"ALIMENTO RELATIVAMENTE UMIDO PARA ANIMAIS, COMINGREDIENTES COMBINADOS PARA SISTEMA DE PREPAROINSTANTÂNEO"
Refere-se o presente relatório descritivo, a um pedido de patente deinvenção para um alimento relativamente úmido, completo, para animais deestimação como cães e gatos que, por suas características, deverá serpreparado e oferecido pelo dono seguindo-se os procedimentos semelhantesaos empregados para o preparo de um produto alimentar para consumohumano.
O alimento em questão é formado basicamente por partículas protéicas epartículas vegetais para animais (ração), além de partículas de macarrão edemais partículas extrudadas para animais, obtidas por meio de processosindustriais de extrusão e/ou coextrusão, combinados a alimentos como carnese derivados, bem como para vegetais e frutas desidratados obtidos poradequados processo de desidratação como liofilização ou outros processos dedesidratação.
Os alimentos combinados trabalham com relação ideal entreumidade/atividade água, adequadas à condição de conservação do produtofinal, para que possam manter-se íntegros enquanto embalados. Assim, osalimentos são processados com umidade alta e atividade água baixa, bemcomo com umidade baixa e atividade água baixa ou qualquer relação ideal quegaranta a estabilidade do alimento quando embalado. Graças a essa relação decoeficientes de umidade/ atividade água, conseguidos no seu processo defabricação, tais componentes mantêm-se conservados no ambiente daembalagem, preservados em sua textura, sabor, aroma, cor e, principalmente,com suas qualidades nutricionais originais mantidas por longos períodos,protegidos no referido ambiente de embalagens, seladas à vácuo ou não, empotes e sacos flexíveis e outros elementos acondicionadores adequados.
Quando do preparo, pelo proprietário do animal, as partículas (alimentoanimal), que podem também incluir macarrão extrudado e outras partículasalimentares, são misturadas aos alimentos desidratados, formando um alimentorelativamente úmido, real e saboroso que pode ainda receber a adição de ummolho ou palatabilizante em pó mais água e, em seguida ser oferecido aocachorro, gato ou outros. Com tais procedimentos são "diminuídas asdistâncias em relação ao prato humano", porém mantendo-se a relaçãonutricional necessária à manutenção da saúde do animal, gerando"demonstrações de afeto e cuidados especiais" após o preparo por parte dodono, para o seu referido animal de estimação.
ESTADO DA TÉCNICA
A indústria alimentícia é o conjunto de atividades industriais em que sepreparam, normalmente em quantidades que devem ser comercializadas,alimentos, ou ingredientes a serem usados na preparação desses alimentos.
Processamento de alimentos é o nome dado ao conjunto de métodos e técnicasusados para transformar ingredientes brutos em comida para consumo humanoou animal. A indústria alimentícia utiliza tais processos. O processamento dealimentos freqüentemente lança mão de componentes colhidos ou mortos e osusa para produzir produtos alimentícios atrativos e comercialmente vendáveis.
Processo similar é empregado para fabricar alimento animal, cujosegmento, como é de conhecimento de engenheiros e técnicos, movimentaimportante atividade industrial e tecnológica. Os principais componentes dealimento animal são milho, soja, e proteínas de origem animal, aos quais sãoacrescentados minerais e vitaminas, para a adequação do seu valor nutricional.
Tal mistura é processada em extrusor, tomando variadas formasconforme a matriz utilizada, sendo o alimento cortado em variados formatos departículas protéicas e/ou com adição de vegetais, podendo receber, além denutrientes mais eficazes, soluções palatabilizantes e, finalmente, sendoembalados em material sofisticado, no intuito de fomentar a comercialização.
Uma tendência atual é a preocupação dos fabricantes de alimento animal,no sentido manter esse importante produto com umidade e palatabilidadesatisfatórias desde a primeira mastigação até a ingestão, de modo que sejamestimuladas a alimentação e a preservação da saúde do gato, cachorro e outros.
A patente PI 0501477-8, de título "ALIMENTO PARA ANIMAIS, COMADIÇÃO EXTERNA E INTERNA DE PRODUTO PARA AUMENTO DEPALATABILIDADE", por exemplo, explica um processamento desenvolvidopara que sejam mantido sabor e a umidade em alimentos para animais. Amatéria trata da produção de uma massa que, ao ser expulsa, no cabeçote doextrusor, recebe, por meio de um dispositivo acoplado, formado por agulhasaplicadoras, a adição de um elemento palatabilizante em fluxo contínuo. Emsua trajetória pelo equipamento, a massa recebe também adição de gordura e,ainda, uma segunda camada de elemento palatabilizante, formando umalimento em forma de partícula com textura única, saborosa durante todo oprocesso de deglutição por parte do animal.De qualquer forma, esse tipo de alimento, em forma de partículasprotéicas, é acondicionado em sacos, os quais devem ser abertos para que ousuário retire com a mão ou com uma colher, a quantidade necessária ecoloque-o em uma cuia, oferecendo-o em seguida, ao animal.
Além do alimento em forma de partículas protéicas e/ou vegetais, comoo material extrudado acima explicado, são conhecidos no mercado alimentospastosos para animais, embalados geralmente em latas metálicas, cujas tampas,seguras por uma pega, são retiradas através do rompimento de uma linha deenfraquecimento conformada ao redor do bocal do corpo da lata. Aberta a lata,o proprietário do animal apenas retira com colher o volume de pasta que desejaoferecer e coloca-a em um prato, servindo-a em seguida.
Logicamente que, para uma imensa maioria dos proprietários do mundotodo, sempre deve existir uma relação de carinho e respeito pelo seu animal deestimação. Dependendo do grau de afinidade, o alimento particulado é dadocom maior ou menor preocupação pelo dono, podendo ser apenas jogado aochão ou oferecido de modo mais afetuoso.
Nesse sentido, a embalagem acondicionadora do alimento, de certa formapode fazer alguma diferença desde que seja chamativa e de certa similaridadecom os produtos consumidos por humanos, de modo a estimular,instintivamente, o dono a oferecer o alimento de forma mais "humanizada" aoanimal.
OBJETIVO DA PATENTE
O alimento, motivo desse pedido de patente de invenção, bem como osprocessos que o envolvem, vêm traçar uma relação pela qual o preparo para oanimal de estimação - efetuado pelo seu dono - torna-se "humanizado", ditoalimento animal aproximando-se do alimento humano também em termos depreparo, aspecto e sabor, porém mantendo as características nutricionais dealimento animal, necessárias à sua saúde.
O sistema para a diminuição da "distância" entre o tipo de alimentooferecido ao animal de estimação e a "mesa humana", é obtido através de umacombinação de componentes tais como partículas protéicas e/ou vegetais(ração) e macarrão ou outras partículas extrudadas similares - obtidas porprocessos de extrusão e/ou co-extrusão, com os nutrientes balanceados,aliados ao complemento de cereais, carnes e verduras e outros alimentos,inclusive frutas - obtidos por processos de desidratação.
Graças às condições ideais na relação umidade/atividade águaconseguido quando do seu processamento, tais componentes podem seracondicionados em uma embalagem, seja pote, caixa, saquinho ou outros,embalados à vácuo ou não, mantendo-se preservados em suas característicasnutricionais e de umidade adequada por longos períodos. No momento dopreparo, devem ser despejados em um recipiente, misturados ou não e recebera adição de elemento palatabilizante. Tal elemento palatabilizante pode serprocessado em forma de molho de consistência adequada acondicionado natampa do pote ou em saches, podendo ser também acondicionado em pó,recebendo água nesse caso, para que seja misturado aos alimentoscombinados.
Assim, após a montagem (mistura) desses elementos, forma-se umalimento animal úmido com os ingredientes nutricionais necessários à saúde eque, desde sua embalagem até a sua ingestão, assemelha-se aos procedimentospara o preparo do alimento humano, fator esse que, naturalmente, irá criar umarelação mais afetuosa entre o dono e o seu animal de estimação.
Explicado superficialmente, passa o alimento e o processo que oenvolve, a serem melhor detalhados, através dos desenhos anexos, pelos quaisse vêem:
Figura 1 - Mostra, esquematicamente, a fabricação de partículasprotéicas e/ou vegetais para animais, fabricadas por sistema de extrusão, emuma vista e /ou de co-extrusão, em outra vista, ao lado. Tais partículas, desabor único ou não, poderão ser combinadas em duas camadas, formadas apartir de duas massas extrudadas, unidas entre si, como visto nessa figura.
Alimentos em três camadas podem também ser obtidos, assim como partículasem massa única, formadas com adição externa e interna de palatabilizante eoutras combinações. Pelo sistema de extrusão ou coextrusão podem serproduzidos também macarrão para animais e outras partículas similaresextrudadas;
Figura 2 - Mostra esquematicamente, um dispositivo para sistema dedesidratação, no caso, de liofilização. O equipamento é formado por umacâmara de vácuo comunicante com o compartimento alojando o alimento (pré-congelado). Através de um conjunto condensador frigorífico, ocorre ocongelamento rápido na câmara de vácuo, a qual, após a receber uma forteaplicação vácuo, provoca a evaporação instantânea da água congelada contidano produto, sem passar pelo estado líquido. N esse caso, de desidratação porliofilização, a água do produto congelado é reduzida, removida em forma degás através de vácuo, pelo processo de sublimação. Logicamente, outrosprocessos de desidratação podem ser utilizados;
Figura 3 - Vista em elevação de uma embalagem, mantendo os alimentosem relação de condições ideais de umidade/atividade água, evitandodeteriorações ou alterações que possam vir a ocorrer, tanto pelo ganho quantopela perda de umidade. O pote, no caso mostrado, pode ser embalado à vácuoou não e receber um sobrecopo com molho, sendo protegido também por umapelícula selante ou um sache com molho;
Figura 4 - Tal figura mostra a seqüência do preparo até o oferecimentodo alimento ao animal doméstico. A seqüência mostra a retirada da tampa e doselo térmico do pote, seguido do despejo do alimento em um prato, abrindo-se,em seguida, o selo da tampa, para a adição do molho sobre a combinação dealimentos. Após o preparo, em procedimentos similares aos de uma refeiçãopara humanos, o prato é, em seguida, oferecido ao animal de estimação.
Figura 5 - Tal figura mostra o alimento embalado em um saco plástico,completado por um sache contendo palatabilizante em pó, para ser adicionadocom volume de água adequado. O sache pode variar em sua configuração,tomando variados formatos de invólucros;
Figura 6 - Tal figura mostra um sache contendo o molho, sendo abertopara o derramamento, não havendo, nesse caso, a necessidade da adição deágua para o preparo do alimento.
Em conformidade com os desenhos anexos, o "ALIMENTORELATIVAMENTE ÚMIDO PARA ANIMAIS, COM INGREDIENTESCOMBINADOS PARA SISTEMA DE PREPARO INSTANTÂNEO", objetodesse presente pedido de patente de invenção, constitui-se de uma combinaçãode alimentos, como partículas protéicas e/ou vegetais (ração) (1), macarrãoextrudado (2) e outras partículas extrudadas similares, provindas de processode extrusão e/ou coextrusão, formados em uma ou mais camadas, podendo serprocessados com adição interna e externa de palatabilizante.
As partículas (1) e o macarrão (2) ou outras partículas extrudadas, sãoobtidas a partir de ingredientes de origem vegetal e animal como milho efarelo de soja, às quais são acrescentadas proteínas e sais minerais, sendomisturados em silo, para posterior transferência a um extrusor, como mostra afigura 1. No interior do extrusor, pela combinação de água e vapor, a misturaavança empurrada pelo fuso e é devidamente cozida.
Ao ser expulsa pela matriz, no cabeçote do extrusor, a massa - partículaprotéica/vegetal ou macarrão extrudado ou outra partícula, é cortada por umafaca, de modo a obter-se o seu formato final.
Portanto, as partículas protéicas/vegetais (1) e macarrão extrudado edemais partículas extrudadas similares (2) são obtidas por processo deextrusão, podendo passar por processo de coextrusão para receber duas ou maiscamadas distintas em sua formulação, sabor e cor, recebendo adição externa depalatabilizante. O extrusor pode estar acoplado a um dispositivo de injeção,dotado de agulhas aplicadoras de elemento palatabilizante, quando da saída damassa pelo cabeçote, de modo a preencher com recheio a parte interna dapartícula protéica, macarrão extrudado ou similar, as quais podem ou nãoreceber a adição de um elemento palatabilizante interno.
As partículas protéicas/vegetais (1) e macarrão extrudado e outraspartículas similares (2) são completadas por alimentos desidratados (3) comocarnes e derivados, bem como alimentos vegetais e frutas, obtidos porprocesso de desidratação como por exemplo liofilização e outros processos dedesidratação. Pelo processo de desidratação, os alimentos (3) tem a águareduzida, mantendo, no entanto, suas propriedades nutricionais.
O processo em questão consiste na adequação das condições ideais decoeficientes de umidade/atividade água, conseguidos quando do processamentodas partículas protéicas/vegetais (1), macarrão extrudado e outras partículassimilares (2) e alimento desidratado (3), de modo que mantenham-sepreservados em suas características de umidade e nutricionais por longosperíodos. Tais condições são conseguidas pelos alimentos processados comumidade alta e atividade água baixa, bem como com umidade baixa e atividadeágua baixa ou quaisquer relações ideais entre esses coeficientes, que garantama estabilidade do alimento quando embalado.
Com tal combinação de componentes, em adequada relaçãoumidade/atividade água, os mesmos são acondicionados em uma embalagem,seja pote, caixa, saquinho ou outros, embalados à vácuo ou não, sendo aembalagem completada com elemento palatabilizante em forma de molho, deconsistência adequada, acondicionado em selo (4) na tampa do recipiente ou,em forma de pó para receber adição de água e em forma de molho,acondicionados em sache (5) ou outros invólucros adequados.
Assim constituído e exposto no ponto de venda, em forma de umaembalagem "humanizada", o alimento, no momento do preparo pelo dono doanimal, é despejado em um prato e misturado ou não, podendo receber aadição do elemento palatabilizante.
No caso de molho, a tampa, ao ser aberta, terá seu selo (4) retirado (Fig.4) ou terá aberto o sache (5) (Fig. 6) para o derramamento do produto sobre oalimento, ao passo que, no caso de palatabilizante em pó (Fig. 5), também apósa abertura do sache (5) e derramamento do palatabilizante, o alimento sofrerá aadição de água, no prato, para o preparo instantâneo.
Assim, após a montagem (mistura) desses elementos - partículasprotéicas e/ou vegetais (ração) (1), macarrão e outras partículas similaresextrudadas (2) e alimentos desidratados (3), forma-se um prato de alimentoanimal úmido que, desde sua embalagem até a sua ingestão, assemelha-se aosprocedimentos para o preparo do alimento humano, fator esse que,naturalmente, irá criar uma relação mais afetuosa entre o dono e o animal deestimação. O alimento, no entanto, manterá suas características nutricionaisvoltadas à alimentação animal, para a preservação e manutenção de sua saúde.