BR102015018592A2 - acoplamento para eixo e veículo - Google Patents

Abstract

resumo “acoplamento para eixo e veículo” a invenção refere-se, de uma maneira geral, a um eixo de um veículo automotor e, mais especificamente, a invenção está relacionada a um eixo de transmissão de um veículo automotor que permite seu engate e desengate para possibilitar a seleção de tração do veículo. de acordo com uma realização da invenção, o acoplamento para eixo compreende um primeiro segmento de eixo; um segundo segmento de eixo; e um meio de acoplamento para acoplar o primeiro segmento de eixo ao segundo segmento de eixo; em que o meio de acoplamento acopla ou desacopla de forma seletiva o primeiro segmento de eixo ao segundo segmento de eixo. a invenção trata também de um veículo compreendendo tal acoplamento para eixo.

Description

“ACOPLAMENTO PARA EIXO E VEÍCULO” Campo da Invenção [0001] A invenção refere-se, de uma maneira geral, a um eixo de um veículo automotor e, mais especificamente, a invenção está relacionada a um acoplamento para um eixo de transmissão de um veículo automotor que permite seu engate e desengate para possibilitar a seleção de tração do veículo.

Antecedentes da Invenção [0002] Veículos automotores e, particularmente, veículos destinados ao transporte rodoviário de bens, tais como caminhões, geralmente são tracionados pelo seu eixo traseiro tendo um conjunto de força formado por motor e câmbio montados na porção dianteira do veículo. A conexão entre o conjunto de força (power-train) e as rodas tracionadas é realizada através de um eixo, comumente denominado de eixo Cardan, que, por um lado, está conectado à saída do conjunto de força, geralmente o câmbio e, de outro lado, está conectado ao diferencial do eixo, para transmitir a potência às rodas.

[0003] No caso de veículos de transporte rodoviário de bens que possuem dois eixos traseiros e, mais particularmente, no caso de cavalos mecânicos que possuem dois eixos traseiros, o veículo pode assumir uma configuração de tração 6x2 ou 6x4, ou seja, das seis rodas do veículo, apenas duas são tracionadas, geralmente as duas rodas do primeiro eixo traseiro, ou as quatro rodas dos dois eixos traseiros são tracionadas. Em algumas aplicações de veículos configurados para “fora-de-estrada”, pode ser também que tenham uma configuração de tração 8x4 ou até mesmo 6x6 ou 8X8.

[0004] O uso de pelo menos dois eixos tracionados, tal como em uma configuração 6x4, pode ser desejoso tanto por questões de legislação (em certos países, como o Brasil, para se transportar um limite maior de carga o veículo, necessariamente, precisa contar com uma configuração de tração 6x4) como por questões de aplicação, como é o caso de veículos para aplicação fora-de-estrada, tal como veículos canavieiros ou de mineração.

[0005] No entanto, quando o veículo não está carregado, para fins de economia de combustível e de pneus, pode ser desejoso que um eixo não seja utilizado. Se a configuração de tração for, por exemplo, uma configuração 6x2, um dos eixos traseiros, aquele não tracionado, pode ser suspenso e, com isso, é reduzido o consumo de combustível e o desgaste dos pneus, em uma solução técnica que já é bastante conhecida na qual é empregada uma bolsa de ar para suspender o eixo, aproveitando-se, assim, a linha de ar-comprimido existente nesses tipos de veículos. No entanto, tal solução não pode ser empregada em veículos com configuração de tração 6x4 ou 8x4, por exemplo, já que não se pode suspender um eixo tracionado uma vez que a potência seria perdida para o eixo suspenso.

[0006] Portanto, existe a necessidade de se permitir o acoplamento ou desacoplamento de tração de pelo menos um eixo de um veículo, particularmente um veículo de carga, tal como um caminhão ou cavalo mecânico.

[0007] O estado da técnica revela algumas soluções pelas quais é permitida a seleção, automática ou manual, de tração de um ou mais eixos. Uma solução já conhecida consiste em se acoplar ou desacoplar a engrenagem do diferencial central que envia a potência para o eixo. Esta solução, no entanto, não pode ser aplicada nas configurações de tração 6x4 ou 8x4, já que não é empregado nenhum diferencial central, mas a tração é transmitida de um diferencial para outro, de forma sequencial, através de um eixo Cardan.

[0008] Outras soluções mais elaboradas, por exemplo, aquelas reveladas nos documentos do estado da técnica US 2012/0260758, de Arai, empregam recursos mais complexos como embreagens de lamelas e gerenciamento eletrônico. Tais soluções são complexas e caras e podem não funcionar adequadamente para torques muito altos, como é o caso dos veículos de transporte de bens, cujo torque na saída do motor pode facilmente exceder os 1500 Nm, podendo mesmo chegar a 3000 Nm.

[0009] Dessa forma, persiste a necessidade de uma solução técnica simples, que possa ser aplicada sem o recurso de gerenciamento eletrônico, para o acoplamento ou desacoplamento de tração de um eixo de um veículo, particularmente um veículo de transporte de bens que adota uma configuração de tração 6x4, 8x4 ou similar. A invenção visa contornar estes inconvenientes do estado da técnica, dentre outros.

Descrição da Invenção [0010] Portanto, é um objetivo da invenção prover um meio para permitir o desligamento da tração de pelo menos um eixo, particularmente em um veículo de transporte de bens tendo uma configuração de tração 6x4 ou 8x4.

[0011] É um objetivo adicional da invenção prover um meio de desacoplamento de um eixo Cardan de um veículo, particularmente um veículo de transporte de bens tendo uma configuração de tração 6x4 ou 8x4.

[0012] A fim de atender os objetivos acima, dentre outros, a invenção trata de um acoplamento para um eixo que compreende: - um primeiro segmento de eixo; - um segundo segmento de eixo; e - um meio de acoplamento para acoplar o primeiro segmento de eixo ao segundo segmento de eixo; em que o meio de acoplamento acopla ou desacopla de forma seletiva o primeiro segmento de eixo ao segundo segmento de eixo.

[0013] De acordo com aspectos alternativos e/ou adicionais da invenção, as seguintes características, sós ou em combinações tecnicamente viáveis, também podem estar presentes: - a potência é transmitida do primeiro segmento de eixo para o segundo segmento de eixo quando o meio de acoplamento está em uma posição acoplada, e inexiste transmissão de potência do dito primeiro segmento de eixo para o dito segundo segmento de eixo quando o meio de acoplamento está em uma posição desacoplada; - dito segundo segmento de eixo é oco; - o primeiro segmento de eixo é concêntrico ao e montado no interior do segundo segmento de eixo; - o meio de acoplamento é montado de forma cooperante entre o dito primeiro segmento de eixo e o dito segundo segmento de eixo; - dito segundo segmento de eixo compreende uma pluralidade de dentes internos distribuídos, pelo menos parcialmente, ao longo de seu perímetro interno e dito primeiro segmento de eixo compreende uma pluralidade de dentes externos distribuídos, ao menos parcialmente, ao longo de seu perímetro externo; - dita luva compreende uma pluralidade de dentes internos e externos distribuídos, pelo menos parcialmente, ao longo de seu perímetro interno e externo, respectivamente, e que cooperam com a dita pluralidade de dentes dos ditos primeiro e segundo segmentos de eixo; - dito meio de acoplamento está associado a uma câmara de pressão que permite deslizar axialmente o dito meio de acoplamento ao longo dos ditos primeiro e segundo segmentos de eixo ao se variar a pressão na câmara; - dita câmara é formada por uma camisa montada entre o primeiro e segundo segmentos de eixo, pela parede interna do dito primeiro segmento de eixo, e pela camisa; - dito acoplamento compreende adicionalmente um meio de retorno do dito meio de acoplamento; - dito meio de retorno é uma mola montada no interior do dito segundo segmento de eixo e apoiada, de um lado, ao dito segundo segmento de eixo e, de outro lado, à câmara.

[0014] A invenção trata também de um veículo, que compreende pelo menos dois eixos tracionados, sendo que a potência é transmitida do primeiro eixo para o segundo eixo através de um eixo, sendo que o veículo compreende um acoplamento para um eixo tal como definido acima. De forma particular, o veículo é um veículo de transporte de bens, tal como um caminhão, que possui uma configuração de tração 6x4.

Breve Descrição dos Desenhos [0015] A invenção será agora descrita com relação a realizações particulares, fazendo-se referência às figuras anexas. Tais figuras são esquemáticas, e suas dimensões ou proporções podem não corresponder à realidade, com vistas a prover uma descrição didática, e não impõem quaisquer limitações à invenção além daquelas definidas nas reivindicações anexas, em que: A figura 1 é uma vista em perspectiva de um acoplamento para eixo de acordo com uma realização da invenção; A figura 2 é uma vista lateral em corte segundo a linha A-A de um acoplamento para eixo de acordo com uma realização da invenção conforme representado na figura 1, em uma configuração em que a potência é transmitida pelo eixo; A figura 3 é uma vista lateral em corte do acoplamento para eixo das figuras 1 e 2, porém em uma configuração desengatado em que a potência não é transmitida pelo eixo; e A figura 4 é uma vista explodida do acoplamento para eixo segundo uma realização da invenção representada nas figuras anteriores.

Descrição de Realizações da Invenção [0016] A invenção é agora descrita com relação a realizações particulares fazendo referência às figuras anexas de exemplos de concretizações. Os números de referência indicados nas figuras são repetidos ao longo das diferentes vistas para indicar características técnicas iguais ou semelhantes. Ademais, os termos aqui utilizados como: acima, abaixo, superior, inferior, lateral, direito, esquerdo, frontal, posterior e suas variantes devem ser interpretados segundo a orientação dada na figura 2.

[0017] Fazendo-se referência, inicialmente, à figura 1, é revelado um acoplamento de eixo 100, tal como para um eixo Cardan, que é montado entre dois diferencias (não representados), em uma aplicação bastante conhecida do estado da técnica para veículos, particularmente veículos de transporte de bens que adotam uma configuração de tração 6x4 ou 8x4. Nesse sentido, o acoplamento da invenção pode ser montado entre os dois diferenciais de dois eixos traseiros de um veículo de transporte de bens que compreende uma configuração de tração 6x4, por exemplo, ou até mesmo pode substituir o este eixo intermediário. Dessa forma, o acoplamento 100 pode também compreender duas cruzetas 103,104 que faz a ligação mecânica para a transmissão de potência e também permite compensar as variações de altura que os diferenciais podem ter um em relação ao outro, já que normalmente podem ter alturas de montagem diferentes e também podem estar montados de maneira solidárias à suspensão do veículo, dessa forma sujeitos à oscilação de altura, seja devido ao peso, seja devido às oscilações do solo. Essa configuração de montagem para permitir a transmissão de potência para dois diferenciais é, conforme já mencionado, bastante conhecida do estado da técnica, e utilizada de maneira ostensiva devido ao fato de ocupar pouco espaço e ter um custo otimizado.

[0018] Consequentemente, são desnecessárias maiores detalhamentos no presente relatório descritivo da configuração das cruzetas 103,104 e dos diferenciais (não representados).

[0019] O problema, conforme já mencionado acima, é que em tal configuração não é possível desconectar o segundo diferencial da transmissão de potência e, dessa forma, também se torna impossível suspender o segundo eixo quando o veículo não estiver carregado.

[0020] A invenção, deste modo, está relacionada a um acoplamento 100 de um eixo de transmissão, tal como um eixo Cardan, que permite acoplar ou desacoplar, de forma seletiva, a transmissão de potência pelo eixo.

[0021] Fazendo-se referência, inicialmente, à figura 2, é revelado o acoplamento em uma configuração de transmissão de potência, ou seja, em uma configuração em que a potência é transmitida pelo eixo através do acoplamento. O acoplamento, nesse sentido, é montado em lugar de um eixo Cardan ou, dependendo da extensão do eixo Cardan, é montado em parte do mesmo.

[0022] Tomando-se pode base a mesma configuração revelada na Figura 1, o acoplamento pode ser montado entre as duas cruzetas 103,104 em substituição ao eixo Cardan convencional, conforme esta realização ilustrativa e, de um lado, compreende um primeiro segmento de eixo 11, que pode ser montado em uma saída de potência, e um segundo segmento de eixo 12, que pode ser montado em uma entrada de potência para receber a potência advinda do primeiro segmento de eixo 11. Tanto o primeiro 11 como o segundo 12 segmentos de eixo podem ser acoplados ou desacoplados entre si através de um meio de acoplamento 13, de forma a transmitir a potência, ou não, do primeiro para o segundo segmento de forma seletiva, ou seja, conforme a necessidade.

[0023] Com relação às figuras 2 a 4, a fim de permitir este acoplamento, em uma realização exemplificativa, o primeiro segmento de eixo 11 pode compreender um eixo dentado, tendo dentes que se projetam radialmente ao longo de seu perímetro externo. O segundo segmento de eixo pode ser um eixo também dentado, mas compreendendo dentes que se projetam radialmente ao longo de seu perímetro interno. Nesse sentido, o segundo segmento de eixo 12 é um eixo oco formado como um copo e compreendendo uma pluralidade de dentes 22. Entre o primeiro segmento de eixo 11 e o segundo segmento de eixo 12 é previsto um meio de acoplamento 13 que pode consistir, por exemplo, de uma luva que compreende uma pluralidade de dentes tanto em seu perímetro interno como em seu perímetro externo, sendo que os dentes previstos em seu perímetro externo 24 são previstos para se encaixar e cooperar com os dentes 22 previstos no perímetro interno do segundo segmento de eixo 12, e os dentes previstos no perímetro interno 23 são previstos para se encaixar e cooperar com os dentes previstos no perímetro externo 21 do primeiro segmento de eixo 11. Nesse sentido, na configuração exemplificada na figura 2, a potência, a partir de um dado referencial, é transmitida do primeiro segmento de eixo 11 para o meio de acoplamento 13 que, por sua vez, transmite-a para o segundo segmento de eixo 12 através da conexão entre os dentes do primeiro semento de eixo 11, da luva 13 e do segundo segmento de eixo 12. Naturalmente, tomando-se por base um referencial inverso, a lógica é a mesma, ou seja, a potência pode ser transmitida a partir do segundo segmento de eixo 12 através do meio de acoplamento 13 para o primeiro segmento de eixo 11.

[0024] Ademais, apesar de o segundo segmento de eixo 12 ser oco, nada impede que o primeiro segmento de eixo 11 também seja oco, haja vista que esta configuração de construção mecânica geralmente garante uma maior resistência à torção, desde que, conforme esta realização exemplificativa de uma concretização da invenção, o primeiro segmento de eixo 11 tenha um diâmetro menor que o diâmetro do segundo segmento de eixo 12, e que o meio de acoplamento 13 faça a interface de acoplamento entre os dois segmentos de eixo.

[0025] Nesse sentido, o primeiro segmento de eixo 11 pode ser montado de forma concêntrica no segundo segmento de eixo 12 e, para este fim, a sua extremidade pode estar apoiada em um rolamento 31 ou mancai (ou ainda outro elemento mecânico equivalente) para permitir a rotação independente do primeiro segmento de eixo 11 em relação ao segundo segmento de eixo 12 em uma configuração em que não é transmitida potência, ou vice-versa, ou seja, permitir a livre rotação do segundo segmento de eixo 12 em relação ao primeiro segmento de eixo 11, conforme ficará mais claro ao longo desta descrição. O outro lado do primeiro segmento de eixo pode estar acoplado a uma entrada ou saída de potência ou a uma cruzeta 104, como é o caso aqui representado na figura 2. Da mesma forma, o segundo segmento de eixo 12 pode ser montado em relação ao primeiro segmento de eixo 11 através de um rolamento 32 por meio de uma camisa 42 que pode, inclusive, cooperar com o meio de acoplamento 13 para formar uma câmara 41, cuja função é explicada em maiores detalhes adiante ao longo da presente descrição.

[0026] A camisa 42 pode ser associada ao segundo segmento de eixo 12 por meios convencionais, tais como parafusos 51, conforme representação exemplificativa das figuras. A saída do segundo segmento de eixo 12 pode estar associada a uma entrada para receber potência, tal como um diferencial, ou a uma cruzeta 103, como representada nas figuras.

[0027] A figura 3 revela o acoplamento de figura 2, porém em uma configuração em que potência não é transmitida entre os segmentos de eixo 11,12 e, para tanto, conforme pode ser observado a partir desta representação de uma concretização da invenção, o meio de acoplamento é deslocado axialmente, para que não haja uma conexão entre o primeiro segmento de eixo 11 e o meio de acoplamento. Para tanto, pode ser prevista uma câmara 41 que é formada pela camisa 42 e pela parede interna do segundo segmento de eixo 11 e pelo meio de acoplamento 13. A câmara pode estar ligada de maneira fluida a uma fonte de pressão, tal como a linha de ar comprimido que é comum a veículos de transporte de bens, através de um canal 42, por exemplo. Nesse sentido, o canal 42 faz a ligação fluida entre o interior da câmara 41 e uma linha de ar comprimido (não mostrada), de forma que a pressão no interior da câmara possa ser variada com a injeção ou ejeção de ar e, assim, o meio de acoplamento possa se deslocar de uma posição em que está acoplado tanto ao primeiro segmento de eixo 11 quanto ao segundo segmento de eixo 12, em que a pressão na câmara é aproximadamente igual à pressão ambiente, como em uma posição desacoplada, em que o meio de acoplamento 13 não está acoplado ao primeiro segmento de eixo 11, e na qual a pressão na câmara é superior à pressão ambiente.

[0028] Naturalmente, apesar de a presente descrição fazer referência ao uso de ar comprimido para variar a pressão no interior da câmara 41, podem ser previstos outros meios, tais como outros fluidos, com óleo ou água, ou meios magnéticos ou, ainda, eletromecânicos, tais como válvulas solenoides. Ademais, apesar de se fazer referência que o meio de acoplamento está na posição acoplada quando a pressão no interior da câmara é aproximadamente igual à pressão ambiente, naturalmente que tal realização pode ser invertida, para que o meio de acoplamento esteja na posição acoplada somente quando a pressão no interior da câmara for aumentada, porém de forma menos preferencial, por questão de segurança de operação. Não obstante, apesar de o presente relatório descritivo fazer referência aos termos “pressão ambiente” e “pressão superior” à pressão ambiente, é natural que podem ser utilizados outros diferenciais de pressão que não estejam, necessariamente, baseados na pressão atmosférica como a pressão de base, mas pressões superiores ou, até mesmo, negativas, desde que o diferencial de pressão aplicado na câmara 41 seja suficiente para promover um desacoplamento ou acoplamento do meio de acoplamento 13 através de uma movimentação axial, conforme esta realização.

[0029] A fim de garantir a estanqueidade da câmara, podem também ser previstos um ou mais meios de vedação 52, tais como anéis elastoméricos do tipo O-Ring, assim como uma tampa 44 pode ser prevista para fechar a camisa 42 e fazer a comunicação fluida do canal 43 com a linha de ar-comprimido do veículo (não mostrados). A tampa 44 pode igualmente estar montada em um rolamento 33 para que fique em uma posição fixa em relação aos segmentos de eixo, ou seja, não rotacione, para permitir que a linha de ar-comprimido seja conectada de maneira fixa à tampa, fechada por uma vedação 35. Um anel dentado 55 pode fazer a conexão entre o primeiro segmento de eixo 11 e a cruzeta 104 ou eixo Cardan.

[0030] De forma a garantir o retorno do meio de acoplamento quando houver a diminuição da pressão na câmara 41, e até mesmo para fins de evitar que o meio de acoplamento escape de uma posição acoplada para uma posição desacoplada, um meio de retorno, tal como uma mola helicoidal 61, pode ser previsto para que o meio de acoplamento se mantenha em uma posição predeterminada, tal como uma posição padrão acoplada, conforme representada nos desenhos, ou, de maneira inversa, uma posição padrão desacoplada. Naturalmente, o meio de retorno pode ser suprimido se outras formas de deslocamento do meio de acoplamento 13 forem utilizadas, tais como meios magnéticos ou eletromecânicos. A mola, nesta realização, pode estar montada no interior do segundo segmento de eixo 12, de um lado em contado com o meio de acoplamento 13 e, de outro lado, em apoio em uma das paredes internas do segundo segmento de eixo 12.

[0031] Nesse sentido, em funcionamento, e conforme já pode se depreender pela descrição realizada acima, quando se deseja utilizar a configuração de tração 6x4, conforme este exemplo, o meio de acoplamento 13 está conectado tanto ao primeiro 11 como ao segundo 12 segmentos de eixo, sendo que, dessa forma, a potência (torque e rotação) é transmitida do primeiro segmento de eixo para o segundo segmento de eixo através do meio de acoplamento 13. Por outro lado, no caso de o veículo de transporte de bens estar descarregado, e nesse caso não é necessário tracionar ambos os eixos, pode se adotar uma configuração de tração 6x2. Assim, através de um comando, tal como uma válvula (não mostrada), pode ser permitida a passagem de ar sob pressão através do canal 51 para a câmara 41. A câmara, ao receber pressão, tende a expandir o seu volume, deslocando o meio de acoplamento 13 para uma posição em que os dentes internos 23 se desconectam dos dentes 21 do primeiro segmento de eixo, pressionando a mola 61. Assim que uma pressão predeterminada é atingida, de forma a garantir que o meio de acoplamento 13 atinja determinada posição em que os dentes 21, 23 não estão mais acoplados, a pressão pode ser mantida no interior da câmara através de uma válvula (não mostrada) e, caso haja algum decaimento de pressão, a linha de ar-comprimido pode prover a pressão necessária para que não haja retorno do meio de acoplamento. Dessa forma, potência deixa de ser transmitida para o segundo segmento de eixo, que nessa configuração, está associado ao diferencial, e o veículo adota, então, uma configuração de tração do tipo conhecida como 6x2. Ademais, caso seja desejado, o eixo não mais tracionado pode ser suspenso, para evitar o contato dos pneus com o solo, através de soluções já conhecidas.

[0032] Caso se deseje retornar para a configuração 6x4, basta aliviar a pressão no interior da câmara 41, sendo que a força exercida pela mola 61 fará com que a mesma retorne para uma posição de acoplamento entre o primeiro 11 e segundo 12 segmentos de eixo.

[0033] Apesar de a invenção ter sido descrita com relação às suas realizações particulares, os técnicos no assunto, a partir dos ensinamentos aqui revelados, poderão realizar uma série de alterações ou variações sem, no entanto, se desviar dos princípios da invenção. Por exemplo, os diferentes elementos descritos podem ser combinados de uma forma diferente não contemplada nas realizações ilustradas, levando-se ao mesmo efeito técnico. Portanto, as reivindicações anexas devem ser interprestadas de forma ampla, cobrindo todos os equivalentes da invenção.

Reivindicações

Claims (12)

1. ACOPLAMENTO PARA EIXO, que compreende: - um primeiro segmento de eixo; - um segundo segmento de eixo; e - um meio de acoplamento para acoplar o primeiro segmento de eixo ao segundo segmento de eixo; caracterizado pelo fato de que o meio de acoplamento acopla ou desacopla de forma seletiva o primeiro segmento de eixo ao segundo segmento de eixo.

2. ACOPLAMENTO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a potência é transmitida do primeiro segmento de eixo para o segundo segmento de eixo quando o meio de acoplamento está em uma posição acoplada, e inexiste transmissão de potência do dito primeiro segmento de eixo para o dito segundo segmento de eixo quando o meio de acoplamento está em uma posição desacoplada;

3. ACOPLAMENTO, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que o dito segundo segmento de eixo é oco.

4. ACOPLAMENTO, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que o dito primeiro segmento de eixo é concêntrico ao e montado no interior do dito segundo segmento de eixo.

5. ACOPLAMENTO, de acordo com a reivindicação 4, caracterizado pelo fato de que o meio de acoplamento é montado de forma cooperante entre o dito primeiro segmento de eixo e o dito segundo segmento de eixo. 5. ACOPLAMENTO, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que dito segundo segmento de eixo compreende uma pluralidade de dentes internos distribuídos, pelo menos parcialmente, ao longo de seu perímetro interno e dito primeiro segmento de eixo compreende uma pluralidade de dentes externos distribuídos, ao menos parcialmente, ao longo de seu perímetro externo.

6. ACOPLAMENTO, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pelo fato de que dita luva compreende uma pluralidade de dentes internos e externos distribuídos, pelo menos parcialmente, ao longo de seu perímetro interno e externo, respectivamente, e que cooperam com a dita pluralidade de dentes dos ditos primeiro e segundo segmentos de eixo.

7. ACOPLAMENTO, de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo fato de que dito meio de acoplamento está associado a uma câmara de pressão que permite deslizar axialmente o dito meio de acoplamento ao longo dos ditos primeiro e segundo segmentos de eixo ao se variar a pressão na câmara.

8. ACOPLAMENTO, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de que dita câmara é formada por uma camisa montada entre o primeiro e segundo segmentos de eixo, pela parede interna do dito primeiro segmento de eixo, e pela camisa.

9. ACOPLAMENTO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 7 e 8, caracterizado pelo fato de que dito acoplamento compreende adicionalmente um meio de retorno do dito meio de acoplamento.

10. ACOPLAMENTO, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de que dito meio de retorno é uma mola montada no interior do dito segundo segmento de eixo e apoiada, de um lado, ao dito segundo segmento de eixo e, de outro lado, à câmara.

11. VEÍCULO, que compreende pelo menos dois eixos tracionados, sendo que a potência é transmitida do primeiro eixo para o segundo eixo através de um eixo, caracterizado pelo fato de que compreende um acoplamento para um eixo tal como definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 10.

12. VEÍCULO, de acordo com a reivindicação 11, caracterizado pelo fato de ser um veículo de transporte de bens que possui uma configuração de tração 6x4.