BR112013022657B1 - dispositivo bucal - Google Patents

Abstract

DISPOSITIVO BUCAL A presente invenção refere-se a um dispositivo bucal (2) que é ajustado para ser usado na boca por uma pessoa e para solicitar o nervo trigêmero quando da deglutição. Um processo de aprendizagem de uma praxe, compreendendo o uso de um dispositivo bucal (2) por uma pessoa ajustado para solicitar o nervo trigêmeo quando da deglutição.

Description

[0001] A presente invenção refere-se ao domínio do crescimento facial infantil.

[0002] O crescimento facial é um domínio que constitui o objeto de numerosas pesquisas e que está em perpétua evolução. No decorrer dessas evoluções, acontece que dogmas sejam progressivamente modificados e/ou transformados.

[0003] Dentre os dogmas bem estabelecidos, conta-se a noção que vale mais esperar que o crescimento maxilo-mandibular seja terminado, ou que todos os dentes definitivos tenham evoluído, antes de operar um tratamento das dismorfoses maxilo-mandibulares, pois o tamanho da mandíbula é pré-determinada, e não é possível influenciá- la.

[0004] Os trabalhos de pesquisa clínica efetuados pelo Requerente no decorrer dos últimos 25 anos, derrubaram esse dogma, e mostraram todo o interesse da ortodontia precoce em uma prática visando a prevenção.

[0005] Esses trabalhos não visam a tratar todas as crianças com dentição lacteal, mas a corrigir, de maneira precoce, um certo número, de dismorfoses esqueléticas, antes da idade clássica de tratamento ortodôntico.

[0006] Recentemente, o requerente identificou um conjunto de condições maxilo-mandibulares ligadas a uma deficiência na aquisição da deglutição de tipo "indivíduo dentado" (também denominada deglutição adulta). Na prática, isto significa que determinadas crianças conservam durante muito tempo uma praxe de sucção-deglutição (totalmente denominada deglutição infantil ou deglutição primária).

[0007] Até hoje, esses trabalhos continuam precursores nesse domínio e não existe método, nem dispositivo adaptados ao seu uso.

[0008] A invenção vem melhorar a situação.

[0009] Para isso, o requerente propõe um dispositivo bucal, ajustado para ser usado na boca por uma pessoa e para solicitar o nervo trigêmeo, quando da deglutição. Vantajosamente, esse dispositivo pode compreender uma parte superior que apresenta uma forma sensivelmente em goteira, e própria para se alojar entre um lábio superior e uma arcada dentária, uma parte inferior apresentando uma forma sensivelmente em goteira, e próprio para se alojar entre um lábio inferior e uma arcada dentária, assim como uma abertura entre a parte superior e a parte inferior. A parte superior e a parte inferior são ligadas entre elas a extremidades respectivas, de modo que, quando o dispositivo é recebido em uma boca, a musculatura labial fica sensivelmente em repouso, e pelo menos uma parte da abertura permanece livre.

[0010] O requerente propõe também um processo de aprendizagem de uma praxe, compreendendo o uso de um dispositivo bucal por uma pessoa, ajustado para solicitar o nervo trigêmeo, quando da deglutição. Vantajosamente, esse processo pode compreender a colocação do dispositivo pelo menos em parte entre os lábios e a arcada dentária da pessoa e a manutenção da musculatura labial sensivelmente em repouso, assim como a manutenção de uma abertura entre os lábios pela duração do uso.

[0011] Esse dispositivo e esse processo apresentam numerosas vantagens que serão explicitadas mais abaixo.

[0012] Outras características e vantagens da invenção aparecerão melhor com a leitura da descrição que segue, tirada de exemplos dados a título ilustrativo e não limitativo tirado dos desenhos, nos quais: - a figura 1 representa uma vista, em perspectiva, de três- quartos de um dispositivo, de acordo com a invenção; - a figura 2 representa uma vista da traseira do dispositivo da figura 1; - a figura 3 representa uma vista frontal do dispositivo da figura 1; - a figura 4 representa uma vista lateral esquerda do dispositivo da figura 1; - a figura 5 representa uma vista lateral direita do dispositivo da figura 1; - a figura 6 representa uma vista em perspectiva de três- quartos de um outro modo de realização do dispositivo, de acordo com a invenção; - a figura 7 representa uma vista traseira do dispositivo da figura 6; - a figura 8 representa uma vista frontal do dispositivo da figura 6; - a figura 9 representa uma vista lateral esquerda do dispositivo da figura 6; e - a figura 10 representa uma vista lateral direta do dispositivo da figura 6.

[0013] Os desenhos e a descrição a seguir contêm, no essencial, os elementos de caráter determinado. Eles poderão, portanto, não somente servir para fazer compreender a presente invenção, mas também contribuir para sua definição, se for o caso.

[0014] A estrutura do estágio médio do rosto de uma criança conhece um crescimento que é condicionado por seu ambiente funcional. No caso da cavidade orbital, é o olho que exerce o papel de confor- mador. No caso da caixa, será o cérebro. No que se refere à cavidade bucal, é a língua que exerce o papel conformador, logo que a deglutição de tipo indivíduo dentado tiver sido adquirida.

[0015] Com efeito, a deglutição de tipo indivíduo dentado implica que o domo lingual venha se aplicar contra o véu palatal, tanto quando dos movimentos de deglutição que na postura habitual, o que estimula o crescimento transversal dos maxilares.

[0016] Tradicionalmente, as crianças adquirem a deglutição de tipo indivíduo dentado entre a idade de três anos e a idade de cinco anos, idades nas quais a dentição lacteal é constituída e na qual os hábitos mastigatórios se tornam adquiridos.

[0017] Nas crianças que não adquirem a deglutição de tipo indivíduo dentado, a sucção-deglutição persiste. Mas as forças musculares que são utilizadas com a sucção-deglutição acionam distúrbios no crescimento facial.

[0018] Com efeito, na sucção-deglutição, as arcadas dentárias não estão em contato, quando dos movimentos de deglutição, e a língua se interpõe entre o maxilar e a mandíbula, a fim de encontrar um contato com a mucosa labial ou da bochecha.

[0019] Dessa forma, o domo lingual não mais vem estimular o crescimento do véu palatal que é, ao contrário, travado pela depressão dos músculos bucinadores que decorre dos movimentos de sucção.

[0020] Além disso, a contração da musculatura labial inferior e do queixo mantém a mandíbula em uma posição retrusiva, o que é característico de uma retro-mandíbula funcional que se tornará, caso ela não seja corrigida, uma retrognatia mandibular no adolescente. De modo similar, a manutenção de uma posição baixa habitual da língua acarreta um avanço mandibular e pode, então, transformar o pró- deslizamento inicial em prognatia.

[0021] A ausência de contato entre a língua e o véu palatal conjugada a uma função incisiva invertida, associará uma hipoplasia do estágio médio à dismorfose mandibular.

[0022] Outras condições de desenvolvimento desfavoráveis da mandíbula das crianças podem estar ligadas a um déficit de aquisição da deglutição de tipo indivíduo dentado.

[0023] Além dos problemas fisiológicos que as acompanham, es- sas dismorfoses têm frequentemente consequências importantes de um ponto de vista psicológico, devido aos problemas estéticos que lhes são associados, o que retarda frequentemente a integração social da criança.

[0024] Ao contrário, a aquisição da deglutição de tipo indivíduo dentado favorece a aprendizagem da respiração nasal, assim como a parada da sucção do polegar de maneira mais precoce.

[0025] Todos esses elementos participam da aquisição de um crescimento eumórfico.

[0026] Os trabalhos do requerente mostraram que a passagem da sucção-deglutição para a deglutição de tipo indivíduo dentado é condicionada pelo estabelecimento de novas imagens motrizes. Com efeito, os movimentos habituais efetuados sem controle consciente são executados, conforme uma sequência de imagens motrizes tão próximas uma das outras quanto às imagens de uma sequência filmada. Essas novas imagens motrizes podem ser adquiridas por aprendizagem e enriquecer o esquema corporal na zona oral.

[0027] No âmbito presente, esse esquema se baseia na desconexão da sincinésia lábio/língua e a elevação do domo lingual. Concretamente, trata-se de aprender a engolir, sem fazer apelo para os músculos das faces e lábios. A desconexão da sincinésia lábio/língua e elevação do domo lingual se traduz principalmente pela passagem de uma solicitação do nervo facial (VII) no âmbito da sucção-deglutição para uma solicitação do nervo trigêmeo (V) no âmbito da deglutição de tipo indivíduo dentado.

[0028] Trata-se, portanto, de ensinar a criança a abandonar a sucção - deglutição e a adquirir uma nova praxe de deglutição de tipo indivíduo dentado. A automatização desse tipo de deglutição, repetida uma vez por minuto, modificará o equilíbrio das forças musculares e a língua desempenhará assim pelos 17 músculos que constitui o papel de matriz funcional.

[0029] Os trabalhos do requerente o levaram a constatar que, sem esse novo equilíbrio muscular, os tratamentos mecânicos clássicos duram mais tempo e os resultados nem sempre serão estáveis.

[0030] Atualmente, não existe método ou dispositivo eficaz que permita realizar a aprendizagem da transição sucção-deglutição em direção para a deglutição de tipo indivíduo dentada.

[0031] Em resposta a esses problemas, o requerente concebeu o dispositivo representado na figura 1.

[0032] Conforme se pode vide nessa figura, o dispositivo bucal 2 compreende uma parte superior 4 e uma parte inferior 6.

[0033] Conforme se pode vide nas figuras 4 e 5, a parte superior 4 e a parte inferior 6 apresentam, cada uma, uma forma sensivelmente em goteira. Assim, a parte superior 4 apresenta uma seção com uma ramificação 8, e uma ramificação 10 sensivelmente perpendicular à ramificação 8. A parte inferior 6 apresenta uma seção com uma ramificação 12 e uma ramificação 14 sensivelmente perpendicular à ramificação 12.

[0034] A ramificação 10 apresenta uma forma curvada própria para receber o lábio superior e a se alojar entre a face interna do lábio superior e a arcada dentária superior. A ramificação 14 apresenta uma forma curva própria para receber o lábio inferior, e a se alojar entre a face interna do lábio inferior e a arcada dentária inferior. A face externa do lábio superior e a face externa do lábio inferior vêm se alojar ao contato respectivamente da ramificação 8 e da ramificação 12.

[0035] A ramificação 10 e a ramificação 14 que são de formas curvas compreendem duas partes: - uma primeira parte 16 sensivelmente plana sobre a qual vem se apoiar a face inferior do lábio superior e respectivamente a face superior do lábio inferior; - uma segunda parte 18 sensivelmente arqueada que vem se alojar entre a face interna dos lábios e a arcada dentária.

[0036] A primeira parte 16 é sensivelmente plana. A primeira parte 16 forma um ângulo de aproximadamente 90° com a ramificação 8 (respectivamente a ramificação 12). A extremidade da primeira parte 16 é curvada, de modo que a segunda parte 18 forma um ângulo com a primeira parte 16. A forma arqueada de segunda parte 18 é ajustada, de maneira a tomar a forma da arcada dentária.

[0037] Conforme se pode vide na figura 2, as ramificações 10 e 14 apresentam um recorte 20 sensivelmente no meio da segunda parte 18. O recorte 20 é sensivelmente arredondado, de modo que ele corresponda sensivelmente ao freio de cada lábio, e facilita a colocação do dispositivo 2 na boca.

[0038] Assim, o dispositivo 2 vem se alojar na boca e é aí mantido sem esforço muscular dos lábios, o que oferece um bom conforto de utilização.

[0039] Como aparece mais claramente nas figuras 1, 2 e 3, a parte superior 4 e a parte inferior 6 são ligadas entre si a extremidades respectivas 22 e 24 das partes 18 das ramificações 10 e 14 de saída, de modo que definem entre elas uma abertura 26 de forma sensivelmente oval. Essa abertura 26 é dimensionada de modo que ela permaneça sempre pelo menos parcialmente livre, quando uma pessoa usa o dis-positivo 2. Para isso, ela é concebida de maneira a ser mais espessa que a parte anterior da língua.

[0040] No exemplo descrito aqui, a parte superior 4 e a parte inferior 6 são coladas no nível das extremidades 22 e 24. Como variante essas extremidades compreendem elementos de bloqueio cooperado- res, permitindo destacar a parte superior 4 da parte inferior 6, quando o dispositivo bucal 2 não é usado e ligá-los simplesmente, por exemplo, por clipsagem ou qualquer outro meio apropriado, para o uso. Em uma outra variante, essas extremidades são soldadas.

[0041] No exemplo descrito aqui, o dispositivo 2 apresenta uma largura total de 5 cm e a abertura 26 apresenta uma largura de aproximadamente 3,5 cm. As ramificações 8 e 12 apresentam uma altura de aproximadamente 1 cm e as ramificações 10 e 14 apresentam um comprimento de aproximadamente 7,5 mm, a parte 18 recurvada dessas ramificações remontam a aproximadamente 4 mm. A abertura 26 apresenta uma altura máxima de aproximadamente 1,5 cm.

[0042] De uma maneira geral, a largura do dispositivo 2 é prevista para corresponder sensivelmente ao espaço entre as comissuras labiais das pessoas. Em particular, essa largura poderá ser prevista ligeiramente superior para facilitar a manutenção sem solicitar os músculos. A abertura 26 é prevista para ser mais importante é prevista para ser mais importante que o ápice lingual. A fim de acomodar todas as bocas, vários tamanhos poderão ser previstos para o dispositivo, por exemplo, três tamanhos. Como variante esses diferentes tamanhos poderão ser obtidos, utilizando-se elementos de bloqueio cooperado- res de tamanhos diferentes, ou telescópicos.

[0043] A parte superior 4 e a parte inferior 6 apresentam, cada uma, um plano de simetria, que é sensivelmente perpendicular ao plano das figuras 2 e 3, no nível do recorte 20. Esse plano de simetria reflete a simetria da boca humana. Além disso, o dispositivo 2 poderá apresentar, em certos casos, um plano de simetria suplementar, também perpendicular ao plano das figuras 2 e 3, mas dessa vez no nível da abertura 26, de modo que a parte superior 4 e a parte inferior 6 são simétricas uma da outra em relação a esse plano.

[0044] Como variante, a parte superior e a parte inferior podem apresentar, cada uma, largura de goteira mais importante em oposição a abertura do que nas proximidades da abertura, para permitir uma melhor manutenção e para facilitar a colocação. Em outros termos, o perfil das partes superior e inferior pode ser alargado.

[0045] As figuras 6 e 10 representam um segundo modo de realização do dispositivo bucal. Nessa variante, o dispositivo bucal 2 é monobloco e é, por exemplo, fabricado por moldagem ou qualquer outro meio adaptado. Assim, as ramificações 10 e 14 compreendem, cada uma, uma terceira parte 30 e uma quarta parte 32.

[0046] Conforme se pode vide nas figuras 7 e 8, as terceiras partes 30 e as quartas partes 32 são sensivelmente simétricas uma da outra em relação a um plano sensivelmente perpendicular ao plano das figuras 7 e 8, no nível do recorte 20 e estão em prolongamento das duas partes 18, e de ambas as partes destas.

[0047] A terceira parte 30 da ramificação 10 é ligada à terceira parte 30 da ramificação 14, e a quarta parte 32 da ramificação 10 é ligada à quarta parte 32 da ramificação 14.

[0048] Nessa variante, o dispositivo 2 apresenta uma largura total de 8,5 cm. A abertura 26 é de forma geral oblonga e apresenta uma altura máxima de aproximadamente 2 cm e uma largura máxima de aproximadamente 7,5 cm. As ramificações 8 e 12 apresentam uma altura de aproximadamente 1 cm e uma largura de aproximadamente 3 cm. A parte 16 das ramificações 10 e 14 se estende sobre uma profundidade de aproximadamente 7,5 mm, e a parte 18 recurvada remonta de aproximadamente 4 mm.

[0049] Segundo o tamanho escolhido para o dispositivo 2, isto é, em função das dimensões da boca da criança, essas dimensões poderão variar. Assim, a largura total do dispositivo poderá estar compreendida entre 3 cm e 10 cm, a abertura 26 poderá ter uma largura máxima compreendida entre 2 cm e 9 cm e uma altura máxima compreendida entre 3 mm e 4,5 cm. As ramificações poderão apresentar uma altura compreendida entre 5 mm e 2 cm, e uma largura compreendida entre 2 cm e 5 cm, seja um valor próximo da distância entre as comis- suras. A parte 16 das ramificações 10 e 14 poderá se estender sobre uma profundidade compreendida entre 3 mm e 3 cm e, a parte 18 recurvada poderá subir de aproximadamente 2 mm a 1 cm. Essas dimensões podem ser aplicadas no modo de realização das figuras 1 a 5.

[0050] Vantajosamente, a parte de ligação das partes 30 e 32 toma a forma sensivelmente do contorno interna dos lábios e a ligação ao local no nível dos modiolida comissura das faces, contrariando assim a contração dos músculos nesse nível.

[0051] Sobressai dos dois modos de realização descritos que: - as partes superior 4 e inferior 6 têm uma forma sensivelmente em goteira; - o resto do dispositivo é disposto de maneira posterior a um plano definido por uma das bordas dessas goteiras, além da parte que liga as bordas dessas goteiras.

[0052] Por uma forma sensivelmente em goteira, entende-se o fato de o conjuntos ramificações 8 e 10 e o conjunto ramificações 12 e 14 alojam os lábios à maneira de uma goteira. Assim, os lábios estão sensivelmente em repouso e sua contração é contrariada.

[0053] Todavia, seria possível alargar em parte ou grandemente determinadas dessas ramificações, conservando essa função, por exemplo, retirando a matéria, ou realizando essas ramificações sob a forma de grade. Essas realizações entram no alcance da invenção.

[0054] Os trabalhos do requerente mostraram que o uso do dispositivo 2 por uma pessoa e, em particular, uma criança é apenas incômodo, mas permite, ao contrário, uma aquisição espontânea da deglutição de tipo indivíduo dentado.

[0055] Com efeito, o dispositivo 2 mantém os lábios inferior e superior ao desvio um do outro, impedindo a realização de uma junta de estanqueidade entre os dois lábios através da abertura 26, o que im- pede de criar uma depressão no interior da cavidade bucal por sucção. Em reação, a pessoa só poderá elevar a parte posterior de sua língua contra o véu palatal, e assim adquirir essa nova praxe.

[0056] Além disso, o dispositivo 2 é mantido na boca, sem contração da musculatura orbicular. Assim, como esses músculos estão sensivelmente em repouso, o nervo facial é apenas um pouco estimulado ou não é estimulado, quando da deglutição. Isto permite aprender uma praxe, na qual o nervo trigêmeo é o principal nervo estimulado.

[0057] A utilização do dispositivo 2 é, portanto, particularmente interessante, pois essa aprendizagem é a realizada sem trabalho consciente da parte da pessoa, utilizando-se um cabo neurológico pré- existente, mas jamais estimulado. Isso significa que nenhum exercício particular, nem nenhum gesto específico colocado à parte o uso do dispositivo 2.

[0058] O processo de aprendizagem de praxe descrito aqui compreende o uso por uma pessoa do dispositivo 2 por uma duração compreendida entre 5 min e 15 min. Esse processo deve ser exercido diariamente sobre uma duração mínima de uma semana, e até uma duração máxima de 3 meses. O processo pode ser parado, desde que a praxe é adquirida, isto é, a automatização do gesto.

[0059] A utilização do dispositivo 2 pode ser vista como um processo de aprendizagem de uma praxe de deglutição compreendendo a solicitação do nervo trigêmeo, assim como, de uma maneira geral, como um processo de alargamento do véu palatal.

[0060] Por outro lado, a utilização desse processo não necessita da intervenção de nenhum pessoal médico, nem de quadro terapêutico particular, já que basta colocar o dispositivo na boca.

[0061] Nesse dia, esses trabalhos permanecem precursores nesse domínio, e não existe método, nem de dispositivo adaptado a essa utilização.

[0062] O requerente desenvolveu um dispositivo de aprendizagem da deglutição adulta. O dispositivo é um auxiliar da aprendizagem da praxe de deglutição adulta. O dispositivo é solicitador do nervo trigê- meo. O dispositivo é um modificador de um equilíbrio muscular. De um outro ponto de vista, a invenção visa um dispositivo de acondicionamento por novas imagens motrizes de movimentos habituais desprovi-dos de controle consciente. O dispositivo é anti-sucção ou anti- deglutição primária. Por esse efeito, o dispositivo é também um instrumento de correção de dismorfoses esqueléticas.

[0063] O dispositivo 2 pode ser previsto, por exemplo, em três modelos de tamanhos diferentes, ditos modelo de pequeno tamanho, modelo de tamanho médio e modelo de tamanho grande. De maneira geral, o dispositivo 2 pode assumir as seguintes dimensões: - uma largura total, isto é, uma distância externa entre as extremidades 22 e 24, compreendida entre 3 cm e 5,5 cm. • compreendida entre 3,2 e 4 cm para o modelo de tamanho pequeno, por exemplo, 3,6 cm; • compreendida entre 3,8 e 4,6 cm para o modelo de tamanho médio, por exemplo, 4,2; e • compreendido entre 4,5 e 5,5 cm para o modelo de tamanho grande, por exemplo, 5 cm; - uma largura de abertura 26, isto é, uma distância interna entre as extremidades 22 e 24 compreendida entre 2 cm e 5 cm; • compreendida entre 2,2 cm e 3,2 cm para o modelo de tamanho pequeno, por exemplo, 2,7 cm; • compreendida entre 2,8 cm e 3,8 cm para o modelo de tamanho médio, por exemplo, 3,3 cm; e • compreendida entre 3,3 cm e 4,3 cm para o modelo de tamanho grande, por exemplo, 3,8 cm; - uma altura de abertura 26, sensivelmente a meio caminho entre as duas extremidades respectivas 22, 24 compreendida entre 3 mm e 25 mm; • compreendida entre 3 mm e 8 mm para o modelo de tamanho pequeno, por exemplo, 7 mm; • compreendida entre 5 mm e 12 mm para o modelo de tamanho médio, por exemplo, 10 mm; e • compreendida entre 10 mm e 20 mm para o modelo de tamanho grande, por exemplo, 15 mm; - uma altura de ramificações 8 e 12, compreendida entre 5 mm e 20 mm; • compreendida entre 8 mm e 16 mm para o modelo de tamanho pequeno, por exemplo, 12 mm; • compreendida entre 9 mm e 17 mm para o modelo de tamanho médio, por exemplo, 13 mm; e • compreendida entre 10 mm e 18 mm para o modelo de tamanho grande, por exemplo, 14 mm; - uma largura de ramificações 8 e 12, equivalente à largura total do dispositivo ou compreendida entre 2 cm e 5 cm; • compreendida entre 2 cm e 2,5 cm para o modelo de tamanho pequeno, por exemplo, 2,2 mm; • compreendida entre 3 cm e 3,5 cm para o modelo de tamanho médio, por exemplo, 3,2 cm; e • compreendida entre 4 cm e 4,5 cm para o modelo de tamanho grande, por exemplo, 4,2 cm; - uma profundidade das partes 16 das ramificações 10 e 14, isto é, a largura da base das goteiras, compreendida entre 3 mm e 30 mm; • compreendida entre 5 mm e 15 mm para o modelo de tamanho pequeno, por exemplo, 11 mm; • compreendida entre 8 mm e 14 mm para o modelo de tamanho médio, por exemplo, 12 mm; e • compreendida entre 12 mm e 20 mm para o modelo de tamanho grande, por exemplo, 13 mm; e - uma altura das partes recurvadas 18, fora o recorte 20, compreendida entre 2 mm e 20 mm; • compreendida entre 4 mm e 14 mm para o modelo de tamanho pequeno, por exemplo, 9 mm; • compreendida entre 5 mm e 15 mm para o modelo de tamanho médio, por exemplo, 10 mm; e • compreendida entre 8 mm e 18 mm para o modelo de tamanho grande, por exemplo, 13 mm.

[0064] A espessura de cada uma das partes do dispositivo 2 pode compreender paredes de espessura entre 0,2 mm e 2 mm, por exemplo, 1,5 mm.

Claims (9)

1. Dispositivo bucal, ajustado para ser usado na boca por uma pessoa e para solicitar o nervo trigêmeo quando da deglutição, caracterizado pelo fato de compreender uma parte superior (4) que apresenta uma forma sensivelmente em goteira, e própria para se alojar entre um lábio superior e uma arcada dentária, uma parte inferior (6) apresentando uma forma sensivelmente em goteira, e própria para se alojar entre um lábio inferior e uma arcada dentária, assim como uma abertura (26) entre a parte superior (4) e a parte inferior (6), a parte superior (4) e a parte inferior (6) sendo ligadas entre elas em extremidades respectivas (22, 24), de modo que, quando o dispositivo (2) é recebido em uma boca, a musculatura labial fica sensivelmente em repouso e pelo menos uma parte da abertura (26) permanece livre, a abertura (26) apesentando uma altura máxima de aproximadamente 1,5 cm.

2. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de a parte superior (4) compreender duas ramificações (8, 10), formando um alojamento para a musculatura labial.

3. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de a parte inferior (6) compreender duas ramificações (12, 14), formando um alojamento para a musculatura labial.

4. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de a parte superior (4) e a parte inferior (6) compreenderem, cada uma, um recorte (20) próprio para acomodar um freio de lábio.

5. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo fato de a abertura (26) apresentar uma forma sensivelmente oblonga.

6. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo fato de a abertura (26) apresentar uma altura máxima compreendida entre 3 mm e 1,5 cm.

7. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado pelo fato de a abertura apresentar uma largura máxima compreendida entre 2 cm e 9 cm.

8. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo fato de o dispositivo apresentar uma largura compreendida entre 3 cm e 10 cm.

9. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo fato de a parte superior (4) e a parte inferior (6) apresentarem cada espessura mais importante em oposição à abertura (26) do que nas proximidades da abertura (26).

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