BRPI0311609B1 - Composições de fórmula infantil contendo luteína e zeaxantina - Google Patents

Description

Relatório Descritivo da Patente de Invenção para "COMPOSIÇÕES DE FÓRMULA INFANTIL CONTENDO LUTEÍNA E ZEAXANTINA".

Campo da Invenção Esta invenção refere-se a composições de fórmula contendo lutei na e zeaxantina e ao uso de tais composições como uma fonte de nutrição para lactantes.

Antecedentes da Invenção Lutei na e zeaxantina são xantofilas de ocorrência natural (pigmentos de planta que são uma sub-ciasse de carotenóides) encontradas em alimentos co mu mente consumidos, tais como espinafre, couve, milho e laranjas. Seres humanos não podem sintetizar luteína ou zeaxantina, portanto, a única fonte de luteína e zeaxantina no corpo humano é a partir da dieta. Ao contrário de beta-caroteno, luteína e zeaxantina não podem ser convertidas em vitamina A. Luteína e zeaxantina têm estruturas químicas similares e podem apenas ser distinguidas uma da outra usando-se métodos analíticos especializados. Os compostos podem ser chamados coletivamente de "luteína + zeaxantina1' para refletir que os compostos não foram separados durante a análise química, Luteína e zeaxantina são os únicos carotenóides de dieta comum encontrados na retina do olho humano. O mecanismo de acúmulo seletivo de luteína e zeaxantina no olho é atualmente pobremente entendido. No entanto, o fato de que luteína e zeaxantina são acumuladas no olho humano indica que elas podem realizar uma função biológica. Luteína e zeaxantina podem proteger a retina contra dano agindo como antioxidantes ou filtrando comprimentos de onda prejudiciais de luz azul. Aiém disso, luteína e zeaxantina podem aperfeiçoar acuidade visual filtrando luz azul que não é totalmente focalizada pelas lentes (Hammond e outros, Arch Biochem Biophys (2001), 385, págs. 41-46). Estas propriedades podem ser especíalmente importantes para o infante jovem uma vez que a acuidade visual se desenvolve lentamente durante os primeiros meses de vida (McCulloch, Op-thal Physiol Opt (1998), 18, págs. 140-146) e seu olhos não filtram luz nocivas tão bem quarto adultos (Gaillard e outros, IOVS (2000), 41, págs. 1454-1459).

Embora os compostos de luteína e zeaxantina sejam bem conhecidos, muita pouca informação está disponível sobre luteína e zeaxantina em relação à dieta de infantes humanos. Vários estudos mediram a quantidade de luteína e/ou zeaxantina no sangue do cordão (Kiley e outros, Eur J Clin Nutr (1999), 53, págs. 711-715; Oostenbrug e outros, Br J Nutr (1998), 80, págs. 67-73; Oostenbrug e outros, Eur J Clin Nutr (1998), 52, págs. 754-759; Yeum e outros, J Am Coll Nutr (1988), 17, págs. 442-447). No entanto, estas constatações relacionam-se com luteína e zeaxantina derivadas do sangue da mãe e não das fontes de dieta do próprio infante. Um revisão incluiu dados preliminares sobre níveis de luteína no sangue em nove infantes alimentados no seio (Jewell e outros, Proc Nutr Soc (2001), 60, págs. 171-178) e um resumo pelos mesmos autores (Jewell e outros, Proc Nutr Soc (2001), 60, OCB) controlaram luteína e zeaxantina no plasma em um grupo de infantes prematuros por até cinco semanas. Estas investigações verificaram que há uma alta correlação entre concentrações de luteína e zeaxantina no plasma das mães e seus infantes alimentados no seio. No entanto, os autores não comparam níveis no plasma de alguns carotenóides em infantes alimentados no seio versus infantes alimentados com fórmula, mas níveis no plasma de luteína ou zeaxantina não foram relatados (Sommerburg e outros, Eur. J. Pediatr. (2000) 159: 86-90).

Um pôster entitulado "Contribution of Beta Carotene (PC) from pC Enriched Formulae to Individual and Total Serum Carotenoids in Term Infants" apresentado no encontro da Society for Pediatric Research em Se-attle, Washington, USA, em maio de 1994, comparou concentrações de carotenóides no plasma em infantes alimentados com fórmula versus infantes alimentados no seio a pleno termo. As constatações demonstraram que em infantes alimentados com fórmula, níveis de carotenóide no soro (incluindo níveis de luteína) são mais baixos em comparação com infantes alimentados no seio.

Análises químicas de luteína e zeaxantina em olhos de infantes pós-morte relatados em três estudos, embora nenhum destes estudos tinha diferenciado entre infantes alimentados no seio e infantes alimentados com fórmula. Handelman e outros (IOVS) (1988), 29, págs. 850-855) relatam níveis de luteína e zeaxantina na retina para dois infantes enquanto Bone e outros, relatam níveis de luteína e zeaxantina para cinco infantes em um estudo (Bone e outros, Exp. Eye Res. (1997) 64, 211-218) e quatro infantes em um outro (Bone e outros, IOVS (1988), 29, págs. 843-849). Em geral, infantes tinham concentrações de luteína e zeaxantina na retina totais menores do que crianças ou adultos, mas a razão luteína para zeaxantina era muito mais alta em infantes em comparação com adultos. Assim, lactantes são distintos de crianças mais velhas e adultos com relação a luteína e zeaxantina no olho. Vários estudos mediram o teor de luteína + zeaxantina combinados de amostras de leite humano. Ver, por exemplo, Canfield e outros, Eur. J. Nutr. 40:30:38 (2001); Sschweigert e outros, Int. J. Vitam. Nutr. Res., 70(3) págs. 79-83 (2000); Canfield e outros, Am. J. Clin. Nutr., 67:276-283 (1998); Canfield e outros, Anal. Chem. 69, págs. 1873-1881 (1997); Giuliano e outros, Methods in Immunology, vol. 213 págs. 381-399 (1992); e Patton e outros, LIPIDS, vol. 25, n° 3, págs. 159-165 (1990). Um estudo separadamente relatou níveis de luteína versus zeaxantina em leite humano (Khachik e outros, Anal. Chem. (1997), 69, 1873-1881). Assim, leite de seio humano contém luteína e zeaxantina. No entanto, luteína e zeaxantina não são atualmente adicionados a qualquer fórmula infantil.

Formulações contendo carotenóides, tais como luteína e zeaxantina, entre outros ingredientes, são conhecidas. A patente U.S. n° 6.261.598 descreve formulações de carotenóide contendo beta-caroteno, licopeno e luteína e o seu uso em alimentos humanos. A WO 200137781 descreve dispersões aquosas de nutrientes selecionados de (a) uma isoflavona, (b) licopeno, (c) luteína e (d) uma co-enzima para o uso em bebidas e cosméticos. A EP 774251 descreve o uso do 3R-3’R estereoisômero de zeaxantina na fabricação de medicamentos como suplementos nutricionais para o tratamento ou profilaxia de degeneração macular em seres humanos. A EP 1155620 descreve composições nutricionais para suplementos de dieta compreendendo uma porção mineral, pelo menos 40% de óleo de peixe e uma porção de vitamina incluindo uma seleção de vitaminas e seus derivados selecionados de beta caroteno, vitaminas do complexo B, Vitamina C, Vitamina D, Vitamina E, ácido fólico e biotina.

No entanto, o uso de luteína e zeaxantina em composições de fórmula infantil até agora não foi descrito. Correspondentemente, há uma necessidade de tal formulação.

Sumário da Invenção A presente invenção refere-se a uma composição de fórmula infantil compreendendo luteína e zeaxantina. A invenção refere-se ainda a um método para alimentação de um infante compreendendo a administração ao infante de uma composição compreendendo luteína e zeaxantina. Descrição Detalhada da Invenção Os componentes de luteína e zeaxantina úteis na presente fórmula podem estar na forma de xantofilas livres, ésteres de xantofila ou outras formas químicas de luteína ou zeaxantina podem ser preparados por qualquer um ou mais de vários métodos reconhecidos por aqueles versados na técnica. Por exemplo, luteína e zeaxantina podem ser obtidas por extração de cravos-de-defunto ou outras fontes ricas em xantofilas, síntese química, fermentação ou outras fontes de xantofila enriquecidas e derivadas de biotecnologia. Uma forma adequada de luteína e zeaxantina úteis na presente invenção está disponível comercialmente como "Lutein 5% TG" da Roche Vitamins, Inc., (Parsippany, NJ). A composição de fórmula infantil da presente invenção pode compreender luteína e zeaxantina em uma quantidade de cerca de 6 a cerca de 230 mcg/litro. De preferência as presentes composições de fórmula de infantil contêm cerca de 15 a cerca de 44 mcg/litro, mais de preferência cerca de 20 a cerca de 30 mcg/litro e com mais preferência cerca de 25 mcg/litro de luteína e zeaxantina. As quantidades de luteína e zeaxantina descritas aqui referem-se à quantidade combinada dos compostos luteína e zeaxantina e não estes compostos individualmente. Portanto, contanto que as formulações contenham a quantidade total de luteína e zeaxantina indicadas aqui, as quantidades dos componentes individuais não são críticas. O uso de luteína e zeaxantina nas presentes quantidades assemelha-se proximamente às quantidades de tais compostos encontrados no leite de seio humano em uma base mundial.

Como relatado na 2000 International for Research on Human Milk and Lactation Meeting, um estudo analisou o teor de luteína e zeaxantina totais de amostras de leite humano de 450 mulheres de nove países. A concentração individual mais baixa de luteína e zeaxantina observada era de 6 mcg/litro e a concentração mais alta era de 230 mcg/litro. A seguinte tabela indica a concentração média de luteína e zea-xantina em amostras de leite de cada um dos nove países._________________ As composições de fórmula infantil da presente invenção podem ser preparadas por utilização de fórmulas convencionais à base de leite bovino e proteína, tais como fórmulas à base de S-26 ou proteína de soja, tal como Nursoy disponível da Wyeth Nutrition.

As composições de fórmula infantil da invenção podem também conter vitaminas e minerais considerados serem essenciais na dieta diária. Estas vitaminas e minerais devem estar presentes nas composição de fórmula infantil em quantidades nutricionalmente significativas. Exemplos de vitaminas e minerais adequados incluem vitamina A, complexo de vitamina B, vitamina C, vitamina D, vitamina E, vitamina K, cálcio, magnésio, sódio, potássio, fósforo, cobre, zinco, iodo, selênio, ferro, niacina, ácido fólico, ácido pantotênico, biotina, colina, inositol e manganês.

As composições de fórmula infantil podem ulteriormente compreender uma ou mais fontes de lipídio como serão reconhecidos por aqueles versados na técnica. Além do mais, as presentes composições podem conter materiais adicionais que mostram ter efeitos benéficos, tais como nu-cleotídeos, imunoglobulinas e ácido graxos poliinsaturados. A presente invenção será agora descrita com referências aos seguintes exemplos.

Exemplo 1 Uma composição de fórmula infantil exemplar de acordo com a presente invenção é como se segue:________________________ A combinação da fórmula é como se segue: A fórmula do exemplo 1 foi preparada por combinação de 4500 mg de luteína e zeaxantina (Lutein 5% TG disponível da Roche Vitamins) com as vitaminas solúveis em gordura da formulação. Esta combinação foi então adicionada à combinação de gordura para obter uma concentração final de luteína e zeaxantina de 225 mg por kg de pó de fórmula acabado. O restante dos ingredientes foram combinados e a mistura final foi seca para obter um pó. A presente invenção pode ser expressa em outras formas específicas sem se afastar da presente como atributos da mesma e, correspondentemente, referência deve ser feita à aprovação e reivindicações ao invés de ao relatório exposto acima como indicando o escopo da invenção.

Claims (4)

1. Composição de fórmula infantil na forma líquida, caracterizada pelo fato de que compreende luteína e zeaxantina em uma quantidade de 61,44 a 230 mcg/L.

2. Composição de fórmula infantil, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que compreende ainda pelo menos um de Vitamina A, Vitamina D, Vitamina E e complexo de Vitamina B.

3. Composição de fórmula infantil de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que compreende ainda pelo menos um de cálcio, magnésio, sódio, potássio, fósforo, cobre, zinco, iodo, selênio e ferro.

4. Composição de fórmula infantil na forma de um pó seco, caracterizada pelo fato de que pode ser reconstituída por adição de água para produzir uma composição, como definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 3.