PT1856965E - Charrua reversível com um dispositivo de segurança contra sobrecargas - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO "CHARRUA REVERSÍVEL COM UM DISPOSITIVO DE SEGURANÇA CONTRA SOBRECARGAS" A invenção refere-se a uma charrua reversível, com um dispositivo de segurança contra sobrecargas, compreendendo pelo menos um timão em forma de T, com hastes de corpo e corpos de charrua dispostos sobre aquelas, sendo que o timão, podendo rodar em torno de um eixo transversal, disposto horizontal e transversalmente em posição de trabalho da charrua reversível, está ligado ao quadro da charrua, por meio de uma consola, sendo mantido em posição de trabalho mediante elementos de suporte e um acumulador de energia. A partir do pedido de patente europeu EP 0229484 e também a partir do documento de publicitação alemão DE 4117949 já podem ser inferidas charruas reversíveis, deste tipo. Os respectivos timões em forma de T são mantidos em posição de trabalho mediante os elementos de suporte e acumuladores de energia, sendo que os elementos de suporte estão dispostos de forma complicada e trabalhosa, apresentando muitos meios deflectores. Estas realizações favorecem o desgaste, são trabalhosas e dispendiosas. A partir do documento FR-A-2090170 podem ser inferidas várias realizações de um dispositivo de segurança contra sobrecargas. Em conformidade com a representação da figura 11, o timão apresenta, no lado da extremidade, dois narizes, direccionados em sentido inverso, os quais suportam um pino em 1 torno do qual pode rodar respectivamente uma lingueta que, com a sua extremidade livre e com a fenda ali configurada, circunda um pino da forquilha de mola. Através de um outro pino, a lingueta está unida a dois braços, opostos entre si, assentes sobre o quadro da charrua. Ora, quando o timão é rodado, a mola deverá ser comprimida por meio da respectiva lingueta oposta e do seu apoio nas linguetas e nos braços opostos entre si. Esta compressão processa-se, por conseguinte, através de um mecanismo de transmissão complexo de modo que ocorra muita fricção e que, em seguida, não se disponha, normalmente, da força necessária para tornar a premir o timão. A partir do documento EP-A-0037848 é conhecida a utilização de cilindros hidráulicos funcionando como um acumulador de pressão. Com efeito, ele é utilizado num dispositivo de protecção contra pedras destinado a máquinas de sachar. 0 documento DE-A-3152450 mostra uma charrua reversível de meia volta, com um dispositivo de segurança contra sobrecargas que também permite um desvio para cima e para o lado. Ele dispõe de um apoio de quatro pontos que inviabiliza um desvio simultâneo. Todavia, é precisamente isto que, em regra, se afigura necessário de modo a assegurar o impedimento de danos. A invenção tem como objectivo subjacente conceber uma charrua reversível, com um dispositivo de segurança contra sobrecargas que seja simples e robusto, que não apresente, praticamente, quaisquer peças de desvio, comportando poucos componentes e no qual os elementos de suporte actuem o mais directamente possível sobre o respectivo acumulador de energia.

De acordo com a invenção, o objectivo é solucionado através das características da parte específica da reivindicação 1. Graças ao facto de os elementos de suporte, configurados como 2 barras de suporte, se apoiarem directamente sobre o acumulador de energia por meio de uma peça de guia, é criada uma segurança contra sobrecargas simples que, devido ao número reduzido de articulações e à sua construção directa, apresenta um elevado grau de eficácia. As forças de apoio, que se produzem obliquamente através das barras de suporte, são absorvidas pela peça de guia e directamente transferidas para o acumulador de energia. Deste modo, aquando da activação do dispositivo de segurança contra sobrecargas, ou melhor dizendo, na sequência da activação do mesmo, a energia disponível no acumulador de energia é sempre suficiente para garantir que o timão retorne rodando, em segurança, e volte a engrenar no solo. A invenção prevê ainda que o acumulador de energia esteja configurado como cilindro hidráulico, ligado hidraulicamente a um ou mais acumuladores de pressão. Graças a esta forma de realização é concebido um acumulador de energia que não só requer pouco espaço de construção, como possui também uma grande força de retorno. Este facto torna-se então particularmente importante, quando a respectiva charrua reversível é empregue em condições de solo difíceis em que os trabalhos se realizam em superfícies caracterizadas especialmente pela sua grande dimensão e profundidade.

De modo a garantir uma construção particularmente simples do dispositivo de segurança contra sobrecargas, está previsto que o cilindro hidráulico apresente um pistão de guia, servindo de peça de guia, destinado a acomodar e a suportar as barras de suporte. Uma vez que o pistão de guia assume a função da peça de guia, poder-se-á prescindir de quaisquer outras guias, facto este que viabiliza uma disposição simples e compacta do 3 dispositivo de segurança contra sobrecargas, economizando custos e peso. A invenção prevê ainda que estejam previstas guias configuradas de modo a poderem conduzir a respectiva extremidade livre de uma barra de suporte para a posição de apoio com o pistão de guia, durante o retorno à posição de trabalho, na sequência da activação do dispositivo de segurança contra sobrecargas. Por este meio é assegurado que as barras de suporte sejam guiadas de modo a serem sempre reconduzidas à posição de suporte ideal, sendo que por este meio é seguramente evitada qualquer anomalia do dispositivo de segurança contra sobrecargas, configurado de forma simples.

De acordo com a invenção, está ainda previsto que o pistão de guia apresente uma bolsa de recolha destinada a acomodar as duas extremidades livres das barras de suporte. Graças a esta realização é garantido que as duas barras de suporte se apoiem sobre o pistão de guia e que, na sequência da activação do dispositivo de segurança contra sobrecargas e da recondução à posição de trabalho, as barras de suporte sejam guiadas e acomodadas, em segurança, sem que ocorra qualquer colisão de uma delas com a outra.

Está ainda previsto que o eixo transversal seja parte integrante de uma corrediça, guiada em furos longitudinais, entre as placas de suporte e a consola, configurando-se, assim, de modo a permitir um basculamento lateral do timão em forma de T e, por conseguinte um desvio lateral dos corpos de charrua, contra a força de apoio, por meio das barras de suporte e do acumulador de energia. Esta forma de realização assegura que o timão em forma de T, ou seja, o respectivo corpo de charrua 4 também possa desviar-se lateralmente, caso embata contra um obstáculo correspondente. A respectiva corrediça é guiada, de forma fixa, nos furos longitudinais, garantindo deste modo, uma elevada segurança de funcionamento por parte do dispositivo de segurança contra sobrecargas.

De acordo com a invenção, está ainda previsto que, para cada timão em forma de T, esteja previsto apenas um acumulador de energia configurado de modo a manter o timão em forma de T, quer vertical quer horizontalmente, na posição de trabalho, permitindo igualmente um desvio, simultaneamente vertical e horizontal, do timão em forma de T e, por conseguinte, também dos corpos de charrua. Esta configuração do dispositivo de segurança contra sobrecargas assegura que o respectivo corpo de charrua, ao deparar-se com um obstáculo, não possa apenas desviar-se para cima ou para o lado, mas também desviar-se obliquamente, em sentido ascendente. Graças à ligação fixa, no género de articulação em cruzeta, entre o timão em forma de T e o quadro da charrua, o respectivo corpo de charrua pode, assim, desviar-se numa direcção qualquer, dependendo em que direcção um obstáculo no solo incide sobre o respectivo corpo de charrua. Neste caso, o timão em forma de T está sempre ligado, de forma fixa, ao quadro da charrua. Deste modo, a previsão de um só acumulador de energia para as duas direcções de desvio permite, também, conceber um dispositivo de segurança contra sobrecargas simples, robusto e a um custo favorável.

Os demais pormenores e vantagens do objecto da invenção resultam da descrição que se segue e dos desenhos correspondentes, nos quais está representado um exemplo de realização, compreendendo os detalhes e os componentes respectivamente necessários. Mostram: 5

Fig. 1 uma vista lateral do timão em forma de T,

Fig. 2 um corte parcial através do timão em forma de T, desengatado,

Fig. 3 um corte através da consola, na posição de trabalho,

Fig. 4 um corte através da consola, na posição de desengate, de lado,

Fig. 5 um corte através do cilindro hidráulico. A figura 1 mostra uma vista lateral do dispositivo (1) de segurança contra sobrecargas, com um timão (2) em forma de T, na posição de trabalho. 0 timão (2) em forma de T é formado pelas placas (13) e (14) do timão e pelas hastes (3) e (4) do corpo.

As hastes (3) e (4) do corpo estão dispostas entre as placas (13) e (14) do timão e ligadas a estas mediante os parafusos (50) e (51). Nas hastes (3) e (4) do corpo, no lado das extremidades, estão aparafusados os corpos (10) e (11) da charrua por meio dos parafusos (52) . Neste caso, cada um dos corpos (10), ou seja, (11) da charrua constitui-se por um corpo (60) de base ao qual estão fixados respectivamente uma ponta (61) de relha, um escarificador (62), uma sega (63) de faca, uma chapa (64) de encosto e uma aiveca (65). O timão (2) em forma de T está ligado à consola (6) do quadro (7) da charrua através do eixo (5) transversal, sendo mantido na posição de trabalho por meio das barras (15) e (16) de suporte. As barras (15) e (16) de suporte estão ligadas à consola (6) do quadro (7) da charrua, acima e abaixo do eixo (5) 6 transversal, mediante os eixos (17) e (18) e apoiam-se, por detrás, sobre a peça (20) de guia, ou seja, sobre o êmbolo do cilindro (21) hidráulico. Esta situação depreende-se, sobretudo, das figuras 2 e 5.

Atrás e ao centro do timão (2) em forma de T, está disposto um cilindro (21) hidráulico que, juntamente com um acumulador de pressão, não representado, forma o acumulador (9) de energia. O cilindro (21) hidráulico está ligado às placas (13) e (14) do timão, por meio dos parafusos (70) e do suporte (71) de cilindro. A figura 2 mostra um corte parcial através do timão (2) em forma de T, na posição de desengatado. O timão (2) em forma de T está ligado ao quadro (7) da charrua através do eixo (5) transversal. Para ligar o timão (2) em forma de T ao quadro (7) da charrua, existe uma consola (6) que também acomoda o eixo (5) transversal. Acima e abaixo do eixo (5) transversal estão previstos eixos (17) e (18) aos quais, através de um aparelho (55) de apoio de articulação fixa, estão ligadas, de forma articulada, as barras (15) e (16) de suporte. Por detrás, no timão (2) em forma de T, encontra-se o acumulador (9) de energia configurado, neste caso, como um cilindro (21) hidráulico que está ligado hidraulicamente a um acumulador de pressão, não representado, e que coloca o cilindro hidráulico permanentemente sob pressão. No exemplo aqui representado, o timão (2) em forma de T está desengatado. A barra (15) de suporte premiu para trás o êmbolo do cilindro (21) hidráulico configurado como pistão (22) de guia. Por esta razão, é expelido óleo a partir do cilindro (21) hidráulico e transportado para o acumulador de pressão, não representado. A barra (15) de suporte apoia-se directamente contra o pistão (22) de guia. Os componentes do 7 cilindro (21) hidráulico estão realizados de modo a poderem absorver, em segurança, as forças de apoio que se produzem obliquamente. Neste caso, o cilindro (21) hidráulico está ligado às placas (13) e (14) do timão (2) em forma de T, mediante os parafusos (70) e o suporte (71) de cilindro. As barras (15) e (16) de suporte, servindo de elementos (8) de suporte, apoiam-se, alternadamente, através da bolsa de recolha, contra o pistão (22) de guia do cilindro (21) hidráulico. A barra (16) de suporte que, neste caso, não se encontra em posição de apoio, é aqui conduzida através da guia (25), de modo a ser sempre conduzida para a posição de trabalho, ou seja, central para a posição de apoio com o pistão (22) de guia, após a recondução do timão (2) em forma de T. A bolsa (23) de recolha está configurada de modo a poder recolher, ou seja, acomodar, em segurança, as extremidades (26) e (27) livres das barras (15) e (16) de suporte. A consola (6) apresenta placas (36, 37) de

suporte entre as quais o timão (2) em forma de T é acomodado através do eixo (5) transversal. Neste caso, o eixo (5) transversal é parte integrante de uma corrediça (35) que está guiada em furos (40) longitudinais e que, na posição de trabalho, está encostada, atrás, nos furos (40) longitudinais das placas (36), (37) de suporte. Caso o timão (2) em forma de T se desvie lateralmente, então um dos lados da corrediça (35) é deslocado para a frente, facto esse que pode ser especialmente depreendido da figura 4. A figura 3 mostra uma vista de cima da consola (6), em corte. A consola (6), aqui representada, apresenta furos (80) e (81) que servem para a montagem da consola no quadro da charrua de uma charrua reversível, com regulação variável da largura de trabalho. 8 A barra (16) de suporte está ligada, em jeito de articulação esférica, às placas (36), (37) de suporte da consola. Na figura (3) prescindiu- -se da representação do eixo (18) e do aparelho (55) de apoio de articulação fixa. 0 eixo (5) transversal é parte integrante de uma corrediça (35) que, por sua vez, está guiada em furos (40) longitudinais das placas (36) e (37) de suporte. Na posição de trabalho, a corrediça (35) encosta, por detrás, nos furos (40) longitudinais. O encosto é ocasionado pela força de tracção exercida sobre as placas (13) e (14) do timão e através do eixo (5) transversal.

Caso seja exercida uma força lateral sobre o timão (2) em forma de T, a corrediça (35) levanta de um só lado, facto este que pode depreender-se da figura 4 que mostra um corte através da consola (6), na posição de desengate. Nesse caso, a corrediça (35) apenas encosta, de um só lado, no furo (40) longitudinal e, então, o lado posterior do furo (40) longitudinal passa somente a servir, de um só lado, como batente (42) fim de curso posterior. O deslocamento da corrediça (35) é determinado pelo comprimento dos furos (40) longitudinais. Em caso extremo, a corrediça (35) encosta à frente, de um só lado, junto ao batente (43) fim de curso dianteiro de um furo (40) longitudinal. A figura 5 explicita, em particular, o apoio das barras (15) e (16) de suporte sobre o pistão (22) de guia do cilindro (21) hidráulico, através da bolsa (23) de recolha. As extremidades livres das barras (15) e (16) de suporte são mantidas guiadas nas guias (32) para que a bolsa de recolha não possa dobrar. Através da articulação (28) esférica, a bolsa (23) de recolha apoia-se directamente sobre o prato (29) esférico do pistão (22) de guia. Também é concebível um apoio, sem fricção, da bolsa (23) de recolha, ou seja, das barras (15) e (16) de 9 suporte sobre o pistão (22) de guia, designadamente, por exemplo, recolha, rotativa, através de uma ponta de contacto, na bolsa (23) de ou seja, nas barras de suporte que se apoiam, de forma num entalhe cónico, no pistão (22) de guia.

Lisboa, 26 de Agosto de 2009 10

Claims (6)

1. REIVINDICAÇÕES 1. Charrua reversível, com um dispositivo (1) de segurança contra sobrecargas, compreendendo pelo menos um timão (2) em forma de T, com hastes (3) e (4) de corpo e corpos (10, 11) de charrua dispostos sobre aquelas, sendo que o timão em forma de T, podendo rodar em torno de um eixo (5) transversal, disposto horizontal e transversalmente em posição de trabalho da charrua reversível, está ligado ao quadro (7) da charrua, por meio de uma consola (6), sendo mantido em posição de trabalho mediante elementos (8) de suporte e um acumulador (9) de energia, caracterizada por o acumulador (9) de energia estar ligado, pela extremidade, ao timão (2) em forma de T, e por na consola (6), estarem dispostas, de uma forma articulada, barras (15, 16) de suporte, servindo de elementos (8) de suporte, com as suas extremidades situadas opostas em relação às extremidades (26, 27) livres, numa distância vertical em relação ao eixo (5) transversal na posição de trabalho, acima e abaixo do eixo (5) transversal, podendo rodar em torno dos eixos (17, 18), sendo que as extremidades (26, 27) livres estão configuradas conjuntamente, por meio de uma peça (20) de guia, apoiando-se directamente sobre o acumulador (9) de energia.
2. 2. Aparelho de tratamento do solo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o acumulador (9) de energia estar configurado como cilindro (21) hidráulico que está ligado hidraulicamente a um ou mais acumuladores de pressão. 1
3. 3. Aparelho de tratamento do solo, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por o cilindro (21) hidráulico apresentar um pistão (22) de guia, servindo de peça (20) de guia e destinado a acomodar e a suportar as barras (15) e (16) de suporte.
4. 4. Aparelho de tratamento do solo, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado por estarem previstas guias (25) que estão configuradas de modo a poderem conduzir a respectiva extremidade (26, 27) livre de uma barra (15, 16) de suporte para a posição de apoio com o pistão (22) de guia, durante o retorno à posição de trabalho, na sequência da activação do dispositivo (1) de segurança contra sobrecargas.
5. 5. Aparelho de tratamento do solo, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado por o pistão (22) de guia apresentar uma bolsa (23) de recolha destinada a acomodar as duas extremidades (26, 27) livres das barras (15, 16) de suporte.
6. 6. Aparelho de tratamento do solo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o eixo (5) transversal ser parte integrante de uma corrediça (35) que está guiada em furos (40) longitudinais, entre as placas (36, 37) de suporte da consola (6), configurando-se, assim, de modo a permitir um basculamento lateral do timão (2) em forma de T e, por conseguinte, um desvio lateral dos corpos (10, 11) de charrua, contra a força de apoio, por meio das barras (15, 16) de suporte e do acumulador (9) de energia. 2 Aparelho de tratamento do solo, de acordo com as reivindicações 1 e 6, caracterizado por, para cada timão (2) em forma de T, estar previsto apenas um acumulador (9) de energia que está configurado de modo a manter o timão (2) em forma de T quer vertical quer horizontalmente, na posição de trabalho, e que permite igualmente, um desvio simultaneamente vertical e horizontal do timão (2) em forma de T e, por conseguinte, também dos corpos (10, 11) de charrua. Lisboa, 26 de Agosto de 2009 1/5 Fig. 1

   11

   4/5 Fig.4

   42 6 5/5 Fig.5 28