BR112021002728A2 - métodos de avaliação da fibrilação atrial, de auxílio à avaliação da fibrilação atrial, de diagnóstico de insuficiência cardíaca e de predição do risco de hospitalização, método implementado por computador para a avaliação da fibrilação atrial, kit e usos in vitro - Google Patents

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Abstract

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL, DE AUXÍLIO À AVALIAÇÃO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL, DE DIAGNÓSTICO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E DE PREDIÇÃO DO RISCO DE HOSPITALIZAÇÃO, MÉTODO IMPLEMENTADO POR COMPUTADOR PARA A AVALIAÇÃO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL, KIT E USOS IN VITRO. A presente invenção refere-se a um método para avaliar a fibrilação atrial em um sujeito, em que o referido método compreende as etapas de determinar a quantidade de BMP10 em uma amostra do sujeito, e comparar a quantidade de BMP10 com uma quantidade de referência, de modo que a fibrilação atrial deve ser avaliada. Além disso, a presente invenção refere-se a um método de diagnóstico de insuficiência cardíaca com base na determinação de BMP10 em uma amostra de um sujeito. Além disso, a presente invenção refere-se a um método de predição do risco de hospitalização de um sujeito devido à insuficiência cardíaca com base na terminação de um peptídeo tipo BMP10 em uma amostra de um sujeito.

Description

“MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL, DE AUXÍLIO À AVALIAÇÃO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL, DE DIAGNÓSTICO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E DE PREDIÇÃO DO RISCO DE HOSPITALIZAÇÃO, MÉTODO IMPLEMENTADO POR COMPUTADOR PARA A AVALIAÇÃO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL, KIT E USOS IN VITRO”
[001] A presente invenção refere-se a um método para avaliar a fibrilação atrial em um sujeito, em que o referido método compreende as etapas de determinar a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 em uma amostra do sujeito, e comparar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 com uma quantidade de referência, de modo que a fibrilação atrial deve ser avaliada. Além disso, a presente invenção refere-se a um método para diagnosticar a insuficiência cardíaca com base na determinação de um peptídeo tipo BMP10 em uma amostra de um sujeito. Além disso, a presente invenção refere-se a um método de predição do risco de hospitalização de um sujeito devido à insuficiência cardíaca com base na terminação de um peptídeo tipo BMP10 em uma amostra de um sujeito.
ANTECEDENTES DA INVENÇÃO
[002] A fibrilação atrial (AF) é o tipo mais comum de arritmia cardíaca e uma das condições mais disseminadas entre a população idosa. A fibrilação atrial é caracterizada por batimento cardíaco irregular e frequentemente inicia-se com períodos rápidos de batimentos anormais que podem aumentar ao longo do tempo e tornar-se uma condição permanente.
Estima-se que 2,7 a 6,1 milhões de pessoas nos Estados Unidos e cerca de 33 milhões de pessoas em todo o mundo possuem Fibrilação Atrial (Chugh, S. S.
et al, Circulation 2014; 129: 837-47).
[003] O diagnóstico de arritmia cardíaca, como fibrilação atrial, geralmente envolve a determinação da causa da arritmia e a classificação da arritmia. As diretrizes para classificação da fibrilação atrial de acordo com o
Colégio Norte-Americano de Cardiologia (ACC), a Associação Americana de Cardiologia (AHA) e a Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) são principalmente baseadas na simplicidade e relevância clínica. A primeira categoria é denominada “primeira AF detectada”. As pessoas nesta categoria são inicialmente diagnosticadas com AF e podem ou não ter apresentado episódios anteriores não detectados. Caso um primeiro episódio detectado pare por conta própria em menos de uma semana, mas seja seguido por outro episódio posterior, a categoria é alterada para “AF paroxística”. Embora pacientes nessa categoria apresentem episódios que duram até sete dias, na maior parte dos casos de AF paroxística, os episódios serão interrompidos em menos de 24 horas. Caso o episódio dure mais de uma semana, ele é classificado como “AF persistente”. Caso esse episódio não seja interrompido, ou seja, por meio de cardioversão elétrica ou farmacológica, e continue por mais de um ano, a classificação é alterada para “AF permanente”. O diagnóstico inicial da fibrilação atrial é altamente desejado, pois a fibrilação atrial é um fator de risco importante para acidente vascular cerebral e embolia sistêmica (Hart et al, Ann. Intern. Med. 2007; 146 (12): 857- 67; Go, A. S. et al, JAMA 2001; 285 (18): 2370-5). O acidente vascular cerebral aparece depois da doença isquêmica do coração em segundo lugar como causa de invalidez - ajustada pela idade - em países de alta renda e como causa de morte em todo o mundo. A fim de reduzir o risco do acidente vascular cerebral, a terapia de anticoagulação parece ser a terapia mais apropriada.
[004] Biomarcadores que permitem a avaliação da fibrilação atrial são altamente desejados.
[005] Latini R. et al. (J Intern Med. 2011 Feb; 269 (2): 160-71) mediram vários biomarcadores circulantes (hsTnT, NT-proBNP, MR-proANP, MR-proADM, copeptina e CT-proendotelina-1) em pacientes com fibrilação atrial.
[006] A Proteína Morfogenética Óssea 10 (abreviada como BMP10) é um ligante da superfamília de proteínas TGF-beta (Fator Transformador de Crescimento-beta). Os ligantes desta família se ligam a vários receptores TGF-beta, levando ao recrutamento e ativação de certos fatores de transcrição que regulam a expressão gênica. A BMP10 liga-se à quinase 1 semelhante ao receptor de ativina (ALK1) e demonstrou ser um ativador funcional desta quinase em células endoteliais (David et al., Blood.
2007, 109 (5): 1953-61).
[007] A BMP10 é sintetizada como uma proteína precursora inativa (pro-BMP10, ~ 60 kDa) que é ativada por clivagem proteolítica resultando no peptídeo não glicosilado C-terminal de 108 aa (~ 14 kDa; BMP10) e um pró-segmento N-terminal de ∼ 50 kDa (Susan-Resiga et al., J Biol Chem. julho de 2011; 286(26):22785-94). Ambas permanecem em proximidade estrutural, formando homo ou heterodímeros de BMP10 ou em combinação com outras proteínas da família BMP (Yadin et al., CYTOGFR 2016, 27 (2016) 13–34). A dimerização ocorre através da formação de ponte Cys-Cys ou adesão forte nos peptídeos C-terminais de ambos os parceiros de ligação. Assim, é formada uma arquitetura que consiste em duas subunidades.
[008] Foi demonstrado que a BMP10 desempenha um papel no desenvolvimento cardiovascular, incluindo proliferação de cardiomiócitos e regulação do tamanho do coração, fechamento do ducto arterioso, angiogênese e trabeculação ventricular.
[009] Estando envolvido na regulação da reparação de tecidos, a BMP10 solúvel foi encontrada como um alvo diagnóstico e de tratamento envolvido na fibrose de tecidos também em doenças cardiovasculares (consulte, por exemplo, US2013209490). O envolvimento da BMP10 foi descrito na fibrose vascular e fibrose cardíaca.
[010] O documento US 2012/0213782 divulga pró-peptídeos
BMP10 que podem ser usados para o tratamento de doenças cardíacas.
[011] Um papel geral da BMP10 é na regulação do desenvolvimento da remodelação vascular (Ricard et al., Blood. 21 de junho de 2012; 119(25):6162-6171). Além disso, a BMP10 é um fator de desenvolvimento do coração (Huang et al., J Clin Invest. 2012; 122 (10):3678- 3691) e induz a proliferação de cardiomiócitos após infarto do miocárdio (Sun et al., J Cell B iochem. 2014; 115 (11) 1868-1876). Também foi descrito que ela se origina de células endoteliais (Jiang et al., JBC 2016, 291 (6):2954–2966).
[012] As análises transcriptômicas revelam que o mRNA da BMP10 em condições saudáveis é fortemente expresso no átrio direito do coração e apêndice atrial direito. Ela é expressa predominantemente à direita em comparação com o apêndice atrial esquerdo (Kahr et al., Plos ONE, 2010, 6 (10): e26389).
[013] Até o momento, os peptídeos circulantes tipo BMP10 não foram associados à fibrilação atrial.
[014] Há uma necessidade de métodos fiáveis para avaliação da fibrilação atrial, incluindo o diagnóstico de fibrilação atrial, a estratificação do risco de pacientes com fibrilação atrial (tais como a ocorrência do acidente vascular cerebral), a avaliação da gravidade da fibrilação atrial, e a avaliação de uma terapia em pacientes com fibrilação atrial.
[015] O problema técnico subjacente a presente invenção pode ser observado como o fornecimento de métodos para atender às necessidades mencionadas acima. O problema técnico é resolvido pelos exemplos de realização caracterizados nas reivindicações e na descrição abaixo.
[016] Descobriu-se, convenientemente, no contexto dos estudos da presente invenção, que a determinação da quantidade de um peptídeo tipo BMP10 em amostras de um sujeito permite a avaliação aprimorada da fibrilação atrial. Graças a presente invenção, pode-se diagnosticar, por exemplo, se um sujeito sofre de fibrilação atrial, ou está em risco de sofrer de acidente vascular cerebral associado à fibrilação atrial.
DESCRIÇÃO RESUMIDA DA INVENÇÃO
[017] A presente invenção diz respeito a um método de avaliação da fibrilação atrial em um sujeito, compreendendo as etapas de: a) determinar, em pelo menos uma amostra do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (peptídeo tipo proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 (angiopoietina 2) e FABP3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), e b) comparar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 com um valor de referência para o peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, comparar a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional com um valor de referência para o referido pelo menos um biomarcador adicional, em que fibrilação atrial deve ser avaliada.
[018] A presente invenção refere-se ainda a um método de auxílio na avaliação da fibrilação atrial, cujo método compreende as etapas de: a) fornecer pelo menos uma amostra a partir de um sujeito, b) determinar, em pelo menos uma amostra fornecida na etapa a), a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (peptídeo tipo proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos outro biomarcador selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 e FABP3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), e c) Fornecer informações sobre a quantidade determinada do peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, a quantidade determinada de pelo menos outro biomarcador para um médico, auxiliando assim na avaliação da fibrilação atrial.
[019] Além disso, a presente invenção contempla um método de auxílio na avaliação da fibrilação atrial, compreendendo: a) fornecer um ensaio para um peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, pelo menos outro ensaio para um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo consistindo de um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 e FABP3 (Proteína de Ligação ao Ácido Graxo 3), e b) fornecer instruções para utilizar os resultados dos ensaios obtidos ou que podem ser obtidos pelos referidos ensaios na avaliação da fibrilação atrial.
[020] Também é abrangido pela presente invenção o método implementado por computador para avaliar a fibrilação atrial, compreendendo a) receber, em uma unidade de processamento, um valor para a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, pelo menos um valor adicional para a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM- 1 (Endocan), Ang2 e FABP3 (Proteína de Ligação a Ácido Graxo 3), em que a referida quantidade de BMP10 e, opcionalmente, a quantidade do, pelo menos outro biomarcador foram determinadas em uma amostra de um indivíduo, b) comparar, pela referida unidade de processamento, o valor ou valores recebidos na etapa (a) a uma referência ou referências, e c) avaliar a fibrilação atrial com base na etapa de comparação b).
[021] A presente invenção refere-se ainda a um método de diagnóstico de insuficiência cardíaca, em que o referido método compreende as etapas de; (a) determinar, em pelo menos uma amostra do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (peptídeo tipo proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos outro biomarcador selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 e FABP3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), e (b) comparar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 com um valor de referência para o peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, comparar a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional com um valor de referência para o referido pelo menos um biomarcador adicional, de modo que a insuficiência cardíaca deve ser diagnosticada.
[022] A presente invenção refere-se ainda a um método para predizer o risco de hospitalização de um sujeito devido à insuficiência cardíaca, cujo método compreende as etapas de; (a) determinar, em pelo menos uma amostra do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (peptídeo tipo proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos outro biomarcador selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 e FABP3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), (b) comparar a quantidade do peptídeo tipo BMP10 com uma quantidade de referência e, opcionalmente, comparar a quantidade de pelo menos outro biomarcador com uma quantidade de referência do referido pelo menos biomarcador adicional, e (c) predizer o risco de hospitalização de um sujeito devido a insuficiência cardíaca.
[023] A presente invenção refere-se ainda a um kit que compreende um agente que se liga especificamente a um peptídeo tipo BMP10 e pelo menos outro agente selecionado a partir do grupo que consiste em um agente que se liga especificamente a um peptídeo natriurético, um agente que se liga especificamente a ESM- 1, um agente que se liga especificamente a Ang2 e um agente que se liga especificamente ao FABP3.
[024] Além disso, a presente invenção refere-se ao uso in vitro de; i) um peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 e FABP3 (Proteína de Ligação ao Ácido Graxo 3), e/ou ii) pelo menos um agente que se liga especificamente a um peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, pelo menos um agente adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um agente que se liga especificamente a um peptídeo natriurético, um agente que se liga especificamente a ESM-1, um agente que se liga especificamente a Ang2 e um agente que se liga especificamente à FABP3, para avaliar a fibrilação atrial, para predizer o risco de acidente vascular cerebral, ou para diagnosticar insuficiência cardíaca, ou para predizer o risco de hospitalização de um sujeito devido à insuficiência cardíaca.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO / DEFINIÇÕES
[025] A presente invenção diz respeito a um método para o diagnóstico da fibrilação atrial em um sujeito, compreendendo as etapas de: a) determinar, em pelo menos uma amostra a partir do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (peptídeo tipo proteína morfogenética óssea 10), e b) comparar a quantidade do peptídeo tipo BMP10 com uma quantidade de referência do peptídeo tipo BMP10, de modo que a fibrilação atrial deve ser avaliada.
[026] O peptídeo tipo BMP10 é preferencialmente selecionado a partir do grupo que consiste em BMP10, pró-segmento N-terminal de BMP10 (proBMP10 N-terminal), proBMP10 e preproBMP10. Mais preferencialmente, o peptídeo tipo BMP10 é BMP10 e/ou proBMP10 N-terminal.
[027] Em um exemplo de realização do método da presente invenção, o método compreende ainda a determinação da quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 (Angiopoietina 2) e FABP- 3 (proteína de ligação de ácido graxo 3) em uma amostra do sujeito na etapa a) e a comparação da quantidade de pelo menos outro biomarcador com um valor de referência na etapa b).
[028] Consequentemente, a presente invenção refere-se a um método de avaliar a fibrilação atrial em um sujeito, compreendendo as etapas de; a) determinar, em pelo menos uma amostra do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (peptídeo tipo proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 (angiopoietina 2) e FABP-3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), e b) comparar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 com um valor de referência para o peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, comparar a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional com um valor de referência para o referido pelo menos um biomarcador adicional, em que fibrilação atrial deve ser avaliada.
[029] A avaliação da fibrilação atrial (AF) deve ser baseada nos resultados da etapa de comparação (b).
[030] Consequentemente, a presente invenção compreende preferencialmente as etapas de; a) determinar, em pelo menos uma amostra do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 (angiopoietina 2) e FABP-3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), b) comparar a quantidade do peptídeo tipo BMP10 com uma quantidade de referência do peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, comparar a quantidade de pelo menos outro biomarcador com uma quantidade de referência do referido pelo menos outro biomarcador adicional, e c) avaliar a fibrilação atrial com base nos resultados da etapa de comparação (b).
[031] O método de acordo com a presente invenção inclui um método que consiste essencialmente nas etapas mencionadas acima ou um método que inclui etapas adicionais. Além disso, o método da presente invenção é, preferencialmente, um método ex vivo e mais preferencialmente um método in vitro. Além disso, ele pode compreender etapas além daquelas explicitamente mencionadas acima. Por exemplo, etapas adicionais podem estar relacionadas à determinação de outros marcadores e/ou pré-tratamentos de amostras ou avaliação dos resultados obtidos pelo método. O método pode ser realizado manualmente ou assistido por automação. De preferência, as etapas (a), (b) e/ou (c) podem ser total ou parcialmente auxiliadas por automação, por exemplo, por um equipamento robótico e sensorial adequado para a determinação na etapa (a) ou um cálculo implementado por computador na etapa (b).
[032] De acordo com a presente invenção, a fibrilação atrial deve ser avaliada. O termo “avaliação da fibrilação atrial”, conforme utilizado na presente invenção, refere-se preferencialmente ao diagnóstico da fibrilação atrial, diferenciação entre fibrilação atrial persistente e paroxística, predição de risco de evento adverso associado à fibrilação atrial, identificação de um sujeito que deverá ser submetido à eletrocardiograma (ECG) ou avaliação de terapia para a fibrilação atrial.
[033] Como compreenderão os técnicos hábeis no assunto, a avaliação da presente invenção normalmente não se destina a ser correta para 100% dos sujeitos testados. O termo preferencialmente exige que possa ser realizada a avaliação correta (tal como diagnóstico, diferenciação, predição, identificação ou avaliação de uma terapia conforme indicado no presente) para uma parte estatisticamente significativa dos sujeitos. Pode-se determinar se uma porção é estatisticamente significativa sem esforços adicionais pelos técnicos no assunto utilizando diversas ferramentas de avaliação estatística conhecidas, tais como determinação de intervalos de confiança, determinação de valor p, teste t de Student, teste de Mann-Whitney etc. Detalhes são encontrados em Dowdy e Wearden, Statistics for Research, John Wiley & Sons, Nova Iorque, 1983. Os intervalos de confiança preferidos são pelo menos 90%, pelo menos 95%, pelo menos 97%, pelo menos 98% ou pelo menos 99%. Os valores p são preferencialmente 0,1, 0,05, 0,01, 0,005 ou 0,0001.
[034] De acordo com a presente invenção, a expressão “avaliação da fibrilação atrial” é entendida como um auxílio na avaliação da fibrilação atrial e, portanto, como um auxílio no diagnóstico da fibrilação atrial, um auxílio na diferenciação entre fibrilação atrial persistente e paroxística, um auxílio na predição do risco de evento adverso associado à fibrilação atrial, um auxílio na identificação de um sujeito que deverá ser submetido à eletrocardiograma (ECG) ou como um auxílio na avaliação da terapia para a fibrilação atrial. O diagnóstico final, em princípio, será realizado pelo médico.
[035] Em um exemplo de realização preferido da presente invenção, a avaliação da fibrilação atrial é o diagnóstico da fibrilação atrial.
Consequentemente, é diagnosticado se um sujeito sofre de fibrilação atrial ou não.
[036] Consequentemente, a presente invenção prevê um método para diagnosticar a fibrilação atrial em um sujeito, compreendendo as etapas de: a) determinar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 em uma amostra do sujeito, e b) comparar a quantidade do peptídeo tipo BMP10 com uma quantidade de referência, de modo que a fibrilação atrial deve ser diagnosticada.
[037] Em um exemplo de realização, o método mencionado acima compreende as etapas de:
(a) determinar, em pelo menos uma amostra do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 (angiopoietina 2) e FABP-3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), e (b) comparar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 com um valor de referência para o peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, comparar a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional com um valor de referência para o referido pelo menos um biomarcador adicional, em que fibrilação atrial deve ser diagnosticada.
[038] De preferência, o sujeito a ser testado em relação ao método para o diagnóstico da fibrilação atrial é um sujeito com suspeita de sofrer de fibrilação atrial. Entretanto, também é contemplado que o sujeito já foi previamente diagnosticado com AF e que o diagnóstico prévio é confirmado pela realização do método da presente invenção.
[039] Em outro exemplo de realização preferido da presente invenção, a avaliação da fibrilação atrial é a diferenciação entre fibrilação atrial paroxística e fibrilação atrial persistente. Deste modo, determina-se se um sujeito sofre de fibrilação atrial paroxística ou persistente.
[040] Consequentemente, a presente invenção prevê um método para a diferenciação entre fibrilação atrial paroxística e persistente em um sujeito, compreendendo as etapas de: a) determinar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 em uma amostra do sujeito, e b) comparar a quantidade do peptídeo tipo BMP10 com um valor de referência, de modo que a fibrilação atrial é diferenciada entre fibrilação atrial paroxística e fibrilação atrial persistente.
[041] Em um exemplo de realização, o método mencionado acima compreende as etapas de: a) determinar, em pelo menos uma amostra do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 (angiopoietina 2) e FABP-3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), e b) comparar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 com um valor de referência para o peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, comparar a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional com um valor de referência para o referido pelo menos um biomarcador adicional, de modo que a fibrilação atrial é diferenciada entre fibrilação atrial paroxística e fibrilação atrial persistente.
[042] Em outro exemplo de realização preferido da presente invenção, a avaliação da fibrilação atrial é a predição do risco de um evento adverso associado com a fibrilação atrial (tal como acidente vascular cerebral).
Consequentemente, é previsto se um sujeito está em risco ou não de ter o referido evento adverso.
[043] Assim, a presente invenção prevê um método para predizer o risco de um evento adverso associado à fibrilação atrial em um sujeito, compreendendo as etapas de: a) determinar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 em uma amostra do sujeito, e b) comparar a quantidade do peptídeo tipo BMP10 com uma quantidade de referência, de modo que o risco do evento adverso associado com a fibrilação atrial deve ser predito.
[044] Em um exemplo de realização, o método mencionado acima compreende as etapas de: a) determinar, em pelo menos uma amostra do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 (angiopoietina 2) e FABP-3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), e b) comparar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 com um valor de referência para o peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, comparar a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional com um valor de referência para o referido pelo menos um biomarcador adicional, de modo que o risco do sujeito desenvolver o evento adverso associado à fibrilação atrial deve ser predito.
[045] A invenção prevê que vários eventos adversos podem ser preditos. Um evento adverso preferido a ser predito é o acidente vascular cerebral.
[046] Consequentemente, a presente invenção contempla particularmente um método para predizer o risco de acidente vascular cerebral em um sujeito, compreendendo as etapas de a) determinar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 em uma amostra do sujeito, e b) comparar a quantidade do peptídeo tipo BMP10 com uma quantidade de referência, de modo que o risco de acidente vascular cerebral deve ser predito.
[047] O método mencionado acima pode compreender ainda a etapa (c) de predição do acidente vascular cerebral com base nos resultados de comparação da etapa (b). Assim, as etapas a), b), c) são preferencialmente as seguintes: a) determinar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 em uma amostra do sujeito, e b) comparar a quantidade do peptídeo tipo BMP10 com uma quantidade de referência, e c) predizer o acidente vascular cerebral com base nos resultados de comparação da etapa (b).
[048] Em outro exemplo de realização preferido da presente invenção, a avaliação da fibrilação atrial é a avaliação de uma terapia para a fibrilação atrial.
[049] Consequentemente, a presente invenção prevê um método para a avaliação de uma terapia para a fibrilação atrial um sujeito, compreendendo as etapas de: a) determinar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 em uma amostra do sujeito, e b) comparar a quantidade do peptídeo tipo BMP10 com uma quantidade de referência, de modo que a terapia para a fibrilação atrial seja avaliada.
[050] Em um exemplo de realização, o método mencionado acima compreende as etapas de: a) determinar, em pelo menos uma amostra do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 (angiopoietina 2) e FABP-3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), e b) comparar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 com um valor de referência para o peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, comparar a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional com um valor de referência para o referido pelo menos um biomarcador adicional, de modo que a terapia para a fibrilação atrial seja avaliada.
[051] Preferencialmente, o sujeito em conexão com a diferenciação mencionada acima, a predição mencionada acima, e a avaliação de uma terapia para a fibrilação atrial, é um sujeito que sofre de fibrilação atrial, em particular, que é conhecido por sofrer de fibrilação atrial (e, assim, possui um histórico conhecido de fibrilação atrial). No entanto, no que diz respeito ao método de predição mencionado acima, também é previsto que o sujeito não tenha histórico conhecido de fibrilação atrial.
[052] Em outro exemplo de realização preferido da presente invenção, a avaliação da fibrilação atrial é a identificação de um sujeito que deverá ser submetido a um eletrocardiograma (ECG). Consequentemente, é identificado um sujeito que deverá ou não ser submetido a eletrocardiograma.
[053] O método pode compreender as etapas de: a) determinar, em pelo menos uma amostra do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 (angiopoietina 2) e FABP-3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), e b) comparar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 com um valor de referência para o peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, comparar a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional com um valor de referência para o referido pelo menos um biomarcador adicional, de modo que é identificado um sujeito que deverá ser submetido a um eletrocardiograma.
[054] De um modo preferido, o sujeito em conexão com o método de identificação de um sujeito mencionado acima, que deve ser submetido ao eletrocardiograma, é um sujeito que não tinha histórico conhecido de fibrilação atrial. A expressão “sem histórico conhecido de fibrilação atrial” é definida em outro local na presente invenção.
[055] Em outro exemplo de realização preferido da presente invenção, a avaliação da fibrilação atrial é a avaliação da eficácia de uma terapia com anticoagulante em um sujeito. Consequentemente, a eficácia da referida terapia é avaliada.
[056] Em outro exemplo de realização preferido da presente invenção, a avaliação da fibrilação atrial é a avaliação da eficácia de uma terapia com anticoagulante em um sujeito. Consequentemente, prevê-se se um sujeito tal como referido na presente invenção está em risco de desenvolver acidente vascular cerebral, ou não.
[057] Em outro exemplo de realização preferido da presente invenção, a avaliação da fibrilação atrial é a identificação de um sujeito que é elegível para a administração de pelo menos um medicamento anticoagulante ou que é elegível para o aumento da dosagem de pelo menos um medicamento anticoagulante. Consequentemente, é avaliado se um sujeito é elegível para a referida administração e/ou o referido aumento da dosagem.
[058] Em outro exemplo de realização preferido da presente invenção, a avaliação da fibrilação atrial é o monitoramento da terapia de anticoagulação. Consequentemente, é avaliado se um sujeito responde à referida terapia, ou não.
[059] O termo “fibrilação atrial” (abreviado com o AF ou AFib) é bem conhecido no estado da técnica. Conforme utilizado no presente, o termo preferencialmente se refere a uma taquiarritmia supraventricular caracterizada por ativação atrial descoordenada com consequente deterioração da função mecânica atrial. Em especial, o termo se refere a um ritmo cardíaco anormal caracterizado por batimento rápido e irregular. Ele envolve as duas câmaras superiores do coração. Em um ritmo cardíaco normal, o impulso gerado pelo nódulo sinoatrial se espalha pelo coração e provoca a contração do músculo cardíaco e bombeamento de sangue. Na Fibrilação Atrial, os impulsos elétricos regulares do nódulo sinoatrial são substituídos por impulsos elétricos rápidos e desorganizados, que resultam em batimentos cardíacos irregulares. Os sintomas da Fibrilação Atrial são as palpitações cardíacas, desmaios, falta de ar ou dor no peito. Entretanto, a maioria dos episódios não apresenta sintomas.
No eletrocardiograma, a Fibrilação Atrial é caracterizada pela substituição de ondas P consistentes por oscilações rápidas ou ondas fibrilatórias que variam em amplitude, formato e tempo, associadas a uma resposta ventricular irregular, frequentemente rápida, quando a condução atrioventricular está intacta.
[060] O Colégio Americano de Cardiologia (ACC), a Associação Americana do Coração (AHA) e a Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) propõem o seguinte sistema de classificação (consulte Fuster V. et al., Circulation 2006;114 (7): e257–354 que está incorporado no presente como referência em sua totalidade, vide, por exemplo, a Figura 3 do documento): primeira AF detectada, AF paroxística, AF persistente e AF permanente.
[061] Todas as pessoas com AF estão inicialmente na categoria denominada primeira AF detectada. Entretanto, o sujeito pode ou não ter apresentado episódios prévios não detectados. Um sujeito sofre de AF permanente se o AF houver persistido por mais de um ano e, particularmente, não ocorrer retroconversão para ritmo sinusal (ou somente com intervenção médica). Um sujeito sofre de AF persistente, se a AF durar um período superior a 7 dias. O sujeito pode necessitar de intervenção farmacológica ou elétrica para cessar a Fibrilação Atrial. Assim, a AF persistente ocorre em episódios, mas a arritmia normalmente não se converte de volta ao ritmo sinusal espontaneamente (ou seja, sem intervenção médica). A Fibrilação Atrial Paroxística refere-se a um episódio intermitente de Fibrilação Atrial que não dura um período superior a 7 dias. Na maioria dos casos de AF paroxística, os episódios duram um período inferior a 24 horas. Os episódios de fibrilação atrial cessam espontaneamente, ou seja, sem a intervenção médica. Desta forma, embora o(s) episódio(s) de fibrilação atrial paroxística preferencialmente cesse(m) espontaneamente, a fibrilação atrial persistente preferencialmente não cessa de maneira espontânea. Preferencialmente, fibrilação atrial persistente exige cardioversão elétrica ou farmacológica para cessar ou outros procedimentos, tais como procedimentos de ablação (Fuster, V. et al, Circulation 2006; 114 (7): e257-354). Tanto a AF persistente quanto a AF paroxística podem ser recorrentes, de modo que a distinção entre a AF paroxística e a AF persistente é fornecida pelas gravações de ECG: Quando um paciente teve 2 ou mais episódios, a AF é considerada recorrente. Se a arritmia cessa espontaneamente, a AF, em particular a AF recorrente, é designada paroxística. A AF é declarada persistente se durar mais do que 7 dias.
[062] Em um exemplo de realização preferido da presente invenção, a expressão “fibrilação atrial paroxística” é definida como episódios de AF que cessam espontaneamente, em que os episódios mencionados duram menos de 24 horas. Em realização alternativa, os episódios que cessam espontaneamente duram até sete dias.
[063] O termo “sujeito”, conforme referido no presente documento, é preferencialmente um mamífero. Mamíferos incluem, mas não se limitam a, animais domesticados (por exemplo, vacas, ovelhas, gatos, cachorros e cavalos), primatas (por exemplo, primatas humanos e não humanos tais como macacos), coelhos e roedores (por exemplo, camundongos e ratos). Preferencialmente, o sujeito é um sujeito humano.
[064] Preferencialmente, o sujeito a ser testado é de qualquer idade; de maior preferência o sujeito a ser testado tem 50 anos de idade ou mais, de modo mais preferido o sujeito a ser testado tem 60 anos de idade ou mais e, de modo mais preferido ainda, o sujeito a ser testado tem 65 anos de idade ou mais. Além disso, prevê-se que o sujeito a ser testado tenha 70 anos de idade ou mais.
[065] Além disso, idealiza-se que o sujeito a ser testado tenha 75 anos de idade ou mais. Adicionalmente, o sujeito pode ter de 50 a 90 anos de idade.
[066] Em um exemplo de realização preferido do método de avaliação da fibrilação atrial, o sujeito a ser testado deverá sofrer de fibrilação atrial. Consequentemente, o sujeito deverá possuir histórico conhecido de fibrilação atrial. Assim, o sujeito deverá ter experimentado episódios de Fibrilação Atrial antes da obtenção da amostra de teste e pelo menos um dos episódios anteriores de fibrilação atrial deverá ter sido diagnosticado, por exemplo, por ECG. Idealiza-se, por exemplo, que o sujeito sofra de fibrilação atrial caso a avaliação da fibrilação atrial seja a diferenciação entre fibrilação atrial persistente e paroxística, se a avaliação da fibrilação atrial for a predição de risco de evento adverso associado à fibrilação atrial ou se a avaliação da fibrilação atrial for a determinação de terapia para a fibrilação atrial.
[067] Em outro exemplo de realização preferido do método de avaliação da fibrilação atrial, o sujeito a ser testado é suspeito de sofrer de fibrilação atrial, por exemplo, caso a avaliação da fibrilação atrial seja o diagnóstico de fibrilação atrial ou a identificação de um sujeito que deverá ser submetido a um eletrocardiograma (ECG).
[068] Preferencialmente, o sujeito que é suspeito de sofrer de fibrilação atrial é um sujeito que demonstrou pelo menos um sintoma de fibrilação atrial antes da condução do método de avaliação da fibrilação atrial.
Esses sintomas geralmente são transitórios e podem surgir em alguns segundos e desaparecer com a mesma rapidez. Os sintomas da fibrilação atrial incluem tonturas, desmaios, falta de ar e, em particular, palpitações cardíacas.
Preferencialmente, o sujeito demonstrou pelo menos um sintoma de fibrilação atrial em até seis meses antes da obtenção da amostra.
[069] Alternativa ou adicionalmente, os sujeitos suspeitos de sofrerem de fibrilação atrial deverão ser sujeitos com 70 anos de idade ou mais.
[070] Preferencialmente, o sujeito com suspeita de sofrer de fibrilação atrial não deverá possuir histórico conhecido de fibrilação atrial.
[071] De acordo com a presente invenção, um sujeito que não possui histórico conhecido de fibrilação atrial é, preferencialmente, um sujeito que não foi diagnosticado como sofrendo de fibrilação atrial anteriormente, ou seja, antes da condução do método de acordo com a presente invenção (particularmente antes da obtenção da amostra a partir do sujeito). Entretanto, o sujeito pode ou não ter apresentado episódios prévios de fibrilação atrial não detectados.
[072] Preferencialmente, a expressão “fibrilação atrial” designa todos os tipos de fibrilação atrial. Consequentemente, a expressão abrange preferencialmente fibrilação atrial paroxística, persistente ou permanente.
[073] Em um exemplo de realização da presente invenção, entretanto, o sujeito a ser testado não sofre de fibrilação atrial permanente.
Neste exemplo de realização, prefere-se, portanto, que a expressão “fibrilação atrial” designe apenas fibrilação atrial paroxística ou persistente.
[074] Entretanto, em outro exemplo de realização da presente invenção o sujeito a ser testado não sofre de fibrilação atrial paroxística ou persistente. Neste exemplo de realização, a expressão “fibrilação atrial” refere- se apenas à fibrilação atrial permanente.
[075] O paciente a ser testado pode ou não experimentar episódios de fibrilação atrial quando a amostra é obtida. Assim, em um exemplo de realização preferido da avaliação da fibrilação atrial (tal como no diagnóstico da fibrilação atrial), o sujeito não experimenta episódios de Fibrilação Atrial quando a amostra é obtida. Neste exemplo de realização, o paciente deverá possuir ritmo sinusal normal na obtenção da amostra (e deverá encontrar-se adequadamente em ritmo sinusal). Desta forma, o diagnóstico de fibrilação atrial é possível mesmo na ausência (temporária) de fibrilação atrial.
De acordo com o método da presente invenção, a elevação de biomarcadores conforme referido na presente invenção deverá ser preservada após o episódio de Fibrilação Atrial e, portanto, deverá fornecer um diagnóstico para um sujeito que sofreu de Fibrilação Atrial. Preferencialmente, o diagnóstico de AF em até cerca de três dias, até cerca de um mês, até cerca de três meses ou até cerca de 6 meses após a condução do método de acordo com a presente invenção (ou, para ser mais preciso, após a obtenção da amostra). Em um exemplo de realização preferido, o diagnóstico de Fibrilação Atrial em até seis meses após o episódio é viável. Em um exemplo de realização preferido, o diagnóstico de Fibrilação Atrial em até seis meses após o episódio é viável. Consequentemente, a avaliação da fibrilação atrial, da forma indicada no presente, particularmente o diagnóstico, a predição do risco ou a diferenciação conforme referido na presente invenção com relação à avaliação da fibrilação atrial, é preferencialmente conduzida após cerca de três dias, de maior preferência após cerca de um mês, de preferência ainda maior após cerca de três meses e, mais preferivelmente, após cerca de seis meses após o último episódio de fibrilação atrial. Consequentemente, idealiza-se que a amostra a ser testada seja preferencialmente obtida após cerca de três dias, de maior preferência após cerca de um mês, com preferência ainda maior, após cerca de três meses e, preferencialmente, cerca de seis meses após o último episódio de fibrilação atrial. Consequentemente, o diagnóstico de fibrilação atrial também abrange preferencialmente o diagnóstico de episódios de fibrilação atrial que ocorreram preferencialmente em até cerca de três dias, preferencialmente em até cerca de três meses e, mais preferencialmente, em até cerca de seis meses antes da obtenção da amostra.
[076] Entretanto, a invenção prevê que o sujeito experimente episódios de fibrilação atrial enquanto a amostra está sendo obtida (por exemplo, com relação à predição para acidente vascular cerebral).
[077] O termo “amostra” refere-se a uma amostra de um fluido corporal, uma amostra de células separadas ou uma amostra de um tecido ou órgão. As amostras de fluidos corporais podem ser obtidas por meio de técnicas bem conhecidas e incluem amostras de sangue, plasma, soro, urina, fluido linfático, expectoração, ascite, ou qualquer outra secreção corporal ou derivada desta. Amostras de tecido ou órgão podem ser obtidas a partir de qualquer tecido ou órgão, por exemplo, por biópsia. Células separadas podem ser obtidas a partir dos fluidos corporais ou tecidos ou órgãos por meio de técnicas de separação, tal como a centrifugação ou separação de células. Por exemplo, amostras de células, tecido ou órgãos podem ser obtidas a partir dessas células, tecidos ou órgãos que expressam ou produzem o biomarcador.
As amostras podem ser congeladas, frescas, fixadas (por exemplo, fixadas em formalina), centrifugadas e/ou emblocadas (por exemplo, emblocadas em parafina), e etc. A amostra de células pode, naturalmente, ser submetida a uma série de técnicas preparativas de pós-coleta e armazenamento bem conhecidas (por exemplo, extração de ácido nucleico e/ou proteínas, fixação, armazenamento, congelamento, ultrafiltração, concentração, evaporação, centrifugação, etc.) antes de avaliar a quantidade do(s) biomarcador(es) na amostra.
[078] Em um exemplo de realização preferido da presente invenção, a amostra é uma amostra de sangue (ou seja, uma amostra de sangue total), soro ou plasma. Soro é a fração líquida do sangue total obtida após a coagulação do sangue. Para se obter soro, o coágulo é removido por centrifugação e o sobrenadante é coletado. O plasma é a porção fluida acelular do sangue. Para a obtenção de uma amostra de plasma, o sangue total é coletado em tubos tratados com anticoagulantes (por exemplo, tubos tratados com citrato ou EDTA). As células são removidas da amostra por centrifugação e o sobrenadante (ou seja, a amostra de plasma) é obtido.
[079] Conforme indicado acima, o paciente pode estar em ritmo sinusal ou pode sofrer de episódio de ritmo AF no momento da obtenção da amostra.
[080] Os peptídeos tipo BMP10 são bem conhecidos no estado da técnica. Os peptídeos tipo BMP10 preferidos são, por exemplo, divulgados em Susan-Resiga et al. (J Biol Chem 1 de julho 2011; 286 (26): 22785-94) que é integralmente incorporado ao presente por referência (vide, por exemplo, a Figura 3A de Susan-Resiga et al., ou o documento US 2012/0213782).
[081] Em um exemplo de realização, o peptídeo tipo BMP10 é preproBMP10 não processado. Em outro exemplo de realização, o peptídeo tipo BMP10 é o pró-peptídeo proBMP10. Este marcador compreende o pró- segmento N-terminal e BMP10. Em outro exemplo de realização, o peptídeo tipo BMP10 é o pró-segmento N-terminal de BMP10 (proBMP10 N-terminal).
Em outro exemplo de realização, o peptídeo tipo BMP10 é BMP10.
[082] Em um exemplo de realização, o peptídeo tipo BMP10 é parte de um complexo homo ou heterodimérico.
[083] A preproBMP10 humana (ou seja, preproBMP10 não processada) tem um comprimento de 424 aminoácidos. A sequência de aminoácidos da preproBMP10 humana é, por exemplo, mostrada na SEQ ID NO: 1 ou na figura 3 do pedido US 2012/0213782 que é integralmente incorporado ao presente por referência. Além disso, a sequência de aminoácidos da preproBMP10 pode ser avaliada através do UniProt (consulte a sequência sob o número de acesso O95393-1). A preproBMP10 humana compreende um peptídeo de sinal curto (aminoácidos 1 a 21), que é enzimaticamente clivado para libertar a proBMP10. Consequentemente, a proBMP10 humana compreende os aminoácidos 22 a 424 da preproBMP10 humana (ou seja, do polipeptídeo possuindo uma sequência apresentada na SEQ ID NO: 1). A proBMP10 humana é ainda clivada em um pró-segmento N- terminal da BMP10 e BMP10 (não glicosilada) que é a forma ativa. O pró- segmento N-terminal da BMP10 compreende os aminoácidos 22 a 316 do polipeptídeo possuindo uma sequência mostrada na SEQ ID NO 1 (isto é, da preproBMP10 humana). BMP10 compreende os aminoácidos 317 a 424 do polipeptídeo com uma sequência mostrada na SEQ ID NO 1.
[084] Os peptídeos tipo BMP10 preferidos são BMP10 e proBMP10 N-terminal. Após clivagem de proBMP10, BMP10 e proBMP10 N- terminal permanecem na proximidade estrutural formando homo- ou heterodímeros de BMP10 ou em combinação com outras proteínas da família BMP (Yadin et al., CYTOGFR 2016, 27 (2016) 13- 34). A dimerização ocorre através da formação de ponte Cys-Cys ou adesão forte nos peptídeos C- terminais de ambos os parceiros de ligação. Assim, é formada uma arquitetura que consiste em duas subunidades.
[085] Uma vez que a proBMP10 é clivada em BMP10 e o pró- segmento N-terminal em proporções equimolares, a quantidade de BMP10 reflete a quantidade do pró-segmento N-terminal. Assim, a quantidade de BMP10 pode ser determinada determinando a quantidade do pró-segmento N- terminal e vice-versa.
[086] De preferência, a quantidade do peptídeo tipo BMP10 é determinada utilizando um ou mais anticorpos (ou seus fragmentos de ligação ao antígeno) que se ligam especificamente ao peptídeo tipo BMP10.
[087] Por exemplo, um ou mais anticorpos que se ligam especificamente ao pró-segmento N-terminal de BMP10 podem ser usados.
Uma vez que tais anticorpos (ou fragmentos) também se ligariam à proBMP10 e preproBMP10, a soma das quantidades do pró-segmento N-terminal de BMP10, proBMP10 e preproBMP10 é determinada na etapa a) dos métodos da presente invenção. Consequentemente, a expressão “determinar a quantidade do pró-segmento N-terminal de BMP10” também deve significar “determinar a soma das quantidades do pró-segmento N-terminal de BMP10, proBMP10 e preproBMP10”.
[088] A previsão estrutural com base em descobertas de outras proteínas tipo BMP, como por exemplo, BMP9, mostra que BMP10 permanece em um complexo com proBMP10, portanto, a detecção do pró-segmento N- terminal também reflete a quantidade de BMP10.
[089] Por exemplo, um ou mais anticorpos que se ligam especificamente à BMP10 podem ser utilizados. Uma vez que tais anticorpos (ou fragmentos) também se ligariam à proBMP10 e preproBMP10, a soma das quantidades de BMP10, proBMP10 e preproBMP10 é determinada na etapa a) dos métodos da presente invenção. Consequentemente, a expressão “determinar a quantidade de BMP10” também deve significar “determinar a soma das quantidades de BMP10, proBMP10 e preproBMP10”.
[090] A predição estrutural com base em resultados de outras proteínas tipo BMP como, por exemplo, BMP9 mostra que BMP10 permanece em um complexo com a proBMP10, assim, a detecção de BMP10 também reflete a quantidade de pró-segmento N-terminal.
[091] Além disso, pretende-se determinar a soma das quantidades de todos os quatro peptídeos tipo BMP10 como referido acima, ou seja, de BMP10, pró-segmento N-terminal de BMP10, proBMP10 e preproBMP10.
[092] Consequentemente, as seguintes quantidades de peptídeos tipo BMP10 podem ser determinadas de acordo com a presente invenção: ▪ a quantidade de BMP10 ▪ a quantidade do pró-segmento N-terminal de BMP10 ▪ a quantidade de proBMP10 ▪ a quantidade de preproBMP10 ▪ a soma das quantidades de BMP10, proBMP10 e preproBMP10 ▪ a soma das quantidades do pró-segmento N-terminal de BMP10, proBMP10 e preproBMP10, ou ▪ a soma das quantidades de BMP10, do pró-segmento N- terminal de BMP10, proBMP10 e preproBMP10
[093] A expressão “peptídeo natriurético” compreende peptídeos do tipo peptídeo natriurético atrial (ANP) e peptídeos do tipo peptídeo natriurético cerebral (BNP). Assim, os peptídeos natriuréticos de acordo com a presente invenção compreendem peptídeos do tipo ANP e tipo BNP e suas variantes (consulte, por exemplo, Bonow R.O. et al., Circulation 1996; 93: 1946- 1950).
[094] Os peptídeos do tipo ANP compreendem pré-proANP, proANP, NT-proANP e ANP.
[095] Os peptídeos tipo BNP compreendem pré-proBNP, proBNP, NT-proBNP e BNP.
[096] O peptídeo pré-pro (134 amino ácidos no caso do pré- proBNP) compreende um peptídeo sinal curto, que é enzimaticamente clivado para liberar o pró-peptídeo (108 amino ácidos no caso do proBNP). O pró- peptídeo é adicionalmente clivado em um pró-peptídeo N-terminal (peptídeo NT-pro, com 76 aminoácidos no caso do NT-proBNP) e no hormônio ativo (32 aminoácidos no caso do BNP, 28 aminoácidos no caso do ANP).
[097] Os peptídeos natriuréticos preferidos de acordo com a presente invenção são NT-proANP, ANP, NT-proBNP, BNP. ANP e BNP são hormônios ativos e possuem uma meia-vida mais curta do que suas respectivas contrapartes inativas, NT-proANP e NT-proBNP. O BNP é metabolizado no sangue, enquanto NT-proBNP circula no sangue como uma molécula intacta e, como tal, é eliminado por via renal.
[098] Os peptídeos natriuréticos mais preferidos de acordo com a presente invenção são NT-proBNP e BNP, em particular NT-proBNP.
Resumidamente conforme descrito acima, o NT-proBNP humano, tal como referido na presente invenção, é um polipeptídeo que compreende, de preferência, de 76 aminoácidos de comprimento que corresponde à porção N- terminal da molécula de NT-proBNP humano. A estrutura de BNP e NT-proBNP humana já foi descrita em detalhes na técnica anterior, por exemplo, WO 02/089657, WO 02/083913 e Bonow R.O. et al., New Insights into the cardiac natriuretic peptides. Circulation 1996; 93: 1946-1950. Preferencialmente, o NT- proBNP humano, conforme utilizado no presente, é o NT-proBNP humano, conforme divulgado no documento EP 0 648 228 B1.
[099] O termo “FABP-3”, conforme utilizado na presente invenção, refere-se à proteína 3 ligante de ácido graxo. A FABP-3 também é conhecida como proteína de ligação a ácidos graxos específica do coração ou proteína de ligação ao ácido graxo do tipo cardíaca (abreviado com H-FABP).
Preferencialmente, o termo também inclui formas variantes da FABP-3. O termo FABP-3 conforme utilizado na presente invenção, refere-se preferencialmente à FABP-3 humana. A sequência de DNA do polipeptídeo que codifica o polipeptídeo FABP-3 humano, bem como a sequência proteica do polipeptídeo FABP-3 humano são bem conhecidas no estado da técnica e tais sequências foram descritas pela primeira vez por Peeters et al. (Biochem. J.
276 (Pt 1), 203-207 (1991)). Além disso, a sequência da H-FABP humana pode ser encontrada, de um modo preferido, no Genbank sob o número de entrada U57623.1 (sequência de cDNA) e AAB02555.1 (sequência de proteína).
Acredita-se que a principal função fisiológica da FABP seja o transporte de ácidos graxos livres, vide, por exemplo, Storch et al., Biochem. Biophys. Acta.
1486 (2000), 28-44. Outros nomes para a FABP-3 e H-FABP são: FABP-11 (proteína de ligação a ácido graxo 11), M-FABP (proteína de ligação a ácido graxo muscular), MDGI (inibidor de crescimento derivado de mama) e O-FABP.
[100] O biomarcador molécula específica de célula endotelial 1 (abreviada como ESM-1) é bem conhecida no estado da técnica. O biomarcador também é frequentemente denominado endocan. ESM-1 é uma proteína secretada que é principalmente expressa nas células endoteliais em tecidos do rim e pulmão humano. Dados em domínio público sugerem a expressão também em tecido da tireoide, pulmão e rim, mas também do coração; vide, por exemplo, o item sobre ESM-1 no banco de dados Protein Atlas (Uhlén, M. et al, Science 2015; 347 (6220): 1260419). A expressão desse gene é regulada por citocinas. ESM-1 é um proteoglicano composto de polipeptídeo maduro com 20 kDa e cadeia de glicano O-ligada com 30 kDa (Bechard, D. et al, J. Biol. Chem. 2001; 276 (51):48341-48349). Em um exemplo de realização preferido da presente invenção, a quantidade do polipeptídeo ESM-1 humano é determinada em amostras do paciente. A sequência do polipeptídeo ESM-1 humano é bem conhecida no estado da técnica (consulte, por exemplo, Lassale, P. et al, J. Biol. Chem. 1996; 271: 20458- 20464 e pode ser determinada, por exemplo, por meio do banco de dados Uniprot; consulte a entrada Q9NQ30 (ESM1_HUMAN). Duas isoformas de ESM-1 são produzidas por splicing alternativo, isoforma 1 (que possui o identificador Uniprot Q9NQ30-1) e isoforma 2 (que possui o identificador Uniprot Q9NQ30-2). A isoforma 1 possui comprimento de 184 aminoácidos. Na isoforma 2, estão faltando os aminoácidos 101 a 150 da isoforma 1. Os aminoácidos 1 a 19 formam o peptídeo de sinal (que poderá ser clivado).
[101] Em um exemplo de realização preferido, é determinada a quantidade de isoforma 1 do polipeptídeo ESM-1, ou seja, a isoforma 1 que possui uma sequência conforme exibido com número de acesso Uniprot Q9NQ30-1.
[102] Em outro exemplo de realização preferido, é determinada a quantidade de isoforma 2 do polipeptídeo ESM-1, ou seja, a isoforma 2 que possui uma sequência conforme exibido com número de acesso Uniprot Q9NQ30-2.
[103] Em outro exemplo de realização preferido, é determinada a quantidade de isoforma 1 e isoformas 2 do polipeptídeo ESM-1, ou seja, ESM-1 total.
[104] A quantidade de ESM-1 poderá ser determinada, por exemplo, com um anticorpo monoclonal (tal como anticorpo de camundongo) contra os aminoácidos 85 a 184 do polipeptídeo ESM-1 e/ou com um anticorpo policlonal de cabra.
[105] O biomarcador de Angiopoietina-2 (abreviado como “Ang- 2”, frequentemente também referido como ANGPT2) é bem conhecido no estado da técnica. Ele é um antagonista de ocorrência natural para Ang-1 () e TIE2 (vide, por exemplo, Maisonpierre et al., Science 277 (1997) 55-60). A proteína pode induzir a fosforilação da tirosina de TEK/TIE2 na ausência de ANG-1. Na ausência de indutores angiogênicos, tal como o VEGF, o afrouxamento dos contatos célula-matriz mediado por ANG2 pode induzir a apoptose de células endoteliais com consequente regressão vascular. Em relação ao VEGF, ele pode facilitar a migração e proliferação de células endoteliais, consequentemente, servindo como um sinal angiogênico permissivo. A sequência da Angiopoietina humana é bem conhecida no estado da técnica. A banco de dados Uniprot lista três isoformas de Angiopoietina-2: Isoforma 1 (identificador Uniprot: O15123- 1), Isoforma 2 (identificador: O15123-2) e Isoforma 3 (O15123-3). Em um exemplo de realização preferido, a quantidade total de Angiopoietina-2 é determinada. A quantidade total é preferencialmente a soma das quantidades de Angiopoietina- 2 livre e complexada.
[106] O termo “determinação” da quantidade de um biomarcador, conforme referido no presente (tal como peptídeo tipo BMP10 ou o peptídeo natriurético) refere-se à quantificação do biomarcador, por exemplo, para determinar a quantidade de biomarcador na amostra, empregando os métodos de detecção adequados descritos na presente invenção. Os termos “medição” e “determinação” são usados de forma alternada na presente invenção.
[107] Em uma realização, a quantidade de um biomarcador é medida através do contato da amostra com um agente que se liga especificamente ao biomarcador, consequentemente, formando um complexo entre o agente e o referido biomarcador, detectando a quantidade de complexo formado e, desse modo, medindo a quantidade do referido biomarcador.
[108] Os biomarcadores conforme referidos na presente invenção (tal como o peptídeo tipo BMP10) podem ser detectados utilizando métodos geralmente conhecidos no estado da técnica. Os métodos de detecção em geral abrangem métodos para quantificar a quantidade de um biomarcador na amostra (método quantitativo). É do conhecimento geral do técnico hábil no assunto quais dos métodos seguintes são adequados para a detecção qualitativa e/ou quantitativa de um biomarcador. As amostras podem ser convenientemente analisadas para, por exemplo, proteínas utilizando ensaios tipo Westerns (baseados em anticorpos) e imunoensaios, tais como ELISA, RIAs, imunoensaios baseados em fluorescência e luminescência e ensaios de extensão de proximidade, que estão comercialmente disponíveis.
Outros métodos adequados para a detecção de biomarcadores incluem a medição de uma propriedade física ou química específica para o peptídeo ou polipeptídeo, tais como a massa molecular precisa ou o espectro de RMN dos mesmos. Os referidos métodos compreendem, por exemplo, biossensores, dispositivos ópticos acoplados aos imunoensaios, biochips, dispositivos analíticos, tal como espectrômetros de massa, analisadores de RMN, ou dispositivos de cromatograma. Além disso, os métodos incluem os métodos baseados em microplaca de ELISA, imunoensaios totalmente automatizados ou robotizados (disponíveis, por exemplo, nos analisadores Elecsys™), CBA (um ensaio de ligação enzimática de cobalto, disponível, por exemplo, em analisadores Roche-Hitachi™), e análises de aglutinação em látex (disponíveis, por exemplo, em analisadores Roche-Hitachi™).
[109] Uma vasta gama de técnicas de imunoensaio que utilizam tais fundamentos de ensaio está disponível, consulte, por exemplo, as Patentes Norte-Americanas US 4.016.043, US 4.424.279 e US 4.018.653. Estes incluem tanto ensaios de sítio único ou sítio duplo como ensaios do tipo “sanduíche” do tipo não competitivo, bem como nos ensaios de ligação competitiva tradicionais. Estes ensaios também incluem a ligação direta de um anticorpo marcado a um biomarcador alvo.
[110] Os métodos que empregam marcadores eletroquimioluminescentes são bem conhecidos. Tais métodos utilizam a capacidade de complexos metálicos especiais para alcançar, por meio de oxidação, um estado excitado a partir do qual eles decaem para o estado fundamental, emitindo eletroquimiluminescência. Para uma revisão, consulte Richter, M.M., Chem. Rev. 2004; 104: 3003-3036.
[111] Em um exemplo de realização, o anticorpo de detecção (ou um fragmento de ligação ao antígeno) a ser usado para medir a quantidade de um biomarcador é rutenilado ou iridinilado. Consequentemente, o anticorpo (ou um fragmento de ligação ao antígeno do mesmo) deve compreender um marcador (rótulo) de rutênio. Em um exemplo de realização, o referido marcador de rutênio é um complexo de bipiridina-rutênio(II). Ou o anticorpo (ou um fragmento de ligação ao antígeno do mesmo) deve compreender um marcador de irídio. Em um exemplo de realização, o referido marcador de irídio é um complexo, conforme divulgado no documento WO 2012/107419.
[112] Em um exemplo de realização do ensaio tipo sanduíche para determinação do peptídeo tipo BMP10, o ensaio compreende um primeiro anticorpo monoclonal biotinilado que liga especificamente ao peptídeo tipo BMP10 (como anticorpo de captura) e um fragmento F(ab’)2 rutenilado de segundo anticorpo monoclonal que liga-se especificamente a um peptídeo tipo BMP10 (como anticorpo de detecção). Os dois anticorpos formam complexos de imunoensaio tipo sanduíche com o peptídeo tipo BMP10 na amostra.
[113] Em um exemplo de realização do ensaio tipo sanduíche para determinação do peptídeo natriurético, o ensaio compreende um primeiro anticorpo monoclonal biotinilado que liga especificamente ao peptídeo natriurético (como anticorpo de captura) e um fragmento F(ab’)2 rutenilado de segundo anticorpo monoclonal que liga-se especificamente a um peptídeo natriurético (como anticorpo de detecção). Os dois anticorpos formam complexos de imunoensaio tipo sanduíche com o peptídeo natriurético na amostra.
[114] A medição da quantidade de um polipeptídeo (tal como peptídeo tipo BMP10 ou o peptídeo natriurético) pode, preferencialmente, compreender as etapas de (a) colocar o polipeptídeo em contato com um agente que se liga especificamente ao referido polipeptídeo, (b) (opcionalmente) remover os agentes de ligação não ligados, (c) medir a quantidade de agente de ligação ligado, ou seja, o complexo do agente formado na etapa (a). De acordo com um exemplo de realização preferido, as referidas etapas de contato, remoção e medição podem ser realizadas por uma unidade analisadora. De acordo com alguns exemplos de realização, as referidas etapas podem ser executadas por uma única unidade analisadora do referido sistema ou por mais de uma unidade analisadora em comunicação operacional entre si. Por exemplo, de acordo com um exemplo de realização específico, o referido sistema divulgado no presente documento pode incluir uma primeira unidade analisadora para executar as referidas etapas de contato e remoção e uma segunda unidade analisadora, operacionalmente conectada à referida primeira unidade analisadora por uma unidade de transporte (por exemplo, um braço robótico), que executa a referida etapa de medição.
[115] O agente que se liga especificamente ao biomarcador (também referido no presente como “agente de ligação”) pode estar acoplado de maneira covalente ou não covalente a um marcador que permite a detecção e medição do agente ligado. A marcação (também chamada de rotulação) pode ser feita por métodos diretos ou indiretos. A marcação direta envolve o acoplamento direto do marcador (de maneira covalente ou não covalente) ao agente de ligação. A marcação indireta envolve a ligação (de maneira covalente ou não covalente) de um agente de ligação secundário ao primeiro agente de ligação. O agente de ligação secundário deve se ligar especificamente ao primeiro agente de ligação. O referido agente de ligação secundário pode estar acoplado a um marcador adequado e/ou ser o alvo (receptor) de um agente de ligação terciário que se liga ao agente de ligação secundário. Os agentes de ligação secundários e de ordem superior adequados podem incluir anticorpos, anticorpos secundários e o sistema bem conhecido de estreptavidina-biotina (Vector Laboratories, Inc.). O agente de ligação ou substrato também pode ser “etiquetado” (tagged) com uma ou mais etiquetas (tags), tal como é conhecido no estado da técnica. Estas etiquetas, em seguida, podem ser alvos para os agentes de ligação de ordem superior.
Os tags adequados incluem a biotina, digoxigenina, His-Tag, Glutationa-S- Transferase, FLAG, GFP, myc-tag, hemaglutinina do vírus influenza A (HA), proteína de ligação de maltose, e similares. No caso de um peptídeo ou polipeptídeo, o tag está preferencialmente na posição N-terminal e/ou C- terminal. Os marcadores adequados são quaisquer marcadores detectáveis por um método de detecção apropriado. Os marcadores típicos incluem as partículas de ouro, esferas de látex, éster de acridano, luminol, rutênio, marcadores enzimaticamente ativos, marcadores radioativos, marcadores magnéticos (por exemplo, esferas magnéticas, incluindo os marcadores paramagnéticos e superparamagnéticos) e marcadores fluorescentes. Os marcadores enzimaticamente ativos incluem, por exemplo, peroxidase de rábano-silvestre, fosfatase alcalina, beta-galactosidase, luciferase e derivados dos mesmos. Os substratos adequados para detecção incluem di-amino- benzidina (DAB), 3,3'-5,5'-tetrametilbenzidina, NBT-BCIP (cloreto de 4- nitroazul- tetrazólio e 5-bromo-4-cloro-3-indolil-fosfato, disponível como solução estoque pronta para uso da Roche Diagnostics), CDP-Star™ (Amersham Biosciences), ECF™ (Amersham Biosciences). Uma combinação enzima- substrato adequada pode resultar em um produto reacional colorido, fluorescente ou quimioluminescente, que pode ser determinado de acordo com métodos conhecidos no estado da técnica (por exemplo, utilizando um filme sensível à luz ou um sistema adequado de câmera). Para a medição da reação enzimática, os critérios indicados acima se aplicam de maneira análoga. Os marcadores fluorescentes típicos incluem as proteínas fluorescentes (tais como GFP e seus derivados), Cy3, Cy5, Vermelho do Texas (TexasRed), Fluoresceína, e os corantes Alexa (por exemplo, o Alexa 568). Outros marcadores fluorescentes estão disponíveis, por exemplo, pela Molecular Probes (Oregon). Além disso, o uso de pontos quânticos como marcadores fluorescentes está contemplado. Um marcador radioativo pode ser detectado por qualquer método conhecido e adequado, por exemplo, uma película sensível à luz ou um dispositivo de imagem para fósforo.
[116] A quantidade de um polipeptídeo também pode ser preferencialmente determinada da seguinte forma: (a) colocar em contato um suporte sólido compreendendo um agente de ligação para o polipeptídeo, como descrito em outro lugar no presente documento, com uma amostra compreendendo o peptídeo ou polipeptídeo; e (b) mensurar a quantidade de peptídeo ou polipeptídeo que está ligada ao suporte. Os materiais para a fabricação de uma fase sólida (suporte sólido) são bem conhecidos no estado da técnica e incluem, inter alia, materiais de colunas comercialmente disponíveis, esferas de poliestireno, esferas de látex, esferas magnéticas, partículas de metal coloidal, vidro e/ou chips de silício e superfícies, tiras de nitrocelulose, membranas, folhas, duracytes, poços e paredes de placas de reação, poços e paredes de recipientes de reação, tubos de plástico e etc.
[117] Ainda em um aspecto a amostra é removida do complexo formado entre o agente de ligação e, pelo menos, um marcador antes da medição da quantidade de complexo formado. Consequentemente, em um aspecto, o agente de ligação pode ser imobilizado em um suporte sólido. Ainda em outro aspecto, a amostra pode ser removida do complexo formado no suporte sólido através da aplicação de uma solução de lavagem.
[118] Os ensaios “sanduíche” estão entre os ensaios mais úteis e comumente utilizados, englobando diversas variações da técnica de ensaio sanduíche. Resumidamente, em um ensaio típico, um agente de ligação não marcado (de captura) é imobilizado ou pode ser imobilizado em um substrato sólido, e a amostra a ser testada é colocada em contato com o agente de ligação de captura. Após um período adequado de incubação, por um período de tempo suficiente para permitir a formação de um complexo ‘agente de ligação–biomarcador’, um segundo agente de detecção marcado com uma molécula repórter capaz de produzir um sinal detectável é então adicionado e incubado por tempo suficiente para permitir a formação de outro complexo de ‘agente de ligação–biomarcador–agente de ligação marcado’. Qualquer material que não reagiu pode ser lavado, e a presença do biomarcador é determinada pela observação de um sinal produzido pela molécula repórter ligada ao agente de ligação de detecção. Os resultados podem ser tanto qualitativos pela simples observação de um sinal visível, como podem ser quantitativos pela comparação com uma amostra de controle contendo quantidades conhecidas de biomarcadores.
[119] As etapas de incubação de ensaios sanduíches típicos podem variar conforme necessário e apropriado. Tais variações incluem, por exemplo, incubações simultâneas, em que dois ou mais agentes de ligação e o biomarcador são coincubados. Por exemplo, ambos, a amostra a ser analisada e um agente de ligação marcado são adicionados simultaneamente com um agente de ligação de captura imobilizado. Também é possível incubar primeiro a amostra a ser analisada e um agente de ligação marcado e depois adicionar um anticorpo ligado a uma fase sólida ou capaz de se ligar a uma fase sólida.
[120] O complexo formado entre um agente de ligação específico e o biomarcador deve ser proporcional à quantidade de biomarcador presente na amostra. Será entendido que a especificidade e/ou sensibilidade do agente de ligação a ser aplicado define o grau de proporção de pelo menos um marcador compreendido na amostra que é capaz de se ligar especificamente.
Mais detalhes sobre como a medição pode ser realizada também são encontrados em outros lugares na presente invenção. A quantidade de complexo formado deve ser transformada em uma quantidade do biomarcador refletindo a quantidade de fato presente na amostra.
[121] Os termos “agente de ligação”, “agente de ligação específico”, “agente de ligação específico do analito”, “agente de detecção” e “agente que se liga especificamente a um biomarcador” são utilizados de maneira intercambiável no presente pedido. De preferência, os termos se referem a um agente que compreende uma porção de ligação que se liga especificamente ao biomarcador correspondente. Os exemplos de “agentes de ligação”, “agentes de detecção” ou “agentes” são: sonda de ácido nucleico, iniciador (primer) de ácido nucleico, molécula de DNA, molécula de RNA, aptâmero, anticorpo, fragmento de anticorpo, peptídeo, ácido nucleico peptídico (PNA) ou composto químico. Um agente preferido é um anticorpo que se liga especificamente ao biomarcador a ser determinado. O termo “anticorpo” na presente invenção é utilizado no sentido mais amplo e abrange diferentes estruturas de anticorpo, incluindo, mas não se limitando, a anticorpos monoclonais, anticorpos policlonais, anticorpos multiespecíficos (por exemplo, anticorpos biespecíficos), e fragmentos de anticorpos contanto que eles exibam a atividade biológica desejada (ou seja, os fragmentos de ligação ao seu antígeno). Preferencialmente, o anticorpo é um anticorpo policlonal (ou um fragmento de ligação ao antígeno do mesmo). De modo mais preferido, o anticorpo é um anticorpo monoclonal (ou um fragmento de ligação ao antígeno do mesmo). Além disso, conforme descrito em outros pontos do presente pedido, idealiza-se que sejam utilizados dois anticorpos monoclonais que se ligam em posições diferentes do peptídeo tipo BMP10 (em um imunoensaio tipo sanduíche) Desta forma, pelo menos um anticorpo é utilizado para determinação da quantidade do peptídeo tipo BMP10.
[122] Em um exemplo de realização, o pelo menos um anticorpo é um anticorpo monoclonal de camundongo. Em outro exemplo de realização, o pelo menos um anticorpo é um anticorpo monoclonal de coelho. Em exemplos de realização adicionais, o anticorpo é anticorpo policlonal de cabra.
Ainda em outro exemplo de realização, o anticorpo é anticorpo policlonal de carneiro.
[123] O termo “ligação específica” ou “se liga especificamente” se refere a uma reação de ligação em que as moléculas do par de ligação exibem uma ligação entre si em condições nas quais elas não se ligam de maneira significante a outras moléculas. O termo “ligação específica” ou “se liga especificamente”, quando se refere a uma proteína ou peptídeo como biomarcador, preferencialmente refere-se a uma reação de ligação em que um agente de ligação se liga ao biomarcador correspondente com uma afinidade (“constante de associação” Ka) de pelo menos 107 M-1. O termo “ligação específica” ou “se liga especificamente” refere-se preferencialmente a uma afinidade de, pelo menos, 108 M-1 ou, ainda mais preferencialmente, com uma afinidade de pelo menos 109 M-1 para a sua molécula alvo. O termo “específico” ou “especificamente” é utilizado para indicar que outras moléculas presentes na amostra não se ligam significativamente ao agente de ligação específico para a molécula alvo.
[124] O termo “quantidade”, conforme utilizado no presente pedido, engloba a quantidade absoluta de um biomarcador conforme referido na presente invenção (tal como o peptídeo tipo BMP10 ou o peptídeo natriurético), a quantidade ou concentração relativa do referido biomarcador, bem como qualquer valor ou parâmetro que se correlacione com o mesmo ou que possa ser derivado dele. Tais valores ou parâmetros compreendem os valores de sinal de intensidade de todas as propriedades físicas ou químicas específicas obtidas a partir dos referidos peptídeos através de medições diretas, por exemplo, os valores de intensidade em espectros de massa ou espectros de RMN. Além disso, são abrangidos todos os valores ou parâmetros que são obtidos através de medições indiretas especificadas em outro local da presente descrição, por exemplo, as quantidades de resposta determinadas a partir de sistemas de leitura biológica em resposta aos peptídeos ou sinais de intensidade obtidos a partir de ligantes especificamente ligados. Deve ser entendido que os valores correlacionados com as quantidades ou parâmetros mencionados acima também podem ser obtidos por todas as operações matemáticas padrão.
[125] O termo “comparação”, da forma utilizada no presente pedido, refere-se a comparação da quantidade do biomarcador (tal como peptídeo tipo BMP10 e o peptídeo natriurético, tal como NT-proBNP ou BNP) na amostra do sujeito com a quantidade de referência do biomarcador especificado em outros pontos da presente descrição. Deve ser entendido que a comparação, conforme utilizada no presente, refere-se, em geral, a uma comparação de parâmetros ou valores correspondentes, por exemplo, uma quantidade absoluta é comparada com uma quantidade de referência absoluta enquanto uma concentração é comparada com uma concentração de início ou um sinal de intensidade obtido a partir do biomarcador em uma amostra é comparado ao mesmo tipo de sinal de intensidade obtido a partir de uma amostra de referência. A comparação pode ser realizada manualmente ou assistida por computador. Assim, a comparação pode ser realizada através de um dispositivo de computação. O valor da quantidade determinada ou detectada do biomarcador na amostra do sujeito e a quantidade de referência podem, por exemplo, ser comparadas entre si e a referida comparação pode ser realizada automaticamente por um programa de computador que executa um algoritmo para a comparação. O programa de computador que realiza a referida avaliação irá fornecerá a avaliação desejada em um formato de saída adequado. Para uma comparação assistida por computador, o valor da quantidade determinada pode ser comparado com os valores correspondentes às referências adequadas que são armazenadas em uma base de dados por um programa de computador. O programa de computador pode, adicionalmente, avaliar o resultado da comparação, ou seja, fornecer automaticamente a avaliação desejada em um formato de saída adequado.
Para uma comparação assistida por computador, o valor da quantidade determinada pode ser comparado com os valores correspondentes às referências adequadas que são armazenadas em uma base de dados por um programa de computador. O programa de computador pode, adicionalmente, avaliar o resultado da comparação, ou seja, prover automaticamente a avaliação desejada em um formato de saída adequado.
[126] De acordo com a presente invenção, a quantidade de peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional (tal como o peptídeo natriurético) deverão ser comparadas com uma referência. A referência é preferencialmente uma quantidade de referência. A expressão “quantidade de referência” é bem compreendida pelos técnicos no assunto. Deve-se compreender que a quantidade de referência deverá permitir a avaliação da fibrilação atrial aqui descrita. Por exemplo, com relação ao método de diagnóstico da fibrilação atrial, a quantidade de referência refere-se preferencialmente a uma quantidade que permite a alocação de sujeitos (i) no grupo de pacientes que sofrem de fibrilação atrial, ou (ii) no grupo de pacientes que não sofrem de fibrilação atrial. Uma quantidade de referência adequada pode ser determinada a partir de uma primeira amostra a ser analisada em conjunto, ou seja,
simultaneamente ou subsequentemente, com a amostra teste.
[127] Deve-se compreender que a quantidade do peptídeo tipo BMP10 é comparada com quantidade de referência para o peptídeo tipo BMP10, enquanto a quantidade do biomarcador adicional (tal como o peptídeo natriurético) é comparada com quantidade de referência para o referido biomarcador adicional (tal como peptídeo natriurético). Caso sejam determinadas as quantidade de dois marcadores, também se idealiza que seja calculado um escore (ou pontuação) combinado com base nas quantidades de dois ou mais marcadores (como peptídeo tipo BMP10 e a quantidade de peptídeo natriurético). Em uma etapa subsequente, a avaliação é comparada a um escore de referência.
[128] Os valores de referência podem, em princípio, ser calculados para uma coorte de sujeitos, conforme especificado acima, com base nos valores médios ou médios de um determinado biomarcador, aplicando métodos estatísticos padrão. Em particular, a precisão de um teste, como um método que visa diagnosticar ou não um evento, é mais bem descrita por suas características de operação do receptor (ROC) (veja especialmente Zweig MH. et al., Clin. Chem. 1993;39:561-577). O gráfico de ROC representa um gráfico de todos os pares de sensibilidade versus especificidade resultantes da variação contínua do limiar de decisão ao longo de todo intervalo de dados observados. O desempenho clínico de um método diagnóstico depende de sua precisão, isto é, sua capacidade de alocar corretamente os sujeitos em um determinado prognóstico ou diagnóstico. O gráfico de ROC indica a sobreposição entre as duas distribuições, traçando o gráfico da sensibilidade versus 1 - especificidade para o intervalo completo de limiares adequados para realizar uma distinção. No eixo y está a sensibilidade, ou a fração verdadeiro- positiva, que é definida como a proporção entre o número de resultados de testes verdadeiro-positivos para o produto do número de resultados de testes verdadeiro-positivos e número de resultados de testes verdadeiro-negativos. É unicamente calculado a partir do subgrupo afetado. No eixo x está a fração falsa-positiva, ou 1-especificidade, que é definida como a proporção entre o número de resultados falso-positivos para o produto do número de resultados verdadeiro-negativos e número de resultados falso-positivos. É um índice da especificidade e é inteiramente calculado a partir do subgrupo não afetado.
Uma vez que as frações verdadeiro-positivas e falso-positivas são inteiramente calculadas separadamente, utilizando os resultados do teste de dois subgrupos diferentes, o gráfico ROC é independente da prevalência do evento na coorte.
Cada ponto no gráfico ROC representa um par de sensibilidade/1 - especificidade correspondente a um limiar de decisão especial. Um teste com a discriminação perfeita (sem sobreposição das duas distribuições de resultados) possui um gráfico ROC que passa através do canto superior esquerdo, em que a fração verdadeiro-positiva é de 1,0, ou 100% (sensibilidade perfeita), e a fração falso-positiva é 0 (especificidade perfeita). O gráfico teórico para um teste sem a discriminação (distribuições idênticas de resultados para os dois grupos) é uma linha diagonal de 45º a partir do canto inferior esquerdo para o canto superior direito. A maioria dos gráficos fica entre esses dois extremos. Se o gráfico ROC cair completamente abaixo da diagonal de 45º, ele é facilmente remediado através da inversão do critério de “positividade” a partir de “superior a” a “inferior a” ou vice-versa. Qualitativamente, quanto mais próximo o gráfico estiver para o canto superior esquerdo, maior será a precisão global do teste.
Dependendo de um intervalo de confiança desejado, um limiar pode ser derivado da curva ROC possibilitando o diagnóstico para um determinado evento com um balanço adequado de sensibilidade e especificidade, respectivamente. Consequentemente, a referência pode ser usada para o método da presente invenção, ou seja, pode-se gerar um limiar que permite avaliar a fibrilação atrial, preferencialmente, por meio do estabelecimento de um ROC para a mencionada coorte conforme descrito acima e derivatizando de quantidade limiar a partir dele. Dependendo da sensibilidade e especificidade desejadas para um método diagnóstico, o gráfico ROC possibilita derivar um limiar adequado. Deve ser compreendido que uma sensibilidade ótima é desejada para excluir, por exemplo, um sujeito a partir de um sujeito que sofre de Fibrilação Atrial (isto é, uma exclusão), em que é idealizada uma especificidade ideal para sujeitos a serem avaliados como sofrendo de fibrilação atrial (ou seja, inclusão). Em um exemplo de realização, o método de acordo com a presente invenção permite a predição de que o sujeito encontra- se em risco de evento adverso associado à fibrilação atrial, tal como a ocorrência ou recorrência de fibrilação atrial e/ou acidente vascular cerebral.
[129] Em um exemplo de realização preferido, o termo “quantidade de referência” no presente pedido refere-se a um valor pré- determinado. O mencionado valor previamente determinado permite a avaliação da fibrilação atrial e, portanto, o diagnóstico da fibrilação atrial, diferenciação entre fibrilação atrial persistente e paroxística, predição do risco de evento adverso associado à fibrilação atrial, identificação de sujeitos que deverão ser submetidos ao eletrocardiograma (ECG) ou avaliação de uma terapia para a fibrilação atrial. Deve-se compreender que a quantidade de referência pode diferir com base do tipo de avaliação. Por exemplo, a quantidade de referência de peptídeo tipo BMP10 para a diferenciação de AF será normalmente mais alta que a quantidade de referência para o diagnóstico de AF. Entretanto, isso é levado em consideração pelo técnico no assunto.
[130] Conforme estabelecido acima, a expressão “avaliação da fibrilação atrial” refere-se preferencialmente ao diagnóstico da fibrilação atrial, a diferenciação entre fibrilação atrial persistente e paroxística, a predição de risco de evento adverso associado à fibrilação atrial, a identificação de um sujeito que deverá ser submetido ao eletrocardiograma (ECG) ou a avaliação de uma terapia para a fibrilação atrial. A seguir, esses exemplos de realização do método da presente invenção serão descritos em mais detalhes. As definições acima aplicam-se adequadamente.
MÉTODO DE DIAGNÓSTICO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL
[131] O termo “diagnóstico”, conforme utilizado no presente pedido, indica avaliar se um sujeito, conforme referido de acordo com o método da presente invenção, sofre ou não sofre de fibrilação atrial (AF). Em um exemplo de realização, diagnostica-se que um sujeito sofre de AF paroxística.
Em um exemplo de realização alternativo, diagnostica-se que um sujeito não sofre de AF.
[132] De acordo com a presente invenção, todos os tipos de AF podem ser diagnosticados. Desta forma, a fibrilação atrial pode ser AF paroxística, persistente ou permanente. Preferencialmente, a fibrilação atrial ou paroxística ou persistente é diagnosticada, particularmente em sujeitos que não sofrem de AF permanente.
[133] O diagnóstico atual para determinar se o sujeito sofre ou não de AF pode compreender etapas adicionais como a confirmação de um diagnóstico (por exemplo, por ECG, tal como Holter-ECG). A presente invenção permite, portanto, a avaliação da probabilidade de que um paciente sofra de fibrilação atrial. Um sujeito que possui quantidade de BMP10 acima da quantidade de referência é propenso a sofrer de fibrilação atrial, enquanto que um sujeito que possui quantidade de BMP10 abaixo da quantidade de referência não é propenso a sofrer de fibrilação atrial. Consequentemente, o termo “diagnóstico”, no contexto da presente invenção, também abrange o auxílio ao médico para determinar se o paciente sofre ou não de fibrilação atrial.
[134] Preferencialmente, uma quantidade do peptídeo tipo BMP10 (e opcionalmente uma quantidade de pelo menos um biomarcador adicional, como ESM-1, Ang-2, FABP-3 e/ou o peptídeo natriurético) na amostra de um sujeito teste que está aumentada, em comparação com a quantidade de referência (ou quantidades de referência) é indicativa de um sujeito que sofre de fibrilação atrial, e/ou uma quantidade do peptídeo tipo BMP10 (e, opcionalmente, uma quantidade da pelo menos um biomarcador adicional, como ESM-1, Ang-2, FABP-3 e/ou peptídeo natriurético) na amostra de um sujeito que está(estão) diminuída em comparação com a quantidade de referência (ou quantidades de referência) é indicativa de um sujeito que não sofre de fibrilação atrial.
[135] Em um exemplo de realização preferido, a quantidade de referência, ou seja, a quantidade de peptídeo tipo BMP-10 de referência e, caso seja determinado, a quantidade de referência para o biomarcador adicional, deverá permitir a diferenciação entre sujeitos que sofrem de fibrilação atrial e sujeitos que não sofrem de fibrilação atrial. Preferencialmente, a mencionada quantidade de referência é um valor previamente determinado.
[136] Em um exemplo de realização, o método de acordo com a presente invenção permite o diagnóstico de pacientes que sofrem de fibrilação atrial. Preferencialmente, o paciente sofre de AF caso a quantidade de peptídeo tipo BMP10 (e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional como ESM-1, Ang-2, FABP-3 e/ou peptídeo natriurético) esteja acima da quantidade de referência. Em um exemplo de realização, o paciente sofre de AF caso a quantidade de peptídeo tipo BMP10 esteja acima de certo percentil (por exemplo, 99º percentil) do limite de referência superior (URL) de quantidade de referência.
[137] Em um exemplo de realização do método de diagnóstico da fibrilação atrial, o referido método compreende uma etapa adicional de recomendar e/ou iniciar uma terapia para a fibrilação atrial com base nos resultados do diagnóstico. Preferencialmente, uma terapia é recomendada ou iniciada se for diagnosticado que o sujeito sofre de AF. As terapias preferidas para a fibrilação atrial estão descritos em outro local no presente pedido (por exemplo, terapias com anticoagulantes).
MÉTODO PARA DIFERENCIAR ENTRE FIBRILAÇÃO ATRIAL PAROXÍSTICA E PERSISTENTE
[138] O termo “diferenciar”, da forma utilizada no presente pedido, significa distinguir entre fibrilação atrial paroxística e persistente em um sujeito. O termo, da forma utilizada no presente, inclui preferencialmente diagnóstico diferencial da fibrilação atrial paroxística e persistente em um sujeito. Desta forma, o método de acordo com a presente invenção permite determinar se o paciente com fibrilação atrial sofre de fibrilação atrial paroxística ou fibrilação atrial persistente. A diferenciação real pode compreender etapas adicionais como a confirmação da diferenciação. Desta forma, o termo “diferenciação”, no contexto da presente invenção, também abrange o auxílio ao médico para diferenciar entre AF paroxística e persistente.
[139] Preferencialmente, uma quantidade do peptídeo tipo BMP10 (e opcionalmente uma quantidade de pelo menos um biomarcador adicional, como ESM-1, Ang-2, FABP-3 e/ou o peptídeo natriurético) na amostra de um sujeito que está aumentada, em comparação com a quantidade de referência (ou quantidades de referência) é indicativa de um sujeito que sofre de fibrilação atrial persistente, e/ou uma quantidade do peptídeo tipo BMP10 (e, opcionalmente, uma quantidade da pelo menos um biomarcador adicional, como ESM-1, Ang-2, FABP-3 e/ou peptídeo natriurético) na amostra de um sujeito que está diminuída em comparação com a quantidade de referência (ou quantidades de referência) é indicativa de um sujeito que sofre de fibrilação atrial paroxística. Nos dois tipos de AF (paroxística e persistente), a quantidade de peptídeo tipo BMP10 é mais alta em comparação com a quantidade de referência de sujeitos que não sofrem de AF.
[140] Em um exemplo de realização preferido, a(s) quantidade(s) de referência deverá(ão) permitir a diferenciação entre um sujeito que sofre de fibrilação atrial paroxística e um sujeito que sofre de fibrilação atrial persistente.
Preferencialmente, a mencionada quantidade de referência é um valor previamente determinado.
[141] Em uma realização do método de diferenciação acima entre fibrilação atrial persistente e paroxística, o paciente não sofre de fibrilação atrial permanente.
MÉTODO PARA A PREDIÇÃO DO RISCO DE EVENTO ADVERSO ASSOCIADO À FIBRILAÇÃO ATRIAL
[142] O método de acordo com a presente invenção também contempla um método de predição do risco de um evento adverso.
[143] Em um exemplo de realização, o risco de um evento adverso conforme definido na presente invenção pode ser a predição de qualquer evento adverso associado à fibrilação atrial. Preferencialmente, o evento adverso mencionado é selecionado a partir da recorrência de fibrilação atrial (tal como a recorrência de fibrilação atrial após a cardioversão) e acidente vascular cerebral. Consequentemente, o risco de um sujeito (que sofre de fibrilação atrial) sofrer um evento adverso futuro (tal como acidente vascular cerebral ou recorrência da fibrilação atrial) deverá ser predito.
[144] Idealiza-se ainda que o evento adverso associado à fibrilação atrial mencionado seja a ocorrência da fibrilação atrial em um sujeito que não possui histórico conhecido de fibrilação atrial.
[145] Em um exemplo de realização particularmente preferido, é predito o risco de acidente vascular cerebral.
[146] Consequentemente, o método da presente invenção para predizer o risco de acidente vascular cerebral em um sujeito compreende as etapas de a) determinar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 em uma amostra do sujeito, e b) comparar a quantidade do peptídeo tipo BMP10 com uma quantidade de referência, de modo que o risco de acidente vascular cerebral deve ser predito.
[147] Em particular, a presente invenção refere-se a um método para predizer o risco de acidente vascular cerebral em um sujeito, compreendendo as etapas de (a) determinar, em pelo menos uma amostra do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 (angiopoietina 2) e FABP-3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), e (b) comparar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 com um valor de referência para o peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, comparar a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional com um valor de referência para o referido pelo menos um biomarcador adicional, de modo que o risco de acidente vascular cerebral deve ser predito.
[148] Preferencialmente, a expressão “predizer do risco”, da forma utilizada no presente, refere-se à avaliação da probabilidade segundo a qual o paciente sofrerá de evento adverso conforme indicado no presente (por exemplo, de acidente vascular cerebral). Tipicamente, prevê-se se o paciente encontra-se em risco (e, portanto, em risco elevado) ou não (e, portanto, em risco reduzido) de sofrer do referido evento adverso. Assim, o método de acordo com a presente invenção permite diferenciar entre um sujeito com risco e um sujeito sem risco de sofrer do referido evento adverso. Além disso, prevê- se que o método da presente invenção permite a diferenciação entre um sujeito que possui risco reduzido, médio ou elevado.
[149] Conforme indicado acima, o risco (e a probabilidade) de sofrer do mencionado evento adverso em uma certa janela de tempo deverá ser predito. Em um exemplo de realização preferido da presente invenção, a janela de predição é um período de cerca de três meses, cerca de seis meses ou cerca de um ano. Assim, o risco de curto prazo é previsto.
[150] Em outro exemplo de realização preferido, a janela de predição é um período de cerca de cinco anos (por exemplo, para predição de acidente vascular cerebral). Além disso, a janela de predição poderá ser um período de cerca de seis anos (por exemplo, para previsão de acidente vascular cerebral). Alternativamente, a janela de predição pode ser de cerca de 10 anos. Além disso, prevê-se ainda que a janela de predição seja um período de 1 a 3 anos. Assim, o risco de sofrer de acidente vascular cerebral dentro de 1 a 3 anos é predito. Além disso, prevê-se ainda que a janela de predição seja um período de 1 a 10 anos. Assim, o risco de sofrer de acidente vascular cerebral dentro de 1 a 10 anos é predito.
[151] Preferencialmente, a janela de predição mencionada é calculada a partir da conclusão do método de acordo com a presente invenção.
De modo mais preferido, a janela de predição mencionada é calculada a partir do momento em que a amostra a ser testada foi obtida. Como compreenderão os técnicos hábeis no assunto, a predição de um risco normalmente não se destina a ser correta para 100% dos sujeitos. O termo, entretanto, exige que a predição possa ser realizada para uma parte estatisticamente significativa de sujeitos, em uma forma correta e adequada. Pode-se determinar se uma porção é estatisticamente significativa sem esforços adicionais pelos técnicos no assunto utilizando diversas ferramentas de avaliação estatística conhecidas,
tais como determinação de intervalos de confiança, determinação de valor p, teste t de Student, teste de Mann-Whitney etc. Detalhes são encontrados em Dowdy e Wearden, Statistics for Research, John Wiley & Sons, Nova Iorque,
1983. Os intervalos de confiança preferidos são pelo menos 90%, pelo menos 95%, pelo menos 97%, pelo menos 98% ou pelo menos 99%. Os valores p são preferencialmente 0,1, 0,05, 0,01, 0,005 ou 0,0001.
[152] Em um exemplo de realização preferido, a expressão “predição do risco de sofrer do referido evento adverso” indica que o sujeito a ser analisado pelo método da presente invenção é alocado no grupo de sujeitos que se encontram em risco de sofrer do referido evento adverso ou no grupo de sujeitos que não se encontram em risco de sofrer do referido evento adverso (tal como acidente vascular cerebral). Prevê-se, portanto, se o paciente encontra-se ou não em risco de sofrer do referido evento adverso.
Conforme utilizado na presente invenção, “um sujeito em risco de sofrer do referido evento adverso” possui preferencialmente risco elevado de sofrer do referido evento adverso (preferencialmente dentro da janela de predição).
Preferencialmente, o referido risco é elevado em comparação com o risco médio em uma coorte de sujeitos. Conforme utilizado na presente invenção, “um sujeito que não está em risco de sofrer do referido evento adverso” possui preferencialmente risco reduzido de sofrer do referido evento adverso (preferencialmente dentro da janela de predição). Preferencialmente, o mencionado risco é reduzido em comparação com o risco médio em uma coorte de sujeitos. Um sujeito que se encontra em risco de sofrer do referido evento adverso possui preferencialmente risco de sofrer do referido evento adverso tal como recorrência ou ocorrência de fibrilação atrial de pelo menos 20% ou, de maior preferência, pelo menos 30%, preferencialmente, dentro de uma janela de predição de cerca de um ano. Um sujeito que não se encontra em risco de sofrer do referido evento adverso possui preferencialmente um risco inferior a 12%, de modo mais preferido um risco inferior a 10%, de sofrer do referido evento adverso, preferencialmente dentro de uma janela de predição de um ano.
[153] Com relação à predição de acidente vascular cerebral, pacientes que se encontram em risco de sofrer do referido evento adverso possuem preferencialmente risco de sofrer do referido evento adverso de pelo menos 10% ou, de maior preferência, pelo menos 13%, preferencialmente, dentro de uma janela de predição de cerca de cinco anos ou, particularmente, cerca de seis anos. Um sujeito que não se encontra em risco de sofrer do referido evento adverso possui preferencialmente um risco inferior a 10%, de modo mais preferido um risco inferior a 8%, ou de modo ainda mais preferido, um risco inferior a 5%, de sofrer do referido evento adverso, preferencialmente dentro de uma janela de predição de cerca de cinco anos, ou particularmente de seis anos. O risco pode ser mais alto se o paciente não receber terapia com anticoagulante. Isso será levado em consideração pelo técnico hábil no assunto.
[154] Preferencialmente, uma quantidade do peptídeo tipo BMP10 (e opcionalmente uma quantidade de pelo menos um biomarcador adicional, como ESM-1, Ang-2, FABP-3 e/ou o peptídeo natriurético) na amostra de um sujeito teste que está aumentada, em comparação com a quantidade de referência (ou quantidades de referência) é indicativa de um sujeito que se encontra em risco do evento adverso associado à fibrilação atrial. e/ou uma quantidade do peptídeo tipo BMP10 (e opcionalmente uma quantidade de pelo menos um biomarcador adicional, como ESM-1, Ang-2, FABP-3 e/ou o peptídeo natriurético) na amostra de um sujeito que está diminuída, em comparação com a quantidade de referência (ou quantidades de referência) é indicativa de um sujeito que não se encontra em risco do evento adverso associado à fibrilação atrial.
[155] Em um exemplo de realização preferido, a quantidade de referência (ou quantidades de referência) deve permitir a diferenciação entre um sujeito que está em risco de um evento adverso como referido na presente invenção e um sujeito que não está em risco de tal evento adverso.
Preferencialmente, a mencionada quantidade de referência é um valor previamente determinado.
[156] O evento adverso a ser predito é preferencialmente o acidente vascular cerebral. O termo “acidente vascular cerebral” é bem conhecido no estado da técnica. Conforme utilizado na presente invenção, o termo refere-se preferencialmente ao acidente vascular isquêmico, em particular ao acidente vascular cerebral isquêmico. Um acidente vascular cerebral, que é predito pelo método da presente invenção, deve ser causado pela redução do fluxo sanguíneo para o cérebro ou suas partes o que conduz a um baixo suprimento de oxigênio para as células cerebrais. Em particular, o AVC leva ao dano tecidual irreversível devido a morte de células do cérebro.
Os sintomas do acidente vascular cerebral são bem conhecidos no estado da técnica. Por exemplo, sintomas do acidente vascular cerebral incluem dormência súbita ou fraqueza da face, braço ou perna, especialmente em um lado do corpo, súbita confusão, problemas na fala ou compreensão, problemas súbitos de visão em um ou ambos os olhos, e súbita dificuldade para caminhar, tontura, perda de equilíbrio ou coordenação. O acidente vascular cerebral isquêmico pode ser causado por aterotrombose ou embolia de uma artéria cerebral principal, por distúrbios da coagulação ou doença vascular não ateromatosa, ou por isquemia cardíaca que leva a um fluxo de sangue total reduzido. O acidente vascular cerebral isquêmico é preferencialmente selecionado a partir do grupo que consiste em acidente vascular cerebral aterotrombótico, acidente vascular cerebral cardioembólico e acidente vascular cerebral lacunar. Preferencialmente, o acidente vascular cerebral a ser predito é um acidente vascular cerebral isquêmico agudo, em particular acidente vascular cerebral cardioembólico. Um acidente vascular cerebral cardioembólico (frequentemente também conhecido como acidente vascular cerebral embólico ou tromboembólico) pode ser causado pela fibrilação atrial.
[157] De preferência, o referido acidente vascular cerebral deve ser associado a fibrilação atrial. Mais preferencialmente, o acidente vascular cerebral deve ser causado por fibrilação atrial. No entanto, também é previsto que o sujeito não tenha histórico de fibrilação atrial.
[158] Preferencialmente, um acidente vascular cerebral está associado à fibrilação atrial se houver uma relação temporal entre o acidente vascular cerebral e um episódio de fibrilação atrial. Mais preferencialmente, um acidente vascular cerebral está associado com a fibrilação atrial se o acidente vascular cerebral é causado por fibrilação atrial. Mais preferencialmente, um acidente vascular cerebral está associado à fibrilação atrial se o acidente vascular cerebral pode ser causado por fibrilação atrial. Por exemplo, um acidente vascular cerebral cardioembólico (frequentemente também conhecido como acidente vascular cerebral embólico ou tromboembólico) pode ser causado por fibrilação atrial. De um modo preferido, um acidente vascular cerebral associado à AF pode ser impedida pela administração de anticoagulante por via oral. De modo também preferido, o acidente vascular cerebral é considerado como associado com a fibrilação atrial, se o indivíduo a ser testado sofre de fibrilação atrial e/ou tem histórico conhecido do mesmo.
Além disso, em um exemplo de realização, o acidente vascular cerebral pode ser considerado como associado com a fibrilação atrial se o sujeito tem suspeita de sofrer de fibrilação atrial.
[159] O termo “acidente vascular cerebral” não inclui, de preferência, acidente vascular cerebral hemorrágico.
[160] Em um exemplo de realização preferido do método de predição de um evento adverso (como acidente vascular cerebral) mencionado acima, o sujeito a ser testado sofre de fibrilação atrial. Mais preferencialmente, o sujeito tem histórico conhecido de fibrilação atrial. De acordo com o método de predição de um evento adverso, o sujeito preferencialmente sofre de fibrilação atrial permanente, mais preferivelmente de fibrilação atrial persistente e muito preferivelmente de fibrilação atrial paroxística.
[161] Em um exemplo de realização do método de predição de um evento adverso, o sujeito que sofre de fibrilação atrial experimenta episódios de fibrilação atrial quando a amostra é obtida. Em outro exemplo de realização do método de predição de um evento adverso, o sujeito que sofre de fibrilação atrial não experimenta episódio de fibrilação atrial quando a amostra é obtida (e, portanto, deve ter um ritmo sinusal normal). Além disso, o sujeito cujo risco está sendo predito pode estar sob terapia anticoagulante.
[162] Em outro exemplo de realização do método de predição de um evento adverso, o sujeito a ser testado não tem histórico conhecido de fibrilação atrial. Em particular, considera-se que o sujeito não sofre de fibrilação atrial.
[163] O método da presente invenção pode auxiliar a medicina personalizada. Em um exemplo de realização preferido, o método para predizer o risco de acidente vascular cerebral em um sujeito compreende ainda i) a etapa de recomendação da terapia com anticoagulante, ou ii) de recomendação de uma intensificação da terapia com anticoagulante se o sujeito foi identificado como um sujeito com risco de sofrer um acidente vascular cerebral. Em um exemplo de realização preferido, o método para predizer o risco de acidente vascular cerebral em um sujeito compreende ainda; i) a etapa de iniciar a terapia de anticoagulação, ou ii) de intensificar a terapia com anticoagulante se o sujeito foi identificado como um sujeito com risco de sofrer de acidente vascular cerebral (pelo método da presente invenção).
[164] Se o sujeito de teste está sob terapia de anticoagulação, e, se o sujeito foi identificado como não estando em risco de sofrer de acidente vascular cerebral (pelo método da presente invenção) a dosagem da terapia com coagulante pode ser reduzida. Assim, uma redução da dosagem pode ser recomendada. Ao reduzir a dosagem, o risco de sofrer efeitos colaterais (como sangramento) pode ser reduzido.
[165] O termo “recomendar”, conforme utilizado na presente invenção, significa estabelecer uma proposta para uma terapia que pode ser aplicada ao sujeito. No entanto, deve ser entendido que a aplicação da terapia real não está incluída no termo. A terapia a ser recomendada depende do resultado proporcionado pelo método da presente invenção.
[166] Em particular, aplica-se o seguinte:
[167] Se o assunto a ser testado não recebe terapia de anticoagulação, o início da terapia de anticoagulação é recomendado, se o sujeito foi identificado como estando em risco de sofrer de acidente vascular cerebral. Assim, a terapia de anticoagulação deve ser iniciada.
[168] Se o sujeito a ser testado já recebeu terapia de anticoagulação, a intensificação da terapia de anticoagulação é recomendada, se o sujeito foi identificado como estando em risco de sofrer de acidente vascular cerebral. Assim, a terapia de anticoagulação deve ser intensificada.
[169] Em um exemplo de realização preferido, a terapia de anticoagulação é intensificada pelo aumento da dose de anticoagulante, ou seja, a dosagem de anticoagulante atualmente administrada.
[170] Em um exemplo de realização particularmente preferido, a terapia de anticoagulação é intensificada pela substituição do anticoagulante atualmente administrado por um anticoagulante mais eficaz. Portanto, uma substituição de anticoagulante é recomendada.
[171] Foi descrito que uma melhor prevenção em pacientes de alto risco é alcançada com o anticoagulante oral apixaban versus o antagonista de vitamina K varfarina, conforme mostrado em Hijazi et al., The Lancet 2016 387, 2302-2311, (Figura 4).
[172] Assim, considera-se que o sujeito a ser testado seja um sujeito que é tratado com um antagonista de vitamina K, como varfarina ou dicumarol. Se o sujeito foi identificado como estando em risco de sofrer acidente vascular cerebral (pelo método da presente invenção), a substituição do antagonista de vitamina K por um anticoagulante oral, particularmente dabigatrana, rivaroxabana ou apixabano, é recomendada. Consequentemente, a terapia com o antagonista de vitamina K é descontinuada e a terapia com um anticoagulante oral é iniciada.
MÉTODO PARA IDENTIFICAR UM SUJEITO QUE SERÁ SUBMETIDO AO ELETROCARDIOGRAMA (ECG)
[173] De acordo com este exemplo de realização do método da presente invenção, deve-se avaliar se o sujeito a ser testado com o biomarcador será submetido ao eletrocardiograma (ECG), isto é, a uma avaliação eletrocardiográfica. A referida avaliação deve realizada para o diagnóstico, isto é, para detectar a presença ou ausência de AF no referido indivíduo.
[174] O termo “identificar um sujeito”, tal como utilizado na presente invenção, refere-se preferencialmente ao uso da informação ou dados gerados em relação à quantidade de BMP10 (e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional) em uma amostra de um sujeito para identificar se o sujeito deve ser submetido ao ECG. O sujeito que é identificado tem maior probabilidade de sofrer de AF. A avaliação do ECG é feita como uma confirmação.
[175] O eletrocardiograma (abreviada como ECG) é o processo de registrar a atividade elétrica do coração por um ECG adequado. Um dispositivo de ECG registra os sinais elétricos produzidos pelo coração que se espalham pelo corpo para a pele. A gravação do sinal elétrico é obtida pelo contato com a pele do sujeito sendo avaliado com os eletrodos compreendidos pelo dispositivo de ECG. O processo de obtenção da gravação é não invasivo e livre de riscos. O ECG é realizado para o diagnóstico da fibrilação atrial, ou seja, para a avaliação da presença ou ausência de fibrilação atrial no sujeito teste. Em um exemplo de realização do método da presente invenção, o dispositivo de ECG de uma derivação (tal como um dispositivo de ECG de uma derivação portátil). Em outro exemplo de realização preferido, o dispositivo de ECG é um dispositivo de ECG de 12 derivações, como um monitor Holter.
[176] Preferencialmente, uma quantidade do peptídeo tipo BMP10 (e opcionalmente uma quantidade de pelo menos um biomarcador adicional, como ESM-1, Ang-2, FABP-3 e/ou o peptídeo natriurético) na amostra de um sujeito teste que está aumentada, em comparação com a quantidade de referência (ou quantidades de referência) é indicativa de um sujeito que deve ser submetido ao ECG, e/ou uma quantidade do peptídeo tipo BMP10 (e, opcionalmente, uma quantidade da pelo menos um biomarcador adicional, como ESM-1, Ang-2, FABP-3 e/ou peptídeo natriurético) na amostra de um sujeito que está(estão) diminuída em comparação com a quantidade de referência (ou quantidades de referência) é indicativa de um sujeito que não deve ser submetido ao ECG.
[177] Em um exemplo de realização preferido, o valor de referência deve permitir a diferenciação entre um sujeito que deve ser submetido ao ECG e um sujeito que não deve ser submetido ao ECG.
Preferencialmente, a mencionada quantidade de referência é um valor previamente determinado.
[178] Em um exemplo de realização do método mencionado acima, o método compreende identificar um sujeito que deve ser submetido ao eletrocardiograma, em particular, quando a quantidade do peptídeo tipo BMP10 (e, opcionalmente, uma quantidade de pelo menos outro biomarcador, tal como ESM -1, Ang-2, FABP-3 e/ou o peptídeo natriurético) na amostra do sujeito de teste está(ão) aumentada(s) em comparação com a quantidade de referência (ou quantidades de referência), e submetendo o sujeito identificado ao eletrocardiograma.
MÉTODO PARA AVALIAÇÃO DE UMA TERAPIA PARA FIBRILAÇÃO ATRIAL
[179] Conforme usado no presente documento, o termo “avaliação de uma terapia para fibrilação atrial” refere-se preferencialmente à avaliação de uma terapia que visa tratar a fibrilação atrial. Em particular, a eficácia de uma terapia deve ser avaliada.
[180] A terapia a ser avaliada pode ser qualquer terapia que apresente o objetivo de tratar a fibrilação atrial. De preferência, a referida terapia é selecionada a partir do grupo que consiste na administração de pelo menos um anticoagulante, controle do ritmo, controle de taxa, cardioversão e ablação. As referidas terapias são bem conhecidas no estado da técnica e, por exemplo, estão revisadas em Fuster V et al. Circulation 2011; 123: e269-e367 que é integralmente incorporada ao presente por referência.
[181] Em um exemplo de realização, a terapia é a administração de, pelo menos, um anticoagulante, ou seja, terapia de anticoagulação. A terapia de anticoagulação é preferencialmente uma terapia que tem o objetivo de reduzir o risco da coagulação do sangue no referido paciente. A administração de pelo menos um anticoagulante deve ter como objetivo prevenir a coagulação do sangue e de um acidente vascular cerebral relacionado. Em um exemplo de realização preferido, pelo menos um anticoagulante é selecionado a partir do grupo que consiste em heparina, um derivado de cumarina (ou seja, antagonista de vitamina K), particularmente a varfarina ou dicumarol, anticoagulantes orais, em particular etexilato, rivaroxabana ou apixabano, inibidor da via do fator tecidual (TFPI), antitrombina III, inibidores do fator IXa, inibidores do fator Xa, inibidores dos fatores Va e VIIIa e inibidores da trombina (tipo anti-IIa). Consequentemente, está previsto que o sujeito tome pelo menos um dos medicamentos mencionados acima.
[182] Em um exemplo de realização preferido, o anticoagulante é um antagonista da vitamina K, como varfarina ou dicumarol. Os antagonistas de vitamina K, tais como a varfarina ou dicumarol são menos caros, mas precisam de uma melhor adesão do paciente, devido ao tratamento inconveniente, pesado e muitas vezes pouco fiável, com tempo variável no intervalo terapêutico. NOAC (novos anticoagulantes orais) compreendem inibidores diretos do fator Xa (apixaban, rivaroxaban, darexaban, edoxaban), inibidores diretos da trombina (dabigatran) e antagonistas PAR-1 (vorapaxar, atopaxar).
[183] Em outro exemplo de realização preferido, o anticoagulante é anticoagulante oral, particularmente rivaroxabana, darexaban, edoxaban, etexilato, vorapaxar, ou atopaxar.
[184] Assim, o sujeito a ser testado pode estar em terapia com um anticoagulante oral ou um antagonista de vitamina K no momento do teste (ou seja, no momento em que a amostra é recebida).
[185] Em um exemplo de realização preferido, a avaliação de uma terapia para fibrilação atrial é o monitoramento da referida terapia. Neste exemplo de realização, a quantidade de referência é preferencialmente a quantidade de BMP10 em uma amostra obtida anteriormente (isto é, em uma amostra que foi obtida antes da amostra de teste na etapa a).
[186] Opcionalmente, a quantidade do pelo menos outro biomarcador aqui referido, é determinada além da quantidade do peptídeo tipo BMP10.
[187] Consequentemente, a presente invenção refere-se a um método para monitorar uma terapia para fibrilação atrial em um sujeito, cujo sujeito preferencialmente sofre de fibrilação atrial, em que o referido método compreende as etapas de (a) determinar, em uma primeira amostra do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (peptídeo tipo proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 (angiopoietina 2) e FABP-3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), (b) determinar, em uma segunda amostra do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 (angiopoietina 2) e FABP-3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), em que a referida segunda amostra foi obtida após a referida primeira amostra, (c) comparar a quantidade do peptídeo tipo BMP10 na primeira amostra com a quantidade do peptídeo tipo BMP10 na referida segunda amostra, e comparar opcionalmente a quantidade do referido pelo menos outro biomarcador na primeira amostra com a quantidade do referido pelo menos outro biomarcador na referida segunda amostra, monitorando assim a terapia de anticoagulação.
[188] O termo “monitorar” ou “monitoramento" conforme utilizado no presente, refere-se preferencialmente à avaliação dos efeitos de uma terapia, conforme referido no presente. Assim, a eficácia de uma terapia (como terapia anticoagulante) é monitorada.
[189] O método referido acima pode compreender a etapa adicional de monitoramento da terapia com base nos resultados da etapa de comparação realizada na etapa (c). Como compreenderão os técnicos hábeis no assunto, a predição de um risco normalmente não se destina a ser correta para 100% dos sujeitos. O termo, entretanto, exige que a predição possa ser realizada para uma parte estatisticamente significativa de sujeitos, em uma forma correta e adequada. O monitoramento real pode, portanto, compreender etapas adicionais como a de confirmação.
[190] Preferencialmente, pela realização do método de acordo com a presente invenção, pode-se determinar se o paciente responde ou não à referida terapia. Um sujeito responde à terapia se a condição do paciente melhorar entre a obtenção da primeira e da segunda amostra.
Preferencialmente, um sujeito não responde à terapia se a condição piorar entre a obtenção da primeira e da segunda amostra.
[191] Preferencialmente, a amostra de referência é obtida antes do início da referida terapia. De modo mais preferido, a amostra é obtida em até uma semana, particularmente em até duas semanas, antes do início da referida terapia. Entretanto, também é contemplado que a amostra de referência possa ser obtida após o início da referida terapia (mas antes da obtenção da amostra teste). Neste caso, a terapia em andamento é monitorada.
[192] Assim, a segunda amostra deve ser obtida após a primeira amostra. Deve-se compreender que a segunda amostra deve ser obtida após o início da referida terapia.
[193] Além disso, é particularmente contemplado que a segunda amostra seja obtida após um período de tempo razoável após a obtenção da primeira amostra. Deve ser entendido, que as quantidades de biomarcadores aqui referidas, não mudam instantaneamente (por exemplo, dentro de 1 minuto à 1 hora) Portanto, “razoável”, neste contexto, refere-se a intervalos entre a obtenção da primeira e segunda amostra cujos intervalos permitem que o(s) biomarcador(es) sejam ajustados. Portanto, a segunda amostra é preferencialmente obtida pelo menos um mês após a referida primeira amostra, pelo menos três meses, ou, em particular, pelo menos seis meses após a referida primeira amostra.
[194] De preferência, uma diminuição e, mais preferencialmente, uma diminuição significativa e, mais preferencialmente, uma diminuição estatisticamente significativa da(s) quantidade(s) de biomarcador(es), ou seja, do peptídeo tipo BMP10 e opcionalmente do peptídeo natriurético na segunda amostra em comparação com a(s) quantidade(s) de biomarcador(es) na primeira amostra é indicativa de um sujeito que responde à terapia. Assim, a terapia é eficiente. De modo também preferido, a não alteração na concentração do peptídeo tipo BMP10 ou um aumento, mais preferencialmente, um aumento significativo, mais preferencialmente, um aumento estatisticamente significativo na quantidade do(s) biomarcador(es) na segunda amostra em comparação com a(s) quantidade(s) de biomarcador(es) na primeira amostra é indicativa de um sujeito que não responde à terapia.
Assim, a terapia não é eficiente.
[195] As expressões “significativo” e “estatisticamente significativo” são conhecidas pelos técnicos versados no assunto. Desta forma, os técnicos versados no assunto podem determinar sem esforços adicionais se o aumento ou redução é significativo ou estatisticamente significativo, utilizando diversas ferramentas de avaliação estatística bem conhecidas no estado da técnica. Aumento ou redução significativa, por exemplo, é o aumento ou redução de pelo menos 10%, particularmente pelo menos 20%.
[196] Um sujeito é considerado como respondedor à terapia, se a terapia reduzir o risco do sujeito de recorrência de fibrilação atrial. Um sujeito é considerado como não respondedor da terapia, se a terapia não reduzir o risco do sujeito ter recorrência de fibrilação atrial.
[197] Em um exemplo de realização, a intensidade da terapia é aumentada se o sujeito não responder à terapia. Além disso, prevê-se que a intensidade da terapia seja diminuída, se um sujeito responder à terapia. Por exemplo, a intensidade de uma terapia pode ser aumentada ao se aumentar a dosagem de medicamento administrado. Por exemplo, a intensidade de uma terapia pode ser diminuída diminuindo a dosagem do medicamento administrado. Assim, pode ser possível evitar efeitos colaterais adversos indesejados, como sangramento.
[198] Em outro exemplo de realização preferido, a avaliação de uma terapia para fibrilação atrial é a orientação de uma terapia para fibrilação atrial. O termo “orientação”, tal como utilizado na presente invenção, refere-se preferencialmente ao ajuste da intensidade de uma terapia, tal como o aumento u diminuição da dose de anticoagulante oral, com base na determinação do biomarcador, ou seja, do peptídeo tipo BMP10, durante a terapia.
[199] Em outro exemplo de realização preferido, a avaliação de uma terapia para fibrilação atrial é a estratificação de uma terapia para fibrilação atrial. Assim, um sujeito será identificado como sendo elegível para um determinado tratamento para a fibrilação atrial. O termo “estratificação”, da forma utilizada no presente, designa a seleção de terapia adequada com base no risco específico, no processo molecular identificado e/ou na eficácia esperada do fármaco ou procedimento específico. Dependendo do risco detectado, particularmente pacientes sem sintomas ou com sintomas mínimos com relação à arritmia tornar-se-ão admissíveis para controlar a velocidade ventricular, cardioversão ou ablação e, de outra forma, receberiam apenas terapia antitrombótica.
[200] As definições e explicações fornecidas acima aplicam-se, mutatis mutandis, ao seguinte, (exceto quando indicado de outra forma).
[201] A presente invenção refere-se ainda a um método de auxílio na avaliação da fibrilação atrial, cujo método compreende as etapas de: a) fornecer pelo menos uma amostra a partir de um sujeito, b) determinar, em pelo menos uma amostra fornecida na etapa a), a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos outro biomarcador selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 e FABP-3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), e c) fornecer informações sobre a quantidade determinada do peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, a quantidade determinada de pelo menos outro biomarcador para um médico, auxiliando assim na avaliação da fibrilação atrial.
[202] O médico deve ser o médico atendente, ou seja, o médico que solicitou a determinação do(s) biomarcador(es). O método mencionado acima deve auxiliar o médico atendente na avaliação da fibrilação atrial. Assim, o método não abrange o diagnóstico, predição, monitoramento, diferenciação, identificação, conforme referido acima em conexão com o método de avaliação da fibrilação atrial.
[203] A etapa a) do método mencionado acima de obtenção da amostra não abrange a retirada da amostra do sujeito. Preferencialmente, a amostra é obtida pelo recebimento de uma amostra a partir do referido sujeito.
Assim, a amostra pode ter sido entregue.
[204] Em um exemplo de realização, o método acima é um método de auxílio na predição de acidente vascular cerebral, cujo método compreende as etapas de: a) fornecer pelo menos uma amostra de um sujeito, conforme referido no presente documento em conexão com o método de avaliação da fibrilação atrial, em particular em conexão com o método de predição da fibrilação atrial, b) determinar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 e FABP-3 (Proteína de Ligação ao Ácido Graxo 3), e c) fornecer informações sobre a quantidade determinada do peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, a quantidade determinada de pelo menos outro biomarcador para um médico, auxiliando assim na predição de acidente vascular cerebral.
[205] A presente invenção diz respeito ainda a um método, compreendendo: a) fornecer um ensaio para um peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, pelo menos outro ensaio para um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo consistindo de um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 e FABP3 (Proteína de Ligação ao Ácido Graxo 3), e b) fornecer instruções para uso dos resultados dos ensaios obtidos ou que podem ser obtidos pelos referidos ensaios na avaliação da fibrilação atrial.
[206] O objetivo do método mencionado acima é, de preferência, o auxílio na avaliação da fibrilação atrial.
[207] As instruções devem conter um protocolo para realizar o método de avaliação da fibrilação atrial, conforme descrito acima. Além disso, as instruções devem conter pelo menos um valor para uma quantidade de referência de peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, pelo menos um valor para uma quantidade de referência de um peptídeo natriurético.
[208] O “ensaio” é preferencialmente um kit adaptado para determinar a quantidade do biomarcador. O termo “kit” é explicado abaixo. Por exemplo, o referido kit deve compreender pelo menos um agente de detecção de um peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, e pelo menos outro agente selecionado a partir do grupo que consiste em um agente que se liga especificamente a um peptídeo natriurético, um agente que se liga especificamente ao ESM-1, um agente que se liga especificamente à Ang2 e um agente que se liga especificamente à FABP-3. Assim, um a quatro agentes de detecção podem estar presentes. Os agentes de detecção para um a quatro biomarcadores podem ser fornecidos em um único kit ou em kits separados.
[209] O resultado do teste que pode ser obtido pelo referido teste, é o valor para a quantidade de biomarcador(es).
[210] Em um exemplo de realização, a etapa (b) compreende o fornecimento de instruções para o uso dos resultados do teste obtidos ou obteníveis pelo(s) referido(s) teste(s) na predição de acidente vascular cerebral (conforme descrito em outro lugar).
[211] A presente invenção diz ainda respeito ao método implementado por computador para avaliar a fibrilação atrial, que compreende a) receber, em uma unidade de processamento, um valor para a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, pelo menos um valor adicional para a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM- 1 (Endocan), Ang2 e FABP-3 (Proteína de Ligação a Ácido
Graxo 3), em que a referida quantidade de peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, a quantidade do, pelo menos outro biomarcador foram determinadas em uma amostra de um sujeito, b) comparar, pela referida unidade de processamento, o valor ou valores recebidos na etapa (a) a uma referência ou referências, e c) avaliar a fibrilação atrial com base na etapa de comparação b).
[212] O método mencionado acima é um método implementado por computador. De um modo preferido, todas as etapas do método implementado por computador são executadas por uma ou mais unidades de processamento de um computador (ou rede de computadores). Assim, a avaliação na etapa (c) é realizada por uma unidade de processamento. De preferência, a referida avaliação é baseada nos resultados da etapa (b).
[213] O valor ou valores recebidos na etapa (a) devem ser derivados da determinação da quantidade do biomarcador de um sujeito, conforme descrito em outro lugar no presente documento. Preferencialmente, o valor é um valor para a concentração do biomarcador. O valor será normalmente recebido pela unidade de processamento ao carregar ou enviar o valor para a unidade de processamento. Alternativamente, o valor pode ser recebido pela unidade de processamento, introduzindo o valor por meio de uma interface de usuário.
[214] Em um exemplo de realização do método mencionado acima, a referência (ou referências) estabelecidas na etapa (b) é(são) estabelecida(s) a partir de uma memória. De um modo preferido, um valor para a referência é estabelecido a partir da memória.
[215] Em um exemplo de realização do método implementado por computador mencionado acima de acordo com a presente invenção, o resultado da avaliação feita na etapa (c) é fornecido por meio de um monitor, configurado para apresentar o resultado.
[216] Em um exemplo de realização do método implementado por computador mencionado acima da presente invenção, o método pode compreender a etapa adicional de transferência das informações sobre a avaliação feita na etapa (c) para os registros médicos eletrônicos do sujeito.
MÉTODO DE PARA O DIAGNÓSTICO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
[217] Adicionalmente, foi demonstrado nos estudos da presente invenção que a determinação da quantidade de peptídeo tipo BMP10 em uma amostra de um sujeito permite o diagnóstico da insuficiência cardíaca. Assim, a presente invenção também contempla um método para diagnosticar a insuficiência cardíaca com base no peptídeo tipo BMP10 (e opcionalmente com base em um peptídeo natriurético, ESM-1, Ang2 e/ou FABP3 adicional).
[218] As definições fornecidas acima em conexão com a avaliação da fibrilação atrial aplicam-se, mutatis mutandis, ao descrito a seguir (salvo quando indicado de outra forma).
[219] Consequentemente, a presente invenção refere-se ainda a um método para diagnosticar a insuficiência cardíaca em um sujeito, em que o referido método compreende as etapas de; a) determinar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 em uma amostra do sujeito, e b) comparar a quantidade do peptídeo tipo BMP10 com uma quantidade de referência, de modo que a insuficiência cardíaca deve ser diagnosticada.
[220] O método para diagnosticar a insuficiência cardíaca pode compreender ainda a determinação da quantidade de pelo menos outro biomarcador selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 (Angiopoietina 2) e FABP-3 (proteína de ligação ao ácido graxo 3) e a comparação com um valor de referência adequado.
[221] Assim, o método para diagnosticar a insuficiência cardíaca pode compreender as etapas de: a) determinar, em pelo menos uma amostra do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (peptídeo tipo proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 (angiopoietina 2) e FABP-3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), e b) comparar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 com um valor de referência para o peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, comparar a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional com um valor de referência para o referido pelo menos um biomarcador adicional, de modo que a insuficiência cardíaca deve ser diagnosticada.
[222] O termo “diagnóstico”, conforme utilizado no presente pedido, indica avaliar se um sujeito, conforme referido de acordo com o método da presente invenção, sofre ou não sofre de insuficiência cardíaca. O diagnóstico para determinar se um sujeito sofre de insuficiência cardíaca ou não pode compreender outras etapas, como a confirmação de um diagnóstico.
Assim, o diagnóstico de insuficiência cardíaca é entendido como auxílio no diagnóstico de insuficiência cardíaca. Consequentemente, o termo “diagnóstico”, no contexto da presente invenção, também abrange o auxílio ao médico para determinar se o paciente sofre ou não de insuficiência cardíaca.
[223] A expressão “insuficiência cardíaca” (abreviada “HF”) é bem conhecida pelos técnicos no assunto. Da forma utilizada no presente, a expressão refere-se preferencialmente a um enfraquecimento da função sistólica e/ou diastólica do coração que é acompanhado por sinais evidentes de insuficiência cardíaca pelos profissionais versados no assunto.
Preferencialmente, a insuficiência cardíaca indicada no presente também é insuficiência cardíaca crônica. A insuficiência cardíaca de acordo com a presente invenção inclui insuficiência cardíaca evidente e/ou avançada. Na insuficiência cardíaca evidente, o paciente exibe sintomas de insuficiência cardíaca conhecidos pelos técnicos no assunto.
[224] Em um exemplo de realização da presente invenção, a expressão “insuficiência cardíaca” designa insuficiência cardíaca com fração de ejeção do ventrículo esquerdo reduzida (HFrEF). Em outro exemplo de realização da presente invenção, a expressão “insuficiência cardíaca” designa insuficiência cardíaca com fração de ejeção do ventrículo esquerdo preservada (HFpEF).
[225] A HF pode ser classificada em diversos graus de severidade. Segundo a classificação da Associação de Cardiologia de Nova York (NYHA), pacientes com insuficiência cardíaca são classificados como pertencentes às classes NYHA I, II, III e IV. Um paciente com insuficiência cardíaca já experienciou alterações funcionais e estruturais em seu pericárdio, miocárdio e circulação coronariana ou válvulas cardíacas. Ele não será capaz de restaurar completamente sua saúde e necessita de tratamento. Pacientes com NYHA classe I não possuem sintomas óbvios de doença cardiovascular, mas já possuem evidências objetivas de deficiência funcional. Pacientes com NYHA classe II possuem leve limitação da atividade física. Pacientes com NYHA classe III exibem notável limitação da atividade física. Pacientes com NYHA classe IV são incapazes de conduzir atividade física sem desconforto.
Eles exibem sintomas de insuficiência cardíaca em repouso.
[226] Esta classificação funcional é suplementada pela classificação mais recente da American College of Cardiology e da American Heart Association (consulte J. Am. Coll. Cardiol. 2001; 38; 2101-2113, atualizado em 2005; consulte J. Am. Coll. Cardiol. 2005; 46; e1-e82). São definidos quatro estágios A, B, C e D. Os estágios A e B não são HF, mas são considerados auxiliares na identificação precoce dos pacientes, antes de desenvolverem “verdadeiramente” a HF. Os pacientes em estágios A e B são mais bem definidos como aqueles que possuem fatores de risco para o desenvolvimento de HF. Por exemplo, pacientes com doença arterial coronariana, hipertensão ou diabetes mellitus que ainda não demonstram deficiência na função do ventrículo esquerdo (LV), hipertrofia ou distorções da câmera geométrica seriam considerados pacientes em estágio A, enquanto pacientes que são assintomáticos, mas demonstram hipertrofia de LV e/ou deficiência na função do LV seriam designados como pacientes em estágio B.
O estágio C indica, portanto, pacientes com sintomas atuais ou passados de HF associados a doença cardíaca estrutural subjacente (a maior parte dos pacientes com HF) e o estágio D designa pacientes com HF verdadeiramente refratária.
[227] Da forma utilizada no presente, a expressão “insuficiência cardíaca” inclui preferencialmente os estágios A, B, C e D da classificação ACC/AHA indicada acima. Além disso, a expressão inclui NYHA classe I, II, III e IV. Assim, o sujeito pode ou não exibir sintomas típicos da insuficiência cardíaca.
[228] Em um exemplo de realização preferido, a expressão “insuficiência cardíaca” indica insuficiência cardíaca em estágio A ou, particularmente, insuficiência cardíaca em estágio B de acordo com a classificação ACC/AHA referida acima. A identificação desses estágios iniciais, particularmente do estágio A, é vantajosa pois o tratamento poderá ser iniciado antes da ocorrência de danos irreversíveis.
[229] O sujeito a ser testado de acordo com o método diagnóstico de insuficiência cardíaca preferencialmente não sofre de fibrilação atrial. No entanto, também é considerado que o sujeito sofre de fibrilação atrial.
O termo “fibrilação atrial” é definido em conexão com o método de avaliação da insuficiência cardíaca.
[230] De preferência, o sujeito a ser testado em conexão com o método de diagnóstico de insuficiência cardíaca é suspeito de sofrer de insuficiência cardíaca.
[231] A expressão “quantidade de referência” foi definida com relação ao método de avaliação da fibrilação atrial. A quantidade de referência que é aplicada no método de diagnóstico de insuficiência cardíaca, em princípio, pode ser determinada conforme descrito acima.
[232] Preferencialmente, uma quantidade do peptídeo tipo BMP10 (e opcionalmente uma quantidade de pelo menos um biomarcador adicional, como ESM-1, Ang-2, FABP-3 e/ou o peptídeo natriurético) na amostra de um sujeito que está aumentada, em comparação com a quantidade de referência é indicativa de um sujeito que sofre de insuficiência cardíaca, e/ou em que uma quantidade do peptídeo tipo BMP10 (e, opcionalmente, uma quantidade da pelo menos um biomarcador adicional, como ESM-1, Ang-2, FABP-3 e/ou peptídeo natriurético) na amostra de um sujeito que está diminuída em comparação com a quantidade de referência é indicativa de um sujeito que não sofre de insuficiência cardíaca.
[233] Em um exemplo de realização do método de diagnóstico da insuficiência cardíaca, o referido método compreende uma etapa adicional de recomendar e/ou iniciar uma terapia para a insuficiência cardíaca com base nos resultados do diagnóstico. Preferencialmente, uma terapia é recomendada ou iniciada se for diagnosticado que o sujeito sofre de insuficiência cardíaca.
De preferência, a terapia de insuficiência cardíaca compreende a administração de pelo menos um medicamento selecionado a partir do grupo que consiste em enzima conversora da angiotensina (ACE), inibidores da angiotensina II, bloqueadores dos receptores beta, bloqueadores e antagonistas de aldosterona. Exemplos de inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA), bloqueadores dos receptores de angiotensina II, beta bloqueadores e antagonistas de aldosterona estão descritos na sessão seguinte.
MÉTODO PARA PREDIZER O RISCO DE HOSPITALIZAÇÃO EM UM SUJEITO
[234] Sabe-se que alguns indivíduos evoluem mais rapidamente para insuficiência cardíaca e, portanto, apresentam risco elevado de hospitalização por insuficiência cardíaca. É importante identificar esses indivíduos o mais cedo possível, pois isso permitiria medidas terapêuticas que previnam ou retardem a progressão para insuficiência cardíaca.
[235] Vantajosamente, verificou-se nos estudos subjacentes à presente invenção que a quantidade de um tipo BMP10 em uma amostra de um sujeito permite a identificação de sujeitos que estão em risco de hospitalização por insuficiência cardíaca. Por exemplo, os sujeitos do quarto quartil de BMP10 da coorte analisada (Exemplo 4) tinham um risco de hospitalização por insuficiência cardíaca de cerca de quatro vezes dentro de um período de três anos em comparação com os sujeitos em primeiro quartil.
[236] Consequentemente, a presente invenção refere-se ainda a um método para predizer o risco de hospitalização de um sujeito devido à insuficiência cardíaca, cujo método compreende as etapas de (a) determinar, em pelo menos uma amostra do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (peptídeo tipo proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 (angiopoietina 2) e FABP-3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), e (b) comparar a quantidade do peptídeo tipo BMP10 com uma quantidade de referência do peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, comparar a quantidade de pelo menos outro biomarcador com uma quantidade de referência do referido pelo menos outro biomarcador adicional,
[237] As definições e explicações apresentadas no âmbito do método de avaliação da fibrilação atrial e o método de diagnóstico da insuficiência cardíaca, de um modo preferido, aplicam-se ao método para predizer o risco de hospitalização de um sujeito por insuficiência cardíaca.
[238] O método acima pode compreender ainda a etapa (c) predizer o risco de hospitalização de um sujeito devido a insuficiência cardíaca. Assim, as etapas (a), (b), (c) são preferencialmente as seguintes: (a) determinar, em pelo menos uma amostra do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (peptídeo tipo proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 (angiopoietina 2) e FABP-3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), e (b) comparar a quantidade do peptídeo tipo BMP10 com uma quantidade de referência e, opcionalmente, comparar a quantidade de pelo menos outro biomarcador com uma quantidade de referência do referido pelo menos biomarcador adicional, e (c) predizer o risco de hospitalização de um sujeito devido a insuficiência cardíaca.
[239] Preferencialmente, a referida avaliação é baseada nos resultados da comparação na etapa (b).
[240] A expressão “hospitalização” é bem compreendida pelo profissional versado na técnica e, preferencialmente, designa que o sujeito é admitido a um hospital, em particular, em regime de internamento hospitalar. A hospitalização deve ser por insuficiência cardíaca. Assim, a insuficiência cardíaca será a causa da hospitalização. De preferência, a hospitalização é hospitalização devido à insuficiência cardíaca aguda ou crônica. Assim, a insuficiência cardíaca inclui insuficiência cardíaca aguda e crônica. Mais preferencialmente, a hospitalização é uma hospitalização devido à insuficiência cardíaca aguda. Assim, o risco de um sujeito ser hospitalizado por insuficiência cardíaca é predito.
[241] O termo “insuficiência cardíaca” foi definido em outro lugar acima. A definição aplica-se de acordo. Em alguns exemplos de realização, a hospitalização é insuficiência cardíaca classificada como estágio C ou D de acordo com a classificação ACC/AHA. A classificação ACC/AHA é bem conhecida no estado da técnica e descrita, por exemplo, em Hunt et al. (Journal of the American College of Cardiology, Volume 46, Edição 6, de 20 de setembro de 2005, Páginas e1-e82, ACC/AHA Practice Guidelines) que é integralmente incorporado ao presente por referência.
[242] De acordo com o método mencionado acima, o risco de hospitalização de um sujeito devido à insuficiência cardíaca deve ser predito.
Assim, pode ser identificado um sujeito que está em risco de ser hospitalizado devido à insuficiência cardíaca, ou um sujeito que não está em risco de ser hospitalizado devido à insuficiência cardíaca. Consequentemente, a expressão “predizer o risco” conforme utilizado de acordo com o método mencionado acima, de um modo preferido, refere-se à avaliação da probabilidade de hospitalização por insuficiência cardíaca. Em alguns exemplos de realização, o método acima da presente invenção permite a diferenciação entre um sujeito em risco e um sujeito sem risco de ser hospitalizado devido à insuficiência cardíaca.
[243] De acordo com a presente invenção, o termo “predição do risco” é entendido como um auxílio na predição do risco de hospitalização por insuficiência cardíaca. A predição final, em princípio, será realizada pelo médico e pode incluir outros resultados diagnósticos.
[244] Como compreenderão os técnicos hábeis no assunto, a predição de um risco normalmente não se destina a ser correta para 100% dos sujeitos. O termo significa preferencialmente que a predição possa ser realizada para uma parte estatisticamente significativa de sujeitos, em uma forma correta e adequada. Pode-se determinar se uma porção é estatisticamente significativa sem esforços adicionais pelos técnicos no assunto utilizando diversas ferramentas de avaliação estatística conhecidas, tais como determinação de intervalos de confiança, determinação de valor p, teste t de Student, teste de Mann-Whitney etc. Detalhes são encontrados em Dowdy e Wearden, Statistics for Research, John Wiley & Sons, Nova Iorque, 1983. Os intervalos de confiança preferidos são pelo menos 90%, pelo menos 95%, pelo menos 97%, pelo menos 98% ou pelo menos 99%. Os valores p são preferencialmente 0,1, 0,05, 0,01, 0,005 ou 0,0001.
[245] De preferência, o risco/probabilidade dentro de uma determinada janela de tempo é predito. Em alguns exemplos de realização, a referida janela de predição é calculada a partir da conclusão do método da presente invenção. Em particular, a referida janela de predição é calculada a partir do momento em que a amostra a ser testada foi obtida.
[246] Em um exemplo de realização preferido da presente invenção, a janela de predição é preferencialmente um intervalo de pelo menos 1 ano, pelo menos 2 anos, pelo menos 3 anos, pelo menos 4 anos, pelo menos
5 anos, ou pelo menos 10 anos, ou qualquer intervalo de tempo intermitente.
Em outro exemplo de realização preferido da presente invenção, a janela de predição é preferencialmente um período de até 5 anos, de modo mais preferido de até 4 anos, ou preferencialmente de até 3 anos. Assim, o risco em um período de até três, até quatro ou até cinco anos é predito. Além disso, prevê-se ainda que a janela de predição seja um período de 1 a 5 anos.
Alternativamente, janela de predição pode ser um período de 1 a 3 anos.
[247] Em um exemplo de realização preferido, o risco de hospitalização devido à insuficiência cardíaca em três anos é predito.
[248] Preferencialmente, o sujeito a ser analisado pelo método acima da presente invenção é alocado no grupo de sujeitos em risco de hospitalização devido à insuficiência cardíaca ou no grupo de indivíduos sem risco de hospitalização devido à insuficiência cardíaca. O sujeito em risco é preferencialmente um sujeito com risco elevado de hospitalização devido à insuficiência cardíaca (em particular dentro da janela de predição).
Preferencialmente, o referido risco é elevado em comparação com o risco em uma coorte de sujeitos (ou seja, um grupo de sujeitos). O sujeito que não está em risco é preferencialmente um sujeito com risco reduzido de hospitalização devido à insuficiência cardíaca (em particular dentro da janela de predição).
Preferencialmente, o referido risco é reduzido em comparação ao risco médio em uma coorte de sujeitos (ou seja, um grupo de sujeitos). Consequentemente, o método da presente invenção permite a diferenciação entre um risco elevado e um risco reduzido. Um sujeito que está em risco tem preferencialmente um risco de hospitalização devido à insuficiência cardíaca de 12% ou maior, ou, mais preferivelmente, de 15% ou maior, ou mais preferencialmente de 20% ou maior, de preferência, dentro de uma janela de predição de 3 anos. Um sujeito que não está em risco tem preferencialmente um risco de hospitalização devido à insuficiência cardíaca de 10% ou menor, ou, mais preferivelmente, de 8% ou menor, ou mais preferencialmente de 7% ou menor, de preferência, dentro de uma janela de predição de 3 anos.
[249] O termo “quantidade de referência” foi definido em outro ponto na presente invenção. A definição aplica-se de acordo. O valor de referência a ser aplicado no método acima deve permitir a predição do risco de hospitalização por insuficiência cardíaca. Em alguns exemplos de realização, a quantidade de referência deve permitir a diferenciação entre um sujeito que está em risco de hospitalização devido à insuficiência cardíaca e um sujeito que não está em risco de hospitalização devido à insuficiência cardíaca. Em alguns exemplos de realização, a referida quantidade de referência é um valor pré-determinado.
[250] De preferência, uma quantidade de peptídeo tipo BMP10 na amostra de um sujeito que está aumentada em comparação com a quantidade de referência é indicativa de um sujeito em risco de hospitalização devido à insuficiência cardíaca. De modo também preferido, uma quantidade do peptídeo tipo BMP10 na amostra a partir de um sujeito que se encontra diminuída, em comparação com a quantidade de referência, é indicativa de um sujeito que não esteja em risco de hospitalização devido à insuficiência cardíaca.
[251] Se mais de um biomarcador for determinado, o seguinte se aplica:
[252] Preferencialmente, uma quantidade do peptídeo tipo BMP10 e uma quantidade (ou quantidades) de pelo menos um biomarcador adicional na amostra de um sujeito que está aumentada em comparação com a respectiva quantidade de referência é indicativa de um sujeito com risco de hospitalização devido à insuficiência cardíaca. De modo também preferido, uma quantidade do peptídeo tipo BMP10 e uma quantidade (ou quantidades) de pelo menos um biomarcador adicional na amostra de um sujeito que está diminuída em comparação com a respectiva quantidade de referência é indicativa de um sujeito que não está em risco de hospitalização devido à insuficiência cardíaca.
[253] O termo “amostra” foi explicado em outro lugar na presente invenção. A definição aplica-se de acordo. Em alguns exemplos de realização, a amostra é uma amostra de sangue, soro ou plasma.
[254] O termo “sujeito” foi explicado em outro lugar na presente invenção. A definição aplica-se de acordo. Em alguns exemplos de realização, o sujeito é um sujeito humano. De preferência, o sujeito a ser testado tem 50 anos ou mais, mais preferencialmente 60 anos ou mais e mais preferencialmente 65 anos ou mais. Além disso, prevê-se que o sujeito a ser testado tenha 70 anos de idade ou mais. Além disso, prevê-se que o sujeito a ser testado tenha 75 anos de idade ou mais. Adicionalmente, o sujeito pode ter de 50 a 90 anos de idade.
[255] Em um exemplo de realização, o sujeito a ser testado apresenta um histórico de insuficiência cardíaca. Em um exemplo de realização, o sujeito a ser testado não tem histórico de insuficiência cardíaca.
[256] O método da presente invenção pode auxiliar a medicina personalizada. Em um exemplo de realização preferido, o método acima para a predição do risco de hospitalização de um sujeito devido à insuficiência cardíaca compreende ainda a etapa de recomendar e/ou iniciar, pelo menos, uma terapia apropriada, se for predito que o sujeito esteja em risco de hospitalização devido à insuficiência cardíaca. Consequentemente, a presente invenção também se refere a um método de tratamento.
[257] Preferencialmente, o termo “terapia”, conforme usado no contexto do método de predição do risco de um sujeito ser hospitalizado devido à insuficiência cardíaca, abrange mudanças no estilo de vida, regime de dieta,
intervenções no corpo, bem como tratamento medicamentoso, ou seja, tratamento com um medicamento (ou medicamentos). De preferência, a referida terapia visa reduzir o risco de hospitalização devido à insuficiência cardíaca. Em um exemplo de realização, a terapia é a administração de um medicamento (ou medicamentos). Preferencialmente, o medicamento é selecionado a partir do grupo que consiste em um inibidor da enzima conversora da angiotensina (ACE), um antagonista do receptor de angiotensina (ARB), um antagonista de aldosterona e um beta bloqueador.
[258] Em alguns exemplos de realização, o medicamento é um beta bloqueador, tal como proprenolol, metoprolol, bisoprolol, carvedilol, bucindolol e nebivolol. Em alguns exemplos de realização, o medicamento é um inibidor da ACE, como Enalapril, Captopril, Ramipril e Trandolapril. Em alguns exemplos de realização, o medicamento é um bloqueador do receptor da angiotensina II, como Losartan, Valsartan, Irbesartan, Candesartan, Telmisartan e Eprosartan. Em alguns exemplos de realização, o medicamento é um antagonista de aldosterona, como Eplerone, Espironolactona, Canrenona, Mexrenona e Prorenona.
[259] As alterações no estilo de vida incluem a cessação do tabagismo, moderação do consumo de álcool, aumento da atividade física, perda de peso, restrição de sódio (sal), controle de peso e alimentação saudável, consumo diário de óleo de peixe e restrição de sal.
[260] Além disso, a presente invenção refere-se ao uso (em particular, o uso in vitro, por exemplo, em uma amostra de um sujeito) de i) um peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 e FABP-3 (Proteína de Ligação ao Ácido Graxo 3), e/ou ii) pelo menos um agente que se liga especificamente a um peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, pelo menos um agente adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um agente que se liga especificamente a um peptídeo natriurético, um agente que se liga especificamente a ESM-1, um agente que se liga especificamente a Ang2 e um agente que se liga especificamente à FABP-3, para (a) avaliar a fibrilação atrial; (b) predizer o risco de acidente vascular cerebral em um sujeito; e/ou (c) diagnosticar a insuficiência cardíaca.
[261] Os termos mencionados com relação ao uso mencionado acima, tais como “amostra”, “sujeito”, “agente de detecção”, “ligação específica”, “fibrilação atrial” e “avaliação da fibrilação atrial” foram definidos com relação ao método de avaliação da fibrilação atrial. As definições e explicações são válidas de modo correspondente.
[262] A presente invenção também diz respeito ao uso (em particular, ao uso in vitro, por exemplo, em uma amostra a partir de um sujeito) de um peptídeo tipo BMP10, e/ou pelo menos um agente que se liga especificamente a um peptídeo tipo BMP10 para predizer o risco de um sujeito de hospitalização devido à insuficiência cardíaca.
[263] Preferencialmente, o uso mencionado acima são usos in vitro. Além disso, o agente de detecção é preferencialmente um anticorpo, tal como um anticorpo monoclonal (ou um fragmento de ligação ao antígeno do mesmo).
[264] A presente invenção também refere-se a um kit. Em um exemplo de realização, o kit da presente invenção compreende um agente que se liga especificamente ao peptídeo tipo BMP10 e pelo menos um agente adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um agente que liga-se especificamente a um peptídeo natriurético, um agente que liga-se especificamente ao ESM-1, um agente que se liga especificamente à Ang2 e um agente que se liga especificamente à FABP-3.
[265] Preferencialmente, o referido kit é adaptado para realizar o método da presente invenção, ou seja, o método para avaliar a fibrilação atrial, ou o método para diagnosticar a insuficiência cardíaca, ou o método para predizer o risco de hospitalização devido à insuficiência cardíaca em um sujeito. Opcionalmente, o referido kit compreende instruções para realizar o referido método.
[266] O termo “kit”, conforme utilizado na presente invenção, refere-se a uma coleção dos componentes mencionados acima, de preferência, fornecidos separadamente ou dentro de um único recipiente. O recipiente também inclui instruções para a realização do método da presente invenção. Estas instruções podem estar na forma de um manual ou podem ser fornecidas por um código de programa de computador que é capaz de realizar os cálculos e comparações referidos nos métodos da presente invenção e estabelecer a avaliação ou diagnóstico em conformidade, quando implementadas em um computador ou dispositivo de processamento de dados. O código do programa de computador pode ser fornecido em um suporte ou dispositivo de armazenamento de dados, como um suporte de armazenamento óptico (por exemplo, um CD) ou diretamente em um computador ou dispositivo de processamento de dados. Além disso, o kit pode, preferencialmente, compreender quantidades padrão para um peptídeo tipo BMP10 para fins de calibração.
Em um exemplo de realização preferido, o kit compreende ainda quantidades padrão para pelo menos outro biomarcador (tal como o peptídeo natriurético, ou ESM-1) conforme referido para fins de calibração.
[267] Em um exemplo de realização, o referido kit é usado para avaliar a fibrilação atrial in vitro. Em um exemplo de realização alternativo, o referido kit é usado para o diagnóstico in vitro da insuficiência cardíaca. Em um exemplo de realização alternativo, o referido kit é usado para predizer o risco de hospitalização devido à insuficiência cardíaca in vitro.
BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS
[268] Figura 1: Medição da BMP10 por ELISA em três grupos de pacientes (fibrilação atrial paroxística, fibrilação atrial persistente e pacientes em ritmo sinusal)
[269] Figura 2: Curva ROC para BMP10 na fibrilação atrial (Afib) paroxística; AUC = 0. 68
[270] Figura 3: Curva ROC para BMP10 na Afib persistente; AUC = 0, 90 (painel exploratório de AFib: pacientes com histórico de fibrilação atrial cobrindo 14 casos de AFib paroxística, 16 casos de Afib persistente e 30 controles)
[271] Figura 4: BMP10 na diferenciação de pacientes com insuficiência cardíaca e pacientes sem insuficiência cardíaca [unidade: ng/mL]
[272] Figura 5: BMP10 na diferenciação da Insuficiência Cardíaca; Curva ROC para BMP10; AUC = 0,76.
[273] Figura 6: Curva de Kaplan-Meier mostrando o risco de hospitalização por HF por quartis de BMP-10 em pacientes com histórico prévio de insuficiência cardíaca.
[274] Figura 7: Curva de Kaplan-Meier mostrando o risco de hospitalização por HF por quartis de BMP-10 em pacientes sem histórico prévio de insuficiência cardíaca.
[275] Figura 8: Curva de Kaplan-Meier mostrando o risco de um acidente vascular cerebral por dicotomizado de BMP-10 (na mediana).
EXEMPLOS
[276] A invenção será meramente ilustrada pelos seguintes Exemplos. Os referidos Exemplos não devem, de forma alguma, ser interpretados de forma a limitar o escopo da invenção.
EXEMPLO 1 ESTUDO DE MAPEAMENTO - DIAGNOSTICAR PACIENTES COM FIBRILAÇÃO ATRIAL EM
COMPARAÇÃO COM PACIENTES COM BASE EM SEUS DIFERENTES NÍVEIS CIRCULANTES DE BMP10
[277] O estudo de mapeamento (estudo MAPPING) referiu-se a pacientes submetidos à cirurgia de tórax aberto. As amostras foram obtidas antes da anestesia e da cirurgia. Os pacientes foram caracterizados eletrofisiologicamente usando mapeamento epicárdico de alta densidade com matrizes de múltiplos eletrodos (mapeamento de alta densidade). O estudo compreendeu 14 pacientes com fibrilação atrial paroxística, 10 pacientes com fibrilação atrial persistente e 28 controles, pareados da melhor forma possível (idade, sexo, comorbidades). A BMP10 foi determinada em amostras de soro do estudo de mapeamento (MAPPING). Níveis elevados de BMP10 foram observados em pacientes com fibrilação atrial versus controles. Os níveis de BMP10 foram elevados nos pacientes com fibrilação atrial paroxística versus controles pareados, bem como em pacientes com fibrilação atrial persistente versus controles.
[278] Além disso, o biomarcador ESM-1 foi determinado em amostras da coorte do estudo MAPPING. Curiosamente, foi demonstrado que a determinação combinada de BMP10 com ESM-1 permitiu um aumento da AUC para 0,92 para a diferenciação entre AF persistente vs. SR (ritmo sinusal).
[279] Além disso, o biomarcador FABP-3 foi determinado nas amostras da coorte do estudo MAPPING. Curiosamente, foi demonstrado que a determinação combinada de BMP10 com FABP-3 permitiu um aumento da AUC para 0,73 para a diferenciação entre AF paroxística vs. SR (ritmo sinusal).
EXEMPLO 2
PAINEL DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
[280] O painel de insuficiência cardíaca incluiu 60 pacientes com insuficiência cardíaca crônica. Segundo os critérios das diretrizes da ESC, diagnosticou-se insuficiência cardíaca em pacientes com sinais e sintomas típicos e evidências objetivas de anormalidade funcional ou estrutural do coração em repouso. Pacientes de 18 a 80 anos com cardiomiopatia isquêmica ou dilatada, ou doença valvular significativa, e que foram capazes de assinar o formulário de consentimento livre e esclarecido foram incluídos no estudo. Os pacientes com infarto agudo do miocárdio, embolia pulmonar ou acidente vascular cerebral nos últimos seis meses, além de hipertensão pulmonar severa e doença renal em estágio avançado foram excluídos. Os pacientes sofriam predominantemente de insuficiência cardíaca em estágios NYHA: II-IV.
[281] A coorte controle saudável incluiu 33 pacientes. O status saudável foi verificado por avaliação do ECG e ecocardiograma. Foram excluídos participantes com qualquer anormalidade.
[282] Foram observados níveis elevados de BMP10 nas amostras de pacientes com insuficiência cardíaca em comparação com o controle.
EXEMPLO 3
MEDIÇÕES DE BIOMARCADORES
[283] O BMP10 foi mensurado em um ensaio ECLIA de grau de pesquisa para a Proteína Morfogenética Óssea 10 (BMP10); Ensaio ECLIA da Roche Diagnostics, Alemanha.
[284] Para a detecção da BMP10 em amostras de soro e plasma humano uma foi utilizado um ensaio tipo sanduíche com anticorpo que se liga especificamente ao pró-segmento N-terminal de BMP10. Esses anticorpos também se ligam a proBMP10 e preproBMP10. Assim, foi determinada a soma das quantidades do pró-segmento N-terminal de BMP10, proBMP10 e preproBMP10. A previsão estrutural com base em descobertas de outras proteínas tipo BMP, como por exemplo, BMP9, mostra que BMP10 permanece em um complexo com proBMP10, portanto, a detecção do pró-segmento N-terminal também reflete a quantidade de BMP10. Além disso, a forma homodimérica da BMP10 pode ser detectada, assim como as estruturas heterodiméricas, por exemplo, a combinação com BMP9 ou outras proteínas tipo BMP.
EXEMPLO 4 ESTUDO SWISS AF - PREDIÇÃO DE RISCO DE HOSPITALIZAÇÃO POR INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA
[285] Os dados do estudo SWISS-AF incluem 2.387 pacientes, dos quais 617 têm histórico de insuficiência cardíaca (HF). O BMP-10 foi medido nesses pacientes para avaliar a capacidade de predizer o risco de uma hospitalização por insuficiência cardíaca.
[286] Como a hospitalização por insuficiência cardíaca pode ocorrer em pacientes com histórico de insuficiência cardíaca e em pacientes sem histórico conhecido de insuficiência cardíaca, a capacidade para predizer uma futura hospitalização por insuficiência cardíaca foi avaliada nestes grupos de maneira independente. No total de 233 pacientes, uma hospitalização devido à HF foi registrada durante o acompanhamento. 125 das 233 hospitalizações ocorreram em pacientes com HF previamente conhecida.
Predição de hospitalização por HF em pacientes com histórico conhecido de
HF
[287] A Tabela 1 mostra o resultado de um modelo de risco proporcional de Cox incluindo em pacientes com histórico conhecido de HF. A variável dependente é o tempo até a hospitalização por HF e a variável independente são valores de BMP-10 transformados em log-2.
[288] Como é visível pela razão de risco (HR -Hazard Ratio) e pelo baixo valor de p, a BMP-10 é capaz de predizer o risco de hospitalização por HF de maneira significativa em pacientes com histórico conhecido de HF. Como BMP-10 eram valores transformados em log-2 antes de serem introduzidos no o modelo, a razão de risco (hazard ratio) pode interpretar que o risco aumenta em 3,43 para um paciente se o valor de BMP-10 duplicar.
TABELA 1 RESUMO DO MODELO DE RISCO PROPORCIONAL DE COX PARA BMP-10 (TRANSFORMADOS EM LOG-2) PREDIZ O RISCO DE HOSPITALIZAÇÃO POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM PACIENTES COM HISTÓRICO CONHECIDO DE HF. Razão de risco Intervalo de confiança de 95% Valor-p 3,43 2,23 – 5,27 < 0,001
[289] A Figura 6 mostra uma curva de Kaplan-Meier que exibe o risco de hospitalização por HF por quartis de BMP-10. É visível que o risco aumenta constantemente com o aumento de valores BMP-10 e o maior risco é observado para os pacientes com níveis de BMP-10 dentro do quartil mais alto.
Predição de hospitalização por HF em pacientes sem histórico conhecido de
HF
[290] A Tabela 2 mostra o resultado de um modelo de risco proporcional de Cox incluindo em pacientes sem histórico conhecido de HF. A variável dependente é o tempo até a hospitalização por HF e a variável independente são valores de BMP-10 transformados em log-2.
[291] Como é visível pela razão de risco e pelo baixo valor de p, a BMP-10 é capaz de predizer o risco de hospitalização por HF de maneira significativa em pacientes sem histórico conhecido de HF. Como BMP-10 eram valores transformados como log-2 antes de serem introduzidos no o modelo, a razão de risco pode interpretar que o risco aumenta em 3,43 para um paciente se o valor de BMP-10 duplicar.
TABELA 2 RESUMO DO MODELO DE RISCO PROPORCIONAL DE COX PARA BMP-10 (TRANSFORMADOS EM LOG-2) PREDIZ O RISCO DE HOSPITALIZAÇÃO POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM PACIENTES SEM HISTÓRICO CONHECIDO DE HF. Razão de Risco (HR) Intervalo de confiança de 95% Valor-p 4,24 2,52 -7,15 < 0,001
[292] A Figura 7 mostra uma curva de Kaplan-Meier que exibe o risco de hospitalização por HF por quartis de BMP-10. É visível que o risco aumenta constantemente com o aumento de valores BMP-10 e o maior risco é observado para os pacientes com níveis de BMP-10 dentro dos dois quartis mais altos.
EXEMPLO 5 ESTUDO SWISS-AF - PREDIÇÃO DE RISCO DE AVC
[293] A capacidade da BMP10 circulante predizer o risco para a ocorrência do acidente vascular cerebral foi verificada (em referência ao exemplo 3) em um registro prospectivo, multicêntrico de pacientes com fibrilação atrial documentada (Conen D., Swiss Med Wkly. 2017 Jul 10;147:w14467).
[294] Os resultados de BMP10 estavam disponíveis para 65 pacientes com um evento e 2.269 pacientes sem evento.
[295] A fim de quantificar o valor prognóstico univariado da BMP10, foram utilizados modelos de risco proporcional com o AVC como desfecho.
[296] O desempenho prognóstico univariado da BMP10 foi avaliado por duas incorporações diferentes da informação de prognóstico dada pela BMP10.
[297] O primeiro modelo de risco proporcional incluiu BMP10 binarizado na mediana (2,2 ng/mL) e, portanto, comparando o risco de pacientes com BMP10 abaixo ou igual à mediana versus pacientes com BMP10 acima da mediana.
[298] O segundo modelo de risco proporcional incluiu os níveis originais de BMP10, mas foi transformado para uma escala log2. A transformação log2 foi realizada para permitir uma melhor calibração do modelo.
[299] A fim de obter estimativas para as taxas de sobrevida absoluta nos dois grupos com base na medição basal de BMP10 dicotomizada (<= 2,2 ng/mL vs> 2,2 ng/mL), foi criado um gráfico de Kaplan-Meier.
[300] Para avaliar se o valor prognóstico de BMP10 é independente de fatores de risco clínicos e demográficos conhecidos, foi calculado um modelo de cox proporcional ponderado incluindo, além das variáveis, idade e histórico de AVC/AIT/Tromboembolismo. Estes foram os únicos preditores de risco clínico significativos em todo o país (incluindo todos os controles).
[301] A fim de avaliar a capacidade da BMP10 de melhorar os escores de risco existentes para o prognóstico de AVC, os escores CHADS₂ o CHA₂DS₂-VASc e ABC foram estendidos pelo BMP10 (transformado log2).
Extensão foi feita pela criação de um modelo de risco porcionado incluindo BMP10 e o respectiva escore de risco como variáveis independentes.
[302] Os índices c dos escores CHADS₂, CHA₂DS₂-VASc e ABC foram comparados com os índices c desses modelos estendidos.
RESULTADOS
[303] A Tabela 1 mostra os resultados dos dois modelos de risco ponderados proporcionais univariados incluindo BMP10 binarizadaou o transformada em log2. A associação entre o risco de experimentar um acidente vascular cerebral com o valor basal de BMP10 não é significativa no modelo utilizando BMP10 transformado em log2 como um preditor de risco, mas perto do nível de significância de 0,05.
[304] Para o modelo que usa BMP10 binarizado, o valor p é ligeiramente superior. Pode-se argumentar, entretanto, com um número maior de eventos, o efeito pode ser estatisticamente significativo.
[305] A razão de risco para o BMP10 binarizado implica um risco 1,5 vezes maior de acidente vascular cerebral no grupo de pacientes com
BMP10 basal > 2,2 ng/mL em comparação ao grupo de pacientes com BMP10 basal ≤ 2,2 ng/mL. Isto também pode ser observado na Figura 8 que exibe as curvas de Kaplan-Meier para os dois grupos.
[306] Os resultados do modelo de risco proporcional incluindo BMP10 como o preditor de risco linear transformado em log2 sugerem que os valores de BMP10 transformados em log2 são proporcionais ao risco de sofrer um acidente vascular cerebral. A razão de risco (HR) de 2,038 pode ser interpretada de forma que uma redução de 2 vezes na BMP10 esteja associada a um aumento de 2,038 no risco de acidente vascular cerebral.
TABELA 1
RESULTADOS DO RESULTADO DO MODELO DE RISCO PROPORCIONAL PONDERADO UNIVARIADO INCLUINDO VALORES DE BMP10 TRANSFORMADOS EM LOG2 E BINARIZADOS.
Razão de risco (HR) 95%-CI HR Valor-p BMP10 log2 1,523 0,930 - 2,495 0,095 BMP10 basal: ≤ 2,2 ng/mL 2,038 0,994-4,179 0,052 vs. BMP10 >2,2 ng/mL
[307] A Tabela 2 mostra os resultados de um modelo de risco proporcional incluindo BMP10 (transformado em log2) em combinação com variáveis clínicas e demográficas. É visível que o valor prognóstico da BMP10 diminui em certa medida, mas isto também pode ser parcialmente também explicado pelo baixo poder estatístico do modelo.
TABELA 2 MODELO DE RISCO PROPORCIONAL MULTIVARIADO INCLUINDO BMP10 E VARIÁVEIS CLÍNICAS E DEMOGRÁFICAS RELEVANTES. razão de risco (HR) 95%-CI HR Valor-p Idade 1,0615 1,0256 - 1,0987 0,0007 Histórico de AVC/TIA/embolismo 1,9186 1,1451 - 3,2145 0,0133 BMP10 (transf em log2) 1,2253 0,5545 - 2,7076 0,6155
[308] A Tabela 3 mostra os resultados do modelo de risco proporcional ponderado combinando o escore CHADS₂ com BMP10 (transformado em log2). Neste modelo, BMP10 pode adicionar informações prognósticas ao escore CHADS₂, mas com um valor p acima de 0,05, o que pode, no entanto, ser tolerado em relação ao baixo tamanho da amostra.
TABELA 3 MODELO DE RISCO PROPORCIONAL PONDERADO COMBINANDO O ESCORE CHADS₂ COM BMP10 (TRANSFORMADO EM LOG2) razão de risco (HR) 95%-CI HR Valor-p Escore CHADS₂ 1,3792 1,1590 - 1,6413 0,0003 BMP10 (transf. em log2) 1,5046 0,7094 - 3,1911 0,2869
[309] A Tabela 4 mostra os resultados do modelo de risco proporcional ponderado combinando o escore CHA₂DS₂-VASc com BMP10 (transformado em log2). Também neste modelo, a BMP10 pode adicionar informações prognósticas ao escore CHA₂DS₂-VASc, mas com um valor p acima de 0,05, o que pode, no entanto, ser tolerado com relação ao baixo tamanho da amostra.
TABELA 4
MODELO DE RISCO PROPORCIONAL PONDERADO COMBINANDO O ESCORE CHA₂DS₂-VASC COM BMP10 (TRANSFORMADO EM LOG2) Razão de risco 95%-CI HR Valor-p (HR) Escore CHA₂DS₂- VASc 1,2756 1,0992 - 1,4803 0,1281 BMP10 (transf. em log2) 1,4308 0,6645 - 3,0806 0,3600
[310] A Tabela 5 mostra os resultados do modelo de risco proporcional ponderado combinando o escore ABC com BMP10 (transformado em log2). Neste modelo, a taxa de risco estimada diminui e o BMP-10 provavelmente não pode adicionar nenhum desempenho prognóstico.
TABELA 5
MODELO DE RISCO PROPORCIONAL PONDERADO COMBINANDO O ESCORE ABC COM BMP10 (TRANSFORMADO EM LOG2) Razão de risco (HR) 95%-CI HR Valor-p Escore ABC 1,1839 1,1046 - 1,2688 < 0,0001 BMP10 (transf. em log2) 0,7321 0,3123 - 1,7161 0,4731
[311] A Tabela 6 mostra os índices c estimados de BMP10 sozinho, dos escores CHADS₂, CHA₂DS₂-VASc e ABC e do modelo de risco proporcional ponderado combinando CHADS₂, CHA₂DS₂-VASc e ABC com BMP10 (log2) na seleção da coorte do caso. Pode-se observar que a adição de BMP10 melhora o índice-c dos escores CHADS₂, CHA₂DS₂-VASc, mas não do escore ABC. As diferenças no índice-c são 0,019, 0,015 e -0,002 para os escores CHADS₂, CHA₂DS₂-VASc, e ABC, respectivamente.
TABELA 6 ÍNDICES-C DE BMP10, O ESCORE CHA₂DS₂-VASC E A COMBINAÇÃO DO ESCORE CHA₂DS₂-VASC COM BMP10 E ÍNDICES-C DOS ESCORES CHADS₂ E ABC E A COMBINAÇÃO DESTES COM BMP10. Índice-C BMP10 univariado 0,577 CHADS₂ 0,629 CHADS₂ + BMP10 0,643 CHA₂DS₂-VASc 0,616 CHA₂DS₂-VASc + BMP10 0,627 escore ABC 0,692 escore ABC + BMP10 0,690

Claims (20)

REIVINDICAÇÕES
1. MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL em um sujeito, caracterizado por compreender as etapas de a) determinar, em pelo menos uma amostra de sangue, soro ou plasma do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (peptídeo tipo proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 (angiopoietina 2) e FABP3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), e b) comparar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 com um valor de referência para o peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, comparar a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional com um valor de referência para o referido pelo menos um biomarcador adicional, em que fibrilação atrial deve ser avaliada.
2. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo referido paciente ser humano.
3. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pela avaliação da fibrilação atrial ser o diagnóstico de fibrilação atrial.
4. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pela quantidade do peptídeo tipo BMP10, e opcionalmente a quantidade de pelo menos outro biomarcador acima do valor de referência, ser indicativa de um sujeito que sofre de fibrilação atrial e/ou uma quantidade do peptídeo tipo BMP10, e opcionalmente uma quantidade de pelo menos outro biomarcador abaixo da quantidade de referência, ser indicativa de um sujeito que não sofre de fibrilação atrial.
5. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo sujeito sofrer de fibrilação atrial, e em que a avaliação da fibrilação atrial é a diferenciação entre fibrilação atrial paroxística e fibrilação atrial persistente.
6. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pela quantidade do peptídeo tipo BMP10, e opcionalmente a quantidade de pelo menos outro biomarcador acima do valor de referência, ser indicativa de um sujeito que sofre de fibrilação atrial persistente; e/ou uma quantidade do peptídeo tipo BMP10, e opcionalmente uma quantidade de pelo menos outro biomarcador abaixo da quantidade de referência, ser indicativa de um sujeito que sofre de fibrilação atrial paroxística.
7. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pela avaliação da fibrilação atrial ser a predição do risco de um evento adverso associado com a fibrilação atrial, em particular, em que o evento adverso associado à fibrilação atrial é a recorrência de fibrilação atrial e/ou acidente vascular cerebral.
8. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pela quantidade do peptídeo tipo BMP10, e opcionalmente a quantidade de pelo menos outro biomarcador acima do valor de referência, ser indicativa um sujeito que está em risco de sofrer um adverso evento associado à fibrilação atrial; e/ou a quantidade do peptídeo tipo BMP10, e opcionalmente uma quantidade de pelo menos outro biomarcador, abaixo da quantidade de referência ser indicativa de um sujeito que não está em risco de sofrer um evento adverso associado à fibrilação atrial.
9. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pela avaliação da fibrilação atrial ser a avaliação de uma terapia para a fibrilação atrial.
10. MÉTODO DE AUXÍLIO NA AVALIAÇÃO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL, caracterizado por compreender as etapas de: a) fornecer pelo menos uma amostra de sangue, soro ou plasma a partir de um sujeito, b) determinar, em pelo menos uma amostra de sangue, soro ou plasma fornecida na etapa a), a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (peptídeo tipo proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos outro biomarcador selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 e FABP3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), e c) fornecer informações sobre a quantidade determinada do peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, a quantidade determinada de pelo menos outro biomarcador para um médico, auxiliando assim na avaliação da fibrilação atrial.
11. MÉTODO DE AUXÍLIO NA AVALIAÇÃO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL, caracterizado por compreender: a) fornecer um ensaio para um peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, pelo menos outro ensaio para um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo consistindo de um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 e FABP3 (Proteína de Ligação ao Ácido Graxo 3), e b) fornecer instruções para utilizar os resultados dos ensaios obtidos ou que podem ser obtidos pelos referidos ensaios na avaliação da fibrilação atrial.
12. MÉTODO IMPLEMENTADO POR COMPUTADOR PARA A AVALIAÇÃO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL, caracterizado por compreender; a) receber, em uma unidade de processamento, um valor para a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, pelo menos um valor adicional para a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM- 1 (Endocan), Ang2 e FABP-3 (Proteína de Ligação a Ácido Graxo 3), em que a referida quantidade de peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, a quantidade do, pelo menos outro biomarcador foram determinadas em uma amostra de sangue, soro ou plasma de um sujeito, b) comparar, pela referida unidade de processamento, o valor ou valores recebidos na etapa (a) a uma referência ou referências, e c) avaliar a fibrilação atrial com base na etapa de comparação b).
13. MÉTODO DE DIAGNÓSTICO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA, caracterizado por compreender as etapas de; (a) determinar, em pelo menos uma amostra de sangue, soro ou plasma de um sujeito humano, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (peptídeo tipo proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 e FABP3 (proteína de ligação de ácido graxo 3), e (b) comparar a quantidade de peptídeo tipo BMP10 com um valor de referência para o peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, comparar a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional com um valor de referência para o referido pelo menos um biomarcador adicional, de modo que a insuficiência cardíaca deve ser diagnosticada.
14. MÉTODO DE PREDIÇÃO DO RISCO DE HOSPITALIZAÇÃO de um sujeito humano devido à insuficiência cardíaca, caracterizado por compreende as etapas de (a) determinar, em pelo menos uma amostra de sangue, soro ou plasma do sujeito, a quantidade de um peptídeo tipo BMP10 (peptídeo tipo proteína morfogenética óssea 10) e, opcionalmente, a quantidade de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 e FABP3 (proteína de ligação de ácido graxo 3),
(b) comparar a quantidade do peptídeo tipo BMP10 com uma quantidade de referência e, opcionalmente, comparar a quantidade de pelo menos outro biomarcador com uma quantidade de referência do referido pelo menos biomarcador adicional, e (c) predizer o risco de hospitalização de um sujeito devido a insuficiência cardíaca.
15. KIT, caracterizado por compreender um agente que se liga especificamente a um peptídeo tipo BMP10 e pelo menos um agente adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um agente que se liga especificamente a um peptídeo natriurético, um agente que se liga especificamente ao ESM- 1, um agente que se liga especificamente à Ang2 e um agente que se liga especificamente à FABP3, em que o agente é um anticorpo, ou fragmento de ligação ao antígeno do mesmo.
16. USO IN VITRO de; (a) um peptídeo tipo BMP10, e/ou (b) pelo menos um agente que se liga especificamente a um peptídeo tipo BMP10, em pelo menos uma amostra de sangue, soro ou plasma a partir de um sujeito humano, caracterizado por ser para predizer o risco de hospitalização do sujeito humano devido à insuficiência cardíaca.
17. USO IN VITRO de; i) um peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, de pelo menos um biomarcador adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um peptídeo natriurético, ESM-1 (Endocan), Ang2 e FABP3 (Proteína de Ligação ao Ácido Graxo 3), e/ou ii) pelo menos um agente que se liga especificamente a um peptídeo tipo BMP10 e, opcionalmente, pelo menos um agente adicional selecionado a partir do grupo que consiste em um agente que se liga especificamente a um peptídeo natriurético, um agente que se liga especificamente a ESM-1, um agente que se liga especificamente a Ang2 e um agente que se liga especificamente à FABP3, em pelo menos uma amostra de sangue, soro ou plasma caracterizado por ser para a avaliação da fibrilação atrial ou para o diagnóstico da insuficiência cardíaca em um sujeito humano.
18. USO in vitro, de acordo com a reivindicação 16 ou 17, caracterizado pelo agente ser um anticorpo ou fragmento de ligação ao antígeno do mesmo.
19. USO in vitro, de acordo com a reivindicação 18, caracterizado pelo anticorpo ser um anticorpo monoclonal.
20. MÉTODO, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 14, ou o uso de acordo com qualquer uma das reivindicações de 16 a 19, caracterizado pelo sujeito ter 50 anos de idade ou mais.
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