BR112013011535B1

BR112013011535B1 - conjunto de dispensação

Info

Publication number: BR112013011535B1
Application number: BR112013011535-1A
Authority: BR
Inventors: Stijn Vendekerckhove; Daniel Peirsman
Original assignee: Anheuser-Busch Inbev S.A.
Priority date: 2010-11-10
Filing date: 2011-10-28
Publication date: 2021-01-12
Also published as: EP2637965A1; CN103237753A; WO2012062609A1; RU2013123647A; EP2637965B1; BR112013011535A2; EP2452914A1; US20130341351A1; ES2637201T3; US10112821B2; MX349219B; CN103237753B; UA112531C2; RU2591088C2; MX2013005123A; DK2637965T3

Abstract

CONJUNTO DE DISPENSAÇÃO Trata-se de um conjunto de dispensação que compreende um recipiente (1) que contém um líquido a ser dispensado, um tubo de dispensação (10A) que proporciona comunicação fluída entre o ambiente e o volume dentro do recipiente que contém o líquido, sendo que o dito tubo de dispensação tem uma porção resiliente e flexível (10D) que termina em uma saída (10OUT) de diâmetro, D, e que está engatado em um sistema de válvula de estrangulamento (300) que compreende um membro de compressão (303) adequado para comprimir e obturar uma seção da porção flexível (10D) localizada a uma distância, h, da saída (10OUT), caracterizada em que, a razão, h/D, da distância, h, para o diâmetro da saída, D, não é mais do que 2, preferencialmente, não mais que 1,5, mais preferencialmente, não mais que 1,0.

Description

CONJUNTO DE DISPENSAÇÃO

CONJUNTO DE DISPENSAÇÃO CAMPO DA TÉCNICA

A presente invenção refere-se a um conjunto de dispensação que compreende um recipiente montado em um aparelho de dispensação dotado de um tubo de dispensação com orientação para baixo e uma válvula para controlar o fluxo de liquido através do dito tubo de dispensação, e que substancialmente reduz, ou até evita o gotejamento de líquido quando a válvula é fechada após cada uso. O conjunto de dispensação da presente invenção é particularmente adequado para dispensar bebidas, tais como vinho e, mais particularmente, bebidas carbonatadas tais como cervejas e refrigerantes.

ANTECEDENTES DA INVENÇÃO

Recipientes de dispensação que contêm um líquido como uma bebida necessitar ser montados dentro de um aparelho de dispensação para dispensar o líquido contido no mesmo. O aparelho de dispensação compreende pelo menos um tubo de dispensação que proporciona comunicação fluida do volume do recipiente que contém o líquido com o ambiente. Este duto de dispensação é, normalmente, dotado de uma válvula para controlar o fluxo de líquido para fora do recipiente. De modo a conduzir o fluxo de líquido para fora do recipiente, um aparelho de dispensação normalmente compreende também meios para criar uma diferença de pressão entre o interior do recipiente e o ambiente para conduzir o líquido para fora do recipiente. Os ditos meios podem ser simplesmente conduzidos por gravidade, posicionando-se do duto de dispensação abaixo do nível de líquido como em barris de carvalho antigos para vinho ou em dispensadores de sabonete em banheiros públicos, porém, mais vantajosamente, os mesmos compreendem meios para aumentar a pressão dentro do recipiente ou, alternativamente, diminuir a pressão fora do recipiente, como com uma bomba. Se a pressão está sendo aumentada dentro do recipiente, tal sistema de dispensação é chamado no presente documento como sistema de "dispensação por pressão", enquanto um sistema de "dispensação por vácuo" refere-se a sistemas em que a pressão fora do recipiente é diminuída. Uma bomba pode ser usada em ambos os sistemas de dispensação por pressão e vácuo. Para sistemas de dispensação por pressão, entretanto, outros meios podem ser usados, como gás pressurizado armazenado em um cartucho de pressão e/ou adsorvido em um veículo. Os ditos meios para armazenar o gás pressurizado podem ser fornecidos ou no recipiente ou no aparelho. Se uma fonte de gás pressurizado externa ao recipiente for usada, o aparelho de dispensação deve exigir pelo menos um segundo tubo de gás para ser conectado com uma abertura correspondente na tampa ou corpo de recipiente em comunicação fluida com o interior do recipiente.

A conexão de gás pode servir ou para injetar o gás pressurizado dentro do recipiente para conduzir o fluxo de líquido para fora do recipiente (sistemas de "dispensação por pressão"), ou para permitir que o ar entre no recipiente para preencher o volume de líquido dispensado como para manter a pressão relativamente constante no recipiente (sistemas de "dispensação a vácuo" e de "dispensação por gravidade"). O recipiente pode compreender uma única parede (embora a parede possa ser um laminado) ou pode compreender várias camadas removíveis, como em recipientes com bolsa e recipientes com bexiga. Recipientes com bolsa, também chamados de garrafas com bolsa ou caixas com bolsa, dependendo da geometria do vaso externo, todos os termos considerados no presente documento como estando contidos no significado do termo recipiente com bolsa, são uma família de embalagem de dispensação de líquido que consistem em um recipiente externo que compreende uma passagem para a atmosfera - a boca - e que contém uma bolsa interna retrátil unida ao dito recipiente e uma passagem para a atmosfera na região da dita boca. O líquido está contido na bolsa interna. O sistema precisa compreender pelo menos um suspiro que conecta de maneira fluida a atmosfera com a região entre a bolsa interna e o recipiente externo de modo a controlar a pressão na dita região para comprimir a bolsa interna e assim dispensar o líquido contido no mesmo (conferir, por exemplo, WO2008/129018 e GB8925324) Alternativamente, nos recipientes em bexiga, o líquido está contido no recipiente externo, e a bolsa interna, geralmente chamada de bexiga, está inflada para conduzir o fluxo de líquido para fora do recipiente, ou simplesmente colocada em conexão fluida com a atmosfera, de modo a balancear a pressão dentro do recipiente (conferir WO9015774, EP1647499, WO2010055057, US5499758, GB9504284, FR2602222, GB8806378) . A vantagem dos recipientes com bolsa e dos recipientes com bexiga sobre recipientes de parede única é que o líquido nunca está em contato com um gás externo. A presente invenção se aplica a qualquer tipo de recipientes dotados de uma tampa que compreende pelo menos uma abertura e é particularmente adequado para sistemas acionados por pressão, mais particularmente, para recipientes com bolsa e recipientes com bexiga.

O fluxo através do tubo de dispensação é geralmente controlado por uma válvula. Vários tipos de válvulas têm sido usados em aparelhos de dispensação. Por razões de higiene, entretanto, assim como para não misturar diferentes sabores ao usar recipientes que contenham diferentes líquidos, o tubo de dispensação é preferencialmente trocado com cada novo recipiente que é montado dentro do aparelho. Evidentemente, cada novo tubo poderia ser dotado de uma nova válvula, porém isso aumenta o custo de uso de tais sistemas de dispensação. Prefere-se, desse modo, que a válvula seja parte do aparelho de dispensação e um tubo de dispensação descartável de projeto barato seja inserido e, de algum modo, controlado pela dita válvula. Um exemplo de uma solução para o dito problema é dada no documento WO2005/110912 em que um tubo de dispensação descartável pode ser montado com um novo recipiente dentro de um duto do aparelho dotado de uma válvula de estrangulamento, sendo que a porção do dito tubo entra em contato com a válvula de estrangulamento que é flexível. A saída do tubo de dispensação ê voltada para baixo, e os meios de estrangulamento (110) que estão localizados substancialmente no cotovelo formado pela porção flexível do tubo de dispensação, antes de se tornar orientada para baixo, há invariavelmente um pouco de gotejamento do líquido que ocorre após cada uso da unidade de dispensação, embora a válvula esteja em uma posição "fechada". Esta desvantagem pode naturalmente, de algum modo, ser atenuada pelo uso de uma bandeja de gotejamento para coletar qualquer líquido que goteje para fora do tubo de dispensação, porém esta solução certamente não é a melhor já que exige o esvaziamento da bandeja em intervalos regulares e, uma bandeja não é sempre fácil de encaixar embaixo do tubo de dispensação como, por exemplo, para aparelhos situados em uma prateleira de uma geladeira convencional conforme revelado no documento US2009/0140006, em que uma válvula de estrangulamento também é revelada na Fig.37 & 38, resultando no mesmo problema do gotejamento após uso que o aparelho revelado no documento WO2005/110912.

Desse modo, permanece uma necessidade de um aparelho de dispensação que permite que se troque fácil e economicamente o tubo de dispensação com cada novo recipiente carregado no dito aparelho, evitando, ainda, ou reduzindo substancialmente o gotejamento de líquido após cada uso do aparelho. A presente solução propõe uma solução para atender a dita necessidade. Esse e outros objetivos da invenção são apresentados a seguir.

SUMÁRIO DA INVENÇÃO

A presente invenção é definida nas reivindicações independentes anexas. Modalidades preferidas são definidas nas reivindicações dependentes. Em particular, a presente invenção refere-se a um conjunto de dispensação que compreende um recipiente que contém um líquido a ser dispensado, um tubo de dispensação que proporciona comunicação fluida entre o ambiente e o volume dentro do recipiente que contém o líquido, sendo que o dito tubo de dispensação tem uma porção resiliente e flexível que termina em uma saída (10OUT) de diâmetro, D, e que está engatada em um sistema de válvula de estrangulamento que compreende um membro de compressão adequado para comprimir e obturar uma seção da porção flexível localizada a uma distância, h, da saída,
caracterizado em que, a razão, h/D, da distância, h, para o diâmetro da saída, D, não é mais do que 2, preferencialmente, não mais que 1,5, mais preferencialmente, não mais que 1,0.

Um conjunto preferido de acordo com a presente invenção compreende:

(a) um recipiente que contém um líquido a ser dispensado e que compreende um corpo, uma boca e uma tampa, sendo que a dita tampa compreende pelo menos uma abertura de dispensação;
(b) um aparelho adequado para receber o dito recipiente e para dispensar um líquido contido no dito recipiente, sendo que o dito aparelho compreende uma porção de dispensação que compreende um duto de dispensação para fora do qual o líquido pode fluir a partir do recipiente;
(c) um tubo de dispensação que tem uma extremidade de entrada introduzida na abertura da tampa de dispensação em contato fluido com o interior do recipiente e uma extremidade de saída em contato fluido com o ambiente, em que pelo menos uma porção do dito tubo de dispensação, que inclui a saída, é feita de um material resiliente e flexível, sendo que a dita porção flexível está inserida no duto de dispensação,
(d) um sistema de válvula adequado para controlar o fluxo de líquido através do tubo de dispensação, sendo que o dito sistema de válvula compreende um membro de compressão para comprimir de maneira controlável uma seção da porção flexível do tubo de dispensação, sendo que o dito membro de compressão está localizado, como para entrar em contato com a porção flexível do tubo de dispensação, a uma distância, h, a partir da extremidade de saída do mesmo, de tal modo que a razão da distância, h, para o diâmetro da saída, D, não é mais do que 2, preferencialmente, não mais que 1,5, mais preferencialmente, não mais que 1,0.

Em uma modalidade preferida, o membro de compressão pode ser movido a partir de uma posição "fechada" que comprime a porção flexível para uma posição "aberta" que libera a pressão compressiva na porção flexível pela atuação de uma alavanca.

A distância, h, é preferencialmente menor que 15 mm, mais preferencialmente a distância, h, está situada entre 1 e 12 mm, ainda mais preferencialmente, entre 2 e 10 mm, enquanto o diâmetro da saída, D, é preferencialmente pelo menos 0,5 mm, mais preferencialmente pelo menos 3 mm, ainda mais preferencialmente pelo menos 5 mm, e até pelo menos 10 mm.

Em particular para aparelhos de bebida caseira, o tubo de dispensação é vantajosamente encerrado em um cartucho e forma curvas suaves com um ângulo, a, entre os eixos geométricos longitudinais da entrada e da saída situados entre 85 e 135 graus. A extremidade de entrada do tubo de dispensação é, de preferência, suficientemente aguda e difícil de ser adequada para deslacrar uma abertura de dispensação inicialmente lacrada da tampa do recipiente.

O sistema de dispensação da presente invenção é particularmente adequado para sistemas de dispensação acionados por pressão. Em particular, é adequado para os sistemas em que o recipiente é uma recipiente com bolsa e para sistemas de dispensação de bebida, em particular bebidas carbonatadas como cerveja e refrigerantes.

BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS

Para uma compreensão mais completa da natureza da presente invenção, faz-se referência à seguinte descrição detalhada considerada em conjunto com os desenhos anexos, em que:
A Figura 1 mostra um conjunto de dispensação.
A Figura 2 mostra a porção de dispensação de um conjunto de dispensação de acordo com a presente invenção.
A Figura 3 mostra uma porção de tubo de dispensação flexível engatada em uma válvula de estrangulamento (a) aberta; (b) fechada de acordo com a presente invenção; e (c) fechada de acordo com a técnica anterior.
A Figura 4 mostra um tubo de dispensação encerrado em um cartucho de dispensação.
A Figura 5 mostra uma tampa adequada para ser usada com o conjunto da presente invenção.

DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO

Conforme pode ser visto na Figura 1, um conjunto de dispensação compreende um recipiente (1) e um aparelho de dispensação (2). O recipiente (1) ilustrado na Figura 1(a) é uma recipiente com bolsa, que compreende uma camada interna flexível retrátil (1B) (a bolsa) que contém o líquido e uma camada externa (1A) e que define um espaço ou uma interface (1C) entre as duas camadas. Os recipientes com bolsa são particularmente preferidos, porém a presente invenção não está restrita a recipientes com bolsa e pode ser usada com qualquer recipiente dotado de pelo menos uma abertura de dispensação (10B), preferencialmente disposta em uma tampa (8), que permite que o volume que contém o líquido seja colocado em comunicação fluida com o ambiente. Na maior parte dos casos, a dita abertura de dispensação (10B) é lacrada antes do uso e precisa ser deslacrada mediante a montagem do recipiente no aparelho (2) . A tampa ilustrada nas Figuras 1(a) e 5 compreende uma segunda passagem (15B) para engatar um segundo tubo, como um tubo de gás para injetar gás pressurizado a partir de uma fonte de gás pressurizado (29) dentro do recipiente. Uma segunda passagem não é necessária para, por exemplo, sistemas de dispensação por gravidade, em que o tubo de dispensação está localizado abaixo do nível de líquido no recipiente ou, caso necessário, deverá estar localizado acima do nível do líquido de modo a balancear a pressão com o ambiente mediante dispensação.

O aparelho de dispensação (2) compreende uma porção de retenção (201) para reter o recipiente no lugar com meios de retenção (21, 22) e uma porção de dispensação (202) que compreende um tubo de dispensação (10A) adequado para conectar de maneira fluida o volume que contém o líquido com o ambiente. Na modalidade representada na Figura 1, o fluxo de liquido para fora do recipiente é conduzido, pelo aumento da pressão no espaço (1C) injetando-se gás pressurizado entre as camadas externas e internas (1A, 1B) do recipiente a partir da bomba (29) através do tubo de gás (15A). O fluxo de líquido através do tubo de dispensação (10A) é controlado por uma válvula (300) localizada entre a entrada (10IN) e a saída (10OUT) do tubo de dispensação. Em uso, o recipiente (1) é, preferencialmente, carregado primeiro dentro da porção de retenção (201) do aparelho. Então, o tubo de dispensação (10A) e qualquer outra tubulação (15A) são engatados dentro das passagens correspondentes (10B, 15B) na tampa (8) do recipiente. Preferencialmente, conforme ilustrado na Figura 1, o engate da tubulação (10A, 15A) é executado movendo-se a porção de dispensação (201) de uma primeira posição de carregamento (conferir a Figura 1(b)) para uma segunda posição de dispensação (conferir a Figura 1(c)).

O tubo de dispensação (10A) deve ser periodicamente trocado, preferencialmente com cada novo recipiente (1) montado no aparelho de dispensação (2) por razões de higiene, assim como para não misturar os sabores no caso de um recipiente que contém uma bebida diferente daquela dispensada de o recipiente anterior ser usado. De modo a reduzir o custo de um tubo de dispensação descartável (10A) , o sistema de válvula (300) que controla o fluxo através do dito tubo de dispensação é permanentemente parte da porção de dispensação (202) do aparelho de dispensação (2) e uma porção flexível (10D) do tubo de dispensação está engatada no dito sistema de válvula (300). De acordo com a presente invenção, pelo menos a porção (10D) que se estende a partir do ponto em que o tubo de dispensação está engatado no sistema de válvula (300) a jusante da saída (10OUT) é feita de um material flexível e resiliente, tal como uma borracha, um elastômero termoplástico (TPE) e similares. O material precisa manter sua resiliência e flexibilidade sob temperaturas que variam na faixa de 2 °C conforme pode ser encontrado em uma geladeira convencional, até cerca de 40 °C, se o aparelho estiver exposta ao sol. Por exemplo, a porção flexível (10D) do tubo de dispensação (10A) pode ser feita de borracha natural ou de quaisquer dentre as seguintes borrachas sintéticas: Bromo Isobutileno Isopreno (BIIR), Polibutadieno (BR), Cloro Isobutileno Isopreno (CIIR), Policloropreno (CR), Polietileno Clorossulfonado (CSM), Epicloridrina (ECO), Etileno Propileno (ECO), Monômero de Etileno Propileno Dieno (EPDM), Hidrocarboneto Fluorado (FKM), Fluoro Silicone (FVQM), Nitril Butadieno Hidrogenado (HNBR), Poliisopreno (IR) , Isobutileno Isopreno Butil (IIR) , Metil Vinil Silicone (MVQ), Acrilonitrila Butadieno (NBR), Poliuretano (PU) , Estireno Butadieno (SBR), Estireno Etileno/Butileno Estireno (SEBS), Polissiloxano (SI), Monômero de Acrilonitrila Butadieno Carbóxi (XNBR) , e similares.

O sistema de válvula (300) da presente invenção é uma assim chamada válvula de estrangulamento que compreende um membro de compressão (303) adequado para comprimir de modo controlável uma seção da porção flexível (10D) do tubo de dispensação (10A) até lacrar a passagem pela mesma (para informação geral sobre válvulas de estrangulamento conferir, por exemplo, http://en.wikipedia.org/wiki/Pinch_valve). O membro de compressão (303) pode compreender uma ou mais partes móveis, cujos movimentos combinados são adequados para obturar a passagem através da porção flexível (10D) do tubo de dispensação. O membro de compressão geralmente compreende duas superfícies complementares que podem ser movidas para serem unidas com a porção flexível (10D) do tubo de dispensação capturado entre as mesmas. Na modalidade ilustrado na Figura 2, um membro de compressão (303) pode ser movido pela atuação de uma alavanca (301) para comprimir a porção flexível (10D) do tubo de dispensação contra uma superfície fixa, que pode ser prismática, conforme representado na Figura 2, plana, ou formar um suporte que se encaixa à geometria do membro de compressão (303). Muitos mecanismos são conhecidos, para a pessoa versada na técnica, para unir duas superfícies complementares com um tubo flexível capturado entre as mesmas. Na modalidade ilustrada na Figura 2, um eixo (202) que é montado de maneira articulada entre as extremidades proximais e distais do mesmo e que compreende, em sua extremidade distal, um meio de compressão (303). Meios resilientes (304) naturalmente inclinam o eixo (302) de tal modo que o meio de compressão (303) pressione contra a porção flexível (10D) do tubo de dispensação (10A) contra uma superfície fixa do duto (203) da porção de dispensação (202) , de tal modo que nenhum fluxo ocorra através do tubo de dispensação. A passagem do sistema de válvula (300) pode ser atuada por quaisquer meios, tal como uma alavanca (301), que é particularmente apreciada para aparelhos de dispensação de cerveja já que lembra a torneira nos bares. Na Figura 2, a rotação da alavanca (301) por um usuário pressiona a extremidade proximal do eixo (302), que gira como uma gangorra de tal modo que o meio de compressão (303) libere a pressão contra a porção flexível (10D) do tubo de dispensação (10A), sendo que, assim, permite que o líquido contido no recipiente flua através do tubo de dispensação. Ao invés de um eixo (302) montado de maneira articulada e que compreende, em sua extremidade distal, um meio de compressão, outro meio de compressão pode ser usado, como por exemplo, um came cuja rotação pode ser conduzida por atuação de uma alavanca (301) para estabelecer ou não o contato de um meio de compressão (303) conforme revelado no documento WO2005/110912. Outros sistemas de válvula de estrangulamento podem ser aplicados à presente invenção, que são revelados, por exemplo, nos documentos DE3920348, WO2004/050535, WO2009/142662, US4186848, US5022565, ou US2005072806. A atuação pode ser conduzida mecanicamente conforme discutido acima, por exemplo, com uma alavanca (301), ou eletricamente. Pelo menos uma das duas superfícies complementares que formam os membros de compressão (303) deve ser arredondadas com o menor raio possível, para que uma alta tensão de compressão possa ser aplicada ao tubo flexível com uma baixa força por um operador ou um meio de inclinação. O raio não deve ser, entretanto, tão pequeno que possa danificar o tubo, por exemplo, endentando-o ou até cortando-o. O raio da porção arredondada da pelo menos uma das duas superficies complementares que formam os membros de compressão (303) está preferencialmente situado entre 0,2 e 3 mm, preferencialmente entre 0,3 e 1 mm, mais preferível entre 0,4 e 0,7 mm.

Conforme ilustrado na Figura 3(c), independentemente do mecanismo de compressão usado, gotas do líquido invariavelmente gotejam para fora de um tubo de dispensação orientado para baixo diretamente após interromper uma operação de dispensação fechando-se uma válvula de estrangulamento como usadas até então em aparelhos de dispensação. Isso é devido ao fato de que após o fechamento do sistema de válvula (300) , a saída (10OUT) do tubo de dispensação flexível (10A, 10D) permanece aberta e com orientação para baixo, de modo que qualquer líquido que permaneça no tubo de dispensação a jusante a partir do meio de compressão (303) invariavelmente gotejará para baixo. Para resolver esse problema de uma maneira simples e econômica, constatou-se que o gotejamento pode ser substancialmente reduzido e até parado se o meio de compressão (303) estiver localizado a uma distância, h, suficientemente próxima à saída do tubo flexível (10OUT) de diâmetro, D, de tal modo que o razão, h/D, da distância, h, para o diâmetro da saída, D, não seja mais do que 2, preferencialmente, não mais que 1,5, mais preferencialmente, não mais que 1,0. Se o tubo de dispensação não for cilíndrico, por exemplo, de tronco cônico, o valor do diâmetro da saída, D, é o diâmetro interno medido na própria saída do tubo em repouso (isto é, não tenso). Se a saída não for circular, o valor do diâmetro, D, tem o valor do diâmetro hidráulico, DH = 4 A / P, em que A é a área de seção transversal, e P é o perímetro da saída (10OUT). Sem pretender se limitar por qualquer teoria, acredita-se que vários fatores contribuem para a redução substancial, e até a eliminação do gotejamento indesejado após fechamento da válvula.

Primeiramente, há um aspecto cinético. O líquido que flui para fora do tubo de dispensação tem uma certa energia cinética, ½ m v2 , (em que m é a massa e v a velocidade do líquido a jusante da válvula fechada); que rapidamente se dissipa com a fricção contra a parede do tubo. A magnitude da dissipação de energia é proporcional à distância, h. Segue-se que, com um amplo diâmetro, D, a energia cinética é maior do que com um diâmetro, D, menor porque a massa, m, é proporcional ao quadrado do diâmetro, D, e, concomitantemente, o líquido alcança a saída (10OUT) com menos perdas de energia quando a distância, h, é menor. Isso significa que uma gota do líquido alcançará a saída (10OUT) com mais energia se a razão, h/D, for menor, ejetando, assim, um maior volume de líquido para fora da porção a jusante do tubo da válvula fechada (300) , e permitindo, assim, que uma menor quantidade de líquido entre no tubo. Permitir que uma menor quantidade de líquido entre no tubo de dispensação a jusante da válvula tem efeitos adicionais, conforme discutido abaixo.

Em segundo lugar, há um aspecto capilar. Já que a saída (10OUT) está voltada para baixo, duas forças competem entre si: a força da gravidade, que tende a arrastar o volume remanescente de líquido para fora do tubo de dispensação, e as forças capilares, que tendem a reter o volume remanescente de líquido dentro do tubo. Conforme ilustrado na Figura 3(c), quanto maior o volume de líquido restante na porção de tubo de dispensação a jusante da válvula, maior o efeito da força gravitacional, até que exceda as forças capilares e o liquido começará a gotejar. Está claro que se a distância, H, a partir do membro de compressão (303) até a saída (10OUT) for maior que, h, conforme definido no presente documento, o volume isto é, a massa do líquido será maior e a força gravitacional irá exceder as forças capilares. Por outro lado, conforme ilustrado na Figura 3 (b) , se o volume de líquido remanescente no tubo de dispensação for pequeno, as forças capilares são maiores que as forças gravitacionais, e o líquido que goteja é retido no tubo e nenhum gotejamento ocorre.

Constatou-se que bons resultados foram obtidos quando a distância, h, é menor que 15 mm, preferencialmente a distância, h, está situada entre 1 e 12 mm, mais preferencialmente, entre 2 e 10 mm, enquanto o diâmetro da saída, D, é pelo menos 0,5 mm, preferencialmente pelo menos 3mm, mais preferencialmente pelo menos 5 mm, ainda mais preferencialmente pelo menos 10 mm. Para um sistema de dispensação de cerveja, o diâmetro, D, da saída (10OUT) está preferencialmente situado entre 5 e 7 mm, mais preferencialmente entre 5,5 e 6,5 mm.

Em uma modalidade preferida, o tubo de dispensação (10A) está encerrado em um cartucho (100) sendo que a porção flexível (10D) do mesmo se projeta para fora de uma primeira face do cartucho, e a extremidade de entrada (10IN) se projeta para fora de uma segunda face do dito cartucho. No caso de o recipiente ser retido horizontalmente na unidade de dispensação, os eixos geométricos longitudinais da porção de entrada (10IN) e saída (10OUT) formam um ângulo situado entre 85 e 145 graus, preferencialmente entre 90 e 135 graus. No caso de o recipiente estar na posição vertical, com a tampa para cima, então o eixo geométrico longitudinal da entrada (IN) e da saída (10OUT) formam um ângulo situado entre 0 e 45 graus, sendo que o tubo descreve uma curva como um ”U" invertido. Prefere-se que o tubo de dispensação (10A) não compreenda nenhum ângulo agudo para evitar a formação excessiva de espuma no caso de bebidas gasosas, como uma cerveja e refrigerantes. O mesmo pode compreender uma porção de redução de pressão em que o tubo forma curvas e/ou a seção transversal do mesmo varia de modo a criar uma redução de pressão no líquido, porém a dita porção de redução de pressão preferencialmente não deve compreender qualquer ângulo agudo.

A porção de entrada (10IN) do tubo de dispensação (10A) precisa ser adequada para perfurar uma passagem inicialmente lacrada (10B) na tampa do recipiente (1) . A mesma é, desse modo, preferencialmente feita de um material rígido, como PE, PP, PET, e similares, e suas bordas são preferencialmente agudas. A porção flexível (10D) do tubo de dispensação pode formar substancialmente todo o comprimento do tubo de dispensação, sendo que a entrada aguda é formada por uma anel inserido em uma extremidade do tubo flexível (10D) e mantida no lugar pelo invólucro do cartucho em que está engatado. Alternativamente, uma porção do tubo de dispensação pode ser formada por dois canais formados em duas metades de carcaças opostas, que, mediante a montagem, formam um canal fechado no cartucho. Essa modalidade, ilustrada na Figura 4, é particularmente adequada quando um canal de redução de pressão é desejado. A porção flexível (10D) pode ser unida mediante a montagem das duas metades de carcaça em continuação do dito canal mediante a soldagem, colagem, superinjeção ou qualquer outra técnica conhecida para a pessoa versada na técnica, e se projeta para fora do cartucho com um comprimento adequado para se engatar ao sistema de válvula (300) da porção de dispensação (202) do aparelho de dispensação e, de preferência, substancialmente escorrer com a saída do duto (203) da porção de dispensação (202) .

O cartucho pode ser dotado de meios fixadores (16) para fixá-lo ao aparelho de dispensação. Se a abertura de dispensação (10B) da tampa do recipiente (1) não puder ser lacrada de volta após a remoção do tubo de dispensação, pode ser preferível não desengatar o tubo de dispensação (10A) e o cartucho (100) da tampa após a remoção do recipiente do aparelho de dispensação e para dotar o cartucho de uma válvula de estrangulamento secundária (110) que comprime automaticamente uma seção flexível (10D) do tubo de dispensação mediante remoção da mesma do aparelho. Nesta modalidade, o cartucho preferencialmente compreende meios de encaixe (14) para fixar o cartucho à tampa (8) . Isso tem a vantagem de que um recipiente meio cheio pode ser removido para montar outro recipiente, e ainda garante que o recipiente removido esteja lacrado. Se o antigo recipiente for montado de volta dentro do aparelho de dispensação, a válvula de estrangulamento secundária (110) se abrirá automaticamente mediante engate do cartucho dentro da porção de dispensação (202) . O mesmo pode assim ser armazenado e usado novamente depois se desejado. Se a abertura de dispensação (10B) da tampa (8) puder ser lacrada de volta após a remoção do tubo de dispensação, então o cartucho (100) poderá ser removido do recipiente e uma válvula de estrangulamento secundária (110) não será mais necessária.

Claims

CONJUNTO DE DISPENSAÇÃO, que compreende um recipiente (1) que contém uma bebida carbonatada líquida a ser dispensada, um tubo de dispensação (10A) que proporciona comunicação fluida entre o ambiente e o volume dentro do recipiente que contém a bebida carbonatada líquida, sendo que o dito tubo de dispensação tem uma porção resiliente e flexível (10D) que termina em uma saída (10OUT) de diâmetro, D, e que está engatada em um sistema de válvula de estrangulamento (300) que compreende um membro de compressão (303) adequado para comprimir e obturar uma seção da porção flexível (10D) localizada a uma distância, h, da saída (10OUT),
em que o membro de compressão (303) compreende duas superfícies complementares que podem ser movidas entre si para serem unidas à porção flexível (10D) do tubo de dispensação capturado entre as mesmas, e em que pelo menos uma das duas superfícies complementares tem uma porção arredondada em contato com a porção de tubo flexível (10D) de raio situado entre 0,2 e 3 mm,
caracterizado pela razão, h/D, da distância, h, para o diâmetro da saída, D, ser menor do que 1,5, mais preferencialmente, menor que 1,0.
CONJUNTO DE DISPENSAÇÃO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por,
- (a) o recipiente (1) compreender um corpo, uma boca (5) e uma tampa (8), sendo que a dita tampa compreende pelo menos uma abertura de dispensação (10B);
- (b) o conjunto compreender adicionalmente um aparelho (2) adequado para receber o dito recipiente (1) e para dispensar um líquido contido no dito recipiente, sendo que o dito aparelho compreende uma porção de dispensação (202) que compreende o sistema de válvula de estrangulamento (300) ,
- (c) o tubo de dispensação (10A) ter uma extremidade de entrada (10IN) introduzida na abertura da tampa de dispensação (10B) em contato fluido com o interior do recipiente (1) e a porção flexível (10D) estar inserida na válvula (300) da porção de dispensação (202) e a saída (10OUT) estar voltada para baixo.
CONJUNTO DE DISPENSAÇÃO, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo membro de compressão (303) poder ser movido a partir de uma posição "fechada" que comprime a porção flexível (10D) para uma posição "aberta" que libera a pressão compressiva na porção flexível (10D) mediante a atuação de uma alavanca (301).
CONJUNTO DE DISPENSAÇÃO, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por pelo menos uma das duas superfícies complementares ter uma porção arredondada em contato com a porção de tubo flexível (10D) de raio situado entre 0,3 e 1 mm, preferencialmente entre 0,4 e 0,7 mm.
CONJUNTO DE DISPENSAÇÃO, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por
- (a) a distância, h, ser menor que 15 mm, preferencialmente a distância, h, está situada entre 1 e 12 mm, mais preferencialmente, entre 2 e 10 mm, enquanto
- (b) o diâmetro da saída, D, é pelo menos 0,5 mm, preferencialmente pelo menos 3 mm, mais preferencialmente pelo menos 5 mm, ainda mais preferencialmente pelo menos 10 mm.
CONJUNTO DE DISPENSAÇÃO, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pela porção flexível (10D) do tubo de dispensação (10A) ser feita de uma borracha natural ou sintética, ou um elastômero termoplástico.
CONJUNTO DE DISPENSAÇÃO, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo tubo de dispensação (10A) estar encerrado em um cartucho (100), formar curvas suaves, e os eixos geométricos longitudinais da entrada (10IN) e da saída (10OUT) formarem um ângulo, α, situado entre 85 e 145 graus.
CONJUNTO DE DISPENSAÇÃO, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pela extremidade de entrada (10IN) do tubo de dispensação (10A) ser adequada para deslacrar uma abertura de dispensação inicialmente lacrada (10B) do recipiente (1).
CONJUNTO DE DISPENSAÇÃO, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por ser um sistema de dispensação acionado por pressão.
CONJUNTO DE DISPENSAÇÃO, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo recipiente (1) ser um recipiente com bolsa.
CONJUNTO DE DISPENSAÇÃO, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo líquido contido no recipiente (1) ser uma bebida, preferencialmente uma bebida carbonatada, mais preferencialmente cerveja.