BR112017026868B1

BR112017026868B1 - Pneu e método para preparar um pneu condutivo

Info

Publication number: BR112017026868B1
Application number: BR112017026868-0A
Authority: BR
Inventors: Russell A. Moser; David J. Zemla; Amy M. Randall; Ross W. Widenor; Benjamin C. Galizio; Kathleen A. Clemmer; Andrew J. Svenson; Justin M. Gehres; Ruben L. Madrid; Anup D. Khekare; Seth M. Miller
Original assignee: Bridgestone Americas Tire Operations, Llc
Priority date: 2015-06-15
Filing date: 2016-05-31
Publication date: 2023-01-31
Also published as: EP3307560A4; BR112017026868A2; WO2016204967A1; WO2016204967A9; US10894449B2; US20180154705A1; EP3307560B1; US20210094365A1; EP3307560A1

Abstract

PNEU, LONA DE CORPO E, MÉTODO PARA PREPARO DE UM PNEU CONDUTIVO. Um pneu inclui uma lâmina de lona de corpo tendo um núcleo de borracha definido por uma superfície superior que tem um comprimento e uma largura, uma superfície inferior que tem substancialmente o mesmo comprimento e a mesma largura, e superfícies laterais tendo uma altura comum. O núcleo de borracha é adicionalmente definido por uma camada de borracha superior e uma camada de borracha inferior. A lâmina da lona de corpo inclui cordões de reforço dispostos entre a camada de borracha superior e a camada de borracha inferior. Os cordões de reforço são espaçados entre si por 0,1 a 4,0 mm e abrangem a largura da lâmina da lona de corpo. Cordões de sangria estão dispostos sobre a lâmina de lona de corpo e espaçados entre si por 8 a 12 cm. Cordões condutivos também estão dispostos sobre a lona de corpo e espaçados entre si por 20 a 80 cm.

Description

CAMPO DA INVENÇÃO

[0001] A presente revelação refere-se a pneus que têm trajetórias de condutividade para conduzir carga elétrica. Mais particularmente, a presente revelação refere- se a pneus tendo um cordão que conduz uma carga elétrica.

ANTECEDENTES

[0002] Os pneus conhecidos contêm materiais que inibem a condução de carga elétrica. Por exemplo, pneus contendo quantidades relativamente altas de sílica são conhecidos por acumular carga estática, o que é indesejável para operação do veículo. Os pneus que têm quantidades relativamente altas de sílica anteriormente usavam antenas para dissipar a carga.

SUMÁRIO DA INVENÇÃO

[0003] Em uma modalidade, um pneu inclui um primeiro talão anular e uma primeira zona de abrasão, assim como um segundo talão anular e uma segunda zona de abrasão. A primeira zona de abrasão e a segunda zona de abrasão têm resistividade de pelo menos 5,9 x 107 ohm.cm. O pneu inclui adicionalmente uma lona de corpo estendendo-se entre o primeiro talão anular e o segundo talão anular, sendo que a lona de corpo contém cordões de reforço. Uma cinta circunferencial está disposta radialmente acima da lona de corpo e estende-se axialmente através de uma porção da lona de corpo. Pelo menos uma lona de reforço está disposta radialmente acima da cinta circunferencial e estende-se axialmente através de uma porção da lona de corpo. O pneu inclui também pelo menos uma lona de topo disposta radialmente acima da pelo menos uma lona de reforço e estendendo-se axialmente através de uma porção da lona de corpo. A lona de topo tem uma resistividade de pelo menos 13,0 x 107 ohm.cm. O pneu inclui, adicionalmente, uma banda de rodagem circunferencial disposta radialmente acima da cinta circunferencial e estendendo-se axialmente através de uma porção da lona de corpo. A banda de rodagem circunferencial tem resistividade de pelo menos 13,7 x 107 ohm.cm. Um primeiro flanco se estende entre o primeiro talão anular e um primeiro ombro, o primeiro ombro sendo associado à banda de rodagem circunferencial. Um segundo flanco estendendo-se entre o segundo talão anular e um segundo ombro, o segundo ombro sendo associado à banda de rodagem circunferencial. Tanto o primeiro como o segundo flanco têm uma resistividade de pelo menos 11,9 x 107 ohm.cm. Uma pluralidade de cordões de sangria são associados à lona de corpo e dispostos circunferencialmente sobre o pneu. A pluralidade de cordões de sangria inclui pelo menos um cordão de sangria condutivo disposto radialmente entre a banda de rodagem circunferencial e a lona de corpo, em que de 10 a 40% dos cordões na pluralidade de cordões de sangria são cordões de sangria condutivos que dissipam carga elétrica no pneu.

[0004] Em outra modalidade, um pneu inclui uma lâmina de lona de corpo tendo um núcleo de borracha definido por uma superfície superior que tem um comprimento e uma largura, uma superfície inferior que tem substancialmente o mesmo comprimento e a mesma largura, e superfícies laterais tendo uma altura comum. O núcleo de borracha é adicionalmente definido por uma camada de borracha superior e uma camada de borracha inferior. A lâmina da lona de corpo inclui cordões de reforço dispostos entre a camada de borracha superior e a camada de borracha inferior. Os cordões de reforço são espaçados entre si por 0,1 a 4,0 mm e abrangem a largura da lâmina da lona de corpo. Cordões de sangria estão dispostos sobre a lâmina de lona de corpo e espaçados entre si por 8 a 12 cm. Cordões condutivos também estão dispostos sobre a lona de corpo e espaçados entre si por 20 a 80 cm.

[0005] Em ainda outra modalidade, um método de preparação de um pneu condutivo inclui fornecer cordões de lona de corpo e calandrar borracha ao redor dos cordões da lona de corpo para formar uma lona de corpo. O método inclui, ainda, o fornecimento de cordões condutivos selecionados do grupo que consiste em cordões de sangria condutivos e cordões infundidos, em que os cordões de sangria condutivos são formados através do umedecimento dos cordões de sangria e introduzindo os cordões de sangria umedecidos em negro de fumo condutivo para formar os cordões de sangria condutivos, e em que os cordões infundidos são formados através de infusão dos cordões em negro de fumo condutivo. O método também inclui o posicionamento dos cordões condutivos em relação aos cordões da lona de corpo e o fornecimento de talões, flancos, uma cinta circunferencial e uma banda de rodagem de pneu. O método adicionalmente inclui a conformação da lona de corpo em um anel em conexão com os talões e flancos e a costura da cinta circunferencial e da banda de rodagem do pneu ao anel. O método inclui, também, a moldagem da lona de corpo, talões, flancos e banda de rodagem de pneu em um pneu curado através da colocação da lona de corpo, talões, flancos e banda de rodagem de pneu em um molde e a vulcanização do pneu, e a remoção do pneu do molde.

BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS

[0006] Nos desenhos anexos, as estruturas estão ilustradas de forma que, em conjunto com a descrição detalhada fornecida abaixo, descrevam as modalidades exemplificadoras da invenção reivindicada. Elementos similares são identificados com os mesmos numerais de referência. Deve-se compreender que os elementos mostrados como um componente único podem ser substituídos por componentes múltiplos e os elementos mostrados como componentes múltiplos podem ser substituídos por um componente único. Os desenhos não estão em escala e a proporção de certos elementos pode estar exagerada para propósitos ilustrativos.

[0007] A Figura 1 é uma vista em perspectiva das várias camadas de uma modalidade de um pneu que apresenta uma trajetória de condutividade;

[0008] A Figura 2 é uma vista em perspectiva das várias camadas de uma modalidade de uma lona de corpo condutiva;

[0009] As Figuras 3a a d são seções transversais de modalidades alternativas das trajetórias de condutividade; e

[0010] A Figura 4 é um fluxograma que descreve um método para fabricação de um pneu que apresenta uma trajetória de condutividade.

DESCRIÇÃO DETALHADA

[0011] A seguir estão as definições de termos selecionados empregados aqui. As definições incluem vários exemplos e/ou formas de componentes que se encontram dentro do escopo de um termo e que podem ser usados para implementação. Os exemplos não se destinam a ser limitadores. Ambas as formas singular e plural dos termos devem estar dentro das definições.

[0012] Os termos "axial" e "axialmente" referem-se a uma direção que é paralela ao eixo de rotação de um pneu.

[0013] Os termos "circunferencial" e "circunferencialmente" referem-se a uma direção que se estende ao longo do perímetro da superfície da banda de rodagem perpendicular à direção axial.

[0014] Os termos "radial" ou "radialmente" referem-se a uma direção perpendicular ao eixo de rotação de um pneu.

[0015] O termo "flanco", como usado no presente documento, refere-se àquela porção do pneu entre a banda de rodagem e o talão.

[0016] O termo "banda de rodagem", como usado aqui, refere-se àquela porção do pneu que entra em contato a estrada ou piso sob inflação e carga normais.

[0017] O termo "largura da banda de rodagem" refere-se à largura da área de contato com o solo de uma banda de rodagem que entra em contato com a superfície da estrada durante a rotação do pneu sob inflação e carga normais.

[0018] As direções são aqui declaradas com referência ao eixo de rotação do pneu. Os termos "para cima" e "de forma ascendente" referem-se a uma direção geral orientada para a banda de rodagem do pneu, enquanto que "para baixo" e "de forma descendente" referem-se à direção geral orientada para o eixo de rotação do pneu. Desse modo, quando os termos direcionais relativos como "superior" e "inferior" ou "topo" e "fundo" forem usados em relação a um elemento, o elemento "superior" ou de "topo" está mais próximo à banda de rodagem do que o elemento "inferior" ou de "fundo". Adicionalmente, quando os termos direcionais relativos como "acima" ou "abaixo" forem usados com relação a um elemento, um elemento que está "acima" de outro elemento está mais próximo à banda de rodagem do que o outro elemento.

[0019] Os termos "para dentro" e "internamente" referem-se a uma direção geral orientada para o plano equatorial do pneu, enquanto que "para fora" e "externamente" referem-se a uma direção geral oposta ao plano equatorial do pneu e orientada para o flanco do pneu. Desse modo, quando os termos direcionais relativos como "interno" e "externo" são usados com relação a um elemento, o elemento "interno" está mais próximo ao plano equatorial do pneu do que o elemento "externo".

[0020] Embora termos semelhantes usados nas seguintes descrições descrevam componentes de pneu comuns, compreende-se que, devido ao fato de que os termos portam conotações ligeiramente diferentes, o versado na técnica não consideraria nenhum dos seguintes termos como meramente intercambiáveis com outro termo usado para descrever um componente de pneu comum.

[0021] A Figura 1 é uma vista em perspectiva das várias camadas de uma modalidade de um pneu 100. O pneu 100 apresenta um primeiro talão anular 105 e um segundo talão anular 110. Os talões anulares prendem, em parte, o pneu a uma roda. Em uma modalidade alternativa (não mostrada), o pneu compreende quatro ou mais talões.

[0022] O pneu 100 inclui, ainda, uma lona de corpo 115, que confere o formato ao pneu, estendendo-se entre o primeiro talão anular 105 e o segundo talão anular 110. A lona de corpo 115 se estende ao redor do primeiro talão anular 105 e do segundo talão anular 110. Na modalidade ilustrada, porções viradas para cima da lona de corpo 115 terminam nas regiões do talão do pneu. Em modalidades alternativas, porções viradas para cima da lona de corpo podem terminar nas regiões dos flancos ou nas regiões da coroa do pneu. Como um versado na técnica irá entender, a camada de corpo 115 pode incluir cordões ou tecido de reforço (não mostrados). Em uma modalidade alternativa (não mostrada), múltiplas lonas de corpo são usadas.

[0023] A cinta circunferencial 120 está disposta radialmente acima da lona de corpo 115 e se estende axialmente através de uma porção de lona de corpo 115. Como o versado na técnica irá entender, a cinta circunferencial 120 pode conter cordões de aço e cordões de reforço (não mostrados). Em uma modalidade alternativa (não mostrada), a cinta circunferencial é desprovida de metal.

[0024] A lona de reforço 125 está disposta radialmente acima da cinta circunferencial 120 e estende-se axialmente através de uma porção da lona de corpo 115. Como o versado na técnica irá entender, podem ser utilizadas camadas de reforço adicionais. As camadas de reforço fortalecem e estabilizam o pneu. Em modalidades alternativas (não mostradas), o pneu contém uma ou três ou mais camadas de reforço. Em outra modalidade, as camadas de reforço são omitidas.

[0025] A lona de topo 130 está disposta radialmente acima da cinta circunferencial 120 e da segunda lona de reforço 130. A lona de topo 130 estende-se axialmente através de uma porção da camada de corpo 115. Em uma modalidade alternativa (não mostrada), uma camada de gel vedante é fornecida na região da camada de topo.

[0026] O pneu 100 inclui, também, uma banda de rodagem inferior 135 disposta radialmente acima da cinta circunferencial 120 e da lona de topo 130. A banda de rodagem inferior 135 estende-se axialmente através de uma porção da lona de corpo 115. A banda de rodagem inferior é, tipicamente, compreendida de borracha e sua espessura pode variar dependendo da aplicação de pneu. Por exemplo, em aplicações de recauchutagem, é desejada uma banda de rodagem inferior mais espessa para acomodar o alisamento. Em aplicações de pneu de passageiro, em comparação, é desejada uma banda de rodagem inferior mais fina.

[0027] O pneu 100 compreende adicionalmente um primeiro flanco 140 e um segundo flanco 145. O primeiro flanco 140 estende-se entre o primeiro talão anular 105 e um primeiro ombro 150, que é associado de maneira adjacente a uma borda da banda de rodagem circunferencial 160. O segundo flanco 145 se estende entre o segundo talão anular 110 e um segundo ombro 155, que é associado de maneira adjacente à borda oposta da banda de rodagem circunferencial 160. Em uma modalidade alternativa (não mostrada), o flanco é associado de maneira adjacente a uma banda de rodagem inferior (não mostrada).

[0028] O pneu 100 inclui adicionalmente uma banda de rodagem circunferencial 160. Na modalidade ilustrada, a banda de rodagem circunferencial 160 é separada por sulcos circunferenciais 165, que dividem a banda de rodagem circunferencial 160 em cinco nervuras. Entretanto, deve ser entendido que a banda de rodagem circunferencial pode incluir qualquer combinação de sulcos, nervuras, bloco, pinos ou outros elementos de banda de rodagem. Na maioria das aplicações, a banda de rodagem circunferencial é afixada ao pneu quando o pneu é novo. Em uma modalidade alternativa, a banda de rodagem circunferencial é afixada como um pneu recauchutado.

[0029] O pneu 100 compreende, adicionalmente, um cordão condutivo 170. O cordão condutivo 170 está disposto radialmente entre a banda de rodagem circunferencial 160 e a lona de corpo 115. Na modalidade ilustrada, o cordão condutivo 170 tem uma primeira extremidade situada no centro da região da banda de rodagem do pneu 100, e o cordão condutivo 170 termina em uma segunda extremidade situada na segunda região de talão anular 110 do pneu 100. Em outras modalidades, o cordão condutivo tem uma primeira extremidade situada em qualquer lugar entre a primeira região de talão do pneu e a segunda borda de talão do pneu, e o cordão condutivo termina na segunda região de talão do pneu. Enquanto uma configuração talão-a-talão poderia fornecer uma trajetória de condutividade máxima para um dado cordão, uma borda de talão-a-cinta pode fornecer uma trajetória de condutividade adequada para um dado pneu.

[0030] Em uma modalidade específica, o cordão condutivo 170 se estende de uma região dentro do meio de 80% da largura da banda de rodagem circunferencial 160, sobre as lonas de corpo 115 e através da segunda região de ombro 155 e da segunda região de flanco 145, para uma zona de abrasão associada ao segundo talão anular 110. Como o versado na técnica irá entender, a zona de abrasão é uma região de borracha que está situada entre a lona de corpo e um aro de roda.

[0031] Em outra modalidade (não mostrada), o pneu compreende ainda um segundo filamento condutivo que se estende da região dentro do meio de 80% da largura da banda de rodagem circunferencial, sobre uma lona de corpo e através da segunda região de ombro e da segunda região de flanco, para a zona de abrasão associada ao segundo talão anular. Nesta modalidade, o segundo cordão condutivo está disposto circunferencialmente oposto ao cordão condutivo. Assim, aproximadamente 170 a 190° separam o primeiro e o segundo cordões.

[0032] Em ainda outra modalidade (também não mostrada), o pneu compreende adicionalmente um segundo cordão condutivo e um terceiro cordão condutivo. Nesta modalidade, o segundo e o terceiro cordões condutivos estão dispostos geralmente de forma equidistante em torno de uma circunferência de pneu. Assim, aproximadamente 110 a 130° separam o primeiro, o segundo e o terceiro cordões. Em outras modalidades, qualquer número de cordões condutivos pode ser empregado. Os cordões condutivos podem ser regularmente espaçados sobre o pneu, ou podem ser espaçados de forma irregular sobre o pneu.

[0033] O cordão condutivo 170 pode ser construído de uma variedade de materiais têxteis, como fios ou cordões, incluindo, mas não se limitando a, cordões de sangria. Em uma modalidade, o cordão é revestido ou infundido com negro de fumo. O cordão pode ser revestido ou infundido com negro de fumo através de processos de imersão, mergulho, pulverização ou aspersão. Em um processo de revestimento, o negro de fumo pode estar disposto linearmente ao longo de um cordão de algodão. Em uma outra modalidade alternativa, o cordão apresenta uma trajetória contínua de negro de fumo. Em qualquer dessas modalidades, o negro de fumo tem uma condutividade entre 0 e 300 Q-1m-1.

[0034] Em uma modalidade específica do pneu descrita na Figura 1, a primeira e a segunda zonas de abrasão têm, cada uma, uma resistividade de pelo menos 5,9 x 107 ohm.cm, os flancos têm uma resistividade de pelo menos 11,9 x 107 ohm.cm, a lona de topo de escuma tem uma resistividade de pelo menos 13,0 x 107 ohm.cm, e a banda de rodagem circunferencial tem uma resistividade de pelo menos 13,7 x 107 ohm.cm.

[0035] Embora um pneu pneumático seja mostrado na Figura 1, o arco anular pode, também, ser empregado na banda de rodagem de um pneu não pneumático. A estrutura básica de pneus não pneumáticos é conhecida na técnica, e não é apresentada aqui.

[0036] Embora a Figura 1 ilustre um cordão condutivo 170 que é separado da lona de corpo 115, em modalidades alternativas, a lona de corpo pode incluir uma trajetória de condutividade. A Figura 2 é uma vista em perspectiva das várias camadas de uma modalidade de uma lona de corpo condutiva 200. A lona de corpo 200 tem um núcleo de borracha 205 definido por uma superfície superior TS e uma superfície inferior BS. Tanto a superfície superior TS como a superfície inferior BS têm substancialmente o mesmo comprimento L e uma largura W. O núcleo de borracha 205 é adicionalmente definido por superfícies laterais tendo uma altura comum H. Na Figura 2, o núcleo de borracha 205 é dividido em uma camada de borracha superior 210 e uma camada de borracha inferior 215. Em produção em escala, uma lâmina de lona de corpo pode ter largura entre 0,25 a 1,5 m (10 a 60 polegadas) e comprimento de 2.700 m (3.000 jardas). A lâmina de lona de corpo pode, então, ser recortada em lâminas menores.

[0037] Uma lona de corpo 200 compreende adicionalmente cordões de reforço 220. Os cordões de reforço 220 estão dispostos entre a camada de borracha superior 210 e a camada de borracha inferior 215. Em uma modalidade, os cordões da lona de corpo abrangem a largura da lona de corpo e são espaçados entre si por aproximadamente 0,1 a 4,0 mm.

[0038] Uma lona de corpo 200 compreende também cordões de sangria 225. Os cordões de sangria 225 são configurados para ventilar gás de um pneu durante a vulcanização. Os cordões de sangria 225 estão dispostos em conexão com a lona de corpo e afastados aproximadamente de 8 a 12 cm entre si. Em uma modalidade, os cordões de sangria estão dispostos sobre a superfície superior da camada de borracha superior. Em outra modalidade, os cordões de sangria estão dispostos entre a camada de borracha superior e a camada de borracha inferior. Embora os cordões de sangria sejam ilustrados seguindo trajetórias retas e paralelas, deve ser entendido que um ou mais dos cordões de sangria podem seguir uma trajetória ondular.

[0039] A lona de corpo 200 inclui adicionalmente cordões condutivos 230. Os cordões condutivos 230 são configurados para dissipar carga elétrica do pneu após o pneu ter sido vulcanizado. Os cordões condutivos 230 estão dispostos em conexão com a lona de corpo e afastados aproximadamente de 20 a 80 cm entre si. Em uma modalidade, os cordões condutivos estão dispostos sobre a superfície superior da camada de borracha superior. Em outra modalidade, os cordões condutivos estão dispostos entre a camada de borracha superior e a camada de borracha inferior. Em uma modalidade alternativa, os cordões condutivos fazem fronteira com os cordões de sangria. Em ainda outra modalidade, os cordões condutivos são cordões infundidos, que são cordões que foram infundidos em negro de fumo. Os cordões infundidos podem ser cordões de sangria que foram infundidos em negro de fumo.

[0040] Os cordões condutivos 230 podem estar dispostos independentemente dos cordões de sangria. Em uma modalidade específica, os cordões condutivos substituem os cordões de sangria em um dado intervalo (por exemplo, um cordão condutivo substitui, sem limitação, cada quinto, sétimo ou décimo cordão de sangria).

[0041] Um segmento que se projeta dos cordões condutivos 230 pode se estender para fora da lona de corpo. O segmento que se projeta pode se estender para dentro de outros componentes do pneu ou estar passivamente sobre a superfície da lona de corpo.

[0042] As Figuras 3a a d são seções transversais de configurações exemplificadoras dos cordões de sangria, cordões condutivos e cordões infundidos descritos em relação à Figura 2. Em uma modalidade, um de cada 10 cordões de sangria da Figura 2 está unido, conforme mostrado nas Figuras 3a a d, a um cordão condutivo. Em uma modalidade alternativa, um de cada 5 cordões de sangria é unido a um cordão condutivo.

[0043] A Figura 3a mostra uma modalidade de um cordão de sangria 225 e um cordão condutivo 230. Nesta modalidade, o cordão de sangria 225 e o cordão condutivo 230 têm seções transversais idênticas e tocam tangencialmente. Como o versado na técnica irá compreender, as seções transversais de cada cordão não precisam ser idênticas, e os cordões podem se deformar de modo que eles se toquem através de um segmento ao invés de em apenas um ponto. Em uma modalidade, o cordão de sangria e o cordão condutivo correm em paralelo um ao outro. Em uma modalidade alternativa, o cordão condutivo é enrolado em torno do cordão de sangria.

[0044] A Figura 3b mostra uma modalidade de um cordão de sangria 225 e um cordão condutivo 230, em que o cordão de sangria 225 é encerrado pelo cordão condutivo 230. Como o versado na técnica irá entender, o diâmetro do cordão condutivo não precisa ser significativamente maior que o diâmetro do cordão de sangria. Em uma modalidade específica, o raio do cordão condutivo é 5 a 10% maior que o raio do cordão de sangria. Em uma modalidade alternativa, o cordão condutivo encerra parcialmente o cordão de sangria. Em uma modalidade alternativa diferente, o cordão condutivo contém perfurações.

[0045] A Figura 3c ilustra uma modalidade de um cordão de sangria 225 e um cordão condutivo 230, em que o cordão de condutivo 230 é unido ao cordão de sangria 225. Nesta modalidade, o cordão condutivo tem uma seção transversal irregular. Como o versado na técnica compreenderá, uma variedade de formatos é adequada para a seção transversal do cordão condutivo. Em uma modalidade específica, a área em seção transversal do cordão condutivo é 10% da área em seção transversal do cordão de sangria.

[0046] A Figura 3d mostra um cordão infundido 305. O cordão infundido 305 é um cordão que foi infundido com uma substância condutiva, como o negro de fumo. Em uma modalidade específica, um cordão infundido 305 é um cordão de sangria que foi infundido com negro de fumo.

[0047] Como uma alternativa para as modalidades mostradas nas Figuras 3a a d, o cordão de sangria pode ser construído de um material condutivo.

[0048] A Figura 4 é um fluxograma que descreve um método 400 para fabricação de um pneu que apresenta uma trajetória de condutividade. O método 400 começa com o fornecimento de cordões de lona de corpo 410. Os cordões de lona de corpo são dispostos de maneira organizada e, então, calandrados ou extrudados com borracha, para formar uma lona de corpo. Em uma modalidade alternativa, os cordões de lona de corpo são fornecidos como parte de uma lona de corpo completa.

[0049] Além de fornecer cordões de lona de corpo, o método 400 inclui ainda fornecer 420 pelo menos um cordão condutivo. O fornecimento de um cordão condutivo pode ser executado antes, simultaneamente com, ou após o fornecimento de cordões de lona de corpo. Um cordão condutivo é fornecido de modo que o cordão condutivo seja disposto no interior da lona de corpo ou sobre uma superfície superior da lona de corpo. Em uma modalidade, o cordão condutivo é um cordão de sangria condutivo. O cordão de sangria condutivo é formado por umedecimento dos cordões de sangria e introdução dos cordões de sangria umedecidos no negro de fumo condutivo (geralmente na forma de pó). O cordão de sangria umedecido pode ser torcido no negro de fumo condutivo. Em uma modalidade alternativa, o cordão condutivo é um cordão infundido. Um cordão condutivo é formado através de infusão dos cordões em negro de fumo condutivo, como por meio da introdução de um cordão em um líquido contendo o negro de fumo condutivo. Métodos adicionais de infusão são conhecidos pelos versados na técnica e não são descritos novamente aqui.

[0050] O cordão condutivo é opcionalmente tecido 430 através dos cordões da lona de corpo. Em uma modalidade, o cordão condutivo é tecido através de cada cordão de lona de corpo em uma primeira pluralidade de cordões de lona de corpo. Em outra modalidade, o cordão condutivo é tecido através de pelo menos três cordões de lona de corpo. Em uma modalidade alternativa, adesivo é usado para prender o cordão condutivo aos cordões da lona de corpo. Em uma outra modalidade alternativa, um filamento condutivo é torcido em torno de um ou mais cordões de lona de corpo.

[0051] O método 400 inclui também o fornecimento 440 de componentes de pneu adicionais e a conformação 450 das lonas de corpo em um anel. Componentes exemplificadores incluem, sem limitação, talões, inserções runflat (sem ar), cintas, lonas de reforço, lonas de topo, géis de vedação não condutivos e bandas de rodagem. Em uma modalidade, uma segunda lona de corpo pode ser fornecida para conformar o anel. Em uma modalidade, todos os componentes necessários para construir um pneu finalizado são fornecidos. Em uma modalidade, a cinta circunferencial e a banda de rodagem do pneu são costuradas ao anel. Em outra modalidade, a banda de rodagem não é fornecida.

[0052] O método 400 inclui ainda a moldagem 460 do pneu, colocando-se a lona de corpo, talões, flancos e a banda de rodagem de pneu em um molde e vulcanizando-se o pneu. A etapa de moldagem 460 pode ser um processo de moldagem final ou um processo de moldagem preliminar. O pneu é, então, removido do molde. Depois de o pneu ser removido, este pode ser testado para determinar o seu desempenho de condutividade.

[0053] Como o versado na técnica compreenderia, as modalidades de pneus descritas nesta revelação podem ser configuradas para uso em um veículo selecionado do grupo que consiste em motocicletas, tratores, veículos agrícolas, cortadores de grama, carrinhos de golfe, lambretas, aviões, veículos militares, veículos de passageiros, veículos híbridos, veículos de alto desempenho, veículos utilitários esportivos, caminhões leves, caminhões pesados, veículos para serviços pesados e ônibus. Um indivíduo versado na técnica compreenderia também que as modalidades descritas nesta revelação podem também ser utilizadas com uma variedade de padrões de bandas de rodagem que incluem, mas sem limitação, padrões de bandas de rodagem simétricas, assimétricas, direcionais, com pinos para neve e sem pinos para neve. O versado na técnica compreenderia, também, que as modalidades descritas nesta revelação podem ser usadas em, mas não se limitam a, aplicações em pneus de alto desempenho, para uso no inverno, para turismo, não pneumáticos e recauchutados.

[0054] Até o ponto em que o termo "inclui" ou "incluindo" é usado no relatório descritivo ou nas reivindicações, é pretendido que ele seja inclusivo de forma semelhante ao termo "compreende", pois este termo é interpretado quando empregado como uma palavra de transição em uma reivindicação. Além disso, no que diz respeito ao uso do termo "ou" (por exemplo, A ou B), o mesmo se destina a significar "A ou B ou ambos". Quando os requerentes pretenderem indicar "apenas A ou B, mas não ambos", então o termo "apenas A ou B, mas não ambos" será usado. Desse modo, o uso do termo "ou" no presente documento é inclusivo e não exclusivo. Consulte Bryan A. Garner, A Dictionary of Modern Legal Usage 624 (2a Ed. 1995). Também, no que diz respeito ao termo "em" usado no relatório descritivo ou nas reivindicações, pretende-se que o mesmo também signifique "no" ou "na". Além disso, no que diz respeito ao termo "conectar" usado no relatório descritivo ou nas reivindicações, pretende-se que o mesmo signifique não apenas "diretamente conectado a", mas também "indiretamente conectado a", como se estivesse conectado através de outro componente ou outros componentes.

[0055] Embora a presente revelação seja ilustrada pela descrição das modalidades da mesma e embora as modalidades sejam descritas em detalhes consideráveis, os requerentes não pretendem restringir ou limitar de maneira nenhuma o escopo das reivindicações anexas a tais detalhes. Vantagens e modificações adicionais ficarão prontamente evidentes àqueles versados na técnica. Portanto, a revelação, em aspectos mais amplos, não se limita a detalhes específicos, métodos e mecanismos representativos e exemplos ilustrativos exibidos e descritos. Por conseguinte, podem ser feitos desvios de tais detalhes sem que se afaste do espírito ou do escopo do conceito inventivo geral do requerente.

Claims

1. Pneu (100) compreendendo: uma lâmina de lona de corpo (200) que tem um núcleo de borracha (205) definido por uma superfície superior (TS) que tem um comprimento (L) e uma largura (W), uma superfície inferior (BS) tendo o mesmo comprimento (L) e a mesma largura (W), e superfícies laterais tendo uma altura comum (H), em que o núcleo de borracha (205) é adicionalmente definido por uma camada de borracha superior (210) e uma camada de borracha inferior (215), a lâmina de lona de corpo (200) incluindo: cordões de reforço (220) dispostos entre a camada de borracha superior (210) e a camada de borracha inferior (215) abrangem a largura (W) da lâmina de lona de corpo (200), cordões de sangria (225) configurados para ventilar gás a partir do pneu (100) durante a vulcanização, em que os cordões de sangria (225) estão dispostos sobre a lâmina da lona de corpo (200), e cordões condutivos (230) configurados para dissipar carga elétrica do pneu (100) após a vulcanização, em que os cordões condutivos (230) estão dispostos sobre a lona de corpo (200), caracterizado pelo fato de que: os cordões de reforço (220) são espaçados entre si por 0,0001 a 0,0040 m, os cordões de sangria (225) são espaçados entre si por 0,08 a 0,12 m, os cordões condutivos (230) são espaçados entre si por 0,20 a 0,80 m, e os cordões condutivos (230) adicionalmente compreendem um segmento que se estende a partir da lâmina de lona de corpo (200).

2. Pneu (100), de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que um de cada 5 cordões de sangria (225) é um cordão condutivo (230).

3. Pneu (100), de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que os cordões condutivos (230) são infundidos em negro de fumo.

4. Pneu (100), de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que um de cada 10 cordões de sangria (225) é unido a um cordão condutivo (230).

5. Pneu (100), de acordo com a reivindicação 4, caracterizado pelo fato de que a área em seção transversal do cordão condutivo (230) unido ao cordão de sangria é 10% da área em seção transversal do cordão de sangria.

6. Pneu (100), de acordo com a reivindicação 4, caracterizado pelo fato de que o cordão condutivo (230) é envolvido em torno do cordão de sangria ao qual este está unido.

7. Método (400) para preparar um pneu (100) condutivo, do tipo definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado pelo fato de que compreende: fornecer (410) cordões de lona de corpo (200); calandrar borracha ao redor dos cordões da lona de corpo (200) para formar uma lona de corpo (200); fornecer (420) cordões condutivos (230) selecionados do grupo que consiste em cordões de sangria (225) condutivos e cordões infundidos (305), em que os cordões de sangria (225) condutivos são formados através do umedecimento dos cordões de sangria (225) e introdução dos cordões de sangria (225) umedecidos em negro de fumo condutivo para formar os cordões de sangria (225) condutivos, e em que os cordões infundidos (305) são formados através de infusão dos cordões em negro de fumo condutivo; posicionar os cordões condutivos (230) em relação aos cordões de lona de corpo (200); fornecer (440) talões (105, 110), flancos (140, 145), uma cinta circunferencial (120) e uma banda de rodagem de pneu (100); conformar (450) a lona de corpo (200) em um anel em conexão com os talões (105, 110) e flancos (140, 145); costurar a cinta circunferencial (120) e a banda de rodagem do pneu (100) ao anel; moldar (460) a lona de corpo (200), talões (105, 110), flancos (140, 145) e banda de rodagem de pneu (100) em um pneu (100) curado através da colocação da lona de corpo (200), talões (105, 110), flancos (140, 145) e banda de rodagem de pneu (100) em um molde e vulcanização do pneu (100); e remover o pneu (100) do molde.

8. Método, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de posicionar os cordões condutivos (230) sobre uma superfície de lona de corpo (200).

9. Método, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de adicionalmente formar os cordões de sangria (225) condutivos por torção dos cordões de sangria (225) enquanto se introduz negro de fumo condutivo.

10. Método, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de que cada um dos flancos (140, 145) tem uma resistividade de 11 x 107 ohm.cm e a banda de rodagem do pneu (100) tem resistividade de 13 x 107 ohm.cm.