PT1404311E - Meio para o tratamento de feridas - Google Patents

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PT1404311E PT02743052T PT02743052T PT1404311E PT 1404311 E PT1404311 E PT 1404311E PT 02743052 T PT02743052 T PT 02743052T PT 02743052 T PT02743052 T PT 02743052T PT 1404311 E PT1404311 E PT 1404311E
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Description

1
DESCRIÇÃO "MEIO PARA O TRATAMENTO DE FERIDAS" A invenção é relativa a uma composição para ser utilizada como meio para o tratamento de feridas, que se adequa em particular, na forma de gel de lavagem ou de duche, à descontaminação de superfícies corporais, à dissolução de crostas e de escaras na superfície do corpo e como gel dissolvente para ligaduras. A composição de acordo com a invenção, a ser utilizada como meio para o tratamento de feridas, adequa-se sobretudo à utilização em meio hospitalar.
No estado da técnica, conhece-se a utilização de um gel na lavagem e na desinfecção de superfícies corporais, gel esse composto por glicerina, hidroxietilcelulose e cloro-hexidina. Em vez da cloro-hexidina, é igualmente possível empregar um composto de amónio quaternário para fins de conservação. No entanto, sobretudo a cloro-hexidina tem a desvantagem de produzir um efeito citotóxico.
No EP 0 700 249 Bl, é feita a descrição dum agente anti-infeccioso que deverá produzir um efeito microbicida contra todos os germes de relevância clínica e deverá apresentar entretanto uma boa compatibilidade com os tecidos. A substância activa microbicida é a poli-hexametilenobiguanida (PHMB), a qual é empregue com um peso molecular de pelo menos 2 900. A PHMB utilizada em solução aquosa é usualmente ministrada por via intravenosa. Além disso, é feita a descrição da utilização de uma solução diluída para desinfectar feridas abertas. Refere-se ainda ser possível adicionar agentes tensioactivos à solução 2 aquosa da PHMB. Como único exemplo de um agente tensioactivo, menciona-se o polietilenoglicol 4000, que serve em primeira linha para melhorar a reticulação. O agente anti-infeccioso descrito no EP 0 700 249 BI tem a vantagem, em comparação com outros agentes anti-infecciosos, de ser menos lesivo dos tecidos. No entanto, o seu poder de limpeza é baixo.
Contudo, verificou-se que já no caso de feridas crónicas, a respectiva cicatrização é extremamente retardada pela cobertura dessas feridas. Estas coberturas de feridas são compostas, por exemplo, por restos de exsudados de feridas, revestimentos de fibrina engrossados e descamados, tecido necrosado e os denominados detritos celulares. Estas coberturas proporcionam boas condições de crescimento para germes que, em caso de serem patogénicos, poderão levar à infecção da ferida. Mesmo sem a presença de germes patogénicos, é contudo da maior importância, para acelerar a cicatrização, remover as coberturas e fundamentalmente limpar e desinfectar a ferida. Por exemplo, é possível prevenir, pela remoção correcta e a fundo das coberturas das feridas, cicatrizações excessivas da ferida e as dores daí resultantes. Por conseguinte, surgiu a necessidade de um meio para o tratamento de feridas que, por um lado, limpasse a fundo uma ferida e que libertasse a ferida de coberturas e, por outro, que matasse os germes de forma segura, sem produzir um efeito alérgico, sensibilizante ou lesivo dos tecidos.
Como já referido, a PHMB é, como substância activa microbicida com uma boa compatibilidade com os tecidos, essencialmente muito adequada a este fim, mesmo que o poder de limpeza das composições conhecidas deixe muito a 3 desejar. Também se conhece composições de limpeza de feridas na forma de géis, tinturas, etc., a que está contudo associado o problema relacionado com a insatisfatória conservação segura e com a insuficiente descontaminação da ferida. 0 problema técnico na base da invenção reside, portanto, em conseguir um meio para o tratamento de feridas com um bom poder de limpeza, exercendo ao mesmo tempo uma acção microbicida, meio esse que se adeqúe à limpeza de feridas, à descontaminação de superfícies corporais, ao desprender de crostas e de ligaduras e a aplicações semelhantes, mas produzindo neste processo o menor número possível de efeitos secundários indesejados. A solução é conseguida com a composição, a ser utilizada como meio para o tratamento de feridas, de acordo com a reivindicação 1. As formas de execução preferidas encontram-se nas subreivindicações. Além disso, a invenção é relativa à utilização da composição de acordo com a reivindicação 12.
Portanto, a invenção é relativa a um composição para ser utilizada como meio para o tratamento de feridas, que contém, em solução aquosa, poli-hexametilenobiguanida numa concentração de 0,01 a 1,0% em peso e, pelo menos, um agente tensioactivo numa concentração de 0,01 a 1,5% em peso. O agente tensioactivo empregue trata-se de um derivado de glicina e/ou de sulfossuccinato e/ou de amida à base de um ácido gordo, indo o ácido gordo apresentar 10 a 18 átomos de carbono. A eficácia extraordinária da composição de acordo com a 4 invenção tem por base a combinação especial da PHMB e agentes tensioactivos escolhidos de forma dirigida. Evidenciou-se, no decorrer dos estudos que conduziram a esta invenção, que a maior parte dos agentes tensioactivos provoca uma redução clara, isto se não mesmo a perda total, das propriedades microbicidas e conservantes da PHMB. A tendência é a de que a PHMB apenas retenha as suas propriedades positivas com aqueles agentes tensioactivos que se encontrem na forma anfótera ou não-ionogénica no meio para o tratamento de feridas. Os agentes tensioactivos aniónicos, por exemplo, formam complexos com a PHMB, que levam à perda das propriedades biocidas.
Além disso, verificou-se que - com a respectiva selecção dos agentes tensioactivos - é possível empregar a PHMB numa concentração claramente mais baixa, como conservante no meio para o tratamento de feridas, do que outros conservantes em composições equiparáveis. No entanto, concentrações elevadas do conservante levam a uma sobrecarga claramente maior da ferida tratada e podem, por último, provocar grandes lesões nos tecidos. Isto aplica-se sobretudo ao caso de feridas crónicas, as quais têm ser limpas repetidamente. 0 meio para o tratamento de feridas de acordo com a invenção praticamente não apresenta estas desvantagens, visto que, por um lado, a PHMB apresenta uma histotoxicidade já bastante baixa quando comparada com outras substâncias germicidas e, por outro lado, devido à escolha dirigida do agente tensioactivo na composição de acordo com a invenção, apenas tem de ser utilizada numa quantidade muito baixa para que se faça sentir o seu efeito por inteiro.
Os agentes tensioactivos, que sao utilizados segundo a 5 invenção, são derivados de glicina, de sulfossuccinato e de amida de ácidos gordos, que podem por sua vez encontrar-se sozinhos ou numa combinação opcional uns com os outros no meio para o tratamento de feridas. Devido à sua estrutura, os sulfossuccinatos são de si compostos aniónicos. Como já referido, prefere-se porém em conformidade com a invenção os agentes tensioactivos anfóteros ou não ionogénicos (neutros). No entanto, os sulfossuccinatos também se podem encontrar na forma não iónica com o respectivo valor de pH, e são nestas condições utilizados com vantagem nos termos da invenção. 0 derivado de glicina no meio para o tratamento de feridas de acordo com a invenção é de preferência uma betaina e, em particular, uma amidoalquilbetaína de um ácido gordo. Os ácidos gordos, adequados a todos os agentes tensioactivos empregues de acordo com a invenção, têm 10 a 18 átomos de carbono e são de preferência não ramificados. É possível empregar tanto ácidos gordos saturados como insaturados. Os exemplos de ácidos gordos particularmente apropriados são ácido undecilénico, ácido undecanóico, ácido láurico, ácido esteárico, ácido ricinoleico ou ácido gordo de coco.
Em meios para o tratamento de feridas particularmente preferidos, o derivado de glicina é uma undecilenoamidoalquilbetaína, cocamidoalquilbetaína, lauramidoalquilbetaína ou ricinolamidoalquilbetaína. O radical alquilo é de preferência etilo ou propilo. Os exemplos concretos são betaina do ácido laurildimetilaminoacético (também denominada laurilbetaína), lauramidopropilbetaína (n° CAS 4292-10-8), cocamidopropilbetaína (n° CAS 61789-40-0) ou ricinolamidopropilbetaína (n° CAS 86089-12-5) . O agente 6 tensioactivo totalmente preferido no âmbito da presente invenção é a undecilenoamidopropilbetaína (nomenclatura INCI; IUPAC: dimetilcarboximetil-ácido undecilénico-amidopropil-amonio-betaína; n° CAS 98510-75-9).
Além do derivado de glicina ou em alternativa a ele, o meio para o tratamento de feridas conforme a invenção pode conter um sulfossuccinato de ácidos gordos ou uma amida de ácidos gordos como agente tensioactivo. A última também funciona usualmente como espessante e promove o reengorduramento da pele. O componente de ácidos gordos destes agentes tensioactivos pode estar estruturado, como no caso dos derivados de glicina. Os exemplos concretos destes agentes tensioactivos são amida do ácido undecilénico, sulfossuccinato do ácido undecilénico ou sulfossuccinato do ácido láurico. Também neste caso é dada particular preferência aos derivados do ácido undecilénico.
Como já referido, basta quantidades relativamente baixas da PHMB para conservar a composição segundo a invenção, com vista à utilização como meio para o tratamento de feridas. Convém empregar a poli-hexametilenobiguanida numa concentração de 0,01 a 1,0% em peso, em particular de 0,01 a 0,3% em peso e, de preferência, de 0,1% em peso, no meio para o tratamento de feridas. A poli-hexametilenobiguanida pode encontrar-se como tal na composição segundo a invenção para ser utilizada como meio para o tratamento de feridas, ou pode ser utilizada na forma de um dos seus sais. Neste caso, é em especial adequado o hidrocloreto. Em termos vantajosos, a poli-hexametilenobiguanida, que se encontra como conservante na composição segundo a invenção a ser utilizada como meio 7 para o tratamento de feridas, apresenta um peso molecular médio de 2 300 a 3 100. Em particular, o peso molecular médio vai de 2 300 até a um valor inferior a 2 900. 0 agente tensioactivo (ou a mistura de agentes tensioactivos) encontra-se de preferência numa concentração de 0,01 a 1,5% em peso, em particular de 0,03 a 1% em peso, de preferência de 0,05 a 0,4% em peso e, com especial preferência, de 0,1% em peso. A composição a ser utilizada como meio para o tratamento de feridas pode, em principio, ser utilizada em qualquer forma de preparação que seja apropriada e conhecida para o tratamento de feridas. Como formas é de se referir pomadas, tinturas, pulverizadores, soluções de lavagem, géis, etc. A nível preferencial, emprega-se a composição segundo a invenção, a ser utilizada como meio para o tratamento de feridas, na forma de soluções de lavagem, géis de lavagem ou compressas tipo gel para feridas. Uma solução de lavagem de feridas consiste, por exemplo, em 99,8% em peso de água, 0,1% em peso de poli-hexametilenobiguanida e 0,1% em peso de agente tensioactivo, em particular amidopropilbetaína do ácido undecilénico.
Se a composição, a ser utilizada como meio para o tratamento de feridas, for empregue na forma dum gel, o mesmo conterá os aditivos usuais em géis médicos ou cosméticos. Deram mostras de ser vantajosos, no caso das composições de acordo com a invenção, aditivos de 1 - 15% em peso de glicerina e 0,2 - 5% em peso de hidroxietilcelulose, em particular 5 - 12% em peso de glicerina e 0,2 - 3% em peso de hidroxietilcelulose, para as misturas acima descritas.
Uma composição, a ser utilizada como meio para o tratamento de feridas, na forma de um gel consiste, em concreto e por exemplo, em 0,1% em peso de poli-hexametilenobiguanida, 0,1% em peso de agente tensioactivo, em particular amidopropilbetaina do ácido undecilénico, 8,6% em peso de glicerina e 1,8% em peso de hidroxietilcelulose em água, solução de sal de cozinha isotónica ou solução de Ringer isotónica.
Em todas as composições segundo a invenção, a serem utilizadas como meio para o tratamento de feridas, podem estar presentes, a par dos componentes mencionados, os aditivos e substâncias auxiliares usuais em meios de limpeza da pele e de feridas e em meios anti-infecciosos. A titulo de exemplo, é possível referir outros conservantes, corantes, compostos aromáticos e odoríferos, agentes de ligação, agentes humectantes ou molhantes, reguladores da consistência, solubilizadores ou outros do género, os quais podem ser adicionados nas quantidades usuais. No entanto, prefere-se manter o número e a concentração de substâncias auxiliares e aditivos o mais baixos possível ou evitá-los de todo. É neste contexto de si evidente que as substâncias, que levam a uma acção diminuída dos componentes já existentes ou que têm um efeito negativo no tecido a ser limpo, devem ser evitadas a todo o custo.
Como solventes na composição de acordo com a invenção, a ser utilizada como meio para o tratamento de feridas, adequa-se a água purificada ou outra solução aquosa, na forma em que seja usualmente empregue na medicina. Os solventes apropriados são, por exemplo, solução de sal de cozinha ou solução de Ringer. Por exemplo, é possível utilizar uma solução de sal de cozinha a 0,4 - 1,2% em 9 peso. Com especial preferência, emprega-se a solução de sal de cozinha ou a solução de Ringer em diluição fisiológica. No caso das soluções, a invenção contempla tanto as soluções diluídas já acabadas e prontas a utilizar, como também os concentrados que têm de ser diluídos antes de serem utilizados. A utilização preferida da composição, a ser utilizada como meio para o tratamento de feridas, é na forma de solução ou gel de lavagem ou de duche, de gel humectante ou de compressa húmida para feridas, de solução ou de gel dissolvente para soltar crostas ou escaras de superfícies corporais ou feridas, ou para despegar ligaduras e para a substituição húmida de ligaduras. A composição segundo a invenção, a ser utilizada como meio para o tratamento de feridas, é particularmente adequada ao tratamento de feridas crónicas, como as que se verificam no caso, por exemplo, dos diabéticos e pacientes acamados. As soluções aquosas diluídas podem ser utilizadas na lavagem ou no banhar de feridas ou para embeber e humidificar compressas para feridas. As ligaduras que aderem à ferida podem ser facilmente despegadas da ferida pelo amaciamento com a solução, sem no processo lesar o tecido dessa mesma ferida. Ao remover ligaduras, acontece frequentemente que as crostas já formadas voltam a ser arrancadas quando se retira a ligadura, o que é indesejado, atrasando-se com isso a cicatrização. Também relativamente a este aspecto, a composição segundo a invenção, a ser utilizada como meio para o tratamento de feridas, presta um contributo. Se a composição, a ser utilizada como meio para o tratamento de feridas, for aplicada sobre a ligadura, penetrará nela e soltá-la-á das crostas da ferida, sendo assim possível 10 retirar a ligadura, sem com isso lesar as crostas já formadas. Ao mesmo tempo, previne-se a introdução de bactérias ou de outros germes na ferida. A composição segundo a invenção, a ser utilizada como meio para o tratamento de feridas, na forma de gel pode ser empregue como gel humectante ou como compressa húmida para feridas. Assim, é possível dissolver as camadas da ferida, limpar e descontaminar a ferida. Um exemplo de aplicação é a remoção de escaras nos narizes dos pacientes que recebem ventilação artificial. O gel também é especialmente adequado ao tratamento de queimaduras e de transplantes de pele, de modo a manter as feridas húmidas e lubrificadas e a não proporcionar um meio de cultura para bactérias e outros germes. A aplicação pode ser feita directamente sobre a ferida ou sobre uma ligadura colocada na ferida. A camada de gel impede de forma fiável a recontaminação das feridas desinfectadas por germes trazidos do exterior. A principal área de aplicação da composição segundo a invenção, a ser utilizada como meio para o tratamento de feridas, é, como referido, a limpeza e a descontaminação de feridas, o condicionamento das feridas e a cura das mesmas. Neste caso, o principal aspecto terá de ser a remoção das coberturas da ferida, que dificultam a sua cicatrização e proporcionam um meio de cultura para a reimplantação de germes patogénicos em feridas não infectadas. O efeito de limpeza pretendido é conseguido, em conformidade com a invenção, por agentes tensioactivos seleccionados de forma especial, enquanto a PHMB tem principalmente a função de conservante da composição de agentes tensioactivos e não tanto a de descontaminante de feridas. A preparação segundo a invenção consegue, em primeiro lugar, uma composição a 11 ser utilizada como meio para o tratamento de feridas, que associa um bom poder de limpeza a boas propriedades bacteriostáticas e fugistáticas, mas sem com isso levar a irritações dos tecidos ou mesmo à sua destruição. As feridas são limpas e descontaminadas de forma fiável, suprime-se a geração de odores e é possível favorecer a cicatrização. A invenção será descrita em maior detalhe com base num exemplo.
Exemplo 1
Produção de uma solução de lavagem de feridas de acordo com a invenção
Através da mistura dos componentes seguidamente indicados de forma usual, produz-se uma solução de lavagem destinada à limpeza de feridas. Água potável filtrada de forma estéril 99,8 g
Poli-hexametilenobiguanida1_0,1 g
Undecilenoamidopropilbetaína2_0,1 g 1: 0,5 g de Cosmocil® CQ (Avecia GmbH, Frankfurt/Main, DE) 2: 0,35 g de REWOTERIO® AM B U 185 (Goldschmidt Rewo GmbH & Co. KG, Steinau, DE)_ A poli-hexametilenobiguanida utilizada tinha um peso molecular médio de 2 300 a cerca de 2 900. A solução de lavagem de feridas é um líquido claro e inodoro, que pode ser utilizado na lavagem ou no banho de feridas agudas ou crónicas. As coberturas da ferida são desprendidas de forma fiável, sem que se observem efeitos 12 secundários como irritações cutâneas ou outras do género. A solução de lavagem de feridas adequa-se ainda à substituição húmida de ligaduras.
Exemplo 2
Produção de um gel para feridas de acordo com a invenção
Através da mistura dos componentes seguidamente indicados de forma usual, produz-se um gel para feridas na forma de compressa. Água potável filtrada de forma estéril 89,4 g
Poli-hexameti1enobiquanida1 0,1 g Undecilenoamidopropilbetaína2 0,1 g Glicerina 8,6 g Hidroxietilcelulose 1/8 g 1: 0,5 g de Cosmocil® CQ (Avecia GmbH, Frankfurt/Main, DE) 2: 0,35 g de REWDTERIO® AM B U 185 & Co. KG, Steinau, DE) (Goldscbmidt Rewo GmbH
Obtém-se um gel claro e inodoro, ligeiramente viscoso, que é aplicado directamente sobre a ferida contaminada ou sobre uma ligadura que envolve a ferida. 0 gel para feridas também penetra sem dificuldade em bolsas da ferida e dissolve de forma fiável coberturas da ferida como crostas, escaras ou bactérias mortas, sem que se observe efeitos secundários, tais como irritações cutâneas ou outros do género. As ligaduras podem ser facilmente retiradas, sem que se lesione o tecido subjacente.
Lisboa,4 de Fevereiro de 2009

Claims (12)

1 REIVINDICAÇÕES 1. Composição que contém, em solução aquosa, poli- hexametilenobiguanida e pelo menos um agente tensioactivo, sendo o agente tensioactivo um sulfossuccinato e/ou uma amida à base de um ácido gordo e/ou uma amidoalquilbetaina de um ácido gordo, em que o ácido gordo apresenta 10 a 18 átomos de carbono, e encontrando-se a poli-hexametilenobiguanida numa concentração de 0,01 a 1,0% em peso, e o agente tensioactivo numa concentração de 0,01 a 1,5% em peso, com vista à utilização como meio para o tratamento de feridas.
2. Composição de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por o ácido gordo não ser ramificado.
3. Composição de acordo com a reivindicação 2, caracterizada por o ácido gordo ser ácido undecilénico, ácido undecanóico, ácido láurico, ácido esteárico, ácido ricinoleico ou ácido gordo de coco.
4. Composição de acordo com a reivindicação 3, caracterizada por a amidoalquilbetaina ser uma undecilenoamidoalquilbetaína, cocamidoalquilbetaína, lauramidoalquilbetaina ou ricinolamidoalquilbetaína, sendo o radical alquilo de preferência etilo ou propilo.
5. Composição de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por o agente tensioactivo ser um sulfossuccinato de ácido gordo. 2
6. Composição de acordo com a reivindicação 5, caracterizada por o agente tensioactivo ser amida do ácido undecilénico, sulfossuccinato do ácido undecilénico ou sulfossuccinato do ácido láurico.
7. Composição de acordo com uma das reivindicações 1 a 6, caracterizada por a poli-hexametilenobiguanida se encontrar numa concentração de 0,01 a 0,3% em peso e, de preferência, de 0,1% em peso.
8. Composição de acordo com uma das reivindicações 1 a 7, caracterizada por o agente tensioactivo se encontrar numa concentração de 0,03 a 1% em peso, de preferência de 0,05 a 0,4% em peso e, com particular preferência, de 0,1% em peso.
9. Composição de acordo com a reivindicação 7 ou 8, na forma de uma solução de lavagem de feridas, caracterizada por ser composta por 99,8% em peso de água, 0,1% em peso de poli-hexametilenobiguanida e 0,1% em peso de agente tensioactivo, em particular amidopropilbetaina do ácido undecilénico.
10. Composição de acordo com a reivindicação 7 ou 8, na forma de um gel para feridas, caracterizada por conter 1 - 15% em peso de glicerina e 0,2 - 5% em peso de hidroxietilcelulose, em particular 5 - 12% em peso de glicerina e 0,2 - 3% em peso de hidroxietilcelulose.
11. Composição de acordo com a reivindicação 10, caracterizada por ser composta por 0,1% em peso de poli-hexametilenobiguanida, 0,1% em peso de agente tensioactivo, em particular amidopropilbetaina do ácido 3 undecilénico, 8,6% em peso de glicerina e 1,8% em peso de hidroxietilcelulose em água, solução isotónica de sal de cozinha ou solução isotónica de Ringer.
12. Composição de acordo com uma das reivindicações 1 a 11, para ser utilizada como gel de lavagem ou de duche na limpeza de feridas, como gel humectante ou compressa húmida para feridas, como gel dissolvente para a dissolução de crostas ou de escaras de superfícies corporais ou de feridas, ou para desprender ligaduras, para a substituição húmida de ligaduras e para o tratamento de queimaduras e de transplantes de pele. Lisboa, 4 de Fevereiro de 2009
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