PT1896329E

PT1896329E - Instalação para produção de garrafas esterilizadas por sopragem a partir de pré-formas esterilizadas

Info

Publication number: PT1896329E
Application number: PT06777287T
Authority: PT
Inventors: Eric Adriansens; Stephane Hebert
Original assignee: Sidel Participations
Priority date: 2005-06-24
Filing date: 2006-06-08
Publication date: 2010-04-14
Also published as: ES2340068T3; WO2006136498A1; DE602006013132D1; CN101203428B; CN101203428A; US20090081326A1; ATE461865T1; US7806680B2; EP1896329B1; JP2008543619A; FR2887525B1; EP1896329A1; FR2887525A1; JP4806018B2; EP1896329B2

Description

DESCRIÇÃO "INSTALAÇÃO PARA PRODUÇÃO DE GARRAFAS ESTERILIZADAS POR SOPRAGEM A PARTIR DE PRÉ-FORMAS ESTERILIZADAS" A invenção refere-se a uma instalação para produção de garrafas esterilizadas por sopragem a partir de pré-formas em matéria plástica. A invenção refere-se, mais particularmente, a uma instalação para produção de garrafas esterilizadas por sopragem a partir de pré-formas em matéria plástica, do tipo no qual as pré-formas são transportadas para o interior da instalação segundo um fluxo continuo que circula de montante para jusante e do tipo compreendendo: - uma unidade de tratamento de esterilização compreendendo um dispositivo de nebulização dotado com, pelo menos, um bico que projecta, em direcção do gargalo de cada uma das pré-formas em curso de tratamento, um fluxo de produto de esterilização, sob a forma de um jacto de vapor, com vista a esterilizar, pelo menos, as paredes interiores da pré-forma, - uma unidade de condicionamento térmico compreendendo, pelo menos, um forno que aquece as pré-formas, - uma unidade de moldagem compreendendo, pelo menos, um molde e, pelo menos, um dispositivo por sopragem que submete cada uma das pré-formas a uma sobrepressão interior, de modo a 1 que ela tome a forma da impressão do molde, o que produz uma garrafa. 0 documento US-A-2001/0010145 descreve um exemplo de uma instalação deste tipo, destinada a produzir garrafas esterilizadas por sopragem a partir de pré-formas esterilizadas.

Este tipo de instalação apresenta o inconveniente de necessitar de um débito de produto de esterilização e/ou de uma pressão de injecção do produto de esterilização com valores importantes para conseguir cobrir completamente as paredes interiores das pré-formas, de modo a esterilizar completamente o interior das pré-formas.

Por conseguinte, o consumo da instalação em produto de esterilização é, por isso, importante e a operação de esterilização é dispendiosa.

Um tal tipo de instalação está descrito e representado, mais particularmente, no documento WO-A2-99/03667 que se refere a um processo e a uma instalação para o fabrico de recipientes esterilizados em matéria plástica. A instalação compreende um dispositivo de transporte das pré-formas até meios de aquecimento a montante dos quais as pré-formas são tratadas, pelo menos, no interior das pré-formas, por meios de esterilização. Os meios de esterilização compreendem, nomeadamente, um produto de esterilização, tal como uma solução química de peróxido de hidrogénio (H202) activável termicamente, nomeadamente pelo calor dos meios de aquecimento. 2

Os meios de esterilização compreendem, para este efeito, um pulverizador constituído por uma pistola de vaporização que permite molhar o interior das pré-formas com o produto de esterilização "frio", isto é, que não tenha sido aquecido previamente e que se encontra no estado líquido.

Em seguida, o produto de esterilização vai, sob o efeito do calor, ser activado antes de se evaporar.

Na instalação descrita neste documento, a pistola é, tipicamente, uma pistola do tipo dito de duplo fluido.

De facto, a pistola de vaporização compreende um bico de líquido e um bico de ar que formam um conjunto de projecção circular, que é susceptível de ser colocado por cima do trajecto das pré-formas, de modo a pulverizar uma névoa de produto de esterilização. A névoa de produto de esterilização é formada por uma nuvem de gotículas que é projectada pela pistola de vaporização para o interior da pré-forma, segundo um escoamento de tipo turbulento.

Por definição, um escoamento é dito "turbulento", quando o número R de Reynolds é, por exemplo, superior ao número crítico de Reynolds Rc=2000 e, inversamente, é dito "laminar", quando o número R de Reynolds é, aproximadamente, inferior ao número crítico de Reynolds Rc=2000.

Recorda-se que o número R de Reynolds é definido pela fórmula: R = Ux / v na qual "U" corresponde à velocidade média de escoamento, "x" a uma dimensão linear de referência - tal como o diâmetro "d" por 3 exemplo - e "v" ao coeficiente de viscosidade cinemática do fluido, que é igual ao quociente do coeficiente de viscosidade pela massa especifica do fluido.

Constatou-se que um tal escoamento turbulento de produto de esterilização ou esterilizante no interior da pré-forma conduz à formação de um conjunto de goticulas que não estão repartidas de modo homogéneo sobre a parede interior da pré-forma.

De facto, a utilização de uma pistola de pulverização caracteriza-se, nomeadamente, por um débito importante de produto de esterilização, que é obtido ao comprimir um gás, tal como o ar comprimido, a pressões de, aproximadamente, 2 a 3 bar, de modo a que produza um escoamento turbulento.

Contudo, o escoamento turbulento conduz ao depósito não homogéneo de goticulas residuais de produto de esterilização sobre as paredes interiores das pré-formas. Além disso, as goticulas de produto de esterilização formam um excedente que não é inteiramente vaporizado quando do aquecimento.

Estas goticulas de produto de esterilização provocam, assim, por um lado, localmente, um ataque químico do material da pré-forma, geralmente em poli(tereftalato de etileno) (PET) e, por outro lado, quando do aquecimento das pré-formas, produzem um efeito de lupa sobre as radiações térmicas de aquecimento, o que provoca o aparecimento de manchas sobre as paredes das garrafas provenientes das pré-formas em questão. 0 aparecimento de tais manchas sobre as paredes das garrafas é um defeito de aspecto do produto, que é ainda, por vezes, denominado de "aspecto de casca de laranja". 4 visa, A presente invenção visa, nomeadamente, remediar estes inconvenientes, mais particularmente, permitir obter o grau de esterilização pretendido, pelo menos, em toda a parede interior e no gargalo da pré-forma e produzir garrafas desprovidas, nomeadamente, do defeito de aspecto do tipo "casca de laranja".

Para esta finalidade, a invenção propõe uma instalação do tipo descrito previamente, caracterizada por o eixo médio de projecção do bico ser globalmente paralelo ao eixo da pré-forma em curso de tratamento e ser excêntrico radialmente, em relação ao eixo da pré-forma com um valor de desfasamento E determinado, e por o fluxo de produto de esterilização ser projectado para o interior da pré-forma sob a forma de um escoamento de tipo laminar.

Graças à projecção do fluxo de produto de esterilização sob a forma de um escoamento de tipo laminar, por exemplo, a partir de uma mistura quente de vapor de produto, tal como peróxido de hidrogénio (H2O2) e de ar, obtém-se uma repartição homogénea de produto de esterilização sobre a parede interior da pré-forma, que permite, por conseguinte, suprimir o risco de aparecimento do defeito de aspecto do tipo "casca de laranja".

No entanto, de acordo com o perfil das paredes interiores de cada pré-forma, não é possível, com um escoamento de tipo laminar, atingir de modo evidente o fundo das pré-formas.

De facto, desde o momento em que se projecta um fluxo laminar de produto de esterilização para o interior de uma pré-forma, nomeadamente de pequeno diâmetro e de grande comprimento, cria-se, devido igualmente a este tipo de 5 escoamento, um tampão de ar estagnante, dito de sobrepressão, no fundo da pré-forma, o que perturba a condensação uniforme do produto de esterilização.

Graças ao desfasamento E do eixo de projecção do bico em relação ao eixo da pré-forma, o fluxo laminar de produto de esterilização condensa-se uniformemente sobre o total da parede interior da pré-forma, incluindo no fundo. 0 problema da formação de um tal tampão de sobrepressão é, assim, resolvido vantajosamente e a totalidade da parede interior da pré-forma e do gargalo são esterilizados perfeitamente pelo fluxo laminar de produto de esterilização.

De acordo com outras caracteristicas da invenção: - o eixo de projecção é excêntrico em, pelo menos, dezanove porcento do valor do diâmetro interior da abertura delimitada pelo gargalo; - o eixo de projecção é excêntrico num máximo de trinta e dois porcento do valor do diâmetro interior da abertura delimitada pelo gargalo; - na unidade de tratamento de esterilização, as pré-formas estão globalmente alinhadas segundo uma direcção longitudinal de deslocamento e estão dispostas em posição levantada, paralelamente umas ao lado das outras, e o eixo de projecção do bico está desfasado radialmente segundo uma direcção sensivelmente ortogonal, em relação à direcção de deslocamento; 6 - o bico produz um fluxo de produto de esterilização globalmente em forma de cortina vertical; - o dispositivo de nebulização está dotado com vários bicos que estão globalmente alinhados longitudinalmente e os eixos de projecção dos bicos são sensivelmente paralelos; - o produto de esterilização é constituído por um composto que contém peróxido de hidrogénio ou peróxido de hidrogénio vaporizado que é activado por aquecimento acima de uma temperatura de activação; - o peróxido de hidrogénio é activado por aquecimento no interior do forno da unidade de acondicionamento térmico por aquecimento da pré-forma a uma temperatura superior à temperatura de activação; - o peróxido de hidrogénio é activado na unidade de tratamento, de tratamento de esterilização por pulverização sobre a pré-forma previamente aquecida a uma temperatura superior à temperatura de activação; - o peróxido de hidrogénio é projectado a uma temperatura superior a cento e seis graus Celsius, por exemplo, uma temperatura vizinha de cento e dez a cento e vinte graus Celsius.

Outras caracteristicas e vantagens da invenção aparecerão com a leitura da descrição pormenorizada que se segue, para a compreensão da qual se fará referência aos desenhos anexos, nos quais: 7 - a figura 1 é um esquema que representa um primeiro exemplo de realização de uma instalação para produção de garrafas por sopragem e compreendendo uma unidade de esterilização segundo os ensinamentos da invenção; - a figura 2 é uma vista em corte axial segundo o plano de corte 2-2, que representa esquematicamente uma pré-forma na unidade de esterilização da instalação da figura 3; - a figura 3 é uma vista superior que representa uma série de pré-formas na unidade de esterilização; - a figura 4 é um esquema que representa um segundo exemplo de realização numa instalação para produção de garrafas por sopragem e compreendendo uma unidade de esterilização segundo os ensinamentos da invenção.

No seguimento da descrição, os elementos semelhantes ou idênticos serão designados pelas mesmas referências.

Na figura 1, representou-se uma instalação 10 para produção de garrafas 14 por sopragem a partir de pré-formas 12 em matéria plástica.

Este tipo de instalação 10 utiliza-se, por exemplo, para a fabricação de garrafas 14 em matéria plástica, tal como de poli(tereftalato de etileno) (PET).

Cada uma das pré-formas 12 tem, globalmente, a forma de um tubo que está fechado numa extremidade e cuja outra extremidade possui já a forma definitiva do gargalo 16 da garrafa 14.

Na figura 2, representa-se uma pré-forma 12, a titulo não limitativo, com o eixo AI do seu corpo 18 cilindrico que se estende verticalmente. 0 eixo AI do corpo 18 confunde-se com o eixo do gargalo 16. A extremidade 20 inferior da pré-forma 12 está fechada, enquanto que a sua extremidade superior forma o gargalo 16 que delimita uma abertura 22 e que está dotado, neste caso, com uma gola 24 radial exterior.

As pré-formas 12 são realizadas, neste caso, previamente, de acordo com um processo de moldagem por injecção.

As pré-formas 12 são transportadas para o interior da instalação 10 segundo um fluxo continuo que circula de montante para jusante, isto é, da esquerda para a direita, considerando a figura 1.

No primeiro exemplo representado na figura 1, a instalação 10 compreende, de montante para jusante, uma unidade 26, dita de tratamento de esterilização, compreendendo de um modo preferido meios de preparação do produto de esterilização, uma unidade 28 de condicionamento térmico, e uma unidade 30 de moldagem.

Vantajosamente, a instalação 10 compreende, igualmente, a seguir à unidade 30 de moldagem, uma unidade 32 de enchimento e uma unidade 34 de rolhagem. 9 A unidade 26 de tratamento de esterilização compreende um dispositivo 36 de nebulização dotado com, pelo menos, um bico 38 que projecta, em direcção do gargalo 16 de cada uma das pré-formas 12 em curso de tratamento, um fluxo F de produto de esterilização, de modo a produzir garrafas 14 que estejam assépticas esterilizadas de acordo com as aplicações. A unidade 26 de tratamento de esterilização será descrita de modo mais pormenorizado a seguir, relativamente às caracteristicas da invenção. A unidade 28 de condicionamento térmico compreende, pelo menos, um forno 40 que aquece as pré-formas 12 a uma temperatura apropriada para moldagem. A unidade 30 de moldagem compreende, pelo menos, um molde 42 e, pelo menos, um dispositivo 44 por sopragem que submete cada uma das pré-formas 12 a uma sobrepressão interior, de modo a que ela tome a forma da impressão do molde 42, o que produz uma garrafa 14. A unidade 30 de moldagem pode compreender, assim, meios de alongamento (não representados) que estiram a pré-forma 12 em direcção do fundo do molde 42, durante a operação de moldagem. A unidade 32 de enchimento injecta o produto 46 a condicionar no interior das garrafas 14 provenientes da unidade 30 de moldagem, em seguida, a unidade 34 de rolhagem fecha hermeticamente as garrafas 14 esterilizadas, por exemplo, com uma cápsula 48 apropriada, como variante, um opérculo e/ou uma rolha. 10

Descrever-se-á agora, de modo mais pormenorizado, um modo preferido de realização da unidade 26 de tratamento de esterilização de acordo com a invenção.

De um modo preferido, o produto de esterilização é constituído por um composto que contém peróxido de hidrogénio ou peróxido de hidrogénio vaporizado (H2O2) que é projectado em direcção das pré-formas 12 sob a forma de um jacto de gás compreendendo produto de esterilização no estado de vapor, vantajosamente um jacto de vapor seco.

Para este efeito, os meios (não representados) de preparação do produto de esterilização da unidade 26 de tratamento de esterilização compreendem, nomeadamente, meios de aquecimento (não representados) do produto de esterilização e uma fonte de ar (não representada), vantajosamente comprimido e/ou esterilizado por qualquer meio apropriado, que é previsto para propulsionar o produto de esterilização através do bico 38 do dispositivo 36 de nebulização. 0 ar comprimido é, vantajosamente, desidratado e circula com uma velocidade baixa segundo um escoamento dirigido, de modo a constituir um veículo para o vapor de produto de esterilização. A concentração do vapor em produto de esterilização é, por exemplo, sensivelmente igual a vinte e cinco por cento. À saída do bico 38, o vapor que contém o produto de esterilização atinge uma temperatura T dada, sensivelmente 11 superior à temperatura de evaporaçao do produto de esterilização.

No caso de utilização de peróxido de hidrogénio (H202) , a temperatura T à saída do bico é vantajosamente superior a cento e seis graus Celsius (106 °C), de um modo preferido está compreendida entre cento e dez graus Celsius (110 °C) e cento e vinte graus Celsius (120 °C).

Quando este vapor entra em contacto com as paredes 50 interiores das pré-formas 12, que estão mais frias, o produto de esterilização condensa-se sob a forma de condensação, de modo a que se deposite uma película de produto de esterilização sobre a pré-forma 12 total, em particular, sobre as paredes 50 interiores das pré-formas 12, que se embaciam, assim, com uma película de produto de esterilização.

Vantajosamente, o produto de esterilização deposita-se assim por condensação segundo uma película sensivelmente uniforme que permite, em relação ao estado da técnica, eliminar qualquer risco de aparecimento de manchas e de aspecto de "casca de laranja".

As pré-formas 12 passam, então, na unidade 28 de condicionamento térmico, compreendendo o forno 40 de aquecimento para reaquecer as pré-formas 12 a uma temperatura superior ou igual à temperatura de moldagem, a fim de poder realizar em seguida a operação por sopragem.

Evidentemente, a temperatura de moldagem depende do tipo de pré-forma 12 que é uma função das aplicações, a título de exemplo a temperatura está compreendida, por exemplo, entre 12 noventa e cinco graus Celsius (95 °C) e cento e trinta e cinco graus Celsius (135 °C).

Contudo, a esterilização obtém-se ao trazer a pré-forma 12 recoberta com a película de condensação de produto de esterilização acima de uma temperatura, dita temperatura de activação. A temperatura de activação do peróxido de hidrogénio (H2O2) é, por exemplo, a partir de, aproximadamente, setenta graus Celsius (70 °C) , isto é, neste caso, uma temperatura inferior à temperatura de moldagem.

Vantajosamente, a passagem das pré-formas 12 na unidade 28 de condicionamento térmico provoca assim a activação do produto de esterilização por aquecimento, o que tem um efeito bactericida imediato sobre as paredes 50 interiores das pré-formas 12.

De modo conhecido (não representado) , um tal forno 40 de aquecimento para pré-formas compreende um túnel longitudinal de aquecimento ao longo do qual as pré-formas 12 são transportadas por um dispositivo de transporte entre uma primeira extremidade do túnel, onde as pré-formas 12 penetram geralmente frias antes de saírem pela segunda extremidade do túnel aquecidas ou reaquecidas, prontas para a operação por sopragem.

Para garantir o aquecimento de uma pré-forma 12 em profundidade, isto é, tanto da extremidade 20 inferior que forma o fundo, como da parede cilíndrica do corpo 18, as pré-formas 12 são, geralmente, colocadas em rotação sobre elas próprias durante a sua circulação no interior do forno 40, por meio de um 13 dispositivo de transporte compreendendo meios de preensao, por exemplo, do tipo daqueles descritos no documento WO-A-OO/48819.

Além disso, uma parede do túnel está equipada com meios de aquecimento por radiação, enquanto que a outra parede está munida com orifícios de arejamento para permitir a passagem de ar soprado, a fim de favorecer um aquecimento homogéneo em toda a espessura da pré-forma 12, sem sobreaquecer a camada de matéria superficial.

De facto, o ar soprado permite evacuar o calor de convecção provocado pelos meios de aquecimento, para favorecer a penetração da radiação que eles produzem na espessura da matéria constituinte da pré-forma 12.

Para mais pormenores sobre tais fornos de aquecimento 40 de pré-formas, far-se-á referência por exemplo aos documentos EP-A-0620099 ou EP-A-0564354.

No entanto, no caso de uma instalação 10, tal como a representada na figura 1, o ar soprado sobre as pré-formas 12 no interior do forno 40 provoca a eliminação de toda ou parte da película de condensação de produto de esterilização deposto previamente sobre o exterior da pré-forma 12 por condensação na unidade 26 de tratamento de esterilização.

Obtêm-se assim, à saída do forno 40, pré-formas 12 que estão principalmente esterilizadas no interior.

Graças a uma instalação 10 de acordo com o primeiro exemplo de realização, obtém-se uma redução logarítmica do número de 14 gérmenes da ordem de 3D ou, ainda, de 3 Log equivalente a 1000 unidades (103).

De modo conhecida, a quantidade de gérmenes é, por exemplo, recenseada por contagem após as operações de lavagem, de filtragem e de realização de cultura.

Vantajosamente, o forno 40 compreende meios de protecção, nomeadamente para limitar a corrosão das partes ou peças expostas ao produto de esterilização assim soprado para o interior do túnel.

De acordo com uma variante de realização (não representada) da instalação 10, pode prever-se um recinto de confinamento esterilizado para permitir um tratamento das pré-formas 12 e das garrafas 14 completamente asséptico.

De acordo com o modo de realização representado neste caso, nomeadamente na figura 3, as pré-formas 12 deslocam-se na unidade 26 de tratamento de esterilização estando alinhadas, em posição vertical, segundo uma direcção horizontal longitudinal, dita direcção XI de deslocamento, com o gargalo 16 para cima. A direcção XI de deslocamento passa pelos eixos AI das pré-formas 12 em curso de tratamento.

Em conformidade com os ensinamentos da invenção, o eixo X2 médio de projecção do bico 38 é globalmente paralelo ao eixo AI de cada uma das pré-formas 12 em curso de tratamento, e ele (A2) está excêntrico radialmente, em relação ao eixo AI da pré-forma 12, com um valor de desfasamento E determinado e o fluxo F de 15 produto de esterilização é projectado para o interior da pré-forma 12 sob a forma de um escoamento de tipo laminar.

De um modo preferido, o eixo A2 médio de projecção, que é neste caso vertical, está excêntrico segundo um raio interior RI do gargalo 16, que é ortogonal à direcção XI de deslocamento.

Como variante, o eixo vertical A2 médio de projecção está excêntrico segundo um raio interior R do gargalo 16 que forma com a referida direcção longitudinal XI de deslocamento um ângulo Θ de valor determinado. A forma do bico 38 permite projectar, para baixo, um fluxo F de produto de esterilização globalmente sob a forma de um fluxo laminar, isto é, neste caso sob a forma de uma cortina vertical e de um modo preferido longitudinal.

Para este efeito, o bico 38 compreende vantajosamente uma ranhura longitudinal ou circular, como variante, por exemplo um furo globalmente circular de projecção do fluxo F. 0 fluxo F laminar estende-se, neste caso, globalmente segundo um plano vertical longitudinal, dito plano de projecção X2, que está desfasado radialmente, em relação à direcção XI de deslocamento, de uma distância igual ao desfasamento E. 0 fluxo F de produto de esterilização admite, neste caso, uma infinidade de eixos A2 médios de projecção que se estendem verticalmente no plano de projecção X2.

De um modo preferido, o valor de desfasamento E está compreendido entre um valor mínimo Emin sensivelmente igual a 16 dezanove porcento do diâmetro interior Dl do gargalo 16 de cada uma das pré-formas 12, e de um valor máximo Emax sensivelmente igual a trinta e dois porcento do diâmetro interior Dl do gargalo 16.

De acordo com um modo de realização vantajoso, o valor de desfasamento E é escolhido fixo e sensivelmente igual a oito milímetros, de modo a que convenha a modelos de pré-formas 12 que possuam diâmetros interiores Dl compreendidos aproximadamente entre vinte e cinco e quarenta e dois milímetros.

Graças ao arranjo do bico 38 de acordo com a invenção, o fluxo F de produto de esterilização é sensivelmente emergente num primeiro sector 52 da parede 50 interior de cada uma das pré-formas 12, de modo a que o fluxo F de produto de esterilização banhe o referido sector 52 da parede 50 interior.

Ao chegar à extremidade 20 inferior da pré-forma 12, o fluxo F de produto de esterilização desliza sobre o fundo da pré-forma 12 e sobe ao longo de um segundo sector 54 da parede 50 interior, diametralmente oposto ao primeiro 52.

Assim, o fluxo F de produto de esterilização varre globalmente o total da parede 50 interior de cada uma das pré-formas 12, segundo um escoamento de tipo laminar. O arranjo de acordo com a invenção, permite impedir, nomeadamente, a criação de um tampão de sobrepressão, no fundo das pré-formas 12, que impediria o produto de esterilização de atingir o fundo. 17

Em particular, a velocidade de propulsão do produto de esterilização, à saida do bico 38, é suficientemente baixa para obter um escoamento de tipo laminar, por exemplo, da ordem de 0,3 a 0,5 m/s com um bico com um comprimento de, aproximadamente, 35 mm e com um diâmetro calibrado de, aproximadamente, 3 mm.

Salienta-se que o fluxo F de produto de esterilização cria uma névoa de produto de esterilização que se difunde em redor do fluxo F, o que permite que o produto de esterilização se deposite, nomeadamente sobre o total da parede 50 interior de cada uma das pré-formas 12.

Além disso, esta névoa deposita-se igualmente sobre a parede exterior do gargalo 16, o que permite assepsiar ou esterilizar simultaneamente a parede 50 interior e o gargalo 16 de cada uma das pré-formas 12. A figura 4 representa um segundo exemplo de realização da invenção numa instalação 10' para produção de garrafas esterilizadas por sopragem que, semelhante àquela da figura 1, será descrita a seguir por comparação. A instalação 10' de acordo com a figura 4, difere essencialmente pela inversão efectuada entre a unidade 28 de condicionamento térmico e a unidade 26 de tratamento de esterilização.

Assim, a instalação 10' compreende, respectivamente de montante para jusante, uma unidade 28 de condicionamento térmico, uma unidade 26 de tratamento de esterilização e uma unidade 30 de moldagem. 18

As unidades 26, 28 e 30 sao, neste caso, análogas àquelas da figura 1.

As pré-formas 12 são assim em primeiro lugar aquecidas pela unidade 28 de condicionamento térmico, de modo a serem levadas a uma temperatura superior ou igual à temperatura de moldagem, por exemplo compreendida entre noventa e cinco graus Celsius (95 °C) e cento e trinta e cinco graus Celsius (135 °C). A seguir, as pré-formas 12 assim aquecidas passam na unidade 26 de tratamento de esterilização, para serem ai esterilizadas.

No entanto, como as pré-formas 12 estão a uma temperatura superior à temperatura de activação, por exemplo, da ordem de aproximadamente setenta graus Celsius (70 °C) para o peróxido de hidrogénio (H2O2) , não se produz condensação como anteriormente e por isso o depósito de uma película uniforme de condensação de produto de esterilização.

De facto, o produto de esterilização é activado instantaneamente e evapora-se em contacto com a pré-forma 12 aquecida produzindo desde logo um efeito bactericida análogo sobre o total da pré-forma 12, isto é, tanto sobre a parede 50 interior como sobre as partes exteriores da pré-forma 12.

Graças à instalação 10' de acordo com a figura 4, esterilizam-se assim totalmente as pré-formas 12 e obtêm-se graus de esterilização da ordem de 6 Log, isto é, superiores àqueles obtidos com a instalação 10 da figura 1. 19

Vantajosamente, o forno 40 da unidade 28 de condicionamento térmico é um forno convencional que, ao encontrar-se a montante da unidade de tratamento de esterilização, não está, como anteriormente, exposto a riscos de corrosão pelo produto de esterilização e não necessita, por isso, de meios de protecção complementares particulares.

As pré-formas 12 que percorrem a instalação 10 ou 10', nomeadamente a unidade 26 de tratamento de esterilização, estão neste caso, orientadas verticalmente com o qargalo 16 para cima, isto é, em posição dita de "gargalo para cima".

Como variante, as pré-formas 12 estão orientadas verticalmente na unidade 26 de tratamento de esterilização com o gargalo 16 para baixo, isto é, "gargalo para baixo", sendo as pré-formas 12 susceptiveis de modificar a orientação vertical no seio da instalação 10, 10', em particular de uma unidade para a outra. A invenção foi descrita com um dispositivo 36 de nebulização compreendendo, vantajosamente, um bico 38 em forma de ranhura longitudinal ou circular. Evidentemente, de acordo com as variantes de realização (não representadas), o fluxo F de produto de esterilização pode ser realizado por vários bicos 38 tubulares alinhados segundo o plano de projecção X2.

Salienta-se que as instalações 10 e 10' foram representadas com as unidades 26, 28, 30, 32, 34 de tratamento alinhadas, a titulo de ilustração, mas estas unidades de tratamento podem ser dispostas de acordo com uma configuração diferente. 20

Certas unidades 26, 28, 30 utilizar dispositivos rotativos, 32, 34 de tratamento podem , tais como carrosséis (nao representados).

Lisboa, 6 de Abril de 2010 21

Claims

REIVINDICAÇÕES Instalação (10, 10') para produção de garrafas (14) esterilizadas por sopragem a partir de pré-formas (12) em matéria plástica, do tipo no qual as pré-formas (12) são transportadas para o interior da instalação (10, 10') segundo um fluxo contínuo que circula de montante para jusante e do tipo compreendendo: uma unidade (26) de tratamento de esterilização compreendendo um dispositivo (36) de nebulização dotado com, pelo menos, um bico (38) que projecta, em direcção do gargalo (16) de cada uma das pré-formas (12) em curso de tratamento, um fluxo (F) de produto de esterilização, sob a forma de um jacto, com vista a esterilizar, pelo menos, as paredes (50) interiores da pré-forma, uma unidade (28) de condicionamento térmico compreendendo, pelo menos, um forno (40) que aquece as pré-formas (12), - uma unidade (30) de moldagem compreendendo, pelo menos, um molde (42) e, pelo menos, um dispositivo (44) por sopragem que submete cada uma das pré-formas (12) a uma sobrepressão interior, de modo a que ela tome a forma da impressão do molde (42), o que produz uma garrafa (14), caracterizada por o eixo (A2) médio de projecção do bico (38) ser globalmente paralelo ao eixo (Al) da pré-forma (12) em curso de tratamento e ser excêntrico radialmente, em relação ao eixo (Al) da pré-forma (12) com um valor de 1 desfasamento (E) determinado, e por o fluxo (F) de produto de esterilização ser projectado para o interior da pré-forma (12) sob a forma de um escoamento de tipo laminar.
2. Instalação (10, 10'), de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por o eixo (A2) de projecção ser excêntrico em, pelo menos, dezanove porcento do valor do diâmetro (Dl) interior da abertura (22) delimitada pelo gargalo (16).
3. Instalação (10, 10'), de acordo com uma das reivindicações 1 ou 2, caracterizada por o eixo (A2) de projecção ser excêntrico no máximo de trinta e dois porcento do valor do diâmetro (Dl) interior da abertura (22) delimitada pelo gargalo (16) .
4. Instalação (10, 10') de acordo com gualguer uma das reivindicações anteriores, caracterizada por, na unidade (26) de tratamento de esterilização, as pré-formas (12) estarem globalmente alinhadas segundo uma direcção (XI) longitudinal de deslocamento e estarem dispostas em posição levantada, paralelamente umas ao lado das outras, e por o eixo (A2) de projecção do bico (38) estar desfasado radialmente segundo uma direcção sensivelmente ortogonal, em relação à direcção (XI) de deslocamento.
5. Instalação (10, 10') de acordo com a reivindicação anterior, caracterizada por o bico (38) produzir um fluxo (F) de produto de esterilização globalmente em forma de cortina vertical.
6. Instalação (10, 10'), de acordo com uma das reivindicações 4 ou 5, caracterizada por o dispositivo (36) de nebulização 2 estar dotado de vários bicos (38), que estão globalmente alinhados longitudinalmente, e por os eixos (A2) de projecção dos bicos (38) serem sensivelmente paralelos.
7. Instalação (10, 10') de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizada por o produto de esterilização ser constituído por um composto contendo peróxido de hidrogénio ou peróxido de hidrogénio vaporizado que é activado por aquecimento acima de uma temperatura de activação.
8. Instalação (10), de acordo com a reivindicação 7, caracterizada por o peróxido de hidrogénio ser activado por aquecimento no interior do forno (40) da unidade (28) de condicionamento térmico por aquecimento da pré-forma (12) a uma temperatura superior à temperatura de activação.
9. Instalação (10'), de acordo com a reivindicação 7, caracterizada por o peróxido de hidrogénio ser activado na unidade (26) de tratamento de esterilização, por pulverização sobre a pré-forma (12) previamente aquecida a uma temperatura superior à temperatura de activação.
10. Instalação (10, 10'), de acordo com uma das reivindicações 7 ou 9, caracterizada por o peróxido de hidrogénio ser projectado a uma temperatura superior a cento e seis graus Celsius. Lisboa, 6 de Abril de 2010 3