BR0306641B1 - Cunha de retenção para uma válvula de retenção e válvula de retenção - Google Patents

Description

“CUNHA DE RETENçãO PARA UMA VÁLVULA DE RETENçãO E VÁLVULA DE RETENçãO” Campo da Invenção A presente invenção refere-se a uma cunha de retenção para uma válvula de retenção, adaptada para ser deslocada em translação de acordo com um eixo de deslocamento disposto em um plano de deslocamento em uma caixa de válvula e que se estende transversalmente à direção de escoamento de um líquido, sendo do tipo que compreende: - um painel de obturação que apresenta uma extremidade próxima dotada de meios de ligação com meios de arraste da cunha de retenção e uma extremidade distai adaptada para ser aplicada contra uma sede de estanqueídade da caixa de válvula; e - dois órgãos de guia lateral adaptados para cooperar com órgãos de guia complementares da caixa de válvula para o deslocamento da cunha de retenção entre as posições aberta e fechada da válvula de retenção.

Ela se aplica em particular às válvulas de seccionamento.

Fundamentos da Invenção Uma válvula de seccionamento é conhecida através do documento EP-A-0 936 410.

Essa válvula compreende uma caixa e uma cunha de retenção. A cunha de retenção compreende dois patins de guia lateral que cooperam com ranhuras longitudinais dispostas na caixa, entre uma posição aberta e uma posição fechada. Os patins de guia estão situados na altura do equibaricentro da superfície de obturação projetada sobre o plano de deslocamento da cunha de retenção. Essa disposição conduz a um equilíbrio da cunha de retenção sob o esforço aplicado pelo líquido quando a válvula está em posição fechada, ou seja, no caso estático.

Todavia, durante seu deslocamento entre suas posições aberta e fechada, a cunha de retenção dessa válvula é submetida a um calço de inclinação. O calço de inclinação é gerado pelo campo de pressão e de velocidade criado pelo escoamento do fluido que encontra o opérculo. Esse calço de inclinação tem por efeito deslocar a cunha de retenção fora do plano perpendicular ao sentido de deslocamento do líquido. Conseqüentemente, uma borda de estanqueidade suportada pela cunha de retenção fica deslocada em relação às superfícies da caixa, o que prejudica a estanqueidade da válvula no estado fechado.

Descrição Resumida da Invenção A presente invenção tem por objetivo corrigir o inconveniente citado, e propor uma válvula de retenção que assegure boa estanqueidade.

Outro objetivo da presente invenção é prover uma válvula de retenção cujos elementos de guia tenham uma vida prolongada.

Para esse fim, a presente invenção tem por objeto uma cunha de retenção do tipo precitado, caracterizada pelo fato de compreender uma superfície de retenção definida como sendo a superfície livre da cunha de retenção, que entra em contato com o líquido sob pressão, projetada no plano de deslocamento, quando a cunha de retenção está em sua posição fechada, ainda, pelo fato das extremidades distais do órgão de guia lateral estarem espaçadas da extremidade da extremidade distai da cunha de retenção em uma distância dp medida de acordo com o eixo de deslocamento, ainda, pelo fato da superfície de retenção apresentar uma altura H medida de acordo com o eixo de deslocamento, e pelo fato da relação (dp/H) ser inferior a 0,34.

De acordo com outros modos de realização, a presente invenção compreende uma ou várias das seguintes características: - a relação {dp/H) é inferior a 0,3, e de preferência, inferior a 0,25; - a cunha de retenção compreende uma parede de separação e, vista de acordo com a direção de escoamento do líquido, a extremidade distai da parede de separação apresenta um perfil sensivelmente em arco de círculo na região do eixo de deslocamento e duas bordas retilíneas que se conectam tangencialmente a esse arco de cada lado do eixo de deslocamento; - as duas bordas retilíneas se estendem, a partir do arco de círculo, sobre toda a largura da parede de separação, medida no plano de deslocamento perpendicular ao eixo de deslocamento; - o ângulo compreendido entre um plano que se estende perpendicularmente ao eixo de deslocamento e cada uma das bordas retilíneas sendo inferior a 30°, em particular inferior a 20°, e de preferência inferior a 10°; - o ângulo sendo superior a 0o; - a parede de separação compreende um tubo central que se estende coaxialmente ao eixo de deslocamento e duas asas laterais que se estendem dos dois lados do tubo central de acordo com o plano de deslocamento, sendo que a extremidade distai da parede de separação na região do eixo de deslocamento é formada por uma extremidade do tubo central; - os órgãos de guia lateral compreendem terminais de guia lateral, adaptados para cooperar com ranhuras de guia da caixa de válvula; - os terminais de guia estão recobertos por patins de deslizamento de matéria plástica rígida, em particular de poliamida; - os patins de deslizamento estão ligados ao núcleo por sobre- moldagem da matéria plástica do revestimento; - os órgãos de guia lateral compreendem ranhuras de guia realizadas na cunha de retenção; - o painel de obturação compreendendo: - um núcleo, em particular de ferro fundido, e - um revestimento de matéria plástica elástica que forma uma borda de estanqueidade; e - o revestimento envolve completamente o núcleo. A presente invenção tem também por objeto uma válvula de retenção que compreende uma caixa de válvula de retenção e uma cunha de retenção, sendo que a caixa de válvula compreende um compartimento da cunha de retenção, compartimento esse que delimita uma sede de estanqueidade e possui uma abertura de introdução da cunha de retenção, sendo que a sede de estanqueidade possui uma superfície de apoio distai situada diante da abertura de introdução, superfície de apoio essa que compreende uma superfície de apoio distai mediana de perfil cilíndrico parcial e duas superfícies de apoio distais laterais retilíneas, que estão ligadas tangencialmente com a superfície de apoio distai mediana, caracterizada pelo fato da cunha de retenção ser tal como definido acima.

Breve Descrição das Figuras A presente invenção será mais bem compreendida com a leitura da descrição a seguir, dada unicamente a título de exemplo e feita em relação às figuras anexas, nas quais: - A Figura 1 é uma vista lateral da caixa de uma válvula de retenção de acordo com a presente invenção; - A Figura 2 é uma vista em corte da válvula de acordo com a linha ll-ll da Figura 1, sendo que a cunha de retenção está em sua posição aberta; - A Figura 3 é uma vista análoga à vista da Figura 2, sendo que a cunha de retenção está em sua posição fechada; - A Figura 4 é uma vista de plano esquemática de uma cunha de retenção de acordo com a presente invenção; e - As Figuras 5 e 6 são vistas em corte da cunha de retenção de acordo com as linhas V-V e VI-VI da Figura 4.

Descrição Detalhada da Invenção Nas Figuras 1 e 2 está representada uma válvula de retenção de acordo com a presente invenção, designada pela referência geral (2).

Essa válvula de retenção (2) destina-se a ser inserida em um conduto de alimentação de líquido (não representado), por exemplo, de água, a fim de interromper em caso de necessidade o escoamento do líquido. A válvula de retenção (2) compreende uma caixa de válvula (4) e um obturador (6) móvel em translação designado a seguir pela cunha de retenção. A caixa de válvula (4) está fixada no conduto de alimentação de líquido, que se escoa de acordo com um sentido de escoamento (L), por meio de uma conexão de entrada (8) e de uma conexão de saída (10). As duas conexões (8, 10) estão dispostas coaxialmente em relação a um eixo central (X-X) de escoamento do líquido, e definem uma seção de escoamento (S) circular (Figura 2) de diâmetro (de). No estado montado da válvula de retenção (2), o eixo (X-X) estende-se horizontalmente. A caixa de válvula (4) compreende ainda um compartimento (12) para a cunha de retenção (6), disposto entre as duas conexões (8, 10). O compartimento (12) compreende, em sua parte superior, uma abertura (14) de introdução e manobra da cunha de retenção (6). No texto a seguir, a expressão “proximal” designará uma localização próxima dessa abertura (14), enquanto a expressão “distai” será utilizada para localizações defasadas ou distantes dessa abertura (14), no sentido direcionado em direção ao eixo (X-X). A cunha de retenção (6) está disposta no compartimento (12) de modo a permitir o deslizamento entre uma posição aberta, na qual o líquido pode passar sem obstáculo da conexão de entrada (8) para a conexão de saída (10), e uma posição fechada, representada na Figura 3, na qual o líquido é retido na conexão de entrada (8). A cunha de retenção (6) pode deslizar em translação de acordo com uma direção de deslocamento (D) vertical em um plano de deslocamento (C-C), plano esse que se estende perpendicularmente à direção (X-X) de escoamento do líquido. A válvula (2) compreende, ainda, meios de arraste (16) da cunha de retenção entre suas duas posições aberta e fechada. Esses meios de arraste (16) compreendem uma haste roscada (18) que se estende radialmente ao eixo (X-X) no plano (C-C) de acordo com um eixo vertical (T-T). No texto a seguir, as expressões “mediana” e “lateral” serão utilizadas em relação a esse eixo (T-T). A haste (18) possui uma extremidade proximal de manobra, que forma uma saliência para fora da caixa (4), bem como uma extremidade distai que se estende na proximidade da seção de escoamento (S) sem se sobrepor a ela. A haste (18) é móvel em rotação, mas fixa axialmente em relação à caixa (4) e ligada aos meios externos de arraste em rotação (não representados).

Os meios de arraste (16) da cunha de retenção (6) compreendem ainda um bloco (19) em perfil de T, fixado à cunha de retenção (6), bloco no qual está disposta uma rosca no interior da qual é parafusada a haste roscada (18).

Além disso, como indicam as Figuras 3 e 4, dois esquadros de retenção (20A, 20B) formam uma saliência na extremidade proximal da cunha, paralelamente ao eixo (T-T), e formam um cotovelo em direção a ele. Eles formam um receptáculo (21) complementar do bloco roscado (19) para o recebimento deste último. O compartimento (12) da caixa define uma sede de estanqueidade (22) da cunha de retenção (6). Essa sede de estanqueidade (22) compreende uma superfície de apoio distai mediana (24), duas superfícies de apoio laterais (26, 28), e duas superfícies de apoio proximais laterais (30, 32), sendo que apenas uma delas está visível na Figura 2. A superfície de apoio distai mediana (24) está situada diante da extremidade distai da haste roscada (18). Ela tem uma forma de cilindro parcial de eixo (X-X), cujo diâmetro é idêntico ao diâmetro (dc), da seção de escoamento (S) das conexões (8, 10). Vista de acordo com o eixo (T-T), ela possui uma forma circular de diâmetro (dt) ligeiramente superior ao diâmetro da haste roscada (18). Cada uma das duas superfícies de apoio distais laterais (26, 28) liga-se tangencialmente à superfície de apoio distai mediana (24) no plano (C-C), em ambos os lados do eixo (T-T). As duas superfícies de apoio distais laterais (26, 28) são retilíneas em todo seu comprimento. Elas formam um ângulo (a) com um plano (P-P) que se estende perpendicularmente ao eixo (T-T). Esse ângulo (a) é inferior a 30°, em particular inferior a 20°, e de preferência inferior a 10°. Graças a essa pequena inclinação, a pressão exercida sobre a parte da borda de estanqueidade da cunha de retenção (6), que corresponde às superfícies (24, 26, 28), é elevada para uma força de aplicação dada. Além disso, a borda de estanqueidade está submetida a forças fracas de cisalhamento.

Adicionalmente, como a inclinação é superior a 0o, sujeiras, que são eventualmente conduzidas pelo líquido, não conseguem se depositar. A sede de estanqueidade (22) é, portanto, auto-limpante.

Vista de acordo com o eixo (X-X), a parte distai da sede de estanqueidade possui sensivelmente a forma de uma seta com a ponta arredondada.

As duas superfícies de apoio proximais (30, 32) estendem-se de ambos os lados do plano (C-C) e possuem uma forma geral de ferradura. Elas estão inclinadas em relação ao plano (C-C) em um ângulo (β) (ver Figura 1). O ângulo (β) pode estar compreendido entre 10° e 35°. Cada uma das duas superfícies de apoio proximais (30,32) contorna a seção de escoamento (S) do lado proximal. Como ilustra a Figura 1, as extremidades distais das duas superfícies de apoio proximais (30, 32) estão ligadas às extremidades proximais laterais das superfícies de apoio distais laterais (26, 28) por duas proeminências (34,36).

Além disso, a válvula de parada (2) compreende meios (38) de guia da cunha de retenção (6) no compartimento (12).

Os meios de guia (38) compreendem ranhuras de guia (40, 42), que se estendem sensivelmente no plano (C-C) e paralelamente ao eixo (T-T), a partir das extremidades proximais laterais das superfícies de apoio distais laterais (26, 28), em direção à abertura (14) do compartimento. A cunha de retenção (6) compreende um painel de obturação que é constituído essencialmente por um núcleo (44) de matéria rígida, por exemplo, de ferro fundido, e por um revestimento (48) de matéria plástica elástica, por exemplo, de borracha ou elastômero. O revestimento (48) envolve completamente o núcleo (44) e protege esse núcleo contra a corrosão. A cunha de retenção (6) compreende uma parede de separação (52) que delimita uma superfície de retenção (A). A superfície de retenção (A) é definida como a superfície livre da cunha de retenção (6) que entra em contato com o líquido sob pressão, quando a cunha de retenção está em sua posição fechada, projetada sobre o plano de deslocamento (C-C). O equibaricentro dessa superfície de retenção é identificado pela referência (G). Em sua posição fechada, a cunha de retenção (6) retém o líquido na superfície de retenção. No presente exemplo, o equibaricentro (G) está próximo do eixo (X-X) quando a cunha de retenção (6) está em sua posição fechada. A superfície de retenção (A) apresenta uma altura (H) medida de acordo com o eixo de deslocamento (T-T). A parede de separação (52) é constituída por um tubo central (54) cilíndrico oco e por duas asas (56, 58). O tubo central (54) está disposto, no estado montado, coaxialmente ao eixo (T-T) da haste roscada (18). O diâmetro interno (d,) do tubo central (54) é superior ao diâmetro externo da haste roscada (18), de tal modo que o tubo (54) pode receber a haste (18). O diâmetro externo do tubo central (54) corresponde ao diâmetro (dt) da superfície de apoio distai mediana (24), visto de acordo com o eixo (T-T). A extremidade distai (60) do tubo central (54), vista de acordo com o eixo (X-X), possui um perfil em arco de círculo de diâmetro (de).

As duas asas (56, 58) são porções planas de parede que se estendem de ambos os lados do eixo (T-T) de acordo com o eixo de deslocamento (C-C). A parte distai de cada asa (56, 58) compreende uma borda retilínea (62, 64) que, em vista lateral, está ligada tangencialmente ao arco de circulo da extremidade distai (60) do tubo central (54). As bordas (62, 64) possuem uma forma complementar das superfícies de apoio distais laterais (26, 28) da caixa (4). Cada borda (62, 64) está inclinada de acordo com o ângulo (a) em relação ao plano (P-P). Ademais, as duas bordas retilíneas (62, 64) estendem-se, a partir do arco de círculo, sobre toda a largura da parede de separação (52), medida no plano de deslocamento (C-C) perpendicularmente ao eixo de deslocamento (T-T).

Como representado nas Figuras 4 e 5, a cunha de retenção (6) compreende, ainda, duas nervuras de estanqueidade (66, 68) em forma de ferradura, complementares das superfícies de apoio proximais (30,32) da caixa (4). As nervuras de estanqueidade (66, 68) formam uma saliência na superfície da parede separadora (52) perpendicularmente ao plano do deslocamento (C- C), de ambos os lados desse plano. A parte proximal (70) das nervuras de estanqueidade (66, 68) possui a forma de um meio cilindro oco. Ela é prolongada, em cada extremidade distai, por uma parte de nervura (72, 74) retilínea que se estende até a extremidade lateral da borda (62, 64) de cada uma das asas (56, 58). Nesse ponto, a nervura (66, 68) forma uma ponta truncada (76), representada com uma linha tracejada na Figura 6, que corresponde às proeminências (34,36) da caixa.

Como se pode ver na Figura 6, cada nervura (66, 68) é delimitada por um plano (H-H) que está inclinado de acordo com o ângulo (β) sobre o plano (C-C), e que corta esse plano além da extremidade distai (60) do tubo central (54). A altura de cada nervura (66, 68) medida em relação ao plano (C- C) diminui da sua extremidade proximal até sua extremidade distai. A borda de cada nervura (66, 68), a extremidade distai (60) do tubo central (54), e a borda distai (62, 64) de cada asa (56, 58) são constituídas por uma faixa de revestimento (48) que forma uma borda de estanqueidade (80). Essa borda de estanqueidade (80) possui uma forma complementar da superfície da sede de estanqueidade (22) do compartimento (12) da caixa (4). A cunha de retenção (6) compreende, ainda, dois terminais de guia (82, 84) que fazem parte dos meios de guia (38) da cunha de retenção (6).

Esses terminais são próprios para deslizar nas ranhuras (40, 42). Cada terminal de guia (82, 84) é formado por uma projeção lateral do núcleo revestida (44), coberta por um patim de deslizamento (88, 90), por exemplo, de matéria plástica rígida de alta resistência contra a abrasão, tal como a poliamida. Os patins de deslizamento (88, 90) estão fixados por sobre- moldagem da matéria de revestimento (48) sobre as projeções do núcleo (44).

Os terminais de guia (82, 84) estendem-se de acordo com a direção de deslocamento (D). Cada um dos terminais (82, 84) possui uma extremidade proximal (94, 96) e uma extremidade distai (98, 100). A extremidade distai (98, 100) de cada terminal de guia (82, 84) está disposta a uma distância (dp) da extremidade distai (60) do tubo central (54), medida de acordo com o eixo de deslocamento (T-T).

Durante o deslocamento da cunha de retenção (6) em direção a sua posição fechada, o líquido exerce uma força dinâmica (Fdin) sobre a cunha de retenção, que é conduzida no sentido de escoamento do líquido (L).

As extremidades distais (98,100) dos terminais de guia (82, 84) estão dispostas de tal maneira que o ponto de aplicação da resultante dessa força dinâmica (Fd,n), pelo menos imediatamente antes do fechamento total, esteja situado do lado proximal das extremidades distais (98,100). A relação (dp/H) entre as grandezas (dp) e (H) é escolhida inferior a 0,34, em particular inferior a 0,3, e de preferência inferior a 0,25.

Quanto menor for essa relação, maior será a força da cunha de retenção exercida por (Fdin) no momento do fechamento da válvula. A válvula de retenção é montada da seguinte maneira. A caixa (4) e o núcleo (44) da cunha de retenção (6) são fabricados em ferro fundido. O revestimento (48) de elastômero é sobre- moldado sobre o núcleo (44). A seguir, os patins de deslizamento (88, 90) são inseridos sobre as projeções do núcleo (44) da cunha de retenção (6) e fixados nas projeções. Depois, o bloco roscado (19) é inserido entre os esquadros de retenção (20A, 20B) e a haste roscada (18) é parafusada na rosca. A cunha de retenção (6) e a haste roscada (18) são inseridas na caixa (4) através da abertura (14). Finalmente, a haste (18) é ligada à caixa (4) e aos meios de arraste em rotação.

Durante o funcionamento, quando a cunha de retenção (6) estiver em sua posição aberta, o líquido pode atravessar livremente a caixa (4).

Quando o escoamento de líquido tiver de ser interrompido, por exemplo, no caso de uma ruptura do conduto situado a jusante da válvula (2), a haste roscada (18) é arrastada em rotação, de tal modo que a cunha de retenção (6) se desloque em direção a sua posição fechada, de acordo com a direção (D). A partir do momento em que a cunha de retenção (6) se sobrepõe à seção de escoamento (S), o líquido exerce sobre a cunha de retenção (6) a força dinâmica (Fdin) de inclinação direcionada no sentido a jusante. Essa força solicita, em um primeiro momento, a cunha de retenção (6) no sentido da inclinação fora do plano de deslocamento (C-C), em torno do bloco roscado (20). Durante a continuação do deslocamento, o ponto de aplicação da resultante da força dinâmica (Fdin) desloca-se da extremidade distai (60) em direção ao meio da cunha de retenção (6). Quando o ponto de aplicação da resultante da força dinâmica (Fdin) ultrapassar o nível das extremidades distais (98, 100) dos terminais de guia (82, 84), a cunha de retenção (6) inclina em torno de um eixo (B-B). Esse eixo (B-B) é definido pelas partes dos terminais de guia (82, 84) aplicados sobre as ranhuras de guia (40, 42). A partir desse momento, os terminais de guia (82, 84) são aplicados em toda sua altura sobre as ranhuras de guia.

Consequentemente, a cunha de retenção (6) estende-se paralelamente ao plano (C-C), de tal modo que a aplicação da extremidade distai da cunha de retenção (6) é efetuada perpendicularmente à superfície de estanqueidade. Assim, a válvula de retenção assegura uma boa estanqueidade.

Graças ao fato das extremidades distais (98, 100) dos terminais de guia (82, 84) estarem a uma pequena distância da extremidade distai (60) do tubo central (54), e portanto da extremidade distai da cunha de retenção (6), medida na direção (D), a cunha de retenção (6) fica mantida nas proximidades de sua extremidade distai, a uma grande distância do eixo de inclinação.

Assim, para uma pressão dada do líquido, a força aplicada sobre a extremidade inferior dos patins é baixa. Consequentemente, a defasagem da borda de estanqueidade (80) em relação a sede de estanqueidade (22) é pequena, o que conduz a uma boa estanqueidade da válvula de retenção (2) para uma força de apoio dada da cunha de retenção (6) contra a sede de estanqueidade (22).

Além disso, a força aplicada aos patins de deslizamento (89, 90) é fraca, o que conduz a um pequeno desgaste desses patins.

Adicionalmente, como a defasagem da cunha de retenção (6) fora do plano (C-C) é limitada, as forças de acionamento da haste roscada (18) são fracas. Os meios de arraste em rotação da haste (moto-redutor) podem ser uma força nominal baixa e econômica.

Como variante, a cunha de retenção compreende ranhuras de guia lateral em vez dos terminais de guia. Nesse caso, a caixa de válvula compreende terminais de guia correspondentes e as ranhuras da cunha de retenção cooperam com esses terminais.

Claims (14)

1. CUNHA DE RETENçãO PARA UMA VÁLVULA DE RETENçãO, adaptada para ser deslocada em translação de acordo com um eixo de deslocamento (T-T) disposto em um plano de deslocamento (C-C) em uma caixa de válvula (4), e que se estende transversalmente na direção (X-X) de escoamento de um liquido, sendo do tipo que compreende: - um painel de obturação que apresenta em uma extremidade proximal meios de ligação (20A, 20B) com meios de arraste da cunha de retenção (6) e uma extremidade distai (60) adaptada para ser aplicada contra uma sede de estanqueidade (22) da caixa da válvula (4); - dois órgãos de guia lateral (82, 84) adaptados para cooperar com órgãos de guia complementares (40, 42) da caixa da válvula (4) para o deslocamento da cunha de retenção (6) entre as posições aberta e fechada da válvula de retenção (2); sendo caracterizada por compreender uma superfície de retenção (A) definida como sendo a superfície livre da cunha de retenção (6), que entra em contato com o líquido sob pressão, projetada no plano de deslocamento (C- C), quando a cunha de retenção (6) está em sua posição fechada, ainda, pelo fato das extremidades distais (98, 100) do órgão de guia lateral (82, 84) estarem espaçadas da extremidade da extremidade distai (60) da cunha de retenção (6) em uma distância dp medida de acordo com o eixo de deslocamento (T-T), ainda pelo fato da superfície de retenção (A) apresentar uma altura (H) medida de acordo com o eixo de deslocamento (T-T), e pelo fato da relação (dp/H) ser inferior a 0,34.

2. CUNHA DE RETENçãO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato da relação (dp/H) ser inferior a 0,3 e de preferência inferior a 0,25.

3. CUNHA DE RETENçãO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 ou 2, caracterizada pelo fato de compreender uma parede de separação (52), e pelo fato de que, visto de acordo com a direção de escoamento do líquido (X-X), a extremidade distai (60) da parede de separação (52) apresentar um perfil sensivelmente em arco de círculo na região do eixo de deslocamento (T-T), e duas bordas retilíneas (62, 64) que se ligam tangencialmente a esse arco de cada lado do eixo de deslocamento (T-T).

4. CUNHA DE RETENçãO, de acordo com a reivindicação 3, caracterizada pelo fato das duas bordas retilíneas (62, 64) se estenderem, a partir do arco de círculo, sobre toda a largura da parede de separação (52), medida no plano de deslocamento (C-C), perpendicularmente ao eixo de deslocamento (T-T).

5. CUNHA DE RETENçãO, de acordo com a reivindicação 3 ou 4, caracterizada pelo fato de um ângulo (a) compreendido entre um plano (P-P) que se estende perpendicularmente ao eixo de deslocamento (T-T) e cada uma das bordas retilíneas (62, 64) ser inferior a 30°, em particular inferior a 20°, e de preferência inferior a 10°C.

6. CUNHA DE RETENçãO, de acordo com a reivindicação 5, caracterizada pelo fato do ângulo (a) ser superior a 0o.

7. CUNHA DE RETENçãO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 3 a 6, caracterizada pelo fato da parede de separação (52) compreender um tubo central (54) que se estende coaxialmente ao eixo de deslocamento (T-T), e duas asas laterais (56, 58) que se estendem de ambos os lados do tubo central (54) de acordo com o plano de deslocamento (C-C), sendo que a extremidade distai (60) da parede de separação (52), na região do eixo de deslocamento (T-T), é formada por uma extremidade do tubo central (54).

8. CUNHA DE RETENçãO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizada pelo fato dos órgãos de guia lateral compreenderem terminais de guia lateral (82, 84) adaptados para cooperar com ranhuras de guia (40,42) da caixa de válvula.

9. CUNHA DE RETENçãO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizada pelo fato dos terminais de guia lateral (82, 84) são recobertos por patins de deslizamento (88, 90) de matéria plástica rígida, em particular de poliamida.

10. CUNHA DE RETENçãO, de acordo com a reivindicação 9, caracterizada pelo fato dos patins de deslizamento (88, 90) estarem conectados ao núcleo (44) por sobre-moldagem da matéria plástica do revestimento (48).

11. CUNHA DE RETENçãO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizada pelo fato dos órgãos de guia lateral compreenderem ranhuras de guia dispostas na cunha de retenção.

12. CUNHA DE RETENçãO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 11, caracterizada pelo fato do painel de obturação compreender: - um núcleo (44), em particular de ferro fundido, e - um revestimento (48) de matéria plástica elástica que forma uma borda de estanqueidade (80).

13. CUNHA DE RETENçãO, de acordo com a reivindicação 11, caracterizada pelo fato do revestimento (48) envolver completamente o núcleo (44).

14. VÁLVULA DE RETENçãO, que compreende uma caixa de válvula de retenção e uma cunha de retenção, sendo que a caixa de válvula compreende um compartimento (12) da cunha de retenção (6), compartimento esse que delimita uma sede de estanqueidade (22) e possui uma abertura de introdução (14) da cunha de retenção (6), sendo que a sede (22) de estanqueidade apresenta uma superfície de apoio distai (24, 26, 28) situada diante da abertura de introdução (14), superfície de apoio (24,26,28) essa que compreende uma superfície de apoio distai mediana (24) de perfil cilíndrico parcial e duas superfícies de apoio distais laterais retilíneas (26, 28), ligadas tangencialmente com a superfície de apoio distai mediana (24), sendo caracterizada pelo fato da cunha de retenção ser conforme definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 13.