PT102021A

PT102021A - Processo e instalacao para o fabrico de objectos de vidro, designadamente frascos

Info

Publication number: PT102021A
Application number: PT102021A
Authority: PT
Original assignee: Barre Rene Emile Leon
Priority date: 1996-06-26
Filing date: 1997-06-26
Publication date: 1998-02-27
Also published as: IE970475A1; PT102021B; ITMI971505A0; DE19727274A1; ITMI971505A1; GB2314838B; FR2750418B1; SE9702411D0; CA2209070A1; BR9703736A; FR2750418A1; BE1010971A4; NL1006414A1; GB2314838A; IT1292203B1; SE9702411L; GB9713352D0; JPH1053424A; NL1006414C2

Description

DESCRIÇÃO

PROCESSO E INSTALAÇAO PARA 0 FABRICO DE OBJECTOS DE VIDRO, DESIGNADAMENTE FRASCOS A invenção diz respeito a um processo e uma instalação para a fabricação de objectos de vidro, désignada-mente de frascos.

No fabrico de objectos de vidro e mais concretamente de frascos de pequenas dimensões e de formas muito variadas tal como são utilizados em perfumaria, a primeira etapa consiste em colher uma gota de vidro num forno, seja manualmente na ponta de uma agulheta, seja mecanicamente por um distribuidor no extremo de um canal, seja ainda por colheita mecânica por meio de um robot de colheita.

Depois, esta gota de vidro de secção circular é encaminhada até um molde delineativo que compreende duas semicoqui1has formando entre elas um oco correspondente à forma e ao volume do esboço a realizar.

Este oco está em posição invertida no molde delineativo, isto é, a base do frasco está localizada ao nivel do bordo superior aberto do molde enquanto o colo do frasco está situado na sua base. A base deste molde é constituída por uma pinça na qual se encontra o molde do aro que permitirá tapar o recipiente, seja por uma rolha de vidro ou de outras matérias, seja por uma tampa de rosca ou qualquer outro sistema apropriado. Esta pinça é depois utilizada para transferir a peça para os postos de fabrico ulteriores, de conformação, de sopro, moldagem, etc.

Contudo, a secção circular da gota é um entrave à sua introdução no molde delineativo, por exemplo, por o diâmetro da gota ser maior que o lado mais pequeno do molde delineátivo.

Pode-se prever que essa introdução seja feita por meio de um funil que modifica a secção da gota, mas, neste caso, a parte da gota que contacta de modo mais significativo com funil é mais arrefecida que aquela que não o toca, estabelecendo-se então um diferencial térmico provocando defeitos de realização do esboço do frasco de vidro, particularmente no caso de frascos com espaldas, sem contar com os defeitos de aspecto da superfície dos frascos obtidos.

Em US 2 147 307 (McNAMARA) pode ver-se uma máquina de fabrico de produtos de vidro utilizando um molde delineátivo e caleiras ou caminhos de guia análogos.

Tal documento descreve uma alimentação de molde delineátivo a partir de um distribuidor (Feeder) com a ajuda de uma taça de recepção 7 que desemboca numa caleira 21, 24, 44. A caleira comporta uma parte intermédia rectilínea 24 com uma espera 25 contra a qual a gota de vidro A se esmaga, achatando-se parcialmente, formando assim uma gota B que apresenta um fundo plano. Nem a taça de recepção 7, nem a caleira 21, 24, 44 têm orna secção escolhida em função da secção do molde delineátivo 17. Aliás, este molde delineátivo 17 é precedido de um funil 42. A actuação, quer da taça 7, quer do funil 42, em termos de conformação da gota de vidro, clàramente só têm incidência no diâmetro da secção transversal da gota (isto é, segundo um plano perpendicular à direcção do movimento da gota (geralmente de queda) e na formação da cauda desta.

Em US 3 341315 (PATSCHORKE) descreve-se um dispositivo de caleiras de alimentação de um molde delineátivo. Não há aí, contudo, qualquer molde conformador.

Em DE 536 756 (RÁNKIN) descreve-se um processo e uma instalação para transferir gotas do vidro fundido, provenientes de um forno de fusão ou de um reservatório, para um molde delineativo em posição não invertida. Para isto, a gota é transferida através de um funil 52 para uma cavidade numa peça 53, cavidade cujo fundo é formado por partes escamoteáveis 75. Acima da gota de vidro assim colocada nesta cavidade dispõe-se um obturador oco 58 em forma de cunha, através do qual se injecta ar comprimido. A saida daquela cavidade da peça 53, existe um cotovelo 55 chegando ao molde delineativo 12, 13. Cria-se uma depressão no cotovelo 55. Em combinação com a pressão por cima da gota de vidro, transfere-se esta gota para o molde delineativo. Isto para evitar de ter de se voltar o molde delineativo para transferir a peça formada no molde delineativo para a fazer passar para o molde de acabamento. Há a salientar que nem as partes móveis 75, nem o cotovelo 55 têm uma forma adaptada à do molde delineativo 12, 13. A placa 73 fecha o fundo do molde delineativo enquanto se retira o cotovelo 55, sendo a máquina do tipo carrossel e passando os moldes delineativos uns após os outros acima do cotovelo 55 para receber uma gota de vidro.

Os defeitos que podem aparecer nos frascos resultam, pois, tanto da diferença de forma e de dimensões da gota de vidro e do molde delineativo que deve recebê-la, quanto da repartição térmica não homogénea do vidro desta gota, o que origina mobilidade variável das diferentes partes da gota aquando da sua colocação no molde delineativo e depois aquando do sopro da peça dè vidro. A presente invenção tem concretamente por objectivo remediar estes inconvenientes e, a esse nível, respeita a 'JSDOCID: <PT 1020218 t > um processo para a realização de objectos de vidro, processo segundo o qual se colhe uma gota de vidro à saída de um forno de fusão e se deposita essa gota num molde delineativo, processo esse caracterizado por, previamente ao depósito desta gota no molde delineativo, a mesma é sujeita a uma operação de conformação para lhe dar uma forma e dimensões mais adaptadas à sua penetração no molde delineativo.

De acordo com uma outra característica da invenção, a gota de vidro, após ter sidò conformada, é conduzida para o molde delineativo por uma gárgula cuja forma está adaptada à da gota de vidro assim conformada. A invenção diz igualmente respeito à instalação para a concretização deste processo, assim como aos produtos de vidro obtidos com recurso ao mesmo. A invenção está representada a título exemplifi-cativo e não limitativo nos desenhos anexos, onde: - a figura 1 é uma vista lateral duma instalação conforme a invenção; - a figura 2 é uma vista ampliada do conformador da figura 1, em posição aberta; - as figuras 3, 4 e 5 ilustram três etapas sucessivas do processo; - as figuras 6 e 7 representam duas formas modificadas do conformador e da gárgula para duás formas diferentes de molde delineativo. A presente invenção, consequentemente, tem por objectivo melhorar a qualidade dos objectos de vidro e reduzir a produção de peças defeituosas, não deixando de satisfazer o desejo criativo no plano da forma e no plano do volume, tanto no que respeita ao exterior dos frascos, como no que respeita ao seu volume interno.

I

De acordo com a figura 1, representou-se, pois, em 1 um dos moldes delineativos duma instalação de fabrico de frascos de vidro,' este molde sendo composto por duas partes 1i e 12 móveis lateralmente uma em relação à outra e definindo entre si, quando estão colocadas uma contra a outra, a forma do esboço de vidro desejado. Estas duas partes Ή e 12 do molde delineativo adaptam-se através da sua base ao molde do aro 13, que é uma pinça que, aquando da abertura do molde delineativo, suporta a peça de vidro a fim de a transferir para os postos de trabalho seguintes.

Segundo a invenção, a gota de vidro caindo pela acção da gravidade na abertura superior do molde delineativo, passando através de um funil de guia 14 , provem de um conformador 2. Este conformador recebe a gota de vidro acabada de ser colhida do forno a fim de modificar a sua forma e nomeadamente a sua secção, para a adaptar o melhor possível à forma do molde delineativo e, mais concretamente, à secção da abertura superior deste molde com vista a assegurar uma colocação rápida do vidro em fusão em todo o volume deste molde delineativo.

Este conformador 2 compõe-se de pelo menos duas partes de molde 2i e 22 lateralmente móveis, localizadas directamente na vertical da abertura alargada 3i de uma zona vertical e tubular 3 de uma gárgula cuja secção correspondente à do conformador 2, a fim de receber, por acção da gravidade e com atrito mínimo, a gota de vidro conformada 4.

As partes móveis 2i e 22 constitutivas do conformador podem ser unidas nas suas bases ou não. Neste último caso, a gota de vidro é recolhida de passagem e conformada pelas partes móveis do conformador antes do seu afastamento permitindo à gota de vidro conformada cair por acção da gravidade na gárgula 3. 3ΜΟΠΛΛΐΠ. ,OT *Λ0ΛΠ«0 I * 0 contacto entre a gota de vidro e as partes móveis do conformador arrefece a superfície exterior da gota de vidro. Consequentemente, o interior da gota de vidro fica mais quente que a sua superfície exterior, mas o gradiente térmico é homogéneo em resultado da pressão constante exercida pelas paredes móveis do conformador. Esta homogeneidade não é sempre respeitada aquando da colheita, isto é, antes da acção do conformador funcionando de acordo com a invenção.

Para além disso, aquando da descida da gota de vidro conformada para o molde delineativo 1, a superfície da gota de vidro pode reaquecer por transferência das calorias do interior da gota para a sua superfície. A gota de vidro proveniente da zona vertical 3 é de seguida desviada por um cotovelo 5 em direcção a uma segunda zona 6 constituída por uma caleira inclinada na qual escorre a gota conformada de vidro 4. A extremidade inferior desta gárgula 6 está ao alcance de um deflector 7 cuja extremidade inferior 7i está localizada verticalmente acima da abertura alargada 1λ do molde delineativo 1.

Nesta terceira zona 7 da gárgula, o deflector apresenta uma forma côncava contra a qual a gota de vidro é mantida em resultado da velocidade que a mesma adquiriu na primeira zona tubular e vertical 5 e na segunda zona em forma de caleira inclinada 6.

Preferencialmente, as duas partes 2i e 22 do conformador 2 definem entre elas um alojamento 23 cuja extremidade inferior 24 é estreita e apresenta superfícies curvas, por um lado de modo a facilitar o encaminhamento da gota de vidro conformada em direcção ao molde delineativo e, por outro, com vista a posicionar desde logo a parte da gota de vidro que formará de seguida o colo do frasco e que deverá, no molde delineativo, adaptar-se sobre o molde de aro 13 da pinça.

Acima do conformador 2 está previsto um par de tesouras 8 móvel horizontalmente e que, de acordo com o exemplo representado, se destina a cortar a gota de vidro a fim de a separar, por exemplo, da extremidade da cana 9 de um robot de colheita mecânica que recolheu antecipadamente uma certa quantidade de vidro do forno para o transportar para cima do conformador.

No decurso desta transferência, a cana 9 (figura 3) é posta a rodar sobre si própria a fim de manter o vidro fundido quase concentricamente em torno da extremidade da cana.

No caso de uma colheita mecânica, assim que a cana chega à vertical do conformador 2, a rotação da cana é interrompida. Tende então a formar-se na extremidade desta uma gota de vidro 10 que se alonga rapidamente, penetrando no conformador 2 fechado (figura 4) ou em vias de se fechar. A tesoura 8 é então rapidamente accionada para separar uma gota de vidro de um volume determinado da extremidade desta cana, após o que a tesoura 8 se abre novamente (ver figura 5), enquanto a cana 9 é posta em rotação. Depois, as duas partes do conformador 2 afastam--se para deixar cair a gota de vidro conformada 4 na primeira zona tubular e vertical 5 da gárgula.

Quando as duas partes do conformador estão afastadas uma da outra e tendo em vista o ciclo de conformação seguinte, pode-se eventualmente lubrificar a sua parede interna, nela pulverizando um lubrificante. A secção do conformador 2 e a das diferentes zonas 3, 6 e 7 da gárgula são adaptadas à secção da abertura do molde delineativo a fim de assegurar, neste, a colocação rápida da gota de vidro que ai é introduzida. Assim, segundo a figura 6, se a abertura do molde delineativo tem uma forma ovóide 10 com um plano de junta 10i situado segundo o seu eixo grande, o conformador 2 comportará igualmente um alojamento 23 de forma e dimensões correspondentes, sendo o plano de junta 2* das duas partes deste conformador igualmente situado segundo o eixo grande da secção ovóide do alojamento 23.

Igualmente, a primeira zona 3 da gárgula apresentará uma secção semelhante, énquanto a segunda e terceira zonas 6 e 7 serão concretizadas em forma de caleira de secção correspondente, a zona 6 sendo rectilinea enquanto que a zona 7 é côncava.

Inversamente (ver figura 7), uma vez que o molde delineativo apresenta um alojamento 11 cujo plano de junta 111 está situado segundo a mais pequena dimensão do alojamento, o conformador 2, assim como a gárgula, apresentarão secções correspondentes. 0 conformador é neste caso materializado de maneira que o seu plano de junta 2s seja situado segundo a mais pequena dimensão 2e do seu alojamento enquanto que a extremidade inferior 7i da terceira zona 7 da gárgula está orientada verticalmente por cima do molde deiineativo 1, de forma a que a orientação da secção da gota de vidro a conformar corresponda à orientação do alojamento do molde delineativo 1.

Porto, 12 de Dezembro de 1998.

0 MANDATARIO

RUY PELAYO OE SOUSA HENRIQUES Rua Sá da Bandeira. 703-2ΛΕ - 4000 PORTO1

Claims

REIVINDICAÇÕES
11. - Instalação para o fabrico de objectos de vidro, a partir de uma gota de vidro (10) colhida à saida de um forno de fusão, com um molde conformador (2), uma gárgula (3) e caleiras (6) que conduzem a 'peça.para um molde delineativo (1), caracterizada por o molde conformador (2) ser constituído por duas ou mais partes (2i , 2z), as quais moldam não apenas uma parte, mas a totalidade da gota de vidro, de modo a que, quando fechado o molde conformador (2), se conforme integralmente o corpo que será enviado para o molde delineativo.
21. - Instalação segundo a reivindicação 1, caracterizada por o conformador (2) predispor a forma da gota de vidro à forma do molde delineativo (1).
31. - Instalação segundo a reivindicação 1, caracterizada por as partes móveis (2i , 2z) do conformador (2) serem unidas nas suas bases.
41. - Instalação segundo a reivindicação 1, caracterizada por comportar um funil (3) por baixo do molde conformador (2) e acima da gárgula (6, 7).
51. - Instalação segundo a reivindicação 1, caracterizada por a gárgula compreender uma primeira zona (3) vertical e tubular na qual cái a gota de vidro conformada (4), esta primeira zona sendo unida por um cotovelo (5) á uma segunda zona (6) oblíqua em forma de caleira, guiando a gota em direcção a uma terceira zona (7) constituída por um deflector côncavo, que tem a extremidade de saída da gota orientada verticalmente em cima da abertura do molde delineativo. 6a. - instalação segundo a reivindicação 1, caracteri2ada por a secção do conformador (2) e a das diferentes zonas (3, 6, 7) da gárgula estarem adaptadas à secção da abertura do molde delineativo (1) e orientadas em correspondência com esta. 7ã. - Processo de fabrico de objectos de vidro segundo o qual se colhe uma gota de vidro (10) à saida de um forno de fusão e se deposita esta gota num molde delineativo (1) - para o funcionamento de uma instalação de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 6 -caracterizado pelo seguinte: - previamente ao depósito de tal gota (10, 4) no molde delineativo (1)-, ela é submetida a uma operação de conformação da globalidade da respectiva secção transversal, configurando-se como um sólido cuja(s) secção(ões) transversal(ais) a toda a altura da gota corresponde(m), grosso modo, à(s) respectiva(s) secção(ões) transversal(ais) da cavidade do molde delineativo (1);

- após ter sido conformada, a gota de vidro (4) é conduzida para o molde delineativo (1) por uma gárgula (3, 6, 7). 8ã. - Processo segundo a reivindicação 7, caracterizado por se submeter a gota de vidro (10), colhida no forno, a uma pressão constante exercida pelas paredes móveis (2i , 22) do conformador (2). 9ã. - Processo segundo a reivindicação 7, caracterizado. por a gota de vidro (10) ser apanhada de passagem pelas partes móveis (2i, 22) do conformador para ser conformada antes que se afastem de novo as partes móveis (2i , 22) para permitir à gota de vidro conformada cair na gárgula (3). 1oã. - Processo segundo a reivindicação 7, caracte-rizado por, previamente à introdução da gota de vidro (10) no conformador (2), se lubrificar este conformador (2) por pulverização. Porto, 23 de Junho de 1999.

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