PT91382A

PT91382A - Sapato para desportos nauticos

Info

Publication number: PT91382A
Application number: PT91382A
Authority: PT
Inventors: Stephen Robertson Turner; Charles Harold Poole Jr; William Richard Peterson; Kenton Donald Geer
Original assignee: Timberlande Company
Priority date: 1988-08-05
Filing date: 1989-08-04
Publication date: 1990-03-08
Also published as: AR240767A1; IT8919458A0; EP0353430A2; AR240767A2; ES2015766A6; NO892298L; PH26076A; FI892651A; EP0353430A3; AU3607889A; KR900002732A; AU613201B2; IL91077A0; JPH02161901A; DK267989D0; DK267989A; GR1000572B; NO892298D0; GR890100495A; BR8904045A

Description

THE TIMBERLAND COMPANY " Sapato para desportos náuticos " A presente invenção diz respeito a um sapato para actividades desportivas destinado a ser usado em desportos náuticos.

Nos barcos, em especial nos veleiros, são vulgarmente usados sapatos de ténis e outros tipos de sapatos de desporto, quando possam ser muito importantes uma boa tracção e um bom suporte para os pés* Os sapatos de ténis convencionais e os sapatos para atletismo tendem a ficar rapidamente saturados de água, em uso, tornando o sapato desconfortável e, em alguns casos, reduzindo a sua utilidade.

Os problemas provocados pela infiltração de água surgem em muitos tipos de calçado. Vulgarmente, as soluções para estes problemas implicam tentativas de obter sapatos impermeáveis à água, isto é, tenta-se impedir que a água entre no sapato. Esta solução tem pouco valor prático no caso de um sapato para desportos náuticos, nos quais muitas vezes a água entra por cima. No caso de uma construção impermeável, a água ficaria retida no sapato, aumentando assim o nível de desconforto para o utilizador. 0 calçado aberto, como por exemplo as sandálias e similares, não retêm a água mas também não proporciona o nível de suporte, a protecção dos pés e o conforto muitas vezes necessários nos barcos, em especial nos veleiros.

OBJECTOS DA INVENCãO 0 principal objecto da presente invenção consiste em proporcional? um sapato aperfeiçoado para os desportos náuticos*

Um objecto mais específico da presente invenção consiste em proporcionar um sapato para desportos náuticos com tracção e suporte excelentes e que é maas confortável para o utilizador do que os sapatos de ténis e sapatos para atletismo convencionais.

Ainda outro objecto da presente invenção consiste em proporcionar uma construção de sapatos para desportos náuticos que permite que a água que entra no sapato seja rapidamente drenada do mesmo.

SUMARIO DA INVENCãO

Resumidamente, segundo a presente invenção, um sapato para desportos náuti- cos compreende as gáspeas, a sola intermédia e a sola exterior. A sola intermédia inclui um sistema de drenagem que faz com que a água que é lançada ou que se infiltra para dentro do sapato seja drenada deste último. A sola exterior, que fica por baixo da sola intermédia, é feita de um material que proporciona um elevado nível de tracção. Na forma de realização preferida, as gáspeas incluem um forro interior de material não absorvente e um forro adjacente de um material absorvente e hidrófilo que tende a arrastar a água do pé do utilizador. A parte inferior das gáspeas inclui um soco inferior em forma de rede que permite que a água passe do sapato para a sola intermédia, onde é canalizada através do sistema de drenagem para fora do sapato.

Os sapatos fabricados segundo a presente invenção são susceptíveis de manter os pés do utilizador relativamente secos num ambiente extremamente húmido. Além disso, proporcionam as características dos sapatos de atletismo de alta qualidade, designadamente suporte, isolamento, durabilidade e flexibilidade.

BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS

Nos desenhos anexos, as figuras representam: A fig. 1, uma vista em perpectiva de um sapato para desportos náuticos de acordo com uma forma preferida da presente invenção; A fig. 2, uma vista em alçado lateral com as peças separadas que mostra os componentes separados do sapato representado na fig. 1; A fig. 3, uma vista de baixo do sapato que mostra a superfície exterior da sola exterior; A fig. 4, uma vista lateral da sola exterior; A fig. S, uma vista em alçado lateral do lado médio da sola exterior; A fig. 6, uma vista em planta da sola intermédia; A fig. 7, uma vista em corte feito pela linha (7-7) da fig. 6; A fig. 8, uma vista em corte feito pela linha (8-8) da fig. 6; A fig. 9, uma vista erm corte feito pela linha (9-9) da fig. 6; A fig. 1Θ, uma vista em planta deis uma sola intermédia que mostra uma segunda forma de realização da presente invenção; A' fig. 11, uma vista em corte feito pela linha (ll-ll) da fig. 10; A fig. 12, uma vista parcial em alçado de trásdo sapatossegundo a presente invenção na sua segunda forma de realização; 3 A fig. 13, uma vista em perspectiva de uma válvula usada na segunda forma de realização; A fig. 13A, uma vista lateral da válvula; A fig. 14, uma vista em planta de uma forma de realização preferida da sola exterior; A fig. 14A, uma vista em corte parcial feito pela linha 14A}-14A) da fig. 14; A fig. 14B, uma vista em corte parcial feito pela linha 14B)-14G) da fig. 14; A fig. 14C, uma vista em corte parcial feito pela linha 14C)-14C) da fig. 14; A fig. 15, uma vista em planta da sola intermédia; e A fig. 16, uma vista em alçado lateral do sapato representado nas fig. 1. m 11, 14 e 15.

DESCRIÇÃO PORMENORIZADA

Como a presente invenção foi concebida especificamente para ser usada em barcos, o sapato é caracterizado como "sapato para desportos náuticos". Obvia-mente, isso não pretende de modo nenhum limitar a utilidade da presente invenção. Um sapato fabricado segundo a presente invenção pode ser usado com quali-quer finalidade, embora as suas vantagens sá interessem em ambientes molhados.

Referindo inicialmente as fig. 1 e 2, um sapato para desportos náuticos segundo uma forma de realização preferida da presente invenção compreende as gáspeas (lG), uma sola intermédia (12) e uma sola exterior (14). Pode também incluir-se um estabilizador (16) convencional, como peça separada, para proporcionar um suporte para o calcanhar do utilizador.

As gáspeas ou parte superior (10) do sapato incluem uma lingueta (17) e os cordões (18) para segurar o sapato no pé do utilizador de uma maneira convencional. As gáspeas são feitas de maneira convencional de materiais usados correntemente na indústria do calçado. Incluem um forro interior (20) feito de um material repelente da água ou hidrófobo de modo que a superfície imediatamente adjacente ao pé do utilizador se mantém relativamente seca em qualquer instante. Na forma de realização preferida da presente invenção, o forro interior (20) é constituído por um tecido com três camadas formado por um substrato, um material hidrofilo e um material hidrofobo. Um produto que se verificou ser utiliza- vel para este fim é um produto com três camadas vendido pela Fay-tex Corp., como o seu tecido. TM * " 2-Zone Comfort Lining" . Este tecido, que tem a aparência de camurça, acomoda-se facilmente a forma do sapato, A camada es-terior, isto é, a camada adjacente ao pé do utilizador, é feita de um material hidrófobo ou repelente da água, que tende a manter -se seco (por exemplo poliéster). A camada seguinte é feita de um material hidrófilo e com caracterxsticas boas de absorção esponta nea e de capilaridade vertical. As fibras naturais (por exemplo de algodão) têm estas caracterxsticas inerentemente. 0 tecido

TM "2-Zone Comfort Lining" fabricado pela Faytex Corp. utiliza um produto de "nylon" propriedade sua, vendido com a designação comercial HYDROFIL, que possui propriedades de transferência de humi dade comparáveis as das fibras naturais. Eliminando e absorvendo a transpiração, este tecido tende a manter a transpiração afastada do pé do utilizador.Num sapato para desportos náuticos, a transpiração é um problema de humidade trivial, mas o tecido comporta-se bem pa ra a manutenção de uma superfície relativamente seca junto do pé do utilizador, ao mesmo tempo que, devido §as suas características de aspiração por efeito de capilaridade, dirige a água para a parte in ferior do sapato onde pode ser eliminada através do sistema de drenagem sue se descreve adiante.

De preferência, a lingueta (17) é feita de borracha moldada re lativamente espessa, por exemplo neopreno. Ela pode ser forrada na sua superfície interior (inferior) com um tecido tal como o tecido TM t \ * "2-Zone Comfort Lining" . A lingueta (lt) e suficientemente espe^ sa para proporcionar uma almofada para proteger a superfcie superior do pé do utilizador e pode ser coberta na sua superfície exte rior (superior) com um material tal como "nylon". que não absorve a água. A utilização de borracha de neopreno para a lingueta (l7) é particularmente benéfica quando se pretender usar o sapato com "cintas para pedestrianismo". muitas vezes usadas nos barcos para fins de segurança, devido ao amortecimento dado adicionalmente entre a pele e a cinta e porque a lingueta não se satura com água. U Um soco inferior (2l) é cosido na parte inferior da unidade das gáspeas (lO).0 soco inferior (2l) compreende um tecido plano, tipo rede, de um material tal como "nylon", que permite que a água se escoe livremente através do sapato para o sistema de drenagem no interior da sola intermédia (12), Para maior conforto, pode coser-se um tecido não absorvente na unidade das gáspeas (10) por baixo do soco (21). Na forma de realização preferida da presente invenção, pode colocar-se uma sola interior amovível ou palmilha (22) na parte superior do soco inferior (21). A palmilha pode ser moldada de polietileno para proporcionar conforto e suporte e inclui muitos furos (não representados) de modo que a água pode ser drenada através da palmilha para o sistema de drenagem no interior da sola intermédia. A palmilha (22) pode também ser coberta com um tecido não absorvente para proporcionar uma superfície que se sente seca por bajixo do pé do utilizador. A construção da unidade das gáspeas (10) é na sua generalidade a de um sapato de atletismo convencional e inclui secções feitas de rede de " nylon "(23), couro ou camurça (24) e borracha (25), cosidas na sua superfície exterior. Um painel de tecido almofadado macio (27) estende-se em torno do sapato por cima do tacão.

Nas fig. 3, 4 e 5 estão representados pormenores da sola exterior (14). A sola é feita de duas borrachas de densidades diferentes, representando as porções ponteadas na fig. 3 uma borracha de elevada resistência à tracção. Porções da sola incluem sulcos, que estão representados por linhas onduladas (3l). Canais transversais (30) nas bordas da sola ajudam a dirigir a água da porção inferior do sapato. A sola exterior inclui também uma ranhura profunda (28) na porção dianteira da sua face lateral para melhorar a flexibilidade da sola e ranhuras de costura (26) na biqueira.

As características básicas da presente invenção estão contidas na sola intermédia (12) que está representada em pormenor nas fig. 6 a 9. Oe preferência, a sola intermédia (12) é moldada de um material plástico, tal como um poliuretano, e inclui duas porções ou cavidades mais ou menos rectangulares (33) e (32) nas secções dianteira e traseira da sola intermédia (12), respectivaraente. A cavidade (33) está situada aproximadamente por baixo da bola do pé e a cavidade (32) aproximadamente por baixo do calcanhar. Quatro séries de saliências em forma de rampa (34) (fig. 7) estendem-se longitudinalmente através da cavidade (33), ocupando as quatro séries de rampas a maior parte da área da cavidade (33), 0 sistema de drenagem dianteiro é completado por três canais de saída abertos que se estendem a partir da cavidade (33) para fora através da face lateral média da sola intermédia (12).

Como se mostra na fig. 7, as partes superiores das rampas sobem até pontos que 6 se situam no plano da superfície superior da sola intermédia (12). Estas rampas proporcionam assim suporte para o pé do utilizador na área da cavidade,

Como se mostra na fig. 9, o pavimento da cavidade (33) é inclinado a partir da face lateral (na parte superior da fig, 3) para a face lateral média (na parte inferior da fig. 3), de modo que a água que I recolhida na cavidade (33) tenderá a fluir para fora dos canais (36) quando o sapato estiver assente plano numa superfície horizontal, 0 sistema de drenagem traseiro é semelhante, compreendendo três séries de saliências (38) semelhantes a rampas que sobem para um plano complanar com a? superfície superior da sola intermédia (12) e três canais de saída (40) na parte superior do sapato. No caso do sistema de drenagem traseiro, a cavidade (32) é inclinada da frente para trás (fig. 8), de modo que a água tenderá a correr para fora dos canais de saída (40) quando o sapato estiver assente plano numa superfície horizontal.

Em utilização, a água que entra no sapato por derrame ou por infiltração, corre através do soco inferior (21) para o sistema de drenagem (33) e (32), quer directamente, quer por acção capilar do material hidrófobo no interior do forro (20). Uma vez o sapato retirado da água, esta é drenada dos canais (36) e (40) de modo que o sapato perde rapidamente a sua sensação de molhado, 0 sapato pode ser fabricado por processos convencionais de fabricação de sapatos, os quais não se descrevem portanto em pormenor. A sola intermédia de poliuretano (12) é fixada por um adesivo epoxídico na sola exterior de borracha (14). 0 estabilizador (16) é depois fixado por um adesivo de uretano na sola intermédia. A unidade das gáspeas (10) é depois unida ao conjunto por uma combinação de pontos (43) na zona da biqueira e cimento de poliuretano0

As fig. 10 a 13 ilustram uma segunda forma de realização da presente invenção na qual se introduzem válvulas unidireccionais nos canais de saída (36) e (40). Gomo se mostra nestes desenhos, as válvulas podem compreender válvulas em bico de pato normais (44). Estas válvulas são dispositivos disponíveis no mercado, feitos de borracha ou de plástico e incluem uma aba (46), uma base cilíndrica (48) e um " bico de pato " de borracha cónico (SO). As válvulas são introduzidas nas condutas de saída como se mostra nas fig. 10 e 12 e são tais que a pressão exercida pelo pé do utilizador fará com que a água no interior do sapato abra o bico de pato (50), de modo que a água pode ser expulsa do sapato. Mas a / 7 água no exterior do sapato não pode entrar no bico de pato (50) fechado, o qual funciona portanto como válvula unidireccional e impede que a água entre no sapato através das condutas de saída.

Claims

Reivindicações 1.- Sapato para desportos náuticos, caracterizado por compreender: uma unidade de gáspeas que tem um forro interior feito de material hidrofobo; uma sola média por baixo da referida unidade de gaspeas e incluindo pelo menos uma cavidade para a drenagem da água que passa através da unidade de gáspeas, através da sola média e sai do sapato; e uma sola exterior fixada â superfície inferior da referida sola média.
2.- Sapato para desportos náuticos de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a referida cavidade incluir saliências verticais espaçadas para suportar o pé do utilizador.
3.- Sapato para desportos náuticos de acordo com a reivindicação 2, caracterizada por se proporcionarem duas cavidades, uma na porção dianteira da sola média por baixo da protuberância do dedo grande do pi do utilizador e a outra na proporção traseira da referida sola média por baixo do calcanhar do pi do utilizador.
4. - Sapato para desportos náuticos de acordo com a reivindicação 3, caracterizado por a cavidade dianteira incluir pelo menos um canal para drenagem da água da referida cavidade dianteira através do lado médio do sapato e por a referida cavidade traseira incluir pelo menos um canal para a drenagem da água da parte traseira do sapato.
5. - Sapato para desportos náuticos de acordo com a reivindicação 4, caracterizado por as referida saliências terem a forma de rampa que termina num ponto que se situa genericamente num plano que termina juntamente com superfície superior da sola média.
6. - Sapato para desportos náuticos que compreende uma unidade de gáspeas, uma sola média e uma sola exterior de elevada tracção, fixada na parte inferior da referida sola media, caracterizado por a referida unidade de gáspeas incluir uma lingueta almofadada feita de um material substancialmente não absorvente, um forro interior que possui pelo menos duas camadas, sendo a camada exterior adjacente ao pé do utilizador de um material hi- drõfobo e compreendendo a camada interior um material hidrófilo com boas características de absorção por capilaridade e um soco inferior feito de um material de tecido através do qual a agua pode escoar-se livremente; e por a referida sola média ser moldada de um material plástico e incluir cavidades de drenagem dianteira e traseira, cada uma das quais possui várias saliências verticais para suportar a porção do pê do utilizador adjacente às referidas cavidades e pelo menos um canal de drenagem que se estende a partir de cada uma das referidas cavidades através da referida sola média para a sua superfície exterior de modo que a água canalizada para o interior das referidas cavidades da referida sola média seja drenada do sapato.
7. - Sapato para desportos náuticos de acordo com a reivindicação 6, caracterizado por o canal de drenagem da referida cavidade dianteira drenar através do lado médio do sapato e o canal de drenagem da referida cavidade traseira drenar da parte traseira do sapato.
8. - Sapato para desportos náuticos de acordo com a reivindicação 7, caracterizado por as referidas saliências terem a forma de rampa que termina num ponto situado genericamente num plano que termina juntamente com a superfície superior da sola média,

Lisboa, 4 de Agosto de 1989 6Stente©flcfaldaPropriedadeIndustrial