«PROCESSO PARA OBTENÇÃO DE DERIVADOS DE MAG-3 E PRODUTO”
A presente invenção descreve o componente químico (ligante orgânico) derivado de MAG-3 que apresenta afinidade por células tumorais bem como seu processo de 5 obtenção e uso.
O câncer está entre as causas mais comuns de morte no mundo. De acordo com a organização mundial de saúde o câncer foi a causa de 13% (7,6 millhões) de todas as mortes ocorridas no mundo durante o ano 2005. As células cancerosas são formadas
quando células normais perdem os mecanismos regulatórios que controlam o seu crescimento e multiplicação (PATRICK, G. L. AntiCancer Agents. In: “An introduction to medicinal chemistry”. 5. ed. New York: Oxford University Press, 2005. Cap. 18, p. 489-557).
Em uma célula normal o estímulo inicial da divisão celular é dado por fatores de crescimento que se ligam aos seus receptores na superfície da membrana celular. Assim, 15 a mensagem de crescimento é levada ao núcleo da célula através de uma cascata de reações bioquímicas. Uma vez no núcleo os fatores de transcrição ligam-se ao DNA e promovem a produção de proteínas envolvidas no crescimento e divisão celular (RANG, Η. P.; DALE, Μ. M.; RITTER, J. M,; MOORE, P. K. “Mecanismos celulares: proliferação celular e apoptose”. In: Farmacologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
Cap. 5, p. 77-89).
O DNA contém informações genéticas que codificam proteínas envolvidas no metabolismo celular. Se um gene é danificado a codificação destas proteínas pode ser afetada. Danos em genes que codificam proteínas relacionadas ao crescimento celular como oncogenes, genes supressores de tumor e genes reparadores de DNA podem gerar alterações que irão desencadear o câncer (PAUWELS, E. K. J.; RIBEIRO, M. J.;
STOOT, J. H.; MCCREADY, V. R.; BOURGUIGNON, M.; MAZIERE, B.” FDG accumulation and tumor biology. Nuclear Medicine and Biology”, v. 25, p. 317322,1998).
A célula tumoral apresenta transformações em decorrência de alterações em seu
DNA que podem ser produzidas por diversos fatores como, vírus, bactéria, parasitas, agentes químicos e radiação. Esses agentes carcinogênicos podem atuar de duas maneiras: primeiro, causando danos aos genes que controlam a proliferação e migração celular e, segundo, promovendo o crescimento das células tumorais. Isso gera
2/17 modificações nas funções celulares ocasionando modificações nas propriedades de membrana, nas interações célula-célula e no metabolismo celular (PAUWELS, Ε. K. J.; RIBEIRO, M. J.; STOOT, J. H.; MCCREADY, V. R.; BOURGUIGNON, M.; MAZIERE, BFDG accumulation and tumor biology. Nuclear Medicine and Biology”,
v. 25, p. 317-322,1998).
Toda célula eucariótica apresenta um ciclo celular composto por quatro etapas: G1 (fase na qual a célula está aumentando de tamanho e se preparando para a cópia do material genético em resposta a fatores de crescimento e sinais internos), S (etapa de
replicação do DNA), G2 (preparação da célula para a mitose) e M (mitose celular). Há, ainda, uma quinta fase (GO) que é considerada como um estado de repouso. Células nesta fase podem entrar no ciclo após indução (KENNY, L. M.; ABOAGYE, Ε. O.; PRICE, P. M. “Positron emission tomography imaging of cell proliferation in oncology”. Clinicai Oncology, v. 16, p. 176-185, 2004).
Normalmente, o ciclo celular é regulado pelo equilíbrio entre células em estado 15 de proliferação e células em repouso. A perda dessa regulação é determinante para o desenvolvimento do câncer. Grande parte das células tumorais encontra-se na fase S do ciclo celular. Com o maior número de células nessa fase, o tecido necessita de mais material energético para manter a produção de DNA (BELKACÉMI, Y.; TSOUTSOU, P.; MAGNÉ, N.; CASTADOT, P.; AZRIA, D. “Metabolic functional imaging for tumor radiosensitivity monitoring”. Clinicai Reviews in Oncology/Hematology, v. 62, p. 227-
239,2007).
A glicose, então, assume papel fundamental como fonte de energia para as células tumorais. O aumento da captação de glicose por estas células é devido ao seu metabolismo acelerado e a maior expressão de transportadores para glicose (GLUT) em células malignas (PAUWELS, Ε. K. J.; RIBEIRO, M. J.; STOOT, J. H.; MCCREADY,
V. R.; BOURGUIGNON, M.; MAZIERE, B.” FDG accumulation and tumor biology.
Nuclear Medicine and Biology”, v. 25, p. 317-322,1998; GU, J.; YAMAMOTO, H.;
FUKUNAGA, H.; DANNO, K.; TAKEMASA, I.; IKEDA, M TATSUMI, M.;
SEKIMOTO, M. “Correlation of GLUT-1 overexpression, tumor size, and depth of invasion with 18F-2-fluoro-2-desoxy-D-glucose uptake by positron emission tomography in colorectal câncer”. Digestive Diseases and Sciences, v. 51, p. 21982205, 2006; CELEN, S.; GROOT, T.; BALZARINI, J.; VUNCKY, K.; TERWINGHE,
3/17
C. “Synthesis and evaluation of a mTc-MAMA-propyl-thymidine complex as a potential probe for in vivo visualization of tumor cell proliferation with SPECT”. Nuclear Medicine and Biology, v. 34. p. 283-291, 2007).
Sete tipos de transportadores de glicose são conhecidos (GLUT 1-7) sendo todos compostos por uma cadeia similar de polipeptídeo contendo 492 a 524 aminoácidos.
Essas isoformas estão distribuídas nos diversos tecidos, sendo o GLUT-1 o mais abundante em células eucarióticas e neoplásicas. A glicose se liga à parte externa do transportador que, através de alterações em sua conformação permite a passagem da molécula de glicose para dentro do citoplasma por um processo estereoespecífco e sem gasto de energia, conforme ilustrado na figura 2 (PAUWELS, Ε. K. J.; RIBEIRO, M. J.; STOOT, J. H.; MCCREADY, V. R.; BOURGUIGNON, M.; MAZIERE, B.” FDG accumulation and tumor biology. Nuclear Medicine and Biology”, v. 25, p. 317322,1998; OHTSUBO, K.; TAKAMATSU, S.; MINOWA, Μ. T.; YOSHIDA, A.; TAKEUCHI, M.; MARTH, I. D. “Dietery and genetic control of glucose transporter 2 glycosylation promotes insulin secretion in suppressing diabetes”. Cell, v. 123, p. 13071321,2005)
Radiofármacos são compostos radioativos usados no diagnóstico e no tratamento de doenças. Em medicina nuclear cerca de 95% dos radiofármacos são utilizados para fins de diagnósticos. A maioria destes radiofármacos é uma combinação de um componente radioativo (radionuclídeo), que permite a detecção externa da fisiologia e/ou anatomia do órgão em exame, e um componente químico (ligante orgânico), que é responsável pelo direcionamento no organismo. Essas substâncias não apresentam ação farmacológica, pois são administradas em doses extremamente baixas. O radionuclídeo deve emitir uma radiação que será facilmente detectável por um instrumento nuclear e a dose dessa radiação para o paciente deverá ser mínima (SAHA, G. B. Fundamentais of nuclear pharmacy. 4.ed. New York: Springer-Verlag, 1998a. 358 p.; THRALL, J. H.; ZIESSMAN, Η. A. Medicina Nuclear. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. p. 408.).
Existe uma grande variedade de radionuclídeos usados em medicina nuclear como: iodo-131 (1311), índio-111 (lllln), Tálio-201 (201T1), Flúor-18 (18F), Tecnécio99m (99mTc), Gálio-67 (67Ga), entre outros (SAHA, G. B. Fundamentais of nuclear pharmacy. 4.ed. New York: Springer-Verlag, 1998a. 358 p.).
4/17
O Tecnécio-99m é o radionuclídeo mais usado em medicina nuclear, por apresentar propriedades físicas e químicas ideais para um radioisótopo destinado à produção de imagens cintilográfícas, tais como: meia-vida física de 6,01 horas, emissão gama de baixa energia (140 keV), alta disponibilidade do radioisótopo a partir de um 5 sistema gerador de Molibdênio-99/Tecnécio-99m (99Mo/99mTc), além de apresentar um custo relativamente baixo (JURISSON, S.; BERNING, D.; JIA, W.; DANGSHE, M. “Coordination compounds in nuclear medicine”. Chemical Reviews, v. 93, n. 3, p. 1137-1156, 1993.; JONES, A. G. “Technetium in nuclear medicine”. Radíochimica
Acta, v. 70/71, p. 289-297, 1995; MARQUES, F. L. N.; OKAMOTO, M. R. Y.;
BUCHPIGUEL, C. A. “Alguns aspectos sobre geradores e radiofármacos de Tecnécio99m e seus controles de qualidade”. Radiologia Brasileira, v. 34, n. 4, p. 233-239,
2001; YANG, D. J.; KIM, C.; SCHECHTER, N. R.; AZHDARINIA, A.; YU, D.; OH,
C., BRYANT, J. L.; WON, J.; KIM, E. E.J PODOLOFF, D. A. “Imaging with MmTc
ECDG targeted at the multifunctional glucose transport system: feasibility study with rodents”. Radiology, p. 465-473,2003).
O tecnécio é um metal de transição da família VII B e tem número atômico 43, podendo existir em oito estados de oxidação (-1 a +7). A estabilidade desses estados de transição depende do tipo de ligação e do ambiente químico. Os estados +7 e +4 são
mais estáveis e são representados em óxidos, sulfetos, haletos e pertecnetatos (DEWANJEE, Μ. K. The chemistry of 99mTc-labeled radiopharmaceuticals. Seminars in Nuclear Medicine, v. 20, η. 1, p. 5-27, 1990; SAHA, G. B. Fundamentais of nuclear pharmacy. 4.ed. New York: Springer-Verlag, 1998a. 358 p).
O íon pertecnetato, 99mTcO4 tem estado de oxidação +7 para o 99mTc, isso o toma uma espécie não reativa e incapaz de ligar a algum composto, sendo necessária a redução do tecnécio, do estado +7 para um estado de oxidação menor. O cloreto de estanho II (SnC12 · 2H2O) é o agente redutor mais comum usado na preparação de compostos ligados ao 99mTc (NOWOTNIK, O. P. Physico-chemical concepts in the preparation of technetium radiopharmaceuticals. In: SAMPSON, C. B. Textbook of radiopharmacy theory and practice. V.3. Gordon and Breach Science Publishers S.A., 30 1990. Cap. 3, p. 53-72; SAHA, G. B. Fundamentais of nuclear pharmacy. 4.ed. New
York: Springer-Verlag, 1998a. 358 p).
5/17 f
O 99mTc reduzido é uma espécie quimicamente reativa e combina com uma grande variedade de agentes quelantes. O agente quelante geralmente é doador de elétrons e forma uma ligação covalente coordenada com o 99mTc reduzido. (SAHA, G. B. “Fundamentais of nuclear pharmacy”. 4.ed. New York: Springer-Verlag, 1998a. 358
p)·
Desse modo, a alternativa mais viável seria a produção de substâncias que pudessem ser marcadas com Tecnécio-99m, contribuindo para a redução dos custos e, desta forma, tomando a técnica acessível a todos.
Existem muitos compostos capazes de se ligar ao Tecnécio-99m, sendo usados em medicina nuclear para avaliar a função e/ou a morfologia de um órgão, determinando o estado patológico do paciente. São exemplos desses compostos o 99mTc-HMPAO (marcador cerebral), 99mTc-MAG3 (marcador renal), 99mTc-ECD (marcador para imagem cerebral), 99mTc-HIDA (marcador adequado para imagens do sistema hepatobiliar), 99mTc-DMSA (agente de marcação renal). (JURISSON, S.; BERNING, D.; JIA, W.; DANGSHE, M. “Coordination compounds in nuclear medicine”. Chemical Reviews, v. 93, n. 3, p. 1137-1156, 1993; TISATO, F.; PORCHIA, M.; BOLZATÍ, C.; REFOSCO, F.; VITTADINI, A. “The preparation of substitution-inert 99Tc metal-fragments: Promising candidates for the design of new 99mTc radiopharmaceuticals”. Coordination Chemistry Reviews, v. 250, p. 2034-2045,
2006).
O MAG3, mercaptoacetilglicilglicilglicina, é um ligante N3S, que ao ser marcado com Tecnécio-99m apresenta uma pureza radioquímica superior a 90% (ROBLES, B. R.; HERRERA, J.; CABALLERO, I; OTERO, M. “Purificación dei benzoil-mercaptoacetil triglicina complementado con evaluaciones biológicas”. Alasbimn Joumal. v. 5, n. 21, 2003). É capaz de formar um complexo estável, e carregado negativamente com tecnécio (VANBILLOEN, Η. P.; BORMANS, G. N.;
ROO, M. J.; VERBRUGGEN, A. N. “Complexes of technetium-99m with tetrapeptides, a new class of 99mTc-labeled agents”. Nuclear Medicine and Biology, v. 22, n. 3, p. 325338, 1995; YAMAMURA, N.; MAGATA, Y.; ARANO, Y.; KAWAGUCHI, T.;
OGAWA, K.; KONISHI, J.; SAJI, H. “Technetium-99m-labeled medium-chain fatty acid analogues metabolized by α-oxidation: radiopharmaceutical for assessing liver function”. Bioconjugate Chemistry, v. 10, n. 3, p. 489-495, 1999; OKARVI, S. M.
6/17
Synthesis, radiolabeling and in vitro and in vivo characterization of a technetium-99mlabeled alpha-M2 peptide as a tumor imaging agent. Joumal Peptide Research, v. 63, p. 460-468,2004).
O primeiro passo para a formação do radiofármaco 99mTc-MAG3, consiste na formação de um complexo do 99mTc com um ligante fraco em meio aquoso. Esse complexo reage, em seguida, com um segundo ligante (MAG3), que forma um complexo mais estável. Ligantes fortes, como o MAG3, são menos solúveis em meio aquoso e necessitam de aquecimento ou longo tempo para dissolverem. Inicialmente é preparado o complexo 99mTc-tartarato ou 99mTc-gluconato por redução do 99mTcO4 com íon estanoso em presença de tartarato de sódio ou gluconato de sódio, seguido de aquecimento com MAG3, resultando no 99mTc-MAG3, como esquematizado na figura 6 (BORMANS, G.; CLEYNHENS, B.; ADRIAENS, P.; VANBILLOEN, H.; ROO, M.; VERBRUGGEN, P. “Investigation of the labeling characteristics of 99mTcmercaptoacetyltriglycine”. Nuclear Medicine and Biology, v. 22, n. 3, p. 339-349,1995; SAHA, G. B. “Fundamentais of nuclear pharmacy”. 4.ed. New York: Springer-Verlag,
1998a. 358 p).
O 99mTc-MAG3 é usado como marcador da função tubular renal. Apresenta alta ligação a proteínas plasmáticas, cerca de 90%, que confere a ele uma pequena taxa de filtração glomerular (menor que 3%). Após administração por via intravenosa, seu 20 clearance sangüíneo é rápido e bifásico, sendo rapidamente excretado por secreção
tubular renal (FRITZBERG, A. R.; KASINA, S.; ESHIMA, D.; JOHNSON, D. L. “Synthesis and biological evaluation of technetium-99m MAG3 as a Hippuran replacement”. Joumal of Nuclear Medicine, v. 27, n. l,p. 111-116,1986; ESHIMA, D.; TAYLOR, A. “Technetium-99m (99mTc) Mercaptoacetyltriglycine: Update on the new 25 99mTc renal tubular function agent”. Seminars in Nuclear Medicine, v. 22, n. 2, p, 61-73, 1992; SAHA, G. B. “Fundamentais of nuclear pharmacy”. 4,ed. New York: SpringerVerlag, 1998a. 358 p; THRALL, J. H.; ZIESSMAN, Η. A. “Medicina Nuclear». 2. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. p. 408).
Existem muitos compostos capazes de se ligar ao Tecnécio-99m, sendo usados em medicina nuclear para avaliar a função e/ou a morfologia de um órgão, determinando o estado patológico do paciente. São exemplos desses compostos o
99mTc-HMPAO (marcador cerebral), 99mTc-MAG3 (marcador renal), 99mTc-ECD
Ί/YJ
(marcador para imagem cerebral), 99mTc-HIDA (marcador adequado para imagens do sistema hepatobiliar), 99mTc-DMSA (agente de marcação renal). (JURISSON, S.; BERNING, D.; JIA, W.; DANGSHE, M. “Coordination compounds in nuclear medicine”. Chemical Reviews, v. 93, n. 3, p. 1137-1156, 1993; TISATO, F.;
PORCHIA, M.; BOLZATI, C.; REFOSCO, F.; VÍTTADINI, A. “The preparation of substitution-inert 99Tc metal-fragments: Promising candidates for the design of new 99mTc radiopharmaceuticals”. Coordination Chemistry Reviews, v. 250, p. 2034-2045,
2006).
São descritos vários estudos que utilizam o MAG3 como agente quelante para o Tecnécio-99m ligado a diversas substâncias, como peptídeos, carboidratos, ácidos desoxirribonucléicos e anticorpos, que irão conferir ao composto final um novo direcionamento dentro do organismo possibilitando o estudo e diagnóstico de diversas doenças, entre elas, o câncer (LEI, K.; RUSCKOWSKI, M.; CHANG, F. Q.;
MARDIROSSIAN, G.; HNATOWICH, D. J. “Technetium-99m antibodies labeled with
MAG3 and SHNH: An in vitro and animal in vivo comparison”. Nuclear Medicine & Biology, v. 23, n. 7, p. 917-922, 1996; WINNARD, P. Jr; CHANG, F.; RUSCKOWSKI, M.; MARDIROSSIAN, G.; HNATOWICH, D. J. “Preparation and use of NHS-MAG3 for Technetium-99m labelinf of DNA”. Nuclear Medicine &
Biology, v. 24, n. 5, p. 425-432, 1997; HNATOWICH et al, 1998; VERA, D. R.; 20 WALLACE, A. Μ.; HOH, C. K. “[99mTc]MAG3-mannosyl-dextran: a receptor-binding radiopharmaceutical for sentinel node detection”. Nuclear Medicine and Biology, v. 28,
p. 493-498, 2001; ZHU, Z.; WANG, Y.; ZHANG, Y.; LIU, G.; LIU, N.; RUSCKOWSKI, M.; HNATOWICH, D. J. “A novel and simplified route to the synthesis of N3S chelators for 99mTc labeling”. Nuclear Medicine and Biology, v. 28, n.
6, p. 703-708, 2001; LIU, G.; DOU, S.; HE, J.; VANDERHEYDEN, I;
RUSCKOWSKI, M.; HNATOWICH, D. J; “Preparation and properties of 99mTc(CO)3 +labeled N,N-Bis(2-pyridylmethyl)-4-aminobutyric acid”. Bioconjugate Chemistry, v.
15, p. 1441-1446, 2004; CHEN, X.; LI, L.; LIU, F.; LIU, B. “Synthesis and biological of technetium-99m-labeled deoxyglucose derivatives as imaging agents for tumor”.
Bioorganic and Medicinal Chemistry Letters, v. 16, p. 5503-5506,2006).
Para o estudo de marcação de tumores, além de derivados da D-glicose (CHEN,
X.; LI, L.; LIU, F.; LIU, B. “Synthesis and biological of technetium-99m-labeled
Ζ/\Ί
deoxyglucose derivatives as imaging agents for tumor”. Bioorganic and Medicinal Chemistry Letters, v. 16, p. 5503-5506, 2006), está sendo testada uma grande variedade de substâncias que atuam de diferentes modos, como os marcadores de hipóxia tumoral (derivados do imidazol) que apresentam seletividade a tecidos com baixos níveis de 5 oxigênio e são usados para identificar células em hipóxia que poderão desenvolver resistência durante os processos de radio e quimioterapia (Chu, t.; li, r.; hu, s.; liu, x.; wang, x. preparation and biodistribution of technetium-99m-labeled l-(2nitroimidazole-l-yl)-propanhydroxy-iminoamida (N2IPA) as tumor hypoxia marker. Nuclear Medicine and Biology, v. 31, p. 199-203, 2004), precursores de DNA (timidina, 10 desoxiuridina e seus análogos) que se incorporam ao material genético no processo de síntese do DNA refletindo a taxa de proliferação celular (CELEN, S.; GROOT, T.;
BALZARINI, J.; VUNCKY, K.; TERWINGHE, C. “Synthesis and evaluation of a mTc-MAMA-propyl-thymidine complex as a potential probe for in vivo visualization of tumor cell proliferation with SPECT”. Nuclear Medicine and Biology, v. 34. p. 28315 291, 2007; TENG, B.; BAI, Y.; CHANG, Y.; CHEN, S.; LI, Z. “Technetium-99mlabeling and synthesis of thymidine analogs: Potencial candidates for tumor imaging”. Bioorganic and Medicinal Chemistry Letters, v. 17, p. 3440-3444, 2007), e aminoácidos (metionina e tirosina) que participam da síntese de proteínas e em alguns casos são considerados mais sensíveis na determinação da taxa de proliferação celular que o 20 [18FJFDG, como no diagnóstico de tumores de pulmão e gliomas (BELKACÉMI, Y.;
TSOUTSOU, P.; MAGNÉ, N.; CASTADOT, P.; AZRIA, D. “Metabolic functional imaging for tumor radiosensitivity monitoring. Clinicai Reviews in Oncology/Hematology, v. 62, p. 227-239,2007”).
Foram relatados, em alguns estudos, a síntese de (S-EOE- MAG3-p-alanine: S25 (1-ethoxyethyl) mercaptoacetyltriglycyl -β-alanine and CCK4:Trp-Met-Asp-Phe-NH2) através de sucessivas condensações de aminoácidos ativados em resinas químicas de pureza elevada e o desenvolvimento de método de complexação do Tecnécio usando pH fisiológico e temperatura controlados. Além disso, estudos farmacológicos in vitro e in vivo demonstraram a afinidade específica do composto obtido por receptores CCKB 30 que são expressos preferencialmente por algumas células tumorais do trato digestivo.
(HAFID BELHADJ-TAHAR, JEAN-PAUL ESQUERRE AND YVON COULAIS. “An easy-to-use imaging tool and radiopharmaceutical agent derived from CCK4 for internai
9/17
radiotherapy”: Synthesis and assessment of an original biovector, Nuclear Instruments and Methods in Physics Research Section.)
O desenvolvimento de um radiofármaco análogo do peptídeo aM2, o Mercaptoacetiltriglicina (MAG)3-derivado do peptídeo aM2 com Tecnécio-99m, foi 5 realizado para o diagnóstico do câncer de mama. Estudos farmacológicos de biodistribuição in vivo demonstram a afinidade do composto obtido por células tumorais da região da mama. (S.M. OKARVI. “Synthesis, radiolabeling and in vitro and in vivo characterization of a technetium-99m labeled alpha-M2 peptide as a tumor imaging agent”. Journal of Peptide Research).
Alguns estudos descrevem a síntese e as características biológicas do Tecnécio99m triamida derivados do mercaptoacetiltriglicina (MAG3). (S. M. OKARVI, P. ADRIAENS, A. M. VERBRUGGEN. “Synthesis and biological characteristics of the Technetium-99m triamide derivatives of mercaptoacetyltriglycine (MAG3)”. Journal of
Labelled Compounds and Radiopharmaceuticals).
Outros estudos descrevem a síntese de Benzoyl-mercaptoacetylglycylglycylglycine-mannosyldextran (Bz MAG3-mannosyl-dextran) e o uso do composto obtido como radiofármaco para diagnóstico de células malignas no tecido reticuloendotelial. (DAVID R. VERA, ANNE M. WALLACE AND CARL K. HOHA. “99mTc] MAG3mannosyl-dextran: a receptor-binding radiopharmaceutical for sentinel node detection”.
Nuclear Medicine and Biology).
O pedido de patente sob o número US5245018, “Process for preparing a radiopharmaceutical composition”, descreve um processo de preparo de uma composição radiofarmacêutica, compreendendo tecnécio 99m, MAG3, agente redutor e estabilizante solúveis em água, a qual remove qualquer incômodo oriundo do diagnóstico local e diminui a exposição do técnico à radiação durante a operação,
O pedido de patente de número US5840273, “Technetium-99m complexes for use as radiopharmaceuticals”, descreve uma composição radiofarmacêutica compreendendo complexo de tecnécio 99-m para exame de função renal, bem como o método de exame usando a composição.
O pedido de patente sob o número US5986074, “Metal chelates as pharmaceutical imaging agents”, processes of making such and uses thereof, descreve o
10/17
processo de obtenção e composição farmacêutica de metais quelatos, como o Tecnécio99m, para ligantes correspondentes destinado ao diagnóstico de diversas doenças.
No entanto, em nenhuma das patentes citadas o ligante utilizado possuía a propriedade de ligar-se a células tumorais em estágios iniciais. Portanto, seria de grande 5 importância obter um ligante que tenha grande avidez por células tumorais em estágios iniciais.
No intuito de solucionar tal situação, a presente invenção propõe processo para obtenção de componente químico (ligante orgânico) derivado de MAG-3 ligado a um derivado glicosídico que apresenta afinidade por células tumorais como também seu
produto e uso. Esse ligante quando combinado a um radionuclídeo tomar-se-a um radiofármaco capaz de detectar tumores principalmente em estágios iniciais, o que inclusive favorece o tratamento e aumenta enormemente as chances de cura da doença.
A presente invenção descreve o componente químico (ligante orgânico) derivado de MAG-3 que apresenta afinidade por células tumorais bem como seu processo de obtenção e uso.
Mais particularmente esta invenção descreve o processo para obtenção de componente químico (ligante orgânico) ligado a um derivado glicosídeo que apresente afinidade por células tumorais. A glicose, então, assume papel fundamental como fonte de energia para as células tumorais.
O aumento da captação de glicose por estas células é devido ao seu metabolismo acelerado e a maior expressão de transportadores para glicose (GLUT) em células malignas (PAUWELS, E. K. J.; RIBEIRO, Μ. I; STOOT, J. H.; MCCREADY, V. R.; BOURGUIGNON, M.; MAZIERE, B. FDG accumulation and tumor biology. Nuclear
Medicine and Biology, v. 25, p. 317-322,1998; GU, J.; YAMAMOTO, H.;
FUKUNAGA, H.; DANNO, K.; TAKEMASA, I.; IKEDA, M TATSUMI, M.;
SEKIMOTO, M. Correlation of GLUT-1 overexpression, tumor size, and depth of invasion with 18F-2-fluoro-2-desoxy-D-glucose uptake by positron emission tomography in colorectal câncer. Digestive Diseases and Sciences, v. 51, p. 2198-2205, 2006; CELEN, S.; GROOT, T.; BALZARINI, J.; VUNCKY, K.; TERWINGHE, C.
Synthesis and evaluation of a 99mTc-MAMA-propyl-thymidine complex as a potential probe for in vivo visualization of tumor cell proliferation with SPECT. Nuclear Medicine and Biology, v. 34. p. 283-291,2007).
11/17
Com base no exposto e valendo-se do metabolismo acelerado das células tumorais, que as tornam mais ávidas por glicose, realizou-se a síntese em oito etapas de β-Dglicopiranosídeo de 4-N-[N3-(benzoil mercaptoacetil)glicilglicilglicil]aminofenila (1), um derivado da D-glicose que complexado ao Tecnécio-99m seria capaz de detectar 5 tumores, em estágios iniciais favorecendo o tratamento e aumentando as chances de cura.
Inicialmente, realizou-se a síntese de mercaptoacetiltriglicina (MAG3), um agente complexante para o Tecnécio-99m, e a síntese de β-D-glicopiranosídeo de 4aminofenila. Em seguida, acoplou-se o derivado glicosídico ao MAG3 em presença de
N-(3-dimetilaminopropil)-N’-etilcarbodiimida (EDAC) em DMF. O derivado sintetizado (1) foi estruturalmente caracterizado por espectroscopia no infravermelho e por espectrometria de ressonância magnética nuclear de Ή e 13C.
Nesse sentido, a presente invenção caracteriza-se pelo uso de ligantes orgânicos acoplados quimicamente a açúcares, que aumentam sua afinidade por células tumorais. 15 Esses ligantes são complexados a radionuclídeos, tomando-se capaz de detectar tumores principalmente em estágios iniciais, favorecendo o tratamento e aumentando as chances de cura.
A presente invenção pode ser melhor entendida através dos seguintes exemplos, porém não limitantes:
EXEMPLO 1- Síntese de 1,2,3,4,6-penta-0-acetil^-D-glicopiranose (2)
A um balão de fundo redondo de 500 mL foram adicionados 10,0 a 60,0 g (55 a 220 mmoL) de D-glicose e 8,0 a 32,0 g (100 a 400 mmoL) de acetato de sódio anidro. A 25 mistura foi dissolvida em 50 a 200 mL (54 a 216 g, 529,4 a 2117,6 mmoL) de anidrido acético. Ao balão foi acoplado um condensador de refluxo equipado com um tubo de cloreto de cálcio. Aqueceu-se a mistura reagente em banho de óleo a 50 - 150 °C, com agitação magnética, durante 40 minutos. O acompanhamento da reação foi feito por cromatografia em camada delgada (CCD), (eluente: diclorometano/acetato de etila 7:3 30 v/v; revelador: solução de ácido sulfúrico e aquecimento a 120°C). Ao final da reação a mistura reagente foi vertida em gelo pilado, ocorrendo a formação de um precipitado branco que foi recolhido por filtração a vácuo e, em seguida, recristalizado em etanol.
12/17
Foram obtidos 34,19 g (87,67 mmoL, 78,9%) de (2).Quantidades adicionais de (2) (25,37 g, 58,6%) foram obtidas pela mesma técnica. Esta acetilação tem como objetivo proteger os grupos hidroxilas do açúcar e, com isso, introduzir, seletivamente, grupos em determinadas posições. Nesta invenção, o método de escolha para a peracetilação foi 5 aquele em que se utiliza acetato de sódio como catalisador em presença de anidrido acético, fornecendo o anômero β que apresenta maior reatividade facilitando a execução das etapas de síntese posteriores (STICK, R. V. The Reactions of Monosaccharides. In: Carbohydrates: The Sweet Molecules of Life. San Diego: Academic Press, 2001. Cap.
7, p. 67-112).
{F.M.:Ci6H220h; M.M.: 390 g/moL; P.F.: 119,3-121,9 °C [P.F.Lit.: 131-132 °C] (DARROW, J. W.; DRUECKMMER, D. G. A cyclic phosphonamidate analogue of glucose as a selective inhibitor of inverting glycosidases. Bioorganic and Medicinal Chemistry, v. 4, n. 8, p. 1341-1348,1996)}
EXEMPLO 2- Síntese de brometo de 2,3,4,6-tetra-O-acetiI-a-D-glicopiranosila (3)
Em um balão de fundo redondo de 250 mL preparou-se uma solução de ácido bromídrico em ácido acético pela adição gota a gota de 5 a 15 mL de ácido bromídrico 48% p/p a 25 a 100 mL de anidrido acético, resfriado em banho de gelo.
Em outro balão de 250 mL solubilizaram-se 2,5 a 10 g (6,4 a 25,62 mmoL) de (2) em 20
a 40 mL de diclorometano. A solução foi resfriada, e, em seguida, adicionou-se, gota a gota, sob agitação magnética, a solução de ácido bromídrico em ácido acético. Deixouse a mistura reagente sob agitação magnética à temperatura ambiente por 80 minutos. A reação foi acompanhada por CCD (eluente: diclorometano/acetato de etila 9:1 v/v;
revelador: solução de ácido sulfurico e aquecimento a 120°C).
Verteu-se a mistura reagente em um erlenmeyer com gelo pilado, transferiu-se a solução resultante para um funil de separação e extraiu-se com duas porções de 20a 60 mL de diclorometano. A fase orgânica foi lavada com três porções de 20 a 60 mL de uma solução saturada de bicarbonato de sódio resfriada, e com quatro porções de 20 a 60 mL 30 de água destilada até pH neutro. Secou-se a fase orgânica com sulfato de sódio anidro.
A fase orgânica foi filtrada e concentrada em evaporador rotatório. Foi obtido um óleo que solidificou com a adição de éter de petróleo formando um sólido branco. Foram
13/17 obtidos 4,42 g (10,75 mmoL, 84%) de (3). Quantidades adicionais de (3) (11,21 g, 78,5%) foram obtidas pela mesma técnica. O objetivo desta síntese foi a substituição do grupo acetoxila do carbono anomérico por um átomo de bromo, pela reação da Dglicose peracetilada (2) com anidrido acético e ácido bromídrico 48% p/p numa proporção de 4:1 (CONCHIE, J.; LEVVY, G. A.; MARSH, C. A.. Methyl and phenyl glycosides of the common sugars. Advancess in Carbohydrate Chemistry, v. 12, p. 157
179,1957).
{F.M.:Ci4Hi9O9Br; M.M.: 411 g/moL; P.F. 84,9-86,1 °C [P.F. Lit.: 88-89 °C] (DARROW, J. W.; DRUECKMMER, D. G. A cyclic phosphonamidate analogue of 10 glucose as a selective inhibitor of inverting glycosidases. Bioorganic and Medicinal
Chemistry, v. 4, n. 8, p. 1341-1348,1996.)}
EXEMPLO 3 - Síntese de 2,3,4,6-tetra-O-acetil-p-D-glicopiranosídeo de 4nitrofenila (4)
Em um balão de fundo redondo de 250 mL foram colocados 1,53 a 9,2 g (11 a mmoL) de p-nitrofenol, 0,46 a 2,76 g (11 a 66 mmoL) de LiOH · H2O e 5 a 15 mL de água. Colocou-se 0 balão sob agitação magnética à temperatura ambiente. Após 15 minutos adicionaram-se 2,2 a 8,8 g (5,5 a 22 mmoL) de (3) dissolvido em 5 a 30 mL de
acetona. O balão foi deixado sob agitação magnética e à temperatura ambiente por 120 minutos. A reação foi acompanhada por CCD (eluente: diclorometano/acetato de etila 3:1 v/v; revelador: solução de ácido sulfurico e aquecimento a 120°C).
Verteu-se a mistura reagente em uma cápsula de porcelana e a acetona foi evaporada com ar comprimido. Formou-se um precipitado marrom, que foi transferido para um funil de separação utilizando-se três porções de 20 a 80 mL de água e três porções de 20 a 80 mL de diclorometano altemadamente. A fase aquosa foi extraída com três porções de 25 a 100 mL de diclorometano. As fases orgânicas reunidas foram extraídas com quatro porções de 25 a 100 mL de uma solução de NaOH 1 moL/L.
Lavou-se a fase orgânica com água até pH 6. Secou-se a fase orgânica com sulfato de sódio, e evaporou-se o solvente em evaporador rotatório fornecendo um sólido amarelo claro que foi recristalizado em álcool isopropílico. Foram obtidos 1,9 g (4,05 mmoL,
14/17
38%) de (4). Quantidades adicionais de (4) (1,83 g, 37%) foram obtidas pela mesma técnica, {F.M.:C2oH230i2N; M.M.: 469 g/moL; P.F.: 168,2-170,1 °C [P.F.Lit,: 177-178,5 °C ] (TEMERIUSZ, A.; GUBICA, T.; ROGOWSKA, P.; PARADOWSKA, K.;
CYRANSKI, Μ. K. Crystal structure and solid state I3C NMR analysis of nitrophenyl 2,
3, 4, 6-tetra-O-acetyl-p-D-gluco and galactopyranoside. Carbohydrate Research, v. 340, n. 6, p. 1175-1184, 2005)}
EXEMPLO 4 - Síntese de β-D-glicopiranosídeo de 4-nitrofenila (5)
Em um balão de fundo redondo de 100 mL foram adicionados 10 a 40 mL de metanol anidro. Ao balão foi acoplado um tubo de cloreto de cálcio. Colocou-se o balão em banho de gelo e sob agitação magnética. Adicionou-se quantidade catalítica de sódio metálico. Após a dissolução de todo o sódio adicionou-se 0,5 a 2,0 g (1,065 a 4,26 15 mmol) do glicosídeo (4). O balão foi mantido sob agitação magnética por 1 a 2 horas. A reação foi acompanhada por CCD (eluente: diclorometano/acetato de etila 7:3 v/v; revelador: solução de ácido sulfúrico e aquecimento a 120°C).
Adicionou-se resina ácida Amberlite IRA-120 a mistura reagente até pH 6. A mistura reagente foi filtrada e lavada com metanol. O filtrado foi concentrado em
evaporador rotatório e obteve-se 0,54 g (1,79 mmoL, 84%) de (5). Quantidades adicionais de (5) (0,46 g, 72%) foram obtidas pela mesma técnica. O objetivo desta síntese foi a desacetilação do açúcar utilizando o método de Zemplén (ROY;
TROPPER, 1990).
{F.M.:Ci2Hi5O8N; M.M.: 301 g/moL; P.F.: 158,2-160,0 °C [P.F.Lit.: 165-168 °C ] 25 (ALDRICH; Handbook of fine chemicals and laboratory equipament. São Paulo:
Sigma-Aldrich Brasil, 2003-2004. (Catálogo de informações técnicas))}
EXEMPLO 5 - Síntese de β-D-glicopiranosídeo de 4-aminofenila (6)
Dissolveu-se 0,1 a 0,4 g (0,3 a 1,2 mmoL) de (5) em 5 a 10 mL de água quente.
Após resfriamento, 25 a 75 mg de paládio/carvão foram adicionados e a mistura foi mantida por 2 horas sob agitação magnética e atmosfera de hidrogênio, em
15/17
hidrogenador Parr. A reação foi acompanhada por CCD (eluente: acetato de etila/metanol 3:1 v/v; revelador: solução de ácido sulfúrico e aquecimento a 120 °C ou ninidrina e aquecimento a 120 °C).
Ao término da reação, o catalisador foi removido por filtração e o solvente removido em evaporador rotatório. O produto bruto foi usado imediatamente na etapa seguinte. O objetivo desta síntese foi a redução do grupo nitro aromático para a obtenção de aminas aromáticas (LIU; LU, 2004), pois estes são facilmente hidrogenados (RYLANDER, Ρ. N. Hidrogenation Methods. In: Best Synthetic Methods.
2. ed. Burry St. Edmunds: St. Edmundsbyry Press United, 1988. p. 104-106; DOWNING, R. S.; KUNKELER, P. J.; VAN BEKKUM, H. Catalytic synthesis of aromatic amines. Catalysis Today, v. 37, p. 121-136,1997).
{F.M.:C12H17O6N; M.M.: 271 g/moL}
EXEMPLO 6 - Síntese de cloroacetilglicilglicilglicina (8)
Em um balão bitubulado de 250 mL foram adicionados 250 a 1000 mg (1,3 a 5,2 mmoL) de glicilglicilglicina solubilizados em 10 a 30 mL de solução de hidróxido de sódio 1 moL/L. O balão foi mantido em banho de gelo. Conectou-se ao balão um funil
de adição contendo 10 a 30 mL da solução de hidróxido de sódio 1 moL/L e outro funil de adição contendo 0,9 a 3,6 mL (11,5 a 43 mmoL) de cloreto de cloroacetila dissolvidos em 20 mL de éter etílico. Adicionou-se gota a gota, simultaneamente, todo o conteúdo dos funis. Após a adição, o meio apresentou pH na faixa de 4 a 6. A mistura reagente foi mantida sob agitação magnética por 5 a 10 horas a 0 °C. A reação foi guarda em freezer por 10 a 24 horas.
Adicionou-se à mistura reagente HC1 concentrado até pH 2 (foram gastos 2 mL).
A mistura foi vertida em uma cápsula e os solventes eliminados com ar comprimido. O produto bruto obtido foi usado diretamente na etapa seguinte. O processo de síntese (8) consiste na reação da glicilglicilglicina com cloreto de cloroacetila em presença de hidróxido de sódio, em uma reação do tipo Schotten-Baumann.
{F.M.: C8H12O5N3C1; M.M.: 265,5 g/moL}
16/17
EXEMPLO 7 - Síntese de benzoilmercaptoacetilglicilglicilglicina (9)
Adicionou-se 0,062 a 0,246 g (2,67 a 10,37 mmol) de sódio metálico a 15 mL de metanol anidro. Após dissolução do metal, adicionou-se 0,33 a 1,3 mL (2,79 a 11,14 5 mmoL) de ácido tiobenzóico.
A cloroacetilglicilglicilglicina bruta foi dissolvida em 210 mL de metanol anidro. Em seguida, adicionou-se, sobre esta, a solução de tiobenzoato de sódio, previamente preparada. A reação foi mantida sob refluxo por 1 a 3 horas. A reação foi
acompanhada por CCD (eluente: metanol 100%; revelador: iodo).
A mistura reagente foi resfriada e adicionaram-se 10 a 40 g de resina ácida
Amberlite IRA-120 mantendo-se a mistura reagente sob agitação magnética por 10 a 40 minutos. Filtrou-se a mistura, o filtrado foi transferido para uma cápsula e o solvente foi removido por evaporação com ar comprimido. Obteve-se um sólido amarelado. O produto foi transferido para um balão de 125 mL e adicionaram-se 5 a 20 mL de 15 acetona e 40 a 160 mL de éter etílico. O balão foi deixado em repouso e filtrou-se o conteúdo do balão obtendo um sólido branco. Foram obtidos 0,760 g (78%). Quantidades adicionais de (9) (2,00 g, 60%) foram obtidas pela mesma técnica.
Após o término da reação, adicionou-se à mistura reagente quantidade suficiente de resina de troca iônica Amberlite IRA-120, com o propósito de captar o cátion sódio e 20 liberar H+, formando HC1 no meio. A massa de resina a ser utilizada foi calculada com
base na quantidade total de cloreto de sódio formado nas duas etapas de síntese, e foi utilizada a proporção de dois equivalentes de resina para cada equivalente de NaCl. Desta maneira, após evaporação do solvente e do HC1 obteve-se (9) com rendimento médio de 69%.
{F.M.:Ci5Hi7O6N3S; M.M.: 367 g/moL; P.F.: 188,2-193,5 °C [P.F.Lit.: 195-196 °C ] (FRITZBERG, A. R.; KASINA, S.; ESHIMA, D.; JOHNSON, D. L. Synthesis and biological evaluation of technetium-99m MAG3 as a Hippuran replacement. Joumal of Nuclear Medicine, v. 27, η. 1, p. 111-116,1986)}
EXEMPLO 8 - Síntese de β-D-glicopiranosídeo de 4-Ar-[7V3-(benzoílmercaptoacetil)glicilglicilglicil]aminofenila (10)
17/17
Em um balão de fundo redondo de 50 mL foram dissolvidos 90 a 360 mg (0,33 a
1,32 mmoL) do glicosídeo (6) em 5 a 10 mL de DMF. Em seguida, adicionaram-se
181,5 a 726 mg (0,495 a 1,98 mmoL) de (9) e com agitação magnética até a dissolução dos reagentes. Adicionaram-se 96,5 a 386 mg (0,495 a 1,98 mmoL) de EDAC e 5 manteve-se a mistura sob agitação magnética à tempetratura ambiente por 10 a 36 horas.
A reação foi acompanhada por CCD (eluente: acetato de etila/metanol 8:2 v/v; revelador: solução de ácido sulfurico e aquecimento a 120 °C ou ninidrina e aquecimento a 120°C).
Verteu-se a mistura reagente em uma cápsula e removeu-se o solvente com ar
comprimido. O resíduo formado foi lavado com água destilada e centrifugado a 3000 vezes a força gravitacional. Retirou-se o sobrenadante e ao precipitado formado, adicionou-se água. A mistura foi levada à fervura e filtrada à quente. Obteve-se (10) como sólido de cor bege. Foram obtidos 0,13 g (0,21 mmoL, 31,5%),
Nesta etapa realizou-se o acoplamento do derivado sacarídico 6 com o Bz15 MAG3 9 para fornecer o produto de acoplamento Bz-MAG3-G 10 para utilização nos estudos de biodistribuição, pois apresenta em sua mistura o agente complexante para o tecnécio 99-m (MAG3) e o carboidrato de interesse (D-glicose) na forma de glicosídeo.
{F.M.:C27H32O11N4S; M.M.: 620 g/moL; P.F.: 213,2-214,4 °C; [a]D25 -21,7 (c2,5, DMSO)}
Foram utilizados dois métodos para a reação de formação de (10), com o
objetivo de avaliar a melhor técnica a ser seguida. No primeiro utilizou-se como agente de acoplamento a DCC juntamente com a V-hidroxissuccínimida (NHS), além do BzMAG3 (10) e do glicosídeo reduzido (6), todos na mesma proporção. Utilizando-se este método, obteve-se o produto de acoplamento com 6% de rendimento.
No segundo método utilizou-se, além do glicosídeo reduzido (0 e do BZ-MAG3 (2), EDAC como agente de acoplamento. Foi usado excesso de EDAC e de BZ-MAG3 na proporção de 1,5 para 1. O produto (10) foi obtido com rendimento de 31,5%.