PT95502B - Aperefeicoamentos nos processos e nos dispositivos para colocar sob tensao cabos com cordoes multiplos - Google Patents

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Description

FREYSSINET INTERNATIONAL (STUP), Société en nom collectif
APERFEIÇOAMENTOS NOS PROCESSOS E NOS DISPOSITIVOS PARA COLOCAR
SOB TENSÃO CABOS COM CORDÕES MÚLTIPLOS
A presente invenção refere-se aos processos e dispositivos para pôr sob tensão cabos de cordões ou toros múltiplos, tais como os que constituem as espias que servem para suportar tabuleiros de pontes ou para estabilizar torres de grande altura.
Quando se põem sob tensão tais cabos, operação que ê feita para ancorar a segunda extremidade deste cabo num bloco apropriado, depois da ancoragem da sua primeira extremidade num outro bloco, convêm dar valores idênticos as tensões dos diferentes cordões ou toros que constituem o cabo, que são iguais entre si, a fim de todos os cordões participarem uniformemente no esforço de tracção do cabo.
Pode obter-se esse resultado exercendo a tensão de ancoragem no conjunto do cabo, isto é, simultaneamente na totalidade dos cordões montados em paralelo.
Mas é necessário então recorrer a um macaco de tensão particularmente pesado e volumoso, o que pode constituir um inconveniente maior, em particular para as aplicações em que a cabeça do cabo a ancorar é de acesso difícil.
Para remediar este inconveniente, foi já proposto esticar os cordões um a um com o auxílio de um pequeno macaco indi*ί·
-2vidual.
Mas é então difícil obter valores idênticos para as tensões aplicadas sucessivamente nos diferentes cordões, porque a colocação sob tensão de cada cordão alivia ligeiramente os cordões anteriormente esticados, o que modifica indefinidamente os valores das tensões dos diferentes cordões no decurso do tensionamento completo do cabo.
As fórmulas gue foram propostas até hoje para dar remédio a este inconveniente não têm sido satisfatórias, traduzindo-se em especial por cálculos muito difíceis ou por séries de operações particularmente delicadas de efectuar.
A presente invenção tem por objecto, sobretudo, dar remédio de maneira muito simples ao inconveniente assinalado.
Para isso, o processo de colocação sob tensão de um cabo de cordões múltiplos segundo a presente invenção realiza ainda uma colocação sob tensão sucessiva dos diferentes cordões com o auxílio de um macaco individual e é caracterizado essencialmente pela série de operações seguintes: coloca-se sob tensão um primeiro cordão do cabo, de aqui em diante designado por cordão testemunha, tornando possível em seguida a medição da tensão deste cordão em cada instante, puxando em seguida- um segundo cordão até que a sua tensão fique igual à do cordão testemunha, medida no mesmo instante, ancorando-se então este segundo cordão assim esticado, estica-se depois um terceiro cordão até que a sua tensão fique igual à do cordão testemunha medida no instante correspondente e ancora-se então este terceiro cor/ s
<4
...
-3dão assim tendido, e assim sucessivamente até à ancoragem do último cordão, após o que se anota a tensão então aplicada ao cordão testemunha e, depois de ter distendido este último e de o ter libertado dos meios de medição, ancora-se este cordão testemunha, aplicando-lhe a tensão assim anotada.
No que respeita aos dispositivos para a realização do processo de colocação sob tensão atrás definido, eles são caracterizados assencialmente segundo a presente invenção por compreenderem um macaco individual para colocar sob tensão sucessivamente cada um dos cordões do cabo considerado, meios para me? dir a tensão do cordão testemunha em qualquer instante após a sua primeira tensão, meios adaptáveis sucessivamente a cada um dos cordões diferentes do cordão testemunha no decurso da sua colocação sob tensão e próprios para medir a tensão então aplicada a este cordão, meios para comparar a tensão assim medida com a do cordão no mesmo instante e meios para interromper automaticamente a subida da tensão no cordão considerado quando essa comparação revelar a igualdade entre as duas tensões comparadas.
Em modos de realização preferidos, recorre-se além disso a um ou outro dos dispositivos seguintes:
- os meios para medir a tensão aplicada ao cordão testemunha são constituídos por uma primeira célula dinamométrica que envolve este cordão e os meios para medir sucessivamente a tensão aplicada a cada um dos outros cordoes são constituídos por uma segunda célula dinamométrica idêntica â primeira,
- o bloco de ancoragem dos diferentes cordões do cabo compreende um certo número de furos tronco-cónicos próprios para receber respectivamente freios tronco-cónicos de ancoragem associados aos diferentes cordões e prevendo-se em torno do cordão testemunha, ao nível do referido bloco, um freio falso tronco-cónico alojado no furo tronco-cónico correspondente e atra^ vessado livremente pelo referido cordão testemunha, servindo este freio falso de suporte sucessivamente para a célula dinamométrica que envolve o cordão testemunha e para um freio de ancoragem do referido cordão testemunha, por sua vez montado na referida célula,
- o bloco de ancoragem perfurado segundo a alínea anterior esta associado a uma placa disposta a uma pequena distância deste bloco, placa perfurada, por um lado, com um furo calibrado de diâmetro relativamente grande, próprio para receber e guiar a cabeça do freio falso e, por outro lado, por um certo número de furos calibrados cilíndricos atravessados com uma ligeira folga pelos diferentes cordões sem ser o cordão testemu- . nha.
A presente invenção compreende, além destas disposições principais, certas outras disposições que se utilizam de preferência ao mesmo tempo e de que se tratará mais explicitamente a seguir.
No que se segue, vai descrever-se uma forma de realização preferida da presente invenção, com referência aos desenhos anexos, de uma maneira evidentemente não limitativa.
A fig. 1 dos desenhos mostra esquematicamente um dispo-
sitivo de colocação sob tensão de um cabo de cordões múltiplos, segundo a presente invenção.
As fig. 2 e 3 mostram um tal dispositivo respectivamente em corte axial feito por (II-II) da fig. 3 e em corte transversal segundo III-III da fig. 2, com algumas partes retiradas.
Pretende-se colocar sob tensão um cabo ou espia (1) constituído por um certo número de cordões ou toros paralelos idênticos que, na fig. 1 , se supõem em número de 4 e são designados pelas referências (A), (B), (C) e (D), sendo o número em questão na realidade muito superior e podendo atingir 100, 200 ou mesmo mais.
Mais precisamente, supõe-se que uma primeira extremidade de cada um dos cordões, não visíveis no desenhos, está já ancorada num maciço ou bloco apropriado e deseja-se ancorar a outra extremidade de cada cordão num bloco (2) que é atravessado por esta outra extremidade, aplicando uma tensão idêntica em cada um dos referidos cordões.
Começa-se por montar em torno de um troço de um dos cordões considerados, suposto ser aqui o cordão (A), uma célula dinamométrica (3) que permite conhecer em qualquer instante a tensão aplicada ao referido troço.
Depois, com o auxílio de um macaco relativamente pequeno (4), coloca-se sob tensão o referido cordão (A), incluindo o seu troço atrás referido, e ancora-se este cordão (A) no bloco (2), quando a sua tensão a tiver atingido um valor pré-determinado a^ [designando este parâmetro a^ a tensão a do cor-
-6dão (A) no instante t^, por exemplo com o auxílio de um freio tronco-cónico (5) montado na célula (3), a qual por sua vez se apoia no bloco (2).
Coloca-se em seguida sob tensão o cordão seguinte (B) _ com o auxílio do macaco (A) até que a sua tensão b atinja um valor igual ao aplicado no mesmo instante ao cordão (A).
Esta igualdade é atingida num instante t2 no qual o valor a2 da tensão aplicada ao cordão (A) é um pouco inferior à sua tensão inicial a^, dado que uma tensão exercida no segundo cordão (B) tem como efeito encurtar ligeiramente o cordão (A) e portanto reduzir ligeiramente a sua tensão.
Chamaremos b2 a tensão então aplicada no cordão (B) no instante t2, sendo este valor b2 então igual a a2·
Faz-se a ancoragem então no bloco (2) do segundo cordão (B) tendido com a referida tensão b^'.
Em seguida põe-se sob tensão o cordão seguinte (C), com o auxílio do macaco (4) anterior, até que a sua tensão ç atinja um valor igual ao aplicado no mesmo instante ao cordão (A).
Esta igualdade é atingida num instante t^ no qual o valor a^ da tensão aplicada no cordão (A), valor que é igual à tensão então aplicada ao cordão (C), é um pouco inferior aos dois anteriores a^ e a2.
que é notável ê que a referida tensão a3 é então rigorosamente igual a b^ aplicada no mesmo instante ao segundo cordão (B), pelo facto de, quando da colocação sob tensão do terceiro cordão (C), os dois primeiros cordões (A) e (B) poderem
-Ίser considerados como estando montados em paralelo com tensões que variam ligeiramente mas mantendo-se rigorosamente idênticas entre si no tempo.
No instante t^ atrás indicado, temos portanto uma igualdade perféita entre as três tensões a^, e c^.
Faz-se então a ancoragem do cordão (C) tenso com a tensão c^ indicada.
Procede-se em seguida da mesma maneira com o cordão seguinte (D) utilizando ainda o macaco (4) anterior até à igualizaçao da tensão d aplicada no quarto cordão com a que então está aplicada ao cordão (A).
Quando se tiver obtido esta igualização no instante t^, a tensão d^ aplicada no cordão (D) é igual não sô à a^ então aplicada no cordão (A), mas também às b^ e c^ aplicada no mesmo instante nos dois outros cordões (B) e (C), dado que, quando da colocação sob tensão do cordão (D), os três outros cordões (A), (B) e (C) estavam montados em paralelo com tensões respectivas ligeiramente inferiores, mas mantendo-se iguais entre si no tempo.
É este estádio do processo de colocaçao sob tensão que está esquematizado na fig. 1.
Nesta figura, os freios de ancoragem (6) e (7) estão representados apertados contra os dois cordões (B) e (C) e asseguram as ancoragens respectivas destes cordões no bloco (2), enquanto o freio de ancoragem (8) afectado ao cordão (D) está ainda no seu estado de desapertado e portanto não ancorado.
f “Το /
/
-8Depois da ancoragem dos diferentes cordões (B), (C) e (D) no bloco (2), anota-se o valor da tensão que é então indicado na célula (3), respeitante ao primeiro cordão (A), valor que ê então igual a (a^), distende-se este cordão (A) para libertar a célula (3) e ancora-se o referido cordão (A) no bloco (2) depois de ter aplicado neste uma tensão igual a a^.
A colocação sob tensão do cabo (1) é então terminada com uma igualização das tensões em cada um dos seus cordões constitutivos (A), (B), (C) e (D).
É claro que o raciocínio apresentado para a colocação sob tensão dos três cordoes (B), (C) e (D) anteriores pode ser generalizado para a colocação sob tensão de um numero qualquer de cordões diferentes do (A), sendo a colocação sob tensão de cada novo cordão de cada vez efectuada com o mesmo macaco í4) e até à igualização da sua tensão com a do cordão (A) no mesmo instante, sendo então a tensão obtida a aplicada a cada um dos cordões anteriormente tendidos.
Na fig. 5, vê-se que o macaco (4) não é aplicado directamente no bloco (2) mas sim numa placa (9) atravessada pelas cabeças dos diferentes cordões e mantida a uma distância convém niente do bloco (2) por colunas (10).
Além disso, este macaco (4) não é aplicado directamente contra a placa (9), mas sim por intermédio de uma célula dinamométrica (11) que é vantajosamente idêntica à célula (3) e que envolve o cordão em questão.
Vê-se igualmente nesta figura, em (12), um circuito com/
-9parador que recebe indicações de tensão provenientes respectivamente das duas células (3) e (11), simbolizando a seta (13) o comando que ê elaborado por este comparador (12) quando houver identidade entre as duas tensões medidas respectivamente pelas duas células (3) e (11), podendo este comando ser a paragem de uma bombagem de subida de tensão exercida ao nível do macaco (4).
Nas fig. 2 e 3, encontram-se os diferentes elementos atrás mencionados com as referências (1) a (3) e (5) a (10).
Além disso, estas figuras 2 e 3 fazem surgir algumas particularidades indicadas a seguir.
Uma plaqueta perfurada (14) com furos (15) atravessados com uma folga ligeira pelos cordões (B), (C), (D),... está montada em pequenas colunas (16) a uma pequena distância da face exterior do bloco (2).
Esta plaqueta (14) tem a função de manter axialmente os freios (6), (7), (8),... na proximidade das suas posições de ancoragem, postos fora da aplicação das tracções de ancoragem nas cabeças dos cordoes correspondentes.
No alinhamento do cordão testemunha (A),a referida plaqueta (14) é perfurada com um furo (17) de maior diâmetro que o dos furos (15).
Este furo (17) destina-se a receber e guiar um freio falso (18), isto éç uma peça tubular contínua que apresenta uma superfície tronco-cõnica exterior complementar da face interior do alojamento tronco-conico correspondente do bloco (2) e
-1 0um furo calibrado cilíndrico interior que reserva uma passagem livre para o cordão (A).
Este freio falso (18) serve de peça distanciadora axial para suportar a célula (3), por sua vez sobrepujada pelo freio (5) e para transmitir ao bloco (2) os esforços de tracção exercidos pelo cordão (A) no freio (5).
Ve-se igualmente nas fig. 2 e 3 que as colunas (10) ξ estão fixadas:
- por um lado, no bloco (2) por patilhas (19) soldadas nas bases destas colunas e, por sua vez, fixadas no bloco (2) por cavilhas especiais (20),
- e, por outro lado, na placa (9) por parafusos (21) enroscados axialmente na extremidade das referidas colunas.
Em consequência do que e qualquer que seja a forma de realização adoptada, se dispõe de um modo de colocação sob tensão individual cordões múltiplos de um cabo que apresenta numerosas vantagens em relação aos anteriormente conhecidos, em particular por tornar possível a colocação sob tensão dos referidos cordões com aplicação de tensões iguais nestes, por meio do recurso a dispositivos relativamente simples e pouco numerosos .
Como é evidente, e como resulta aliás do que precede, a presente invenção nao se limita de modo nenhum aos seus modos de aplicação e de realizaçao atrás considerados em especial; abrange, pelo contrário, todas as variantes.

Claims (5)

  1. REIVINDICAÇÕES
    1.- Processo para colocar sob tensão um cabo âe cordões múltiplos (A,B,C,D,...) utilizando uma. colocação sucessiva sob tensão dos diferentes cordões com o auxílio de um unico macaco·, caracterizado pela sequência de operações seguintes: coloca-se sob tensão um primeiro cordão (A) do cabo, no seguimento designa do por cordão testemunha, tomando então possível em seguida a medição da tensão deste cordão, em cada instante, puxa-se depois um segundo cordão (B) até que a sua tensão seja igual ã do cordão testemunha, medida no mesmo instante, e fixa-se então este segundo cordão assim tenso, depois puxa-se um terceiro cordão (C) até que a sua tensão seja igual à do cordão testemunha medida no instante correspondente e fixa-se então este terceiro corf ,-irdão assim tenso, e assim sucessivamente atê à fixação do último cordão (D), após o que se anota a tensão então aplicada ao cordão testemunha (A) e, depois· de ter distendido este último e de ter libertado o mesmo dos meios de medição, fixa-se este cordão testemunha aplicando-se ao-mesmo a. tensão assim anotada.
    J
  2. 2, - Dispositivo para a realização do processo de coloca ção sob tensão de acordo.com a reivindicação 1, caracterizado por compreender um macaco individual (4) para, a colocação sob tensão sucessivamente de cada um dos cordões (A,B,C,D) do cabo considerado, meios para medir a tensão do cordão testemunha (A) em qualquer instante apôs a. sua primeira colocação sob tensão, meios. (11) adaptáveis sucessivamente a cada um dos cordões (B,C,D,....) diferentes do cordão, testemunha, no decurso da sua colocação, sob tensão, e apropriados, para medir a tensão então aplicada neste último cordão, meios (12) para comparar a tensão assim medida ã do cordão testemunha no mesmo instante, e meios (13) para interromper automaticamente a subida de tensão do cordão considerado (B,C,D,...) quando essa comparação revelar a igualdade entre as duas, tensões comparadas.
  3. 3. - Dispositivo de acordo com a reivindicação 2, caracte rizado por os meios para medir a tensão aplicada no cordão testemunha (A) serem constituídos- por uma primeira célula dinamomé trica (3) que envolve este cordão e por os meios para medir sucessivamente a tensão aplicada a cada um dos outros cordões serem constituídos por uma.segunda célula dinamométrica (11) idên tica â primeira.
  4. 4.- Dispositivo de acordo com a reivindicação 3, caracte rizado por o bloco de ancoragem (2) dos diferentes cordões do cabo compreender um certo número de furos troncocõnicos apropriados para receber respectivamente freios troncocõnicos de an coragem (6,7,8) associados aos diferentes cordões e por se prever em torno do cordão testemunha (A), ao nível do referido blo co, um falso freio troncocõnico (18) alojado no furo troncocõni co correspondente e atravessado livremente pelo referido cordão testemunha, servindo esse freio falso de suporte sucessivamente para a célula dinamomêtrica (3) que envolve o cordão testemunha e para um freio de ancoragem (5) do ref erido.. cordão testemunha, por sua. vez montado., na referida célula.
  5. 5.- Dispositivo de acordo.com a reivindicação 4, caracte rizado. por o bloco de ancoragem perfurado (2) estar associado a uma placa (14) disposta a uma pequena distância deste bloco, sendo essa placa perfurada, por um lado-, por um furo interior de diâmetro relativamente grande (17), próprio para receber e guiar a cabeça do falso freio (18) e, por outro lado, por um certo número de furos cilíndricos (15) atravessados com uma pequena folga pelos diferentes do cordão testemunha.
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