PT636464E - Processo de insercao delimitada de uma decoracao num suporte termoplastico - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO "PROCESSO DE INSERÇÃO DELIMITADA DE UMA DECORAÇÃO NUM SUPORTE TERMOPLÁSTICO" A presente invenção tem por objectivo um processo de inserção delimitada de uma decoração num suporte termoplástico durante uma sobremoldagem a baixa pressão, e em particular, mas não exclusivamente, o recorte do bordo dessas peças decoradas ou embainhadas.

Foi descrito na patente FR-A-2 702 990, na qual se baseia o preâmbulo da reivindicação 1, um processo de decoração de um suporte termoplástico por sobremoldagem a baixa pressão segundo o qual: - se introduz a matéria termoplástica no estado fundido no molde por baixo da decoração; se injecta a matéria a baixa pressão através de pelo menos um bico enquanto se injecta simultaneamente um gás inerte a baixa pressão por meio de um bico que trabalha sequencialmente para orientar a matéria fundida para os locais desejados do molde. O rebordo, ou a cobertura dos bordos pela decoração, pode ser feito no molde mas necessita, na maioria dos casos, de uma ulterior execução manual.

Na técnica tradicional, a decoração é colocada do lado da matriz do molde, em seguida a matéria é injectada no estado de fundida contra o reverso da decoração (lado do punção). É a pressão da injecção que coloca a decoração na cavidade da 1 Γ

U t matriz. A decoração adapta-se assim perfeitamente à cavidade da matriz mas ultrapassa frequentemente esta. Por consequência, é necessário recortar os bordos da decoração após a sobremoldagem. E a humidade pode passar da face posterior para a face anterior decorada por capilaridade na decoração. A presente invenção tem por objectivo obviar este inconveniente e suprimir a operação de retoque manual. Para este fim, a decoração é inserida na matéria termoplástica em zonas delimitadas muito precisas de acabamento ou de semi-acabamento para evitar qualquer retoque suplementar. Já se sabe sobremoldar matéria termoplástica sobre pequenas peças de tela ou sobre grelhas para reforço. A patente EP-A-332 889 refere-se à moldagem por injecção de um diafragma de tela. Formam-se sobre duas circunferências almofadas de matéria termoplástica, sendo o conjunto em seguida recortado no interior da circunferência mais pequena e no exterior da maior. A patente EP-A-448 876 refere-se a um cartucho de filtragem obtido por sobremoldagem do filtro formando uma caixa exterior de matéria sintética. Ao nivel da caixa, as fibras no filtro são fundidas e não há passagem da matéria através das malhas. A patente FR-A-1-360 514 descreve um processo de reforço de uma peça de estofo permeável com uma resina sintética para formar, por exemplo, um olhai. A patente US-A-4 130 622 descreve igualmente um filtro cilíndrico no qual são formadas nervuras periféricas longitudinais. A matéria plástica circunda e liga as extremidades adjacentes do filtro. 2 r A presente invenção tem por objectivo fornecer um processo de rebordo permitindo a obtenção de peças decoradas com grande superfície, em matéria termoplástica, cujos bordos sejam perfeitamente estanques.

De acordo com a invenção, o processo de inserção delimitada de uma decoração num suporte termoplástico rígido por sobremoldagem a baixa pressão da decoração têxtil disposta num molde que compreende uma matriz e um punção, sendo a decoração disposta contra a matriz do molde e placada contra esta pela pressão de injecção, é caracterizado pela parte caracterizante da reivindicação 1.

Modos particulares da realização são definidos nas reivindicações 2 a 4.

As reivindicações 3 e 4 visam em particular a sobremoldagem de uma peça adjacente à primeira e unida por ligação química a esta. A colocação da decoração de acordo com a invenção permite, em certas zonas, fazer passar a matéria termoplástica através da decoração e obter um conjunto sobremoldado no qual os componentes são perfeitamente integrados e estanques. Em todos os casos, o bordo do têxtil é inserido na matéria plástica nas zonas de rebordo, com um recorte automático do têxtil ou decoração no molde. A peça obtida pode ser utilizada tal e qual com decoração local ou ser reinserida num outro molde afim de sofrer uma sobremoldagem suplementar para se obter um conjunto de várias peças, macia dura, bi-tonalidades ou qualquer outro arranjo.

Outra características e vantagens da invenção serão evidentes no decurso da descrição que se segue, de modos particulares da realização assim como de variantes que não fazem parte do âmbito da invenção, apresentadas unicamente a 3

^ título de exemplos não limitativos, com referência aos desenhos que representam: - A Figura 1, um esquema de princípio da invenção; - A Figura 2, uma vista de um pormenor da figura 1 com escala aumentada; - A Figura 3, uma vista de um bordo da peça de acordo com a invenção; - A Figura 4, uma variante que não faz parte do âmbito da invenção, destacando espaçadores móveis. - A Figura 5, uma vista de um pormenor da figura 4, - A Figura 6, um rebordo a 180° com inserção do têxtil no plástico; - A Figura 7, um esquema que mostra a ligação por sobremoldagem de duas peças termoplásticas rígidas de acordo com a invenção; - A Figura 8, uma figura que mostra a sobremoldagem de uma junta com lábio de acordo com a invenção; - A Figura 9, uma sobremoldagem de uma junta oca com gás de acordo com a invenção; - A Figura 10, uma outra variante que não faz parte do âmbito da invenção. A figura 1 é um esquema em corte vertical que mostra ao princípio do rebordo integrado. A decoração 1 é fixada no plano de junta 2 de modo a ser tensionada, no interior da matriz 3, durante a injecção. A decoração é tensionada na cavidade 4 da matriz 3 com impossibilidade de se adaptar aos ângulos vivos das partes laterais 6 e 7, quer dizer de 4 r penetrar na cavidade 10a, (FIG. 2), por exemplo. A decoração 1 é dirigida à volta do perfil dos espaçadores 8 e 9 para passar diante do ângulo vivo 12 e se alojar na cavidade 12a, na altura da chegada da matéria termoplástica sob pressão, à volta do punção 5, nas zonas escolhidas. A injecção pressiona então o termoplástico fundido através das porosidades da decoração, como se verificará melhor na figura 2, entre o ângulo vivo 12 do punção 5 e o ângulo vivo 11 dos espaçadores 8, 9.

Após injecção, o molde abre-se, os espaçadores móveis ficam placados na matriz 3. A decoração é cortada mecanicamente durante o curso de abertura como se o fosse por um utensílio de recorte dado que ela está presa, de um lado contra o ângulo vivo 12 do punção 5 e, do outro lado, contra o ângulo vivo 11 do espaçador 9. A abertura do molde prossegue normalmente como acontece durante uma ejecção tradicional. Segundo o caso, pode acontecer que os espaçadores móveis 8, 9 se separem da matriz para ficarem no punção durante a fase de abertura. Obtém-se, pór uma ejecção automática, uma peça acabada com rebordo e inserção da decoração no suporte termoplástico. A queda do excedente da decoração, compreendendo também o pequeno perfil de plástico moldado na cavidade 12a (FIG.2) do punção, ocorre separadamente. Os espaçadores móveis 8 e 9 são então placados contra a matriz 3 para que um novo ciclo de decoração possa recomeçar. 0 processo que acabou de ser descrito permite produzir numa só operação uma peça termoplástica revestida com uma decoração integrada que não necessita de retoma para o corte do bordo no interior da peça. A ligação entre os diferentes materiais é perfeitamente estanque. A transferência de humidade por capilaridade (efeito de mecha) é suprimida enquanto que no caso de um rebordo tradicional a humidade 5 j—' L-^ ^ pode passar da parte posterior da peça até à face anterior da peça.

Na figura 3 em que as mesmas referências designam os mesmos elementos, a parte lateral da peça injectada 10 compreende um bico que atravessou a decoração 1. O bico plástico é alinhado com o plano de junta do molde. A decoração é recortada mecanicamente no molde da forma anteriormente descrita. A decoração 1, tensionada acima da cavidade 10a, adapta-se bem à forma da matriz 3 e do espaçador 9. A figura 7 esquematiza a ligação por sobremoldagem de duas peças (10, 20 e 10, 20a) em matéria plástica rígida, em que pelo menos uma, 10, é recoberta com uma decoração 1.

Numa primeira fase, a peça 10 é sobremoldada com uma decoração 1 num primeiro molde como indicado anteriormente. A peça compreende uma centragem periférica 17 para o seu posicionamento preciso num segundo molde. Numa segunda fase, a peça 10 obtida é posicionada na cavidade do segundo molde. A matéria termoplástica, no estado de fundida, é injectada na cavidade do segundo molde. A ligação entre as duas peças 10 e 20 é obtida por ligação química, ao longo da superfície 16 e a parte de ligação é suficientemente dimensionada para conservar uma temperatura que permite aquecer o perfil correspondente da peça 10 e de assegurar a ligação. É assim possível obter um conjunto homogéneo e solidário de peças múltiplas. A decoração 1 pode ser constituída por um produto têxtil com ou sem espuma ou por uma moqueta. Graças a este processo, a peça 20a (FIG. 7) pode igualmente ser revestida com uma decoração 1 b idêntica ou diferente da primeira decoração 1 que é, previamente, tensionada no molde. Este processo permite a inserção de várias decorações por realização de operações sucessivas. 6 Γ

As figura 8 e 9 mostram dois outros exemplos de aplicação do processo acima referido.

Na figura 8, uma junta de material macio 22 é acrescentada durante uma segunda moldagem sobre uma outra prensa ou num mesmo ciclo sobre uma prensa de tipo bi-matérias. 0 perfil 21 de ligação dos dois materiais é previsto sobre a peça 10 já revestida com a sua decoração 1. A junta 22 macia fica aderente, por ligação química ao longo da superfície 16. A figura 9, representa a sobremoldagem de uma junta macia 23 com cavidade obtida por meio de injecção de gás, com secção circular ou outra.

Variantes que não fazem parte do âmbito da invenção são representadas nas figuras 4 a 6 e 10.

Na figura 4, o perfil desejado é obtido com a ajuda de um espaçador móvel 19 incluído no punção 5 e de uma corrediça 14, montada na matriz 3, podendo deslocar-se de acordo com a direcção indicada pela seta F. Quando o molde é aberto, a decoração 1 está colocada na matriz 3, estando a corrediça 14 na posição retraída. A matriz 3 é então aproximada do punção 5 e é conduzida a uma distância de 0,5 a 1 mm desta. Antes do fecho completo, a decoração 1 é placada contra o punção 5 com a ajuda de tensionadores de molas 15 simbolizados pelo seu eixo. A corrediça 14 é então fechada hidraulicamente e a decoração 1 é placada sobre o espaçador 19. O molde é em seguida fechado.

Durante a injecção, a decoração é aplicada contra o fundo da matriz 3 pela pressão da matéria plástica injectada. Durante esta operação, (Fig. 5), o bico 13 de plástico atravessa a decoração 1 através das porosidades desta, assegurando assim uma ligação homogénea estanque dos diferentes materiais integrados. Como se vê na zona 16, a decoração 1 é comprimida e impregnada de plástico o que evita o efeito de mecha acima assinalado. No exemplo representado, 7

V

U a decoração é constituída de duas camadas 1 de têxtil entre as quais é disposta uma camada la de espuma. A figura 6 representa um rebordo de 180°, o plástico 13 penetra na cavidade triangular 10a através da decoração 1 durante a injecção. Esta ligação da decoração tornada solidária com a peça plástica pelo bico 13, evita o efeito de mecha. O excedente da decoração 1 é recortado mecanicamente, como foi anteriormente explicado (FIG. 2), durante a abertura do molde, pelas arestas cortantes 11, 12. A figura 10, representa um outro modo de realização no qual, tal como na figura 7, a decoração é inserida localmente. Neste modo de realização observa-se, como nas figuras anteriores, o punção 5, a matriz 3 no interior da qual é montada de forma móvel em translação uma peça 4 na qual é formada uma cavidade de moldagem. Neste modo de realização, a decoração 1 é pré-recortada para as dimensões pretendidas e disposta no molde tal como representado na parte esquerda da figura 10 que representa a primeira fase de realização de uma peça. A decoração 1 é centrada no molde por meio de um sistema de picagem com a referência 17.

Após a inserção da decoração entre o punção 5 e a parte móvel 4 da matriz 3, o molde é fechado e a peça 4 é aplicada contra o punção 5 por meios hidráulicos (não representados) fixando a decoração contra o punção 5 como se vê na parte esquerda da figura. Obtém-se assim um fecho estanque entre o cordão ou centragem periférica.

Após o fecho do molde, a fase 1 consiste na injecção de uma peça periférica 30 sob baixa pressão e sequencialmente como descrito na patente acima citada. Esta injecção é efectuada a partir do punção 5 por cima da decoração e no exterior da peça móvel 4. A parte excedentária da decoração é assim incluída na parte inferior da peça termoplástica 30. 8

Durante a fase II do processo, (representada na parte direita da figura 10) , a peça 4 é levada para o interior da matriz 3 que liberta um espaço de espessura determinada. Efectua-se então uma segunda injecção por cima da decoração, placando esta segunda injecção a decoração contra a cavidade formada na peça 4. A matéria plástica injectada durante esta segunda injecção pode ser da mesma natureza que a matéria introduzida no molde durante a primeira injecção. Mas ela pode também ser diferente com a condição de ser quimicamente compatível com a primeira matéria. Durante as fases I e II, a matéria termoplástica atravessa a decoração por capilaridade e a integração das partes 10 e 30 é obtida por ligação química entre as duas partes plásticas.

As decorações podem ser constituídas como anteriormente indicado na patente acima referida por produtos têxteis recobertos ou não de espuma sintética, por moqueta ou por couro ou qualquer outra decoração. É igualmente possível pelo processo de acordo com a invenção imitar um acolchoado.

Lisboa, 31 de Maio de 2000

O AGENTE OFICIAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

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Claims (4)

1. \ Γ REIVINDICAÇÕES 1. Processo de inserção delimitada de uma decoração num suporte termoplástico rígido (10) por sobremoldagem a baixa pressão da decoração têxtil disposta num molde compreendendo uma matriz (3) e um punção (5), sendo a decoração disposta contra a matriz (3) do molde e placada contra esta pela pressão de injecção caracterizado por a matriz (3) compreender espaçadores (8, 9) que apresentam cada um deles uma aresta viva (11) em saliência, formando a matriz (3) com o espaçador (9) uma cavidade (10a) por cima da qual se tensiona a decoração (1), penetrando a matéria injectada (10) durante a injecção na cavidade (10a) através da decoração (1) para integrar a decoração na matéria injectada, sendo a decoração (1) cortada no bordo virado para o exterior da cavidade (10a) por afastamento da matriz (3) e do punção (5).
2. 2. Processo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o punção (5) apresentar pelo menos uma segunda cavidade (12a) disposta por baixo da referida cavidade (10a) formada pela matriz (3) e o espaçador (9), sendo as duas cavidades delimitadas pela referida aresta viva (11) do referido espaçador (9) e uma segunda aresta viva (12) situada por cima da referida aresta viva (11) do referido espaçador (9) quando o molde está fechado, cortando as arestas (11, 12) o excedente da decoração durante a abertura do molde ao nível do bordo exterior da cavidade (10a) por afastamento da matriz (3) e do punção (5).
3. 3. Processo de acordo com uma das reivindicações 1 ou 2, caracterizado por compreender uma segunda fase de sobremoldagem, num segundo molde, sendo a matéria injectada (20, 20a) no decurso da segunda fase 1 quimicamente ligada à primeira peça (10) por um dos bordos (16) desta.
4. 4. Processo de acordo com uma das reivindicações 1 ou 2, caracterizado por a peça termoplástica ser realizada em duas fases sem abertura do molde: - no decurso da primeira fase, a parte periférica (30) é injectada por baixo da decoração (1) integrando os bordos desta, por passagem da matéria através da decoração; - no decurso da segunda fase, a cavidade (4) da matriz (3) e a decoração (1) são distanciadas do punção (5) e uma nova injecção é efectuada, sendo as duas partes injectadas unidas por ligação química que assegura a estanquecidade sem efeito de mecha e sem transferência de humidade. Lisboa, 31 de Maio de 2000 O AGENTE OFICIAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

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