BR112012008934B1 - Processo para a produção de fibras de celulose - Google Patents

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Abstract

PROCESSO PARA A PRODUÇÃO DE FIBRAS DE CELULOSE DIFERENCIADAS COMPREENDENDO UM TRATAMENTO ÁCIDO ASSOCIADO A UM ESTÁGIO ENZIMÁ-TICO. A presente invenção refere-se a um processo para produção de fibras de celulose de eucalipto de mercado com características diferenciadas através da utilização de pelo menos um tratamento enzimático, com enzimas hidrolíticas, como por exemplo, xilanases, celulases ou suas misturas, associado á pelo menos um estágio de tratamento de ácido. Estes tratamentos podem ser aplicados em diferentes etapas do processo de produção das fibras, sendo todos anteriores à secagem.

Description

Campo da Invenção
[0001] A presente invenção refere-se a um processo para produção de fibras de celulose com características de flexibilidade e de resistência mecânica aperfeiçoadas.
Antecedentes da Invenção
[0002] A modificação das características de fibras de celulose tem sido estudada nos últimos anos, uma vez que as ditas características interferem diretamente na fabricação e nas características finais do papel. Dentre essas características das fibras de celulose, a sua flexibilidade e o seu número de grupos carboxílicos são considerados importantes para o desenvolvimento de papel com resistência mecânica e estrutural aperfeiçoada.
[0003] Tratamentos enzimáticos vêm sendo utilizados nos processos de produção de fibra de celulose, todavia na maioria dos casos apenas para a redução do consumo dos reagentes químicos e para a melhoria das características do efluente gerado no processo de produção de fibra de celulose.
[0004] Por outro lado, alguns documentos do estado da técnica mencionam a diferenciação das características das fibras e do papel através da aplicação de enzimas somente no processo de fabricação de papel.
[0005] O documento WO03/021033 descreve sobre tratamento en- zimático em fibras de celulose para aumentar o número de grupos aldeídos.Estes grupos tornam-se sítios para ligações com os grupos hidroxilas das fibras, quando estas são transformadas em uma folha de papel seca, aumentando, assim, a sua re- sistência mecânica. Um dos métodos revelados no referido documento consiste no tratamento das fibras com uma ou mais enzimas hidrolíticas, opcionalmente, na presença de tensoativos, outras enzimas não celulolíticas ou reagentes químicos não hi- drolíticos onde os grupos aldeídos são formados na ou próximo da superfície das fibras. A descrição evidencia que o tratamento enzimático é realizado no circuito de aproximação da máquina de papel, de tal forma que é também descrito um método para manusear a suspensão aquosa contendo a fração rica em grupos aldeídos, realização de refino e/ou mistura suplementar de outros aditivos químicos, característicos da fabricação de papel. Após a formação de uma folha de papel, a água branca, contendo enzimas hidrolíticas, é coletada e reciclada para aumentar a efetividade do tratamento.
[0006] O documento WO00/68500 descreve um processo de fabricação de papel com mais alta resistência a úmido, através de um tratamento das fibras com enzimas do tipo fenol-oxidativas no sistema de aproximação do circuito de máquina de papel, mais especificamente, no processo de depuração. Após o tratamento enzimático, as fibras são refinadas e então são misturadas com os aditivos normalmente usados/necessários para a fabricação do papel.
[0007] O documento WO2007/039867 descreve estruturas fibrosas diferencialmente densificadas, métodos para produção das mesmas e processos para tratamento das fibras foram utilizados nestas estruturas fibras diferenciadas. O tratamento das fibras foi realizado somente com enzimas celulases e não foi associado com um estágio ácido. Além do mais, o objetivo foi alterar a estrutura fibrosa da folha de papel.
[0008] O documento PI9505211-9 descreve um tratamento ácido focado na remoção de ácidos hexanurônicos e não de diferenciação das características das fibras. Portanto, a associação do estágio ácido com enzimas xilanases desenvolvida de acordo com aquele documento do estado da técnica teve por objetivo aumentar a remoção de ácidos hexanurônicos.
[0009] O documento JP2001303469 descreve processos de branqueamento de celulose usando estágio ácido e tratamentos com xilanases para reduzir consumo de químicos durante a etapa de branqueamento das fibras e também para permitir a coleta e separação de compostos do tipo xilo-oligossacarídeos do filtrado gerado.
[0010] O documento JP2004060117 descreve um processo de branqueamento de polpa, em que um tratamento enzimático é aplicado após a etapa de branqueamento com dióxido de cloro da polpa.
[0011] O documento WO9844189 revela métodos para tratar as fibras de celulose visando à remoção de cor (grupos cromófo- ros) por meio da aplicação de celulase, em pH entre 3 e 7, e xilanase, em pH entre 5,5 a 9. O objetivo da aplicação de ce- lulase é abrir poros na parede celular das fibras para aumentar o desempenho da xilanase para remover cromóforos. Outro tratamento de preparação das fibras (aumento do inchamento, e, portanto dos poros) é feito com amina de baixo peso molecular (por exemplo, metil-amina). Em nenhum momento é associado o tratamento enzimático com estágio ácido e também não apresenta nenhum resultado de modificação da flexibilidade e grupos car- boxílicos das fibras, na direção de alterar a resistência e a drenagem/secagem.
[0012] O documento US7144716 descreve método para a imobilização de enzimas por meio da aplicação desta em pH na faixa de 5,0 a 6,9. Os resultados obtidos descrevem apenas a manutenção ou queda da atividade das enzimas em função da imobilização ou não, quando submetidas em diferentes forças de cisalhamento (agitação).
[0013] O documento PI0517695 descreve método para modificação das fibras visando aumentar a resistência a úmido da folha de papel. A modificação é feita através do uso de derivados de celulose (a exemplo da CMC = carboximetilcelulose) e não com o uso de enzimas. Embora associe o tratamento de CMC com um estágio ácido, não está relacionado com o uso de enzimas.
[0014] Mora et al. (1986) descrevem a ação enzimática para tratamentos feitos com tempos de retenção de 24 e 88 horas em meio contendo HgCl2 (extremamente danoso ao meio ambiente e à saúde humana) de modo a inibir a ação de celulases, permitindo avaliar o efeito individual de xilanases. A temperatura usada foi igual a 40°C, o pH não foi especificado. Em nenhum momento é feita uma associação do tratamento enzimático com um estágio ácido visando a diferenciação das fibras.
[0015] Noe et al. (1986) descrevem a ação enzimática para os tratamentos realizados com tempos de retenção de 2 a 54 horas, em meio contendo HgCl2, a uma temperatura de 40°C. Apresenta uma etapa de lavagem ácida para desnaturar a enzima visando não promover alterações nas fibras. Este documento ensina que embora o tratamento enzimático promova melhorias no refino e, consequentemente, em propriedades das fibras (por exemplo, flexibilidade), demonstra que em polpas não refinadas a ação enzimática por si só não seria suficiente para promover alterações na parede celular das fibras, necessárias para aumentar o seu inchamento e, consequentemente, a flexibilidade das fibras. Porém, este documento não contém nenhuma descrição ou mesmo sugestão sobre qual tratamento adicional poderia ser associado ao tratamento enzimático para obtenção das propriedades das fibras desejadas.
[0016] Bajpai et al. (2006) descrevem a ação de combinações de enzimas do tipo Lacase-mediador; Lacase-mediador com xila- nase e Lacase-mediador com xilanase e estágio ácido visando melhorar o branqueamento ECF, mas em nenhum momento descreve o efeito sobre a qualidade das polpas, nem tão pouco a possibilidade de uso destas combinações para a diferenciação das propriedades das fibras. Existe, portanto, a necessidade do desenvolvimento de processos que resultem em uma diferenciação significativa das características das fibras de celulose. Dentre os referidos processos, os que utilizam o tratamento enzi- mático demonstram um elevado potencial para preencher esta lacuna.
[0017] Sendo assim, é o objetivo da presente invenção ocupar a referida lacuna que existe no estado da técnica de obtenção de fibras de celulose.
Sumário da Invenção
[0018] A presente invenção refere-se a um processo para a produção de fibras de celulose com características diferenciadas compreendendo a associação de pelo menos um tratamento en- zimático com pelo menos um estágio ácido durante.
Descrição Detalhada da Invenção
[0019] A presente invenção refere-se a um processo para a produção de fibras de celulose com características diferencia- das, mais especificamente, descreve os processos que compreendem de pelo menos um tratamento enzimático em associação a pelo menos um estágio ácido de modo a obter fibras de celulose com características e propriedades diferenciadas, tais como: flexibilidade, quantidade de grupos carboxílicos, resistência à tração e drenagem. Estes tratamentos podem ter ou não uma etapa de lavagem intermediária entre os tratamentos citados acima.
[0020]Dentre as propriedades das fibras celulósicas, aquantidade de grupos carboxílicos presentes e a flexibilidade das fibras são propriedades fundamentais para o desenvolvimento de características aperfeiçoadas para seu uso posterior na fabricação de papel.
[0021]As fibras mais flexíveis e com um mais alto número de grupos carboxílicos tendem a conferir uma resistência mecânica (tração) superior a das folhas de papel obtidas a partir das mesmas, sem nenhum tratamento enzimático e/ou ácido.
[0022]O aumento da resistência ocorre porque as fibras com tais características permitem o aumento da área de contato entre as mesmas, ocasionando um aumento no número das ligações e força entre as fibras, adicionalmente devido, também, a um incremento dos grupos ligantes (carboxílicos) na superfície das fibras, o que permite formar um maior n° de ligações via ponte de hidrogênio.
[0023]As ligações do tipo pontes de hidrogênio formadas quando as fibras entram em contato com a água estão presentes nas regiões das fibras que apresentam grupos hidroxílicos. Apósaremoção da água nos processosdedesaguamento e secagem,as referidasregiões de ligaçõesdotipo ponte dehidro- gênio se tornam regiões de ligações, aumentando assim a resistência mecânica da estrutura formada.
[0024] Foi verificado que pelo menos um tratamento enzimáti- co em associação com pelo menos um estágio ácido diferencia as características das fibras, principalmente a sua flexibilidade e o seu número de grupos carboxílicos, promovendo significativa alteração das propriedades de resistência mecânica, tais como resistência à tração, e a drenagem da suspensão fibrosa.
[0025] Tais alterações possibilitam a ampliação do uso de fibras de celulose em diferentes aplicações, também permitem o aumento do desempenho na fabricação de papel, pois são esperados aumentos na produtividade e na economia do processo em virtude de as referidas modificações das fibras promoverem uma melhor drenagem/secagem.
[0026] Portanto, estas diferenciações nas propriedades e características das fibras celulósicas deverão permitir aplicações de novos cenários de aplicação na fabricação de papel. Como por exemplo, fibras mais flexíveis e/ou com mais alto número de grupos carboxílicos poderão apresentar vantagens de reduzir custos, principalmente aqueles relacionados com o consumo de energia de refino e de insumos no processo de fabricação de papel (por exemplo, adição de agentes de resistência e fibras softwood, em geral, mais caras que as de hardwood). Como desvantagens, poderá aumentar a energia de secagem, caso o balanço entre refino e adição de agentes de resistência não forem adequados.
[0027] Por outro lado, fibras de menor flexibilidade e/ou de menor número de grupos carboxílicos poderão ser vantajosos quanto à drenagem e a secagem e aumento do volume específico do papel. Como desvantagens, poderão ser necessários aumento do refino e da adição de agentes de resistência durante a fabricação de papel. Estes exemplos, evidenciam o potencial e a importância que a diferenciação das fibras passam a ter na busca de ofertar para os clientes opções de desenvolvimento de aplicações adequadas e mais equilibradas às suas necessidades. Desta forma, produtos com características de maior maciez, bulk, absorção de líquidos, porosidade e de melhor desempenho no processo são esperados com fibras de menor flexibilidade e número de carboxílicos. Por outro lado, papéis mais resistentes e/ou mais econômicos são esperados com o uso de fibras mais flexíveis e/ou com mais alto número de grupos carboxíli- cos.
[0028] De acordo com uma concretização preferida da presente invenção, o tratamento enzimático é realizado pela ação de enzimas hidrolíticas, como por exemplo, celulases, xilanases ou mistura das mesmas, com cargas variando na faixa de 0,10 a 2,0 quilogramas de enzima por tonelada de celulose. As enzimas hi- drolíticas usadas são enzimas comerciais, alguns fornecedores das mesmas são: Novozymes, Verenium, Iogen, AB Enzymes, dentre outros.
[0029] O referido tratamento enzimático é conduzido em torres normalmente usadas em processos de estocagem de celulose ou em reatores especificamente desenhados para a condução de reações químicas, como as reações do estágio ácido.
[0030] A temperatura necessária para o desenvolvimento do processo pode ser estabelecida de modo a minimizar a adição de água fresca, água morna e/ou água quente através de um melhor balanço possível entre a recirculação de filtrados. De forma semelhante, o ajuste do valor de pH pode ser efetuado dimensionando o melhor balanço com a recirculação de filtrados ácidos e/ou alcalinos da sequência de branqueamento, para minimizar o uso de reagentes químicos, ácidos ou bases. Portanto, tais parâmetros não são limitativos da invenção e podem ser determinados de acordo com as condições de realização almejadas para cada processo específico.
[0031] De modo, preferencial, o tratamento enzimático é realizado em torres e os reatores apresentam um tempo de retenção na faixa de 40 a 240 minutos, um valor do pH na faixa de 5,5 a 8,5, uma temperatura na faixa de 40 a 90°C, preferencialmente, 50 a 90°C quando a enzima hidrolítica for uma xilanase, 40 a 80°C quando a enzima hidrolítica for uma celulase e 40 a 80°C quando o reagente enzimático for uma mistura de xilanases e celulases.
[0032] O estágio de tratamento enzimático é associado a um estágio ácido realizado preferencialmente nas condições regularmente descritas para os processos de produção de fibras de celulose com menores quantidades de ácidos hexenurônicos, onde as condições são as seguintes: um tempo de retenção na faixa de 20 a 200 minutos, temperatura na faixa de 80 a 95°C e um valor de pH na faixa de 3,0 a 4,5, utilizando acido sulfúrico ou ácido clorídrico para corrigir o pH.
[0033] No processo da presente invenção, o tratamento enzi- mático pode ser aplicado antes, após ou durante a sequência de branqueamento das fibras de celulose. Quando realizado antes da etapa de branqueamento o tempo de retenção do tratamento enzimático é de 40 a 240 minutos, quanto realizado durante o branqueamento o tempo de retenção é de 40 a 90 minutos e quan- do realizado após a sequência de branqueamento, o tempo de retenção do tratamento enzimático é de 40 a 240 minutos. Quando a enzima é aplicada antes do branqueamento o estágio ácido é aplicado de forma sequencial em uma etapa anterior e/ou posterior ao tratamento enzimático.
[0034] Em uma outra modalidade da presente invenção, os tratamentos enzimáticos das fibras são aplicados após um estágio ácido ao longo da sequência de branqueamento das fibras de celulose.Neste caso, o estágio ácido não é obrigatoriamente re- lizado de forma sequencial aos tratamentos enzimáticos.
[0035] Nesta modalidade, o tratamento enzimático pode substituir a primeira extração alcalina que, em geral, é reforçada com oxigênio e peróxido de hidrogênio, sendo ou não precedida de tratamento oxidativo. Sendo este o caso, o tratamento oxi- dativo, usualmente o primeiro estágio do branqueamento, consiste no uso de dióxido de cloro, ozônio, peróxido de hidrogênio, ou qualquer outro agente químico oxidante comum em aplicações desta natureza.
[0036] Como exemplos de sequências preferenciais de branqueamento onde o processo da presente invenção pode ser aplicado em tem-se: A Do EOP D1 EP D2; A Do PO D1 D2; A Do PO PP; A Do PO D P; e A D1 EP D2, nas quais: "A"refere-se a um estágio ácido; "Do" consiste em um estágio de dioxidação; "EOP" corresponde a uma extração alcalina reforçada com peró- xido de hidrogênio e oxigênio, sendo uma primeira parte da reação pressurizada e uma segunda com pressão atmosférica; "PO" corresponde a uma extração alcalina reforçada com oxigênio e peróxido de hidrogênio, em condições pressurizadas; "D1 e D2" são estágios de branqueamento com dióxido de cloro; "EP" refere-se a uma extração alcalina reforçada com peróxido de hidrogênio; e "P" refere-se a um estágio de branqueamento com peróxido de hidrogênio.
[0037] O processo da presente invenção pode ainda compreender uma etapa de lavagem entre o tratamento enzimático e o estágio ácido.
[0038] As fibras utilizadas no processo da presente invenção podem ser as chamadas fibras de eucalipto.
[0039] Ainda uma outra modalidade da presente invenção consiste em tratamentos enzimáticos realizados em mais de um estágio, em sequências contendo um estágio ácido.A aplicação de um tratamento enzimático inicial, anterior ou posterior ao estágio ácido, pode ser seguido por um segundo e até um terceiro estágio de tratamento enzimático no início, meio ou final da sequência de branqueamento.
[0040] Por exemplo, um estágio enzimático pode ser usado antes do estágio ácido. Um segundo estágio enzimático pode ser usado em substituição à primeira extração alcalina e ainda um terceiro estágio enzimático pode ser aplicado após o branqueamento.Esta estratégia operacional visa ampliar o potencial de diferenciação das propriedades das fibras.Todos os casos são perfeitamente possíveis de aplicação industrial.
[0041] Como por exemplo, em uma fábrica de produção de celulose com sequência de branqueamento tendo como configuração uma torre de estocagem A Do EOP D E D torre de estocagem e secagem, as seguintes combinações são possíveis, de acordo com esta invenção: Tratamento enzimático A tratamento enzimático D EP (ou PO) D torre de estocagem e secagem; Tratamento enzimá- tico A tratamento enzimático D EP (ou PO) D tratamento enzimá- tico e secagem. Estas configurações podem ainda ser realizadas usando após o estágio A um estágio Do.
[0042] Nas referidas alternativas, os tratamentos enzimáti- cos são realizados usando-se as mesmas condições de processo descritas anteriormente, respeitando-se as peculiaridades de desenho de linha de aplicação para as fibras.
Exemplos
[0043] A presente invenção será ilustrada com alguns exemplos de tratamentos e resultados, entretanto, estes exemplos são de caráter apenas ilustrativo e, portanto, não devem ser usados para limitar o escopo da presente invenção em nenhuma hipótese.
[0044] Cabe ressaltar que para realização dos exemplos em escala laboratorial, foi necessária a realização de uma etapa adicional, a inativação enzimática para evitar a continuidade das ações após a conclusão do estágio enzimático. Todavia, em um processo industrial contínuo esta etapa não se faz necessária, pois ela ocorre de forma natural pela realização de lavagens, alterações de pH e de temperatura, bem como o uso de agentes oxidantes.
[0045] A carga das enzimas hidrolíticas utilizadas nos exemplos foi obtida pesando-se a quantidade de enzima tal qual é formulada e enviada pelos seus respectivos fornecedores (expressa em quilograma de enzima por tonelada de celulose). Todos os tratamentos enzimáticos e estágios ácidos foram realizados em reator laboratorial (por exemplo, do tipo Quantum Technology - modelo Mark ou CRS), sob o qual é possível con- trolar a temperatura, a intensidade e periodicidade da mistura dinâmica, condições também fundamentais para um bom desempenho do tratamento enzimático. Todos os tratamentos experimentais foram comparados com uma condição- padrão (Teste em Branco), de mesmo tempo de retenção, pH, temperatura, intensidade e periodicidade de mistura, mas sem a presença de enzima. Cada experimento foi realizado usando-se 300 gramas (base peso seco) de celulose. Os testes foram conduzidos a 11% de consistência.
[0046] As medições da flexibilidade das fibras (F), número de grupos carboxílicos (C), resistência/índice de tração (T) e à drenagem (D) foram obtidas conforme normas-padrão ISO ou Ta- ppi. Para a realização dos testes físicos, as amostras foram condicionadas em temperatura de 23±1°C e umidade relativa de 50±2%, durante pelo menos 4 horas.
[0047] A medida da resistência à tração (R), base do cálculo do Índice de tração (T) foi obtida a partir da resistência máxima da tração de um corpo de prova de papel, em grama for- ça/polegada (gf/in). O índice de tração é a relação entre a resistência à tração e a gramatura da amostra (gramatura expressa em g/3000 pés ao quadrado). A resistência à tração é obtida em uma máquina universal de testes, do tipo Instron. A resistência à tração máxima é medida usando-se uma célula de carga de 10N, para resistência à tração de até 1000 gramas força e de 100N para resistência à tração superior a esta. A resistência à tração corresponde a uma média de pelo menos oito medidas. A resistência à tração é corrigida para ajustar para uma variação normal de gramatura entre 15,9 a 17,1. A resistência à tração corrigida é obtida multiplicando-se a resistência à tração medida por 10,5, dividindo-se pela gramatu- ra medida menos seis.
[0048]A drenagem foi quantificada através resistência à filtração da polpa ("pulp filtration resistance - PFR"), usando o seguinte procedimento (conforme descrito por Mohammadi et al. (1998)- ver US patent 6,149,769: Tomar uma amostra de 2543ml de uma suspensão de fibras, com consistência 0,1%, preparada em um tanque com capacidade para 19 litros, através de um registro instalado no fundo de um tanque proporcionador retornando-a ao tanque pela parte superior. Repetir o procedimento (observar que o PFR deve ser realizado após a retirada de 2543ml para realização do check da consistência, haja vista que altura da coluna de água dentro do tanque proporcionador altera o valor da medida). Medir a temperatura da suspensão.Anotar o valor em graus Celsius. Instalar a conexão para medida do PFR, no registro inferior do tanque proporcionador de amostra; colocar o frasco de vidro de 100ml abaixo da conexão (observar que por se tratar de uma medição dinâmica, com recipiente específico para este fim, não há necessidade de cali- bração do mesmo. Com um movimento único e brusco, abrir a válvula de tomada de amostra e ao mesmo tempo acionar o cronômetro medindo o tempo em segundos, requeridos para encher o frasco de 100ml até a marca. Anotar o tempo "A" em segundos. Descartar o filtradoe sem lavar a peneira da conexão,medir o tempo requerido paraencher o frasco novamente. Anotaro tempo "B"em segundos.Proceder deacordo com itemanterior, anotan do o tempo "C" em segundos. Remover a conexão e lavar em con- tracorrente pararetirar toda a polpa retidaverificando que a peneira de conexão ficou limpa e isenta de fibras que podem ressecar e alterar os testes posteriores. Calcular valor doPFR como segue:
Figure img0001
em que: A, B e C = Medidas de tempo em segundos. E =1+0,013(T-75) T = temperatura em graus Fahrenheit. Uma fórmula resumida poderá ser usada:
Figure img0002
em que: K =
Figure img0003
Logo: K=
Figure img0004
Valores de “K” para temperaturas que variam de 70 °F (21°C) e 77° F (25°C).
Figure img0005
[0049] Todos os acessórios/equipamentos foram fornecidos pela empresa Special Machinery Corporation, 546 Este Avenue, Cincinnati, Ohio 45232. A medida de PFR é correspondente ao Canadian Standard Freeness (CSF), obtido de acordo com a norma SCAN C 24-65. A relação entre elas é dada pela seguinte equação: PFR =78918*(CSF)-1.688.
[0050] A medição da flexibilidade das fibras foi realizada de acordo com o conceito descrito por Steadman and Luner (1985).Existe a necessidade de uma preparação prévia de lâminas especiais com microfilamentos metálicos, onde são depositadas as fibras de que serão medidas e equipamento adequado.
[0051] A metodologia de preparação da lâmina utiliza 5 gramas de celulose (base peso seco) em 2000 ml de água deioniza- da. Esta suspensão fibrosa é em seguida agitada em um desagre- gador convencional de laboratório, da qual é preparada uma nova suspensão com 0,01% de consistência. Para tal, são transferidos 8 ml da suspensão acima em uma proveta de 200mL, completando o volume com água deionizada. As lâminas especiais, contendo filamentos metálicos, são usadas para receber as fibras, em um equipamento denominado "sample maker". As condições de vácuo e pressão de ar comprimido são de 7±1 mmHg e 60 psi, respectivamente. Para cada lâmina, foram usados 5 ml da suspensão com 0,01% de consistência e, no momento apropriado, a lâmina foi posicionada corretamente para receber as fibras. Após prensagem e secagem, a lâmina foi removida e levada para leitura da flexibilidade das fibras.Nesta invenção usou-se um equipamento denominado "CYBERFLEX". No mínimo duas lâminas devem ser preparadas e a leitura deve ser realizada sobre um mínimo de fibras 300 fibras, obtendo-se a média das medições. Importante observar que a medição é,originalmente, sobre fibras úmidas e, portanto, o resultado é expresso em flexibilidade a úmido (“Wet Fiber Flexibility), expresso em %.
[0052]A determinação do número de grupos carboxílicos foirealizada de acordo com Tappi T237 cm-98, sob a qual os resultados são expressos em miliequivalentes por 100 gramas das fibras (base peso seco).
Exemplo 1: Tratamentos Individualizados Exemplo 1.1: Tratamento enzimático com enzimas xilanases e ce- lulases, associado ao estágio ácido, antes do branqueamento.
[0053]A primeira parte do tratamento enzimático foi realizada usando-se carga 0,5 quilograma de xilanase/tonelada de celulose, pH ao redor de 7, temperatura igual a 75°C, 3 horasde tratamento, a 11% de consistência da suspensão. O tratamento posterior com celulase foi realizadousando-se carga de 1 quilograma de celulase/tonelada de celulosee, pH ao redor de 7, temperatura igual a 50°C, durante3 horas,a11% deconsistência. O estágio ácido foirealizado a 90°C,pH entre 3 a 4,5utilizando acido sulfúrico ou clorídrico para acerto do pH, durante 3 horas, a 11% de consistência.
[0054]Após o tratamento enzimático realizou-se um tratamen to de desnaturação da enzima, que consistiu em lavagem da celulose tratada com enzimas, desaguamento até uma consistência de 25 a 30% em peso, aquecimento do meio a uma temperatura de 85 a 95°C, durante 10 a 15 minutos.
[0055]Os resultados são apresentados na tabela 1. Os resultados paraa condição decontrole foiconsiderada100%. Os re sultados dos tratamentos são apresentados em percentagem em relação aovalor original da condição de controle. Os resultados demonstram que as aplicações individuais do estágio ácido, xilanase e celulase apresentam resultados distintos para as propriedades das fibras desejadas, ou seja, indicam a diferenciação das propriedades das fibras. Tabela 1: Respostas para Tratamentos Individualizados: EnzimasXilanase, Enzimas Celulase e Estágio Ácido, em Comparação coma Condição de controle (mesmas condições de aplicação, mas semos ácidos e enzimas, sejam eles ácidos ou enzimas).
Figure img0006
[0056] As diferenças observadas entre os três tipos de tratamentos (apenas estágio ácido, apenas enzimas celulase, ou apenas enzimas xilanases) em comparação com os resultados de controle mostram os três tratamentos apresentam potencial de diferenciação das fibras. O estágio ácido, no entanto, foi o que apresentou o menor efeito sobre a drenagem, apesar da queda de 24% na tração (motivada pela redução de 5% na flexibilidade das fibras e de 17% do número de grupos carboxílicos).
[0057] Em relação ao tratamento de controle, o estágio com xilanase isoladamente apresentou potencial significativo de diferenciar as características das fibras, com destaque para a melhoria da drenagem que é altamente requerida para tornar o processo de produção das fibras e também de papel mais atrativo do ponto de vista econômico (potencial para reduzir energia de secagem e/ou de aumentar a produção).
[0058] Por outro lado, o tratamento com celulase isoladamente apresentou o mais alto potencial de alterar as características das fibras, com destaque para o aumento do índice de tração. O aumento de até 210% nesta característica indica um potencial significativo para redução de custos na fabricação de papel (energia, aditivos, etc), bem como para produzir papéis com estruturas diferenciadas. Nota-se ainda a ampla pos-sibilidade de obter o melhor equilíbrio entre a tração e a drenagem (em oposição à resistência da polpa ao fluxo), para aplicações específicas dependendo das possibilida- des/limitações dos fabricantes de papel (por exemplo, limitações em energia, produção, custos e necessidades de diferenciar estruturas/propriedades de papel).
[0059] Diante das respostas observadas na tabela 1, nota-se a necessidade de tomar como base os resultados de diferenciação das fibras obtidos pelo estágio ácido, uma vez que esta já é uma aplicação industrial, em fábricas modernas, para a redução de grupos hexanurônicos (redução de custos no branqueamento). Os tratamentos enzimáticos, em comparação com o estágio ácido, apresentaram diferenciação significativa das características das fibras (tabela 2). Nota-se que o estágio xilanase diferenciou a drenagem em até 8%, com mínima perda de tração. O estágio celulase, por outro lado, diferenciou a tração em até 210%. Apesar da maior dificuldade de drenagem (neste caso), observa-se o amplo espaço para otimizar o aumento de tra- ção (desejável para os diversos produtores de papel, em geral obtido com enorme consumo de energia e/ou aditivos de resistência), em relação à ótima drenagem.Tabela 2: Respostas para Tratamentos Individualizados: Enzimas Xilanase e Enzimas Celulase em Comparação com o Estágio Ácido
Figure img0007
[0060]Diante destes resultados, a partir deste ponto, passam-se então a fazer combinações entre tratamentos enzimáticos com o estágio ácido.Portanto, as respostas foram comparadas tomando-se por base os resultados obtidos com o tratamento ácido isoladamente.
Exemplo 2: Tratamento Enzimático Associados a um Estágio Ácido Exemplo 2.1: Tratamento enzimático com xilanase, associado ao estágio ácido, antes do branqueamento.
[0061]Nas combinações com o estágio ácido, para o tratamento enzimático, utilizou-se carga de 0,5 quilograma de xila- nase/tonelada de celulose de celulose, pH ao redor de 7, tem- peratura 75°C, 3 horas de tratamento, a 11% de consistência da suspensão. O estágio ácido foi realizado a 90°C, pH entre 3 a 4,5, durante 3 horas, a 11% de consistência. Após o tratamento enzimático realizou-se um tratamento de desnaturação da enzima, que consistiu em lavagem da celulose tratada com enzimas, desaguamento até uma consistência de 25 a 30% em peso, aquecimento do meio a uma temperatura de 85 a 95°C, durante 10 a 15 minutos.
[0062] O estágio de xilanase, anterior ou posterior ao tratamento ácido, apresentou diferentes respostas sobre as propriedades das fibras. Entretanto, ambos os tratamentos apresentaram reduções do número de carboxílicos, tração e resistência da polpa ao fluxo. Por exemplo, a máxima diferenciação da drenagem (melhoria desta característica em 12%, o que é significativo do ponto de vista prático) foi obtida aplicando o estágio xilanase antes do tratamento ácido. É importante ressaltar que esta situação é perfeitamente possível de aplicação industrial.Por outro lado, uma melhor combinação entre a drenagem e a tração foi observada no tratamento enzimático posterior ao estágio ácido (o que também é possível de ser usado industrialmente).
Exemplo 2.2: Tratamentos associados e sequenciais de tratamentos com celulase e estágio ácido, antes do branqueamento.
[0063] Para o tratamento enzimático, utilizou-se carga de 1 quilograma de celulase/tonelada de celulose, pH ao redor de 7, temperatura 50°C, durante 3 horas, a 11% de consistência. O estágio ácido foi realizado a 90°C, pH entre 3 a 4,5, durante 3 horas, a 11% de consistência. Após o tratamento enzimático realizou-se um tratamento de desnaturação da enzima, que con- sistiu em lavagem da celulose tratada com enzimas, desaguamen- to até uma consistência de 25 a 30% em peso, aquecimento do meio a uma temperatura de 85 a 95°C, durante 10 a 15 minutos.
[0064] Novamente ressalta-se que os resultados foram comparados tomando-se como base os dados obtidos com o estágio ácido. O tratamento com celulase, anterior ou posterior ao estágio ácido, apresentou elevada diferenciação das características das fibras. Como exemplo, observou-se que os extremos da diferenciação foram aumentos de até 24% na flexibilidade e 215% na tração, ambas obtidas na aplicação do estágio celulase antes do estágio ácido, o que é possível industrialmente. Destaca-se que a temperatura do estágio celulase não é um impeditivo, uma vez que o balanço térmico pode ser obtido adotando- se um trocador de calor. Mas avalia-se que a alternativa mais prática e econômica é o balanço entre carga da enzima versus a temperatura, principalmente para os reatores que permitem até 3 ou mais horas de reação.
Exemplo 2.3: Tratamentos associados e sequenciais de misturas de enzimas com o estágio ácido, antes do branqueamento.
[0065] Para o tratamento enzimático, utilizaram-se cargas de 0,5 quilograma de xilanase/tonelada de celulose com 1 quilograma de celulase/tonelada de celulose, aplicadas a pH ao redor de 7, temperatura de 55°C, durante 3 horas a 11% de consistência. O estágio ácido foi realizado a 90°C, pH entre 3 a 4,5, durante 3 horas, a 11% de consistência. Após o tratamento enzimático realizou-se um tratamento de desnaturação da enzima, que consistiu em lavagem da celulose tratada com enzimas, desaguamento até uma consistência de 25 a 30% em peso, aquecimento do meio a uma temperatura de 85 a 95°C, durante 10 a 15 minutos.
[0066] Observou-se que o estágio de misturas de enzimas, associado ao estágio ácido, também apresentou diferenciação significativa das fibras. O extremo de diferenciação (aumento de 29%) da flexibilidade das fibras e da tração (aumento de 220%) foi obtido aplicando-se celulase antes do estágio ácido. Embora notou-se redução da drenagem da celulose, novamente é importante considerar que o equilíbrio entre a tração e a resis-tência da polpa ao fluxo deve ser buscado caso a caso, dependendo das necessidades para cada aplicação de papel.
Exemplo 2.4: Tratamentos associados e sequenciais de enzimas xilanase e celulose com o estágio ácido, aplicados antes do branqueamento.
[0067] Para o tratamento enzimático, utilizou-se carga de 0,5 quilograma de xilanase/tonelada de celulose, pH ao redor de 7, temperatura 75°C, 3 horas de tratamento, a 11% de consistência. O tratamento com celulase foi realizado usando-se carga de 1 quilograma de celulase/tonelada de celulose, pH ao redor de 7, temperatura 50°C, durante 3 horas, a 11% de consistência. O estágio ácido foi realizado a 80°C, pH entre 3 a 4,5, durante 20 minutos, a 11% de consistência. Após o tratamento enzimático realizou-se um tratamento de desnaturação da enzima, que consistiu em lavagem da celulose tratada com enzimas, desaguamento até uma consistência de 25 a 30% em peso, aquecimento do meio a uma temperatura de 85 a 95°C, durante 10 a 15 minutos.
[0068] Uma significativa diferenciação das características foi observada com estas alternativas de aplicação (estágios enzimáticos sequenciais, associados a um estágio ácido). Como exemplo ilustrativo, observou-se aumento de 273% da tração quando a aplicação de celulase antes do estágio xilanase (o estágio ácido foi aplicado posterior aos estágios enzimáticos, aproveitando as condições de reatores existentes em escala in-dustrial: uma torre de estocagem, um reator usado para o estágio ácido para aplicação do segundo tratamento enzimático e um reator para tratamento oxidativo para a realização do estágio ácido). Por outro lado, a maior diferenciação do número de grupos carboxílicos e o melhor equilíbrio entre tração e drenagem foram obtidos com a aplicação do estágio xilanase antes do estágio celulase.
Exemplo 2.5: Tratamentos associados e sequenciais de xilanase com o estágio ácido, aplicados em diferentes temperaturas, antes do branqueamento.
[0069] Para o tratamento enzimático, utilizou-se carga de 0,5 quilograma xilanase/tonelada de celulose, pH ao redor de 7, durante 3 horas, a 11% de consistência, nas temperaturas de 60°C, 75°C e 90°C. O estágio ácido foi realizado a 90°C, pH entre 3 a 4,5, durante 3 horas, a 11% de consistência. Após o tratamento enzimático realizou-se um tratamento de desnaturação da enzima, que consistiu em lavagem da celulose tratada com enzimas, desaguamento até uma consistência de 25 a 30% em peso, aquecimento do meio a uma temperatura de 85 a 95°C, durante 10 a 15 minutos.
[0070] A associação do estágio ácido com o tratamento enzi- mático, com xilanase, em diferentes temperaturas apresenta-se como uma ferramenta importante para a diferenciação das características das fibras. Como exemplo, a aplicação de temperatura de 90°C no tratamento com xilanase permitiu o mais elevado nível de diferenciação de todas as propriedades analisadas para os tratamentos com xilanase. Reduções de até 11% na flexibilidade das fibras, 31% no número de carboxílicos, impactaram positivamente a drenagem (redução da resistência à drenagem) de até 17%. Como consequência, foi observada queda da tração, de até 44%.
Resumo dos tratamentos aplicados antes do branqueamento - associações do tratamento enzimático com o estágio ácido
[0071]Foram expressivas as diferenciações das características das fibras, conforme ilustrado na tabela 3.Tabela 3- Resumo das respostas extremas observadas do tratamento enzimático associados a um estágio ácido, quando aplicados antes do branqueamento.
Figure img0008
Exemplo 3: Tratamento Enzimático Aplicados No Meio da Sequência de Branqueamento, Contendo Estágio Ácido.
[0072]Em seguida, serão apresentados exemplos de tratamentoenzimático aplicados no branqueamento, em substituição da extração alcalina oxidativa, em sequências de branqueamento com o estágio ácido.
Exemplo 3.1: Aplicação de enzimas celulase, xilanase e mistura entre elas em substituição à extração alcalina oxidativa, em branqueamento com estágio ácido.
[0073] Foram utilizadas as seguintes condições experimentais. O estágio ácido foi realizado a 90°C, pH entre 3 a 4,5, durante 3 horas, a 11% de consistência. O tratamento com xila- nase foi realizado usando-se carga de 0,5 quilograma de xila- nase/tonelada de celulose, pH ao redor de 7, temperatura 75°C, 1 hora de tratamento, a 11% de consistência. O tratamento com celulase foi realizado usando-se carga de 1 quilograma de ce- lulase/tonelada de celulose, pH ao redor de 7, temperatura 50°C, durante 3 horas, a 11% de consistência. A mistura entre xilanase e celulase foi realizada usando-se 0,5 quilograma de xilanase/tonelada de celulose e 1 quilograma de celu- lase/tonelada de celulose, a 55°C, durante 1 hora, a 11% de consistência. Após o tratamento enzimático realizou-se um tratamento de desnaturação da enzima, que consistiu em lavagem da celulose tratada com enzimas, desaguamento até uma consistência de 25 a 30% em peso, aquecimento do meio a uma temperatura de 85 a 95°C, durante 10 a 15 minutos. A lavagem foi realizada usando fator de diluição 2,5, neutralização com ácido ou soda, dependendo da condição do meio para obter pH próximo ao neutro.
[0074] O primeiro estágio de dioxidação foi realizado em 20 minutos, a partir do término do estágio ácido a 80°C, consistência 11%, com carga de dióxido de cloro correspondente a 8 quilogramas de cloro ativo/tonelada de celulose. O estágio "D1" foi realizado usando-se carga de dióxido de cloro correspondente a 27 quilogramas de cloro ativo/tonelada de celulose, pH 3,5 a 4,5, temperatura de 80°C, durante 3 horas a 11% de consistência. O estágio "EP" foi com carga de peróxido de hidrogênio de 1 quilograma por tonelada de celulose, pH de 11,311,7, temperatura de 70°C, durante 1 hora a 11% de consistência. O estágio "D2" foi realizado usando-se carga de dióxido de cloro correspondente a 1 quilograma de cloro ativo/tonelada de celulose, pH 5 a 6, temperatura de 75°C, durante 3 horas a 11% de consistência.
[0075] A aplicação de enzimas no meio da sequência de branqueamento também apresentou um alto nível de diferenciação das características das fibras. Como exemplos, o uso de celulase em substituição à extração alcalina, após o estágio de dióxido de cloro, aumentou a tração em 62%, com relativamente pequena alteração da drenagem (redução de apenas 8%). O resumo apresentado na tabela 4 exemplifica os extremos de diferenciações observadas para aplicações de enzimas na sequência de branqueamento, temo um estágio ácido anterior a este.Tabela 4 - Resumo das respostas extremas observadas do tratamento enzimático associados a um estágio ácido, quando aplicados no meio da sequência de branqueamento.
Figure img0009
Exemplo 4: Tratamento Enzimático Aplicado Após O Branqueamen- to, Contendo Estágio Ácido.
[0076] Em seguida, serão apresentados exemplos de tratamento enzimático aplicado após o branqueamento, em sequência com o estágio ácido.
Exemplo 4.1: Aplicação de enzimas celulase, xilanase e mistura entre elas após o branqueamento com estágio ácido.
[0077] Sequências de branqueamento do tipo Do EOP D1 EP D2, A Do PO D1 D2 e A Do PO D P tiveram aplicações de xilanase, celulase e misturas entre elas após o último estágio de branqueamento e antes da secagem. O estágio ácido foi realizado a 90°C, pH entre 3 a 4,5, durante 3 horas, a 11% de consistência. O primeiro estágio de dioxidação foi realizado em 20 minutos, a 80°C, consistência 11%, com carga de dióxido de cloro correspondente a 8 quilogramas de cloro ativo/tonelada de celulose. O estágio "EOP" foi realizado usando-se pH 11,3 a 11,7, temperatura de 75°C, durante 1 hora, 5 quilogramas de oxigênio/tonelada de celulose e pressão de 45 psi, com adição de 1,5 quilograma peróxido de hidrogênio/tonelada de celulose. O estágio "D1" foi realizado usando-se carga de dióxido de cloro correspondente a 15 quilogramas de cloro ativo/tonelada de celulose, pH 3,5 a 4,5, temperatura de 80°C, durante 3 horas a 11% de consistência. O estágio "EP" foi com carga de pe- róxido de hidrogênio de 1 quilograma por tonelada de celulose, pH de 11,3-11,7, temperatura de 70°C, durante 1 hora a 11% de consistência. O estágio "D2" foi realizado usando-se carga de dióxido de cloro correspondente a 1 quilograma de cloro ati- vo/tonelada de celulose, pH 5 a 6, temperatura de 75°C, durante 3 horas a 11% de consistência. b) Na sequência do tipo Do PO D1 D2 ou com final P, O estágio ácido foi realizado a 90°C, pH entre 3 a 4,5, durante 2 horas, a 11% de consistência. O primeiro estágio de dioxidação foi realizado em 15 minutos, a 90°C, consistência 11%, com carga de dióxido de cloro corres-pondente a 22 quilogramas de cloro ativo/tonelada de celulose. O estágio "PO" foi realizado usando-se pH 11,3 a 11,7, temperatura de 80°C, durante 90 minutos, 5 quilogramas de oxigê- nio/tonelada de celulose e 5 quilogramas de Nitrogê- nio/tonelada de celulose e pressão de 72 psi, com adição de 3 quilogramas peróxido de hidrogênio/tonelada de celulose. O estágio "D1" foi realizado usando-se carga de dióxido de cloro correspondente a 5 quilogramas de cloro ativo/tonelada de celulose, pH 3,5 a 4,5, temperatura de 80°C, durante 90 minutos a 11% de consistência. O estágio "D2" foi realizado usando-se carga de dióxido de cloro correspondente a 2 quilogramas de cloro ativo/tonelada de celulose, pH 4 a 5, temperatura de 80°C, durante 90 minutos a 11% de consistência. O estágio "P" foi com carga de peróxido de hidrogênio de 2 quilogramas por tonelada de celulose, pH de 10,0-10,5, temperatura de 80°C, durante 90 minutos a 11% de consistência. Foram usadas enzimas xilanases e celulases comerciais. Usou-se 0,5 quilograma xila- nase/tonelada de celulose e 1 quilograma de celulase/tonelada de celulose, pH ao redor de 7, temperatura 55°C, 1 hora de tratamento, a 11% de consistência da suspensão. Após o tratamento enzimático realizou-se um tratamento de desnaturação da enzima, que consistiu de lavagem da celulose tratada com enzimas, desaguamento até uma consistência de 25 a 30% em peso, aquecimento do meio a uma temperatura de 85 a 95°C, durante 10 a 15 minutos.
[0078] Ganhos de até 24% natração, sem perda significante de drenagem foram observados com a aplicação de celulase. Ganhos de drenagem de até 7% sem perda de tração também foram medidos com a aplicação de xilanase.
[0079] Resumo dos tratamentos aplicados após o branqueamento, contendo estágio ácido.
[0080] Os extremos de diferenciação das características das fibras são ilustrados na tabela 5.Tabela 5 - Resumo das respostas extremas observadas do tratamento enzimático, quando aplicados no final da seqüência de branqueamento, contendo um estágio ácido
Figure img0010
Exemplo 5: Tratamento Enzimático Aplicados Em Mais de Um Estágio, Antes, Ao Longo E/Ou Após O Branqueamento, Contendo Estágio Ácido.
[0081] Em seguida, serão apresentados exemplos de tratamento enzimático aplicados em diferentes estágios do processo, em branqueamento com o estágio ácido.
Exemplo 5.1: Aplicação de enzimas em mais de um estágio do processo, com branqueamento contendo estágio ácido.
[0082] Foram utilizadas as seguintes condições experimentais: a)aplicação de enzimas antes do branqueamento: uso de xila- nase com carga de 0,5 quilograma de xilanase/tonelada de celulose, pH ao redor de 7, temperatura 75°C, 3 horas de tratamento, a 11% de consistência da suspensão. O uso de celulase com carga de 1 quilograma de celulase/tonelada de celulose, pH ao redor de 7, temperatura de 50°C, 3 horas de tratamento a 11% de consistência. b)Aplicação de enzimas no meio da seqüência de branqueamento: uso de xilanase com carga de 0,5 quilograma de xila- nase/tonelada de celulose, pH ao redor de 7, temperatura 75°C, 1 hora de tratamento, a 11% de consistência da suspensão. O uso de celulase com carga de 1 quilograma de celulase/tonelada de celulose, pH ao redor de 7, temperatura de 50°C, 1 hora de tratamento a 11% de consistência.
[0083] Para todos os casos, o estágio ácido foi realizado a 90°C, pH entre 3 a 4, durante 3 horas, a 11% de consistência. Após o tratamento enzimático realizou-se um tratamento de desnaturação da enzima, que consistiu em lavagem da celulose tratada com enzimas, desaguamento até uma consistência de 25 a 30% em peso, aquecimento do meio a uma temperatura de 85 a 95°C, durante 10 a 15 minutos.
[0084] A aplicação de enzimas em mais de um estágio do processo apresenta elevada diferenciação das fibras, especialmente quando usada no início e no meio da seqüência de branqueamento. Melhoria de até 9% da drenagem foi observada com a aplicação de mais de um estágio com xilanase. Aumentos de até 58% da tração foram medidos com a aplicação de um estágio de xilanase antes do branqueamento e um estágio com misturas de celulase e xilanase no meio do branqueamento.
[0085]Para todos os casos estudados, as características dasfibras diferenciadas com a aplicação de enzimas no início e/ou no meio do branqueamento tendem a ser mantidas após o branqueamento (antes da secagem).
[0086]Os extremos de diferenciação das características dasfibras de interesse são ilustrados na tabela 6.
[0087]Resumodostratamentos aplicados em mais de um estágio doprocesso,para branqueamento contendo estágio ácido. Tabela 6- Resumo das respostas extremas observadas do tratamento enzimático aplicados em mais de um estágio do processo
Figure img0011

Claims (9)

1.Processo para a produção de fibras de celulose, caracterizado pelo fato de que compreende a associação de pelo menos um tratamento enzimático com pelo menos um estágio ácido, em que o tempo de retenção durante o tratamento enzimático está na faixa de 40 a 240 minutos, o pH do meio varia de 5,5 a 8,5, a temperatura do meio varia de 40 a 90°C, e a carga de enzima hidrolítica está na faixa de 0,10 a 2,0 quilogramas/tonelada de celulose, em que no estágio ácido, o tempo de retenção está na faixa de 20 a 200 minutos, a temperatura do meio está na faixa de 80 a 95°C, e o pH do meio varia de 3 a 4,5, em que o estágio ácido é aplicado sequencialmente antes ou após o tratamento enzimático durante o processamento de obtenção de fibras de celulose e em que no tratamento enzimático é usada enzima hidrolítica selecionada do grupo consistindo em celulases, xilases e suas misturas.
2.Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a temperatura do meio durante o tratamento enzimático está na faixa de 50 a 90°C quando a enzima hidrolítica for uma xilanase.
3.Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a temperatura do meio durante o tratamento enzimático está na faixa de 40 a 80°C quando a enzima hidrolítica for uma celulase.
4.Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a temperatura do meio durante o tratamento enzimático está na faixa de 40 a 80°C quando a enzima hidrolítica for uma mistura de xilanases e celulases.
5.Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo fato de que o tratamento enzimático é aplicado antes da sequência de branqueamento das fibras de celulose e o tempo de retenção do tratamento enzimático é de 120 até 240 minutos.
6.Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo fato de que o tratamento enzimático é aplicado após a sequência de branqueamento das fibras de celulose e o tempo de retenção é de 120 a 240 minutos em um reator anterior ao processo de secagem da celulose de mercado.
7.Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo fato de que o tratamento enzimático é aplicado ao longo da sequência de branqueamento visando a diferenciação das propriedades das fibras de celulose.
8.Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo fato de que a associação entre o tratamento enzimático e o estágio ácido ocorre com ou sem lavagem das fibras de celulose entre os mesmos.
9.Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo fato de que as fibras utilizadas são fibras de celulose de mercado de eucalipto.
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