PT2914788E - Dispositivo de cobertura de uma superfície compreendendo um tambor móvel coberto por uma caixa de proteção - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO "DISPOSITIVO DE COBERTURA DE UMA SUPERFÍCIE COMPREENDENDO UM TAMBOR MÓVEL COBERTO POR UMA CAIXA DE PROTEÇÃO"

CAMPO DA INVENÇÃO A invenção refere-se a um dispositivo de cobertura de uma superfície, fácil de colocar em funcionamento e que responde melhor às exigências da aplicação em questão. Em particular, a presente invenção compreende um dispositivo de cobertura do tipo tambor móvel, compreendendo uma caixa de proteção particularmente eficaz.

TECNOLOGIA DE BASE

Aplicamos coberturas em superfícies por motivos de dependem da natureza destas superfícies. Assim, no caso de um tanque como uma piscina, a cobertura pode evitar a poluição através de folhas ou de animais, pode permitir economizar energia, água e reagentes e pode ou deve assegurar a segurança das pessoas, em particular das crianças. Num tanque de dessalinização ou de outros tratamentos de um fluído, uma cobertura permite evitar a diluição do líquido devido à chuva ou a evaporação excessiva devido ao calor.

Quando se trata de um terreno desportivo como um campo de ténis exterior em terra batida ou relva, uma cobertura permite proteger contra as intempéries e, em particular, contra uma chuva intermitente. Além disso, uma caixa de um veículo é coberta, nomeadamente, para garantir a estabilidade da carga face à depressão causada pela deslocação do veículo e para a proteger contra as intempéries. Utilizamos igualmente coberturas, como toldos para estufas, jardins de inverno ou janelas de veículos de tal modo a evitar qualquer sobreaquecimento no interior e como proteção solar para toldos de terraços.

Em todos estes casos, procuramos geralmente um dispositivo de cobertura económico que permita ser aberto e fechado de forma fácil, segura, reprodutível e rápida, necessitando de um mínimo de intervenção humana e, principalmente, com uma durabilidade tão longa quanto possível. Foram desenvolvidos diversos dispositivos de revestimento de uma superfície, desde modelos mais básicos aos mais sofisticados. Entre estes últimos, podemos citar os dispositivos de tambor móvel.

Num dispositivo de cobertura com tambor móvel, o tambor motorizado está montado sobre um mecanismo de translação longitudinal. Este desloca o tambor por cima da cobertura a cobrir o que permite, literalmente, "pousar" a cobertura sobre a superfície, no momento do seu posicionamento, desenrolando-a simultaneamente do tambor durante a sua deslocação longitudinal e depois levantá-la durante a sua recolha, enrolando-a simultaneamente no tambor. Assim a cobertura não escorrega sobre a superfície nem durante o seu posicionamento nem durante a sua recolha. 0 dispositivo de cobertura compreende igualmente um sistema de fixação da cobertura a uma primeira extremidade transversal da superfície a cobrir, de tal modo que a translação e a rotação do tambor desencadeiem o desenrolar ou enrolar da cobertura por cima da superfície a cobrir. Exemplos de dispositivos automáticos deste tipo são divulgados, por exemplo, nos seguintes documentos: W02005/026473, FR2900951, DE2257231, FR2893651, FR2789425, FR2743502, EP1719858 e no website www.kimbay.fr. Por outro lado, uma variante completamente manual do tambor montado para translação longitudinal é ilustrada nos documentos WO2007/036625 e US4195370. 0 documento FR 2893651 divulga um dispositivo de cobertura com as caraterísticas do preâmbulo da Reivindicação 1.

No presente pedido de patente, os termos "longitudinal" e "transversal" e os seus derivados referem-se, respetivamente, à direção de deslocação do tambor e à direção do eixo de revolução deste.

Os dispositivos de cobertura com tambor móvel ilustrados abaixo preveem unicamente uma fixação a uma borda transversal da cobertura numa extremidade transversal da superfície a cobrir, com a borda oposta dependente do tambor. Não está previsto nenhum sistema de fixação das bordas longitudinais da cobertura. Em particular, no caso de uma piscina, as pessoas que caissem sobre a cobertura não seriam retidas pelas bordas longitudinais e poderiam, assim, cair à água. Por outro lado, a falta de estanquidade da cobertura sobre as bordas longitudinais pode favorecer a introdução na piscina de sujidade, folhas mortas e galhos bem como de pequenos animais tais como ratos ou cobras. Os dispositivos mais sofisticados foram propostos permitindo fixar de forma reversível as bordas longitudinais da cobertura no momento do seu posicionamento, tal como no documento FR2803769 que prevê um sistema de fixação das bordas longitudinais da cobertura constituído por secções de grelhas que se sobrelevam e depois descem, secção por secção, sobre as referidas bordas longitudinais da cobertura, mantendo essas bordas no interior uma ranhura à medida do desenrolar desta. Nesta forma de realização, as bordas longitudinais da cobertura são fixadas sem serem bloqueadas, o que proporciona uma menor segurança, em particular no caso das piscinas.

Um outro sistema vantajoso, permitindo simultaneamente fixar as bordas longitudinais da cobertura no momento do seu posicionamento e exercer uma força de tração transversal sobre esta para a estender perfeitamente, foi divulgado nos documentos WO2010/010152 e W02010/054960. Nestes dispositivos, as bordas longitudinais da cobertura estão equipadas com uma junta ou vedação que é introduzida na abertura orientada para a parte superior de um trilho em forma de perfil de secção em "U" com uma ou duas abas que fecham parcialmente a referida abertura. A vedação desliza sobre uma aba e mantém-se nessa posição através de meios de fixação adequados, permitindo fixar solidamente as bordas longitudinais da cobertura.

Mesmo nos dispositivos de tambor móvel compreendendo meios de fixação das bordas longitudinais, pelo menos três das quatro bordas da cobertura podem assegurar um contacto relativamente estanque com a superfície que forma o perímetro da superfície a cobrir: as duas bordas longitudinais, bem como a primeira borda transversal da cobertura que é fixada a uma primeira extremidade da superfície a cobrir. A segunda extremidade transversal, aquela onde está estacionado o tambor, não pode ser tornada estanque pois esta está simplesmente pousada sobre a superfície da referida borda lateral, caindo do tambor. Uma corrente de ar ou de vento que se infiltre por baixo do tambor pode abrir um espaço entre a segunda extremidade lateral da superfície e a cobertura, permitindo assim a contaminação da superfície ainda coberta. Por exemplo, no caso de piscinas isto pode traduzir-se numa contaminação por folhas, galhos, cascalho ou até animais que se podem introduzir no tanque apesar da presença de cobertura.

Por outro lado, podemos adicionar uma caixa de proteção montada sobre um carrinho suportando o tambor. A referida caixa é aberta na face da frente, voltada para a superfície a cobrir, formando uma saia que define uma cavidade contendo o carrinho e o tambor. A caixa compreende uma borda que define o perímetro da face aberta. Este carrinho tem uma função, em primeiro luqar estética, visto que esconde o mecanismo de translação longitudinal do carrinho bem como o tambor. Mas tem sobretudo uma função protetora do referido mecanismo de translação e do tambor. No caso de uma piscina, a caixa pode também servir como banco visto que é estacionada numa ou outra das extremidades transversais da piscina. É evidente que uma tal caixa permite reduzir a penetração do vento debaixo da cobertura, quando esta é posicionada. No entanto, de tal modo a permitir o movimento do carrinho, a borda da caixa deve então encontrar-se em todos os pontos acima dos obstáculos, encontrando-se sobre toda a largura da superfície no momento do posicionamento na direção longitudinal do carrinho. Por este motivo, é indispensável deixar um espaço mínimo, dm, entre a borda da caixa e um plano definindo o contorno da superfície, de tal modo que o espaço, dm, seja superior à altura, h0, em relação ao referido plano de qualquer obstáculo que se encontre no caminho do carrinho e da sua caixa. Tais obstáculos podem ser uma borda saliente, pedras, perfis de reforço, etc. Este espaço, dm, entre as bordas da caixa e o plano definindo a borda da superfície não permite, então, criar estanquidade de forma satisfatória no último lado da superfície. É possível minimizar o risco de elevação da cobertura fixando uma ripa de metal ou de outro material de alta densidade, estendendo-se na direção transversal da cobertura, para uma posição correspondente à segunda extremidade da superfície a cobrir. 0 peso da ripa torna mais difícil a abertura de um espaço entre a borda da superfície e a cobertura pelo vento ou por um animal. No entanto, esta solução não é ideal visto que, por um lado, com ventos fortes o peso da ripa torna-se insuficiente para manter o contacto entre a cobertura e a borda lateral da superfície e, por outro lado, a ripa acrescenta espessura ao tambor quando a cobertura é enrolada.

Continua, então, a ser um problema, tornar estanques os quatro lados de uma superfície coberta por uma cobertura posicionada por um sistema de tambor móvel. A presente invenção propõe uma caixa de proteção particular, permitindo tornar estanque os dois lados transversais da superfície quando uma cobertura é posicionada.

RESUMO DA INVENÇÃO A invenção é tal como definida na Reivindicação principal e as variantes preferidas são definidas nas reivindicações dependentes. A presente invenção compreende, nomeadamente, um dispositivo de cobertura de uma superfície em que o contorno define um plano de superfície, compreendendo o referido dispositivo: (a) uma cobertura sensivelmente retanqular tendo duas bordas lonqitudinais opostas uma à outra e duas bordas transversais opostas uma à outra, estando uma primeira borda transversal da cobertura fixada a uma primeira extremidade transversal da superfície, (b) um tambor montado em rotação, apto para enrolar ou desenrolar a cobertura, estando o referido tambor montado sobre um carrinho equipado com um mecanismo de translação lonqitudinal que lhe permite deslocar o tambor por cima da superfície na direção lonqitudinal deste, afastando-se ou aproximando-se da primeira extremidade transversal da superfície, permitindo assim o posicionamento e respetiva recolha da cobertura da superfície, (c) uma caixa de proteção montada sobre o referido carrinho, estando o referido carrinho aberto sobre a face voltada para a superfície a cobrir formando uma saia que define uma cavidade contendo o carrinho e o tambor, compreendendo o carrinho uma borda que define o perímetro da sua face aberta,

Caraterizado por a caixa estar montada sobre um carrinho por intermédio de meios de variação de altura, permitindo variar a distância, d, a mais curta separando o plano da superfície da borda da caixa entre uma primeira posição, dp, de estacionamento, quando o carrinho se encontra, em última análise, numa ou outra das extremidades transversais da superfície, e uma segunda posição, dm, de movimento, quando o carrinho desloca o tambor por cima da superfície em que, dm > dp. É preferível que a distância de estacionamento, dp, seja inferior a 15 mm, ou mesmo praticamente nula, isto é, que haja contacto entre a caixa e o plano de superfície. Em caso de contacto, pode ser vantajoso, em determinadas formas de realização, se a porção da borda da caixa entrando em contacto com o plano de superfície em posição de estacionamento, dp, estiver equipado com uma junta de estanquidade.

No âmbito da presente invenção, e como geralmente aceite na técnica, a distância entre o plano de superfície e um ponto da borda da caixa é definido como o comprimento do segmento normal do plano tendo por extremidade o referido ponto da borda. A distância, d, é então o valor da distância do plano da superfície no ponto da borda da caixa mais próximo. Se a borda define um plano sensivelmente paralelo ao plano de superfície, então todos os pontos da borda da caixa estarão à mesma distância, d, do plano de superfície. Mas a borda da caixa não define necessariamente um plano e pode, pelo contrário, compreender curvas, aberturas, sulcos ou protuberâncias. A distância, d, no plano de superfície é então definida como a distância no ponto da borda mais próxima do referido plano de superfície. 0 plano de superfície é definido pela superfície envolvendo diretamente a superfície a cobrir e sobre a qual pousa e se desloca o carrinho.

Numa forma de realização preferida da presente invenção, os meios de variação de altura compreendem: (a) pelo menos um atuador elétrico, mecânico ou pneumático, (b) um sistema de alavanca, ou (c) pelo menos um parafuso sem fim.

De preferência, os meios de variação de altura compreendem pelo menos um atuador elétrico em cada extremidade do carrinho. É vantajoso se o dispositivo compreender um meio de impedir o movimento do carrinho enquanto o carrinho não atinge a sua posição de movimento, dm. Por exemplo, no caso do mecanismo de translação longitudinal do carrinho compreender um motor elétrico acionável através de um sistema de ativação do motor elétrico que, quando o carrinho está em posição de estacionamento, dp, numa ou outra das extremidades transversais da superfície, começaria inicialmente por ativar eletricamente os meios de variação da altura, de preferência dos atuadores, de modo a trazer a caixa para a sua posição de movimento, dm; antes de ativar o motor do carrinho.

Um dispositivo de cobertura preferido da invenção compreende: (a) as bordas longitudinais da cobertura estando cada uma delas equipada com uma vedação que se estende ao longo das referidas bordas, (b) o mecanismo de translação longitudinal compreende trilhos (6) colocados de um lado e do outro da referida superfície que suporta o carrinho, sendo os trilhos constituídos cada um por um perfil com uma abertura sobre uma das suas faces e orientado para o lado oposto da superfície a cobrir, compreendendo a referida face pelo menos uma aba situada do lado adjacente da superfície a cobrir e fechando parcialmente a referida abertura; (c) um sistema de fixação contínua da vedação das bordas longitudinais da cobertura na abertura dos referidos trilhos, permitindo à vedação encaixar-se sob a aba (6a) à medida do desenrolar da cobertura e de se desengatar à medida do seu rebobinar.

Numa forma de realização preferida, a vedação é formada por um núcleo geométrico sensivelmente prismático, de preferência sensivelmente cilíndrico contido numa manga tubular compreendendo a todo o comprimento uma banda fixada pelo menos a uma face da cobertura e na qual o núcleo está de preferência fixado ao cilindro tubular de modo a impedi-lo de escorregar ao longo da manga, mantendo uma flexibilidade suficiente da vedação para as operações de enrolar e desenrolar da cobertura por cima da superfície a cobrir.

Um dispositivo particularmente preferido da invenção compreende um carrinho pendendo transversalmente para a superfície a cobrir e suportando o tambor compreendendo em cada uma das suas extremidades: (a) uma roda motriz cujo eixo de rotação é paralelo ao do referido tambor; (b) pelo menos dois roletes pousados sobre os trilhos e permitindo a translação longitudinal do carrinho e estando montados de um lado e do outro da roda motriz e constituindo ainda este um triângulo cuja roda motriz forma o vértice superior; e o mecanismo de translação compreende duas correias flexíveis fixadas unicamente a cada uma das suas extremidades, nos quatro cantos da superfície a cobrir, cada uma das duas correias: (c) estando dispostas na abertura dos trilhos nas secções laterais compreendidas entre um ponto de fixação e o rolete mais próximo do referido ponto de fixação, e (d) controlando sem deslizar a roda motriz da secção central compreendida entre os dois roletes.

Um tal dispositivo funciona da seguinte forma: (a) no momento do desenrolar da cobertura (= posicionamento da cobertura), a vedação de cada borda longitudinal da cobertura é inserida na abertura do trilho correspondente, à medida que o carrinho avança e aí é bloqueado pela inserção, imediatamente depois na mesma abertura da secção central (31a) da correia diretamente adjacente ao rolete a jusante do sentido de translação do carrinho, e (b) no momento novamente do enrolamento da cobertura (= recolha da cobertura), a secção central da correia, diretamente adjacente ao rolete a montante do sentido de translação do carrinho é retirada da referida abertura do trilho, permitindo assim à vedação ser desengatada do trilho e tornando possivel novamente o enrolamento da cobertura sobre o tambor do carrinho. 0 dispositivo de cobertura compreende de preferência meios de modificação da velocidade relativa de rotação entre o tambor de enrolamento/desenrolamento da cobertura e o eixo de rotação das rodas motrizes. Em particular, os referidos meios podem incluir uma mola em espiral colocada no interior do tambor que permite compensar a diferença entre a velocidade de rotação das rodas motrizes, que deve manter-se sensivelmente constante, e a velocidade de rotação do tambor, que varia de acordo com o diâmetro exterior do tambor à medida que a cobertura é enrolada/desenrolada. Se a mola em espiral estiver esticada durante o desenrolar da cobertura, isto tem a vantagem no momento novamente do enrolamento da cobertura, não ser necessário motorizar a rotação do tambor para recolher a cobertura. 0 mecanismo de translação longitudinal compreende, de preferência, um carrinho montado sobre os trilhos. Os meios de engrenagem do sistema de vedação continuam a compreender de preferência meios de aplicação na cobertura de uma tensão de tração na direção transversal no momento do desenrolamento, sendo a referida tensão mantida no momento da vedação da cobertura em pelo menos um dos referidos trilhos. Em particular, os meios de aplicação de uma tensão transversal podem compreender um apoio de reenvio sensivelmente cilíndrico, montado em rotação de acordo com um eixo paralelo na direção transversal da cobertura. Este apoio de reenvio tem uma extremidade distai, alongada da superfície a cobrir, e uma extremidade proximal adjacente à referida superfície. A cobertura envolve parcialmente o referido apoio de reenvio de tal modo a alterar a orientação, para que a vedação exceda a extremidade distai do apoio e mantenha assim a tensão transversal no momento de engrenagem da vedação no trilho. Os meios de aplicação de uma tensão transversal podem ainda compreender dois apoios tensores posicionados entre o tambor e o apoio de reenvio, estando os dois apoios tensores separados a uma distância superior à espessura da cobertura e inferior à espessura da vedação, de tal modo a aplicar uma tensão transversal à cobertura e orientar a vedação para o lado oposto da extremidade distal do apoio de reenvio. 0 dispositivo da presente invenção é particularmente adaptado para cobrir superficies tais como: (a) um tanque cheio ou não de um liquido tal como uma piscina, um tanque de retenção, de tratamento ou de dessalinização de água; (b) um terreno desportivo, tal como um campo de ténis ou de criquete; (c) uma caixa de um veiculo, (d) uma superfície vidrada tal como uma estufa, um jardim de inverno ou uma janela de um veiculo.

BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

Estes aspetos, bem como outros aspetos da invenção, serão clarificados na descrição detalhada dos modos de realização particulares da invenção, com referência aos desenhos das figuras, em que: A Fig.l é uma vista geral em perspetiva de uma superfície com o tambor protegido por uma caixa numa posição em que apenas uma parte da superfície esteja coberta por uma cobertura. A Fig.2 é uma vista lateral do carrinho suportando o tambor e sobre o qual está montada uma caixa de proteção por intermédio de atuadores. A Fig.3 ilustra um mecanismo de fixação de uma vedação na abertura de um trilho por intermédio de uma correia flexível; A Fig.4 apresenta um exemplo de vedação adaptado à presente invenção.

DESCRIÇÃO DETALHADA DE MODOS DE REALIZAÇÃO PARTICULARES

Tal como representado na Fig. 1, o dispositivo automático de cobertura (1) de uma superfície (3) de acordo com a invenção, compreende uma cobertura (10) destinada a proteger a referida superfície (3). O dispositivo (1) permite cobrir nomeadamente as superfícies definidas pelo contorno de um tanque de água tal como uma piscina, um tanque de tratamento de água, estação de depuração de águas usadas, tanque de retenção, estação de dessalinização, etc. No entanto, esta invenção poderá ser instalada em qualquer área que necessite de cobertura de uma superfície, como por exemplo um campo de ténis em terra batida ou relva, uma caixa de veiculo, uma superfície vidrada tal como uma estufa, uma janela de um veículo como um comboio ou autocarro, um jardim de inverno, etc. De um modo geral, entendemos então no presente pedido de patente por "superfície" qualquer zona delimitada por um perímetro. 0 dispositivo (1) compreende um tambor (2) que apresenta um comprimento pelo menos igual ao da largura da cobertura (10), devendo esta ser de largura e comprimento suficiente para cobrir totalmente a superfície a proteger (3) quando esta está posicionada. O tambor (2) é montado sobre um mecanismo de translação longitudinal compreendendo um carrinho que suporta o tambor. Como ilustrado nas Figuras 1 a 3, é vantajoso que o mecanismo de translação longitudinal compreenda também trilhos (6) colocados de um lado e do outro da referida superfície (3) de tal modo a orientar o carrinho sobre a sua trajetória. O tambor (2) tem dois sentidos de rotação: o primeiro sentido de rotação permitindo desenrolar a cobertura (10) para a posicionar e cobrir a superfície a proteger (3), e o segundo sentido de rotação permitindo enrolar a cobertura (10) de tal modo a retirá-la e dar acesso à referida superfície (3).

Por questões estéticas, e para proteger o tambor e as partes mecânicas e elétricas do mecanismo de translação longitudinal, uma caixa de proteção (20) é montada sobre o referido carrinho. A caixa tem a forma de uma caixa aberta sobre um lado, contendo o carrinho e o tambor. Em particular, o lado aberto da caixa é o que está voltado para a superfície (3) a cobrir. A caixa forma assim uma saia que define uma cavidade contendo o carrinho e o tambor, compreendendo a caixa uma borda definindo o perímetro do seu lado aberto. De modo a assegurar a translação longitudinal do carrinho sem interferências, é indispensável que exista um determinado desvio, dm, entre a borda da caixa e a superfície abrangida pela caixa durante a translação longitudinal. 0 desvio, dm, deve ser pelo menos maior que a altura maior, h0, encontrando-se os obstáculos sobre a trajetória da caixa. Os referidos obstáculos podem ser de diferentes naturezas. Por exemplo, no caso de uma piscina, pode tratar-se de uma borda sobrelevada da margem, tal como representado esquematicamente pela Figura 2 ou de uma cobertura do filtro ou canal de drenagem. 0 inconveniente de um tal desvio, dm, é que quando posicionada, a cobertura não está apoiada contra a extremidade transversal da superfície a cobrir que se encontra ao lado do tambor. Isto pode ser particularmente inconveniente para aplicações como caixas de veículos ou piscinas, porque o vento pode infiltrar-se na cobertura passando pelo desvio, dm, entre a caixa e a superfície a cobrir afastando assim a cobertura e permitindo a introdução por baixo da cobertura de corpos estranhos e indesejáveis. A presente invenção resolve este problema montando a caixa de proteção (20) sobre o carrinho por intermédio de meios (22) de variação de altura, permitindo variar a distância, d, a mais curta separando o plano da superfície da borda da caixa entre uma primeira posição, dp, de estacionamento, quando o carrinho se encontra, em última análise, numa ou outra das extremidades transversais da superfície, e uma segunda posição, dm, de movimento, quando o carrinho desloca o tambor por cima da superfície (3) . Entende-se que, dm > dp. No presente contexto, o plano de superfície é definido pela superfície envolvendo diretamente a superfície a cobrir e sobre a qual pousa e se desloca o carrinho. É paralelo ao plano que definiria a cobertura posicionada na ausência de setas de flexão. Se o carrinho se desloca sobre os trilhos (6) colocado de um lado e do outro dos lados longitudinais da superfície a cobrir, o plano de superfície é definido como o plano suportando os dois trilhos. A altura, h0, de qualquer obstáculo saliente do plano de superfície encontrando-se sobre a trajetória da caixa é então medido em relação a este mesmo plano de superfície. Se a borda à volta do perímetro da caixa define um plano (isto é, se a borda é retilínea sobre todo o seu perímetro) é preferível que este plano seja paralelo ao plano de superfície. Esta variante torna-se particularmente vantajosa se a posição de estacionamento, dp, for inferior a 15 mm, entenda-se sensivelmente igual a zero, o que corresponde a um contacto de todo o perímetro da borda da caixa com o plano de superfície garantindo assim o encerramento do lado transversal da superfície aberta onde se encontra o tambor. É vantajoso também quando a superfície está descoberta e o tambor se encontra do outro lado transversal da referida superfície porque, no caso de uma piscina, uma tal caixa pode ter a vantagem de servir de banco, cuja estabilidade será reforçada se a borda deste assentar sobre o plano de superfície, mais do que se estiver afastado a uma distância, dm, como é o caso no estado da técnica. De forma alternativa, apenas uma parte da borda da caixa está em contacto com o plano de superfície na sua posição de estacionamento, dp. Por exemplo, se apenas o lado transversal da borda da caixa adjacente à superfície coberta no momento do posicionamento estiver paralelo ao plano de superfície, a estanquidade entre a borda transversal da cobertura e o lado transversal correspondente da superfície coberta é garantido, mantendo uma circulação de ar na caixa pelas outras bordas que não estão em contacto. Esta variante é vantajosa porque a borda transversal da caixa se apoia sobre a cobertura que pode assim ser mantida de forma bem estendida. Podemos também obter estanquidade garantindo, por exemplo, que todos os lados da borda da caixa, salvo o lado transversal adjacente à superfície coberta quando a cobertura está posicionada, são paralelos ao plano de superfície. Em todos os casos em que exista um, vários lados ou todos, o perímetro da borda da caixa em contacto com o plano de superfície em posição de estacionamento, dp, é possível obter um contacto mais estanque se a parte da borda que entra em contacto com o plano da superfície estiver munida de uma junta de estanquidade.

Se o dispositivo compreender trilhos (6) salientes do plano de superfície, a borda da caixa assentará mais vantajosamente sobre a superfícies dos trilhos e será assim separada da superfície do plano pela espessura dos trilhos, que é geralmente inferior a 15 mm. Numa forma de realização alternativa, a borda da caixa pode compreender recortes com forma e posição adequadas para envolver os trilhos salientes do plano de superfície quando a caixa está em posição de estacionamento, dp. Se uma estanquidade perfeita é vantajosa nos casos, por exemplo de coberturas de caixas de veículo, uma certa ventilação pode ser desejável em aplicações tais como piscinas caso contrário o excesso de humidade acumulado na cavidade da caixa pode ser prejudicial para a mecânica e para o sistema elétrico do dispositivo. É possível obter ventilação, por exemplo, fazendo com que a caixa assente sobre os trilhos salientes, como discutido mais acima. Na ausência de trilhos ou se os trilhos se encontrarem posicionados em canais e se a sua superfície aparente estiver ao mesmo nível que a borda, a borda da caixa pode não ser retilínea e compreender merlões e recortes que juntamente com a superfície da borda formem aberturas que permitam a circulação de ar na caixa. Caso contrário, os orifícios de ventilação podem ser dispostos em qualquer localização sobre as superfícies, preferencialmente nas laterais da caixa.

Os meios (22) de variação da altura da caixa compreendem, de forma mais vantajosa, pelo menos um atuador elétrico, mecânico ou pneumático. Se a translação longitudinal do carrinho (21) for assegurada por um motor elétrico (de forma mais vantajosa alimentado por um painel solar, então podemos usufruir de alimentação elétrica disponível para ativar o atuador. Alternativamente, um atuador pneumático, por exemplo alimentado por uma bomba manual ou um atuador mecânico, podem funcionar sem alimentação elétrica. Outros meios (22) de variação de altura da caixa podem compreender um sistema de alavanca, permitindo passar de uma posição à outra, por exemplo por rotação de um carne, ou pode compreender um parafuso sem fim. Por questões de conforto de utilização, é preferível utilizar pelo menos um atuador, em particular um atuador elétrico fixado a cada extremidade do carrinho (21).

Como a posição de estacionamento, dp, da caixa, que é inferior à posição de movimento, dm, é geralmente inferior à altura máxima, h0, de um obstáculo que se encontre sobre a trajetória da caixa, dp < h0 < dm, é necessário impedir que o carrinho (21) entre em funcionamento e saia de uma das suas posições de estacionamento em uma ou outra extremidade transversal da superfície enquanto a caixa se encontra ainda em posição de estacionamento, dp. Por este motivo, é vantajoso equipar o dispositivo da presente invenção com um meio que impeça o movimento do carrinho enquanto o carrinho não atinge a sua posição de movimento, dm. Por exemplo, se a translação longitudinal do carrinho for assegurada por um motor elétrico equipado com um sistema de ativação para a sua colocação em funcionamento, basta impedir a colocação em funcionamento do motor elétrico enquanto a caixa não se encontrar em posição de movimento, dm. Isto pode ser feito com a ajuda de um interruptor que apenas entra em ação quando a caixa se encontrar na sua posição de movimento, dm, ou com ajuda de um detetor indicando ao sistema de ativação do motor a posição da caixa. Por exemplo, o sistema de ativação do motor pode ser programado, no caso da caixa estar em posição de estacionamento, dp, para primeiro ativar eletricamente os atuadores (22) para elevar a caixa para a sua posição de movimento, dm, antes de ativar o motor elétrico de translação longitudinal do carrinho (21). 0 dispositivo (1) compreende além disso um sistema de fixação de uma primeira borda transversal da cobertura situada numa extremidade transversal da superfície a cobrir e permitindo acionar por tensão sobre a cobertura assim definindo a rotação do tambor (2) para desenrolar a cobertura (10) por cima da superfície a cobrir (3) quando o carrinho (21) se afasta da referida primeira borda transversal. Qualquer tipo de sistema de fixação conhecido e adequado aos critérios de restrições e de segurança, de acordo com a aplicação, pode ser utilizado para este efeito. Por exemplo, o sistema de fixação pode compreender uma pluralidade de cintas solidárias da extremidade transversal aparente da cobertura (10), estando as referidas cintas munidas por exemplo com ganchos de ancoragem que são fixados sobre a parte transversal do contorno delimitando a superfície a cobrir (3) . De forma alternativa, podemos munir a extremidade a fixar da cobertura com ilhós que são fixados à borda transversal da superfície por intermédio de uma série de pitões, parafusos de um cabo ou qualquer outro meio. Estes meios de ancoragem mantêm imobilizada a extremidade transversal aparente da cobertura (10) o que permite gerar sobre esta uma tração longitudinal e de a desenrolar sem ter que motorizar a rotação do tambor (2) quando este se desloca para cobrir a superfície (3). A cobertura pode ser em qualquer material conveniente à aplicação em questão: materiais têxteis sintéticos ou naturais, películas poliméricas, ripas em polímero, em metal, em madeira, etc. Pode ser transparente, opaca ou translúcida e pode formar uma barreira aos fluídos ou pelo contrário ser porosa ou mesmo compreender malhas tais como uma rede. Por exemplo, para aplicações em piscinas ou tanques de tratamento de água ou similares é vantajoso se a cobertura compreender furos de drenagem permitindo, assim, que a água da chuva não se acumule sobre a cobertura e evitando assim a formação de poças de água sobre a superfície da cobertura.

Uma tensão longitudinal pode ser aplicada à cobertura no momento do seu posicionamento, assegurando simplesmente que a velocidade de desenrolamento da cobertura por rotação do tambor seja inferior à velocidade de translação longitudinal do tambor, seja por intermédio de um freio ou de uma mola no sistema de rotação do tambor, seja através de um controlo motorizado diferenciado dos movimentos de rotação e translação do tambor. Se estas duas velocidades estiverem sincronizadas, a cobertura será posicionada sem outras tensões que aquelas geradas pelo seu próprio peso no caso da cobertura de uma superfície compreendendo uma cavidade, tal como uma piscina. 0 dispositivo (1) objeto da invenção pode, de uma forma mais vantajosa, compreender um sistema de vedação contínua das bordas longitudinais da cobertura (10) nos trilhos (6) que se estendem de cada lado longitudinal da superfície a cobrir e sobre os quais o carrinho de desloca (21) . As bordas longitudinais da cobertura podem assim encaixar-se à medida do seu desenrolar e desencaixar-se durante processo de enrolamento. Tais sistemas de vedação são descritos, por exemplo nos W02010010152 e W02010054960, cujo conteúdo está incluído no atual pedido de patente como referência. Um sistema de vedação preferido ao qual se aplica a presente invenção compreende: (a) dois trilhos (6) que se estendem ao longo dos lados longitudinais de um lado e do outro da superfície a cobrir. Os trilhos são constituídos por um perfil compreendendo uma abertura (14) voltada para o exterior (isto é, orientada para o lado oposto da superfície a cobrir) sobre um dos seus lados e compreendendo uma ou duas abas fechando parcialmente de um lado e do outro a referida abertura (14) (se só houver uma aba (6a) esta situa-se do lado adjacente da superfície a cobrir); (b) as bordas longitudinais da cobertura (10) compreendendo cada uma pelo menos uma vedação (12) . Por exemplo, tal como ilustrado na Figura 4, a vedação pode ser formada por um núcleo (12c) de geometria sensivelmente prismática, de preferência sensivelmente cilíndrica, contido em, e preferencialmente fixado a, um cilindro tubular (12t) munido a todo o comprimento de uma banda (12b) fixada pelo menos numa face da cobertura; outros tipos de vedações, por exemplo moldadas, podem obviamente ser utilizadas; (c) meios de engrenagem (13, 15a, 15b) permitindo engrenar a referida vedação (12) na abertura (14) formada pela ou pelas abas (6a) do trilho (6) e de o deslizar sobre uma das abas e dos meios de fixação (31) para impedir que a vedação possa sair da referida abertura (14), de tal modo que a cobertura (10) esteja vedada no trilho (6) (ver por exemplo, Figura 3).

Esse sistema de vedação permite deslizar a vedação (12) na abertura (14) do trilho (6) e de aí o fixar desencadeando assim a fixação continua do referido trilho (6) da borda longitudinal correspondente da cobertura (10) e de manter através desta a cobertura (10) por cima da superfície a cobrir (3) mesmo em caso de solicitações mecânicas muito elevadas devido, por exemplo, a uma depressão ou à

gravitação. No caso de piscinas, confere segurança em caso de acesso (autorizado ou não) sobre a cobertura. A resistência do sistema de vedação pode facilmente atingir uma faixa de 5 a 10 kN/m (500 a 1000 kg/m) que é suficiente para inúmeras aplicações. De acordo com os materiais utilizados, é possível alcançar resistências de vedação mais elevadas.

Numa forma de realização preferida, o sistema de vedação (11) do dispositivo de cobertura (1) compreende meios de aplicação de uma tensão transversal na cobertura, que orientam assim a vedação em direção à abertura do trilho correspondente. Tal como representado na Figura 2, os referidos meios compreendem de preferência dois apoios tensores (15a, 15b) separados um do outro a uma distância superior à espessura da cobertura e inferior à espessura da vedação (12), de tal modo a aplicar uma tensão transversal da cobertura. Os meios compreendem igualmente, de preferência, pelo menos um apoio de reenvio (13) sensivelmente cilíndrico, montado em rotação de acordo com um eixo paralelo na direção transversal da cobertura, tendo o referido apoio de reenvio uma extremidade distai, alongada da superfície a ser coberta e uma extremidade proximal, adjacente à referida superfície, envolvendo a cobertura parcialmente o referido apoio (13) de tal modo a alterar a orientação para que a vedação (12) exceda a extremidade distal do apoio. Se o sistema compreender dois apoios tensores (15a, 15b), estes serão colocados entre o apoio de reenvio (13) e o tambor, de tal modo a posicionar a vedação da cobertura quando esta atinge o apoio de reenvio (13) para além da sua extremidade distai.

Numa variante particularmente preferida da presente invenção, o sistema de translação e de vedação é tal como descrito na W02010054960 e representado na Figura 1 e compreendendo um carrinho (21) montado sobre trilhos (6) pendendo transversalmente para a superfície (3) a cobrir e suportando o tambor (2) . 0 carrinho suporta o tambor contendo a cobertura e tem colocado em cima uma caixa de proteção conforme descrito mais acima. 0 referido carrinho compreende em cada uma das suas extremidades: (a) uma roda motriz (9) cujo eixo de rotação é paralelo ao do referido tambor (2) ; as duas rodas motrizes (9) são preferencialmente motorizadas; (b) pelo menos dois roletes (33) pousados sobre os trilhos (6) e permitindo a translação longitudinal do carrinho (21) e estando montados de um lado e do outro da roda motriz (9) e constituindo ainda este um triângulo cuja roda motriz (9) forma o vértice superior; e o mecanismo de translação e fixação compreende duas correias flexíveis (31) fixadas unicamente a cada uma das suas extremidades (35) nos quatro cantos da superfície a cobrir, cada uma das duas correias (31): (c) estando dispostas na abertura (14) dos trilhos (6) nas secções laterais (31a) compreendidas entre um ponto de fixação (35) e o rolete (33) mais próximo do referido ponto de fixação, e (d) controlando sem deslizar a roda motriz (9) da secção central (31b) compreendida entre os dois roletes (33) .

Tal sistema é muito vantajoso porque preenche diversas funções. Permite, antes de mais, deslocar o carrinho ao longo dos trilhos. Visto que o segmento angular da roda motriz (9) controlado por uma correia flexível (31) tal como abaixo é bem superior ao coberto por uma cremalheira reta, por exemplo colocada no fundo do trilho, os riscos de deslizamento de uma roda motriz são significativamente reduzidos. 0 referido deslize de uma roda motriz faria com que o carrinho ficasse atravessado e provocaria o bloqueio do sistema. Uma segunda vantagem de tal sistema é que entre o carrinho e os cantos (35) da superfície a cobrir, a abertura (14) é bloqueada pela correia (31) que é inserida no trilho nas suas proporções (31a). Isto permite diminuir a entrada de corpos estranhos nos trilhos, tais como poeiras, cascalho, galhos, etc., e permite também evitar que uma pessoa trilhe um dedo do pé, por exemplo no caso de uma piscina. Finalmente, e neste caso compreendendo particularmente a presente invenção, as correias permitem fixar a vedação (12) sob a aba (6a) de um trilho à medida que a vedação é introduza sob a aba (6a) do trilho. A Figura 3 ilustra um sistema de fixação da vedação sob a aba (6a) de um trilho. Como discutido mais acima, a vedação (12) é guiada para dentro da abertura (14) do trilho correspondente pelos apoios tensores (15a, 15b) e de reenvio (13). Uma vez que na abertura (14), a vedação saltaria na primeira utilização se não estivesse fixada. A introdução da correia (31) na abertura do trilho diretamente após a introdução da vedação (12) permite fixar este sob a aba (6a), impedindo assim que salte. Assim que a cobertura é retirada da superfície, a correia é previamente retirada, o que liberta a vedação que pode saltar. Em suma, o sistema de fixação funciona da seguinte maneira: (a) no momento do desenrolar da cobertura (= posicionamento da cobertura), a vedação (12) de cada borda longitudinal da cobertura é inserida na abertura (14) do trilho (6) correspondente, à medida que o carrinho avança e aí é bloqueado pela inserção, imediatamente depois na mesma abertura da secção central (31 a) da correia diretamente adjacente ao rolete (33) a jusante do sentido de translação do carrinho, e (b) no momento novamente do enrolamento da cobertura (= recolha da cobertura), a secção central da correia (31b), diretamente adjacente ao rolete (33) a montante do sentido de translação do carrinho é retirada da referida abertura (14) do trilho, permitindo assim à vedação (12) ser desengatada do trilho e tornando possível novamente o enrolamento da cobertura sobre o tambor (2) do carrinho. A deslocação do tambor ao longo de uma superfície a ser coberta ou descoberta ocorre geralmente a uma velocidade constante. As rodas motrizes (9) devem então rodar a uma velocidade de rotação sensivelmente constante. No entanto, principalmente para superfícies longitudinais importantes, o diâmetro exterior do tambor pode variar consideravelmente de acordo com a cobertura posicionada ou retirada. Como a velocidade de posicionamento/retirada da cobertura depende da velocidade de rotação das rodas motrizes (mantido geralmente constante) e como o diâmetro exterior do tambor varia com a parte da cobertura que é enrolada, daí resulta que o tambor e as rodas motrizes (9) não podem rodar à mesma velocidade no momento da translação do carrinho. Para coberturas de pequenas dimensões, é possível compensar as diferenças de velocidade por uma tração sobre a cobertura. Para coberturas de dimensões longitudinais mais importantes, como uma piscina ou um reboque ou semirreboque, é necessário prever meios de modificação da velocidade relativa de rotação entre o tambor de enrolamento/desenrolamento da cobertura e o eixo de rotação das rodas motrizes (9). Estes meios podem incluir uma mola em espiral colocada no interior do tambor permitindo compensar a diferença entre a velocidade de rotação das rodas motrizes, que deve manter-se sensivelmente constante, e a velocidade de rotação do tambor, que varia de acordo com o diâmetro exterior do tambor à medida que a cobertura é enrolada/desenrolada. No momento do posicionamento da cobertura, o tambor roda espontaneamente devido à tensão criada pela cobertura que é fixada a uma borda lateral da superfície a cobrir. Se a mola em espiral se estender durante o posicionamento da cobertura (10) sobre a superfície, não é mais necessário motorizar a rotação do motor no momento de recolha e novamente enrolamento da cobertura à volta do tambor, cuja rotação é conduzida pela paragem da mola em espiral. Este sistema é muito vantajoso pois não necessita de um segundo motor ou de um sistema de engrenagens ou de controlo eletrónico para rodar o tambor à velocidade adequada.

Um sistema de cobertura de acordo com a presente invenção está particularmente adaptado para cobrir superfícies tais como: (a) um tanque cheio ou não de um líquido tal como uma piscina, um tanque de retenção, de tratamento ou de dessalinização de água; (b) um terreno desportivo, tal como um campo de ténis ou de críquete; (c) uma caixa de um veículo, tal como um reboque, (d) uma superfície vidrada tal como uma estufa, um jardim de inverno ou uma janela de um veículo. A caixa de proteção (22) tem posições variáveis conforme o carrinho (21) esteja em movimento, dm, ou estacionado, dp, numa extremidade da superfície a cobrir, permitindo juntar ao carrinho protetor uma função adicional de fixação da borda transversal da cobertura encontrando-se do lado do tambor (2), quando esta está posicionada. Tal fixação é extremamente vantajosa, mesmo essencial, em aplicações de piscinas ou de toldos de semirreboques ou a cobertura pode ser exposta a correntes de ar importantes que podem facilmente levantar a sua borda transversal que se encontra do lado do tambor e assim criar uma abertura indesejável.

Claims (13)

1. REIVINDICAÇÕES

   1. Dispositivo (1) de cobertura de uma superfície (3) em que o contorno define um plano de superfície, compreendendo o referido dispositivo: (a) uma cobertura (10) sensivelmente retangular tendo duas bordas longitudinais opostas uma à outra e duas bordas transversais opostas uma à outra, estando uma primeira borda transversal da cobertura fixada a uma primeira extremidade transversal da superfície (3), (b) um tambor (2) montado em rotação apto para enrolar ou desenrolar a cobertura (10), estando o referido tambor (2) montado sobre um carrinho (21) equipado com um mecanismo de translação longitudinal que lhe permite deslocar o tambor por cima da superfície (3) na direção longitudinal deste, afastando-se ou aproximando-se da primeira extremidade transversal da superfície, permitindo assim o posicionamento e respetiva recolha da cobertura da superfície (3), (c) uma caixa de proteção (20) montada sobre o referido carrinho, estando o referido carrinho aberto sobre a face voltada para a superfície (3) a cobrir formando uma saia que define uma cavidade contendo o carrinho e o tambor, compreendendo o carrinho uma borda que define o perímetro da sua face aberta, caraterizado por a caixa estar montada sobre um carrinho por intermédio de meios de variação de altura, permitindo variar a distância, d, a mais curta separando o plano da superfície da borda da caixa entre uma primeira posição, dp, de estacionamento, quando o carrinho se encontra, em última análise, numa ou outra das extremidades transversais da superfície, e uma segunda posição, dm, de movimento, quando o carrinho desloca o tambor por cima da superfície (3), e em que, dm > dp.
2. 2. Dispositivo de acordo com a Reivindicação 1, no qual a distância de estacionamento, dp, é inferior a 15 mm, de preferência, a distância de estacionamento, dp, é sensivelmente nula, isto é que exista contacto entre o rebordo da caixa e o plano de superfície e a parte da borda de contacto com o plano de superfície e de preferência munido de uma junta de estanquidade.
3. 3. Dispositivo de acordo com a Reivindicação 1 ou 2, no qual os meios (22) de variação de altura compreendem: (a) pelo menos um atuador elétrico, mecânico ou pneumático, (b) um sistema de alavanca, ou (c) pelo menos um parafuso sem fim. De preferência, os meios (22) de variação de altura compreendem pelo menos um atuador elétrico em cada extremidade do carrinho (21).
4. 4. Dispositivo de cobertura de acordo com qualquer das revindicações anteriores, compreendendo um meio de impedir o movimento do carrinho enquanto o carrinho não atinge a sua posição de movimento, dm.
5. 5. Dispositivos de cobertura de acordo com a Reivindicação anterior compreendendo um motor elétrico para a translação longitudinal do carrinho e compreendendo um sistema de ativação do motor elétrico cuja colocação em funcionamento, no momento em que o carrinho se encontra em posição de estacionamento, dp, em uma ou outra das extremidades transversais da superfície, começa por ativar eletricamente os meios (22) de variação de altura, de preferência dos atuadores, de tal modo a levar a caixa para a sua posição de movimento, dm; antes de ativar o motor do carrinho (21).
6. 6. Dispositivo de cobertura de acordo com qualquer das revindicações anteriores, em que: (a) as bordas longitudinais da cobertura (10) estão cada uma delas equipadas com uma vedação (12) que se estende ao longo das referidas bordas, (b) o mecanismo de translação longitudinal compreende trilhos (6) colocados de um lado e do outro da referida superfície (3) que suporta o carrinho (21), sendo os trilhos constituídos cada um por um perfil com uma abertura (14) sobre uma das suas faces e orientado para o lado oposto da superfície a cobrir, compreendendo a referida face pelo menos uma aba (6a) situada do lado adjacente da superfície a cobrir e fechando parcialmente a referida abertura (14); (c) compreende um sistema de fixação continua da vedação (12) das bordas longitudinais da cobertura (10) na abertura (14) dos referidos trilhos (6), permitindo à vedação (12) encaixar-se sob a aba (6a) à medida do desenrolar da cobertura (10) e desengatar-se à medida do seu rebobinar.
7. 7. Dispositivo de cobertura de acordo com a Reivindicação anterior na qual a vedação (12) é formada por um núcleo (12c) geométrico sensivelmente prismático, de preferência sensivelmente cilíndrico contido numa manga tubular (12t) compreendendo a todo o comprimento uma banda (12b) fixada pelo menos a uma face da cobertura e na qual o núcleo (12c) está de preferência fixado ao cilindro tubular (12t) de modo a impedi-lo de escorregar ao longo da manga, mantendo uma flexibilidade suficiente da vedação para as operações de enrolar e desenrolar da cobertura (10) por cima da superfície a cobrir (3).
8. 8. Dispositivo de cobertura de acordo com a Reivindicação 6 ou 7 no qual o referido carrinho (21) pendendo transversalmente para a superfície (3) a ser coberta e suportando o tambor (2) compreende em cada uma das suas extremidades: (a) uma roda motriz (9) cujo eixo de rotação é paralelo ao do referido tambor (2); (b) pelo menos dois roletes (33) pousados sobre os trilhos (6) e permitindo a translação longitudinal do carrinho (21) e estando montados de um lado e do outro da roda motriz (9) e constituindo ainda este um triângulo cuja roda motriz (9) forma o vértice superior; e o mecanismo de translação compreende duas correias flexíveis (31) fixadas unicamente a cada uma das suas extremidades (35) nos quatro cantos da superfície a cobrir, cada uma das duas correias (31): (c) estando dispostas na abertura (14) dos trilhos (6) nas secções laterais (31a) compreendidas entre um ponto de fixação (35) e o rolete (33) mais próximo do referido ponto de fixação, e (d) controlando sem deslizar a roda motriz (9) da secção central (31b) compreendida entre os dois roletes (33).
9. 9. Dispositivo de cobertura de acordo com a Reivindicação anterior no qual: (a) no momento do desenrolar da cobertura (= posicionamento da cobertura), a vedação (12) de cada borda longitudinal da cobertura é inserida na abertura (14) do trilho (6) correspondente, à medida que o carrinho avança e ai é bloqueado pela inserção, imediatamente depois na mesma abertura da secção central (31 a) da correia diretamente adjacente ao rolete (33) a jusante do sentido de translação do carrinho, e (b) no momento novamente do enrolamento da cobertura (= recolha da cobertura), a secção central da correia (31b), diretamente adjacente ao rolete (33) a montante do sentido de translação do carrinho é retirada da referida abertura (14) do trilho, permitindo assim à vedação (12) ser desengatada do trilho e tornando possível novamente o enrolamento da cobertura sobre o tambor (2) do carrinho.
10. 10. Dispositivo de acordo com a Reivindicação 8 ou 9 compreendendo meios de modificação da velocidade relativa de rotação entre o tambor de enrolamento/desenrolamento da cobertura e o eixo de rotação das rodas motrizes (9), incluindo os referidos meios uma mola em espiral colocada no interior do tambor e permitindo compensar a diferença entre a velocidade de rotação das rodas motrizes, que deve manter-se sensivelmente constante, e a velocidade de rotação do tambor, que varia de acordo com o diâmetro exterior do tambor à medida que a cobertura é enrolada/desenrolada.
11. 11. Dispositivo de cobertura de acordo com qualquer das Reivindicações 8 a 10, compreendendo meios de aplicação de uma limitação transversal compreendendo um apoio de reenvio (13) sensivelmente cilíndrico, montado em rotação de acordo com um eixo paralelo na direção transversal da cobertura, tendo o referido apoio de reenvio uma extremidade distai, alongada da superfície a ser coberta e uma extremidade proximal, adjacente à referida superfície, envolvendo a cobertura parcialmente o referido apoio (13) de modo a alterar a orientação para que a vedação (12) exceda a extremidade distai do apoio.
12. 12. Dispositivo de cobertura de acordo com a Reivindicação anterior no qual os meios de aplicação de uma limitação transversal compreendem mais de dois apoios tensores (15a, 15b) posicionados entre o tambor e o apoio de reenvio (13), estando os dois apoios tensores separados a uma distância superior à espessura da cobertura e inferior à espessura da vedação (12), de tal modo a aplicar uma tensão transversal da cobertura e a orientar a vedação (12) para o lado oposto da extremidade distal do apoio de reenvio (13) .
13. 13. Dispositivo de acordo com qualquer das Reivindicações anteriores no qual a superfície a cobrir (3) é selecionada entre: (a) um tanque cheio ou não de um líquido tal como uma piscina, um tanque de retenção, de tratamento ou de dessalinização de água; (b) um terreno desportivo, tal como um campo de ténis ou de críquete; (c) uma caixa de um veículo, (d) uma superfície vidrada tal como uma estufa, um jardim de inverno ou uma janela de um veículo.