as cepas. O resultado comparativo do teste de expressão com indução da expressão a 37°C por 3h e a 20°C por 18h mostra uma melhora significativa do nível de expressão da SpiN na cepa SHuffle nas duas condições (Figura 2, painel da direita). Outra vantagem da cepa SHuffle é a ausência do escape de expressão da SpiN antes da indução. Na cepa pRARE há expressão da SpiN mesmo antes da adição de IPTG ao meio, o que dificulta a visualização da indução da expressão e pode prejudicar a multiplicação das células e crescimento do cultivo (Figura 2, painel da esquerda).
[066] Os testes de solubilidades das duas cepas mostraram presença da proteína SpiN tanto na fração solúvel como na fração insolúvel da indução realizada a 20°C por 18h. Para a SHuffle, a indução também foi feita por 3h a 37°C e a solubilidade avaliada, novamente demonstrando a presença da Spin em ambas as frações (Figura 3).
[067] Com o objetivo de aumentar o rendimento celular ao final do cultivo e indução e consequentemente o rendimento ao final do processo de purificação da SpiN uma terceira condição de indução foi avaliada nas duas cepas. Optou-se em realizar a indução a 37°C porém aumentando o tempo de 3h para 15h. Após realização do teste o nível de expressão da SpiN foi avaliado. Os resultados mostraram que o aumento do tempo de cultivo a 37°C resultou em um aumento de aproximadamente três vezes do rendimento celular quando comparada as condições de cultivos anteriores. Além disso, demonstrou-se que o nível de expressão da SpiN não foi prejudicado pelo longo tempo de indução (que em alguns casos pode resultar em degradação da proteína de interesse) (Figura 4, painel da esquerda). Apesar dos resultados promissores, o teste de solubilidade realizado com a cepa SHuffle indicou que a proteína SpiN foi produzida somente na fração insolúvel (Figura 4, painel da direita).
EXEMPLO 5 - Testes comparativos de estabilidade da proteína SpiN na fração insolúvel de E. coli pRARE e E. coli SHuffle após solubilização com ureia
[068] Para definir qual cepa usar no processo de produção da proteína SpiN testes comparativos de estabilidade com a SpiN obtida da fração insolúvel de ambas as cepas foram realizados. Após solubilização da SpiN em tampão com 8M de ureia as mostras foram submetidas a etapas de diluição gradativa da ureia (7M - 6M - 5M - 4M - 3M - 2M - 1M - 0,9M -0,8M - 0,7M - 0,6M -0,5M - 0,4M - 0,3M - 0,2M - 0,1M), reduzindo a concentração de ureia a níveis aceitáveis para uso vacinal. As diluições partiram de amostras da proteína SpiN na mesma concentração. Até a diluição onde a concentração de ureia chegou a 2M não foi observado formação de precipitado da proteína em nenhuma das cepas. Nas diluições onde a concentração de ureia ficou inferior a 1M foi observado precipitado nas amostras de SpiN de ambas as cepas. Nas amostras com concentração de ureia inferior a 1M foi realizada a quantificação da proteína SpiN que permaneceu em solução, sendo constatada maior concentração da SpiN na fração solúvel das amostras da cepa SHuffle e maior precipitação na cepa pRARE (Figura 5). Dessa forma, a cepa SHuffle foi escolhida como a células de expressão para a produção da proteína SpiN.
EXEMPLO 6 - Otimização da purificação da proteína SpiN da fração insolúvel de E. coli (metodologia 2)
[069] Como nos testes de estabilidade realizados anteriormente apenas a ureia e o NaOH foram capazes de manter a SpiN solúvel, foi definido que as etapas de purificação seriam feitas em tampão com 8M de ureia e em seguida a amostra purificada seria submetida à troca de tampão para substituição da ureia pelo NaOH, reagente aceito em tampão de formulação de vacina.
[070] Assim, o protocolo de purificação final da SpiN foi estabelecido a partir do pellet celular gerado de um cultivo de 1 L com indução da expressão feita a 37°C por 15h. Os procedimentos da etapa de cultivo foram realizados como já descrito anteriormente. Como nessa condição a proteína foi observada apenas na fração insolúvel, em corpos de inclusão, foram adicionadas etapas de lavagens desta fração e solubilização em tampão com alta concentração de ureia quando comparado com o protocolo descrito anteriormente de purificação da SpiN da fração solúvel. A seguir detalhes do protocolo, exemplificado com a SpiN produzida em E. coli SHuffle.
[071] O pellet celular gerado de um cultivo de 1 L foi ressuspendido em 75 mL de PBS 1X, foi adicionado no momento do uso DTT 5 mM, benzamidina 5 mM, PMSF 1 mM e uma alíquota de coquetel de inibidores de proteases (quantidade indicada pelo fabricante). Para lise das células foi utilizado equipamento homogeneizador por pressão, foram realizadas passagens da amostra por 20 minutos sob pressão variando entre 15. 000 e 20. 000 psi. Em seguida, a amostra foi centrifugada por 30 minutos a 40. 000g para clarificação, o sobrenadante gerado foi descartado e o pellet insolúvel contendo a proteína de interesse submetido a duas etapas de lavagens para remoção de restos celulares e proteínas insolúveis de E. coli. O tampão de lavagem contendo 100 mM de Tris, 1 M de ureia, 10% de glicerol, EDTA 10 mM, triton x-100 2%, pH 7 foi utilizado para lavar o pellet que em seguida foi submetido a centrifugação por 30 minutos a 40. 000g. Após centrifugação o sobrenadante foi descartado e mais uma etapa de lavagem foi realizada da mesma forma. O pellet lavado foi então submetido a etapa de solubilização após ressuspensão em 75 ml de tampão fosfato 50 mM, ureia 8M, 10% de glicerol e 0, 05% triton X-100, pH 7. 7 e incubado a 4°C por 18h sob agitação. Em seguida a mostra foi centrifugada a 40. 000g por 30 minutos e a fração solúvel seguiu para as etapas de purificação.
[072] Como descrito anteriormente, uma cromatografia aniônica seguida por uma catiônica foi estabelecida para obtenção de da proteína SpiN com alto nível de pureza, assim como para remoção de endotoxinas bacterianas, visto que estas podem ser eliminadas por se ligarem a colunas aniônicas. Na primeira etapa de purificação duas colunas aniônicas HiTrap Q XL (GE) de 5 mL foram utilizadas. Inicialmente, a coluna foi equilibrada com 25 mL de tampão de ligação (50 mM Tampão Fosfato, 10% glicerol, 8 M ureia, pH 7.7) em um fluxo de 5 mL por minuto. Em seguida a amostra solúvel contendo a proteína SpiN (obtida conforme descrito acima) foi aplicada na coluna em fluxo de 2 mL por minuto. Como a coluna apresenta a mesma carga da proteína, a amostra de interesse é coletada na fração não ligada, permitindo que contaminantes e endotoxinas se liguem e sejam eliminados nessa etapa. Na segunda etapa, uma coluna catiônica HiTrap SP HP (GE) de 5 ml foi utilizada. Inicialmente, a coluna foi equilibrada com 25 mL de tampão de ligação (50 mM Tampão Fosfato, 10% glicerol, 8 M ureia, pH 7.7) em um fluxo de 5 mL por minuto. Em seguida, a amostra coletada da fração não ligada da cromatografia anterior foi aplicada na coluna em fluxo de 2 mL por minuto. Após passagem da amostra, a coluna foi lavada com 25 mL de tampão de ligação. A etapa de eluição foi realizada com um gradiente de 0 a 20% de tampão de eluição (50 mM Tampão Fosfato, 10% glicerol, 8 M ureia, 1 M NaCl, pH 7.7) fluxo de 2 mL por minuto em 60 volumes de coluna (300 mL) e no final um step foi aplicado com 100% de tampão de eluição em 5 volumes de coluna para eluição do material ligado restante.
[073] A figura 6 mostra amostras obtidas das duas etapas de purificação da metodologia 2. O resultado da cromatografia catiônica mostra não haver mais perda da proteína SpiN na amostra que passa pela coluna sem se ligar, como observado na metodologia 1, indicando total aproveitamento na etapa de ligação. Foi constatada que a perda nessa etapa, observada em todas cromatografias catiônicas descritas na metodologia 1, era devido à agregação da amostra. Esse resultado também indica que uma coluna HiTrap SP HP (GE) de 5 mL é suficiente para ser usada com um cultivo de 1L, não ocorrendo saturação.
[074] Para troca do tampão final da amostra, com o objetivo de reduzir a concentração de ureia, foi utilizada coluna HiTrap desalting. A coluna foi equilibrada com 1, 5 volume de coluna com tampão fosfato 50 mM, 150 mM de NaCl, 30 mM de NaOH, 10% glicerol e 100 mM de ureia, pH 11, 2, e a amostra aplicada em fluxo de 2 ml/min. A amostra contendo a proteína SpiN foi eluída da coluna com o tampão de equilíbrio descrito, definido como tampão final da proteína. Após essa etapa foi realizado um ajuste de pH de 11, 2 para 7,5 com tampão fosfato 1M (5% do volume da amostra). Testes de estabilidade mostraram que em pH neutro a SpiN purificada se mantém mais estável. Em pH 11.2 foi observado que a SpiN é completamente degradada quando armazenada a 37°C, o que não acontece quando o ajuste de pH para 7.5 é realizado.
[075] Após etapa de troca de tampão e ajuste de pH, a SpiN purificada foi quantificada e avaliada em SDS-PAGE. As bandas observadas no gel foram sequenciadas por espectrometria de massas e o resultado mostrou que a banda majoritária corresponde a proteína SpiN, as bandas inferiores a produtos de clivagem da mesma e as superiores a agregados (Figura 7). A análise quantitativa de proteínas da célula hospedeira resultou em valores não detectáveis, mostrando altíssimo grau de pureza da SpiN. Nas análises quantitativas de endotoxinas o resultado observado foi valores muito baixos, aproximadamente 0, 31 EU/mL, mostrando a eficácia da cromatografia aniônica na remoção desse contaminante bacteriano. O rendimento observado ao final das etapas de purificação é de aproximadamente 20 mg de proteína SpiN por litro de cultivo com excelente grau de pureza.
EXEMPLO 7 - Teste in vitro de reconhecimento da proteína SpiN (N+RBD)
[076] SDS-page da proteína SpiN purificada (Figura 8A e D). Nos painéis superiores, a Spin foi purificada seguindo a metodologia 1. Nos painéis inferiores, foi utilizada a metodologia 2. Western blot com soro policlonal anti-N (B e E) e anticorpo monoclonal anti-RBD (C e F) foram realizados para análise das proteínas purificadas. O soro policlonal anti-N reconhece a quimera SpiN e a proteína N, mas não a proteína RBD. Já o anticorpo monoclonal anti-RBD reconhece a quimera SpiN, as proteínas RBD e S, mas não a proteína N.
EXEMPLO 8 - Ensaios in vitro: resposta de anticorpos de indivíduos não infectados, vacinados e convalescentes contra as proteínas RBD e N
[077] Para garantir que as proteínas N ou RBD desencadeiam respostas humorais e celulares, foram utilizadas amostras de pacientes de COVID-19 convalescentes ou de indivíduos que foram imunizados com a vacina de vírus inativado (CoronaVac).
[078] A Figura 9 mostra a resposta de anticorpo de indivíduos não infectados (HC), vacinados com CoronaVac e convalescentes da COVID-19 contra as proteínas RBD (Figura 9A) e N (Figura 9C), separadamente. A proteína S íntegra foi usada como controle positivo (Figura 9B). Anticorpos IgG totais antígeno-específicos foram dosados no soro dos indivíduos através do método de ELISA. Foi observado um aumento discreto, mas significativo, de anticorpos contra as proteínas RBD e um aumento mais significativo de anticorpos contra a proteína N nos pacientes vacinados ou convalescentes. Já o nível de anticorpos contra a proteína S foi bem elevado, tanto nos indivíduos vacinados, quanto nos indivíduos convalescentes.
[079] A produção de IFN-g pelos PBMCs destes mesmos pacientes foi bastante elevada para os três antígenos (Figura 10), indicando que a seleção destas proteínas foi condizente com nossa análise virtual e relevante para resposta imune de pacientes anti-SARS-CoV2. No geral, tanto os indivíduos convalescentes quanto os vacinados, mas não os controles saudáveis soronegativos, mostraram uma resposta robusta de produção de IFN-γ frente às proteínas recombinantes N e RBD que compõem a nossa proteína quimérica.
EXEMPLO 9 - Resposta humoral e celular de camundongos imunizados com as proteínas N, RBD, N+RBD e SpiN adjuvantadas com Poly (I: C)
[080] O potencial vacinal da proteína SpiN foi avaliado em modelo murino. Inicialmente, camundongos C57BL/6 foram imunizados somente com RBD ou N, ou com uma combinação de N + RBD, adjuvantadas com ácido poliinosínico: policitidílico (Poly (I: C)). Foram administradas duas doses com 21 dias de intervalo, contendo 10ug de proteína + 50ug de Poly (I: C). Vinte e um dias após a última dose, foram analisadas as respostas humoral e celular induzidas pela vacinação. No lavado brônquioalveolar (BALF), foram observados altos níveis de anticorpos IgG totais anti-RBD (Figura 11 A) e anti-N (Figura 11 B) nos camundongos administrados com a respectiva proteína e com a associação de N + RBD. O mesmo foi encontrado no soro destes animais, nos quais detectaram-se altas taxas de IgG totais anti-RBD nos grupos que receberam RBD ou N + RBD (Figura 11 C), ao passo que animais imunizados com N ou N + RBD apresentaram níveis exuberantes de anticorpos IgG anti-N (Figura 11 D).
[081] Para avaliação da resposta celular, os esplenócitos dos camundongos foram isolados e colocados em cultura com os antígenos RBD ou N. Após 48h, realizou-se a dosagem de IFN-g no sobrenadante através do ensaio de Enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA). Como demonstrado na (Figura 11 E), camundongos imunizados com RBD + Poly (I: C) foram capazes de produzir IFN-g após estímulo com RBD. Interessantemente, esplenócitos de animais imunizados com N + RBD + Poly (I: C) produziram níveis ainda maiores de IFN-g ao serem estimulados com RBD in vitro. Por outro lado, no estímulo com a proteína N detectou-se uma maior taxa de IFN-g nos camundongos administrados com N + Poly (I: C), quando comparados com N + RBD + Poly (I: C).
[082] Em seguida, foi testada a proteína quimérica SpiN. Após a expressão e purificação, a quimera SpiN foi imunizada em camundongos associada ao adjuvante Poly (I: C), seguindo o mesmo protocolo descrito anteriormente. Trinta após a última dose vacinal, anticorpos IgG foram dosados no soro. Observou-se altos níveis de anticorpos IgG totais anti-N, anti-RBD e anti-SARS-CoV-2 inativado nos camundongos imunizados com SpiN + Poly (I: C) (Figuras 12 A, B, C). Além disso, foi detectada uma produção significativa das subclasses IgG1 e IgG2c anti-N (Figuras 12 B e C, respectivamente), anti-RBD (Figuras E e F) e anti-SARS-CoV-2 inativado (Figuras H e I). Interessantemente, houve uma predominância de anticorpos IgG2c anti-N e RBD em relação a IgG1, sugerindo uma polarização de resposta Th1.
[083] A resposta celular induzida pela vacinação também foi avaliada 30 dias após a última dose vacinal, através da dosagem de IFN-g e IL-10 no sobrenadante de cultura de esplenócitos. Observou-se que os estímulos com os antígenos RBD e N induziram a produção de IFN-g pelas células oriundas de camundongos imunizados com SpiN + Poly (I: C) (Figura 13 A). Ambos os estímulos também induziram a produção de IL-10, porém em níveis mais baixos quando comparados aos de IFN-g (Figura 13 B).
[084] A fim de avaliar se a imunização com SpiN + Poly (I: C) é capaz de conferir proteção contra a infecção por SARS-CoV-2, camundongos hACE2 foram imunizados e desafiados trinta dias após a última dose vacinal. A Figura 14 A mostra que, ao contrário dos animais não vacinados que receberam apenas Poly (I: C), os animais vacinados não perderam peso após o desafio com SARS-CoV-2. Enquanto 100% dos animais vacinados sobreviveram, todos os animais não vacinados morreram até o dia 11 de infecção com o SARS-CoV-2 (Figura 14 B). Além disto, os animais vacinados apresentaram carga viral não detectável no pulmão e no cérebro, 11 dias após o desafio com SARS-CoV-2 (Figura 14 C).
[085] A Figura 15 mostra resultados representativos da lesão pulmonar de animais vacinados e não vacinados desafiados com SARS-CoV-2. Os quadrantes superiores ilustram o tecido pulmonar de um animal que recebeu apenas o adjuvante Poly (I: C). Os quadrantes inferiores ilustram o tecido pulmonar de um animal vacinado com SpiN + Poly (I: C). A coloração com hematoxilina e eosina (quadrantes da esquerda) mostram intenso infiltrado inflamatório nos animais não vacinados, o que não é observado nos animais vacinados. Já a coloração com Tricrômico de Masson ilustra a formação de trombos no pulmão apenas do animal não vacinado e desafiado com SARS-CoV-2.
[086] Podemos concluir que a formulação vacinal SpiN + Poly (I: C) induz resposta imunológica humoral e celular robusta que controla a carga viral e protege de forma significativa o processo inflamatório e lesão pulmonar induzida pela infecção com o SARS-CoV-2.
EXEMPLO 10 - Resposta humoral e celular de camundongos imunizados com uma formulação vacinal contendo SpiN e MF59
[087] Posteriormente, foram realizados novos testes de imunogenicidade, desta vez utilizando a emulsão comercial de esqualeno denominada MF59 como adjuvante imunológico, que consiste em uma nanoemulsão O/A que compreende o esqualeno como composto adjuvante. A seleção do adjuvante foi delineada pela capacidade da indução da imunidade eficaz à gripe que também infecta humanos por meio do trato respiratório. O MF59 carece de agonistas para sensores inatos, mas é usado em uma vacina disponível comercialmente e com alto desempenho imunogênico.
[088] Camundongos foram imunizados com 10μg da proteína SpiN + 50μL de MF59. Os dados da Figura 16 demonstram a capacidade da proteína SpiN, associada ao adjuvante testado em induzir resposta robusta de anticorpos anti-N e anti-RBD. Foi também avaliada a resposta celular em camundongos vacinados com SpiN + MF59. Enquanto a resposta ao estímulo com a proteína RBD (Figura 16b) foi maior do que ao estímulo com a proteína N (Figura 16c), ambos os conjuntos de esplenócitos estimulados por proteínas produzem altos níveis de IFN-γ (Figura 16d) e de IL-10 quando estimulados com as proteínas de SARS-CoV-2 (Figura 16e).
[089] Em hamsters, utilizando o mesmo protocolo vacinal, também foram observados altos níveis de anticorpos IgG totais, IgG1 e IgG2c anti-N e anti-RBD (Figura 17a-c).
[090] A Figuras 16 (a-c) e 17 mostram que a associação de SpiN com MF59 induz altos níveis de IgG total anti-N e anti-RBD em camundongos e em hamsters imunizados, respectivamente.
EXEMPLO 11 - Efeito protetor da imunização com SpiN + MF59 em modelo de COVID-19 murino
[091] A imunização com SpiN associada a MF59 em camundongos foi avaliada pelo desafio frente ao SARS-CoV-2, medido pela carga viral, evolução do peso corporal e análises histopatológicas.
[092] O efeito protetor da imunização com SpiN associada ao MF59 (Figura 18) foi avaliado em camundongos hACE-2. A imunização com a proteína SpiN associada ao MF59 protegeu 100% dos animais de sinais clínicos da doença, tais como pelos arrepiados, baixa motilidade e coma, assim como contra a perda de peso e mortalidade (Figuras 18a e 18b).
[093] Decorrido o período de 11 dias após o desafio nos camundongos vacinados, detectou-se uma diminuição do RNA viral de SARS-CoV-2, contrastando com níveis extremamente elevados (10E4 PFU / 75 ng total / RNA) de carga viral nos pulmões (Figura 18c) e cérebros (Figura 18d) de camundongos não imunizados após 7-8 dias de infecção.
[094] O exame histopatológico apresentou resultados congruentes com os resultados clínicos. Nos grupos placebos desafiados (painéis superiores), inoculados apenas com o adjuvante MF59, no dia 5 pós infecção, os pulmões apresentaram pneumonia intersticial difusa caracterizada por infiltrado inflamatório misto de células mononucleares e polimorfonucleares, acompanhados de congestão intensa, exsudato intra-alveolar, focos hemorrágicos e áreas de colapso alveolar (Figura 19). Nos animais vacinados e desafiados (painéis inferiores) observa-se arquitetura pulmonar preservada com a presença de infiltrado mononuclear peribroncoalveolar.
[095] Os camundongos vacinados produziram níveis extremamente altos de anticorpos anti-N e anti-RBD, e o papel dos mesmos na mediação da resistência ao SARS-CoV-2 não deve ser descartado. Assim, os anticorpos anti-N podem atuar mediando a citotoxicidade celular dependente de anticorpos (ADCC) ou promovendo a internalização de células hospedeiras opsonizadas por macrófagos. Importante mencionar que o SARS-CoV-2 não se replica bem em macrófagos e não há evidências de que os anticorpos anti-N promovam a potencialização dependente de anticorpos (anti body-dependent enhancement, ADE) in vitro ou a replicação in vivo do SARS-CoV-2 em tecidos de camundongos vacinados.
[096] Além disto, foram observados altos níveis de anticorpos neutralizantes circulantes nos animais vacinados após o desafio, o que não ocorreu nos animais não vacinados (Figura 20).
[097] Os nossos resultados são consistentes com a hipótese de que os linfócitos T são um componente importante da resistência ao SARS-CoV-2 induzida por formulações vacinais contendo SpiN. Tanto a proteína N quanto a RBD induziram altos níveis de anticorpos específicos, e promoveram também resposta de células T e resistência ao SARS-CoV-2. Além disto, foram detectados altos níveis de anticorpos neutralizantes em animais vacinados e infectados com SARS-CoV-2.
[098] Em conclusão, a imunização com a proteína quimérica SpiN associada com MF59 ou Poly (I: C) induz imunidade celular e humoral robusta e proteção contra o SARS-CoV-2. Acredita-se que em grande parte esta imunidade protetora é mediada por células T. Uma vez que as respostas das células T não dependem de um único epítopo, é improvável que mutações pontuais não silenciosas prejudiquem gravemente a resistência induzida pela vacinação com a proteína quimérica SpiN. Portanto, a proteína N e a região RBD da proteína S, e mais amplamente o uso de múltiplos epítopos de células T, devem ser considerados no desenvolvimento de vacinas que superam a plasticidade genética do SARS-CoV-2.
EXEMPLO 12 - Avaliação da imunogenicidade de SpiN+MF59 em primatas Callithrix penicillata
[099] Dez animais adultos de Callithrix penicillata compuseram a amostra do estudo, seis fêmeas e quatro machos saudáveis. Os animais foram cedidos pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) ao Criadouro Científico com Fins de Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais para a realização do estudo (CEUA/UFMG protocolo 54/2021). Os animais foram submetidos a avaliação clínica antes do experimento por um veterinário que não encontrou nenhuma doença clínica ativa. O acompanhamento foi iniciado 6 dias antes da primeira coleta de amostras e início do protocolo de imunização (dia -6), para estabelecer uma linha de base de 6 dias e avaliar os efeitos adversos da vacina. Uma amostra de sangue de 1,5 mL foi retirada da veia femoral direita nos dias 0 e 60.
[0100] Cada animal recebeu 0,3 mL do imunizante, contendo 10 μg de SpiN diluída 1:1 com MF59, via intramuscular (IM) no músculo vasto medial direito no dia 0 e no dia 30. Foram submetidos a aferição de temperatura na região abdominal com termômetro infravermelho e pesagem durante todo o experimento. Durante todas as intervenções foram submetidos também à avaliação clínica, e observado presença de reações cutâneas, dor, aumento de volume no local de aplicação da injeção e tecidos adjacentes, prostração, falta de apetite.
[0101] Não foram detectados efeitos adversos sistêmicos nos C. penicillata, conforme sugerido pela avaliação comparativa da perda de peso corporal e variação da temperatura. Os animais imunizados com SpiN e MF59 não apresentaram variação na temperatura corporal ou perda de peso significativa (Figura 21). Não foi detectada prostração ou falta de apetite durante o experimento, ou qualquer alteração e reação adversa no local da aplicação.
[0102] Os resultados apresentados na Figura 22 mostram resposta de anticorpos anti-N e anti-RBD nestes primatas não-humanos vacinados com SpiN + MF59 e Spin + Poly (I. C. ) (Figura 22).
Exemplo 13 - Ensaio de potência da proteína SpiN produzida em linhagens bacterianas diferentes (pRARE e SHuffle)
[0103] Para produção de anticorpos policlonais, coelhos foram imunizados com as proteínas N e RBD de acordo com o protocolo descrito em LEENAARS e HENDRIKSEN (Critical steps in the production of polyclonal and monoclonal antibodies: evaluation and recommendations. ILAR journal, v. 46, n. 3, p. 269-279, 2005).
[0104] O antígeno SpiN, produzido em duas linhagens bacterianas diferentes (pRARE, dois lotes e SHuffle) foi utilizado para sensibilizar placas de poliestireno (Costar, Ref. 2592), overnight a 4 °C com 100 μL/poço da solução do antígeno diluído (titulação 6, 5 a 800 ng/poço) em tampão carbonato (pH 9,6). A solução foi descartada e os poços foram bloqueados por 2 h a 25 °C, utilizando-se 250 μL da solução de bloqueio (PBS1X + BSA 1%). Após o descarte da solução, foram adicionados aos poços 100 μΙ de anticorpos policlonais produzidos em coelho (anti-N e anti-S/RBD, concentração 3ug/mL e 22ug/mL, respectivamente) diluídos em PBS-T + BSA 1%, foram adicionados e incubados a 37 °C (30 min). Após cinco lavagens, adicionou-se 100μΙ do anticorpo secundário (anti-IgG de coelho, Sigma, Ref: A0545) conjugado à enzima peroxidase diluído em diluente de amostra (1: 50. 000) sendo incubado a 37 °C (30 min). As placas foram lavadas (PBS 1X + 0, 05% de Tween 20) cinco vezes e incubadas com 100μΙ de TMB (3, 3 ', 5, 5; -tetrametilbenzidina) (Scienco, Ref. One step) por poço, ao abrigo de luz, por 15 minutos. A reação foi interrompida com 100 μL de solução de parada (Ácido sulfúrico 0, 5 M) absorbância medida em espectrofotômetro Multiskan GO (Thermo Fisher Scientific) a uma densidade óptica (O. D. ) de 450 nm.
[0105] Na figura 23, é possível verificar uma alta capacidade de reconhecimento da proteína SpiN pelos anticorpos anti-N (A) e anti-S/RBD (B) produzidos em coelhos. Essa capacidade foi ainda maior para proteína produzida em SHuffle, quando comparada a dois lotes diferentes da mesma proteína produzida na linhagem pRARE.

Claims (16)

  1. PROCESSO DE PRODUÇÃO DE PROTEÍNA QUIMÉRICA, caracterizado por compreender as seguintes etapas:
    • a. Clonar o DNA, definido pela SEQ ID N°2, codificador da proteína definida pela SEQ ID N°1, em vetor de expressão;
    • b. Transformar bactérias E. coli com a construção obtida em “a” e cultivar em meio apropriado, a uma temperatura de 36, 5 a 37, 5 °C sob agitação a 180 a 200 rpm, por 3 a 4 horas;
    • c. Induzir a expressão da proteína definida pela SEQ ID N°1 pela adição de IPTG ao meio, e manter o cultivo sob agitação por um período de 15 h a 24 h, a 36, 5 a 37, 5 °C;
    • d. Realizar a lise do precipitado celular do cultivo obtido em “c”, utilizando tampão de lise, que compreende um agente tamponante de pH entre 7 e 8, um coquetel de inibidores de protease e agentes redutores, através de passagens da amostra em equipamento homogeneizador por pressão mantendo 15. 000-20. 000 psi por 5 a 20 min;
    • e. Submeter o lisado obtido em “d” à centrifugação a 35. 000 g a 45. 000 g por 20 a 40 min;
    • f. Realizar 2 etapas de lavagens da fração insolúvel obtida em "e" utilizando tampão contendo ureia 0, 5 a 1 M, pH 7 a 8, através de ressuspensão e centrifugação a 35. 000 g a 45. 000 g por 20 a 40 min;
    • g. Realizar etapa de ressuspensão do precipitado contendo a fração insolúvel lavada e obtida em "f" em tampão contendo 6 a 8 M uréia e coquetel de inibidores de proteases, através de agitação a 4 a 6 °C por aproximadamente 18 a 24 h;
    • h. Submeter a ressuspensão obtida em "g" à centrifugação a 35. 000 g a 45. 000 g por 20 a 40 min;
    • i. Submeter a amostra solubilizada obtida em “h” a duas etapas de cromatografia de troca iônica, sendo a primeira, em uma coluna aniônica e em seguida, o material não ligado na coluna aniônica é aplicado em uma coluna catiônica, em pH 7 a 8, na presença de 6 a 8 M de ureia;
    • j. Submeter as frações de maior concentração da proteína SpiN obtidas em “i” a uma cromatografia de dessalinização, para remoção da ureia, e substituição para tampão contendo 50 a 150 mM uréia, pH 10, 5 a 11, 5.
  2. PROCESSO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por, na etapa “a”, o vetor de expressão ser o vetor procarioto pET24a.
  3. PROCESSO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por, na etapa “b”, o meio apropriado ser como o meio LB com 25 a 100 μg/mL de canamicina.
  4. PROCESSO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por, na etapa “c”, o IPTG ser adicionado para uma concentração final de 0,1 a 1 mM, quando a densidade óptica a 600 nm atingir o valor de 0, 3 a 0,6.
  5. PROCESSO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por, na etapa “f”, a lavagem ser realizada com tampão Tris 80 a 100 mM, ureia 0,5 a 1 M, EDTA 5 a a10 mM, glicerol 5 a 10 %, triton x-100 1 a 2.
  6. PROCESSO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por, na etapa “g”, a lavagem ser realizada com tampão fosfato 25 a 100 mM, 5 a 10 % glicerol, 6 a 8 M uréia, 0,05 a 0, 1 % triton x-100, DTT 1 a 10 mM, benzamidina 1 a 10 mM, PMSF 1 a 5 mM e coquetel de inibidores de proteases.
  7. PROCESSO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por, na etapa “j”, o tampão de substituição ser tampão fosfato 25 a 100 mM, 5 a 10 % glicerol, 50 a 150 mM uréia, 15 a 35 mM NaOH, 100 a 200 mM NaCl, pH 10, 5 a 11, 5.
  8. PROTEÍNA QUIMÉRICA obtida pelo processo definido na reivindicação 1, caracterizada por consistir na sequência de aminoácidos definida pela SEQ ID N° 1.
  9. GENE PARA A PROTEÍNA QUIMÉRICA definida na reivindicação 2, caracterizado por consistir na sequência de nucleotídeos definida pela SEQ ID N° 2.
  10. COMPOSIÇÃO IMUNOGÊNICA CONTRA SARS-COV2, caracterizada por compreender uma proteína quimérica definida pela SEQ ID N°1 e adjuvantes.
  11. COMPOSIÇÃO IMUNOGÊNICA, de acordo com a reivindicação 10, caracterizada pelos adjuvantes serem selecionados do grupo compreendendo ácido poliinosínico: policitidílico e derivados, emulsão água e óleo ou alumen com oligonucleotídeo CpG não metilado, emulsão água e óleo ou alumen com lipídeo A, esqualeno e derivados, agonista sintético de TLR4, lipossomas associados com TLR CpG não metilado ou agonista de TLR4, Montanide e Monophosporyl Lipid A, ou um outro adjuvante que induza resposta imune do tipo Th1.
  12. COMPOSIÇÃO IMUNOGÊNICA, de acordo com a reivindicação 10, caracterizada por compreender 1 μg a 1 mg da proteína definida pela SEQ ID N°1 e 1 μg a 10 mg do adjuvante ácido poliinosínico: policitidílico, ou 1 μg a 10 mg de CpG e 10% a 90% m/v de Alúmen, por dose.
  13. COMPOSIÇÃO IMUNOGÊNICA, de acordo com a reivindicação 10, caracterizada por compreender 10 μg a 200 μg da proteína definida pela SEQ ID N°1 por dose, e 5 μg a 5 mg do adjuvante ácido poliinosínico: policitidílico por dose, ou 18 μg de CpG e 30% m/v de Alúmen, por dose.
  14. COMPOSIÇÃO IMUNOGÊNICA, de acordo com a reivindicação 10, caracterizada por compreender 10 μg a 500 μg da proteína definida pela SEQ ID N°1, e 1 mg a 20 mg do adjuvante esqualeno, por dose.
  15. USO DA PROTEÍNA QUIMÉRICA definida na reivindicação 8, caracterizado por ser para produção de vacina para a profilaxia e prevenção da infecção e formas moderadas e grave de COVID-19.
  16. USO DA COMPOSIÇÃO IMUNOGÊNICA definida na reivindicação 10, caracterizado por ser para produção de vacina para a profilaxia e prevenção da infecção e formas moderadas e grave de COVID-19.
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Free format text: REF. AO CODIGO 3.1 PUBLICADO NA RPI2708 DE 29/11/2022 RELATIVO AO INID (66) PRIORIDADE INTERNA. EXCLUIDAS AS INFORMACOES DO PEDIDO INDICADO COMO PRIORIDADE INTERNA EM ATENDIMENTO AO REQUERIMENTO DO DEPOSITANTE (PET.870220117638 DE 15/12/2022).

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Free format text: REFERENTE AO CODIGO 3.1 PUBLICADO NA RPI2708 DE 29/11/2022 RELATIVO AO CAMPO INID (72) INVENTOR. CONSIDEREM-SE OS DADOS ATUAIS.

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