PT1727429E - Misturas fungicidas - Google Patents
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Description
1
DESCRIÇÃO MISTURAS FUNGICIDAS A presente invenção refere-se a misturas fungicidas, contendo como componentes activos
1) o derivado de triazol-pirimidina de fórmula I
2) Picoxystrobin de fórmula II
numa quantidade eficaz sinergicamente.
Além disso, a invenção refere-se a um processo para o combate de fungos prejudiciais da classe dos Oomicetos com misturas do composto I com o composto II, e à utilização do composto I com o composto II para a preparação das referidas misturas, assim como a meios que contêm estas misturas. 0 composto I, 5-cloro-7-(4-metil-piperidino-l-il)-6-(2,4,6-trifluor-fenil)-[1,2,4]triazolo[1,5-a]pirimidina, a 2 sua preparação e a sua acção contra fungos prejudiciais são igualmente conhecidos da literatura (WO 98/46607). O composto II, 3-metoxi-2-[2-(6-trifluormetil-piridino-2-iloximetil)-fenil]-acrilato de metilo pertence à classe das substâncias activas estrobilurinas. A sua preparação e a sua acção contra fungos prejudiciais são conhecidas (EP-A 278 595; nome comum: picoxystrobin). São propostas genericamente misturas de derivados de triazolpirimidina com derivados de estrobilurina na Patente EP-A 988 790. Os compostos I e II estão abrangidos pela descrição geral deste documento, no entanto, não são mencionados nem a triazolpirimidina I, nem a estrobilurina II. Por conseguinte, a combinação do composto I com o composto II é nova.
As misturas sinérgicas de triazolpirimidinas, descritas na Patente EP-A 988 790, são descritas como sendo eficazes como fungicidas contra diversas doenças dos cereais, frutos e legumes, especialmente contra o míldio no trigo e cevada, ou contra o bolor cinzento em maçãs. No entanto, a acção fungicida destas misturas contra fungos prejudiciais da classe dos Oomicetos deixa muito a desejar.
Assim, as substâncias activas triazol-pirimidinas, conhecidas dos documentos anteriormente citados, somente com limitações são apropriadas para o combate de fungos prejudiciais da classe dos Oomicetos. A acção do derivado de estrobilurina II contra os Oomicetos também não corresponde às exigências actuais.
Tendo em vista uma redução das quantidades de aplicação e um alargamento do espectro de acção dos compostos conhecidos, constituíam o objectivo da presente 3 invenção misturas que, a par de uma quantidade global mais reduzida das substâncias activas empregues, apresentassem uma acção melhorada contra fungos prejudiciais, especialmente os da classe dos Oomicetos. 0 comportamento biológico dos Oomicetos desvia-se nitidamente do dos Ascomicetos, dos Deuteromicetos e dos Basidiomicetos, visto que os oomicetos, biologicamente, estão mais aparentados com as algas do que com os fungos. Por conseguinte, os conhecimentos sobre a actividade fungicida das substâncias activas contra os "fungos verdadeiros", como os Ascomicetos, os Deuteromicetos e os Basidiomicetos, só podem ser estendidas aos Oomicetos com bastantes limitações.
Os Oomicetos causam danos economicamente significativos em diversas plantas de culturas. Em muitas regiões as infecções causadas por Phytophthora infestans em culturas de batatas e de tomateiros representam as doenças mais importantes das plantas. Na viticultura são causados danos consideráveis pela peronospora das videiras.
Existe uma necessidade permanente de novos agentes contra Oomicetos na agricultura, visto que os fungos prejudiciais já desenvolveram amplas resistências contra os produtos estabelecidos no mercado, como por exemplo, metalaxyl e substâncias activas estruturalmente análogas.
Investigações práticas na agricultura demonstraram que a utilização repetida e exclusiva de uma substância activa única no combate a fungos prejudiciais conduz, em muitos casos, a uma rápida selecção das estirpes de fungos que desenvolveram, contra as respectivas substâncias activas, uma resistência natural ou adaptada. Já não é possível, 4 nessas circunstâncias, um combate eficaz destes fungos com a respectiva substância activa.
Para se reduzir o risco da selecção de estirpes de fungos resistentes, são utilizadas, hoje em dia, para o combate de fungos prejudiciais, de preferência, misturas de diversas substâncias activas. Por combinação de substâncias activas com mecanismos de acção distintos pode ser assegurado o sucesso do combate por longos períodos de tempo.
No que se refere à gestão eficaz da resistência e a um combate bem sucedido dos fungos prejudiciais da classe dos oomicetos com quantidades de aplicação o mais reduzidas possível, constituíam o objecto da presente invenção misturas que, para a mais pequena quantidade total possível da substância activa aplicada, manifestassem uma acção satisfatória contra os fungos prejudiciais.
Nesta conformidade, foram descobertas as misturas definidas anteriormente. Descobriu-se ainda que, no caso de uma aplicação simultânea, em conjunto ou em separado, do composto I e do composto II, ou no caso da utilização sequencial do composto I e do composto II, se conseguem combater melhor os oomicetos do que com os compostos individualmente (misturas sinérgicas).
Além disso, a combinação de acordo com a invenção dos compostos I e II também é apropriada para o combate de outros agentes patogénicos, com por exemplo, espécies Septoria e Puccinia em cereais e espécies Alternaria e Boytritis em legumes, frutos e videiras. 5
Na preparação das misturas utilizam-se, de preferência, as substâncias activas I e II puras, nas quais, consoante as necessidades, se podem incorporar outras substâncias activas contra fungos prejudiciais ou contra outros parasitas, como insectos, aracnideos ou nemátodos, ou também substâncias activas herbicidas ou reguladoras do crescimento de plantas, ou fertilizantes.
Como outras substâncias activas, no sentido anteriormente indicado, interessam especialmente fungicidas escolhidos dos seguintes grupos: • acilalaninas, como Benalaxyl, Metalaxyl, Ofurace, Oxadixyl, • derivados de amina, como Aldimorph, Dodemorph,
Fenpropidin, Guazatine, Iminoctadine, Tridemorph, • anilinipirimidinas, como Pyrimethanil, Mepanipyrim ou Cyprodinil, • antibióticos, como Cycloheximid, Griseofulvin,
Kasugamycin, Natamycin, Polyoxin ou estreptomicina, • azóis, como Bitertanol, Bromoconazol, Cyproconazol,
Difeno-conazole, Dinitroconazol, Enilconazol,
Fenbuconazol, Fluqui-conazol, Flusilazol, Flutriafol, Hexaconazol, Imalazil, Ipoconazol, Myclobutanil, Penconazol, Propiconazol, Pro-chloraz, Prothioconazol, Simeconazol, Tebuconazol, Tetra-conazol, Triadimefon, Triadimenol, Triflumizol, Tritico-nazol, • dicarboximidas, como Myclozolin, Vinclozolin, • ditiocarbamatos, como Ferbam, Nabam, Maneb, Maconzeb, Metam, Metiram, Propineb, Polycarbamat, Thiram, Ziram, Zineb, • compostos heterociclicos, como Anilazin, Benomyl, Boscalid, Carben-dazim, Carboxin, Oxycarboxin, Cyazofamid, Dazomet, Famo-xadon, Fenamidon, Fuberidazol, Flutolanil, Furametpyr, Isoprothiolan, 6
Mepronil, Nuarimol, Probenazol, Pyroquilon, Silthiofam, Thiabendazol, Thifluzamid, Thiophanat-metilo, Tiadinil, Tricy-clazol, Triforine, • derivados de nitrofenilo, como Binapacryl, Dinocap, Dinobuton, Nitrophthal-isopropilo, • fenilpirróis, como Fenpiclonil ou Fludioxonil, • enxofre ou fungicidas de cobre, • outros fungicidas, como Acilbenzolar-S-metilo,
Benthia-valicarb, Carpropamid, Chlorothalonil,
Cyflufenamid, Cymoxa-nil, Diclomezin, Diclocymet, Diethofencarb, Edifenphos, Ethaboxam, Fenhexamid, Fentin-acetato, Fenoxanil, Ferimzone, Fluazinam, Fosetyl, hexaclorobenzeno, Metrafenon, Pencycu-ron, Propamocarb, Phthalid, Toloclofos-metilo, Quintozene, Zoxamid, • estrobilurinas, como Azoxysrobin, Dimoxystrobin,
Enestrobin, Fluoxastrobin, Kresoxim-metilo,
Metominostrobin, Orysastro-bin, Pyraclostrobin ou Trifloxystrobin, • derivados de ácido sulfénico, como Captafol, Captan, Dichlofluanid, Tolylfluanid, • amidas de ácido cinâmico e compostos análogos, como Dimethomorph, Flumetover ou Flumorph.
Numa forma de realização das misturas de acordo com a invenção são incorporadas nos compostos I e II um outro fungicida III ou dois fungicidas III e IV.
Como componente III e eventualmente IV interessam especialmente as amilinopirimidinas anteriormente indicadas. São preferidas as misturas dos compostos I e II, eventualmente com um componente III. 7
As misturas do composto I e do composto II, ou a utilização simultânea, em conjunto ou em separado, do composto I e do composto II, distinguem-se por uma excelente eficácia contra fungos fitopatogénicos da classe dos Oomicetos, especialmente de Phytophthora infestans em batatas e tomates, assim como de Plasmopara vitícola em videiras. Podem ser utilizadas na protecção fitossanitária como fungicidas foliares e do solo. A aplicação é realizada de preferência por pulverização das folhas. Têm especial importância para o combate de Oomicetos em diversas plantas de cultura, como plantas hortícolas (por exemplo, pepino, feijoeiros e aboboreiras), batatas, tomates, videiras e as respectivas sementes.
Prestam-se especialmente para o combate da podridão das couves e tubérculos em tomates e batatas, que são causadas por Phytophthora infestans, assim como do falso míldio das videiras (perenospora das videiras), causado por
Plasmopara vitícola. 0 composto I e o composto II podem ser aplicados simultaneamente, em conjunto ou separadamente, ou sequencialmente, não tendo em geral a ordem, no caso de uma aplicação separada, qualquer importância sobre o resultado do combate.
Os composto I e o composto II são aplicados habitualmente numa relação ponderai de 100:1 até 1:100, de preferência de 20:1 até 1:20, especialmente de 10:1 até 1:10.
As quantidades de aplicação das misturas de acordo com a invenção, consoante a natureza dos compostos e o efeito 8 pretendido, situam-se em 5 g/ha até 1000 g/ha, de preferência em 50 até 900 g/ha, especialmente em 50 até 750 g/ha.
As quantidades de aplicação para o composto I situam-se, por conseguinte, regra geral, em 1 até 1000 g/ha, de preferência em 10 até 900 g/ha, especialmente em 20 até 750 g/ha.
As quantidades de aplicação para o composto II situam-se, por conseguinte, regra geral, em 1 até 1000 g/ha, de preferência em 10 até 900 g/ha, especialmente em 20 até 750 g/ha.
No caso do tratamento de sementes são utilizadas, em geral, quantidades de aplicação da mistura de 1 até 1000 g/100 kg de sementes, de preferência 1 até 200 g/100 kg, especialmente de 5 até 100 g/100 kg. O processo para o combate de fungos prejudiciais, realiza-se pela aplicação, em conjunto ou em separado, do composto I e do composto II, ou das misturas do composto I e do composto II, por pulverização ou polvilhamento das sementes, das plantas ou do solo, antes ou depois da sementeira das plantas, ou antes ou depois da emergência das plantas.
As misturas de acordo com a invenção, ou os compostos I e II, podem ser transformados em formulações correntes, por exemplo, em soluções, emulsões, suspensões, pós finos e grossos, pastas e granulados. A forma de utilização depende dos objectivos da aplicação em cada caso; deverá garantir, em cada caso, uma distribuição fina e uniforme dos compostos de acordo com a invenção. 9
As formulações são preparadas de forma conhecida por si, por exemplo, por diluição da substância activa com solventes e/ou substâncias veiculares, se desejado mediante a utilização de emulsionantes e dispersantes. Interessam para o efeito como solventes/substâncias auxiliares, essencialmente: água, solventes aromáticos (por exemplo, produtos Solvesso, xileno), parafinas (por exemplo, fracções de petróleo, álcoois (por exemplo, metanol, butanol, pentanol, álcool benzilico), cetonas (por exemplo, ciclohexanona, gama-butirolactona), pirrolidonas (NMP, NOP), acetatos (diacetato de glicol), glicóis, dimetilamidas de ácidos gordos, ácidos gordos e os seus ésteres. Basicamente também podem ser utilizadas misturas de solventes. substâncias de suporte, como pós de minerais naturais (por exemplo, caolino, argilas, talco, cré) e pós de minerais sintéticos (por exemplo, silica finamente dispersa, silicatos); emulsionantes, como emulsionantes não ionógenos e aniónicos (por exemplo, éteres de polioxietileno-álcool gordo, sulfonatos de alquilo e sulfonatos de arilo) e dispersantes, como lixívias sulfíticas de lenhina e metilcelulose.
Como substâncias tensioactivas interessam os sais alcalinos, alcalinoterrosos e de amónio de ácidos lenhino-sulfónicos, ácidos naftalinossulfónicos, ácidos fenol-sulfónicos, ácidos dibutil-naftalinossulfónicos, sulfonatos de alquilarilo, sulfatos de alquilo, sulfonatos de alquilo, sulfatos de álcoois gordos, ácidos gordos e éteres glicólidos de álcoois gordos sulfatados, assim como os produtos de condensação de naftalina sulfonada e os seus derivados com formaldeído, produtos de condensação da naftalina ou de ácidos naftalinossulfónicos com fenol e 10 formaldeído, éter de polioxietileno-octilfenol, isooctilfenol, octilfenol ou nonil-fenol etoxilados, éteres alquilfenol-poliglicólicos, éter tributilfenilpoliglicólico, éter triesterilfenilpoliglicélico, alquilarilpoliéter-álcoois, condensados de álcoois e álcoois gordos com óxido de etileno, óleo de ricino etoxilado, éter polioxietileno-alquílico, polioxipropileno etoxilado, éter de laurilálcool-poliglicol-acetal, ésteres de sorbite, lixívias sulfíticas da lenhina ou metilcelulose.
Para a preparação de soluções, emulsões, pastas ou dispersões em óleo, pulverizáveis directamente, interessam fracções de petróleo de ponto de ebulição médio a alto, como querosene ou gasóleo, e também óleos do alcatrão do carvão, assim como óleos de origem vegetal ou animal, hidrocarbonetos alifáticos, cíclicos e aromáticos, por exemplo, tolueno, xileno, parafinas, tetrahidronaftalina, naftalinas alquiladas ou os seus derivados, metanol, etanol, propanol, butanol, ciclohexanol, ciclohexanona, isoforona, solventes fortemente polares, por exemplo, sulfóxido de dimetilo, N-metil-pirrolidona ou água.
As diversas formulações na forma de pó podem ser preparadas por mistura ou por moenda em conjunto das substâncias activas com uma substância veicular sólida.
Os granulados, por exemplo, granulados de revestimento, impregnação ou homogéneos, podem ser preparados por ligação das substâncias activas a uma substância veicular sólida. As substâncias veiculares sólidas são, por exemplo, argilas minerais, como geles de sílica, silicatos, talco, caolino, calcário, cal, cré, «bolus», loess, argila, dolomite, terra de diatomáceas, sulfatos de cálcio e de magnésio, óxido de magnésio, 11 plásticos moídos, fertilizantes, como por exemplo, sulfato de amónio, fosfato de amónio, nitrato de amónio, ureia, e produtos vegetais, como farinhas de cereais, pós provenientes de cascas de árvores, madeira e cascas de noz, pó de celulose e outras substâncias veiculares sólidas.
As formulações contêm em geral entre 0,01 a 95% em peso, de preferência entre 0,1 e 90% em peso das substâncias activas. Neste caso as substâncias activas são empregues com uma pureza de 90% a 100%, de preferência de 95% a 100% (de acordo com o espectro RMN).
Os exemplos de formulações são: 1. Produtos para diluição em água A) Concentrados solúveis em água (SL) 10 partes em peso da substância activa são dissolvidas em água ou num solvente solúvel em água. Em alternativa são adicionados humectantes ou outras substâncias auxiliares. A substância activa dissolve-se por diluição em água. B) Concentrados dispersíveis (DC) 20 partes em peso da substância activa são dissolvidas em ciclohexanona, mediante a adição de um dispersante, por exemplo, polivinilpirrolidona. Por diluição em água produz-se uma dispersão. C) Concentrados emulsionáveis (EC) 15 partes em peso da substância activa são dissolvidas em xileno, mediante a adição de dodecilbenzenossulfonato de cálcio e etoxilato de óleo de rícino (5% em cada caso) . Por diluição em água produz-se uma emulsão. 12 D) Emulsões (EA, EO) 40 partes em peso da substância activa são dissolvidas em xileno, mediante a adição de dodecilbenzenossulfonato de cálcio e etoxilato de óleo de rícino (5% em cada caso). Esta mistura é incorporada em água por meio de uma máquina de emulsionar (Ultraturax) e convertida numa emulsão homogénea. Por diluição em água produz-se uma emulsão. E) Suspensões (SC, OD) 20 partes em peso da substância activa são triturados na forma de uma suspensão fina da substância activa, num moinho de esferas com agitação, mediante a adição de dispersantes e humectantes e de água ou de um solvente orgânico. Por diluição em água produz-se uma suspensão estável da substância activa. F) Granulados dispersíveis em água e solúveis em agua (AG, SG) 50 partes em peso da substância activa são finamente moídas, mediante a adição de dispersantes e humectantes, e são preparadas como granulados dispersíveis ou solúveis em água por meio de aparelhos técnicos (por exemplo, extrusão, torre de pulverização, camada turbulenta). Por diluição em água produz-se uma dispersão ou solução estável da substância activa. G) Pós dispersíveis em água e solúveis em água (AP, SP) 75 partes em peso da substância activa são moídas num moinho de rotor-estator, mediante a adição de dispersantes e humectantes, assim como de sílica-gel. Por diluição em água produz-se uma dispersão ou solução estável da substância activa. 13 2. Produtos para aplicação directa H) Pós (DP) 5 partes em peso da substância activa são finamente moídas e misturadas intimamente com 95% de caolino finamente dividido. Obtém-se, deste modo, um produto em pó fino. I) Granulados (GR, FG, GG, MG) 0,5 partes em peso da substância activa são finamente moídas e ligadas com 95,5% da substância veicular. Os processos correntes, neste caso, são a extrusão, a secagem por pulverização, ou a camada turbulenta. Obtém-se deste modo um granulado para a aplicação directa. J) Soluções ULV (UL) 10 partes em peso da substância activa são dissolvidas num solvente orgânico, por exemplo, xileno. Obtém-se desta forma um produto para a aplicação directa.
As substâncias activas podem ser empregues tal qual, na forma das suas formulações ou das formas de aplicação preparadas a partir daquelas, por exemplo, na forma de soluções, pós, suspensões ou dispersões, emulsões, dispersões em óleo, pastas, meios em pó de diversas granulometrias, granulados, directamente pulverizáveis, por pulverização, nebulização, polvilhamento, espalhamento ou vazamento. As formas de aplicação dependem completamente dos objectivos da utilização; devem garantir, em cada caso, a mais fina repartição possível das substâncias activas de acordo com a invenção.
As formas de aplicação aquosas podem ser preparadas a partir de concentrados emulsionáveis, pastas ou pós 14 molháveis (pós para rega, dispersões em óleo), por adição de água. Para a preparação de emulsões, pastas ou dispersões em óleo as substâncias podem ser homogeneizadas em água tal qual ou dissolvidas num óleo ou num solvente, por meio de humectantes, meios de aderência, dispersantes ou emulsionantes. No entanto, também podem ser preparados concentrados que consistem na substância activa e humectantes, meios de aderência, dispersantes ou emulsionantes e eventualmente solventes ou óleos, que são apropriados para diluição com água.
As concentrações das substâncias activas nas composições prontas para utilização podem variar dentro de grandes intervalos. Em geral situam-se entre 0,0001 e 10%, de preferência entre 0,01 e 1%.
As substâncias activas também podem ser empregues, com bastante êxito, no processo "ultra-low-volume" [volume ultra-reduzido] (ULV), sendo possível, nestas circunstâncias, aplicarem-se formulações com mais de 95% em peso da substância activa, ou mesmo a substância activa sem aditivos.
Podem ser adicionados às substâncias activas óleos de diversos tipos, humectantes, adjuvantes, herbicidas, fungicidas, outros pesticidas, bactericidas, eventualmente também só imediatamente antes da utilização (mistura em tanque). Estes meios podem ser incorporados nas meios de acordo com a invenção em proporções de mistura de 1:10 até 10:1.
Os compostos I e II, ou as misturas ou as correspondentes formulações, são empregues tratando-se os fungos prejudiciais, as plantas, sementes, solos, superfícies, materiais ou compartimentos que se pretendem 15 mater livres dos mesmos, com uma quantidade, eficaz como fungicida, da mistura ou dos compostos I e II em aplicações separadas. A aplicação pode ser realizada antes ou depois do ataque pelos fungos. A acção fungicida dos compostos ou das misturas é comprovada pelos seguintes ensaios: as substâncias activas foram preparadas, em separado ou em conjunto, como uma solução-mãe com 0,25% em peso da substância activa em acetona ou DMSO. A esta solução foi adicionado 1% em peso de emulsionante Uniperol® EL (humectante com acção emulsionante e dispersante à base de alquilfenóis etoxilados) e diluiu-se com água de harmonia com a concentração pretendida.
Exemplo de aplicação - eficácia contra a perenospora das videiras causada por Plasmopara vitícola
Folhas de videiras envasadas foram regadas com uma suspensão aquosa, com a concentração de substância activa abaixo indicada, até estarem perfeitamente molhadas. No dia seguinte, as páginas inferiores das folhas foram inoculadas com uma suspensão aquosa de esporângios de Plasmopara vitícola. Em seguida as videiras foram colocadas, de inicio, durante 48 horas, numa câmara saturada com vapor de água, a 24°C, e em seguida foram colocadas durante 5 dias em estufa a temperaturas entre 20 e 30°C. Depois deste período de tempo, e para se acelerar a ruptura dos suportes de esporângios, as plantas foram colocadas novamente numa câmara húmida durante 16 horas. Em seguida determinou-se visualmente a extensão do desenvolvimento do ataque sobre as páginas inferiores das folhas.
Os valores determinados visualmente para a fracção em percentagem da superfície das folhas atacada foram 16 convertidos tratados. em grau de acção, como % dos controles não 0 grau de acção (W) é calculado de acordo com a fórmula de Abbot, como se segue: α corresponde ao ataque pelo fungo, em %, das plantas tratadas e β corresponde ao ataque pelo fungo, em %, das plantas não tratadas (plantas de controle).
Para um grau de acção de 0, o ataque das plantas tratadas corresponde ao das plantas de controle não tratadas; no caso de um grau de acção de 100, as plantas tratadas não exibem qualquer ataque.
Os graus de acção esperados para as combinações de substâncias activas são calculados de acordo com a fórmula de Colby [Colby, S. R. (Calculating synergistic and antagonistic responses of herbicide combinations"), Weeds 15, págs. 20-22, 1967] e comparados com os graus de acção observados. Fórmula de Colby: E-x+y- X'y/100 E grau de acção esperado, expresso em % dos controles não tratados, no caso da utilização da mistura das substâncias activas A e B nas concentrações a e b; 17 x o grau de acção, expresso em % dos controles não tratados, no caso da utilização da substância activa A na concentração a; y o grau de acção, expresso em % dos controles não tratados, no caso da utilização da substância activa B na concentração b.
Quadro A - substâncias activas individuais
Exemplo substância activa concentração da substância activa na calda de rega [ppm] grau de acção em % dos controles não tratados 1 - controle (não (89% de ataque) tratado) 2 1 4 33 1 0 3 II 4 66 (Picoxystrobin) 1 33
Quadro B - misturas de acordo com a invenção
Exemplo mistura de subs. Activas Concentração relação de mistura grau de acção observado grau de acção calculado*) 4 I + II 4+1 ppm 4:1 100 55 5 I + II 4+4 ppm 1:1 100 77 6 I + II 1+4 ppm 1:4 100 66 *) grau de acção calculado de acordo com a fórmula de Colby A partir dos resultados do ensaio deduz-se que o grau de acção observado das misturas de acordo com a invenção, em todas as proporções de mistura, é nitidamente mais alto do que o valor calculado de acordo com a fórmula de Colby.
Lisboa, 19 de Setembro de 2007
Claims (10)
1 REIVINDICAÇÕES 1. Misturas fungicidas para o combate de fungos fito-patogénicos, contendo 1) o derivado de triazol-pirimidina de fórmula I
e 2) Picoxystrobin de fórmula II
numa quantidade eficaz sinergicamente.
2. Misturas fungicidas de acordo com a reivindicação 1, contendo o composto de fórmula I e o composto de fórmula II numa relação ponderai de 100:1 até 1:100.
3. Composição, contendo uma substância de suporte sólida ou liquida e uma mistura de acordo com uma das reivindicações 1 ou 2.
4. Processo para o combate de fungos prejudiciais da classe dos Oomicetos, caracterizado por se tratarem os fungos, os seus habitats, ou as plantas, os solos ou as sementes que se pretendem proteger do ataque dos mesmos, 2 com uma quantidade eficaz do composto I e do composto II de acordo com a reivindicação 1.
5. Processo de acordo com a reivindicação 4, caracterizado por se aplicarem os compostos I e II de acordo com a reivindicação 1 simultaneamente, e nomeadamente em conjunto ou separadamente, ou sequencialmente.
6. Processo de acordo com as reivindicações 4 ou 5, no qual é combatido o fungo prejudicial Plasmopara vitícola.
7. Processo de acordo com uma das reivindicações 4 a 6, caracterizado por se utilizarem os compostos I e II de acordo com a reivindicação 1, ou as misturas de acordo com as reivindicações 1 ou 2, numa quantidade de 5 g/ha até 1000 g/ha.
8. Processo de acordo com uma das reivindicações 4 a 6, caracterizado por se utilizarem os compostos I e II de acordo com a reivindicação 1, ou a mistura de acordo com as reivindicações 1 ou 2, numa quantidade de 1 até 1000 g/100 kg de sementes.
9. Sementes contendo a mistura de acordo com as reivindicações 1 ou 2 numa quantidade de 1 a 1000 g/100 kg.
10. Utilização dos compostos I e II de acordo com a reivindicação 1, para a preparação de uma composição apropriada para o combate de fungos prejudiciais. Lisboa, 19 de Setembro de 2007
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