BRPI1002459B1 - Máquina duas vias colhedora recolhedora de café e congêneres - Google Patents

Description

“MÁQUINA DUAS VIAS COLHEDORA RECOLHEDORA DE CAFÉ E CONGÊNERES” Trata a presente solicitação de Patente de Invenção de uma inédita “MÁQUINA DUAS VIAS COLHEDORA RECOLHEDORA DE CAFÉ E CONGÊNERES”, especialmente de uma máquina composta de derriçadeira atuada por sopro intermitente associada a um conjunto colhedor/ recolhedor seletivo, que passam ladeando a planta, capaz de captar, separadamente, os grãos diretamente do pé de café, bem como aqueles caídos no solo que seguem por pressão negativa em vias distintas em direção aos ciclones separadores.

Atualmente as diversas culturas necessitam de um maior grau de mecanização, a fim de tornar a lavoura produtiva fazendo frente aos subsídios comuns de ocorrer em áreas plantadas de outros países, resultando numa concorrência desleal, já que os valores praticados em países com culturas não subsidiadas não refletem o custo real da lavoura, quer seja de café ou outros grãos e frutos. A mecanização total da colheita do café e grãos afins contribui para otimizar a rentabilidade por hectare plantado, assim como minimiza o impacto causado pelo êxodo rural que reduz a cada ano a mão de obra voltada para a atividade agrícola, dessa forma não atendendo a relação oferta x demanda, inflacionando o os valores do produto colhido. A colheita mecanizada do café segue algumas etapas básicas, a iniciar pela derriça realizada por equipamentos denominados derriçadeiras, que passam entre os pés de café e por meio de “dedos” flexíveis vibratórios derrubam os grãos no solo. Em uma segunda etapa os grãos são enleirados para então serem recolhidos e limpos.

Corroborando o comentário acima, o estado da técnica antecipa alguns documentos de patentes que tratam de máquinas beneficiadoras de grãos de café na lavoura, porém os mesmos têm que obrigatoriamente estar derriçados e enleirados, como, por exemplo, o PI 9705267-1 que se refere a uma máquina que compreende um captador de grãos e café em coco entre os pés seguido por um duto flexível até a pré câmara descompressora e câmara separadora por processo de peneira rotativa e válvula de descarga de terra, seguindo por um regulador de pressão na câmara separadora destinando assim as impurezas leves pelo processo pneumático ao ciclone decantador, descarregando no ciclone retentor de poeiras e na caixa trituradora de impurezas finalizando na válvula de descarga já trituradas; acoplado pelo ventilador no ciclone e ciclone interno. As impurezas pesadas (torrão e gravetos) são separadas por uma escova rotativa condutora de grãos, gravetos e torrões para a válvula de descarga para a peneira rotativa separadora: final dos grãos das impurezas ao ensaque. O PI 0001952-6 trata de uma recolhedeira de café compreendida por uma estrutura metálica de contorno tronco cônico ou cilíndrico, revestida em todo seu contorno, por uma tela superior com um tipo de trama tal que impeça a passagem de folhas de galhos; sendo que sob essa tela dita estrutura metálica ainda é provida de uma chapa perfurada que, igualmente a tela estende-se por todo contorno tronco cônico da estrutura; sendo que no interior da peneira rotativa entre as superfícies definidas pela tela e chapa perfurada são dispostas uma pluralidade de aletas obliquas, a guisa de pás, que definem entre si e entre as referidas tela a chapa perfurada, correspondentes receptáculos, os quais conduzem os grãos de café em coco até um transportador; estando dita estrutura metálica montada e suportada por um chassi. O PI 0004854-2 - Processo de Recolhimento de Café Enleirado e Equipamento para Realização do Processo.

Portanto, inúmeros documentos de patentes tratam de dispositivos recolhedores, porém, guardadas as devidas proporções, para funcionarem a contento devem passar após a derriça e enleiramento dos grãos.

Ciente do estado da técnica, suas lacunas e limitantes, o inventor, pessoa atuante no setor em apreço, após estudos, pesquisas e testes criou a “MÁQUINA DUAS VIAS COLHEDORA RECOLHEDORA DE CAFÉ E CONGÊNERES” em questão, que tem como destaque o fato de apresentar um par de colhedores/ recolhedores defasados entre si, que passam entre os pés de café ou grão afim, sendo os mesmos capazes de colher os grãos derriçados da planta por meio do derriçador cônico, assim como recolher os grãos caídos no solo, tarefas realizadas por vias distintas até os ciclones separadores igualmente distintos. Desse modo, não há necessidade de se fazer a leira para a passagem da máquina. Além disso, a máquina apresenta como ponto positivo fundamental, o fato de possibilitar o aumento na qualidade do café colhido, graças às vias distintas/ independentes que favorecem um maior controle posterior do processo, devido à diferença de maturação relativa à qualidade dos grãos de café que se encontram já sobre o solo e aqueles colhidos direto no pé. A máquina é formada basicamente por um derriçador pneumático por sopro intermitente, um sistema de captação por vácuo, sopradores para geração de fluxo de ar e pressão negativa, ciclones separadores e respectivas válvulas para os grãos colhidos nos pés e recolhidos no solo e o motivo dessa solicitação de patente, o conjunto colhedor e recolhedor de grãos.

Como já comentado, o par de colhedor/ recolhedor de grãos guardam uma defasagem entre si, para que o bocal soprador posicionado na parte inferior do conjunto mais avançado possa direcionar, por fluxo de ar, os grãos de café caídos no solo, em direção ao conjunto recuado que fará o devido encaminhamento dos referidos grãos, folhas e resíduos (galhos).

Nesse pedido são contemplados dois tipos de conjunto colhedor/ recolhedor específicos para diferentes tipos de solo, com “dedos retráteis” ou não, os quais podem ser utilizados em conjunto, ou seja, dois do mesmo modelo ou ainda díspares. A invenção poderá ser mais bem entendida a partir dos desenhos anexos, nos quais estão representadas de forma ilustrativa e não limitativa: Figura 1: Vista em perspectiva da máquina duas vias colhedora e recolhedora de café e congêneres, na versão díspar;

Figura 2: Vista frontal da máquina duas vias colhedora e recolhedora de café e congêneres;

Figura 3: Vista superior da máquina duas vias colhedora e recolhedora de café e congêneres;

Figura 4: Vista lateral da máquina duas vias colhedora e recolhedora de café e congêneres;

Figura 5: Vista em perspectiva do conjunto colhedor/ recolhedor numa primeira versão;

Figura 6: Vista superior do conjunto colhedor/ recolhedor numa primeira versão;

Figura 7: Vista do corte A-A da figura 6;

Figura 8: Vista do corte B-B da figura 6;

Figura 9: Vista lateral do conjunto colhedor recolhedor numa primeira versão, com detalhe do corte C-C;

Figura 10: Vista em perspectiva do conjunto colhedor/ recolhedor numa segunda versão;

Figura 11: Vista superior do conjunto colhedor/ recolhedor numa segunda versão;

Figura 12: Vista do corte A-A da figura 11;

Figura 13: Vista do corte B-B da figura 11;

Figura 14: Vista lateral do conjunto colhedor recolhedor numa segunda versão, com detalhe do corte C-C;

Figura 15: Vista esquemática do ciclone separador.

A “MÁQUINA DUAS VIAS COLHEDORA RECOLHEDORA DE CAFÉ E CONGÊNERES” objeto desta solicitação de Patente de Invenção consiste de uma máquina (1) tracionada que apresenta novo conceito operacional para colheita por derriça (2) pneumática, com a colheita dos grãos (G1) diretamente nos pés (3) da planta e do recolhimento dos grãos (G2) caídos no solo, por meio de um par de colhedor/ recolhedor (4) defasado entre si, apresentado em duas versões.

Mais particularmente, a máquina (1) é formada por um derriçador (2) de conformação substancialmente trapezoidal que atua por sopro intermitente acoplado lateralmente ao chassi (C) sobre rodízios (R), conectado ao elemento trator (T).

Dessa maneira, os grãos (G1) derriçados dos pés caem na esteira de lona (8) sendo transportados até a peneira giratória (9) localizada na parte traseira do colhedor/ recolhedor (4) que trabalha em par, porém defasados entre si, a fim de que o soprador (5) localizado na parte inferior do colhedor recolhedor mais avançado sopre os grãos, galhos e folhas em direção ao colhedor/ recolhedor mais recuado, em que o fluxo de ar é proveniente soprador (6) e respectivo duto (7). Em contrapartida, a peneira giratória (9) permite a passagem dos grãos (G1) de café para a câmara de vácuo (10), ao passo que os galhos e folhas (G3) passam direto por dita peneira, para então serem descartados no solo novamente. Por sua vez, os grãos (G1) de café adentram a câmara de vácuo (10) e são transportados para o ciclone separador (11) através do duto (12). Pelo princípio centrífugo, o ciclone (11) separa os grãos (G1) de café das folhas (G4) menores, grãos (G1) esses que passam pela válvula rotativa para coleta e destino adequado. Por outro lado, os grãos (G2) recolhidos do solo seguem uma via distinta, sendo transportados por uma rosca transportadora (14) sendo lançados por um sistema de pás (15) giratórias em direção a esteira de tela (16) superior. Nesse sentido, os grãos (G2) passam pela esteira de tela (16) e vão para a câmara de vácuo (17) para então seguirem para o ciclone separador (18) através do conduto (19), que separa os grãos (G2) das outras impurezas tal como descrito no ciclone (11) separador dos grãos (G1), passando pela válvula rotativa (20) para posterior destino adequado. O sistema gerador de pressão negativa necessário para a movimentação dos grãos (G1 e G2) é gerado pelo soprador (6) juntamente com o ciclone (21), sendo a válvula rotativa (22) responsável pelo descarte das folhas e pequenos galhos (G3) provenientes dos ciclones (11 e 18).

Por fim, os galhos (G3) são captados no solo pelos roletes frontais (23, 24 e 25) e encaminhados para a esteira de lona (8), para depois serem descartados no solo ao passar pela parte de trás do colhedor/ recolhedor (4). Já os galhos e folhas (G3) que porventura sejam transportados pela rosca transportadora (14) e encaminhados para a esteira de tela (16) seguem para a porção posterior da referida esteira com o auxílio das hélices (26).

Na segunda versão, o colhedor/ recolhedor (4) os grãos (G1) derrubados pela derriçadeira (2) seguem o mesmo caminhamento da primeira versão, ou seja, caem na esteira de lona (27) e são transportados até a peneira giratória (28) que deixa passar os grãos (G1) para a câmara de vácuo (29), enquanto que os galhos e folhas (G3) passam direto pela peneira rotativa (28) sendo descartados no solo novamente. Sendo assim, os grãos (G1) contidos na câmara de vácuo (29) são transportados para o ciclone (11) pelo condutor (30). O ciclone (11) separa os grãos (G1) de café das folhas (G4) menores e passam pela válvula (13) rotativa para posterior utilização. Por sua vez, os grãos (G2) recolhidos do solo seguem via distinta, passando por uma rosca transportadora (31) sendo arremessados por pás giratórias (32) para uma rosca transportadora (33) lateral superior, sendo que os grãos (G2) passam por pequenas fendas (34) sob a rosca (33) para adentrar a câmara de vácuo (35), daí seguindo para o ciclone (18) através do conduto duto (36), que separa os grãos (G2) das outras impurezas tal como descrito no ciclone (11) separador dos grãos (G1), passando pela válvula rotativa (20) para posterior destino adequado. O sistema de vácuo é o mesmo citado na primeira versão, sendo gerado pelo soprador (6) e ciclone (21). Galhos no solo (G3) são coletados pelo direcionador (37) em conjunto com os dedos retráteis (38) e transportados pela rosca (39) para então serem descartados sobre o solo na parte lateral do colhedor/ recolhedor (4). Galhos e folhas (G3) que porventura sejam transportados pela rosca transportadora (31) e encaminhados para a rosca (33) são levados para a parte lateral traseira do colhedor/ recolhedor para descarte no solo.

Mantendo-se o conceito inventivo aqui pleiteado o colhedor/ recolhedor (4) poderá ser utilizado com pares idênticos em cada uma das versões, ou então de forma díspar.

Claims (5)

1) “MÁQUINA DUAS VIAS COLHEDORA RECOLHEDORA DE CAFÉ E CONGÊNERES”, formada por um derriçador (2) de conformação substancialmente trapezoidal que atua por sopro intermitente acoplado lateralmente ao chassi (C) sobre rodízios (R), conectado ao elemento trator (T), caracterizada por possuir uma esteira de lona (8) que transporta o conteúdo até a peneira giratória (9) localizada na parte traseira do colhedor/recolhedor (4); um soprador (5) localizado na parte inferior do colhedor recolhedor mais avançado direcionando o conteúdo ao colhedor recolhedor mais recuado; fluxo de ar proveniente do soprador (6) e respectivo duto (7); a peneira giratória (9) permitindo a passagem dos grãos (G1) para a câmara de vácuo (10); estes grãos (G1) adentram a câmara de vácuo (10) e são transportados para o ciclone separador (11) através do duto (12); os grãos (G2) recolhidos seguem via distinta, sendo transportados por uma rosca transportadora (14) e lançados por um sistema de pás (15) giratórias em direção a esteira de tela (16) superior, passando pela esteira de tela (16), seguem para a câmara de vácuo (17) e, então, para o ciclone separador (18) através do conduto (19); o sistema gerador de pressão negativa movimenta os grãos (G1 e G2), sendo gerado pelo soprador (6) juntamente com o ciclone (21); possui ainda roletes frontais (23, 24 e 25); rosca transportadora (14) e esteira de tela (16); as hélices (26) auxiliam no transporte dos grãos

2) “MÁQUINA DUAS VIAS COLHEDORA RECOLHEDORA DE CAFÉ E CONGÊNERES” de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelos grãos (G2) passarem pela rosca transportadora (31) e serem arremessados por pás giratórias (32) para uma rosca transportadora (33) lateral superior; os grãos (G2) passam por pequenas fendas (34) sob a rosca (33) para adentrar a câmara de vácuo (35); possui ainda um ciclone (18) para onde os grãos (2) se dirigem através do conduto duto (36).

3) “MÁQUINA DUAS VIAS COLHEDORA RECOLHEDORA DE CAFÉ E CONGÊNERES” de acordo com a reivindicação 2, caracterizada pelos galhos e folhas (G3) serem coletados pelo direcionador (37) em conjunto com os dedos retráteis (38) e transportados pela rosca (39).

4) “MÁQUINA DUAS VIAS COLHEDORA RECOLHEDORA DE CAFÉ E CONGÊNERES” de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo caminhamento dos grãos (G1 e G2) se dar em duas vias distintas.

5) “MÁQUINA DUAS VIAS COLHEDORA RECOLHEDORA DE CAFÉ E CONGÊNERES” de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por poder ser utilizada em pares iguais ou dispares.