BRPI0812506B1 - compartimento contendo uma camada granular e uma distribuição de uma fase gasosa e de uma fase líquida circulando em um escoamento ascendente nesse compartimento - Google Patents

Description

Relatório Descritivo da Patente de Invenção para "COMPARTIMENTO CONTENDO UMA CAMADA GRANULAR E UMA DISTRIBUIÇÃO DE UMA FASE GASOSA E DE UMA FASE LÍQUIDA CIRCULANDO EM UM ESCOAMENTO ASCENDENTE NESSE COMPARTIMENTO". A presente invenção refere-se a um compartimento (ou reator) contendo uma camada granular e a uma distribuição de uma fase gasosa e de uma fase líquida circulando em um escoamento ascendente nesse compartimento.

Ela se refere a um compartimento de tratamento ou de hidrotra-tamento de uma carga fluida como para o tratamento catalítico de destilados oriundos dos brutos de petróleo pesado.

Ela se refere mais particularmente a um sistema geralmente disposto no interior do compartimento, permitindo a separação de fases líquida e gasosa, assim como a distribuição desse gás e desse líquido na parte baixa desse compartimento com a finalidade de realizar um escoamento cocor-rente ascendente de gás e de líquido. É amplamente conhecido que, no tipo de compartimento com camada catalítica fixa, é necessário distribuir de uma forma a mais homogênea possível não somente a fase aquosa, mas também a fase líquida.

Também é necessário assegurar uma repartição a mais igual e a mais uniforme possível dessas duas fases ao longo da seção frontal desse compartimento para otimizar o contato gás-líquido no compartimento e para fazer funcionar as diferentes zonas desse compartimento de maneira sensivelmente idêntica.

De maneira conhecida em si, essa repartição pode ser realizada por diferentes meios e notadamente por um prato distribuidor perfurado equipado com chaminés verticais. Isto permite distribuir o gás pelas perfurações do prato e o líquido pelas chaminés, conforme é melhor descrito na patente DE 1 933 857. É também conhecido um compartimento que comporta uma alimentação de gás e líquido, na qual o gás e o líquido são introduzidos juntos por um conduto situado no fundo de compartimento. Esse compartimento comporta também um prato distribuidor com chaminés instalado ao longo de sua seção transversal e que permite distribuir o gás e o líquido.

Esse tipo de compartimento, embora sendo tecnicamente interessante, devido à utilização de um único conduto de alimentação, apresenta, todavia, inconvenientes não- desprezíveis.

Com efeito, o gás e o líquido são introduzidos no compartimento sob a forma de uma mistura e essa introdução vai gerar perturbações da interface gás - líquido presente sob o distribuidor com chaminés.

Além disso, o funcionamento não é otimizado, pois o gás se dispersa mal sobre a seção transversal do compartimento, e um penacho de gás sobe geralmente ao centro deste. Isto perturba a interface gás-líquido sob o prato distribuidor e acarreta uma má repartição do gás sob o prato.

Além disso, o gás pode eventualmente penetrar nas chaminés, e, no caso de penacho de gás, seguirá uma má distribuição de gás com uma presença desse gás mais importante na zona central do prato. A presente invenção se propõe a prevenir os inconvenientes pré-citados, graças a um compartimento com camada catalítica, compreendendo um sistema de separação de fases líquida e gasosa que permita obter uma fase gasosa regularmente ao longo da seção do compartimento e que não vem perturbar a interface gás líquido.

Para isso, a presente invenção se refere a um compartimento que compreende pelo menos uma camada de guarnição e meios de introdução em fundo de compartimento de uma mistura de um líquido com um gás, caracterizado pelo fato de o compartimento compreender um sistema de separação da fase líquida e da fase gasosa dessa mistura, pelo fato de o sistema ser instalado entre a camada e esses meios de introdução da mistura e pelo fato de esse sistema compreender uma caixa que compreende meios de escoamento do líquido desgaseificado e meios de evacuação do gás retirado. A caixa pode compreender orifícios sobre sua parede periférica para o escoamento do líquido desgaseificado. A caixa pode compreender meios de aumento da separação do gás e do líquido.

Os meios de aumento podem compreender uma placa face os meios de introdução da mistura. A caixa pode compreender uma tubulação de alimentação instalada no interior dessa caixa e ligada aos meios de introdução da mistura. A caixa pode compreender uma tubulação de evacuação de gás, comportando meios de criação de perda de carga.

Os meios de criação de perda de carga podem compreender pelo menos uma abertura lateral sobre a tubulação.

Uma extremidade da tubulação de evacuação pode ser instalada no interior da caixa e pelo menos uma abertura lateral pode ser instalada sobre essa extremidade.

Os meios de criação de perda de carga podem compreender uma diminuição da seção da tubulação de evacuação. A caixa pode compreender um repartidor de gás retirado, permitindo distribuir esse gás ao longo da seção do compartimento. O repartidor pode compreender pelo menos um braço radial munido de bocais de difusão de gás. O compartimento pode compreender um prato sensivelmente horizontal que ocupa toda a seção do compartimento, tubulações ocas atravessando esse prato e perfurações instaladas sobre esse prato para colocar em comunicação os dois lados desse prato. A invenção se refere também a um processo de tratamento de uma carga fluida ou de tratamento catalítico de destilados utilizando um compartimento, de acordo com a invenção.

As outras características e vantagens da invenção serão melhor descritas com a leitura da descrição que vai ser feita a seguir, dada a título unicamente ilustrativo e não-limitativo, com referência aos desenhos anexados, nos quais: - a figura 1 representa um esquema em corte axial parcial de um compartimento que comporta o sistema de separador de fases, de acordo com a invenção; - a figura 2 representa uma vista de detalhes em escala ampliada e em corte axial do sistema de separador de fases da figura 1; - a figura 3 representa um outro esquema em corte axial parcial de uma varianíe de um compartimento que comporta o sistema de separador de fases, de acordo com a invenção; - a figura 4 representa um gráfico que ilustra o regime de funcionamento do separador com a vazão de gás Qgás e a vazão de líquido Qliq, segundo um exemplo correspondente ao compartimento da figura 3; - a figura 5 representa um esquema em corte axial parcial de um outro compartimento que comporta uma outra variante do sistema de separador de fases, de acordo com a invenção; e - a figura 6 representa uma vista detalhada em corte axial do sistema de separador de fases, segundo uma variante da figura 2. A figura 1 mostra um compartimento fechado 10, geralmente em forma tubular alongada vertical, que compreende em sua parte superior meios de introdução de produtos (não-representados), permitindo formar pelo menos uma camada granular 12. Por camada granular, é entendido um conjunto de partículas sólidas que têm a forma de grão de dimensões da ordem de alguns milímetros e apresentando vantajosamente uma atividade catalítica que permite formar uma camada catalítica.

Essa camada é delimitada na parte baixa desse compartimento por um suporte perfurado transversal 14 que é instalado à distância do fundo 16 do compartimento e que se estende até a parede periférica 18 desse compartimento. Os espaços perfurados do suporte perfurado são tais que não podem deixar passar as partículas, mas podem deixar passar quaisquer gases e líquidos.

Naturalmente, o termo compartimento utilizado abrange tanto as colunas quanto os reatores.

Da mesma forma, o termo catalisador se refere tanto ao catalisador fresco, quanto ao catalisador regenerado. O compartimento comporta sobre seu fundo, e de preferência na região mediana deste, um conduto de alimentação 20 de uma mistura de uma fase gasosa e de uma fase líquida (ou carga). Vantajosamente, a fase gasosa compreende pelo menos em parte hidrogênio, enquanto que a fase líquida compreende essencialmente hidrocarbonetos. A mistura pode eventualmente comportar outras fases como a água com o ar ou o oxigênio, um ou uns hidrocarbonetos com o ar ou o oxigênio. É, portanto, sobre esse fundo que é instalado um sistema 22 que permite separar e distribuir as fases contidas na mistura introduzida no compartimento, esse sistema sendo denominado, na sequência da descrição, decantador.

Com referência, além disso, à figura 2, o decantador 22 compreende uma caixa tubular 24 de forma geral alongada na direção do compartimento, de seção transversal preferencialmente menor que a seção transversal desse compartimento e de altura inferior à altura entre o fundo 16 desse compartimento e o suporte 14.

Essa caixa compreende uma parede periférica 26 sensivelmente circular delimitada por uma parede de extremidade inferior 28 apoiando-se sobre o fundo 16 do compartimento e uma parede de extremidade superior 30 à distância do suporte 14. A parede periférica apresenta, nas proximidades da parede inferior 28, orifícios 32 que permitem assegurar a comunicação entre o interior da caixa e o fundo do compartimento. Esses orifícios são, de modo vantajoso, regularmente repartidos de forma circunferencial ao longo da parede periférica da caixa. Além dos orifícios de forma circular mostrados na figura, estes podem ter quaisquer formas e disposições desejadas, como orifícios oblongos, quadrados, retangulares... dispostos simetricamente ou não em relação ao eixo geral da caixa. A parede inferior 28 da caixa apresenta uma perfuração 34, de preferência circular e coaxial ao eixo geral da caixa, permitindo a comunicação de maneira estanque com o conduto de alimentação 20 do compartimento e no qual é conectada, de maneira estanque, uma tubulação de alimentação 36 sensivelmente vertical, cuja saída 38 está à distância da parede superior 30.

Eventualmente e de modo contrário ao que é ilustrado na figura 2, as seções do conduto 20, da perfuração 34 e da tubulação 36 podem ser de mesma seção para limitaras perdas de cargas. A parede superior 30 da caixa compreende um orifício 40 de forma circular, vantajosamente coaxial àquele da perfuração 34. Esse orifício apresenta com estanqueidade uma tubulação de evacuação 42, cuja entrada 44 fica situada no interior da caixa, ficando à distância da saída 38 da tubulação de admissão 36 e cuja saída 46 fica à distância do suporte 14. A parte da tubulação de evacuação localizada no interior da caixa comporta sobre sua parede periférica pelo menos uma abertura lateral 48, no caso sob a forma de uma fenda vertical que se estende da entrada 44 e que termina antes da parede superior 30, cujas dimensões e cuja disposição permitem criar uma perda de carga para o gás conforme será descrito na sequência da descrição.

Vantajosamente e conforme ilustrado na figura 2, a caixa comporta meios de aumento da separação do gás e do líquido. Esses meios compreendem uma placa horizontal 50, dita placa quebra-jatos, que se apoia sobre a entrada 44 da tubulação de evacuação 42, obturando, de preferência, essa entrada. A placa, preferencial mente de forma circular, tem uma extensão surfácica tal que a seção dessa placa pode ir da seção da saída 38 da tubulação 36 à seção total do compartimento. Essa placa pode ser perfurada ou sob a forma de uma grade ou ser cheia, conforme ilustrada na figura. Nesta última configuração, a borda periférica dessa placa está à distância do interior da parede periférica da caixa, para deixar uma passagem circular de circulação 52.

Durante o funcionamento, a mistura de gás e de líquido levada pelo conduto de alimentação 20 penetra na tubulação de admissão 36, depois sai pela saída 38 dessa tubulação, entrando em contato com a placa quebra-jatos 50. Após essa introdução, o líquido da mistura se desloca por gravidade em direção à parede inferior 28 com uma velocidade de descida suficientemente baixa para permitir a subida das bolhas de gás G retiradas do líquido em direção à parede superior 30 pela travessia da passagem 52.

De maneira preferencial, a velocidade de descida do líquido está compreendida entre 0,4 e 0,05 m/s para permitir uma decantação total do líquido, antes de sua saída da caixa. Deve ser observado que, sob o efeito do impacto da mistura sobre a placa quebra-jatos, as bolhas de gás se separam da mistura ainda mais rapidamente e em maior quantidade. Assim, se produz uma separação das fases dessa mistura com uma fase líquida (seta L), contendo majoritariamente líquido e uma fase gasosa, contendo majoritariamente gás retirado do líquido. A fase líquida desgaseificada, isto é, livre de uma grande parte do gás, sai da caixa 24 pelos orifícios 32 para ser admitida no fundo do compartimento.

As bolhas de gás G se reúnem no nível da parte alta da caixa, formando um colchão gasoso 54 sob a parede superior 30 e delimitando uma interface gás-líquido 56. Esse colchão gasoso pode ser realizado, graças notadamente à presença das fendas 48 sobre a tubulação de evacuação 42, cujas dimensões e cujo número serão determinados pelo técnico para criar uma perda de carga com o gás. Além disso, essas fendas deverão permitir criar uma camada de colchão suficientemente espessa para que o líquido desgaseificado não seja aspirado na tubulação 42 por passagem através dessas fendas 48.

Assim, após decantação da mistura introduzida na caixa, subsiste um líquido desprovido de gás, de preferência situado embaixo da placa quebra-jatos 50, que é evacuado para o fundo do compartimento pelos orifícios 32, e uma fase gasosa que forma um colchão gasoso 54, situado, de preferência, acima da placa 50, e que é evacuada através das fendas 48 para circular na tubulação de evacuação 42 até sua saída 46.

Esse gás retirado produzido por esse decantador poderá, em seguida, ser utilizado seja com um compartimento que compreende um prato de distribuição de gás e de líquido (figura 3), seja com um compartimento que comporta unicamente uma grade de suporte da camada catalítica (figura 5).

Na figura 3, o compartimento 10 compreende um prato sensi- velmente horizontal com chaminés 60, em lugar do suporte perfurado 14, servindo de suporte da camada catalítica 12 e que disposto à distância do fundo 16 desse compartimento, estende-se por toda a seção do compartimento.

Esse prato compreende uma multiplicidade de perfurações das quais uma parte 62 é utilizada para distribuir o gás que sai da tubulação de evacuação 42 na camada 12, e da qual a outra parte 64 dessas perfurações recebe tubulações ocas verticais 66, designadas na sequência da descrição pelo termo de chaminé. Essas chaminés compreendem extremidades inferiores abertas 68 que mergulham no líquido desgaseificado 70 contido no fundo do compartimento e que provém da caixa 24, assim como extremidades superiores 72 que estão em comunicação com a camada 12.

Vantajosamente, a distância entre a saída 46 da tubulação de evacuação 42 e a face inferior do prato é da ordem de 1 a 100 mm, e, de preferência, entre 10 e 50 mm, e essa distância é inferior à distância entre essa face inferior e a extremidade inferior das chaminés 66.

Assim, o gás que sai da tubulação de evacuação 42 é enviado sob o prato 60 onde se forma uma atmosfera gasosa 74, delimitando uma interface 76 entre o gás e o líquido desgaseificado 70. Essa atmosfera é realizada, graças à perda de carga realizada pelas perfurações 62 do prato, do qual o número, a repartição e as dimensões pelo técnico, de forma que a interface 76 se encontre embaixo da saída de gás 46.

Graças a isto, essa saída 46 fica sempre situada na atmosfera 74 e o gás chega diretamente nessa atmosfera gasosa, sem risco de perturbar a interface 76.

Durante o funcionamento do compartimento, o gás da atmosfera 74 atravessa as perfurações 62, enquanto que o líquido desgaseificado circula nas chaminés 66. Esse gás e esse fluido, que foram distribuídos de maneira homogênea ao longo do prato 60, atravessam, em seguida, a camada reagente catalítica em um movimento ascendente para realizar a reação desejada, depois saem do compartimento por quaisquer meios conhecidos do técnico. A título de exemplo, a requerente utilizou uma instalação com um compartimento, tal como aquela ilustrada na figura 3 com um sistema água-ar a 25 °C e 0,1 MPa (1 bar absoluto). O compartimento utilizado tem um diâmetro de 500 mm e o prato de distribuição 60 é composto de 7 chaminés de 35 mm de diâmetro e de 400 mm de altura com perfurações 62 em número de 14 com um diâmetro de 0,9 mm. O decantador 22 é composto de uma caixa cilíndrica 24 de 170 mm de diâmetro e de 300 mm de altura. A placa quebra-jato é cheia e tem um diâmetro de 100 mm. Ela fica situada a 100 mm sob o topo da caixa (a zona superior de coalescência do gás pode atingir 100 mm de altura). O conduto 20 de alimentação da mistura gás/líquido tem 40 mm de diâmetro. A tubulação de evacuação 42 tem um diâmetro de 20 mm a 36 mm, no caso 20 mm, e compreende uma fenda retangular 48 de 1 mm a 5 mm, no caso 1 mm. Os orifícios 32 da caixa, em número de 20, são abertos a 10 mm da parede inferior 28 e têm um diâmetro de 10 mm.

Os resultados da utilização do exemplo desse compartimento são visíveis no gráfico da figura 4, que leva em abscissa a vazão da fase líquida e em ordenada a vazão de fase gasosa e que permite definir três zonas de funcionamento <A>, <B>, <C>.

Assim, uma primeira zona <A> para vazões de líquido que vão das proximidades de 0 a aproximadamente 7Nm3/H e para vazões de gás que vão de aproximadamente 3Nm3/h a aproximadamente 5,5Nm3/h permite distinguir que se produz uma passagem de líquido na tubulação de evacuação 42 e que sai pela saída 46.

Na segunda zona <B> para o qual são previstas vazões de líquido que vão das proximidades de 0 a aproximadamente 7Nm3/H e vazões de gases compreendidas que vão de aproximadamente 3Nm3/h e de aproximadamente 5NM3/h até aproximadamente 5,5Nm3/h, o compartimento permite realizar, graças ao decantador, uma separação quase perfeita entre a fase líquida e a fase gasosa, com uma evacuação da única fase gasosa pela tubulação 42 e uma saída da única fase líquida pelos orifícios 32.

Para a terceira zona <C>, as vazões de líquido vão das proximidades de 0 a aproximadamente 7Nm3/H e as vazões de gás vão aproximadamente de 5 Nm3/h a aproximadamente 5,5Nm3/h. Nessa zona, produz-se uma passagem de gás através dos orifícios 32. Isto perturba o funcionamento do compartimento, criando uma espécie de efervescência no nível da interface 76.

Em consequência, o funcionamento desse compartimento será privilegiado para serem obtidas vazões de líquido e de gás que correspondem à zona <A> e, preferencialmente, à zona <B>.

No caso da utilização do decantador com um compartimento que comporta unicamente uma grade 80 de suporte da camada catalítica em substituição do suporte perfurado 14, conforme ilustrado na figura 5, é previsto que o decantador 22 compreenda, além disso, um repartidor de gás retirado 82 (ou sparger). Esse repartidor permite distribuir, ao longo da seção do compartimento e de maneira quase homogênea, o gás retirado proveniente da saída 46 da tubulação 42 de evacuação de gás.

Esse repartidor comporta pelo menos um braço transversal radial oco 84 sensivelmente horizontal que se estende a partir da tubulação 42 em direção da parede 18 do compartimento. Vantajosamente, é prevista uma multiplicidade de braços regularmente dispostos angularmente, a partir da tubulação, por exemplo, seis braços defasados a 60° uns em relação aos outros. Esse braço comporta uma perfuração de ligação 86, permitindo ligar por quaisquer meios conhecidos, como a soldadura ou a soldagem, o interior desse braço com a saída 46 da tubulação 42. Esse braço comporta também uma multiplicidade de bocais 88 repartidos ao longo de cada braço e de direção axial em direção à camada 12. Preferencialmente, a extremidade livre do braço, aquela oposta à ligação 86 é obstruída por quaisquer meios, como um bujão. Conforme ilustrado na figura 5, é prevista a utilização de pelo menos uma tubulação 90, formando dois braços 84 no prolongamento um do outro e a previsão da perfuração de ligação 86 na zona mediana da tubulação. O funcionamento desse compartimento é semelhante àquele do compartimento da figura 3 com exclusão da presença de uma atmosfera gasosa embaixo da grade.

Assim, o gás retirado que circula na tubulação 42 do decantador penetra na tubulação 90, circula em cada braço 84 para sair pelos bocais 88, atravessa a grade 80 e passa, em um movimento ascendente, na camada 12. O líquido desgaseificado 70 contido no fundo do compartimento atravessa também a grade e passa da mesma forma na camada 12. Conforme anteriormente mencionado, o gás e o líquido são captados na parte alta do compartimento por quaisquer meios conhecidos para serem tratados e/ou estocados.

Naturalmente e isto sem sair do âmbito da invenção, o decantador 22 com seu repartidor 82 da figura 5 pode ser utilizado no lugar do decantador da figura 3 com a vantagem de poder realizar uma atmosfera gasosa de maneira mais rápida e mais homogênea. A variante do decantador 122 da figura 6 se distingue daquela da figura 2 pelo fato de o orifício 140 levar à estanqueidade uma tubulação de evacuação de gás 142, cuja entrada 144 é ligada a esse orifício, sem penetrar no interior da caixa e de a saída 146 dessa tubulação de evacuação apresentar meios de restrição 148 de circulação de gás. Esses meios consistem em uma diminuição da seção da saída 146 que pode ser realizada por quaisquer meios, como uma arruela plana 150 ligada a essa saída e comportando uma perfuração central 152 de diâmetro menor, uma grade, uma placa que comporta uma multiplicidade de perfuração,...

Assim, essa diminuição de seção permite realizar uma perda de carga com o gás que é retirado do líquido, criando, dessa forma, o colchão gasoso 54 sob a parede superior 30.

Essa variante de decantador pode também ser utilizada com o compartimento das figuras 1, 3 ou com o compartimento da figura 5 aí adicionando-se, para esta, o repartidor 82. A invenção encontra sua aplicação, mais particularmente, não de modo exclusivo, em um processo de hidrotratamento de uma carga fluida ou de tratamento catalítico de destilados, utilizando o compartimento, de a- cordo com a invenção. A presente invenção não está limitada aos exemplos descritos acima, mas engloba quaisquer variantes e quaisquer equivalentes.

Notadamente, pode ser considerado que, por razões de simplificação de fabricação do compartimento, a caixa 24 não comporte parede inferior 28 e o fechamento dessa caixa seja realizado por uma ligação da parte inferior da parede 26 com o fundo 16. Isto pode ser realizado por soldadura, soldagem...

Da mesma forma, foi determinado experimentalmente que o de-cantador com a tubulação 42, que comporta fendas 48 permita funcionar em uma grande faixa de vazões líquido e gás, sem arrastar gás no líquido, enquanto que o decantador com a tubulação 142 que comporta meios de restrições 148 separa melhoro gás e o líquido.

Assim, no caso de uma utilização com um prato com chaminés, será preferível utilizar o decantador com a tubulação que comporta fendas para fazer a perda de carga, pois o arrastamento de líquido no gás não tem incidência, enquanto ele evita o arrastamento de gás no líquido.

REIVINDICAÇÕES

Claims (13)

1. Compartimento (10), compreendendo pelo menos uma camada de guarnição (12) e meios de introdução (20) no fundo de compartimento de uma mistura de um líquido com um gás, caracterizado pelo fato de o compartimento compreender um sistema (22) de separação da fase líquida e da fase gasosa dessa mistura, pelo fato de o sistema ser instalado entre a camada (12) e esses meios de introdução da mistura e pelo fato de esse sistema compreender uma caixa (24) que compreende meios de escoamento (32) do líquido desgaseificado e meios de evacuação (42, 44, 46, 48: 142, 144, 146, 148) do gás retirado.

2. Compartimento, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de a caixa (24) compreender orifícios (32) sobre sua parede periférica (26) para o escoamento do líquido desgaseificado.

3. Compartimento, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo fato de a caixa (24) compreender meios de aumento (50) da separação do gás e do líquido.

4. Compartimento, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de os meios de aumento compreenderem uma placa (50) face os meios de introdução (20) da mistura.

5. Compartimento, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de a caixa (24) compreender uma tubulação de alimentação (36) situada no interior dessa caixa e ligada aos meios de introdução (20) da mistura.

6. Compartimento, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de a caixa (24) compreender uma tubulação de evacuação de gás (42, 142) que comporta meios de criação de perda de carga (48, 148).

7. Compartimento, de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo fato de os meios de criação de perda de carga compreenderem pelo menos uma abertura lateral (48) sobre a tubulação (42).

8. Compartimento, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de uma extremidade (44) da tubulação de evacuação ser insta- lada no interior da caixa e pelo fato de pelo menos uma abertura lateral (48) ser feita sobre essa extremidade.

9. Compartimento, de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo fato de os meios de criação de perda de carga compreenderem uma diminuição (152) da seção da tubulação de evacuação (142).

10. Compartimento, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de a caixa (24) compreender um repartidor de gás retirado (82), permitindo distribuir esse gás ao longo da seção do compartimento.

11. Compartimento, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado pelo fato de o repartidor (82) compreender pelo menos um braço radial (84) munido de bocais de difusão de gás (88).

12. Compartimento, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de compreender um prato sensivelmente horizontal (60) que ocupa toda a seção do compartimento, tubulações ocas (66) que atravessam esse prato e perfurações (62) abertas sobre esse prato para colocar em comunicação os dois lados desse prato.

13. Processo de hidrotratamento de uma carga fluida ou de tratamento catalítico de destilados, utilizando o compartimento, como definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 12.