BR112020011454A2 - métodos para prever o risco de acidente vascular, para prever o risco de acidente vascular cerebral e para aprimorar a precisão da previsão e usos do (i) biomarcador ang-2 e/ou do biomarcador igfbp7 - Google Patents

métodos para prever o risco de acidente vascular, para prever o risco de acidente vascular cerebral e para aprimorar a precisão da previsão e usos do (i) biomarcador ang-2 e/ou do biomarcador igfbp7 Download PDF

Info

Publication number
BR112020011454A2
BR112020011454A2 BR112020011454-5A BR112020011454A BR112020011454A2 BR 112020011454 A2 BR112020011454 A2 BR 112020011454A2 BR 112020011454 A BR112020011454 A BR 112020011454A BR 112020011454 A2 BR112020011454 A2 BR 112020011454A2
Authority
BR
Brazil
Prior art keywords
stroke
patient
risk
ang
igfbp7
Prior art date
Application number
BR112020011454-5A
Other languages
English (en)
Inventor
Ursula-Henrike Wienhues-Thelen
Johann Karl
Peter Kastner
Vinzent Rolny
André Ziegler
David Conen
Original Assignee
F. Hoffmann-La Roche Ag
Priority date (The priority date is an assumption and is not a legal conclusion. Google has not performed a legal analysis and makes no representation as to the accuracy of the date listed.)
Filing date
Publication date
Application filed by F. Hoffmann-La Roche Ag filed Critical F. Hoffmann-La Roche Ag
Publication of BR112020011454A2 publication Critical patent/BR112020011454A2/pt

Links

Classifications

    • GPHYSICS
    • G01MEASURING; TESTING
    • G01NINVESTIGATING OR ANALYSING MATERIALS BY DETERMINING THEIR CHEMICAL OR PHYSICAL PROPERTIES
    • G01N33/00Investigating or analysing materials by specific methods not covered by groups G01N1/00 - G01N31/00
    • G01N33/48Biological material, e.g. blood, urine; Haemocytometers
    • G01N33/50Chemical analysis of biological material, e.g. blood, urine; Testing involving biospecific ligand binding methods; Immunological testing
    • G01N33/68Chemical analysis of biological material, e.g. blood, urine; Testing involving biospecific ligand binding methods; Immunological testing involving proteins, peptides or amino acids
    • G01N33/6893Chemical analysis of biological material, e.g. blood, urine; Testing involving biospecific ligand binding methods; Immunological testing involving proteins, peptides or amino acids related to diseases not provided for elsewhere
    • GPHYSICS
    • G01MEASURING; TESTING
    • G01NINVESTIGATING OR ANALYSING MATERIALS BY DETERMINING THEIR CHEMICAL OR PHYSICAL PROPERTIES
    • G01N2333/00Assays involving biological materials from specific organisms or of a specific nature
    • G01N2333/435Assays involving biological materials from specific organisms or of a specific nature from animals; from humans
    • G01N2333/46Assays involving biological materials from specific organisms or of a specific nature from animals; from humans from vertebrates
    • G01N2333/47Assays involving proteins of known structure or function as defined in the subgroups
    • G01N2333/4701Details
    • G01N2333/4745Insulin-like growth factor binding protein
    • GPHYSICS
    • G01MEASURING; TESTING
    • G01NINVESTIGATING OR ANALYSING MATERIALS BY DETERMINING THEIR CHEMICAL OR PHYSICAL PROPERTIES
    • G01N2333/00Assays involving biological materials from specific organisms or of a specific nature
    • G01N2333/435Assays involving biological materials from specific organisms or of a specific nature from animals; from humans
    • G01N2333/475Assays involving growth factors
    • G01N2333/515Angiogenesic factors; Angiogenin
    • GPHYSICS
    • G01MEASURING; TESTING
    • G01NINVESTIGATING OR ANALYSING MATERIALS BY DETERMINING THEIR CHEMICAL OR PHYSICAL PROPERTIES
    • G01N2800/00Detection or diagnosis of diseases
    • G01N2800/32Cardiovascular disorders
    • G01N2800/326Arrhythmias, e.g. ventricular fibrillation, tachycardia, atrioventricular block, torsade de pointes
    • GPHYSICS
    • G01MEASURING; TESTING
    • G01NINVESTIGATING OR ANALYSING MATERIALS BY DETERMINING THEIR CHEMICAL OR PHYSICAL PROPERTIES
    • G01N2800/00Detection or diagnosis of diseases
    • G01N2800/50Determining the risk of developing a disease
    • GPHYSICS
    • G01MEASURING; TESTING
    • G01NINVESTIGATING OR ANALYSING MATERIALS BY DETERMINING THEIR CHEMICAL OR PHYSICAL PROPERTIES
    • G01N2800/00Detection or diagnosis of diseases
    • G01N2800/52Predicting or monitoring the response to treatment, e.g. for selection of therapy based on assay results in personalised medicine; Prognosis

Landscapes

  • Life Sciences & Earth Sciences (AREA)
  • Health & Medical Sciences (AREA)
  • Engineering & Computer Science (AREA)
  • Molecular Biology (AREA)
  • Chemical & Material Sciences (AREA)
  • Biomedical Technology (AREA)
  • Urology & Nephrology (AREA)
  • Hematology (AREA)
  • Immunology (AREA)
  • Biotechnology (AREA)
  • Analytical Chemistry (AREA)
  • Cell Biology (AREA)
  • Proteomics, Peptides & Aminoacids (AREA)
  • Food Science & Technology (AREA)
  • Medicinal Chemistry (AREA)
  • Physics & Mathematics (AREA)
  • Microbiology (AREA)
  • Biochemistry (AREA)
  • General Health & Medical Sciences (AREA)
  • General Physics & Mathematics (AREA)
  • Pathology (AREA)
  • Investigating Or Analysing Biological Materials (AREA)
  • Medicines That Contain Protein Lipid Enzymes And Other Medicines (AREA)

Abstract

A presente invenção refere-se a um método para prever o risco de acidente vascular cerebral de um paciente e a um método para aprimorar a precisão da previsão de uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral. Os métodos da presente invenção são baseados na determinação da quantidade de Angiopoietina-2 (Ang-2) e/ou da quantidade de proteína 7 de ligação ao fator de crescimento semelhante à insulina (IGFBP7) em uma amostra de um paciente. Além disso, a presente invenção refere-se ao uso (i) do biomarcador Ang-2 e/ou do biomarcador IGFBP7, e/ou (ii) pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a Ang-2 e/ou pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a IGFBP7 em uma amostra de um paciente para prever o risco de acidente vascular cerebral do referido paciente.

Description

“MÉTODOS PARA PREVER O RISCO DE ACIDENTE VASCULAR, PARA
PREVER O RISCO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL E PARA APRIMORAR A PRECISÃO DA PREVISÃO E USOS DO (I) BIOMARCADOR ANG-2 E/OU DO BIOMARCADOR IGFBP7”
[0001] A presente invenção refere-se a um método para prever o risco de acidente vascular cerebral de um paciente e a um método para aprimorar a precisão da previsão de uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral. Os métodos da presente invenção são baseados na determinação da quantidade de Angiopoietina-2 (Ang-2) e/ou da quantidade de proteína 7 de ligação ao fator de crescimento semelhante à insulina (IGFBP7) em uma amostra de um paciente. Além disso, a presente invenção refere-se ao uso (i) do biomarcador Ang-2 e/ou do biomarcador IGFBP7, e/ou (ii) pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a Ang-2 e/ou pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a IGFBP7 em uma amostra de um paciente para prever o risco de acidente vascular cerebral do referido paciente.
SEÇÃO DE ANTECEDENTES
[0002] O acidente vascular cerebral ocupa a segunda posição após a doença isquêmica do coração como causa de perda de incapacidade - ajustada - de anos de vida em países de alta renda e como causa de morte em todo o mundo. A fim de reduzir o risco de acidente vascular cerebral, a terapia de anticoagulação parece ser a terapia mais apropriada.
[0003] A fibrilação atrial (FA) é um importante fator de risco para acidente vascular cerebral (Hart, et al., Ann Intern Med 2007; 146(12): 857-67; Go AS, et al. JAMA 2001; 285(18): 2370-5). A fibrilação atrial é caracterizada por batimentos cardíacos irregulares e geralmente começa com breves períodos de batimentos anormais que podem aumentar com o tempo e se tornar uma condição permanente. Estima-se que 2,7 a 6,1 milhões de pessoas nos Estados Unidos tenham fibrilação atrial e aproximadamente 33 milhões de pessoas em todo o mundo (Chugh S.S., et al., Circulation 2014;129:837-47).
[0004] É importante avaliar quais pacientes com FA apresentam maior risco de fibrilação atrial e, portanto, podem se beneficiar de uma terapia intensiva de anticoagulação para reduzir o risco de acidente vascular cerebral (Hijazi, et al., European Heart Journal doi:10.1093/eurheartj/ehw054. 2016).
[0005] A pontuação CHADS2, a pontuação CHA2DS2- VASc e a pontuação ABC são regras de previsão clínica para estimar o risco de acidente vascular cerebral em pacientes com fibrilação atrial. As pontuações são usadas para avaliar se o tratamento é ou não necessário com a terapia de anticoagulação. A pontuação ABC de acidente vascular cerebral inclui idade, biomarcadores (fragmento N-terminal do peptídeo natriurético tipo Be troponina cardíaca de alta sensibilidade) e histórico clínico (acidente vascular cerebral prévio), vide Oldgren, et al., Circulation. 2016;(134):1697-1707).
[0006] Angiopoietinas são glicoproteínas que estão envolvidas na angiogênese. Como elas também são expressas em tecidos saudáveis, elas devem estabilizar os vasos existentes e modular a interação entre as células endoteliais e as células do músculo liso vascular circundante (Wong AL, et al. Circ Res. 1997; 81:567-74). São conhecidas quatro angiopoietinas, angiopoietina-1 (Ang-1) a angiopoietina-4 (Ang-4). A angiopoietina-2 humana (Ang-2) é, por exemplo, descrita em Maisonpierre PC et al., (Science 277 (1997) 55-60 e Cheung, A.H., et al., Genomics 48 (1998) 389-91) e é um dos quatro membros da família de angiopoietina. A Ang-2 foi descoberta como ligante para os Ties, uma família de tirosina quinases que é seletivamente expressa dentro do endotélio vascular (Yancopoulos, G. D., et al., Nature 407 (2000) 242-48).
[0007] Embora a Ang-1 seja uma agonista da tirosina quinase do receptor Tie2 específico das células endoteliais e tenha propriedades pró-angiogênicas, verificou-se que a Ang-2 interrompe a formação de vasos sanguíneos e tem ação de sinalização antagônica através do receptor Tie-2 (Maisonpierre PC, et al., Science 1997;277:55-60).
[0008] Sabe-se que a Angiopoietina-2 (Ang-2) prejudica a integridade endotelial e mostrou-se elevada na insuficiência cardíaca (vide, por exemplo, Poss, et al. Angiopoietin-2 and outcome in patients with acute decompensated heart failure. Clin Res Cardiol. Maio, 2015; 104 (5): 380-387, ou Lukasz, et al., Angiopoietin-2 in adults with congenital heart disease and heart failure. PLoS One. 2013; 8(6):e66861).
[0009] Verificou-se que a Ang-2 é elevada em pacientes com fibrilação atrial (Freestone, et al., Angiogenic factors in atrial fibrillation: a possible role in thrombogenesis? Ann Med 2005; 37: 365–72 ou Choudhury, et al., Relationship of Soluble CD40 Ligand to Vascular Endothelial Growth Factor, Angiopoietins, and Tissue Factor in atrial fibrillation, CHEST 2007; 132:1913– 1919).
[00010] O pedido de patente internacional PCT/EP2017/064970 divulga que Ang-2 e IGFBP7 podem ser usados para a previsão de recorrência de fibrilação atrial.
[00011] O documento WO 2014/072500 divulga a IGPBP7 como um biomarcador para o diagnóstico de fibrilação atrial.
[00012] O documento WO 2014/040759 divulga a IGFBP7 como um preditor de eventos cardiovasculares e mortalidade. Além disso, verificou-se que a IGFBP-7 é elevada em pacientes com insuficiência cardíaca com ejeção reduzida com risco de eventos cardiovasculares (Ghandi et al., Am J Cardiol 2014; 114:1543e1549). Os níveis de IGFBP-7 foram considerados prognósticos em pacientes com ICFEP em relação a mortalidade por todas as causas, hospitalização cardiovascular e um composto de hospitalização por IC ou morte por IC (Ghandi, et al., J Cardiac Failure 2017). O desfecho primário foi um composto de mortalidade por todas as causas e hospitalização cardiovascular especificada por protocolo, que foi definida como hospitalização por piora de IC, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, angina instável, disritmia ventricular ou atrial ou infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral que ocorreu com qualquer hospitalização. No entanto, nenhum dado é mostrado para os níveis de IGFBP-7 em associação com o acidente vascular cerebral de desfecho.
[00013] A previsão de acidente vascular cerebral e a seleção de medicamentos preventivos são importantes necessidades clínicas não atendidas.
[00014] Até o momento, a IGFBP7 e a Ang-2 não foram usadas para prever o acidente vascular cerebral em pacientes com fibrilação atrial.
[00015] O problema técnico subjacente à presente invenção pode ser visto como o fornecimento de métodos para atender às necessidades mencionadas acima. O problema técnico é resolvido pelas modalidades caracterizadas nas reivindicações e abaixo no presente documento.
[00016] De maneira vantajosa, verificou-se no contexto dos estudos da presente invenção que a determinação da quantidade de Ang-2 e/ou IGFBP7 em uma amostra de um paciente permite a previsão de acidente vascular cerebral.
DESCRIÇÃO RESUMIDA DA PRESENTE INVENÇÃO
[00017] O presente método para prever o risco de acidente vascular cerebral de um paciente, compreendendo as etapas de: a) determinar a quantidade de Angiopoietina-2 (Ang-2) e/ou a quantidade de proteína 7 de ligação ao fator de crescimento semelhante à insulina (IGFBP7) em uma amostra do paciente; e b) comparar a quantidade de Ang-2 e/ou a quantidade de IGFBP7 com uma quantidade de referência, pela qual o risco de acidente vascular cerebral é previsto.
[00018] Em uma modalidade do método da presente invenção, o paciente sofre de fibrilação atrial.
[00019] Em uma modalidade do método da presente invenção, a fibrilação atrial é fibrilação atrial paroxística, persistente ou permanente.
[00020] Em uma modalidade do método da presente invenção, o paciente tem uma histórico de acidente vascular cerebral ou AIT (ataque isquêmico transitório).
[00021] Em uma modalidade do método da presente invenção, a idade do paciente é de 65 anos ou mais. Além disso, a idade do paciente pode ser de 55 anos ou mais.
[00022] Em uma modalidade do método da presente invenção, o paciente recebe terapia de anticoagulação.
[00023] Em uma modalidade do método da presente invenção, acidente vascular cerebral é acidente vascular cerebral cardioembólico.
[00024] Em uma modalidade do método da presente invenção, o paciente é humano.
[00025] Em uma modalidade do método da presente invenção, a amostra é sangue, soro ou plasma.
[00026] Em uma modalidade do método da presente invenção, uma quantidade de Ang-2 e/ou uma quantidade de IGFBP7 que está aumentada em comparação com a quantidade de referência é indicativa de um paciente que está em risco de sofrer um acidente vascular cerebral e/ou uma quantidade de Ang-2 e/ou uma quantidade de IGFBP7 que está diminuída ou não alterada em comparação com a quantidade de referência é indicativa de um paciente que não está em risco de sofrer um acidente vascular cerebral.
[00027] Em uma modalidade do método da presente invenção, a janela preditiva é um período de até 10 anos.
[00028] Em uma modalidade do método da presente invenção, a janela preditiva é um período de cerca de 5 anos.
[00029] Em uma modalidade preferida particular do método da presente invenção, a janela preditiva é um período de até 3 anos.
[00030] Em uma modalidade do método da presente invenção, o método compreende ainda a etapa de recomendar terapia de anticoagulação ou de recomendar uma intensificação da terapia de anticoagulação se o paciente tiver sido identificado como estando em risco de sofrer um acidente vascular cerebral.
[00031] A presente invenção refere-se ainda a um método para prever o risco de acidente vascular cerebral em um paciente, compreendendo as etapas de: a) determinar a quantidade de Ang-2 e/ou a quantidade de proteína 7 de ligação ao fator de crescimento semelhante à insulina (IGFBP7) em uma amostra do paciente com uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral conhecida, b) avaliar a pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral para o referido paciente, e c) prever o risco de acidente vascular cerebral com base nos resultados das etapas (a) e (b).
[00032] A presente invenção refere-se ainda a um método para aprimorar a precisão da previsão de uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral para um paciente, compreendendo as etapas de:
a) determinar a quantidade de Ang-2 e/ou a quantidade de proteína 7 de ligação ao fator de crescimento semelhante à insulina (IGFBP7) em uma amostra do paciente com uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral, e b) combinar um valor para a quantidade de Ang-2 e/ou IGFBP-7 com a pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral, pelo qual a precisão da previsão da referida pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral é aprimorada.
[00033] Na modalidade do método acima mencionado, o método compreende ainda a avaliação da pontuação de risco clínico para o referido paciente.
[00034] Em uma modalidade da presente invenção, a pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral é a pontuação CHA₂DS₂-VASc-Score, a pontuação CHADS₂-Score ou a pontuação ABC- Score.
[00035] A presente invenção refere-se ainda ao uso do (i) biomarcador Ang-2 e/ou do biomarcador IGFBP7, e/ou (ii) pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a Ang-2 e/ou de pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a IGFBP7 em uma amostra de um paciente, caracterizado por ser para prever o risco de acidente vascular cerebral do referido paciente.
[00036] A presente invenção refere-se ainda ao uso do (i) biomarcador Ang-2 e/ou do biomarcador IGFBP7, e/ou (ii) pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a Ang-2 e/ou de pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a IGFBP7 em uma amostra de um paciente, caracterizado por ser para aprimorar a precisão da previsão de uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral.
[00037] A presente invenção refere-se ainda ao uso do (i)
biomarcador Ang-2 e/ou do biomarcador IGFBP7, e/ou (ii) pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a Ang-2 e/ou de pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a IGFBP7, em uma amostra de um paciente, em combinação com uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral, caracterizado por ser para prever o risco de um paciente sofrer acidente vascular cerebral.
[00038] Em uma modalidade, o agente de detecção que especificamente se liga a IGFBP7 é um anticorpo ou fragmento de ligação ao antígeno do mesmo que especificamente se liga a IGFBP7.
[00039] Em uma modalidade, o agente de detecção que especificamente se liga a Ang-2 é um seu fragmento de ligação ao antígeno ou um seu anticorpo que especificamente se liga a Ang-2.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA PRESENTE INVENÇÃO - DEFINIÇÕES
[00040] Conforme estabelecido acima, a presente invenção refere-se a um método para prever o risco de acidente vascular cerebral de um paciente, compreendendo as etapas de: a) determinar a quantidade de Angiopoietina-2 (Ang-2) e/ou a quantidade de proteína 7 de ligação ao fator de crescimento semelhante à insulina (IGFBP7) em uma amostra do paciente, e b) comparar a quantidade de Ang-2 e/ou a quantidade de IGFBP7 com uma quantidade de referência, pela qual o risco de acidente vascular cerebral é previsto.
[00041] A previsão do acidente vascular cerebral deve ser baseada nos resultados da etapa de comparação (b).
[00042] Por conseguinte, o método da presente invenção compreende, de preferência, as etapas de: a) determinar a quantidade de Angiopoietina-2 (Ang-2) e/ou a quantidade de proteína 7 de ligação ao fator de crescimento semelhante à insulina (IGFBP7) em uma amostra do paciente, b) comparar a quantidade de Ang-2 e/ou IGFBP7 a uma quantidade de referência, na qual o risco de acidente vascular cerebral é previsto, e c) prever o risco de acidente vascular cerebral de um paciente, de preferência, com base nos resultados da etapa de comparação (b).
[00043] O método conforme referido de acordo com a presente invenção inclui um método que consiste essencialmente nas etapas acima mencionadas ou em um método que inclui etapas adicionais. Além disso, o método da presente invenção, de preferência, é um método ex vivo e, mais preferencialmente, um método in vitro. Além disso, pode compreender etapas além daquelas explicitamente mencionadas acima. Por exemplo, etapas adicionais podem estar relacionadas à determinação de marcadores adicionais e/ou a amostras de pré-tratamentos ou avaliação dos resultados obtidos pelo método. O método pode ser realizado manualmente ou assistido por automação. De preferência, as etapas (a), (b) e/ou (c) podem total ou parcialmente ser auxiliadas pela automação, por exemplo, por um equipamento robótico e sensorial adequado para a determinação na etapa (a) ou um cálculo implementado por computador na etapa (b). Como será entendido pelos técnicos no assunto, a previsão feita em conexão com a presente invenção não costuma ser correta para 100% dos pacientes a serem testados. O termo, de preferência, requer que uma avaliação correta (tal como o diagnóstico, diferenciação, previsão, identificação ou avaliação de uma terapia conforme referida no presente documento) possa ser feita para uma porção estatisticamente significativa de pacientes. Uma porção estatisticamente significativa pode ser determinada sem mais delongas pelo técnico no assunto, usando várias ferramentas de avaliação estatística conhecidas, por exemplo,
determinação de intervalos de confiança, determinação de valor p, teste t de Student, teste de Mann-Whitney e etc. Detalhes são encontrados em Dowdy e Wearden, Statistics for Research, John Wiley & Sons, Nova York, 1983.
Intervalos de confiança preferidos são de pelo menos 90%, pelo menos 95%, pelo menos 97%, pelo menos 98% ou pelo menos 99%. Os valores p são, de preferência, 0,4, 0,1, 0,05, 0,01, 0,005 ou 0,0001.
[00044] De acordo com o método da presente invenção, o risco de acidente vascular cerebral deve ser previsto. O termo "acidente vascular cerebral" é bem conhecido na técnica. O termo, de preferência, refere- se a acidente vascular cerebral isquêmico, em particular, acidente vascular cerebral isquêmico. Um acidente vascular cerebral previsto pelo método da presente invenção deve ser causado por fluxo sanguíneo reduzido para o cérebro ou partes dele, o que leva a uma oferta insuficiente de oxigênio para as células cerebrais. Em particular, o acidente vascular cerebral leva a danos irreversíveis nos tecidos devido à morte de células cerebrais. Os sintomas de acidente vascular cerebral são bem conhecidos na técnica. O acidente vascular cerebral isquêmico pode ser causado por aterotrombose ou embolia de uma artéria cerebral importante, por distúrbios de coagulação ou doença vascular não ateromatosa ou por isquemia cardíaca que leva a um fluxo sanguíneo geral reduzido. O acidente vascular cerebral isquêmico é, de preferência, selecionado a partir do grupo que consiste em acidente vascular cerebral aterotrombótico, acidente vascular cerebral cardioembólico e acidente vascular cerebral lacunar. De preferência, o acidente vascular cerebral a ser previsto é um acidente vascular cerebral isquêmico agudo, em particular acidente vascular cerebral cardioembólico. Um acidente vascular cerebral cardioembólico (frequentemente também chamado de acidente vascular cerebral embólico ou tromboembólico) pode ser causado por fibrilação atrial.
[00045] O termo "acidente vascular cerebral" não inclui, de preferência, acidente vascular cerebral hemorrágico. Pode ser determinado por métodos bem conhecidos se um paciente sofre acidente vascular cerebral, em particular, acidente vascular cerebral isquêmico. Além disso, os sintomas de acidente vascular cerebral são bem conhecidos na técnica. Por exemplo, os sintomas de acidente vascular cerebral incluem dormência repentina ou fraqueza do rosto, braço ou perna, especialmente em um lado do corpo, confusão repentina, dificuldade para falar ou entender, dificuldade repentina para ver em um ou ambos os olhos e dificuldade súbita para caminhar, tontura, perda de equilíbrio ou coordenação.
[00046] É conhecido na técnica que os biomarcadores podem ser aumentados em várias doenças e distúrbios. Isto também se aplica a Ang-2 e IGFBP7. Por exemplo, sabe-se que o IGFBP7 aumenta em pacientes com insuficiência cardíaca. No entanto, isso é levado em consideração pelo técnico no assunto. Por conseguinte, a expressão "previsão de risco de acidente vascular cerebral" compreende um auxílio na previsão de um risco de um evento adverso associado à fibrilação atrial.
[00047] O "paciente" como referido neste documento é, de preferência, um mamífero. Mamíferos incluem, mas não estão limitados a animais domesticados (por exemplo, vacas, ovelhas, gatos, cães e cavalos), primatas (por exemplo, humanos e primatas não humanos, como macacos), coelhos e roedores (por exemplo, camundongos e ratos). De preferência, o paciente é um paciente humano.
[00048] De preferência, o paciente a ser testado é de qualquer idade, mais preferencialmente, o paciente a ser testado tem 50 anos ou mais, mais preferencialmente, 60 anos ou mais e, mais preferencialmente, 65 anos ou mais. Além disso, é previsto que o paciente a ser testado tenha 70 anos de idade ou mais. Além disso, é previsto que o paciente a ser testado tenha 75 anos de idade ou mais. Além disso, o paciente pode ter entre 50 e 90 anos.
[00049] Além disso, a idade do paciente pode ser de 55 anos ou mais.
[00050] Em uma modalidade preferida do método da presente invenção, o paciente a ser testado sofre de fibrilação atrial. A fibrilação atrial pode ser fibrilação atrial paroxística, persistente ou permanente.
Assim, o paciente pode sofrer de fibrilação atrial paroxística, persistente ou permanente. Em particular, é previsto que o paciente sofra de fibrilação atrial paroxística, persistente ou permanente. Foi demonstrado nos estudos subjacentes à presente invenção que a determinação dos biomarcadores conforme referido no presente documento permite uma previsão de acidente vascular cerebral em todos os subgrupos. O melhor desempenho foi observado em pacientes com fibrilação atrial persistente e permanente.
[00051] Assim, em uma modalidade da presente invenção, o paciente sofre de fibrilação atrial paroxística.
[00052] Em outra modalidade da presente invenção, o paciente sofre de fibrilação atrial persistente.
[00053] Em outra modalidade da presente invenção, o paciente sofre de fibrilação atrial permanente.
[00054] O termo "fibrilação atrial" é bem conhecido na técnica. Como aqui usado, o termo refere-se, de preferência, a uma taquiarritmia supraventricular caracterizada por ativação atrial não coordenada com consequente deterioração da função mecânica atrial. Em particular, o termo refere-se a um ritmo cardíaco anormal caracterizado por batimentos rápidos e irregulares. Envolve as duas câmaras superiores do coração. Em um ritmo cardíaco normal, o impulso gerado pelo nó sinoatrial se espalha pelo coração e causa contração do músculo cardíaco e bombeamento de sangue.
Na fibrilação atrial, os impulsos elétricos regulares do nó sinoatrial são substituídos por impulsos elétricos rápidos e desorganizados, que resultam em batimentos cardíacos irregulares. Os sintomas da fibrilação atrial são palpitações cardíacas, desmaios, falta de ar ou dor no peito. No entanto, a maioria dos episódios não apresenta sintomas. No eletrocardiograma, a fibrilação atrial é caracterizada pela substituição de ondas P consistentes por oscilações rápidas ou ondas fibrilatórias que variam em amplitude, formato e tempo, associadas a uma resposta ventricular irregular, frequentemente rápida, quando a condução atrioventricular está intacta.
[00055] O American College of Cardiology (ACC), a American Heart Association (AHA) e a European Society of Cardiology (ESC) propõem o seguinte sistema de classificação (vide Fuster (2006) Circulation 114(7): e257-354, que é incorporada no presente documento por referência na íntegra, vide, por exemplo, a Figura 3 no documento): FA detectada pela primeira vez, FA paroxística, FA persistente e FA permanente.
[00056] Todas as pessoas com FA estão inicialmente na categoria chamada FA detectada pela primeira vez. No entanto, o paciente pode ou não ter tido episódios não detectados anteriormente. Um paciente sofre de FA permanente, se a FA persistir por mais que um ano. Em particular, a conversão de volta ao ritmo sinusal não ocorre (ou somente com intervenção médica). Um paciente sofre de FA persistente, se a FA durar mais que 7 dias.
O paciente pode exigir intervenção farmacológica ou elétrica para terminar a fibrilação atrial. Assim, a FA persistente ocorre em episódios, mas a arritmia normalmente não se converte espontaneamente no ritmo sinusal (isto é, sem invenção médica). A fibrilação atrial paroxística, de preferência, refere-se a um episódio intermitente de fibrilação atrial que dura não mais que 7 dias e termina espontaneamente (isto é, sem intervenção médica). Na maioria dos casos de FA paroxística, os episódios duram menos que 24 horas. Assim, enquanto a fibrilação atrial paroxística termina espontaneamente, a fibrilação atrial persistente não termina espontaneamente e requer cardioversão elétrica ou farmacológica para a terminação ou outros procedimentos, tais como procedimentos de ablação (Fuster (2006) Circulation 114 (7): e257-354). O termo "fibrilação atrial paroxística" é definido como episódios de FA que terminam espontaneamente em menos do que 48 horas, mais preferencialmente, em menos do que 24 horas e, mais preferencialmente, em menos do que 12 horas. A FA persistente e a paroxística podem ser recorrentes.
[00057] Como exposto acima, o paciente a ser testado sofre, de preferência, fibrilação atrial paroxística, persistente ou permanente.
[00058] Além disso, é previsto que o paciente sofra de um episódio de fibrilação atrial no momento em que a amostra é obtida. Isso pode ser, por exemplo, caso se o paciente sofrer FA permanente ou persistente.
Alternativamente, é previsto que o paciente não sofra de um episódio de fibrilação atrial no momento em que a amostra é obtida. Isso pode ser, por exemplo, caso se o paciente sofrer de FA paroxística. Por conseguinte, o paciente deve ter um ritmo sinusal normal quando a amostra é obtida, ou seja, está em ritmo sinusal.
[00059] Além disso, é contemplado que a fibrilação atrial tenha sido diagnosticada anteriormente no paciente. Por conseguinte, a fibrilação atrial deve ser diagnosticada, isto é, uma fibrilação atrial detectada.
[00060] Como mostrado nos Exemplos, uma previsão do risco é possível em pacientes com insuficiência cardíaca. Consequentemente, o paciente a ser testado pode sofrer de insuficiência cardíaca. O termo "insuficiência cardíaca", de acordo com o método da presente invenção refere- se, de preferência, à insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida do ventrículo esquerdo.
[00061] Além disso, foi demonstrado que é possível prever o risco em pacientes que não têm histórico de insuficiência cardíaca.
Consequentemente, o paciente a ser testado, de preferência, não sofre de insuficiência cardíaca. Em particular, o paciente a ser testado não sofre de insuficiência cardíaca de acordo com as classes II, III e IV da NYHA.
[00062] Em uma modalidade da presente invenção, o paciente não sofre de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida do ventrículo esquerdo.
[00063] Em uma modalidade particularmente preferida, o paciente é um paciente que não sofre de insuficiência cardíaca, mas sofre de fibrilação atrial.
[00064] De maneira vantajosa, foi demonstrado nos estudos subjacentes ao método da presente invenção que uma previsão confiável é possível mesmo se o paciente já receber terapia de anticoagulação, isto é, uma terapia que visa reduzir o risco de acidente vascular cerebral (cerca de 70% dos pacientes receberam anticoagulação oral e cerca de 30% de antagonistas da vitamina K, tal como varfarina e dicumarol). Surpreendentemente, foi demonstrado que, ao determinar as quantidades de IGFBP7 e/ou Ang-2, poderia ser diferenciado em uma população ou paciente de risco, ou seja, em pacientes com fibrilação atrial recebendo terapia de anticoagulação, poderia ser diferenciado de maneira confiável entre um risco reduzido e um aumento do risco de acidente vascular cerebral. Pacientes com FA com risco aumentado de acidente vascular cerebral podem se beneficiar de uma intensificação da terapia de anticoagulação.
[00065] Além disso, pacientes com FA com risco reduzido de acidente vascular cerebral podem ser supertratados e podem se beneficiar de uma terapia de anticoagulação menos intensa (resultando, por exemplo, em custos menores de assistência médica).
[00066] Assim, é preferido, de acordo com a presente invenção, que o paciente receba terapia de anticoagulação.
[00067] Como estabelecido acima, a terapia de anticoagulação é, de preferência, uma terapia que visa reduzir o risco de anticoagulação no referido paciente. Mais preferencialmente, a terapia de anticoagulação é a administração de pelo menos um anticoagulante. A administração de pelo menos um anticoagulante deve reduzir ou prevenir a coagulação do sangue e acidente vascular cerebral relacionado. Em uma modalidade preferida, pelo menos um anticoagulante é selecionado a partir do grupo que consiste em heparina, um derivado de cumarina (ou seja, um antagonista da vitamina K), em particular, varfarina ou dicumarol, anticoagulantes orais, em particular, dabigatran, rivaroxaban ou apixaban, inibidor da via do fator tecidual (TFPI), antitrombina III, inibidores do fator IXa, inibidores do fator Xa, inibidores dos fatores Va e VIIIa e inibidores da trombina (tipo anti-IIa). Por conseguinte, é previsto que o paciente tome pelo menos um dos medicamentos acima mencionados.
[00068] Na modalidade preferida, o anticoagulante é um antagonista da vitamina K, tal como varfarina ou dicumarol. Os antagonistas da vitamina K, tais como a varfarina ou o dicumarol, são menos custosos, mas necessitam de uma melhor adesão do paciente, devido ao tratamento inconveniente, complicado e muitas vezes não confiável, com tempo flutuante no intervalo terapêutico. O NOAC (novos anticoagulantes orais) compreende inibidores diretos do fator Xa (apixaban, rivaroxaban, darexaban, edoxaban), inibidores diretos da trombina (dabigatran) e antagonistas da PAR-1 (vorapaxar, atopaxar).
[00069] Em outra modalidade preferida, o anticoagulante é um anticoagulante oral, em particular, apixaban, rivaroxaban, darexaban, edoxaban, dabigatran, vorapaxar ou atopaxar.
[00070] Assim, o paciente a ser testado pode estar em terapia com um anticoagulante oral ou um antagonista da vitamina K no momento do teste (isto é, no momento em que a amostra é recebida).
[00071] Em uma modalidade preferida, o método para prever o risco de acidente vascular cerebral em um paciente compreende ainda (i) a etapa de recomendar terapia de anticoagulação, ou (ii) recomendar uma intensificação da terapia de anticoagulação, se o paciente tiver sido identificado como estando em risco de sofrer de acidente vascular cerebral. Em uma modalidade preferida, o método para prever o risco de acidente vascular cerebral em um paciente compreende ainda (i) a etapa de iniciar a terapia de anticoagulação, ou (ii) intensificar a terapia de anticoagulação, se o paciente tiver sido identificado como estando em risco de sofrer um acidente vascular cerebral (pelo método da presente invenção).
[00072] O termo "recomendar", como aqui usado, significa estabelecer uma proposta para uma terapia que possa ser aplicada ao paciente. No entanto, deve ser entendido que a aplicação da terapia real não é compreendida pelo termo. A terapia a ser recomendada depende do desfecho fornecido pelo método da presente invenção.
[00073] Em especial, aplica-se o seguinte:
[00074] Se o paciente a ser testado não receber terapia de anticoagulação, é recomendado o início da anticoagulação, se o paciente tiver sido identificado como estando em risco de sofrer um acidente vascular cerebral. Assim, a terapia de anticoagulação deve ser iniciada.
[00075] Se o paciente a ser testado já recebe terapia de anticoagulação, recomenda-se a intensificação da anticoagulação, se o paciente tiver sido identificado como estando em risco de sofrer um acidente vascular cerebral. Assim, a terapia de anticoagulação deve ser intensificada.
[00076] Em uma modalidade preferida, a terapia de anticoagulação é intensificada aumentando a dosagem do anticoagulante, isto é, a dosagem do anticoagulante atualmente administrado.
[00077] Em uma modalidade particularmente preferida, a terapia de anticoagulação é intensificada aumentando a substituição do anticoagulante atualmente administrado por um anticoagulante mais eficaz.
Portanto, recomenda-se a substituição do anticoagulante.
[00078] Foi descrito que uma melhor prevenção em pacientes de alto risco é alcançada com o anticoagulante oral apixaban versus o antagonista da vitamina K varfarina, como mostrado em Hijazi, et al., 2016, Figura 4.
[00079] Assim, é previsto que o paciente a ser testado seja tratado com um antagonista da vitamina K, tal como varfarina ou dicumarol. Se for identificado que o paciente está em risco de sofrer um acidente vascular cerebral (pelo método da presente invenção), recomenda-se a substituição do antagonista da vitamina K por um anticoagulante oral, em particular, dabigatran, rivaroxaban ou apixaban. De acordo com a terapia com o antagonista da vitamina K, o tratamento com anticoagulante oral é iniciado.
[00080] Em uma modalidade preferida da presente invenção, o paciente tem um histórico de acidente vascular cerebral ou AIT (ataque isquêmico transitório). Em particular, o paciente tem um histórico de acidente vascular cerebral.
[00081] Por conseguinte, é previsto que o paciente sofra um acidente vascular cerebral ou AIT antes de executar o método da presente invenção (ou seja, mais preciso antes de obter a amostra a ser testada).
Embora o paciente tenha sofrido acidente vascular cerebral ou AIT no passado, o paciente não deve sofrer acidente vascular cerebral e AIT no momento em que a amostra a ser testada for obtida).
[00082] Como estabelecido acima, os biomarcadores de Ang-2 e IGFBP7 podem ser aumentados em várias doenças e distúrbios diferentes da fibrilação atrial. Em uma modalidade da presente invenção, é previsto que o paciente não sofra de tais doenças e distúrbios.
[00083] O método da presente invenção também pode ser usado para a triagem de populações maiores de pacientes. Portanto, é previsto que pelo menos 100 pacientes, em particular, pelo menos 1000, sejam avaliados em relação ao risco de acidente vascular cerebral. Assim, a quantidade do biomarcador é determinada em amostras de pelo menos 100 ou, em particular, de pelo menos 1000 pacientes. Além disso, é previsto que pelo menos 10.000 pacientes sejam avaliados.
[00084] O termo "amostra" refere-se a uma amostra de um fluido corporal, a uma amostra de células separadas ou a uma amostra de um tecido ou órgão. Amostras de fluidos corporais podem ser obtidas por técnicas bem conhecidas e incluem amostras de sangue, plasma, soro, urina, fluido linfático, escarro, ascite ou qualquer outra secreção ou derivado corporal. As amostras de tecido ou órgão podem ser obtidas de qualquer tecido ou órgão por, por exemplo, biópsia. As células separadas podem ser obtidas a partir de fluidos corporais, tecidos ou órgãos por técnicas de separação, tais como centrifugação ou classificação celular. Por exemplo, amostras de células, tecidos ou órgãos podem ser obtidas dessas células, tecidos ou órgãos que expressam ou produzem o biomarcador. A amostra pode ser congelada, fresca, fixa (por exemplo, fixada em formalina), centrifugada e/ou embebida (por exemplo, em parafina), etc. A amostra de células pode, é claro, ser submetida a uma variedade de preparativos pós-coleta bem conhecidos e técnicas de armazenamento (por exemplo, extração de ácido nucleico e/ou proteína, fixação, armazenamento, congelamento, ultrafiltração, concentração, evaporação, centrifugação, etc.) antes de avaliar a quantidade do(s) biomarcador(es) na amostra.
[00085] Em uma modalidade preferida da presente invenção,
a amostra é uma amostra de sangue (isto é, sangue total), soro ou plasma.
Soro é a fração líquida do sangue total obtida após a coagulação do sangue.
Para obter o soro, o coágulo é removido por centrifugação e o sobrenadante é coletado. Plasma é a porção de líquido acelular do sangue. Para obter uma amostra de plasma, o sangue total é coletado em tubos tratados com anticoagulante (por exemplo, tubos tratados com citrato ou EDTA). As células são removidas da amostra por centrifugação e o sobrenadante (isto é, a amostra de plasma) é obtido.
[00086] De preferência, o termo "prever o risco", conforme usado aqui, refere-se à avaliação da probabilidade de acordo com a qual o paciente sofrerá acidente vascular cerebral. Normalmente, é previsto se um paciente está em risco (e, portanto, em risco elevado) ou não está em risco (e, portanto, em risco reduzido) de sofrer acidente vascular cerebral. Por conseguinte, o método da presente invenção permite a diferenciação entre um paciente que está em risco de acidente vascular cerebral e um paciente que não está em risco de acidente vascular cerebral. Além disso, é previsto que o método da presente invenção permita a diferenciação entre um risco reduzido, médio e elevado de acidente vascular cerebral.
[00087] Conforme estabelecido acima, o risco (e probabilidade) de sofrer um acidente vascular cerebral dentro de uma certa janela de tempo deve ser previsto. De acordo com a presente invenção, é previsto que o risco a curto prazo ou o risco a longo prazo seja previsto. Por exemplo, o risco de sofrer um acidente vascular cerebral dentro de uma semana ou dentro de um mês é previsto. O menor período de tempo observado nos estudos subjacentes à presente invenção foi de 11 dias. O paciente tinha níveis aumentados de Ang-2 (14,57 ng/ml) e IGFB7 (318 ng/ml). Isso indica que não somente é possível uma previsão de longo prazo, mas também uma previsão de curto prazo.
[00088] Em uma modalidade da presente invenção, a janela preditiva é um período de cerca de pelo menos três meses, cerca de pelo menos seis meses ou cerca de pelo menos um ano. Em outra modalidade preferida, a janela preditiva é um período de cerca de cinco anos. Além disso, a janela preditiva pode ser um período de cerca de seis anos (por exemplo, para a previsão de acidente vascular cerebral).
[00089] Em uma modalidade, a janela preditiva é um período de até 10 anos. Assim, está previsto o risco de sofrer um acidente vascular cerebral dentro de dez anos.
[00090] Em outra modalidade, a janela preditiva é um período de até 7 anos. Assim, está previsto o risco de sofrer um acidente vascular cerebral dentro de sete anos.
[00091] Em outra modalidade, a janela preditiva é um período de até 3 anos. Assim, está previsto o risco de sofrer um acidente vascular cerebral dentro de três anos.
[00092] Além disso, é previsto que a janela preditiva é um período de 1 a 10 anos.
[00093] De preferência, a janela preditiva é calculada a partir da conclusão do método da presente invenção. Mais preferencialmente, a referida janela preditiva é calculada a partir do período de tempo em que a amostra a ser testada foi obtida.
[00094] Conforme estabelecido acima, a expressão "prever o risco de acidente vascular cerebral" significa que o paciente a ser analisado pelo método da presente invenção é alocado tanto no grupo de pacientes que estão em risco de sofrer acidente vascular cerebral quanto no grupo de pacientes que não estão em risco de sofrer um acidente vascular cerebral. Assim, é previsto se o paciente está em risco ou não de sofrer de acidente vascular cerebral. Como usado aqui "um paciente que está em risco de sofrer acidente vascular cerebral", de preferência, tem um risco elevado de sofrer acidente vascular cerebral (de preferência, dentro da janela preditiva). De preferência, o referido risco é elevado em comparação com o risco médio em uma coorte de pacientes. Conforme usado neste documento, "um paciente que não está em risco de sofrer acidente vascular cerebral", de preferência, tem um risco reduzido de sofrer acidente vascular cerebral (de preferência dentro da janela preditiva). De preferência, o referido risco é reduzido em comparação com o risco médio em uma coorte de pacientes. Um paciente que está em risco de sofrer acidente vascular cerebral tem, de preferência, um risco de sofrer acidente vascular cerebral de pelo menos 7% ou, mais preferencialmente, de pelo menos 10%, de preferência, dentro de uma janela preditiva de cinco anos.
Um paciente que não está em risco de sofrer um acidente vascular cerebral tem, de preferência, um risco menor que 5%, mais preferencialmente, menor que 3% de sofrer acidente vascular cerebral, de preferência, dentro de uma janela preditiva de cinco anos.
[00095] O biomarcador Angiopoietina-2 (abreviada "Ang-2", frequentemente também chamada de ANGPT2) é bem conhecido na técnica. É um antagonista de ocorrência natural para Ang-1 e TIE2 (vide, por exemplo, Maisonpierre, et al., Science 277 (1997) 55-60). A proteína pode induzir a fosforilação da tirosina de TEK/TIE2 na ausência de ANG-1. Na ausência de indutores angiogênicos, tais como o VEGF, o afrouxamento mediado por ANG2 dos contatos da matriz celular pode induzir apoptose celular endotelial com consequente regressão vascular. Em conjunto com o VEGF, ele pode facilitar a migração e proliferação de células endoteliais, servindo assim como um sinal angiogênico permissivo. A sequência da Angiopoietina humana é bem conhecida na técnica. A Uniprot lista três isoformas da Angiopoietina-2: Isoforma 1 (identificador Uniprot: O15123-1), Isoforma 2 (identificador: O15123- 2) e Isoforma 3 (O15123-3). Em uma modalidade preferida, é determinada a quantidade total de Angiopoietina-2. A quantidade total é, de preferência, a soma das quantidades de Angiopoietina-2 complexada e livre.
[00096] A IGFBP-7 (proteína 7 de ligação ao fator de crescimento semelhante à insulina) é uma glicoproteína modular de 30 kDa que é secretada por células endoteliais, células musculares lisas vasculares, fibroblastos e células epiteliais (Ono, Y., et al., Biochem Biophys Res Comm 202 (1994) 1490-1496). De preferência, o termo "IGFBP-7" refere-se a IGFBP- 7 humana. A sequência da proteína é bem conhecida na técnica e é, por exemplo, acessível por meio da UniProt (Q16270, IBP7_HUMAN) ou por meio do GenBank (NP_001240764.1). Uma definição detalhada do biomarcador IGFBP-7 é, por exemplo, fornecida no documento WO 2008/089994, que é incorporado no presente documento por referência em sua totalidade. Existem duas isoformas de IGFBP-7, Isoforma 1 e 2, que são produzidas por splicing alternativo. Em uma modalidade da presente invenção, a quantidade total de ambas as isoformas é medida (para a sequência, vide entrada do banco de dados da UniProt (Q16270-1 e Q16270-2). O termo "determinar" a quantidade de um biomarcador conforme referido no presente documento (Ang-2 ou IGFBP7, ou de ambos os biomarcadores) refere-se à quantificação do biomarcador, por exemplo, para medir o nível do biomarcador na amostra, empregando métodos apropriados de detecção descritos aqui em outra parte.
Os termos "medir" e "determinar" são usados no documento de forma intercambiável.
[00097] Em uma modalidade, a quantidade de um biomarcador é determinada por colocar a amostra em contato com um agente que especificamente se liga ao biomarcador, formando assim um complexo entre o agente e o referido biomarcador, detectando a quantidade de complexo formado e, assim, medindo a quantidade do referido biomarcador.
[00098] Os biomarcadores conforme referidos no presente documento (tal como Ang-2) podem ser detectados usando métodos geralmente conhecidos na técnica. Os métodos de detecção geralmente abrangem métodos para quantificar a quantidade de um biomarcador na amostra (método quantitativo). É geralmente conhecido pelo especialista na técnica quais dos seguintes métodos são adequados para a detecção qualitativa e/ou quantitativa de um biomarcador. As amostras podem ser convenientemente analisadas para, por exemplo, proteínas usando Westerns e imunoensaios, tais como ELISAs, RIAs, imunoensaios baseados em fluorescência e luminescência e ensaios de extensão por proximidade, que estão disponíveis comercialmente. Outros métodos adequados para detectar biomarcadores incluem medir uma propriedade física ou química específica para o peptídeo ou polipeptídeo, tal como sua massa molecular precisa ou espectro de RMN. Os referidos métodos compreendem, por exemplo, biossensores, dispositivos ópticos acoplados a imunoensaios, biochips, dispositivos analíticos, tais como espectrômetros de massa, analisadores de RMN ou dispositivos de cromatografia. Além disso, os métodos incluem métodos baseados em microplacas ELISA, imunoensaios totalmente automatizados ou robóticos (disponíveis, por exemplo, nos analisadores ElecsysTM), CBA (um ensaio enzimático de ligação de cobalto, disponível por exemplo nos analisadores Roche-HitachiTM) e ensaios de aglutinação de látex (disponível, por exemplo, nos analisadores Roche-HitachiTM).
[00099] Para a detecção de proteínas de biomarcadores, como referido no presente documento, está disponível uma ampla gama de técnicas de imunoensaio usando esse formato de ensaio, vide, por exemplo, patentes de nº 4.016.043, 4.424.279 e 4.018.653. Isso inclui ensaios de local único e de dois locais ou "sanduíche" dos tipos não competitivos, bem como nos ensaios de ligação competitivos tradicionais. Estes ensaios também incluem a ligação direta de um anticorpo marcado a um biomarcador alvo.
[000100] Os métodos que empregam marcadores eletroquimiluminescentes são bem conhecidos. Tais métodos usam a capacidade de complexos metálicos especiais para alcançar, por meio de oxidação, um estado excitado a partir do qual eles decaem para o estado fundamental, emitindo eletroquimiluminescência. Para revisão, vide Richter, M.
M., Chem. Rev. 2004; 104: 3003-3036.
[000101] Em uma modalidade, o anticorpo de detecção (ou um fragmento de ligação ao antígeno do mesmo) a ser usado para medir a quantidade de um biomarcador é rutenilado ou iridinilado. Por conseguinte, o anticorpo (ou um fragmento de ligação ao antígeno do mesmo) deve compreender um marcador de rutênio. Em uma modalidade, o referido marcador de rutênio é um complexo de bipiridina-rutênio (II). Ou o anticorpo (ou um fragmento de ligação ao antígeno do mesmo) deve compreender um marcador de irídio. Em uma modalidade, o referido marcador de irídio é um complexo, conforme divulgado no documento WO 2012/107419.
[000102] Em uma modalidade do ensaio sanduíche para a determinação de Ang-2, o ensaio compreende um primeiro anticorpo monoclonal biotinilado que especificamente se liga a Ang-2 (como anticorpo de captura) e um fragmento F(ab`)2 rutenilado de um segundo anticorpo monoclonal que especificamente se liga a Ang-2 (como anticorpo de detecção).
Os dois anticorpos formam complexos de imunoensaio sanduíche com Ang-2 na amostra.
[000103] Em uma modalidade do ensaio sanduíche para a determinação de IGFBP7, o ensaio compreende um primeiro anticorpo monoclonal biotinilado que especificamente se liga a IGFBP7 (como anticorpo de captura) e um fragmento F(ab`)2 rutenilado de um segundo anticorpo monoclonal que especificamente se liga a IGFBP7 (como anticorpo de detecção). Os dois anticorpos formam complexos de imunoensaio sanduíche com IGFBP7 na amostra.
[000104] Medir a quantidade de um polipeptídeo (tal como Ang-2 ou IGFBP7) pode, de preferência, compreender as etapas de (a) colocar o polipeptídeo em contato com um agente que especificamente se liga ao referido polipeptídeo, (b) (opcionalmente) remover o agente não ligado, (c) medir a quantidade de agente de ligação ligado, isto é, o complexo do agente formado na etapa (a). De acordo com uma modalidade preferida, as referidas etapas de colocar em contato, remover e medir podem ser realizadas por uma unidade analisadora. De acordo com algumas modalidades, as referidas etapas podem ser executadas por uma única unidade analisadora do referido sistema ou por mais de uma unidade analisadora em comunicação operacional entre si.
Por exemplo, de acordo com uma modalidade específica, o referido sistema divulgado neste documento pode incluir uma primeira unidade analisadora para executar as referidas etapas de colocar em contato e remover e uma segunda unidade de analisador, conectada operacionalmente à referida primeira unidade analisadora por uma unidade de transporte (por exemplo, um braço robótico), que executa a referida etapa de medir.
[000105] O agente que especificamente se liga ao biomarcador (aqui também referido como "agente de ligação") pode ser acoplado covalentemente ou não covalentemente a um marcador que permite a detecção e medição do agente ligado. A marcação pode ser feita por métodos diretos ou indiretos. A marcação direta envolve o acoplamento direto do marcador (covalentemente ou não covalentemente) ao agente de ligação. A marcação indireta envolve a ligação (covalentemente ou não covalentemente) de um agente de ligação secundário ao primeiro agente de ligação. O agente de ligação secundário deve especificamente se ligar ao primeiro agente de ligação. O referido agente de ligação secundário pode ser acoplado a um marcador adequado e/ou ser o alvo (receptor) de um agente de ligação terciário que se liga ao agente de ligação secundário. Agentes de ligação secundários e de ordem superior adequados podem incluir anticorpos, anticorpos secundários e o bem conhecido sistema estreptavidina-biotina (Vector Laboratories, Inc.). O agente de ligação ou substrato também pode ser "etiquetado" com uma ou mais etiquetas, como conhecido na técnica. Tais etiquetas podem então ser alvos para agentes de ligação de ordem superior.
As etiquetas adequadas incluem biotina, digoxigenina, etiqueta His, glutationa- S-transferase, FLAG, GFP, etiqueta myc, hemaglutinina (HA) do vírus influenza A (HA), proteína de ligação à maltose e similares. No caso de um peptídeo ou polipeptídeo, a etiqueta está, de preferência, no terminal N e/ou terminal C.
Marcadores adequados são quaisquer marcadores detectáveis por um método de detecção apropriado. Os marcadores típicos incluem partículas de ouro, contas de látex, éster acridan, luminol, complexos de rutênio, complexos de irídio, marcadores enzimaticamente ativos, marcadores radioativos, marcadores magnéticos ("por exemplo, contas magnéticas", incluindo marcadores paramagnéticos e superparamagnéticos) e marcadores fluorescentes. Os marcadores enzimaticamente ativos incluem, por exemplo, peroxidase do rábano silvestre, fosfatase alcalina, beta-Galactosidase, Luciferase e derivados dos mesmos. Substratos adequados para detecção incluem diaminobenzidina (DAB), 3,3'-5,5'-tetrametilbenzidina, NBT-BCIP (cloreto azul de nitro tetrazólio e 5-bromo-4-cloro-3-indolil-fosfato, disponível como solução de estoque pronta da Roche Diagnostics), CDP-Star ™ (Amersham Bio-sciences), ECF ™ (Amersham Biosciences). Uma combinação enzima-substrato adequada pode resultar em um produto de reação colorido, fluorescência ou quimioluminescência, que pode ser determinado de acordo com métodos conhecidos na técnica (por exemplo, usando um filme sensível à luz ou um sistema de câmera adequado). Quanto à medição da reação enzimática, os critérios dados acima se aplicam analogamente. Os marcadores fluorescentes típicos incluem proteínas fluorescentes (tais como GFP e seus derivados), Cy3, Cy5, Texas Red, Fluoresceína e os corantes Alexa (por exemplo, Alexa 568). Estão disponíveis marcadores fluorescentes adicionais, por exemplo, da Molecular Probes (Oregon). Também é contemplado o uso de pontos quânticos como marcadores fluorescentes. Um marcador radioativo pode ser detectado por qualquer método conhecido e apropriado, por exemplo, um filme sensível à luz ou um gerador de imagens de fósforo.
[000106] A quantidade de um polipeptídeo pode ser, também de preferência, determinada da seguinte forma: (a) colocar um suporte sólido compreendendo um agente de ligação para o polipeptídeo, conforme descrito neste documento em outro lugar, em contato com uma amostra compreendendo o peptídeo ou polipeptídeo e (b) medir a quantidade de peptídeo ou polipeptídeo que está ligado ao suporte. Os materiais para os suportes de fabricação são bem conhecidos na técnica e incluem, mas não estão limitados a, materiais de coluna disponíveis comercialmente, contas de poliestireno, contas de látex, contas magnéticas, partículas de metal coloidal, lascas e superfícies de vidro e/ou silício, tiras de nitrocelulose, membranas, folhas, duracitos, poços e paredes de bandejas de reação, tubos de plástico etc.
[000107] Em ainda um aspecto, a amostra é removida do complexo formado entre o agente de ligação e do pelo menos um marcador antes da medição da quantidade de complexo formado. Por conseguinte, em um aspecto, o agente de ligação pode ser imobilizado em um suporte sólido.
Ainda em um aspecto, a amostra pode ser removida do complexo formado no suporte sólido aplicando uma solução de lavagem.
[000108] "Ensaios sanduíche" estão entre os ensaios mais úteis e comumente usados, abrangendo uma série de variações da técnica de ensaio sanduíche. Em suma, em um ensaio típico, um agente de ligação não marcado (captura) é imobilizado ou pode ser imobilizado em um substrato sólido, e a amostra a ser testada é colocada em contato com o agente de ligação de captura. Após um período adequado de incubação, por um período de tempo suficiente para permitir a formação de um complexo agente de ligação-biomarcador, um segundo agente de ligação (detecção) marcado com uma molécula repórter capaz de produzir um sinal detectável é então adicionado e incubado, permitindo tempo suficiente para a formação de outro complexo de agente de ligação-agente de ligação marcado com biomarcador.
Qualquer material que não reagiu pode ser lavado e a presença do biomarcador é determinada pela observação de um sinal produzido pela molécula repórter ligada ao agente de ligação de detecção. Os resultados podem ser qualitativos, por simples observação de um sinal visível, ou podem ser quantificados por comparação com uma amostra de controle contendo quantidades conhecidas de biomarcador.
[000109] As etapas de incubação de um ensaio sanduíche típico podem variar conforme necessário e apropriado. Tais variações incluem, por exemplo, incubações simultâneas, nas quais dois ou mais agentes de ligação e biomarcadores são coincubados. Por exemplo, ambos a amostra a ser analisada e um agente de ligação marcado são adicionados simultaneamente a um agente de ligação de captura imobilizado. Também é possível primeiro incubar a amostra a ser analisada e um agente de ligação marcado e depois adicionar um anticorpo ligado a uma fase sólida ou capaz de se ligar a uma fase sólida.
[000110] O complexo formado entre um agente de ligação específico e o biomarcador deve ser proporcional à quantidade do biomarcador presente na amostra. Será entendido que a especificidade e/ou sensibilidade do agente de ligação a ser aplicado define o grau de proporção de pelo menos um marcador compreendido na amostra que é capaz de ser especificamente ligado. Detalhes adicionais sobre como a medição pode ser realizada também são encontrados em outras partes deste documento. A quantidade de complexo formado deve ser transformada em uma quantidade do biomarcador que reflete a quantidade realmente presente na amostra.
[000111] Os termos "agente de ligação", "agente de ligação específico", "agente de ligação específico do analito", "agente de detecção" e "agente que especificamente se liga a um biomarcador" são usados aqui de forma intercambiável. De preferência, referem-se a um agente que compreende uma fração de ligação que especificamente se liga ao biomarcador correspondente. Exemplos de "agentes de ligação", "agentes de detecção", "agentes" são uma sonda de ácido nucleico, iniciador de ácido nucleico, molécula de DNA, molécula de RNA, aptâmero, anticorpo, fragmento de anticorpo, peptídeo, ácido nucleico peptídico (APN) ou composto químico. Um agente preferido é um anticorpo que especificamente se liga ao biomarcador a ser determinado. O termo "anticorpo" aqui é usado no sentido mais amplo e abrange várias estruturas de anticorpos, incluindo, mas não limitados a, anticorpos monoclonais, anticorpos policlonais, anticorpos multiespecíficos (por exemplo, anticorpos biespecíficos) e fragmentos de anticorpos, desde que exibam a atividade de ligação ao antígeno desejada (isto é, fragmentos de ligação ao antígeno dos mesmos). De preferência, o anticorpo é um anticorpo policlonal (ou um fragmento de ligação ao antígeno a partir do mesmo). Mais preferencialmente, o anticorpo é um anticorpo monoclonal (ou, portanto, um fragmento de ligação ao antígeno). Além disso, como descrito no presente documento em outra parte, é previsto o uso de dois anticorpos monoclonais que se ligam em diferentes posições de Ang-2 (em um imunoensaio sanduíche). Assim, pelo menos um anticorpo é usado para a determinação da quantidade de Ang-2.
[000112] O termo "ligação específica" ou "especificamente se liga" refere-se a uma reação de ligação em que as moléculas de pares de ligação exibem uma ligação entre si em condições em que significativamente não se ligam a outras moléculas. O termo "ligação específica" ou "especificamente se liga", ao se referir a uma proteína ou peptídeo como biomarcador, refere-se, de preferência, a uma reação de ligação em que um agente de ligação se liga ao biomarcador correspondente com uma afinidade (Ka "constante de associação") de pelo menos 107 M -1. O termo "ligação específica" ou "especificamente se liga" refere-se, de preferência, a uma afinidade de pelo menos 108 M-1 ou, ainda mais de preferência, de pelo menos 109 M-1 para sua molécula alvo. O termo "específico" ou "especificamente" é usado para indicar que outras moléculas presentes na amostra não se ligam significativamente ao agente de ligação específico para a molécula alvo.
[000113] O termo "quantidade", conforme usado neste documento, abrange a quantidade absoluta de um biomarcador conforme referido neste documento (como Ang-2 ou IGFBP7), a quantidade ou concentração relativa do referido biomarcador, bem como qualquer valor ou parâmetro que se correlacione com ele ou possa ser derivado a partir do mesmo. Tais valores ou parâmetros compreendem valores de sinal de intensidade de todas as propriedades físicas ou químicas específicas obtidas dos referidos peptídeos por medições diretas, por exemplo, valores de intensidade em espectros de massa ou espectros de RMN. Além disso, estão incluídos todos os valores ou parâmetros que são obtidos por medições indiretas especificadas em outras partes desta descrição, por exemplo, quantidades de resposta determinadas a partir de sistemas de leitura biológica em resposta aos peptídeos ou sinais de intensidade obtidos a partir de ligantes especificamente ligados. Deve ser entendido que os valores correlacionados com as quantidades ou parâmetros acima mencionados também podem ser obtidos por todas as operações matemáticas padrão.
[000114] O termo "comparar", conforme usado aqui, refere-se à comparação da quantidade do biomarcador (Ang-2 ou IGFBP7) na amostra do paciente com a quantidade de referência do biomarcador especificado em outra parte desta descrição. Deve ser entendido que comparar, conforme usado aqui, geralmente refere-se a uma comparação dos parâmetros ou valores correspondentes, por exemplo, uma quantidade absoluta é comparada a uma quantidade de referência absoluta enquanto uma concentração é comparada a uma concentração de referência ou um sinal de intensidade obtido do biomarcador em uma amostra é comparado com o mesmo tipo de sinal de intensidade obtido a partir de uma amostra de referência. A comparação pode ser realizada manualmente ou assistida por computador.
Assim, a comparação pode ser realizada por um dispositivo de computação. O valor da quantidade determinada ou detectada do biomarcador na amostra do paciente e a quantidade de referência pode ser, por exemplo, comparado entre si e a referida comparação pode ser realizada automaticamente por um programa de computador que executa um algoritmo para a comparação. O programa de computador que realiza a referida avaliação fornecerá a avaliação desejada em um formato de saída adequado. Para uma comparação assistida por computador, o valor da quantidade determinada pode ser comparado aos valores correspondentes a referências adequadas que são armazenadas em um banco de dados por um programa de computador. O programa de computador pode avaliar ainda mais o resultado da comparação, ou seja, fornecer automaticamente a avaliação desejada em um formato de saída adequado. Para uma comparação assistida por computador, o valor da quantidade determinada pode ser comparado aos valores correspondentes a referências adequadas que são armazenadas em um banco de dados por um programa de computador. O programa de computador pode avaliar ainda mais o resultado da comparação, ou seja, automaticamente fornece a previsão desejada em um formato de saída adequado.
[000115] De acordo com a presente invenção, a quantidade do biomarcador conforme referido no presente documento, isto é, de Ang-2 e/ou IGFBP7, deve ser comparada a uma referência, isto é, a uma quantidade de referência (ou a quantidades de referência). Por conseguinte, a referência é, de preferência, uma quantidade de referência. O termo "quantidade de referência" é bem entendido pelo técnico no assunto. Deve ser entendido que a quantidade de referência deve permitir a previsão de acidente vascular cerebral ou a otimização da regra de previsão clínica para acidente vascular cerebral, como descrito no presente documento em outra parte. Por exemplo, em conexão com o método para prever o risco de acidente vascular cerebral, a quantidade de referência refere-se, de preferência, a uma quantidade que permite a alocação de um paciente no (i) grupo de pacientes que sofrem de fibrilação atrial ou (ii) no grupo de pacientes que não sofrem de fibrilação atrial.
Uma quantidade de referência adequada pode ser determinada a partir de uma amostra de referência a ser analisada em conjunto, isto é, simultaneamente ou subsequentemente, com a amostra de teste.
[000116] Deve ser entendido que a quantidade de Ang-2 é comparada com uma quantidade de referência para Ang-2 e/ou a quantidade de IGFBP7 é comparada com uma quantidade de referência da IGFBP7. Se as quantidades de dois marcadores forem determinadas, também está previsto que uma pontuação combinada seja calculada com base nas quantidades de Ang-2 e IGFBP7. Em uma etapa subsequente, a pontuação é comparada a uma pontuação de referência.
[000117] Os valores de referência podem, em princípio, ser calculados para uma coorte de pacientes, conforme especificado acima, com base na média ou valores médios de um determinado biomarcador, aplicando métodos padrão de estatística. Em particular, a precisão de um teste, como um método que visa diagnosticar um evento, ou não, é melhor descrita por suas características de operação do receptor (ROC) (vide, especialmente, Zweig MH., et al., Clin. Chem. 1993;39:561-577). O gráfico ROC é um gráfico de todos os pares de sensibilidade versus especificidade resultantes da variação contínua do limiar de decisão em todo a faixa de dados observada. O desempenho clínico de um método de diagnóstico depende de sua precisão, isto é, sua capacidade de alocar corretamente os pacientes para um determinado prognóstico ou diagnóstico. O gráfico ROC indica a sobreposição entre as duas distribuições, traçando a sensibilidade versus especificidade 1 - para toda a faixa de limiares adequados para fazer uma distinção. No eixo y está a sensibilidade, ou a fração verdadeira positiva, que é definida como a taxa entre o número de resultados de testes verdadeiro positivos ao produto do número de resultados de testes verdadeiro positivos e ao número de resultados de testes falso negativos. Ele é calculado somente a partir do subgrupo afetado. No eixo x está a fração falso positiva, ou a especificidade 1 -, que é definida como a taxa entre o número de resultados falso positivos ao produto do número de resultados falso positivos e número de resultados falso positivos.
Ele é um índice de especificidade e é calculado inteiramente a partir do subgrupo não afetado. Como as frações verdadeira e falso positivas são calculadas inteiramente separadamente, usando os resultados dos testes de dois subgrupos diferentes, o gráfico ROC é independente da prevalência do evento na coorte. Cada ponto no gráfico ROC representa um par de sensibilidade/especificidade 1 - correspondente a um limiar de decisão particular. Um teste com discriminação perfeita (sem sobreposição nas duas distribuições de resultados) possui um gráfico ROC que passa pelo canto superior esquerdo, onde a fração verdadeira positiva é 1,0 ou 100% (sensibilidade perfeita) e a fração falso positiva é 0 (perfeita especificidade). O gráfico teórico para um teste sem discriminação (distribuições idênticas de resultados para os dois grupos) é uma linha diagonal de 45° do canto inferior esquerdo ao canto superior direito. A maioria dos gráficos se enquadra entre esses dois extremos. Se o gráfico ROC cair completamente abaixo da diagonal de 45°, isso é facilmente remediado revertendo o critério de "positividade" a "maior que" para "menor que" ou vice-versa. Qualitativamente, quanto mais próximo o gráfico estiver do canto superior esquerdo, maior será a precisão geral do teste. Dependendo do intervalo de confiança desejado, um limiar pode ser derivado da curva ROC, permitindo o diagnóstico de um determinado evento com um equilíbrio adequado de sensibilidade e especificidade, respectivamente. Por conseguinte, a referência a ser usada para o método da presente invenção, isto é, um limiar que permite avaliar a fibrilação atrial, pode ser gerada, de preferência, estabelecendo um ROC para a referida coorte conforme descrito acima e derivando uma quantidade limiar da mesma.
Dependendo da sensibilidade e especificidade desejadas para um método de diagnóstico, o gráfico ROC permite derivar um limiar adequado. Será entendido que é desejável uma sensibilidade ideal para, por exemplo excluir um paciente estando em risco de acidente vascular cerebral (isto é, uma exclusão) enquanto uma especificidade ideal é prevista para um paciente que é previsto estar em risco de acidente vascular cerebral (isto é, uma inclusão).
[000118] De preferência, o termo "quantidade de referência" neste documento refere-se a um valor predeterminado. O referido valor predeterminado deve prever o risco de acidente vascular cerebral.
[000119] De preferência, a quantidade de referência, isto é, a quantidade de referência deve permitir a diferenciação entre um paciente que está em risco de sofrer um acidente vascular cerebral e um paciente que não está em risco de sofrer um acidente vascular cerebral.
[000120] O algoritmo de diagnóstico é, de preferência, o seguinte:
- De preferência, uma quantidade de Ang-2 e/ou uma quantidade de IGFBP7, que está aumentada em comparação com a quantidade de referência, é indicativa para um paciente que está em risco de sofrer um acidente vascular cerebral e/ou uma quantidade de Ang-2 e/ou uma quantidade de IGFBP7, que está diminuída (ou não alterada) em comparação com a quantidade de referência, é indicativa para um paciente que não está em risco de sofrer um acidente vascular cerebral; - As quantidades de referência preferidas são fornecidas na seção Exemplos. Por exemplo, em relação a Ang-2, a quantidade de referência pode ser de 2,4 ng/ml e, em relação a IGFBP7, 178 pg/ml, de preferência, em uma amostra de sangue, soro ou plasma. No entanto, será entendido pelo técnico no assunto que, dependendo da sensibilidade e especificidade desejadas, outras quantidades de referência também permitiriam uma previsão confiável; - Nos estudos subjacentes à presente invenção, foi demonstrado ainda que a determinação de Ang-2 e/ou IGFBP7 permite aprimorar a precisão da previsão de uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral para um paciente. Assim, a determinação combinada da pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral e da determinação de Ang-2 e/ou IGFBP7 permitem uma previsão ainda mais confiável de acidente vascular cerebral em comparação à determinação de Ang-2 e/ou IGFBP7 ou à determinação da pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral sozinhas; e - Por conseguinte, o método para prever o risco de acidente vascular cerebral pode compreender ainda a combinação da quantidade de Ang-2 e/ou IGFBP7 com a pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral. Com base na combinação da quantidade de Ang-2 e/ou IGFBP7 e da pontuação de risco clínico, é previsto o risco de acidente vascular cerebral do paciente do teste.
[000121] Por conseguinte, a presente invenção refere-se, em particular, a um método para prever o risco de acidente vascular cerebral em um paciente, compreendendo as etapas de: a) determinar a quantidade de Ang-2 e/ou a quantidade de proteína 7 de ligação ao fator de crescimento semelhante à insulina (IGFBP7) em uma amostra do paciente com uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral, b) avaliar a pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral para o referido paciente, e c) prever o risco de acidente vascular cerebral com base nos resultados das etapas (a) e (b).
[000122] De acordo com o método da presente invenção, é previsto que o paciente seja um paciente que possua uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral conhecida. Consequentemente, o valor da pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral é conhecida pelo paciente.
[000123] Alternativamente, o método pode compreender obter ou fornecer o valor para a pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral. Consequentemente, a etapa (b) compreende, de preferência, fornecer o valor para a pontuação de risco clínico acidente vascular cerebral. De preferência, o valor é um número. Em uma modalidade, a pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral é gerada por uma das ferramentas de base clínica disponíveis para os médicos. De preferência, o valor é fornecido ao se determinar o valor da pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral para o paciente. Mais preferencialmente, o valor para o paciente é obtido a partir de bancos de dados de registro de paciente e histórico médico do paciente. O valor da pontuação, portanto, também pode ser determinado usando dados publicados ou do histórico do paciente.
[000124] De acordo com a presente invenção, a quantidade de Ang-2 e/ou IGFBP7 é combinada com a pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral. Isto significa, de preferência, que um valor para a quantidade de Ang-2 e/ou IGFBP7 seja combinado com a pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral. Consequentemente, os valores são operacionalmente combinados para prever o risco do paciente sofrer acidente vascular cerebral. Combinando-se o valor, um único valor pode ser calculado, o qual pode ser usado para a previsão.
[000125] As pontuações clínicas de risco de acidente vascular cerebral são bem conhecidas na técnica. Por exemplo. essas pontuações são descritas em Kirchhof P., et al., (European Heart Journal 2016; 37: 2893–2962).
Em uma modalidade, a pontuação é a pontuação CHA₂DS₂-VASc-Score. Em outra modalidade, a pontuação é a pontuação CHADS₂-Score. (Gage BF. et al., Jama, 285 (22) (2001), pp. 2864-2870) e pontuação ABC, ou seja, pontuação ABC (idade, biomarcadores, histórico clínico) de risco de acidente vascular cerebral (Hijazi Z., et al., Lancet 2016; 387(10035): 2302-2311). Todas as publicações deste parágrafo são incorporadas neste documento por referência em relação a todo o conteúdo de divulgação.
[000126] Assim, em uma modalidade da presente invenção, a pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral é a pontuação CHA2DS2-VASc-Score.
[000127] Em outra modalidade da presente invenção, a pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral é a pontuação CHADS2-Score.
[000128] Em uma modalidade adicional, a pontuação de risco clínico de acidente vascular é a pontuação ABC-Score. A pontuação ABC de risco de acidente vascular cerebral é uma nova pontuação de risco baseada em biomarcadores para prever o acidente vascular cerebral na FA foi validada em uma grande coorte de pacientes com FA e validada externamente em uma coorte independente de FA (vide Hijazi, et al., 2016). Ela inclui a idade do paciente, os níveis sanguíneos, séricos ou plasmáticos de Troponina T e NT- proBNP cardíacos no referido paciente e informações sobre se o paciente tem um histórico de acidente vascular cerebral. De preferência, a pontuação ABC de acidente vascular cerebral é a pontuação divulgada em Hijazi, et al.
[000129] Em uma modalidade preferida, o método acima para prever o risco de acidente vascular cerebral em um paciente compreende ainda a etapa de recomendar terapia de anticoagulação ou de recomendar uma intensificação da terapia de anticoagulação se o paciente tiver sido identificado como estando em risco de sofrer um acidente vascular cerebral (como descrito em outras partes deste documento).
MÉTODO PARA APRIMORAR A PRECISÃO DA PREVISÃO DE UMA PONTUAÇÃO DE RISCO CLÍNICO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
[000130] A presente invenção refere-se ainda a um método para aprimorar a precisão da previsão de uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral para um paciente, compreendendo as etapas de: a) determinar a quantidade de Ang-2 e/ou IGFBP7 em uma amostra de um paciente conforme especificado em outra parte neste documento, e b) combinar a quantidade (em particular, um valor para a quantidade) de Ang-2 e/ou IGFBP7 com a pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral, pelo qual a precisão da previsão da referida pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral é aprimorada.
[000131] O método pode compreender a etapa adicional de (c) aprimorar a precisão da previsão do referida pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral com base nos resultados da etapa (b).
[000132] As definições e explicações fornecidas acima no presente documento, em conexão com o método de avaliar a fibrilação atrial,
em particular, de prever o risco de um evento adverso tal (como acidente vascular cerebral), também se aplicam, de preferência, ao método mencionado acima. Por exemplo, é previsto que o paciente seja um paciente que tem uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral. Alternativamente, o método pode compreender obter ou fornecer o valor para a pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral.
[000133] De acordo com a presente invenção, a quantidade de Ang-2 e/ou IGFBP7 é combinada com a pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral. Isto significa, de preferência, que o valor para a quantidade de Ang-2 e/ou IGFBP7 é combinado com a pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral. Consequentemente, os valores são operacionalmente combinados para aprimorar a precisão da previsão da referida pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral.
[000134] A presente invenção refere-se ainda a um método de auxiliar na previsão do risco de acidente vascular cerebral de um paciente, o referido método compreendendo as etapas de: a) obter uma amostra de um paciente conforme referido no presente documento em conexão com o método da presente invenção, b) determinar a quantidade do biomarcador Ang-2 e/ou IGFBP7 na referida amostra, e c) fornecer informações sobre a quantidade determinada do biomarcador Ang-2 e/ou IGFBP7 ao clínico assistente do paciente, auxiliando assim na previsão do risco.
[000135] O clínico assistente deve ser o clínico que solicitou a determinação do(s) biomarcador(es). O método acima mencionado deve auxiliar o clínico assistente na avaliação da fibrilação atrial. Assim, o método não abrange a previsão real do risco.
[000136] A etapa (a) do método acima mencionado de obtenção da amostra não abrange o desenho da amostra do paciente. De preferência, a amostra é obtida recebendo uma amostra do referido paciente.
Assim, a amostra pode ter sido entregue.
[000137] A presente invenção refere-se ainda a um método compreendendo: a) fornecer um teste para o biomarcador Ang-2 e/ou IGFBP7, e b) fornecer instruções para o uso dos resultados de testes obtidos ou obteníveis pelos referidos testes na avaliação da fibrilação atrial.
[000138] O objetivo do método acima mencionado é, de preferência, auxiliar na previsão do risco de acidente vascular cerebral, conforme descrito em outra parte do presente documento em mais detalhes.
[000139] As instruções devem conter um protocolo para a realização do método de avaliação da fibrilação atrial, conforme descrito acima.
Além disso, as instruções devem conter pelo menos um valor-para uma quantidade de referência para Ang-2 e/ou IGFBP7.
[000140] O "teste" é, de preferência, um kit adaptado para realizar o método de avaliação da fibrilação atrial. O termo "Kit" é explicado abaixo. Por exemplo, o referido kit deve compreender pelo menos um agente de detecção para o biomarcador Ang-2 e/ou pelo menos um agente de detecção para o biomarcador IGFBP7. Os agentes de detecção para os dois biomarcadores podem ser fornecidos em um único kit ou em dois kits separados.
[000141] O resultado do teste obtido ou obtenível pelo referido teste é o valor da quantidade do(s) biomarcador(es).
[000142] Em uma modalidade, a etapa (b) compreende fornecer instruções para o uso dos resultados de testes obtidos ou obteníveis pelos referidos testes na previsão de acidente vascular cerebral (como descrito em outro parte do presente documento).
[000143] As definições e explicações fornecidas acima no presente documento, de preferência, aplicam mutatis mutandis ao seguinte.
[000144] A presente invenção refere-se ainda ao uso do (i) biomarcador Ang-2 e/ou do biomarcador IGFBP7, e/ou (ii) pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a Ang-2 e/ou de pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a IGFBP7 em uma amostra de um paciente, caracterizado por ser para prever o risco de acidente vascular cerebral do referido paciente.
[000145] Além disso, a presente invenção contempla o uso do (i) biomarcador Ang-2 e/ou do biomarcador IGFBP7, e/ou (ii) pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a Ang-2 e/ou de pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a IGFBP7 em uma amostra de um paciente, caracterizado por ser para aprimorar a precisão da previsão de uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral.
[000146] Finalmente, a presente invenção diz respeito ao uso do (i) biomarcador Ang-2 e/ou do biomarcador IGFBP7, e/ou (ii) pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a Ang-2 e/ou de pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a IGFBP7, em uma amostra de um paciente, em combinação com uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral, caracterizado por ser para prever o risco de um paciente sofrer acidente vascular cerebral.
[000147] Os termos mencionados em conexão com o uso mencionado acima, tal como “amostra”, “paciente”, “agente de detecção”, “Ang- 2”, “IGFBP7”, “especificamente se liga”, “acidente vascular cerebral” e “predição do risco" foram definidos em conexão com os métodos da presente invenção. As definições e explicações se aplicam em conformidade.
[000148] De preferência, os usos acima mencionados são usos in vitro. Além disso, o agente de detecção é, de preferência, um anticorpo, tal como um anticorpo monoclonal (ou um fragmento de ligação ao antígeno do mesmo), que especificamente se liga ao biomarcador.
[000149] Todas as referências citadas nesta especificação são incorporadas neste documento por referência em relação a todo o seu conteúdo de divulgação e ao conteúdo de divulgação especificamente mencionado neste relatório descritivo.
AS FIGURAS MOSTRAM
[000150] Figura 1a: Estimativas ponderadas de sobrevivência de Kaplan-Meier para os dois grupos definidos pela medição de avaliação inicial de IGFBP-7 <= 178 pg/mL versus > 178 pg/mL.
[000151] A figura mostra as curvas ponderadas de Kaplan- Meier para os dois grupos de pacientes com medição de avaliação inicial de IGFBP-7 <= 178 pg/mL versus > 178 pg/mL. Como é facilmente visto, o risco dos dois grupos para a ocorrência de um acidente vascular cerebral difere significativamente. Como mostrado na Figura 1a, a IGFBP-7 pode ajudar a identificar pacientes com risco elevado de acidente vascular cerebral, mesmo em uma população de pacientes com fibrilação atrial que recebem anticoagulação oral ou antagonistas de vitaminas.
[000152] Figura 1b: Estimativas ponderadas de sobrevivência de Kaplan-Meier para os dois grupos definidos pela medição de avaliação inicial de Angiopoietina-2 <= 2,4 ng/ml versus > 2,4 ng/ml.
[000153] A figura mostra as curvas ponderadas de Kaplan- Meier para os dois grupos de pacientes com medição de avaliação inicial de Angiopoietina-2 <= 2,4 ng/ml versus > 2,4 ng/ml. Como é facilmente visto, o risco dos dois grupos para a ocorrência de um acidente vascular cerebral difere significativamente. Como mostrado na Figura 1b, a Ang-2 pode ajudar a identificar pacientes com risco elevado de acidente vascular cerebral, mesmo em uma população de pacientes com fibrilação atrial que recebem anticoagulação oral ou antagonistas de vitaminas.
EXEMPLOS
[000154] A invenção será meramente ilustrada pelos seguintes Exemplos. Os referidos Exemplos não devem, de modo algum, ser interpretados de maneira a limitar o escopo da invenção.
EXEMPLO 1
[000155] A capacidade de IGFBP-7 circulante e de Ang-2 circulante de preverem o risco de ocorrência de acidente vascular cerebral foi avaliada em um registro prospectivo e multicêntrico de pacientes com fibrilação atrial documentada (Conen D., Forum Med Suisse 2012;12:860–862; Blum S.
(J Am Heart Assoc. 2017;6e005401. DOI: 10,1161 (JAHA.116.005401).
[000156] A coorte de FA de batimento inclui amostras de plasma de avaliação inicial de 1553 pacientes, que foram acompanhadas por 7 anos. A idade média foi de 70 ± 11 anos entre as mulheres e 67 ± 12 anos entre os homens. O desfecho primário foi acidente vascular cerebral ou embolia sistêmica. 70 pacientes sofreram um acidente vascular cerebral no período de acompanhamento, a maioria deles em 3 anos. Entre 2010 e 2014, 1553 pacientes com FA documentada foram matriculados em 7 centros na Suíça. Naquela época, a terapia foi alterada de antagonistas da vitamina K para anticoagulação oral, com cerca de 70% dos pacientes inscritos recebendo anticoagulação oral e com uma proporção dos pacientes recebendo antagonistas da vitamina ainda no momento da coleta de sangue. A maioria dos pacientes da coorte de FA de batimento já tinha recebido “novos tratamentos, novos anticoagulantes orais” (NOAC, OAC), em vez de antagonistas da vitamina K para tromboprofilaxia e prevenção de acidente vascular cerebral.
[000157] NOAC compreende inibidores diretos do fator Xa
(apixaban, rivaroxaban, darexaban, edoxaban), inibidores diretos da trombina (dabigatran) e antagonistas da PAR-1 (vorapaxar, atopaxar). Antagonistas da vitamina K compreendem varfarina e dicumarol. Todos os pacientes eram necessários ter FA previamente documentada por ECG, tira-ritmo ou interrogação de dispositivo. Cerca de 60% dos pacientes inscritos tinham FA paroxística, 20% FA persistente e 20% FA permanente. A FA paroxística foi avaliada por diagnóstico clínico, incluindo FA autolimitada, com pacientes apresentando ritmo sinusal no momento da coleta de sangue, bem como pacientes com vários episódios de FA e FA contínua no momento da amostragem. Os critérios de exclusão foram a incapacidade de assinar o consentimento informado e a presença exclusiva de episódios transitórios curtos de FA (por exemplo, FA após cirurgia cardíaca).
[000158] Os níveis de IGFBP-7 estavam disponíveis para 69 pacientes com o desfecho de acidente vascular cerebral e para 1435 pacientes sem acidente vascular cerebral. Os níveis de Angiopoietina-2 estavam disponíveis para 69 pacientes com desfecho de acidente vascular cerebral e para 1430 pacientes sem acidente vascular cerebral.
[000159] A fim de quantificar o valor prognóstico univariado de IGFBP-7 e Ang-2, modelos de risco proporcional foram usados com o acidente vascular cerebral de desfecho.
[000160] O desempenho prognóstico univariado de IGFBP-7 ou Ang-2 foi avaliado por duas incorporações diferentes da informação prognóstica fornecida por IGFBP-7 ou Ang-2, respectivamente. O primeiro modelo de risco proporcional incluiu IGFBP-7 ou Ang-2 binarizadas na mediana (178 pg/mL ou 2,4 ng/ml, respectivamente) e, portanto, comparou o risco de pacientes com IGFBP-7 ou Ang-2 abaixo ou igual à mediana versus paciente com IGFBP-7 ou Ang-2 acima da mediana.
[000161] O segundo modelo de risco proporcional incluiu os níveis originais de IGFBP-7 ou Ang-2, mas foi transformado em uma escala log2. A transformação em log2 foi realizada para permitir uma melhor calibração do modelo.
TABELA 1: OS RESULTADOS DO MODELO DE RISCO PROPORCIONAL PONDERADO UNIVARIADO, INCLUINDO A IGFBP-7 E ANG-2 BINARIZADAS E TRANSFORMADAS EM LOG2. Taxa de 95% - IC Taxa de 95% - Valor p Valor p Risco TR Risco (TR) IC TR (TR) 1,838 - Angiopoietina-2 1,356 - IGFBP-7 log2 3,090 <0,001 1,779 <0,001 5,193 log2 2,333 Angiopoietina-2 GFBP-7 de de avaliação avaliação inicial 1,857 - inicial > 2,4 1,931 - > 178 pg/mL 3,137 <0,001 3,309 <0,001 5,300 ng/ml versus 5,671 versus IGFBP-7 Angiopoietina-2 <= 178 pg/mL <= 2,4 ng/ml
[000162] A Tabela 1 mostra os resultados dos dois modelos de risco proporcional ponderado univariado, incluindo a IGFBP-7 e Ang-2 binarizadas ou transformadas em log2.
[000163] A associação entre o risco de sofrer um acidente vascular cerebral e o valor de avaliação inicial de IGFBP-7 ou Ang-2 é altamente significativa nos dois modelos.
[000164] A taxa de risco para a IGFBP-7 binarizada implica um risco 3,14 vezes maior de acidente vascular cerebral no grupo de pacientes com IGFBP-7 de avaliação inicial > 178 pg/mL versus o grupo de pacientes com IGFBP-7 de avaliação inicial <= 178 pg/mL.
[000165] Os resultados do modelo de risco proporcional, incluindo IGFBP-7 como preditora de risco linear transformada em log2, sugerem que os valores transformados em log2 de IGFBP-7 são proporcionais ao risco de sofrer um acidente vascular cerebral. A taxa de risco de 3,09 pode ser interpretada de maneira que um aumento de 2 vezes da IGFBP-7 esteja associado ao aumento de risco de 3,09 para um acidente vascular cerebral.
[000166] A taxa de risco para a Angiopoietina-2 binarizada implica um risco 3,31 vezes maior de acidente vascular cerebral no grupo de pacientes com Angiopoietina-2 > 2,4 ng/ml de avaliação inicial versus o grupo de pacientes com Angiopoietina-2 <= 2,4 ng/ml de avaliação inicial.
[000167] Os resultados do modelo de risco proporcional, incluindo a Angiopoietina-2 como preditora de risco linear transformada em log2, sugerem que os valores transformados em log2 de Angiopoietina-2 são proporcionais ao risco de sofrer um acidente vascular cerebral. A taxa de risco de 1,78 pode ser interpretada de maneira que um aumento de 2 vezes da Angiopoietina-2 esteja associado a um aumento de 1,78 no risco de um acidente vascular cerebral. As taxas de sobrevivência absoluta nos dois grupos com base na medição dicotomizada de avaliação de inicial de IGFBP-7 ou Ang- 2 (<= 178 pg/mL versus > 178 pg/mL; <= 2,4 ng/ml versus > 2,4 ng/ml, respectivamente) são ilustradas por um estimador de Kaplan-Meier.
[000168] A fim de avaliar se o valor prognóstico do IGFBP-7 ou do Ang-2 é independente dos fatores de risco clínicos e demográficos conhecidos, foi calculado um modelo de Cox proporcional ponderado, incluindo adicionalmente as variáveis idade, sexo, história de ICC, história de hipertensão, história de acidente vascular cerebral/AIT/tromboembolismo, história de doença vascular e história de diabetes.
[000169] A Figura 1a mostra as curvas ponderadas de Kaplan-Meier para os dois grupos de pacientes com medição de avaliação inicial de IGFBP-7 <= 178 pg/mL versus > 178 pg/mL. Como é facilmente visto, o risco dos dois grupos para a ocorrência de um acidente vascular cerebral difere significativamente. Conforme mostrado na Figura 1, a IGFBP-7 pode ajudar a identificar pacientes com risco elevado de acidente vascular cerebral, mesmo em uma população de pacientes com fibrilação atrial que recebem anticoagulação oral ou antagonistas de vitaminas.
[000170] A Figura 1b mostra as curvas ponderadas de Kaplan-Meier para os dois grupos de pacientes com medição de avalição inicial de Angiopoietina-2 <= 2,4 ng/ml versus > 2,4 ng/ml. Como é facilmente visto, o risco dos dois grupos para a ocorrência de um acidente vascular cerebral difere significativamente. Como mostrado na Figura 1b, a Ang-2 pode ajudar a identificar pacientes com risco elevado de acidente vascular cerebral, mesmo em uma população de pacientes com fibrilação atrial que recebem anticoagulação oral ou antagonistas de vitaminas.
TABELA 2: MODELO DE RISCO PROPORCIONAL MULTIVARIADO, INCLUINDO A IGFBP- 7, ANG-2 E VARIÁVEIS CLÍNICAS E DEMOGRÁFICAS RELEVANTES. Taxa Taxa de de 95% - 95% - Valor p Risco Valor p Risco IC TR IC TR (TR) (TR) 0,5696 0,5473 Histórico de Histórico de 1,0157 - 0,9579 0,9743 - 0,9294 hipertensão hipertensão 1,8112 1,7342 1,0127 1,0189 Idade 1,0428 - 0,0051 Idade 1,0471 - 0,0010 1,0738 1,0761 Histórico de acidente 1,3114 Histórico de acidente 1,2927 vascular 2,2011 - 0,0028 vascular 2,1692 - 0,0034 cerebral/AIT/embolia 3,6944 cerebral/AIT/embolia 3,6401 0,4725 0,5108 Sexo = masculino 0,7803 - 0,3323 Sexo = masculino 0,8429 - 0,5036 1,2886 1,3909 0,5049 0,4839 Histórico de ICC 0,9266 - 0,8057 Histórico de ICC 0,8827 0,6841 -1,6102 1,7005 0,5978 0,6059 Histórico de doença Histórico de doença 1,0464 - 0,8738 1,054 - 0,8524 vascular vascular 1,8317 1,8333 IGFBP-7 1,1006 0,944 - Ang-2 (transformada (transformada em 1,9101 0,0719 1,5061 - 0,0105 3,8648 em log2) log2) 2,0609
[000171] A Tabela 2 mostra os resultados de um modelo de risco proporcional incluindo IGFBP-7 (transformada em log2) na combinação com variáveis clínicas e demográficas. Embora o estimador pontual da taxa de risco para IGFBP-7 ainda seja notável acima de 1, o valor p agora está acima de 0,05.
[000172] No entanto, dada a taxa de risco ainda alta e que o índice c do modelo, incluindo apenas as variáveis clínicas mostradas na Tabela 2 aprimora em 0,0054 com a adição da IGFBP-7, pode-se esperar que o efeito da IGFBP-7 seja significativo em uma maior coorte com, por exemplo, 140 eventos.
[000173] A Tabela 2 mostra os resultados de um modelo de risco proporcional incluindo Angiopoietina-2 (transformada em log2) na combinação com variáveis clínicas e demográficas. Ela mostra claramente que o efeito prognóstico da Angiopoietina-2 permanece significativo se for ajustado para o efeito prognóstico de variáveis clínicas e demográficas relevantes
[000174] Para avaliar a capacidade da IGFBP-7 ou Ang-2 de aprimorar as pontuações de risco existentes para o prognóstico dos modelos de risco proporcional ponderado de acidente vascular cerebral, incluindo a CHADS₂, respectivamente, a pontuação CHA₂DS₂-VASc e a IGFBP-7 ou Ang- 2 (transformadas em log2) foram calculados.
TABELA 3: MODELO DE RISCO PROPORCIONAL PONDERADO QUE COMBINA A PONTUAÇÃO CHADS₂ COM IGFBP-7 E ANG-2 (TRANSFORMADAS EM LOG2) Taxa de 95% - IC Taxa de 95% - Valor p Valor p Risco TR Risco (TR) IC TR (TR) Pontuação 1,2547 - Pontuação 1,2592 - 1,5023 <0,001 1,5022 <0,001 CHADS2 1,7988 CHADS2 1,7921 IGFBP-7 Ang-2 1,0353 - 1,0776 - (transformada 1,9149 0,038 (transformada 1,4490 0,014 3,5415 1,9485 em log2) em log2)
[000175] A Tabela 3 mostra os resultados do modelo de risco proporcional ponderado que combinam a pontuação CHADS₂ com IGFBP-7 e Ang-2 (transformadas em log2). Também neste modelo, a IGFBP-7 e Ang-2 podem adicionar informações prognósticas à pontuação CHADS₂.
TABELA 4: MODELO DE RISCO PROPORCIONAL PONDERADO QUE COMBINA A
PONTUAÇÃO CHA₂DS₂-VASC COM IGFBP-7 E ANG-2 (TRANSFORMADAS EM LOG2) Taxa de 95% - IC Taxa de 95% - Valor p Valor p Risco TR Risco (TR) IC TR (TR) Pontuação Pontuação 1,2051 - 1,2040 - CHA2DS2-VASc 1,3896 <0,001 CHA2DS2- 1,3849 <0,001 1,6025 1,5931 VASc IGFBP-7 Ang-2 0,9251 - 1,0201 - (transformada 1,7383 0,086 (transformada 1,3802 0,037 3,2664 1,8674 em log2) em log2)
[000176] A Tabela 4 mostra os resultados do modelo de risco proporcional ponderado que combinam a pontuação CHA₂DS₂-VASc com IGFBP-7 e Ang-2 (transformadas em log2). Semelhante à Tabela 2, a taxa de risco da IGFBP-7 ainda está acima de 1, mas novamente com um valor p não atingindo 0,05. Também, aqui, o número pequeno relativo de eventos deve ser considerado. Também neste modelo, a Angiopoietina-2 pode adicionar informações prognósticas à pontuação CHA₂DS₂-VASc.
[000177] Os índices c das pontuações CHADS₂ e CHA₂DS₂- VASc foram comparados aos índices c desses modelos.
TABELA 5: ÍNDICES C DE IGFBP-7, ANG-2, AS PONTUAÇÕES CHADS₂, CHA₂DS₂- VASC E ABC E SUA COMBINAÇÃO COM IGFBP-7 OU ANG-2. Índice c Índice c IGFBP-7 univariada 0,6659 Ang-2 univariada 0,6253 CHADS2 0,6706 CHADS2 0,6706 CHADS2 + IGFBP-7 0,6820 CHADS2 + Ang-2 0,6833 CHA2DS2-VASc 0,6915 CHA2DS2-VASc 0,6915 CHA2DS2-VASc + IGFBP-7 0,6956 CHA2DS2-VASc + Ang-2 0,6982 Pontuação ABC 0,6804 Pontuação ABC 0,6804 Pontuação ABC + IGFBP-7 0,6843 Pontuação ABC + Ang-2 0,6831
[000178] O menor tempo de acidente vascular cerebral observado foi de 11 dias após a coleta de sangue de uma paciente de 75 anos com fibrilação atrial permanente, sem histórico de acidente vascular cerebral, AIT, doença vascular, hipertensão ou diabetes. No início do estudo, foram detectados títulos elevados de IGFBP-7 (318 pg/mL) e Ang-2 (14,6 ng/mL). O paciente tinha fibrilação atrial permanente e recebeu anticoagulantes. O paciente não tinha histórico de insuficiência cardíaca e diagnóstico de insuficiência cardíaca.
[000179] Os valores medianos de IGFBP-7 e de Ang-2 foram comparados em pacientes que desenvolveram acidente vascular cerebral com e sem histórico de insuficiência cardíaca (IC).
TABELA 6: IGFBP-7 E ANG-2 EM PACIENTES COM E SEM HISTÓRICO DE INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA Tipo de FA Pacientes sem IC Tempo para o desenvolvendo acidente vascular Ang-2 IGFBP-7 acidente vascular cerebral (ng/mL) (pg/mL) cerebral (dias) (n) Todos 54 683 2,6 187 Pacientes com IC desenvolvendo acidente vascular cerebral Todos 16 889 4,2 216 Todos os pacientes Todos 70 705 3,5 205
[000180] Conforme mostrado na Tabela 6, foram observados níveis elevados de IGFBP-7 acima de 178 pg/mL e de Ang-2 acima de 2,4 ng/mL nos pacientes que desenvolveram acidente vascular cerebral, independentemente de um histórico de insuficiência cardíaca. Níveis elevados de IGFBP-7 acima de 178 pg/mL e de Ang-2 acima de 2,4 ng/mL também foram observados no subgrupo de 54 pacientes sem diagnóstico de insuficiência cardíaca e sem histórico de insuficiência cardíaca.
[000181] Os resultados sugerem que a IGFBP-7 pode ser usado de várias maneiras para prever o risco de um futuro acidente vascular cerebral para um novo paciente, tanto sozinha ou como uma combinação para aprimorar consideravelmente as pontuações clínicas na previsão do risco de acidente vascular cerebral (tais como CHADS2, CHA₂DS₂-VASc e ABC). O paciente pode ser um paciente com fibrilação atrial e que já recebe anticoagulação ou antagonistas da vitamina Ka.
[000182] Para um novo paciente, a IGFBP-7 pode ser medida e comparada com um ponto de corte predefinido (por exemplo, 178 pg/mL). Se o valor medido para o novo paciente estiver acima do ponto de corte predefinido, considera-se que o paciente tem um alto risco de sofrer acidente vascular cerebral e medidas clínicas apropriadas podem ser iniciadas.
[000183] Também é possível definir mais de dois grupos de risco com base em um conjunto crescente de pontos de corte. Um paciente seria então atribuído a um dos grupos de risco com base no valor de sua medição de IGFBP-7. Espera-se que o risco de acidente vascular cerebral aumente nos diferentes grupos de risco.
[000184] Alternativamente, também seria possível transformar os resultados do IGFBP-7 diretamente em uma pontuação de risco contínua com base na função de transformação adequada predefinida.
[000185] Além disso, é possível usar o valor de IGFBP-7 em uma combinação com uma pontuação de risco baseada em variáveis clínicas e demográficas (por exemplo, pontuação CHA₂DS₂-VASc ou pontuação ABC) e, assim, aprimorar a precisão da previsão de risco.
[000186] Para um novo paciente, o valor da pontuação de risco seria avaliado e combinado de maneira apropriada com os valores medidos de IGFBP-7 (potencialmente transformada em log2), por exemplo, criando uma soma ponderada dos resultados da pontuação de risco e o valor de IGFBP-7 com pesos predefinidos adequados (por exemplo, conforme mostrado na Tabela 3).
[000187] Os resultados sugerem que a Angiopoietina-2 pode ser usada de várias maneiras para prever o risco de um futuro acidente vascular cerebral para um novo paciente, tanto sozinha ou como uma combinação para aprimorar consideravelmente as pontuações clínicas na previsão de risco de acidente vascular cerebral (tais como CHADS2, CHA₂DS₂- VASc e ABC). O paciente pode ser um paciente com fibrilação atrial e que já recebe anticoagulação ou antagonistas da vitamina Ka.
[000188] Para um novo paciente, a Angiopoietina-2 pode ser medida e comparada com um ponto de corte predefinido (por exemplo, 2,4 ng/ml). Se o valor medido para o novo paciente estiver acima do ponto de corte predefinido, considera-se que o paciente tem um alto risco de sofrer acidente vascular cerebral e medidas clínicas apropriadas podem ser iniciadas.
[000189] Também é possível definir mais de dois grupos de risco com base em um conjunto crescente de pontos de corte. Um paciente seria então atribuído a um dos grupos de risco com base no valor da sua medição de Angiopoietina-2. Espera-se que o risco de acidente vascular cerebral aumente nos diferentes grupos de risco.
[000190] Alternativamente, também seria possível transformar os resultados da Angiopoietina-2 diretamente em uma pontuação de risco contínua com base na função de transformação adequada predefinida.
[000191] Além disso, é possível usar o valor de Angiopoietina- 2 em combinação com uma pontuação de risco baseada em variáveis clínicas e demográficas (por exemplo, pontuação CHA₂DS₂-VASc ou pontuação ABC) e, assim, aprimorar a precisão da previsão de risco.
[000192] Para um novo paciente, o valor da pontuação de risco seria avaliado e combinado de maneira apropriada com os valores medidos de Angiopoietina-2 (potencialmente transformada em log2), por exemplo, criando uma soma ponderada dos resultados da pontuação de risco e o valor de Angiopoietina-2 com pesos predefinidos adequados (por exemplo, conforme mostrado na Tabela 3).

Claims (15)

REIVINDICAÇÕES
1. MÉTODO PARA PREVER O RISCO DE ACIDENTE VASCULAR cerebral de um paciente, caracterizado por compreender as etapas de: a) determinar a quantidade de Angiopoietina-2 (Ang-2) e/ou a quantidade de proteína 7 de ligação ao fator de crescimento semelhante à insulina (IGFBP7) em uma amostra do paciente, e b) comparar a quantidade de Ang-2 e/ou a quantidade de IGFBP7 com uma quantidade de referência, pela qual o risco de acidente vascular cerebral é previsto.
2. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo paciente sofrer de fibrilação atrial.
3. MÉTODO, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizado pela fibrilação atrial ser fibrilação atrial paroxística, persistente ou permanente.
4. MÉTODO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo paciente ter um histórico de acidente vascular cerebral ou AIT (ataque isquêmico transitório).
5. MÉTODO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo paciente receber terapia de anticoagulação.
6. MÉTODO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo paciente ser humano e/ou em que a amostra é sangue, soro ou plasma.
7. MÉTODO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado por uma quantidade de Ang-2 e/ou uma quantidade de IGFBP7 que são aumentadas em comparação com a quantidade de referência serem indicativas para um paciente que está em risco de sofrer acidente vascular cerebral e/ou em que uma quantidade de Ang-2 e/ou uma quantidade de IGFBP7 que são diminuídas ou não alteradas em comparação com a quantidade de referência serem indicativas para um paciente que não está em risco de sofrer um acidente vascular cerebral.
8. MÉTODO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pela janela preditiva ser um período de até 10 anos.
9. MÉTODO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado por compreender ainda a etapa de recomendar terapia de anticoagulação ou de recomendar uma intensificação da terapia de anticoagulação se o paciente tiver sido identificado como estando em risco de sofrer um acidente vascular cerebral.
10. MÉTODO PARA PREVER O RISCO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL em um paciente, caracterizado por compreender as etapas de: a) determinar a quantidade de Ang-2 e/ou a quantidade de proteína 7 de ligação ao fator de crescimento semelhante à insulina (IGFBP7) em uma amostra do paciente com uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral conhecida, b) avaliar a pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral para o referido paciente, e c) prever o risco de acidente vascular cerebral com base nos resultados das etapas (a) e (b).
11. MÉTODO PARA APRIMORAR A PRECISÃO DA PREVISÃO de uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral para um paciente, caracterizado por compreender as etapas de: a) determinar a quantidade de Ang-2 e/ou a quantidade de proteína 7 de ligação ao fator de crescimento semelhante à insulina (IGFBP7)
em uma amostra do paciente com uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral, e b) combinar um valor para a quantidade de Ang-2 e/ou IGFBP-7 com a pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral, pelo qual a precisão da previsão da referida pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral é aprimorada.
12. MÉTODO de acordo com as reivindicações 10 ou 11, caracterizado pela pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral ser a CHA₂DS₂-VASc-Score, a CHADS₂-Score ou a ABC-Score.
13. USO DO (I) BIOMARCADOR Ang-2 E/OU DO BIOMARCADOR IGFBP7, e/ou (ii) pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a Ang-2 e/ou de pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a IGFBP7 em uma amostra de um paciente, caracterizado por ser para prever o risco de acidente vascular cerebral do referido paciente.
14. USO DO (I) BIOMARCADOR Ang-2 E/OU DO BIOMARCADOR IGFBP7, e/ou (ii) pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a Ang-2 e/ou de pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a IGFBP7 em uma amostra de um paciente, caracterizado por ser para aprimorar a precisão da previsão de uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral.
15. USO DO (I) BIOMARCADOR Ang-2 E/OU DO BIOMARCADOR IGFBP7, e/ou (ii) pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a Ang-2 e/ou de pelo menos um agente de detecção que especificamente se liga a IGFBP7, em uma amostra de um paciente, em combinação com uma pontuação de risco clínico de acidente vascular cerebral, caracterizado por ser para prever o risco de um paciente sofrer acidente vascular cerebral.
BR112020011454-5A 2017-12-13 2018-12-12 métodos para prever o risco de acidente vascular, para prever o risco de acidente vascular cerebral e para aprimorar a precisão da previsão e usos do (i) biomarcador ang-2 e/ou do biomarcador igfbp7 BR112020011454A2 (pt)

Applications Claiming Priority (3)

Application Number Priority Date Filing Date Title
EP17207096 2017-12-13
EP17207096.3 2017-12-13
PCT/EP2018/084577 WO2019115620A1 (en) 2017-12-13 2018-12-12 Circulating angiopoietin-2 (ang-2) and insulin-like growth factor-binding protein 7 (igfbp7) for the prediction of stroke

Publications (1)

Publication Number Publication Date
BR112020011454A2 true BR112020011454A2 (pt) 2021-02-09

Family

ID=60811778

Family Applications (1)

Application Number Title Priority Date Filing Date
BR112020011454-5A BR112020011454A2 (pt) 2017-12-13 2018-12-12 métodos para prever o risco de acidente vascular, para prever o risco de acidente vascular cerebral e para aprimorar a precisão da previsão e usos do (i) biomarcador ang-2 e/ou do biomarcador igfbp7

Country Status (7)

Country Link
US (1) US11946938B2 (pt)
EP (1) EP3724662B1 (pt)
JP (1) JP7058331B2 (pt)
KR (1) KR102368403B1 (pt)
CN (1) CN111480081A (pt)
BR (1) BR112020011454A2 (pt)
WO (1) WO2019115620A1 (pt)

Families Citing this family (2)

* Cited by examiner, † Cited by third party
Publication number Priority date Publication date Assignee Title
WO2022034159A1 (en) 2020-08-14 2022-02-17 F. Hoffmann-La Roche Ag Igfbp7 for the assessment of silent brain infarcts and cognitive decline
CN113125760A (zh) * 2021-04-15 2021-07-16 江苏优尼泰克生物科技有限公司 用于n末端脑利钠肽前体检测的组合物和磁微球电化学发光免疫检测试剂盒与检测方法

Family Cites Families (19)

* Cited by examiner, † Cited by third party
Publication number Priority date Publication date Assignee Title
US4018653A (en) 1971-10-29 1977-04-19 U.S. Packaging Corporation Instrument for the detection of Neisseria gonorrhoeae without culture
US4016043A (en) 1975-09-04 1977-04-05 Akzona Incorporated Enzymatic immunological method for the determination of antigens and antibodies
US4424279A (en) 1982-08-12 1984-01-03 Quidel Rapid plunger immunoassay method and apparatus
JP2005522669A (ja) * 2001-08-20 2005-07-28 バイオサイト インコーポレイテッド 卒中および脳損傷の診断マーカーおよびその使用方法
US8157818B2 (en) * 2005-08-01 2012-04-17 Ension, Inc. Integrated medical apparatus for non-traumatic grasping, manipulating and closure of tissue
CN101041855A (zh) * 2005-10-17 2007-09-26 中国医学科学院阜外心血管病医院 利用促血管生成素-2单核苷酸多态性位点确定中国人群中出血性脑卒中易感性的方法
DK2115477T3 (en) 2007-01-25 2015-08-10 Hoffmann La Roche USE OF IGFBP-7 IN THE EVIDENCE OF HEART FAILURE
EP2166358A1 (en) * 2008-09-17 2010-03-24 Fundacio Institut de Recerca de l'Hospital Universitari Vall d'Hebron Differential diagnostic biomarkers of stroke mimicking conditions and methods of use thereof
NZ595918A (en) * 2009-04-03 2013-07-26 Decode Genetics Ehf Genetic markers for risk management of atrial fibrillation and stroke
EP2673284B1 (en) 2011-02-09 2017-08-30 Roche Diagnostics GmbH New iridium-based complexes for ecl
CN102221615A (zh) * 2011-03-31 2011-10-19 广州华灿医药科技有限公司 一种基于Angiogenin检测的双抗夹心ELISA方法
MX2014003153A (es) 2011-09-30 2014-04-30 Somalogic Inc Prediccion de riesgo de evento cardiovascular y usos del mismo.
US9410204B2 (en) * 2012-01-07 2016-08-09 The Regents Of The University Of California Biomarkers for diagnosing ischemia
CN104620111B (zh) 2012-09-12 2017-08-08 霍夫曼-拉罗奇有限公司 鉴定具有异常分数缩短的患者
EP2917736B1 (en) * 2012-11-09 2019-12-25 Roche Diagnostics GmbH Tnt or bnp based diagnosis of paroxysmal atrial fibrillation
SG11201608566UA (en) * 2014-06-05 2016-11-29 Sanofi Aventis Deutschland New markers for the assessment of an increased risk for mortality
US10670611B2 (en) * 2014-09-26 2020-06-02 Somalogic, Inc. Cardiovascular risk event prediction and uses thereof
WO2016066698A1 (en) * 2014-10-29 2016-05-06 Roche Diagnostics Gmbh Biomarkers for risk prediction of mortality
CN109328303B (zh) 2016-06-17 2022-08-09 豪夫迈·罗氏有限公司 用于预测心房纤颤的复发的循环血管生成素-2 (Ang-2)

Also Published As

Publication number Publication date
CN111480081A (zh) 2020-07-31
WO2019115620A1 (en) 2019-06-20
US20200300869A1 (en) 2020-09-24
EP3724662A1 (en) 2020-10-21
EP3724662B1 (en) 2024-02-28
JP7058331B2 (ja) 2022-04-21
KR102368403B1 (ko) 2022-02-25
KR20200087799A (ko) 2020-07-21
JP2021507216A (ja) 2021-02-22
US11946938B2 (en) 2024-04-02

Similar Documents

Publication Publication Date Title
ES2817087T3 (es) ESM-1 (endocan) circulante en la evaluación de la fibrilación auricular
ES2823124T3 (es) Angiopoyetina-2 (Ang-2) circulante para la predicción de recidiva de fibrilación auricular
US20210239712A1 (en) Circulating fgfbp-1 (fibroblast growth factor-binding pro-tein 1) in the assessment of atrial fibrillation and for the prediction of stroke
BR112021002728A2 (pt) métodos de avaliação da fibrilação atrial, de auxílio à avaliação da fibrilação atrial, de diagnóstico de insuficiência cardíaca e de predição do risco de hospitalização, método implementado por computador para a avaliação da fibrilação atrial, kit e usos in vitro
ES2954321T3 (es) Proteína 3 de unión a ácidos grasos para la evaluación de fibrilación auricular (FA)
US11946938B2 (en) Circulating Angiopoietin-2 (Ang-2) and insulin-like growth factor-binding protein 7 (IGFBP7) for the prediction of stroke
JP7389108B2 (ja) 心房細動関連脳卒中の評価のためのces-2(カルボキシルエステラーゼ-2)
JP7333384B2 (ja) 心房細動の評価における循環spon-1(スポンジン-1)
JP7419341B2 (ja) 心房細動の評価における循環DKK3(Dickkopf関連タンパク質3)
BR112021002725A2 (pt) métodos para avaliar a fibrilação atrial, para prever o risco de acidente vascular cerebral, para avaliar a eficácia de uma terapia, para identificar um paciente, para monitorar a terapia de anticoagulação e para auxiliar na avaliação da fibrilação atrial, método implementado por computador, kit e uso in vitro

Legal Events

Date Code Title Description
B350 Update of information on the portal [chapter 15.35 patent gazette]
B08F Application dismissed because of non-payment of annual fees [chapter 8.6 patent gazette]

Free format text: REFERENTE A 5A ANUIDADE.

B08K Patent lapsed as no evidence of payment of the annual fee has been furnished to inpi [chapter 8.11 patent gazette]

Free format text: EM VIRTUDE DO ARQUIVAMENTO PUBLICADO NA RPI 2752 DE 03-10-2023 E CONSIDERANDO AUSENCIA DE MANIFESTACAO DENTRO DOS PRAZOS LEGAIS, INFORMO QUE CABE SER MANTIDO O ARQUIVAMENTO DO PEDIDO DE PATENTE, CONFORME O DISPOSTO NO ARTIGO 12, DA RESOLUCAO 113/2013.