PT1570719E - Dispositivo de corte, tratando-se em especial de uma máquina de cortar a relva - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO

"DISPOSITIVO DE CORTE, TRATANDO-SE EM ESPECIAL DE UMA MÁQUINA DE CORTAR RELVA" A invenção toma o seu ponto de partida num dispositivo de corte, nomeadamente numa máquina de cortar relva, com as caracteristicas enunciadas no conceito genérico da reivindicação 1.

Nas máquinas de cortar relva há a necessidade de afiar de tempos a tempos a lâmina para assegurar um corte liso e perfeito da relva. Na situação em que a lâmina está montada este afiar só e possível de uma maneira pouco satisfatória. Normalmente as lâminas são desmontadas e presas num dispositivo de afiar especial para que possa ser mantido o ângulo de corte correcto ao longo do comprimento da lâmina.

Ligações roscadas convencionais da lâmina ficam empapadas com relva e terra após um período de utilização mais longo, de modo que a desmontagem da lâmina resulta dificultada. Por esse motivo ficou já a ser conhecida pelo documento DE 19520618 uma fixação da lâmina que não é roscada e na qual as lâminas podem ser substituídas sem que se torne necessário utilizar ferramentas.

Esta fixação já conhecida da lâmina é constituída por um disco accionado por motor que está provido de dois espigões que se projectam para o lado de baixo, estando inserida nas 1 extremidades salientes de cada um desses espigões uma lâmina, de modo que a mesma está apoiada por forma a poder girar em torno do seu espigão. Abaixo da lâmina está situada uma placa que pode ser girada e que na zona de cada um dos espigões apresenta uma ranhura que se estende na direcção periférica de modo a poder ser rodada em relação ao disco provido dos espigões e das lâminas, encaixando durante esse movimento as extremidades dos espigões na ranhura desse disco, apoiando as lâminas pelo lado de baixo na posição em que a placa está rodada para o lado de dentro. Para travar a referida placa na sua posição rodada para o lado de dentro, na qual fixa as lâminas, a ranhura remata numa reentrância na qual o correspondente espigão engata. Esta ligação por engate trava o movimento giratório da placa para o lado de trás, não conseguindo no entanto impedir totalmente essa rotação para o lado de trás quando a placa for esforçada de maneira acidental a partir do exterior no sentido da libertação da lâmina.

Além disso a placa giratória necessita de um apoio pelo lado de baixo. Este apoio é realizado por meio de um copo disposto do lado de baixo dessa placa. 0 dito copo cobre a placa giratória e dificulta assim a sua acessibilidade quando se pretende desmontar a lâmina.

Um dispositivo de corte com as caracteristicas do conceito genérico da reivindicação ficou a ser conhecido pelo documento US-A-3610304 e destina-se ao corte de géneros alimentícios. Nesse dispositivo a ligação entre a lâmina em forma de disco e o seu porta-lâminas com a configuração de um veio efectua-se por meio de um fecho de baioneta colocado numa posição centrada, interactuando este fecho de baioneta com um elemento de 2 encravamento suplementar. Este elemento de encravamento engata na periferia da lâmina em forma de disco.

Tomando este documento como base, o objectivo da presente invenção é o de indicar um elemento de encravamento que pode ser solto sem o auxilio de ferramentas, mas que simultaneamente é de manutenção mais fácil e ao mesmo tempo mais fiável do que o dispositivo de inicio referido. Além do mais pretende-se que o elemento de encravamento de acordo com a invenção se distinga pelo facto de poder ser fabricado a bom preço.

De acordo com a invenção este objectivo atinge-se fazendo com que o elemento de encravamento bloqueie numa das suas posições o movimento da lâmina em relação ao porta-lâminas e permita aquele movimento na sua outra posição.

Em virtude disso a segurança do fecho de baioneta aumenta consideravelmente, uma vez que o elemento de encravamento cria um verdadeiro encravamento com encaixe perfeito, enquanto que no caso já conhecido só está presente um guiamento na direcção periférica.

No que se refere à configuração em termos de construção do elemento de encravamento, o técnico da especialidade tem à sua escolha várias possibilidades. Verificou-se no entanto ser especialmente vantajoso que o elemento de encravamento tenha a configuração de um botão de pressão apoiado de encontro a uma mola, botão esse que por acção da força da mola é mantido na posição de encravamento, só libertando o movimento giratório quando for premido contra a força exercida pela mola. 3

Teoricamente o elemento de encravamento poderia estar apoiado na própria lâmina. Em termos de construção é no entanto bastante mais vantajoso apoiar o elemento de encravamento em conjunto com o seu sistema de mola no porta-lâminas.

Um outro aperfeiçoamento conveniente da invenção consiste em escolher o movimento da lâmina em relação ao braço de lâmina de tal maneira que a lâmina só é libertada quando essa mesma lâmina for rodada na direcção de corte. Em virtude disso as pancadas resultantes do embate da lâmina em obstáculos não actuam no sentido de abrir o fecho de baioneta, também não sendo o elemento de encravamento sujeito a esforços por acção destas pancadas. A lâmina propriamente dita tem de um modo preferido a configuração de um braço de lâmina que é afiado em duas arestas exteriores opostas uma à outra e que na sua parte central interactua com o fecho de baioneta, nomeadamente pelo facto de comportar uma abertura central provida de reentrâncias radiais, cooperando pelo menos uma destas reentrâncias com o elemento de encravamento.

Para que o fecho de baioneta mantenha a sua funcionalidade, nomeadamente a sua actuação leve, mesmo após um periodo de utilização mais prolongado, é recomendável que o elemento de encravamento disponha perto da sua extremidade que é actuada uma vedação em relação à lâmina e/ou em relação ao porta-lâminas. Torna-se deste modo impossível que a relva ou a terra possa penetrar no encravamento. Para o mesmo efeito pode estar também disposta uma vedação entre o porta-lâminas e a lâmina. 4

Outras características e vantagens da invenção resultam da descrição que se segue de um exemplo de realização, feita mediante os desenhos e constando dos próprios desenhos. Mostra- se na: Figura 1 uma vista da lâmina na direcção axial e pelo lado de baixo; Figura 2 uma vista lateral da lâmina da figura 1; Figura 3 uma vista da lâmina da figura 1, mas no estado em que está parcialmente montada no porta-lâminas; Figura 4 a mesma vista que a da figura 3, mas na posição já completamente montada; Figura 5 um corte axial ao longo da linha A-A da figura 4; Figura 6 uma vista do porta-lâminas na direcção axial e pelo lado de baixo; Figura 7 uma vista lateral do porta-lâminas da figura 6; Figura 8 um corte radial da lâmina e do porta-lâminas; Figura 9 uma vista da lâmina pelo lado de baixo, provida de placas de batente separadas. A lâmina representada nas figuras 1 e 2 , que tem a forma de um braço 1 de lâmina, tem, no que se refere ao seu contorno exterior e ao seu perfil, a forma já em si já bem conhecida, comportando nomeadamente duas arestas exteriores la de corte em 5 posições diametralmente opostas que junto das suas extremidades traseiras, visto na direcção de rotação, rematam em asas lb dobradas para o lado de cima. No centro do braço de lâmina está prevista uma furação 2. De acordo com a invenção esta furação está provida junto da sua periferia de várias reentrâncias 2a, 2b, 2c e de saliências 2d, 2e, 2f que interactuam com o porta-lâminas, que será ainda descrito mais adiante, no sentido de formar um fecho de baioneta. Esta interactuação depreende-se das figuras que se seguem. A figura 3 mostra um estado intermédio no qual o braço de lâmina está parcialmente montado no respectivo porta-lâminas 3. Reconhece-se nesta figura que o porta-lâminas 3 apresenta ao longo da sua periferia um colar cilíndrico 3a que sobressai na direcção axial. Este colar 3a é complementar das secções periféricas interiores da furação 2 do braço de lâmina e define o seu eixo de rotação. Em vez disso ou adicionalmente o apoio de movimento giratório pode também efectuar-se por acção das superfícies periféricas exteriores 3b do porta-lâminas, que são complementares dos bordos periféricos das reentrâncias 2a, 2b, 2c do braço de lâmina. Para melhor compreensão abordam-se agora as figuras 6 e 7 que mostram o porta-lâminas sem o braço de lâmina. Aqui o essencial é que o porta-lâminas apresenta várias saliências 4a, 4b e 4c que sobressaem na direcção axial e que na posição de serviço se projectam para o lado de baixo, saliências essas cuja forma e posição são de tal maneira complementares das reentrâncias 2a, 2b, 2c do braço de lâmina que ao colocar o braço de lâmina sobre o porta-lâminas as saliências mergulham nas referidas reentrâncias do braço de lâmina. Essencial é além disso o facto de as saliências 4a a 4c apresentarem cada uma delas na zona da sua base um rasgo que se estende na direcção periférica, veja-se a figura 7, zona na qual se encontram 6 visíveis os rasgos 14a e 14c. Estes rasgos estão abertos numa das direcções periféricas e mais precisamente no sítio em que na figura 6 está desenhada uma seta em cada um deles, enquanto que a outra extremidade desses rasgos está fechada. Os referidos rasgos estão posicionados e conformados de tal maneira que, estando o braço de lâmina colocado sobre o porta-lâminas 3, as secções periféricas 2d, 2e e 2f situadas radialmente do lado de dentro das reentrâncias 2a, 2b, 2c entram nos rasgos 14a a 14c quando o braço de lâmina for rodado. Este estado parcialmente rodado das secções periféricas interiores do braço de lâmina para dentro dos rasgos do porta-lâminas encontra-se representado na figura 3; o estado completamente rodado para dentro, no qual as referidas secções periféricas do braço de lâmina fazem batente nas extremidades fechadas dos rasgos 14a a 14c, encontra-se representado na figura 4. Nessa posição o braço de lâmina é fixado na direcção axial com encaixe perfeito e praticamente sem folga por acção dos rasgos 14a a 14c, podendo a este respeito ser consultado também o corte axial da figura 5.

Visto na direcção periférica a lâmina só se encontra numa primeira fase bloqueada na direcção na qual as transições radiais entre as secções periféricas interiores e exteriores 2a a 2f do braço de lâmina esbarram contra as extremidades fechadas dos rasgos 14a a 14c. Para impedir agora que o braço de lâmina possa rodar para fora dos rasgos, encontra-se disposto no porta-lâminas um elemento de encravamento, de deslocamento axial, sob a forma de um botão 5 de pressão. Este botão de pressão sobressai, por acção da força exercida por uma mola, para o lado de baixo a partir do porta-lâminas e está posicionado de tal maneira que ao encaixar o braço de lâmina no porta-lâminas é premido a partir da superfície da lâmina para dentro do porta-lâminas. Durante a consecutiva rotação da lâmina 7 é gradualmente levantada a sobreposição do botão de pressão por parte da lâmina: assim, metade do botão de pressão encontra-se já visível na figura 3 depois de rodar a lâmina de metade do trajecto para dentro dos rasgos, não se encontrando esse botão de todo coberto pela lâmina quando essa lâmina tiver sido completamente rodada para dentro dos rasgos. Na referida posição esse botão salta então para a sua posição saliente de modo a assumir a função de um batente que impede que a lâmina possa ser rodada para trás e para fora dos rasgos 14a a 14c. 0 atrás descrito bloqueio da lâmina em ambas as direcções periféricas efectua-se de tal maneira que se faz girar o braço de lâmina para dentro dos rasgos 14a a 14c na direcção de corte da lâmina. Em virtude disso o binário de accionamento, que nas figuras 4 e 6 é indicado por uma seta, é transmitido através de saliências fixas 4a a 4c do porta-lâminas, enquanto que sobre o elemento 5 de encravamento praticamente não actuam forças.

Para desmontar o braço de lâmina só se torna necessário premir o botão 5 de pressão de alguns milímetros para dentro do porta-lâminas, de modo a que este deixe de bloquear a lâmina. A lâmina pode então ser rodada na direcção de corte para fora dos rasgos 4a a 4c e desde logo retirada.

Mais fácil ainda é a montagem do braço de lâmina, dado que o mesmo, ao ser assente no porta-lâminas, prime logo por si próprio o botão 5 de pressão para dentro do porta-lâminas.

Um pormenor importante reconhece-se ainda nas figuras 8 e 9, em ligação com a figura 5. Na figura 8 o corte horizontal ao longo do plano da lâmina põe a descoberto as três saliências 4a, 4b e 4c do porta-lâminas que transmitem o binário de accionamento do porta-lâminas à lâmina. Além disso reconhece-se nesse sítio o elemento 5 de encravamento sob a forma de um botão de pressão que na sua posição não premida para dentro impede que a lâmina rode para fora do fecho de baioneta. 0 essencial é aqui que as saliências 4a a 4c não actuam directamente ao longo da furação 2 da lâmina sobre as saliências 2d, 2e e 2f, que se projectam para o lado de dentro, mas que esta actuação se efectua intercalando as placas de batente 10a, 10b e 10c. Estas placas de batente são feitas de um metal sólido, tal como a lâmina 1, nomeadamente de ferro, enquanto que o porta-lâminas 3 é de um modo preferido feito de um metal ligeiro, nomeadamente de alumínio. As placas de batente, que de maneira conveniente são peças separadas, apresentam a vantagem de a lâmina, que é dura, quando bate contra obstáculos, não poder transmitir a pancada directamente ao porta-lâminas.

Em termos de construção há diferentes possibilidades de configurar as placas de batente 10a a 10c. No exemplo de realização - veja-se a figura 9 - as placas de batente têm a configuração de ângulos à esquadria que com as suas abas, que se estendem na direcção axial e radial e que são visíveis na figura 8, assumem a função de um batente entre a lâmina e o porta-lâminas, enquanto que a sua aba quinada a 90° está montada no porta-lâminas, e isto nomeadamente - veja-se a figura 5 mediante um pino 3a, de tal maneira que esta aba fica retida entre duas metades da cabeça de lâminas.

Para que o fecho de baioneta de acordo com a invenção não fique obstruído por relva cortada, terra levantada e outras matérias do género está previsto, de acordo com a invenção, um anel 7 de vedação circundante entre o porta-lâminas e o braço de lâmina. Para o mesmo propósito serve um anel 8 de vedação entre 9 o botão 5 de pressão e o porta-lâminas. Eventualmente será também conveniente prever uma vedação na área dos rasgos 14a a 14c.

Finalmente faz também parte do âmbito da invenção equipar o porta-lâminas de elementos de mola que exercem pressão sobre o braço de lâmina na direcção axial, assegurando assim uma fixação absolutamente isenta de folga nos rasgos 14a a 14c. A descrição da invenção que se acaba de fazer refere-se ao exemplo de um braço de lâmina inteiriço. É evidente que fazem também parte do âmbito da invenção construções com lâminas constituídas por várias partes. Assim, por exemplo, a parte central do braço de lâmina provida da furação 2 e das reentrâncias e saliências dispostas em torno da periferia da furação poderiam ser constituídas por um disco de forma anular, no qual seriam então fixadas lâminas separadas que se projectam radialmente para o lado de fora.

Também faz parte do âmbito da presente invenção utilizar o fecho de baioneta não só em máquinas de cortar relva mas também em dispositivos de corte e de trituração do mesmo género, sempre que nos mesmos seja importante conseguir uma substituição rápida e cómoda da lâmina. 16 de Março de 2007 10

Claims (8)

1. REIVINDICAÇÕES 1. Dispositivo de corte, tratando-se nomeadamente de uma máquina de cortar relva, com pelo menos uma lâmina (1) rotativa que está fixada mediante uma ligação não roscada e desmontável num porta-lâminas (3) rotativo, que é accionado por motor, podendo esta ligação ser separada rodando a lâmina (1) em relação ao porta-lâminas (3) e efectuando-se a ligação entre a lâmina (1) , que será em número de pelo menos uma, e o seu porta-lâminas (3) por meio de um fecho de baioneta (2a a f; 14a a c) posicionado numa posição central, podendo este fecho de baioneta ser bloqueado na posição de fecho por pelo menos um elemento adicional (5) de encravamento, caracterizado por o elemento (5) de encravamento bloquear numa das suas posições o movimento da lâmina (1) em relação ao porta-lâminas (3), libertando no entanto na sua outra posição aquele movimento relativo.
2. 2. Dispositivo de corte de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o elemento (5) de encravamento ter a configuração de um botão de pressão apoiado por efeito de mola no porta-lâminas (3) , botão esse que na posição premida permite, contra a força exercida pela mola, o movimento da lâmina em relação ao porta-lâminas (3).
3. 3. Dispositivo de corte de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o movimento da lâmina (1) em relação ao porta-lâminas (3), para libertação da lâmina, se efectuar na direcção de corte da lâmina. 1
4. 4. Dispositivo de corte de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a lâmina (1) ter a configuração de um braço de lâmina que na sua parte central interactua com o fecho de baioneta (2a a 2f; 14a a 14c).
5. 5. Dispositivo de corte de acordo com a reivindicação 4, caracterizado por o braço de lâmina apresentar na sua parte central uma abertura (2) provida de reentrâncias radiais (2a a 2c) ou de saliências radiais (2d a 2f) , das quais pelo menos uma reentrância e/ou saliência cooperam com o elemento (5) de encravamento.
6. 6. Dispositivo de corte de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o elemento (5) de encravamento comportar uma vedação (8) em relação ao porta -lâminas (3) .
7. 7. Dispositivo de corte de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por entre a lâmina (1) e o porta-lâminas (3) estar disposta uma vedação (7) .
8. 8. Dispositivo de corte de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por entre a lâmina (1) e o porta-lâminas (3) estarem dispostas placas de batente (10a, 10b, 10c) que actuam na direcção periférica. 16 de Março de 2007 2