BRPI1014468B1 - método para produzir uma lente ocular oftálmica - Google Patents

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BRPI1014468B1
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Giraudet Guillaume
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Abstract

método para produzir uma lente ocular oftálmica um método para produzir uma lente ocular oftálmica torna possível prover lentes para o usuário de uma maneira que é personalizada como uma função da percepção de borrão pelo usuário. a lente (v4) é selecionada de modo que o usuário tenha a impressão de ter um campo de visão aguda que tem uma largura de referência. esta largura de referência é determinada com base em uma primeira lente (v7) que se conforma à receita oftálmica do usuário e no valor de limite de referência do borrão (b7). ela é em seguida associada, dentro da lente que é provida para o usuário, com um valor de limite (b0) do borrão que é percebido pelo usuário.

Description

Relatório Descritivo da Patente de Invenção para “MÉTODO PARA PRODUZIR UMA LENTE OCULAR OFTÁLMICA ” [001] A presente invenção refere-se à produção de uma lente ocular que é destinada a um usuário identificado e que é personalizada como uma função da percepção de borrão deste usuário.
[002] De maneira conhecida, a diferença entre a ametropia do usuário de óculos e a correção oftálmica que é propiciada pela lente ocular usada por este usuário produz uma falta de nitidez da sua visão, chamada borrão. Quando este borrão resulta de uma desfocalização da imagem atrás da retina, ele é espontaneamente removido pela acomodação do olho do usuário ao atraso de acomodação e enquanto o limite de acomodação ocular do usuário não é ultrapassado. Isto resulta, contudo, na fadiga visual do usuário. Mas de maneira geral, fora da capacidade de acomodação ocular, o borrão que resulta da diferença entre a ametropia do usuário e a correção oftálmica da lente ocular que é usada por ele constitui um defeito da sua visão.
[003] Agora, determinadas lentes oculares que produzem uma correção oftálmica refinada produzem também algum borrão para determinadas direções oblíquas do olhar fixo, embora este borrão permaneça muito limitado. Tal é especialmente o caso das lentes progressivas que permitem a um usuário presbiópico ver claramente a distâncias variáveis através de zonas determinadas da lente, mas que também apresentam, fora destas zonas, variações na potência óptica e no astigmatismo do qual o borrão visual do usuário se origina. Tal é também o caso das lentes oculares monofocais que são adaptadas para corrigir simultaneamente a visão foveal e a visão periférica do usuário. Lentes de correção progressivas ou foveais e periféricas como estas são então alocadas para um dado usuário ao mesmo tempo que produzem um meio termo entre a correção óptica refinada que elas propiciam para as direções principais do olhar fixo e o borrão que
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2/19 permanece limitado para direções oblíquas do olhar fixo.
[004] Entretanto, numerosos estudos fisiológicos têm mostrado que a percepção de borrão visual varia consideravelmente entre indivíduos diferentes. Assim, dois usuários de óculos que têm receitas oftálmicas idênticas e que são dotados de lentes oculares, igualmente idênticas, podem ser incomodados de maneiras diferentes pelo borrão que é produzido por estas lentes, para determinadas direções oblíquas do seu olhar fixo. Por exemplo, um primeiro usuário pode declarar-se incomodado por este borrão, ao passo que um segundo usuário pode confirmar bom conforto visual. O meio termo que é produzido por estas lentes idênticas entre a sua função oftálmica e o borrão residual que elas produzem é então apropriado para o segundo usuário, e deve ser modificado para o primeiro.
[005] É assim um objeto de presente invenção produzir uma lente ocular que é personalizada como uma função da percepção do borrão pelo usuário a quem a lente é destinada.
[006] Outro objeto da invenção consiste em levar em conta a percepção do borrão pelo usuário quando a lente ocular é produzida, sem aumentar o número de modelos diferentes de lentes que têm que estar disponíveis em estoque, e que correspondem a uma e à mesma receita oftálmica.
[007] Por conseguinte, a invenção propõe um método para produzir uma lente ocular oftálmica que compreende as etapas seguintes:
/1/ obter características de uma série de lentes oculares que correspondem a receitas oftálmicas variáveis e, para cada receita, a pelo menos uma distribuição de valores de borrão como uma função de valores de um azimute de direção de olhar fixo, para pelo menos um valor de referência fixo de uma elevação da direção do olhar fixo;
/2/ obter um valor de limite de referência do borrão;
/3/ para o usuário identificado, obter uma receita oftálmica e
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3/19 pelo menos um valor de limite do borrão que é percebido por este usuário;
/4/ da série de lentes oculares usadas na etapa /1/, selecionar uma primeira lente que corresponde à receita oftálmica do usuário;
/5/ para esta primeira lente e para o valor de referência de elevação, determinar um valor de azimute da direção do olhar fixo para o qual a primeira lente tem o valor de limite de referência do borrão;
/6/ selecionar uma segunda lente que corresponde também à receita oftálmica do usuário, e o valor do borrão desta segunda lente para o valor de referência de elevação e para o valor de azimute determinado na etapa /5/ apresenta uma discrepância de igual a ou menos que 0,50 dioptria em valor absoluto com relação ao valor de limite de borrão percebido obtido para o usuário na etapa /3/; e /7/ produzir a lente que é destinada ao usuário de acordo com a segunda lente selecionada na etapa /6/.
[008] Assim, as lentes oculares que são produzidas de acordo com a invenção para diferentes usuários que têm receitas oftálmicas idênticas apresentam campos de visão aguda que têm larguras que são, cada uma, ajustadas de modo a serem experimentadas de uma e mesma maneira pelos usuários, quaisquer que sejam suas respectivas sensibilidades ao borrão. Consequentemente, a invenção introduz a percepção do borrão como um parâmetro para personalizar a lente que é fornecida ao usuário.
[009] A invenção, portanto, torna possível prover lentes oftálmicas para diferentes usuários, de modo que todos estes usuários têm a mesma impressão de beneficiar-se de uma faixa central vertical de visão na qual o nível de borrão é aceitável para cada um deles. Esta banda central de visão através das lentes oculares, tal como é percebida por cada usuário em questão, possui uma largura que é a mesma. A subjetividade da percepção do borrão de cada usuário é, portan
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4/19 to, levada em conta, de modo a se efetuar a personalização da lente que propicia a ele uma impressão de largura de banda de visão aguda idêntica às impressões que são experimentadas por outros usuários, com suas respectivas lentes.
[0010] Mais precisamente, a etapa /5/ de um método de acordo com a invenção consiste em determinar uma largura de referência para um campo de visão aguda, isto é, para um campo de visão livre de borrão através da lente provida. Por conseguinte, o valor de limite de referência do borrão da etapa /2/ é usado como limite padrão de uma quantidade aceitável de borrão. A etapa /6/ consiste então em atribuir o limite de percepção do borrão que é específico para o usuário considerado à largura de referência do campo de visão aguda. Dito de outro modo, para cada lente que é fornecida a um usuário, o valor de limite de referência é substituído, nos limites da largura de referência do campo de visão aguda, pelo valor de limite de borrão que é determinado para o usuário desta lente.
[0011] A invenção não se refere diretamente, portanto, ao procedimento que é usado na etapa /1/ para determinar a distribuição dos valores do borrão de cada lente da série. Os métodos conhecidos dos versados na técnica antes da invenção, para calcular o defeito de correção de uma lente, e/ou a amplitude das aberrações ópticas desta lente, para cada direção de olhar fixo, podem ser aplicados de maneira equivalente, sendo todos eles compatíveis com a invenção. Os valores de borrão que são assim determinados para cada lente, e para direções de olhar fixo através desta lente, são valores objetivos, isto é, valores que são independentes do futuro usuário desta lente, desde que a prescrição oftálmica que está associada à lente corresponda à visão do usuário.
[0012] De maneira semelhante, nem a invenção se refere especificamente ao procedimento que é usado na etapa /2/ para determinar o
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5/19 valor de limite de referência do borrão. Pode ser usado qualquer um dos métodos conhecidos antes da presente invenção para determinar o nível máximo médio do borrão que seja geralmente aceito ou que, em geral, não cause qualquer incômodo visual.
[0013] Finalmente, nem a invenção se refere ao método propriamente dito que é usado na etapa /3/ para determinar o valor de limite do borrão que é específico para cada usuário. De maneira semelhante, a invenção é compatível com todos os métodos conhecidos anteriormente para efetuar uma determinação como esta, do valor de limite do borrão, para cada usuário.
[0014] A invenção reside, portanto, na implementação das etapas sucessivas de /1/ a /7/ de acordo com a sequência descrita que torna possível propiciar a cada usuário a sensação de ter uma largura de campo de visão aguda, que é idêntica à de outro usuário.
[0015] Além disso, a lente ocular que é fornecida a cada usuário, denominada de “segunda lente”, pode ser selecionada da mesma série inicial de lentes da primeira lente. Desta maneira, a personalização da lente propiciada pela invenção, como uma função da percepção do borrão específica de cada usuário, torna possível restringir o número de modelos diferentes de lentes a serem armazenados para uma e a mesma prescrição oftálmica. Se a série de lentes usada for, por exemplo, uma série de lentes semi-acabadas que correspondem a desenhos diferentes, a personalização como uma função do borrão que é percebido por cada usuário pode ser executada modificando-se a escolha da lente provida dentro da mesma série de lentes semiacabadas. De maneira semelhante, quando a lente provida é produzida com base em desenhos otimizados e registrados anteriormente, a invenção pode não exigir a concepção de novos desenhos, e a lente que é provida pode ser selecionada dentre os desenhos disponíveis ou simplesmente calculada com base nestes últimos.
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6/19 [0016] As lentes da série que é usada na etapa /1/ podem ser lentes reais, especialmente lentes acabadas, isto é, que têm duas superfícies definitivas, ou então lentes semi-acabadas, isto é, que têm uma única superfície que é definitiva. Elas podem ser também lentes que são definidas por registros das suas respectivas características. Neste caso, a invenção é implementada com base nestas características registradas para cada uma das lentes da série. A lente final é em seguida produzida na etapa /7/ de acordo com a segunda lente registrada que foi selecionada na etapa /6/.
[0017] De acordo com um refinamento da invenção, a personalização da lente pode ser executada levando-se em conta a percepção do borrão por cada usuário simultaneamente para várias elevações do seu olhar fixo. Por conseguinte, as etapas de um método de acordo com a invenção são suplementadas da maneira seguinte:
- na etapa /1/: distribuições de valores do borrão como uma função dos valores de azimute são obtidas para cada lente da série e para vários valores de referência fixos para a elevação da direção do olhar fixo;
- na etapa /3/: um valor de limite do borrão que é percebido pelo usuário identificado é obtido para cada valor de referência de elevação;
- a etapa /5/ é repetida com a mesma primeira lente para cada valor de referência de elevação, de modo a se determinar um valor de azimute que está associado a cada valor de referência de elevação e para o qual a primeira lente tem o valor de limite de referência do borrão para este valor de limite de referência de elevação; e
- a etapa /6/ é executada de modo que a segunda lente tenha valores do borrão, para todos os valores de referência de elevação usados na etapa /1/ e associados respectivamente aos valores de azimute correspondentes determinados durante as iterações da etapa
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7/19 /5/, que apresentam, cada um, uma discrepância de menos que ou igual a 0,50 dioptria em valor absoluto com relação ao valor de limite de borrão percebido obtido na etapa /3/ para o usuário e para o valor de referência de elevação correspondente.
[0018] Desta maneira, o campo da visão que é isento de borrão para cada usuário através da lente que é fornecida a ele apresenta um perfil de largura que é percebido de maneira constante, qualquer que seja a sensibilidade deste usuário ao borrão visual.
[0019] Na prática, um e o mesmo valor de limite do borrão que é percebido pelo usuário pode ser usado para vários valores de referência de elevação, ou na verdade para todos os valores de referência de elevação. No entanto, quando vários valores de referência de elevação estão associados a distâncias de visão variáveis através das lentes, especialmente quando estas lentes são do tipo de lente progressiva, valores de limite para o borrão percebido que são variáveis podem ser correlacionados com as variações da distância de visão.
[0020] Outras feições e vantagens da presente invenção serão evidentes na descrição seguinte de exemplos de implementação não limitadores, com referência aos desenhos anexos, nos quais:
- a Figura 1 mostra um sistema para rotular a direção do olhar fixo de um usuário de lente oftálmica; e
- a Figura 2 é um diagrama que mostra as distribuições transversais do borrão para lentes diferentes que correspondem a uma e mesma receita oftálmica.
[0021] Na presente descrição, e de acordo com a Figura 1, a direção do olhar fixo do usuário de uma lente ocular é rotulada por dois ângulos, denominados de elevação e azimute. Por conseguinte, é adotada uma direção de referência D0, que passa através do centro de rotação R do olho do usuário e através de uma marca inscrita sobre a lente, chamada cruz de encaixe e denotada FC. Usualmente, a cruz de
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8/19 encaixe FC é usada para ajustar a lente no alojamento de uma armação de óculos selecionada pelo usuário, de modo que a direção do olhar fixo do usuário passe através da cruz de encaixe quando ele olha em frente. A Figura 1 representa a lente ocular, que é indicada pela referência 1, na posição de uso com relação do olho do usuário, indicado pela referência 2. O sistema dos eixos geométricos X, Y, Z é ligado a lente 1, com o centro de rotação ocular R como origem. O sistema dos eixos geométricos X0, Y0, Z0 é ligado ao olho, de modo que a direção do olhar fixo do usuário, que é denotada D, em um dado instante esteja sempre superposta ao eixo geométrico X0. Ela passa através do centro de rotação ocular R e através do ápice da lente cristalina do olho, denotada A. A elevação (ou “declinação”) da direção D é então o ângulo a, que é medido no plano vertical, o plano X-Z na figura, entre a direção de referência D e a projeção perpendicular D01 da direção de olhar fixo D sobre o plano X-Z. Por convenção, a elevação a é calculada de maneira positiva para uma direção do olhar fixo que é orientada para baixo, isto é, abaixo do plano X-Y. O azimute da direção de olhar fixo D através da lente 1 é o ângulo β entre esta direção D e o plano vertical X-Z, isto é, entre a direção D e a sua projeção D1. Por convenção, o azimute β é calculado de maneira positiva quando a direção D aponta na direção do lado nasal da lente 1, com relação ao plano vertical X-Z.
[0022] Além do mais, as características ópticas das lentes oculares que são apresentadas a seguir foram obtidas adotando-se, para todos os parâmetros de cálculo e medição necessários, valores usualmente usados pelos versados na técnica. Tais características ópticas compreendem, em particular, valores de potência óptica P e de astigmatismo, e os parâmetros que são fixos podem ser os parâmetros de uso da lente do usuário, os parâmetros fisiológicos do usuário, etc. Ao longo de toda a presente descrição, as características ópticas que são
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9/19 consideradas referem-se à visão foveal.
[0023] Assim, a lente ocular pode ser descrita com a apresentação de gráficos de potência óptica e astigmatismo. Tais gráficos indicam os respectivos valores da potência óptica e do astigmatismo, expressos em dioptrias, para cada par de valores da elevação α e do azimute β.
[0024] Agora, uma lente ocular está sempre associada a uma receita oftálmica e é alocada para um usuário identificado quando o defeito visual deste usuário corresponde à receita da lente. A receita da lente compreende um valor de potência óptica, denotado WP, que é produzido para uma direção de referência através da lente, como, por exemplo, a direção D0. Ela compreende também um valor de astigmatismo, denotado WA. É em seguida introduzido o astigmatismo residual, que é denotado A, e que é a diferença entre o valor real do astigmatismo da lente ocular para uma dada direção do olhar fixo, e o valor prescrito do astigmatismo WA. De maneira geral, os valores da potência óptica P e do astigmatismo residual A variam entre direções diferentes do olhar fixo rotuladas pela elevação α e pelo azimute β.
[0025] Para cada direção de olhar fixo D, a lente ocular produz, por si mesma, uma imagem borrada cujo valor B pode ser calculado de acordo com várias fórmulas alternativas, conhecidas dos versados na técnica. Por exemplo, o valor do borrão B pode ser calculado com o uso da fórmula seguinte:
B = I WP - P I + I A |/21/2 (1) [0026] onde I. I designa o valor absoluto. Assim, o valor de borrão
B depende em geral da elevação α e do azimute β da direção de olhar fixo D através da lente ocular.
[0027] Quando a acomodação ocular é suficiente para compensar o defeito de potência óptica WP - P, a fórmula anterior pode ser reduzida para:
B = I A |/21/2 (2)
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10/19 [0028] A lente ocular oftálmica que é alocada para um usuário identificado pelo uso da invenção pode ser de um tipo arbitrário. Geralmente, a série de lentes oculares que é usada em um método de acordo com a invenção compreende pelo menos uma lente para receitas diferentes.
[0029] Em particular, esta pode ser uma série de lentes com acréscimo progressivo de potência óptica, comumente chamadas de lentes progressivas. Neste caso, a receita oftálmica que está associada a cada lente compreende também um valor de acréscimo, que é a diferença em potência óptica da lente entre a direção de visão próxima e a direção de visão distante através da lente. As lentes da série correspondem, portanto, a valores de acréscimo variáveis como, por exemplo, separados por 0,25 dioptria entre dois valores de acréscimo sucessivos. Elas podem corresponder, além do mais, a valores variáveis de curvatura média e cilíndrica da superfície anterior para a direção de visão distante. Opcionalmente, elas podem corresponder também a desenhos variáveis para cada receita.
[0030] Alternativamente, a lente que é alocada para o usuário de acordo com a invenção pode ser uma lente monofocal que efetua de uma vez e ao mesmo tempo uma correção da visão foveal do usuário e uma correção da sua visão periférica. Neste último caso, as lentes da série usada para a invenção são todas monofocais e corresponder a valores prescritos diferentes de potência óptica e de astigmatismo. Opcionalmente, a série pode compreender também lentes que correspondem a correções periféricas variáveis para uma e a mesma correção foveal de uma receita.
[0031] De acordo com modos equivalentes de implementação da invenção, as lentes oculares da série usada podem ser lentes reais, como, por exemplo, lentes semi-acabadas ou lentes acabadas, ou então lentes que são enumeradas em um catálogo, como, por exemplo,
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11/19 sob a forma de arquivos digitais registrados em uma biblioteca e que contêm, cada um, a descrição de uma lente. Neste último caso, a invenção pode ser implementada por computador e a lente que é alocada para o usuário é produzida com base no resultado do processamento do computador.
[0032] Pelo menos um valor de referência da elevação α da direção de olhar fixo D, para o qual a lente será adequada à percepção do borrão pelo futuro usuário, é então fixado. Uma distribuição transversal dos valores B do borrão que é produzido por cada lente da série é então determinada para este valor de elevação, denotado α0. Esta distribuição é descrita pelas variações da função B (α0, β) para cada lente, quando a elevação α é constantemente igual ao valor de referência α0 e o azimute β varia. Quando outros valores de elevação adicionais α1, α2... são levados em conta como referências adicionais, o máximo de distribuições transversais do borrão B (α1, β), B(a2, β)... é inicialmente obtido adicionalmente para cada lente da série usada.
[0033] De acordo com uma primeira escolha preferida do valor de referência de elevação α0, este último pode ser fixado entre 20° e 45°, de preferência entre 26° e 38°, abaixo da direção de olhar fixo D que passa através da cruz de encaixe FC de cada lente, que corresponde à direção D0. Tal valor para α0 é particularmente adequado para prover lentes progressivas para vários usuários de modo que todos tenham a sensação de beneficiar-se de uma zona de visão próxima que tem uma e a mesma largura.
[0034] De acordo com uma segunda escolha preferida do valor de referência de elevação α0, este último pode ser fixado entre -10° e +2° com relação à direção D0. Um valor diferente para α0 como este é particularmente adequado para prover lentes progressivas para vários usuários, de modo que todos tenham a sensação de beneficiar-se de uma zona de visão intermediária ou distante que tem uma e a mesma
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12/19 largura. É também adequado para lentes monofocais que corrigem de uma vez e ao mesmo tempo a visão foveal e a visão periférica.
[0035] Quando vários valores de referência são usados simultaneamente para a elevação, um primeiro destes valores, como, por exemplo, a0, pode ser fixado entre 20° e 45°, de preferência entre 26° e 38°, e um segundo destes valores de referência, a1, pode ser fixado entre -10° e +2°.
[0036] Um valor de limite de referência para o borrão, que é denotado BR a seguir, é também fixado. O valor BR determina um limite abaixo do qual o borrão B pode ser considerado como sendo mal perceptível, ou dificilmente um incômodo, pela maioria dos indivíduos. Este limite depende do critério ou do teste para avaliação da percepção visual do borrão que é usado. Por conseguinte, podem ser usados alternativamente vários testes de percepção de borrão, que são conhecidos dos versados na técnica e não são, portanto, expostos novamente em detalhe aqui. O valor de limite de referência do borrão BR pode ser a média dos valores de limite do borrão percebido que são obtidos respectivamente para indivíduos de uma amostra da população. Neste caso, o método da invenção pode compreender também uma etapa anterior de atualizar o valor de limite de referência do borrão BR, com base em uma nova amostra da população que é aumentada com relação a uma amostra de população anterior com base na qual um valor de limite de referência do borrão foi estabelecido anteriormente. Alternativamente, o valor de limite de referência do borrão BR pode ser tomado emprestado de estudos cujos resultados foram publicados.
[0037] Quando é introduzido na distribuição transversal do borrão
B(a0, β) de uma lente, o valor de limite de referência do borrão BR define, para o valor de elevação a0, a largura de uma faixa na lenteatravés da qual a maioria dos indivíduos correspondentes à receita desta lente teriam uma impressão de visão aguda. Quando vários valores de
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13/19 referência de elevação αϋ, α1 α2 são considerados simultaneamente, e quando o valor BR é introduzido na distribuição transversal do borrão B(a0, β), B(a1, β), B(a2, β)..., é definido um perfil de largura de um canal vertical de visão aguda através de cada lente, correspondente a uma agudeza de visão avaliada pela maioria dos indivíduos.
[0038] Além da sua receita oftálmica, pelo menos um valor de limite B0 do borrão que é percebido pelo futuro usuário da lente é então determinado para ele. Quando vários valores de referência de elevação são usados, um valor de limite do borrão que é percebido pelo usuário pode ser determinado para cada um dos valores de referência de elevação. Eles são designados por B0, B1, B2 e estão respectivamente associados α0, α1, α2,... Tais valores de limite do borrão percebido pelo usuário podem ser obtidos realizando-se, com este último, testes de percepção visual que são idênticos aos já mencionados para o valor de limite de referência BR. Alternativamente, cada valor de limite de borrão percebido que foi obtido para o usuário pode ser deduzido de uma análise psicológica que é realizada para ele, e/ou de uma análise morfológica que é realizada com a ajuda do seu rosto. Será possível referir-se a este respeito aos artigos disponíveis que se referem às relações estabelecidas entre determinados traços psicológicos de um indivíduo e sua percepção visual do borrão. Em particular, é reconhecido que um indivíduo que apresenta os traços psicológicos típicos de introversão, especialmente falta de autoconfiança, também manifesta uma tolerância maior ao borrão do que indivíduos extrovertidos. De maneira semelhante, estudos morfopsicológicos estabeleceram uma correlação entre determinadas características do rosto de um indivíduo e características psicológicas relevantes deste indivíduo.
[0039] Em implementações simplificadas da invenção, todos os valores de limite B0, B1, B2,... que estão associados respectivamente aos valores de referência de elevação α0, α1, α2,... podem ser consi
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14/19 derados iguais a um e mesmo valor de limite do borrão que é percebido pelo usuário.
[0040] É então selecionada dentre as lentes da série uma primeira lente ocular que corresponde à receita oftálmica do usuário. Quando a série de lentes compreende apenas uma única lente para cada receita, esta lente é selecionada como a primeira lente, e a lente que será finalmente alocada para o usuário, chamada segunda lente, será obtida modificando-se a primeira lente de maneira apropriada, conforme descrito mais adiante.
[0041] Quando a série de lentes oculares compreende várias lentes para uma e a mesma receita, uma delas é selecionada como primeira lente, opcionalmente pelo uso de um critério de seleção adicional. Por exemplo, uma série de lentes progressivas pode compreender, para cada receita oftálmica, vários desenhos que correspondem a diferentes comportamentos de usuários quando cada um destes últimos olha sucessivamente para objetos que estão situados em direções diferentes. Estas variações de comportamento podem corresponder em particular a uma coordenação variável entre os movimentos de rotação dos olhos e os movimentos de rotação da cabeça que são executados simultaneamente por cada usuário. Tal série de lentes, cujos desenhos variam como uma função da coordenação dos movimentos dos olhos e da cabeça dos usuários, além das suas receitas oftálmicas, são conhecidas dos versados na técnica. Neste caso, a primeira lente pode ser selecionada como uma função da receita oftálmica do usuário e do resultado da medição da coordenação dos olhos-cabeça que foi efetuada para ele. A invenção introduz então uma alteração na lente que é finalmente provida para o usuário, com relação à seleção que resultaria apenas da receita oftálmica e da determinação da coordenação dos movimentos dos olhos e da cabeça do usuário. Além desta coordenação dos movimentos dos olhos e da
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15/19 cabeça, a lente provida leva em conta a sensibilidade do usuário ao borrão. Desta maneira, a lente ocular que é provida para cada usuário é adequada de uma vez e ao mesmo tempo à sua coordenação dos movimentos dos olhos e da cabeça e à sua percepção individual do borrão.
[0042] A descrição detalhada da invenção continua em primeiro lugar quando um único valor de referência de elevação a0 é levado em conta, com referência à Figura 2. Esta figura é um diagrama que representa as distribuições transversais do borrão B(a0, β) de várias lentes da série que correspondem à receita do usuário, como, por exemplo, quatorze lentes identificadas por V1, V2, V3, V4, V5, V6, V7, V8, V9, V10, V11, V12, V13, V14. O eixo geométrico horizontal do diagrama rotula os valores de azimute β expressos em graus, e o eixo geométrico vertical rotula os valores do borrão de cada lente da série, que são calculados, por exemplo, de acordo com a fórmula (1) apresentada acima. A primeira lente que é selecionada pode ser a lente V7, por exemplo, levando-se em conta a coordenação dos movimentos dos olhos e da cabeça do usuário.
[0043] O valor de limite de referência do borrão BR, igual a 0,50 dioptria à guisa de exemplo, é então lançado sobre o eixo geométrico vertical do diagrama. A curva de distribuição para a lente V7 indica então um valor de azimute denotado βR7(α0) para o qual o borrão B da lente V7 é igual ao valor de referência BR. No diagrama, o valor de azimute β0R7(α0) é igual a cerca de 16,6° (graus).
[0044] O diagrama da Figura 2 é então procurado de modo a se encontrar o das lentes V1, V2, V3, V4, V5, V6, V7, V8, V9, V10, V11, V12, V13, V14 que possui o valor de limite B0 do borrão percebido pelo usuário para o valor de azimute βR7(α0). A título de exemplo, supõe-se que B0 seja igual a 0,39 dioptria para o usuário. A lente V4 é assim selecionada como a segunda lente e alocada para o usuário.
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16/19
Embora esta segunda lente apresente apenas um borrão B de 0,39 dioptria para o valor de azimute de 16,6°, ela propicia a seu usuário uma largura subjetiva do campo de visão aguda que é idêntica à da lente V7 para o usuário médio.
[0045] Nesta implementação, a invenção introduz uma modificação dessa lente das lentes V1, V2, V3, V4, V5, V6, V7, V8, V9, V10, V11, V12, V13, V14 que é alocada para o usuário, com relação à primeira lente que foi selecionada possivelmente como uma função da coordenação dos movimentos dos olhos e da cabeça do usuário. Esta modificação torna possível levar em conta a percepção do borrão que é específica de cada usuário. Ela acarreta, portanto, um uso inédito da série inicial de lentes oculares que não requer a modificação destas lentes.
[0046] Geralmente, a segunda lente que é selecionada pode não apresentar exatamente o valor de borrão B0 para o valor de azimute 3R7(a0). Basta que a segunda lente selecionada apresente, para o valor de azimute pR7(a0), uma discrepância que seja inferior a 0,50 dioptria em valor absoluto, de preferência de menos que 0,25 dioptria, de modo que esta segunda lente seja adequada à percepção do borrão do usuário.
[0047] Em uma variante da implementação da invenção que acabou de ser descrita, a série de lentes oculares oftálmicas que é usada pode ser um conjunto de lentes indexadas por pelo menos um parâmetro. Tal é o caso, por exemplo, quando as lentes têm uma superfície com uma conformação definida por uma equação que compreende pelo menos um parâmetro variável. Os valores deste parâmetro podem variar de maneira discreta ou contínua entre duas lentes diferentes da série e constituem uma indexação para elas. A seleção de uma lente arbitrária da série consiste então na seleção de um valor do parâmetro de indexação.
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17/19 [0048] Quando a série de lentes oculares que é usada compreende apenas uma única lente para a receita oftálmica do usuário, a segunda lente não pode ser determinada como acabou de ser descrito com base no diagrama da Figura 2. A segunda lente que é finalmente alocada para o usuário pode ser calculada com base na primeira lente V7 por otimização, impondo-se como restrição que as primeira e segunda lentes tenham receitas que são idênticas, e que a segunda lente apresente o valor B0 para o borrão B, para os respectivos valores α0 e pR7(a0) de elevação e de azimute. O princípio de tal cálculo por otimização é comum e supostamente conhecido dos versados na técnica.
[0049] É agora descrita a implementação de um refinamento da invenção, a qual torna possível levar em conta a sensibilidade do usuário ao borrão visual simultaneamente para várias elevações diferentes do seu olhar fixo. Este refinamento é particularmente adequado para a produção de uma lente progressiva personalizada, uma vez que a sensibilidade do usuário ao borrão pode variar como uma função da distância de observação, isto é, do afastamento dos objetos para os quais ele está olhando. Neste caso, é particularmente vantajoso que pelo menos um dos valores de referência de elevação fique contido em um intervalo de valores de elevação que corresponde a uma zona de visão próxima ou a uma zona de visão distante de pelo menos uma lente ocular da série usada.
[0050] As etapas do método que foram descritas anteriormente para os valores de referência de elevação a0 são repetidas para os outros valores de referência de elevação α1, a2... Por conseguinte, diagramas semelhantes aos da Figura 2 estão também disponíveis respectivamente para estes outros valores de referência de elevação. Cada iteração leva então a uma lente da série, que apresenta o valor de limite do borrão percebido pelo usuário para o valor de referência
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18/19 de elevação correspondente e para um valor do azimute β ajustado para este usuário. Assim, uma lente designada por V(0) apresenta o valor de limite B0 do borrão percebido pelo usuário para o valor de referência de elevação a0 e o valor de azimute βRV(0)(α0), uma lente V(1) apresenta o valor de limite B1 do borrão percebido pelo usuário para o valor de referência de elevação a1 e o valor de azimute βRV(1)(α0)... A segunda lente V a ser alocada para o usuário pode ser então determinada sob a forma de uma combinação linear das lentes V(0), V(1),...:
[0051] onde a combinação linear das lentes V(i) pode ser uma combinação linear das respectivas alturas sagitais destas últimas, correspondentes a valores idênticos de elevação α e de azimute β, i é um índice para numerar os valores de referência de elevação que são considerados e n é o número destes valores de referência de elevação. ai são então os coeficientes da combinação linear, que dependem da elevação α e do azimute β. Eles podem ser determinados pela otimização das características ópticas da lente, suplementando-se também ao mesmo tempo a otimização com a restrição de acordo com a qual a lente V otimizada e cada lente V(i) têm substancialmente o mesmo valor do borrão B para a elevação ai e o azimute βRV(i) (ai), até dentro de menos que 0,50 dioptria.
[0052] Geralmente, e conforme foi descrito acima em um caso específico em conjunto com a Figura 2, a segunda lente pode ser selecionada dentre as lentes da série inicial. Por conseguinte, esta série deve compreender várias lentes para cada receita, que correspondem a distribuições variáveis dos valores do borrão como uma função do azimute, para cada valor de referência da elevação.
[0053] Alternativamente, e conforme foi mostrado em seguida, a
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19/19 segunda lente pode ser selecionada efetuando-se uma otimização numérica com base na primeira lente selecionada. Neste caso, cada valor de limite de borrão percebido que é obtido para o usuário pode ser introduzido na otimização como o valor-alvo de borrão para o valor de referência de elevação correspondente e para o valor de azimute que corresponde a este valor de referência de elevação e ao valor de limite de referência de borrão.
[0054] Finalmente, a lente que é destinada ao usuário é produzida de acordo com a segunda lente selecionada. Esta última etapa pode ser executada de diversas maneiras como uma função do modo de implementação da invenção. Por exemplo, quando a série de lentes que é usada é uma série de lentes semi-acabadas reais, a lente que é finalmente alocada para o usuário é produzida usinando-se uma face da segunda lente semi-acabada selecionada, de modo a se produzir a receita oftálmica do usuário. Alternativamente, quando as lentes da série são definidas por arquivos digitais, a lente que é alocada para o usuário pode ser obtida usinando-se as duas faces, anterior e posterior, de uma peça em bruto de lente, de acordo com a segunda lente que foi calculada.
[0055] Deve ficar entendido que a presente invenção pode ser implementada introduzindo-se determinadas modificações ou adaptações com relação à descrição dela que foi apresentada. Em particular, a ordem de execução de algumas das etapas de /1/ a /7/ pode ser modificada, com a condição de que os dados e os resultados de medição que são necessários para a execução de cada etapa estejam disponíveis no momento em que esta etapa for executada.

Claims (16)

  1. REIVINDICAÇÕES
    1. Método para produzir uma lente ocular oftálmica (1) destinada a um usuário identifico e personalizada como uma função da percepção de borrão do usuário, caracterizado por compreender as etapas seguintes:
    /1/ obter características de uma série de lentes oculares (Vi, V2, V3, V4, V5, V6, V7, V8, V9, V10, V11, V12, V13, V14) que correspondem a receitas oftálmicas variáveis e, para cada receita, a pelo menos uma distribuição de valores de borrão (B) como uma função de valores de um azimute (β) de direção do olhar fixo, (D) para pelo menos um valor de referência fixo (ao) de uma elevação (α) da direção do olhar fixo;
    /2/ obter um valor de limite de referência (BR) do borrão;
    /3) para o usuário identificado, obter uma receita oftálmica e pelo menos um valor de limite (B0) do borrão que é percebido por este usuário;
    /4/ da série de lentes oculares usadas na etapa /1/, selecionar uma primeira lente (V7) que corresponde à receita oftálmica do usuário;
    /5/ para esta primeira lente (V7) e para o valor de referência de elevação (ao), determinar um valor de azimute (eR7(ao)) da direção de olhar fixo para o qual a primeira lente tem o valor de limite de referência (BR) do borrão;
    /6/ selecionar uma segunda lente (V4) que corresponde também à receita oftálmica do usuário, e o valor do borrão desta segunda lente para o valor de referência de elevação (α0) e para o valor de azimute (eR7(ao)) determinado na etapa /5/ apresenta uma discrepância de igual a ou menos que 0,50 dioptria em valor absoluto com relação ao valor de limite (B0) de borrão percebido obtido para o usuário na etapa /3/; e
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  2. 2/5 /7/ produzir a lente (1) que é destinada ao usuário de acordo com a segunda lente (V4) selecionada na etapa /6/.
    2. Método, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a discrepância entre, por um lado, o valor do borrão da segunda lente (V4) selecionada na etapa /6/, para o valor de referência de elevação («0) e para o valor de azimute (3r7(«o)) determinado na etapa /5/ e, por outro lado, o valor de limite de borrão percebido (B0) obtido para o usuário na etapa /3/ é igual a ou menor do que 0,25 dioptria em valor absoluto.
  3. 3. Método, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo fato de que o valor de limite de referência (BR) obtido na etapa /2/ é uma média dos valores de limite de borrão percebido que são obtidos respectivamente para indivíduos de uma amostra da população.
  4. 4. Método, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado por compreender também a etapa anterior de atualizar o valor de limite de referência (BR) do borrão com base em uma nova amostra da população aumentada com relação a uma amostra de população anterior com base na qual um valor de limite de referência do borrão foi estabelecido anteriormente.
  5. 5. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que o valor do borrão para uma lente arbitrária, para um par de valores de elevação (a) e de azimute (β) da direção de olhar fixo (D), é calculado de acordo com a fórmula:
    B = I WP - P I + I A I /21/2 onde: B é o valor do borrão;
    WP é o valor de potência óptica da receita oftálmica que corresponde à lente e ao valor de elevação da direção de olhar fixo; e
    P e A são os respectivos valores de potência óptica e de
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    3/5 astigmatismo residual da lente para o par de valores de elevação e de azimute.
  6. 6. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 5, caracterizado pelo fato de que o valor de referência de elevação (ao) é fixado entre 20° e 45°, de preferência entre 26° e 38°, abaixo da direção de olhar fixo (Do) que passa através da cruz de encaixe (FC) de cada lente.
  7. 7. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 5, caracterizado pelo fato de que o valor de referência de elevação (ao) é fixado entre -10° e +2° com relação à direção de olhar fixo (D0) que passa através da cruz de encaixe (FC) de cada lente, os valores de elevação sendo positivos e negativos para direções de olhar fixo (D) que passam abaixo e acima da cruz de encaixe, respectivamente.
  8. 8. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 5, caracterizado pelo fato de que:
    na etapa /1/: distribuições de valores do borrão como uma função dos valores de azimute são obtidas para cada lente da série e para vários valores de referência fixos para a elevação da direção do olhar fixo;
    - na etapa /3/: um valor de limite do borrão que é percebido pelo usuário identificado é obtido para cada valor de referência de elevação;
    - a etapa /5/ é repetida com a mesma primeira lente para cada valor de referência de elevação, de modo a se determinar um valor de azimute que está associado a cada valor de referência de elevação e para o qual a primeira lente tem o valor de limite de referência do borrão para este valor de limite de referência de elevação; e
    - a etapa /6/ é executada de modo que a segunda lente tenha valores do borrão, para todos os valores de referência de eleva
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    4/5 ção usados na etapa /1/ e associados respectivamente aos valores de azimute correspondentes determinados durante as iterações da etapa /5/, que apresentam, cada um, uma discrepância de menos que ou igual a 0,50 dioptria em valor absoluto com relação ao valor de limite de borrão percebido obtido na etapa /3/ para o usuário e para o valor de referência de elevação correspondente.
  9. 9. Método, de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pelo fato de que um primeiro valor de referência de elevação é fixado entre 20° e 45°, de preferência entre 26° e 38°, abaixo de uma direção do olhar fixo que passa através da cruz de encaixe de cada lente, e um segundo valor de referência de elevação é fixado entre -10° e +2° com relação à direção do olhar fixo através da cruz de encaixe de cada lente, os valores de elevação sendo positivos e negativos para direções do olhar fixo que passam abaixo e acima da cruz de encaixe, respectivamente.
  10. 10. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 9, caracterizado pelo fato de que as lentes da série usada na etapa /1/ são progressivas e opcionalmente correspondem também a desenhos variáveis para cada receita.
  11. 11. Método, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado pelo fato de que pelo menos um valor de referência de elevação usado na etapa /1/ fica contido em um intervalo de valores de elevação que corresponde a uma zona de visão próxima ou a uma zona de visão distante de pelo menos uma lente da série usada na etapa /1/.
  12. 12. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 8, caracterizado pelo fato de que as lentes da série usada na etapa /1/ são monofocais e opcionalmente correspondem também a correções periféricas variáveis para uma e a mesma correção foveal de uma receita.
  13. 13. Método, de acordo com qualquer uma das reivindica
    Petição 870190074285, de 02/08/2019, pág. 28/33
    5/5 ções de 1 a 12, caracterizado pelo fato de que a série de lentes oculares usada na etapa /1/ compreende, para cada receita, várias lentes que correspondem a distribuições variáveis dos valores do borrão (B) como uma função dos valores do azimute (β) da direção de olhar fixo (D), para cada valor de referência da elevação (a) da direção do olhar fixo; e em que a segunda lente é selecionada na etapa /6/ da série de lentes oculares.
  14. 14. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 12, caracterizado pelo fato de que a segunda lente é selecionada na etapa /6/ efetuando-se uma otimização numérica com base na primeira lente selecionada na etapa /4/ e introduzindo-se na otimização cada valor de limite de borrão percebido obtido para o usuário durante a execução de etapa /3/ como o valor-alvo do borrão para o valor de referência de elevação correspondente e para o valor de azimute correspondente determinado durante a execução da etapa /5/.
  15. 15. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a primeira lente é selecionada na etapa /4/ como uma função da receita oftálmica do usuário e do resultado da medição da coordenação dos olhos-cabeça efetuada para o usuário.
  16. 16. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que cada valor de limite de borrão percebido obtido para o usuário na etapa /3/ é deduzido de uma análise psicológica efetuada para o usuário e/ou de uma análise morfológica efetuada com a ajuda do rosto do usuário.
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