BR112015008586B1

BR112015008586B1 - Dispositivo de controle e aparelho para controlar uma peça de mão cirúrgica

Info

Publication number: BR112015008586B1
Application number: BR112015008586-5A
Authority: BR
Inventors: Pascal Regere; Charles Reche; Yann Gallard
Original assignee: Societe Pour La Conception Des App. Des Techn. Electroniques
Priority date: 2012-10-18
Filing date: 2013-10-03
Publication date: 2021-09-08
Also published as: US20150265259A1; TWI592131B; WO2014060676A1; ES2620952T3; EP2908763B1; DK2908763T3; CN104736100A; TW201427634A; IL238265B; US9757101B2; BR112015008586A2; IL238265A0; JP2015532159A; EP2908763A1; FR2997008A1; CA2888572A1; FR2997008B1

Abstract

dispositivo de controle e aparelho para controlar uma peça de mão cirúrgica. a invenção se refere a um dispositivo de controle (200) destinado a controlar uma peça de mão cirúrgica (218), o dispositivo se destina a controlar a peça de mão cirúrgica de acordo com parâmetros de controle, o dispositivo de controle (200) compreende meio de controle local (204) presente no dispositivo de controle; meio de comunicação sem fio (213) destinado à comunicação com o meio de controle remoto (208) por uma ligação de comunicação sem fio (220), o meio de controle local (204) e o meio de comunicação sem fio (213) se destina a receber instruções para ajustar cada parâmetro de controle, e meio seletor (216) para selecionar o meio de controle local (204) ou o meio de comunicação sem fio (213) para ajustar cada parâmetro de controle.

Description

[001] A invenção se refere ao campo das peças de mão cirúrgicas, como aquelas utilizadas em tratamentos médicos ou odontológicos, e, objetivamente, a um instrumento de controle da peça de mão.

[002] A invenção se refere, em particular, a brocas, micromotores, bem como instrumentos profiláticos, diagnósticos, de imagens ou cirúrgicos.

[003] O espaço ocupado pelo equipamento de uso profissional nas cirurgias médicas e odontológicas é um problema recorrente que vem de inúmeras ligações com cabo, que compreendem fios de alimentação para transmitir eletricidade ou fluidos para peças de mão cirúrgicas, e também para ligações múltiplas com os sistemas de controle associados.

[004] O equipamento supracitado se aplica, por exemplo, à odontologia relacionada aos instrumentos para remoção de crostas. Como mostra a Figura 1, o instrumento broca 100 comum compreende um dispositivo de controle 110 (isto é, uma unidade central) que atua especificamente para gerar ultrassom, o dispositivo é conectado por um cabo 111 na peça de mão cirúrgica 115. Um inserto de sonótrodo ou ultrassom 130 é montado no topo ou na porção distai da peça de mão 115. Conhecidamente, a peça de mão 115 tem um transdutor piezelétrico (não mostrado) acoplado mecanicamente no inserto 130, para transmitir a ele a vibração do ultrassom em amplitudes, que consistem na função da energia elétrica transmitida pelo gerador do ultrassom.

[005] O dispositivo de controle 110 também pode alimentar a peça de mão 115 com um fluido de irrigação pelo cabo 111 e com a ajuda de uma bomba de irrigação (não mostrada).

[006] Neste exemplo, a face frontal do dispositivo de controle 110 inclui uma interface homem-máquina composta por chaves 135 e uma tela 138. A interface permite ao operador ajustar as configurações de controle, como a energia elétrica transmitida para a peça de mão 115 e a taxa de irrigação gerada pela bomba de irrigação.

[007] O sistema se adéqua bem ao pedal de controle com fio 140, permitindo ao operador ajustar com os pés os parâmetros de controle.

[008] O instrumento broca apresenta três tipos de conexão, a saber: a primeira conexão que aciona o dispositivo de controle 110; a segunda conexão (ex.: do cabo, 111) que conecta a peça de mão 115 no dispositivo de controle 110; e a terceira conexão 150 que conecta o dispositivo de controle 110 no pedal 140.

[009] O número cada vez maior das peças de equipamentos presentes nas cirurgias médicas ou odontológicas toma necessário racionalizar as formas pelas quais elas se interconectam, reduzindo o espaço que elas ocupam.

[010] Neste sentido, várias soluções vêm sendo propostas, especificamente com o uso dos dispositivos de controle capazes de se comunicarem por uma ligação sem fio do tipo unidirecional ou bidirecional com controle remoto. Este tipo de ligação sem fio pode ser operado com a aplicação de vários modelos, como, por exemplo, o protocolo Bluetooth™ (marca registrada) (em conformidade com o padrão IEEE 802.15.1.).

[011] Entretanto, podem-se utilizar outros protocolos, como os seguintes: WiFi, Zigbee e NFC, que correspondem, respectivamente, aos seguintes padrões: IEEE 802.11, IEEE 802.15.4 e ISO/CEI 1444.

[012] O controle remoto tem a vantagem de eliminar algumas ligações com fio, como as que conectam, por exemplo, o pedal de controle na unidade central. Uma configuração específica é descrita, por exemplo, no documento US 2012/0064483 Al.

[013] Entretanto, os dispositivos de controle sem fio da peça de mão cirúrgica apresentam alguns riscos de segurança nos usos específicos para os quais os instrumentos acima são indicados.

[014] Além do supracitado, a unidade de controle pode apresentar defeito, além da ligação de comunicação sem fio ser afetada, interrompida ou não ser estabelecida normalmente com o controle remoto. A falha pode advir de vários problemas, como erro de software, bateria vazia, erro do operador, etc. Além disso, a ligação sem fio é afetada pelo ambiente externo (como, por exemplo, a interferência de dispositivos sem fio ao redor).

[0l5] Além disso, pode ocorrer um conflito entre os dois sistemas de controle utilizados de forma paralela, um sistema com fio e um sistema sem fio.

[016] Outras situações de emergência também podem ocorrer caso o controle remoto não esteja ao alcance do operador (ou seja mal acionado por terceiros), tendo ele que recuperar a peça de mão com rapidez.

[017] As intervenções médicas realizadas com o uso de peças de mão cirúrgicas são em geral difíceis, sendo essencial ao operador ter o controle total das configurações de controle do instrumento.

[018] Pelas razões indicadas, faz-se necessário um dispositivo de controle que elimina as desvantagens dos dispositivos supracitados, e, de modo específico, um dispositivo de controle que facilita o ajuste das configurações de controle, ao mesmo tempo que oferece maior segurança para a peça de mão.

Objeto e resumo da invenção

[019] A invenção tem como objeto propor um dispositivo de controle para controlar uma peça de mão cirúrgica, o dispositivo se destina a controlar a peça de mão cirúrgica de acordo com ao menos um parâmetro de controle, o dispositivo de controle compreende o seguinte:

[020] - meio de controle local presente no dispositivo de controle;

[021] - meio de comunicação sem fio destinado à comunicação com o meio de controle remoto por uma ligação de comunicação sem fio, o meio de controle local e o meio de comunicação sem fio se destina a receber instruções para ajustar cada parâmetro de controle; e

[022] - meio seletor para selecionar o meio de controle local ou o meio de comunicação sem fio para ajustar cada parâmetro de controle.

[023] A invenção tem a vantagem de assegurar o ajuste dos parâmetros de controle (ou das configurações de controle) da peça de mão cirúrgica. Como indica a invenção, o operador pode sempre recuperar o controle da peça de mão com rapidez em caso de falha na comunicação sem fio ou situação de emergência (como já foi explicado, pode haver inúmeros tipos de situação de emergência).

[024] O dispositivo de controle também tem a vantagem de definir os níveis de prioridade entre o meio de controle local e o meio de controle remoto: por exemplo, em caso de falha ao receber ou processar as instruções de ajuste emitidas pelo meio de controle remoto, o operador pode ainda recuperar o controle da peça de mão.

[025] O meio seletor atua de modo específico ao definir qual o meio dentre os meios de controle local e dos meios de comunicação sem fio a ser levado em consideração pelo dispositivo de controle, com a finalidade de ajustar as configurações de controle da peça de mão. Especificamente, ao serem selecionados os meios de controle local, ignoram-se as instruções a serem recebidas pelo meio de comunicação sem fio, eliminando qualquer configuração errônea da peça de mão. Assim, o controle da peça se torna mais seguro.

[026] Na primeira modalidade, os meios de controle local incluem uma porção removível;

[027] - o dispositivo de controle também compreende meio detector para detectar a presença da porção removível no dispositivo de controle;

[028] O meio seletor é configurado para selecionar o meio de controle local automaticamente, ajustando cada parâmetro de controle caso seja detectada a presença da porção removível.

[029] Na primeira modalidade, quando a porção removível está em sua posição de operação, o meio de controle local tem prioridade em relação ao meio de controle remoto, isto é, os meios de controle local são selecionados pelo meio seletor. Consequentemente, as instruções emitidas são ignoradas pelo terminal, e somente aquelas oriundas dos meios de controle local são levadas em consideração no ajuste da peça de mão.

[030] Na segunda modalidade, o meio seletor compreende um botão operado manualmente para selecionar o meio de controle local ou o meio de comunicação sem fio para ajustar o parâmetro de controle.

[031] Na segunda modalidade, o operador pode a qualquer momento utilizar o botão para selecionar o meio de controle local ou o meio de comunicação remoto. Desta forma, em caso de falha na ligação de comunicação sem fio (ou em qualquer outra situação de emergência), o operador pode recuperar com rapidez o controle da peça de mão cirúrgica ao selecionar o meio de controle local para ajustar as configurações de controle. Assim, o dispositivo de controle é forçado a ignorar todas as instruções oriundas do meio de controle remoto pela ligação de comunicação sem fio.

[032] Além disso, a ligação de comunicação sem fio pode ser do tipo Bluetooth™,ou ser uma ligação que obedece a qualquer um dos protocolos supracitados (WiFi, Zigbeee NFC).

[033] Outrossim, o meio de controle local pode compreender um botão magnético de efeito Hall.

[034] Em uma modalidade específica, a peça de mão inclui um transdutor piezelétrico, e ao menos um parâmetro compreende ao menos um dos seguintes itens: nível de energia elétrica a ser transmitida para a peça de mão; taxa do fluxo de irrigação da peça de mão; e ativação ou desativação da peça de mão.

[035] De modo correspondente, a invenção também propõe um aparelho para controlar uma peça de mão cirúrgica, o aparelho compreende o seguinte:

[036] - dispositivo de controle, como na definição supra;

[037] - peça de mão com parâmetros de controle que são ajustados pelo dispositivo de controle; e

[038] - meio de controle remoto destinado à comunicação com o meio de comunicação sem fio do dispositivo de controle pela ligação sem fio.

[039] O meio de controle remoto pode ser um módulo de comunicação tipo celular ou tabletou qualquer outro equipamento equivalente.

Breve descrição dos desenhos

[040] Outras características e vantagens da invenção são apresentadas na descrição a seguir e com referência aos desenhos a ela anexados, que mostram uma modalidade não limitada. Seguem as figuras:

[041] - a Figura 1, descrita acima, é uma vista diagramática e do exemplo do instrumento de tratamento odontológico com uma peça de mão cirúrgica;

[042] - as Figuras 2, 3 e 4 são vistas diagramáticas do dispositivo de controle de uma peça de mão cirúrgica, na primeira modalidade da invenção;

[043] - a Figura 5 é uma vista diagramática de uma variante da primeira modalidade, mostrada nas Figuras 3 e 4; e

[044] - as Figuras 6 e 7 são vistas diagramáticas do dispositivo de controle, na segunda modalidade da invenção.

Descrição detalhada de várias modalidades

[045] Como já mencionado, a invenção se refere ao campo das peças de mão cirúrgicas, como aquelas utilizadas em tratamentos médicos e odontológicos, e, de modo mais específico, a um dispositivo de controle da peça de mão.

[046] Mais adiante, as modalidades descritas na invenção se referem à situação específica do dispositivo de controle de uma peça de mão cirúrgica destinada à remoção de crostas no dente.

[047] Entretanto, observa-se que a invenção se aplica de forma mais geral a qualquer dispositivo de controle da peça de mão cirúrgica.

[048] A primeira modalidade da invenção é descrita inicialmente com referência ao dispositivo de controle 200, mostrado nas Figuras 2, 3 e 4.

[049] O dispositivo de controle supradescrito 200 atua no controle da peça de mão cirúrgica 218 em tratamentos odontológicos, isto é, na remoção de crostas. A peça de mão cirúrgica 218 compreende, de modo específico, um transdutor piezelétrico de limitação mecânica (não mostrado) destinado a gerar e transmitir a vibração do ultrassom para o inserto 219 montado na extremidade distai da peça de mão.

[050] O dispositivo de controle 200 também compreende um cartão de controle 202 correspondente, neste exemplo, ao cartão-mãe, incluindo o processador e as memórias. A arquitetura de hardware do cartão é convencional e, por esta razão, não é aqui descrita em maiores detalhes.

[051] O cartão-mãe 202 administra a operação geral do dispositivo de controle 200 e, de modo específico, inclui um módulo de controle 214 responsável pelo ajuste dos parâmetros de controle (ou configurações de controle) da peça de mão cirúrgica 218. Na presente modalidade, os parâmetros de controle controlados pelo cartão-mãe 202 podem compreender ao menos um parâmetro selecionado dos seguintes itens: a energia elétrica a ser transmitida para a peça de mão, bem como a taxa do fluxo de irrigação da peça de mão 218. Ao ajustar a taxa do fluxo de irrigação de forma correta (acionando a bomba de modo rápido e contínuo), pode-se drenar a peça de mão.

[052] O dispositivo de controle 200 também compreende um cartão de controle filha 212 acoplado ao cartão-mãe. O cartão-filha 212 coopera com a interface de comunicação 210 e faz com que a ligação de comunicação sem fio seja estabelecida entre a interface 210 e as entidades externas ao dispositivo de controle 200. Neste exemplo, considera-se a situação em que a ligação de comunicação pelo Bluetooth™é estabelecida entre a interface de comunicação sem fio 210 e o terminal remoto 208.

[053] Entretanto, deve-se observar que os protocolos de comunicação sem fio, com exceção do Bluetooth™,podem ser considerados no contexto da invenção (como os protocolos supra WiFi, Zigbee e NFC). A ligação de comunicação 220 é, preferivelmente, do tipo rádio, sendo também possíveis outras tecnologias de comunicação, como infravermelho.

[054] O cartão-filha 212 se destina a receber e processar as instruções de ajuste de cada parâmetro de controle da peça de mão 218, as instruções são emitidas do terminal remoto 208 pela ligação de comunicação sem fio 220 e, em seguida, transmitidas pela interface de comunicação 210 para o cartão-filha 212. Neste exemplo, o cartão-filha 212 atua, de forma específica, para decodificar a ligação sem fio.

[055] O terminal 208, neste exemplo, compõe o meio de controle remotor, de acordo com a invenção. O terminal 208 pode ser na forma de um módulo de comunicação, isto é, celular ou tablet.A aplicação do software executada pelo telefone faz com que o operador controle os parâmetros de controle da peça de mão 218 remotamente.

[056] Como alternativa, o meio de controle remoto 208 pode ser na forma de qualquer outro tipo de controle sem fio, ou seja, como um pedal de controle convencional destinado a emitir instruções de ajuste pela ligação de comunicação sem fio.

[057] O cartão-filha 212 e a interface de comunicação 210 também compõem os meios de comunicação sem fio 213 destinados à comunicação com o meio de controle remoto (isto é, o terminal 208, neste exemplo) pela ligação de comunicação sem fio 220.

[058] Em seguida, o cartão-filha 212 transmite as instruções que recebe para o cartão-mãe 202, após executar os processamentos necessários, caso necessário.

[059| Na modalidade em questão, deve-se observar que o cartão- filha 212 difere do cartão-mãe 202. Entretanto, esta configuração não é essencial e compõe apenas uma possível modalidade da invenção. Como alternativa, a função do cartão-filha 212 pode ser executada pelo próprio cartão-mãe 202.

[060] O dispositivo de controle 200 também inclui meios de controle local 204 presentes no próprio dispositivo de controle 200. Ao utilizar os meios de controle local, o profissional pode ajustar um ou mais parâmetros de controle da peça de mão 218.

[061] Na primeira modalidade, os meios de controle local 204 compreendem uma porção removível 204A e uma porção estacionária 204B do botão magnético de efeito Hall. A porção estacionária 204B é segurada no dispositivo de controle 200 e pode cooperar com a porção removível 204A ao ser montado na porção estacionária 204B. Neste exemplo, o profissional pode remover a porção removível 204A manualmente e recolocá-la na porção estacionária 204B, sendo necessário ajustar os parâmetros de controle na peça de mão 218 diretamente no alojamento do dispositivo de controle 200.

[062] Como mostra a Figura 4, a porção estacionária 204B, neste exemplo, é encaixada com um pino 226 configurado para ser engatado no recesso da porção traseira da porção removível 204A, ao mesmo tempo que a porção removível 204A permanece em sua posição de operação no dispositivo de controle 200. O operador pode ajustar uma ou mais configurações de controle ao girar a porção removível 204A, isto é, com a ajuda de marcadores visuais que podem ser dispostos na porção removível 204A (ou mesmo na porção estacionária 204B).

[063] A porção estacionária 204B também compreende um pilar 228 que impede o giro da porção removível 204A ao chegar ao final do seu curso (quando o operador atinge o valor de ajuste máximo possível ou o valor de ajuste mínimo possível).

[064] Ao desprender a porção removível 204A, o usuário pode limpar com eficiência a face frontal do dispositivo de controle 200, especificamente a porção estacionária 204B, mantendo a boa higiene do dispositivo de controle 200, muitas vezes crítica na área médica.

[065] Entretanto, deve-se observar que podem existir variantes da primeira modalidade em que o botão magnético de efeito Hall é substituído por qualquer outro tipo de botão ou meio de controle local com uma porção estacionária 204B e uma porção removível 204A. Por exemplo, os meios de controle local 204 podem corresponder a um botão elétrico ou outro que opera com a ajuda de meios óticos. Como outro exemplo, o botão do tipo ótico pode compreender um diodo emissor de luz (LED), montado na porção removível, com um ou mais fotodetectores montados de frente para ele na porção estacionária, para detectar a posição do LED, bem como a da porção removível 204A de frente para a porção estacionária 204B.

[066] De forma mais geral, os meios de controle local 204 do dispositivo de controle 200 se destinam a receber as instruções de ajuste de um ou mais parâmetros de controle da peça de mão 218, as instruções são emitidas pelo operador que atua nos meios de controle local 204 (isto é, ao girar o botão magnético de efeito Hall).

[067| Neste exemplo, o dispositivo de controle 200 também é encaixado no pedal de controle 222, para que o operador 218 ligue e desligue a peça de mão.

[068] Além do supracitado, o cartão-mãe 202 compreende um módulo seletor 261 destinado a selecionar os meios de controle local 204 ou os meios de comunicação sem fio 213, com a finalidade de ajustar a configuração(s) de controle. Neste exemplo, o módulo seletor 216 compreende o meio seletor da invenção.

[069] O módulo de controle 214 é configurado para ajustar os parâmetros de controle da peça de mão cirúrgica 218, como uma função da seleção efetuada pelo módulo seletor 216. Em outras palavras, o módulo de controle 214 é responsável somente pelas configurações de ajuste oriundas dos meios selecionados pelo módulo seletor, a saber: o meio de comunicação sem fio 213 ou, como alternativa a ele, os meios de controle local 204.

[070] Em qualquer momento, somente um dos meios de comunicação sem fio 213 e um dos meios de controle local 204 pode ser selecionado pelo meio seletor 216 (isto é, os dois meios 213 e 204 não podem ser selecionados de forma simultânea).

[071] Na primeira modalidade, os meios de controle local 204 compreendem o meio detector 206 para detectar a presença da porção removível 204A no dispositivo de controle 200. Ou seja, os meios detectores 206 se destinam a detectar a presença (e também, em contrapartida, a ausência) da porção removível 204A na porção estacionária 204B.

[072] Por exemplo, os meios detectores 206 podem compreender meios óticos (ex.: fotodetector) para detectarem o momento em que a porção removível 204A é montada na posição de operação da porção estacionária 204B nos meios de controle local 204.

[073] Ainda na primeira modalidade, os meios seletores 216 são configurados para selecionar os meios de controle local 204 automaticamente, com a finalidade de ajustar as configurações de controle quando os meios detectores 206 detectam a presença da porção removível 204A na porção estacionária 204B. Nestas circunstâncias, o módulo de controle 214 é responsável pelas instruções de ajuste emitidas pelos meios de controle local 204 para ajustar os parâmetros de controle da peça de mão 218.

[074| Por outro lado, quando o meio detector 206 detecta a ausência da porção removível 204A (durante a limpeza do dispositivo de controle 200), os meios seletores selecionam automaticamente os meios de comunicação sem fio 213 para ajustar os parâmetros de controle da peça de mão 218. Nestas circunstâncias, o módulo de controle 214 é responsável somente pelas instruções de ajuste recebidas pelo meio de comunicação sem fio 213 oriundas do terminal remoto 208 pela ligação de comunicação sem fio 220.

[075| Como já foi dito, quando a porção removível 204A dos meios de controle local 204 está presente no dispositivo de controle 200, somente as instruções oriundas do botão 204 são levadas em consideração no ajuste dos parâmetros. Deve-se observar que na seleção dos meios de controle local 204 pelos meios seletores 216, a ligação de comunicação sem fio (do tipo Bluetooth'™, neste exemplo) não é necessariamente interrompida.

[076| Em uma variante preferida, a ligação de comunicação sem fio 220 é mantida, mesmo que a presença da porção removível 204A seja detectada pelos meios detectores 206. A variante tem a vantagem de eliminar o tempo de espera indesejado e oriundo do tempo tomado, para reestabelccer a ligação de comunicação 220, quando a porção removível 204A não está mais presente no dispositivo de controle 200, em que o tempo de espera pode ser de menor ou maior duração. Nesta variante preferida, quando os meios de controle local são selecionados (em razão da presença da porção removível 204A no dispositivo de controle 200), as instruções recebidas pelo meio de comunicação sem fio 213 são ignoradas pelo cartão-mãe 202 (ou mesmo pelo cartão-filha 212).

[077] Na variante mostrada na Figura 5, o terminal remoto 208 pode ser disposto em um suporte 230, o qual pode ser posicionado em substituição à porção removível 204A.

[078] O dispositivo de controle 300 da segunda modalidade é descrito abaixo com referência às Figuras 6 e 7.

[079] O dispositivo de controle 300 compreende, de um modo geral, os mesmos elementos que os descritos acima com referência ao dispositivo de controle 200. Os elementos comuns aos dois dispositivos 200 e 300 têm as mesmas referências e, por isso, não são descritos novamente.

[080] O dispositivo de controle 300 difere do dispositivo supracitado 200, no sentido de que os meios de controle local 304 não têm uma porção removível. Na segunda modalidade, os meios de controle local têm a forma de um botão 304 que pode ser girado no alojamento do dispositivo de controle 300, com a finalidade de ajustar uma ou mais configurações de controle da peça de mão 218. Entretanto, podem-se considerar outras formas de controle local.

[081] Na segunda modalidade, os meios de controle local 304 não apresentam meios detectores 206, como descrito acima, na primeira modalidade.

[082] Neste exemplo, o dispositivo de controle 300 também tem um comutador 215 na forma de um botão disposto no alojamento (entretanto, outras formas de comutador podem ser consideradas pelo técnico conhecedor). O comutador 215 pode ser acionado manualmente pelo operador e, ao ser ativado, atua na seleção dos meios de controle local 304 ou até dos meios de comunicação sem fio 213, com a finalidade de ajustar cada parâmetro de controle.

[083] Além do supracitado, a invenção tem a vantagem de assegurar o ajuste das configurações de controle da peça de mão cirúrgica 208. De acordo com a invenção, o operador pode especificamente recuperar com rapidez o controle da peça de mão 218 em caso de falha eventual da comunicação sem fio 220 ou situação de emergência (como já foi dito, as situações de emergência podem ter inúmeras origens).

[084] O dispositivo de controle tem também a vantagem de definir os níveis de prioridade entre os meios de controle local 204 e os meios de controle remoto 208: por exemplo, em caso de falha no recebimento ou processamento das instruções de ajuste emitidas pelos meios de controle remoto 208, o operador ainda pode recuperar a peça de mão 218.

[085] Na primeira modalidade (dispositivo de controle 200), quando a porção removível 204A está em sua posição de operação, os meios de controle local 204 têm prioridade em relação aos meios de controle remoto 208, isto é, os meios de controle local são selecionados pelos meios seletores 216. Consequentemente, as instruções emitidas pelo terminal 208 são ignoradas e somente aquelas oriundas do botão 204 são levadas em consideração no ajuste da peça de mão 218.

[086] Na segunda modalidade (dispositivo de controle) o operador pode utilizar a qualquer momento o comutador 215 para selecionar os meios de controle local 304 ou os meios de comunicação remota 213. Desta forma, em caso de falha na ligação de comunicação sem fio 220 ou em qualquer outra situação de emergência, o operador pode assumir o controle rápido da peça de mão cirúrgica 218 ao selecionar o botão 304 para ajustar as configurações de controle. Desta forma, o dispositivo de controle 200 é forçado a ignorar todas as instruções oriundas dos meios de controle remoto pela ligação de comunicação sem fio 220.

Claims

1. Dispositivo de controle (200) para controlar uma peça de mão cirúrgica (218), sendo o dispositivo (200) adequado para controlar a peça de mão cirúrgica (218) de acordo com ao menos um parâmetro de controle, o dispositivo de controle (200) caracterizado por compreender: - meio de controle local (204) presente no referido dispositivo de controle (200), o meio de controle local (204) incluindo uma porção removível (204A); - meio de comunicação sem fio (213) adequado à comunicação com o meio de controle remoto (208) por uma ligação de comunicação sem fio (220), o meio de controle local (204) e o meio de comunicação sem fio (213) sendo adequados a receber instruções para ajustar cada parâmetro de controle; e - meio seletor (216) para selecionar o meio de controle local (204) ou o meio de comunicação sem fio (213) para ajustar cada parâmetro de controle, o meio seletor (216) sendo configurado para selecionar o meio de controle local (204) automaticamente para ajustar cada parâmetro de controle no evento da presença da dita porção removível (204A) sendo detectada.

2. Dispositivo de controle (300) para controlar uma peça de mão cirúrgica (218), sendo o dispositivo adequado para controlar a peça de mão cirúrgica (218) de acordo com ao menos um parâmetro de controle, o dispositivo de controle (300) caracterizado por compreender: - meio de controle local (304) presente no referido dispositivo de controle (300); - meio de comunicação sem fio (213) adequado à comunicação com o meio de controle remoto (208) por uma ligação de comunicação sem fio (220), o meio de controle local (304) e o meio de comunicação sem fio (213) sendo adequado a receber instruções para ajustar cada parâmetro de controle; e - meio seletor (216) para selecionar o meio de controle local (304) ou o meio de comunicação sem fio (213) para ajustar cada parâmetro de controle, o meio seletor (216) sendo um comutador operado manualmente (215) disposto no dispositivo de controle (300).

3. Dispositivo de controle (300) de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por, quando o meio de controle local (304) é selecionado pelo meio seletor (216), o dispositivo de controle (300) é configurado para ignorar todas as instruções que possam vir do meio de controle remoto (208) através da ligação de comunicação sem fio (220).

4. Dispositivo de controle (200; 300) de acordo com a reivindicação 1 ou reivindicação 2, caracterizado por a ligação de comunicação sem fio (220) ser do tipo BluetoothTM.

5. Dispositivo de controle (200; 300) de acordo com a reivindicação 1 ou reivindicação 2, caracterizado por o meio de controle local (204) compreender um botão magnético de efeito Hall.

6. Dispositivo de controle (200; 300) de acordo com a reivindicação 1 ou reivindicação 2, caracterizado por a peça de mão (218) incluir um transdutor piezelétrico, o referido ao menos um parâmetro compreendendo ao menos um dentre os seguintes: um nível de energia elétrica a ser transmitida para a peça de mão (218); uma taxa do fluxo de irrigação da peça de mão (218); e ativação ou desativação da peça de mão (218).

7. Aparelho para controlar uma peça de mão cirúrgica (218) caracterizado por compreender: - um dispositivo de controle (200; 300) conforme definido na reivindicação 1 ou reivindicação 2; - uma peça de mão (218) tendo parâmetros de controle que são ajustados pelo dispositivo de controle (200; 300); e - meio de controle remoto (208) adequado à comunicação com o meio de comunicação sem fio (213) do dispositivo de controle através da ligação sem fio (220).

8. Aparelho de controle de acordo com a reivindicação 7, caracterizado por o meio de controle remoto (208) ser um módulo de comunicações do tipo telefone móvel ou tablet digital.