PT736102E - Processo de obtencao de produtos peptidicos - Google Patents

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PT736102E
PT736102E PT95904576T PT95904576T PT736102E PT 736102 E PT736102 E PT 736102E PT 95904576 T PT95904576 T PT 95904576T PT 95904576 T PT95904576 T PT 95904576T PT 736102 E PT736102 E PT 736102E
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protein
peptide
beta
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esterification
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Jean-Marc Chobert
Loic Briand
Tomasz Haertle
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Agronomique Inst Nat Rech
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    • C12P21/00Preparation of peptides or proteins
    • C12P21/06Preparation of peptides or proteins produced by the hydrolysis of a peptide bond, e.g. hydrolysate products
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Description

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DESCRIÇÃO
PROCESSO DE OBTENÇÃO DE PRODUTOS PEPTÍDICOS A presente invenção refere-se a um processo de obtenção de produtos peptídicos novos, a partir de um substrato de origem animal ou vegetal contendo uma proteína ou um péptido, ela refere-se igualmente aos produtos procedentes do processo tal como definido nas reivindicações.
De acordo com a presente descrição, a expressão “produtos peptídicos” define populações peptídicas muito variadas podendo conter diversas entidades tais como péptidos, fracções peptídicas, aminoácidos, esterificados ou não esterificados e suas misturas.
As proteínas de origem animal ou vegetal e os péptidos procedentes dessas proteínas, são utilizadas muito vulgarmente em todo o género de indústria (farmacêutica, química, agro-alimentar, cosmetológica ...) devido às suas propriedades químicas e físico-químicas.
As hidrólises enzimáticas das proteínas leiteiras dão origem a péptidos com propriedades biológicas variadas. Existem assim péptidos opiácios (Zioudrou C., Streaty R.A. e Klee W.A. (1979), J. Biol Chem. 254, 2446-2449; Brantl V., Teschemacher H., Henshen A. e Lottspeich F. (1981) Life Sei. 28, 1903-1909; Yoshikawa M., Yoshimura T. e Chiba H. (1984), Agric. Biol. Chem. 48, 3185-3187; Loukas S., Varoucha D., Zioudrou C., Streaty R.A. e Klee W.A. (1983), Biochemistry 22, 4567-4573; Chiba H., Tani F. e Yoshikawa M. (1989) J. Dairy Res., 56, 363-366; Fukudome S.l. e Yoshikawa M. (1992), FEBS Lett 296, 107 -111; Antila P., Paakkari I. J™rvinen A. , Mattila M.J., Laukkanen M. Pihlanto-Lepp™l™ A., M™nts™l™ P. e Hellman J. (1991) Int. Dairy Journal 1 , 215 - 229; Meisel H. e Frister H. (1989), J. Dairy Res. 56, 343-349).
Isolaram-se igualmente péptidos anti-hipertensores (Maruyama S., Mitachi H., Tanaka H., Tomizuka N. e Suzuki H. (1987) Agric. Biol. Chem. 51, 1581-1586; Komura M. , Nio N., Kubo K., Minoshima Y., Munekata E. e Ariyoshi Y. (1989) Agric. Biol. Chem. 53, 2107-2114), bem como péptidos imuno-estimulantes (Berthou J., Migliore-Samour D., Lifchitz A., Delettré J., Floc’h F. e Jollès P. (1987), FEBS Lett. 218(1), 55-58; Migliore Samour D., 1
Floc'h F. e Jollès P. (1989) J. Dairy Res. 56, 357-362) ou péptidos anti-trombóticos (Fiat A.M., Levy-Toledano S.P., Caen J. e Jollès P. (1989) J. Dairy Res. 56, 351-355).
Por outro lado, os péptidos procedentes das proteínas do leite oferecem igualmente propriedades físico-químicas e interfaciais interessantes (Fox P.F. et Mulvihill D.M. (1983), em Proceedings of IDP symposium, Holsingor, Dinamarca, 188-259; Chobert J.M., Bertrand-Harb C. e Nicolas M.G. (1988a), J. Agric. Food Chem. 36, 883-892; Chobert J. M., Sitohy, Μ. Z. e Whitaker, J. R. (1988b) J. Agric. Food Chem. 36, 220- 224; Chobert J. M., Bertrand-Harb C., Dalgalarrondo M. e Nicolas M.G. (1989a), J. Food Biochem. 13, 335-352; Chobert J. M., Touati A., Bertrand-Harb C., Dalgalarrondo M. e Nicolas M.G (1989b), J. Food Biochem. 13, 457-473; Vuillemard J. C., Gauthier S. e Paquin P. (1989 Lait 69, 323-351; Turgeon L.S., Gauthier F.S., Mollé D. e Léonil J. (1992) J. Agric. Food Chem. 40, 669-675).
Ao nível nutricional e terapêutico, a hidrólise enzimática permite reduzir a alergenicidade das proteínas séricas (Jost R., Monti J.CV. e Pahud J.J. (1987) Food Technol. 41, 118- 121).
Pode citar-se igualmente, a título de referência bibliográfica pertinente, a patente EP-22019 que descreve um hidrolisado enzimático total de proteínas do lactosoro e as aplicações deste hidrolisado a título de medicamento e em nutrição terapêutica. É conhecido agir sobre as proteínas ou os péptidos de origem animal ou vegetal para modificar as suas propriedades, especialmente por enxerto de substituintes.
Em particular, o Documento WO-A-9318180 descreve a esterificação de péptidos de origem animal ou vegetal por um processo denominado “síntese enzimática de ésteres alquílicos de péptidos” necessitando do uso de enzimas possuindo simultaneamente uma actividade proteolítica e esterolítica. O processo em questão caracteriza-se pela colocação em contacto simultânea do substrato protéico com a enzima e um álcool, conduzindo à formação de ésteres alquílicos de péptidos.
Por outro lado, o documento EP-A-0 047 879 descreve um processo de preparação de composições protéicas modificadas por adição de um ou mais aminoácidos. Este processo consiste em hidrolisar um substrato protéico por uma enzima, em adicionar o ou 2 os aminoácidos suplementares tendo sido previamente esterificados e, por fim, em fazer trabalhar a enzima do modo que ela permita a reconstituição da proteína com o ou os aminoácidos suplementares. A presente invenção tem como objectivo um processo consistindo em esterificar uma matéria protéica de origem animal ou vegetal contendo pelo menos uma proteína ou um péptido, depois em hidrolisar por via enzimática a matéria protéica esterificada, conduzindo o referido processo a uma população peptídica nova. A modificação das proteínas por esterificação conduz a uma nova família de péptidos de propriedades físico-químicas e biológicas originais. O processo de acordo com a invenção consiste em realizar uma reacção de esterificação de pelo menos um grupo esterificável de pelo menos uma das proteínas ou péptidos contidos num substrato de origem animal ou vegetal, com o objectivo de modificar a acção posterior da enzima (locais de corte e cinética de reacção.) A título de exemplo não limitativo de substrato protéico ou peptídico susceptível de ser utilizado, podem citar-se: as proteínas leiteiras (caseínas e proteínas do lactosoro), o glúten de trigo ou de milho, a zeína, os concentrados e os isolados protéicos de soja, ervilha, favinha ... ou ainda o colagéneo, a soroalbumina, a ovalbumina ...
Esta reacção de esterificação é conduzida segundo os processos clássicos, perfeitamente conhecidos do perito (Ver por exemplo o processo de esterificação em meio ácido descrito por Fraenkel-Conrat H. e Olcott H.S. 1945, J. Biol. Chem. 161, 259-269). Ela é de preferência realizada sobre pelo menos um grupo carboxílico da proteína; ela é com vantagem conduzida em meio ácido por meio de um álcool (ou de um derivado activado desse álcool obtido de acordo com os métodos clássicos bem conhecidos do perito.)
Por exemplo, propõe-se a utilização de um álcool alifático possuindo entre um e cinco átomos de carbono (metanol, etanol...).
As condições de realização da reacção de esterificação (temperatura, duração, pressão, concentração em ácido ...) são função da taxa de esterificação desejada e, mais geralmente, dos produtos finais que se desejem obter. 3 A proteína esterificada é em seguida submetida à acção de pelo menos uma enzima proteolítica nas condições habituais do domínio técnico considerado, para cindir a cadeia de aminoácidos (Ver por exemplo a obra editada por A. Neuberger e K. Brocklehust (1987), col. New Comprehensive Biochemistry - Vol. 16 - Hydrolytic Enzymes, pub. Elsevier, ou ainda a obra editada por R.J. Beynon e J.S. Bond (1989), col. The Practical Approach Series Proteolytic enzimes, a practical approach-IRL PRESS).
Nesta etapa, pode utilizar-se qualquer enzima (pepsina, papaína, tripsina, quimosina, quimotripsina, termolisina ...) proteolítica e/ou peptidásica (protease, peptidase); a hidrólise pode ser realizada por uma destas enzimas ou por uma pluralidade de entre elas, sucessivamente ou simultaneamente.
Segundo uma variação do processo da invenção, a reacção de esterificação é precedida por uma hidrólise parcial da proteína, por meio de uma ou várias enzimas proteolíticas ou peptidásicas. A taxa de hidrólise parcial é deixada à apreciação do operador que terá uma grande latitude de acção em função dos produtos que ele deseje obter. O único constrangimento será não obter uma hidrólise total da proteína ou do péptido.
De modo surpreendente, o facto de fazer preceder por uma reacção de esterificação a operação de hidrólise, permite aumentar ou alterar a sensibilidade da proteína à hidrólise enzimática. A enzima é “enganada" pela modificação da proteína; em função dos produtos utilizados e das condições operatórias, em relação à proteína nativa, podem obter-se novos locais de corte e/ou suprimir certos locais tradicionais. Este modo de operar permite a obtenção de locais de corte atípicos que conduzem à obtenção de péptidos novos, em que pelo menos alguns estão esterificados. A realização do processo de acordo com a invenção conduz a uma mistura de péptidos ou de aminoácidos e de seus ésteres. Estes péptidos, aminoácidos e ésteres correspondentes podem em seguida ser separados e purificados para obter populações homogéneas.
No âmbito de uma esterificação por um álcool alifático, obtém-se uma proteína esterificada ao nível do seu grupo carboxílico C-terminal e ao nível dos grupos carboxílicos laterais de alguns dos resíduos aspartilo e/ou glutamilo. A acção posterior da 4 enzima proteolítica permite obter um péptido terminal cujo grupo carboxílico C-terminal está esterificado; todos os outros péptidos obtidos, esterificados ou não, comportam um grupo carboxílico C-terminal não esterificado.
Esta substituição ao nível do grupo carboxílico permite suprimir uma carga negativa sobre a proteína ou o péptido obtido (supressão da carga acima do pK do COOH dos ácidos aspárticos e glutâmicos constituintes). Aumenta-se o ponto isoeléctrico da proteína ou do péptido; tornam-se mais básicos e mais hidrófobos o que conduz a uma melhor afinidade e interacção com as interfaces biológicas e artificiais carregadas em maioria negativamente.
De acordo com a invenção, o tratamento de resíduos de aminoácidos por esterificação, seguido de uma proteólise, permite formular novas proteínas ou populações peptídicas. Os meios de realização são simples, pouco dispendiosos, não tóxicos e preservam a maioria dos valores nutricionais da proteína.
Os péptidos esterificados obtidos têm propriedades electrostáticas, uma hidrofobicidade e uma amfifilia diferentes que lhes conferem propriedades interfaciais, fisiológicas, biológicas e imunológicas particulares. A esterificação pode assim consituir um modo simples para aumentar a sensibilidade de uma proteína estruturada a uma acção enzimática.
Os domínios de aplicação da invenção são variados, os produtos obtidos podem com vantagem ser utilizados a título de ingredientes, de aditivos ou de agentes activos em preparações alimentares, farmacêuticas ou cosmetológicas.
Tais aplicações são semelhantes às já descritas para as hidrólises enzimáticas de proteínas conhecidas, tal como foram invocadas nas referências bibliográficas citadas no início da descrição e ilustrando a técnica anterior.
Exemplos
Exemplo 1: Proteólise pépsica da beta-lactoalobulina 5
Prepara-se a beta-lactoglobulina de bovino (variante B) segundo o método de Mailliart, P., Ribadeau Dumas, B. (1988, j. FOOD Sei. 53, 743-745).
Esterificacão
Preparam-se os ésteres de beta-lactoglobulina utilizando um processo derivado do descrito por Fraenkel-Conrat, H., Olcott, H.S. (1945, j. Biol. Chem. 161, 259-268).
Coloca-se a beta-lactoglobulina em suspensão em etanol para obter uma suspensão a 2%. Sob agitação, adiciona-se lentamente o ácido clorídrico 12N para obter uma suspensão de proteína-álcool 0,06-0,68N em ácido. Coloca-se esta preparação sob agitação a 4°C durante vários dias em função do grau de esterificação desejado. Após secagem sob vácuo, armazenam-se as amostras a uma temperatura de -80°C. Prepara-se uma amostra testemunha da mesma maneira sem adição de HCI.
Análise das proteínas esterificadas
Para determinar o grau de esterificação da beta-lactoglobulina com o etanol, utilizou-se a reacção corada utilizando o hidrocloreto da hidroxilamina desenvolvida por Halpin, M.I., Richardson, T. (1945, j. Dairy Sei. 68, 3189-3198), modificada segundo Bertrand-Harb, C., Chobert, J.M., Dufour, E., Haertle, T. (1991, Sei. Aliments 11, 641-652).
No caso presente, a beta-lactoglobulina foi esterificada a 40%.
Hidrólise
As amostras de beta-lactoglobulina e de beta-lactoglobulina esterificada foram em seguida hidrolisadas pela pepsina (pepsina porcina : 3.200 - 4.500 BAEE U/mg da sociedade Sigma Chimie, St-QUENTIN FALLAVIER, FRANÇA). A pepsina (1 mg/ml de H20, em concentração inicial) é adicionada numa relação enzima/substrato protéico (E/S) de 2%. A mistura é colocada em incubação a 37°C. Retiram-se amostras após uma, duas, quatro, vinte e quarenta horas; para-se a hidrólise por adição de 1,5 volumes de um tampão Tris-HCI 0,2M, pH 8,0. 6
Resultados
Os diversos péptidos obtidos foram esterificados e identificados pela sua composição em aminoácidos e sua sequência N-Terminal. O perfil cromatográfico CLHP do hidrolisado pépsico (após 40 horas de hidrólise) da beta-lactoglobulina etilada é representado na figura 1 (Coluna Ci8, porosidade 10 micra, comprimento 25 cm, diâmetro interior 0,4 cm da SFCC SHANDON, GAGNY, FRANÇA). A estrutura primária da beta-lactoglobulina B surge na figura 2, com os locais de corte pépsicos (*). A figura 3 mostra, sob forma de tabelas, a composição em aminoácidos e sequências N-Terminais dos péptidos pépsicos da beta-lactoglobulina etilada (éster). O estudo cinético da acção enzimática sobre um derivado esterificado da beta-lactoglobulina mostra que a proteína esterificada é hidrolisada muito rapidamente em solução aquosa enquanto que a proteína nativa é insensível a uma tal proteólise. A invenção torna possível a hidrólise desta proteína que, sem a modificação descrita não seria hidrolisada; por outro lado, ela conduz à criação de locais de corte não convencionais para a enzima utilizada.
Para a beta-lactoglobulina etilada, identificaram-se 31 locais de corte: Gln5-Thr6; Thr6-Met7; Leu10-Asp11; Asp11-lle12; Gln13-Lys14; Trp19-Tyr20; Leu22-Ala23; Ser27-Asp28; Asp28-lle20; Leu32-Asp33; Leu39-Arg40; Val41-Tyr42; Leu46-Lys47; Ile56, Leu57; Leu57-Leu58; Trp61-Glu62; Lys75-Thr76; Val81-Phe82; Phe82-Lys83; Leu87-Asn88; Glu89-Asn90; Val92-Leu93; Leu93-Val94; Asp98-Tyr99; Met107-Glu108; Leu117-Ala118; Asp130-Glu131; Leu133-Glu134; Phe136-Asp137; Asp137-Lys138; Leu149-Ser150.
Exemplo 2: Proteólise pépsica da beta-caseína
Prepara-se a beta-caseína A1 bruta segundo o método descrito por Zittle, C.A., Custer, J.H. (1963, j. Dairy Sei. 46, 1183-1188). Purifica-se em seguida o substrato segundo o método de Mercier, J.C., Maubois, J.L. Poznanski, S., Ribadeau-Dumas, B. (1988, Buli. 7
Soc. Chim. Biol. 50, 521-530) sobre uma coluna Q-Sepharose fast flow (marca depositada) da Sociedade PHARMACIA, UPPSALA, SUÉCIA.
Exemplo 2a Esterificacão
Prepara-se a beta-caseína esterificada utilizando uma modificação do método descrito por Fraenkel-Conrat e Olcott (1945) acima citado. Dispersa-se a beta-caseína purificada em etanol para obter uma suspensão a 2%. Sob agitação, adiciona-se lentamente à suspensão proteína-álcool ácido clorídrico 12N para obter uma suspensão 0,06-0,68N em ácido. Mantém-se o produto obtido sob agitação a 4°C durante vários dias em função do grau de esterificação desejado. Após secagem sob vácuo, armazenam-se as amostras a uma temperatura de -80°C. Prepara-se uma amostra testemunha da mesma maneira sem adição de ácido clorídrico.
Análise das proteínas esterificadas
Realizou-se a determinação da taxa de esterificação da beta-caseína com o etanol utilizando a reacção corada com o hidrocloreto da hidroxilamina desenvolvida por Halpin e Richardson (1945), modificada segundo Bertrand-Harb e outros(1991).
No caso presente, a beta-caseína foi esterificada a 55%.
Hidrólise
Dissolveram-se a beta-caseína e a beta-caseína esterificada (2 mg/ml) em ácido cítrico 20 mM, pH 2,6. Adicionou-se a pepsina (1 mg/ml de H20, em concentração inicial) numa relação enzima/substrato protéico (E/S) de 0,2%. Incubou-se a mistura obtida a 20°C. Retiram-se amostras a 1, 2, 4, 20 e 40 horas; parou-se a hidrólise por adição de 1,5 volumes de um tampão Tris-HCI 0,2M, pH 8,0.
Exemplo 2b
Conduziu-se uma esterificação similar sobre a beta-caseína com metanol em vez de etanol; realizou-se posteriormente a hidrólise sobre a beta-caseína metilada de forma 8 idêntica à da beta-caseína etilada descrita anteriormente. Para este exemplo igualmente, a beta-caseína foi esterificada a 55%.
Resultados A figura 4 mostra o perfil cromatográfico CLHP de um hidrolisado pépsico de beta-caseína nativa após 10 horas de hidrólise. A figura 5 mostra o perfil cromatográfico CLHP (após 10 horas de hidrólise) de um hidrolisado pépsico de beta-caseína metilada (éster), preparado segundo o exemplo 2b. A figura 6 mostra o perfil cromatográfico CLHP (após 10 horas de hidrólise) de um hidrolisado pépsico de beta-caseína etilada (éster), preparado segundo o exemplo 2a. A figura 7 mostra a estrutura primária da beta-caseína A1 com os locais de corte pépsico no seio da beta-caseína nativa (*), no seio da beta-caseína metilada (+) e no seio da beta-caseína etilada (o).
As figuras 8, 9 e 10 mostram, respectivamente e sob forma de tabelas, as composições em aminoácidos e sequências N-Terminais dos péptidos pépsicos da beta-caseína nativa, da beta-caseína metilada (éster) e da beta-caseína etilada (éster).
No caso da beta-caseína esterificada, identificaram-se seis novos locais de corte: Glu11-Ile12; Asn73-lle74; Met156-Phe157; Val162-Leu163; Leu198-Gly199; Ne207-lle208.
Exemplo 3: Hidrólise trípsica da beta-lactoqlobulina
Preparam-se a beta-lactoglobulina e a beta-lactoglobulina esterificada segundo o exemplo 1 e hidrolisam-se com a tripsina (tripsina bovina tratada TPCK 10.000-13.000 U/mg; da Sociedade Sigma Chimie).
Dissolveram-se a beta-lactoglobulina e de beta-lactoglobulina esterificada (2 mg/ml) num tampão Tris-HCI 0,2M, pH 8,0. Adicionou-se a tripsina, anteriormente solubilizada em HCI 0,01 N, numa relação enzima/substrato protéico (E/S) de 2,5%. Incubou-se a mistura 9 obtida a 37°C e parou-se a hidrólise após 24 horas por adição de 0,5 volumes de HCI 0,2N.
Resultados A figura 11 mostra o perfil cromatográfico CLHP de um hidrolisado trípsico da beta-lactoglobulina nativa (após 24 horas de hidrólise). A figura 12 mostra o perfil cromatográfico CLHP (após 24 horas de hidrólise) de um hidrolisado trípsico de beta-lactoglobulina etilada (éster). A figura 13 mostra a estrutura primária da beta-lactoglobulina B; indicam-se aí os 16 péptidos trípsicos obtidos e o local de clivagem atípico (*) da beta-lactoglobulina esterificada.
As figuras 14a, 14b e 14c mostram, sob forma de tabelas, a composição em aminoácidos e sequências N-Terminais dos péptidos trípsicos da beta-lactoglobulina etilada. A análise dos péptidos trípsicos da beta-lactoglobulina mostra que a esterificação não impede nenhuma ligação alvo de ser cortada mesmo quando um resíduo aspartilo ou glutamilo esterificado está na vizinhança da ligação alvo, o que conduz à obtenção de péptidos esterificados. Um local de corte atípico foi posto em evidência: Met145-His146.
Exemplo 4: Hidrólise trípsica da beta-caseína
Submeteram-se a beta-caseína e a beta-caseína esterificada obtidas segundo o exemplo 2 à acção da tripsina (tripsina de bovino tratada TPCK; 10.000-13.000 U/mg).
Dissolveram-se a beta-caseína nativa e de beta-caseína esterificada (2 mg/ml) num tampão Tris-HCI 0,2M, pH 8,0. Adicionou-se a tripsina, anteriormente solubilizada em HCI 0,01 N, numa relação enzima/substrato protéico (E/S) de 1,25%. Incubou-se a mistura obtida a 20°C; parou-se a hidrólise após 24 horas por adição de 0,5 volumes de HCI 0,2N.
Resultados 10 A figura 15 mostra o perfil cromatográfico CLHP de um hidrolisado trípsico da beta-caseína nativa (após 24 horas de hidrólise). A figura 16 mostra o perfil cromatográfico CLHP (após 24 horas de hidrólise) de um hidrolisado trípsico de beta-caseína metilada (éster). A figura 17 mostra o perfil cromatográfico CLHP (após 24 horas de hidrólise) de um hidrolisado trípsico de beta-caseína etilada (éster). A figura 18 mostra a estrutura primária da beta-caseína A1; as letras A a N indicam os péptidos trípsicos da beta-caseína nativa e indicaram-se os locais de clivagem atípica; para a beta-caseína etilada (o) e para a beta-caseína metilada (*).
As figuras 19a e 19b mostram, sob forma de tabelas, a composição em aminoácidos e sequências N-Terminais dos péptidos trípsicos da beta-caseína nativa, da beta-caseína nativa metilada e da beta-caseína nativa etilada.
Como para a beta-lactoglobulina, a análise dos péptidos trípsicos da beta-caseína mostra que a esterificação não impede nenhuma ligação alvo de ser cortada, mesmo quando um resíduo aspartilo ou glutamilo esterificado está na vizinhança da ligação alvo, o que conduz à obtenção de péptidos esterificados. Locais de corte atípico foram postos em evidência: Phe52-Ala53; Gln79-Thr80; Ser122-Gln123; Ser124-Leu125; Phe190-Leu191; Tyr193-Gln194; Val197-Leu198.
Lisboa 18 J(JL. 2800
Por INSTITUT NATIONAL DE LA RECHERCHE AGRONOMIQUE
Age_____________ , 'ia! Arco da Conceição, 3,1?- 1100 LISBOA 11

Claims (7)

  1. REIVINDICAÇÕES 1. Processo de tratamento de um substrato de origem animal ou vegetal contendo pelo menos uma proteína ou um péptido dotado de pelo menos um grupo esterificável além do grupo carboxílico C-terminal da cadeia, por uma técnica de hidrólise enzimática conduzindo à obtenção de produtos peptídicos, caracterizado por consistir, antes da operação de hidrólise enzimática, em submeter o substrato protéico a uma reacção de esterificação de pelo menos um grupo esterificável da referida proteína ou do referido péptido, além da eventual esterificação do grupo carboxílico C-terminal da cadeia, permitindo a sucessão das referidas operações de esterificação e de hidrólise a obtenção de péptidos em que pelo menos alguns estão esterificados ao nível de pelo menos um dos seus grupos esterificáveis, à excepção do grupo carboxílico C-terminal.
  2. 2. Processo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por consistir em realizar a reacção de esterificação sobre pelo menos um grupo carboxílico da proteína ou do péptido.
  3. 3. Processo de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por a esterificação da proteína ou do péptido ser realizada na presença de um álcool.
  4. 4. Processo de acordo com a reivindicação 3, caracterizado por a esterificação ser realizada na presença de um álcool alifático possuindo entre 1 a 5 átomos de carbono.
  5. 5. Processo de acordo com as reivindicações 1 a 4, caracterizado por a reacção de esterificação ser precedida de uma hidrólise parcial da proteína.
  6. 6. Processo de acordo com as reivindicações 1 a 5, caracterizado por a reacção de esterificação ser seguida de uma sucessão de operações de hidrólise por meio de diferentes enzimas proteolíticas ou peptidásicas..
  7. 7. Processo de acordo com as reivindicações 1 a 6, caracterizado por se utilizar um substrato protéico contendo especialmente beta-caseína ou beta-lactoglobulina. Lisboa, '18 JUL 2000
    Agente Oficial da Propriedade industriai Arco da Conceição, 3, 1Ϊ - 1100 LISBOA Por INSTITUT NATIONAL DE LA RECHERCHE AGRONOMIQUE RESUMO PROCESSO DE OBTENÇÃO DE PRODUTOS PEPTÍDICOS O processo de acordo com a invenção consiste em realizar uma reacção de esterificação sobre pelo menos um grupo esterificável de uma proteína ou de um péptido contido num substrato de origem animal ou vegetal, depois em submeter a referida proteína ou o referido péptido à acção de uma enzima proteolítica. A reacção de esterificação realiza-se de preferência sobre pelo menos um grupo carboxílico da proteína ou do péptido; ela é com vantagem conduzida por um álcool alifático possuindo de 1 a 5 átomos de carbono ou um dos seus derivados activados. O processo permite obter novas populações peptídicas susceptíveis de serem utilizadas a título de ingredientes ou de aditivos em preparações alimentares, farmacêuticas ou cosmetológicas.
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