PT1325982E

PT1325982E - Folha de papel gofrada

Info

Publication number: PT1325982E
Application number: PT01403377T
Authority: PT
Inventors: Leif Nyfelt
Original assignee: Georgia Pacific France
Priority date: 2001-12-27
Filing date: 2001-12-27
Publication date: 2007-05-31
Also published as: DK1325982T3; US20040081804A1; RU2324596C2; NO334070B1; FR2834240A1; CY1106572T1; EP1325982B1; DE60126636D1; DE20219952U1; ATE353993T1; US6916403B2; NO20025992L; EP1325982A1; NO20025992D0; DE60126636T2; FR2834240B1; RU2002133677A; ES2282221T3

Description

DESCRIÇÃO

FOLHA DE PAPEL GOFRADA A presente invenção refere-se ao domínio dos papeis absorventes para utilização sanitária ou doméstica. Visa, nomeadamente, uma folha constituída, pelo menos, por duas camadas de celulose de enchimento gofradas (gravadas em relevo), para uma aplicação como papel higiénico, lenços ou outros produtos equivalentes.

Neste domínio, a celulose de enchimento designa um papel absorvente de pouca gramagem, de 10 a 40 g/m2. É, de um modo geral, frisada. A folha pode ser simples e, neste caso, designada pelo termo "camada". Pode ser constituída por duas ou mais camadas, para formar uma folha dupla, tripla ou múltipla de acordo com o número de camadas.

Aproveita-se a capacidade de alongamento da estrutura conferida pelo frisado para deformar a folha e conferir-lhe espessura. Esta operação tem também um efeito nas caracteristicas de resistência mecânica da folha. Melhora, nomeadamente, a sua suavidade e a sua flexibilidade.

Procede-se à deformação, quer em papel de elevada taxa de humidade, isto é, da zona húmida da máquina de papel, quer em papel de baixa taxa de humidade, isto é, após a folha ter sido fabricada e seca na transformação. A presente invenção refere-se à deformação do papel na parte seca, deformação a que chamaremos gofradura no seguimento deste texto.

De uma maneira clássica, a folha é gofrada pela passagem entre um cilindro de superfície rígida e um cilindro fabricado de um material, por exemplo, borracha, que se deforma quando é comprimido contra a superfície 1 rígida. Nesta última, estabeleceram-se picotes de acordo com o motivo que se deseja reproduzir na folha de papel. As técnicas de gravura dos cilindros são bem conhecidas.

Os motivos de gofradura são constituídos, a maior parte das vezes, por uma repetição de picotes elementares de pequena secção transversal e de forma geométrica simples. Os picotes têm assim uma forma geral em tronco de cone com base circular ou oval. Podem também ser em tronco de pirâmide com base poligonal. Acs picotes do cilindro de gofradura, correspondem na folha, após gofradura, protuberâncias numa face e cavidades na outra face. À saída da máquina de gofradura, as protuberâncias têm sensivelmente o mesmo contorno que os picotes. A altura das protuberâncias depende da pressão da gofradura e da penetração maior ou menor da borracha na gravura do cilindro de gofradura.

Determina-se uma frequência de repartição das protuberâncias mais ou menos elevada e uma altura maior ou menor em função da utilização a que se destina o produto. Observa-se que a dimensão dos picotes é na função inversa da frequência de repartição. Para uma folha de que se pretende optimizar a capacidade de absorção e destinada à limpeza, como limpa tudo doméstico, por exemplo, o número de protuberâncias está compreendido entre 5 e 20 por cm2, e a sua altura pode ir até 2 mm. 0 seu topo é, neste caso, relativamente grande. A Requerente desenvolveu, para o papel higiénico, nomeadamente, motivos cujo número de elementos é superior, indo de 30 a 80 picotes por cm2. Os picotes são então de altura menor e têm uma superfície elementar no topo igualmente bem mais pequena. E inferior a 1 mrrt2. Um exemplo de realização de uma folha, com duas camadas, é mostrado na Patente EP 426548. Este tipo de gofradura, que se designa 2 por micro gofradura, refere-se princípalmente às características ligadas à espessura da folha. Com efeito, sabe-se que uma gofradura, cuja densidade de picotes é relativamente elevada, com uma altura pequena dos picotes, apresenta uma boa resistência ao esmagamento e parece espessa quando se manipula. Um motivo de gofradura menos denso para uma mesma altura de protuberância não dá a mesma impressão de espessura. É o caso dos motivos com picotes de forma mais complexa e cujo espaçamento entre eles é maior do que no caso de picotes em tronco de cone. 0 topo destes picotes tem uma forma alongada, dita linear. A Requerente desenvolveu uma estrutura de gofradura mista, ver WO 97/27365, constituída por duas camadas de celulose de enchimento com gramagem compreendida entre 10 e 40 g/m2. As duas camadas são gofradas segundo motivos diferentes, e as protuberâncias são dispostas para o interior da folha de maneira a formar entre elas cavidades. Uma primeira camada é gofrada segundo um primeiro motivo composto por elementos de motivos relativamente afastados uns dos outros e constituídos por primeiras protuberâncias com topos de forma alongada. A segunda camada é gofrada de acordo com um segundo motivo de 30 protuberâncias por cm2, de pequena secção transversal.

Em particular, os elementos de motivo do primeiro motivo sâo inscritos individualmente num polígono de superfície que vai de 2 a 6 cm2 e o seu número é inferior a 2000 por cm2.

Os motivos de grande dimensão desta forma de realização dão um aspecto particularmente atraente à folha.

Representam, no entanto, o inconveniente de concentrarem a 3 de se obter um colagem nestas zonas. Corre-se o risco produto cujo contacto com as mãos não é homogéneo. A Requerente pretendeu desenvolver uma estrutura, cujos motivos externos são constituídos por protuberâncias em tronco de cone; afira de obter um produto, cujo contacto com as mãos é homogéneo. Aliás, este tipo de protuberâncias permite obter uma grande variedade de motivos no plano estético. A Requerente verificou, no entanto, que se se utilizasse para gofradura da primeira camada quaisquer picotes em tronco de cone, se obteria um produto com um efeito reverso. Por efeito reverso, entende-se a formação de uma concavidade na face exterior da segunda camada. Esta concavidade afecta a suavidade da superfície da folha e confere-lhe um toque rugoso. A Requerente desenvolveu um processo abrangido pelo pedido FR 0006108, que permite, nomeadamente, melhorar a qualidade do produto fazendo a gofradura mais na camada exterior mantendo, no entanto, um nível de resistência satisfatório, uma vez que a camada interior não é gofrada. Nc entanto, quando os motivos são constituídos por protuberâncias com a forma de elementos independentes (e não linhas contínuas, por exemplo), o efeito reverso é então particularmente marcado, uma vez que a camada interior é lisa. A Patente BE 841455 descreve uma folha composta por duas camadas diferentes com o objectivo de evitar que se imbriquem. A Patente US 3867225 descreve uma folha composta por duas camadas aofradas, cujas protuberâncias de uma camada se intercalam entre as protuberâncias da outra camada. A presente invenção tem pois como objecto um produto do tipo anteriormente descrito que não apresenta, nomeadamente, um efeito reverso sobre a segunda camada. 4

De acordo com a invenção, uma folha de, pelo menos, duas camadas, uma primeira camada e uma segunda camada de enchimento de celulose de gramagem compreendida entre 10 e 40 g/m2, gofradas e reunidas de tal maneira que as protuberâncias, que definem os motivos de gofradura, são dispostas para o interior da folha e constituem entre si cavidades, é caracterizada pelo facto da primeira camada compreender primeiras protuberâncias em tronco de cone de secção circular ou oval, cuja superfície no topo fica compreendida entre 0,3 e 4 mm2, a segunda camada compreender segundas protuberâncias colocadas em frente das primeiras protuberâncias, de tal maneira que as referidas primeiras protuberâncias não se possam intercalar entre as segundas protuberâncias. 0 facto de se utilizarem motivos complementares, tais como as protuberâncias de uma primeira camada, que não se possam intercalar (no produto final) entre as protuberâncias de uma micro gofradura de uma segunda camada, permite limitar o efeito reverso do produto.

Verificou-se com surpresa que, se as protuberâncias da primeira camada ficam em contacto com a segunda camada por intermédio das protuberâncias desta última, o efeito reverso ficava diminuído de um modo significativo, digamos eliminado.

Por outro lado, uma tal estrutura pode igualmente permitir melhorar a qualidade do motivo de gofradura da primeira camada. Com efeito, no caso de uma micro gofradura, na qual uma das funções essenciais é aumentar a espessura do produto, que se situa ao nível da segunda camada, deixa de ser necessário diminuir o motivo de gofradura da primeira camada da micro gofradura; como consequência, as primeiras protuberâncias podem ser valorizadas no plano visual. 5

Com vantagem, a primeira camada está em contacto directo com a segunda camada.

De um modo preferido, a superfície do topo das primeiras protuberâncias fica compreendida entre 0,5 e 2 mm2.

Em particular, a superfície no topo das segundas protuberâncias está compreendida entre 0,03 e 1,2 imn2, nomeadamente, entre 0,10 e 0,8 mm2. A folha, de acordo com uma das formas de realização anteriores, é caracterizada pelo facto de as segundas protuberâncias apresentarem uma densidade superior a 30 protuberâncias por cm2, de um modo preferido, superior a 40 protuberâncias por cm2. A folha, de acordo com uma outra forma de realização da invenção, é caracterizada por a primeira camada compreender, por outro lado, duas segundas protuberâncias do tipo das da segunda camada.

Neste caso particular, em que as protuberâncias das duas camada são em tronco de cone de base circular, pode definir-se uma relação entre os passos de micro gofradura da camada inferior e os diâmetros dos dois tipos de protuberâncias. Esta relação garante que as primeiras protuberâncias da primeira camada não se possam intercalar entre as segundas protuberâncias da segunda camada, qualquer que seja a forma em que as camada são colocadas em correspondência.

Assim, a folha, de acordo com uma das formas de realização da invenção, é caracterizada por as protuberâncias das duas camada serem em tronco de cone de oase circular e responderem à inequação seguinte: 6 D > (Psm2 + Pst2)/Pmax-d em que D é o diâmetro no topo das primeiras protuberâncias mais pequenas da primeira camada d é o diâmetro no topo das protuberâncias da micro gofradura da segunda camada

Psm é o passo no sentido da marcha da micro gofradura da segunda camada

Pst é o passo no sentido transversal da micro gofradura da segunda camada

Pmax representa o maior dos passos entre Psm e Pst.

De acordo com uma outra forma de realização, a folha é caracterizada pelo facto de uma das primeira e segunda camadas ser uma camada de fabricação convencional (CWP) e por uma outra camada ser uma camada resultante de uma fabricação por sopro de ar transversal (TAD). A invenção refere-se também ao processo de gofradura associado que permite, nomeadamente, obter uma folha apresentando as características acima enunciadas. 0 processo de gofradura e de reunião de uma folha é caracterizadc por compreender os passos seguintes: a) gofradura de uma primeira camada num primeiro cilindro de gofradura compreendendo primeiros picotes de secção transversal circular ou oval com uma altura compreendida entre 0,4 e 2 mm; e a superfície de topo compreendida entre 0,3 e 4 mm2; b) gofradura de uma segunda camada num segundo cilindro de gofradura compreendendo picotes de altura compreendida entre 0,3 e 1 mm, de superfície no topo compreendida entre 0,03 e 1,2 mm2 e cuja repartição é tal que os referidos primeiros picotes não se podem intercalar entre os segundos picotes; c) reunião das camada com disposição dos primeiros picotes sobre cs segundos picotes tal como é definido no passo b). 7

De acordo com uma outra forma de realização, o processo de gofradura e de reunião de uma folha é caracterizado por compreender os passos seguintes: a) gofradura de uma primeira camada num primeiro cilindro de gofradura compreendendo primeiros picotes de secção transversal circular ou. oval de altura compreendida entre 0,4 e 2 mm, e de superfície no topo compreendida entre 0,3 e 4 irun2; b) gofradura de uma segunda camada num segundo cilindro de gofradura compreendendo picotes de altura compreendida entre 0,3 e 1 mm., de superfície no topo compreendida entre 0,03 e 1,2 mm2 e cuja repartição é tal que os referidos primeiros picotes não podem intercalar-se entre os segundos picotes; c) descolamento da primeira camada da superfície do cilindro e estabelecimento de contacto com a segunda camada com a aplicação de um cilindro de ligação para reunir as duas camada.

Descrevem-se a seguir formas de realização da invenção com referência aos desenhos anexos, nos quais: a figura 1 representa, de forma esquemática uma instalação de gofradura e de reunião de duas camada de enchimento de celulose, do tipo ponto a ponto, a figura 2 representa em corte uma folha com duas camada de acordo com a invenção, obtida com a ajuda da instalação da figura 1, a figura 3 representa em corte uma folha com duas camada da técnica anterior, a figura 4 representa uma outra instalação de gofradura e de reunião das duas camadas de enchimento de celulose do tipo "nested" (aninhado), a figura 5 representa em corte uma outra folha de duas camada de acordo com a invenção, obtida com a ajuda da instalação da figura 4, 8 as figuras 6a e 6b são desenhos que representam exemplos dos motivos de gofradura da primeira camada de acordo com uma forma de realização da invenção, a figura 7 é um exemplo de disposição das protuberâncias. A figura 1 representa uma primeira instalação de gofradura e de reunião ponto/ponto de duas camadas de enchimento de celulose para constituir uma folha dupla.

Compreende uma primeira unidade de gofradura com um primeiro cilindro 10 de aço cooperando com um primeiro cilindro 30 de borracha, e uma segunda unidade de gofradura com um segundo cilindro 20 de aço cooperando com um segundo cilindro 40 de borracha. 0 primeiro cilindro 10 é gravado com um motivo constituído por primeiros picotes 100 e o segundo cilindro 20 é gravado com um motivo constituído por segundos picotes 200.

Os dois cilindros 10 e 20 são paralelos um ao outro e rolam sem deslizar um sobre o outro.

Os primeiros picotes 100 têm uma altura compreendida entre 0,4 e 2 mm. A sua superfície no topo é escolhida entre 0,3 e 4 mm2, de um modo preferido, entre 0,5 e 2 mm2. A secção transversal dos picotes é, por exemplo, circular, mas também pode ser oval.

Os segundos picotes 200 têm uma altura compreendida entre 0,3 e 1 mm. A sua superfície no topo está compreendida entre 0,03 e 1,2 mm2, mas pode estar compreendida, de um modo preferido, entre 0,10 e 0,8 mm2. Na zona em que os segundos picotes 200 ficam em contacto com os primeiros picote» 100, a repartição é, pelo menos, de 30 picotes por cm2. 9

Uma primeira camada Fl é guiada após uma bobina principal (não representada) até ficar em torno do primeiro cilindro 30 de borracha. Passa entre o intervalo de gofradura existente entre os dois cilindros 10 e 30 e adquire a forma de relevo do primeiro cilindro 10 gravado sob a pressão do cilindro 30 de borracha. São assim formadas protuberâncias 100' na primeira camada. A gramagem da referida primeira camada situa-se, por exemplo, entre 20 e 23 g/m2.

Uma segunda camada F2 é guiada após uma bobina principal, não representada até ficar em torno do segundo cilindro 40 de borracha. Passa entre o intervalo de gofradura existente entre os dois cilindres 20 e 40 e adquire a forma do relevo do cilindro 20 gravado para a formação de protuberâncias 200' . A gramagem da referida segunda camada pode ficar compreendida entre 18 e 21 g/m2.

As duas camada reúnem-se no intervalo existente entre os cilindros 10 e 20. Se colocarmos cola nos topos das protuberâncias 100' formadas na primeira folha, associamos as duas camada pondo-as em contacto no intervalo 10-20. Podemos também assegurar a coesão das duas camada por meio de uma instalação de gravação a jusante do intervalo 10-20.

De acordo com a invenção, define-se, por outro lado, o motivo do segundo cilindro 20 de gofradura, de tal forma que as protuberâncias 100' da camada Fl sejam sempre suportadas por, pelo menos, uma protuberância 200' da segunda camada F2 (figura 2).

Se não for o caso, e como representado na figura 3 que ilustra a técnica anterior, a protuberância 100' ficaria em contacto directo com a segunda camada entre duas protuberâncias 200', Seguir-se-ia o aparecimento de uma bossa na superfície oposta criando ao toque um efeito reverso. 10 A figura 4 mostra, de uma forma muito esquemática, uma instalação de grofadura no modo dito "nest". Uma primeira unidade de gofradura compreende um cilindro 10N gravado e um cilindro 30N de borracha, como anteriormente. A instalação compreende também uma segunda unidade de gofradura com um cilindro 20N gravado e um cilindro 40N de borracha. As duas unidades são cciocadas de tal maneira que os cilindros 10N e 20N de aço ficam separados um do outro. Um cilindro M de ligação coopera com o cilindro 10N para ligar as camada. Uma primeira camada F1 é gofrada entre os cilindros 30N e 10N. Uma segunda camada F2 é gofrada entre os cilindros 20N e 4 0N. A camada F2 separa-se do cilindro 20N e vem aplicar-se contra o cilindre M. 0 cilindro de ligação apoia-se na camada F2. Na medida em que se aplica uma película de cola nos topos das protuberâncias 100'N, as duas camada ficam ligadas uma à outra quando se considera a camada a jusante do cilindro de ligação.

De acordo com a invenção, ilustrada pela figura 5, o motivo das protuberâncias 200'N assegura que o topo das protuberâncias 100'N não fiquem em contacto directo com o fundo da camada F2 entre as duas protuberâncias 200'N. Assim, as protuberâncias 200'N em contacto com as protuberâncias 100'N são parcialmente esmagadas, mas evitam a formação de uma bossa na segunda camada. Sem esta disposição, o efeito reverso seria fortemente marcado, uma vez que o cilindro de ligação se apoia nos topos das protuberâncias 100'N que neste momento são suportadas pelo picote 100N de gofradura.

De acordo com uma forma de realização da figura 6a, a primeira camada compreende protuberâncias 100' suportadas por, pelo menos, uma protuberância 200' da segunda camada, e de dimensão menor. 11

De acordo com uma outra forma de realização do produto, a primeira camada, ilustrada pela figura 6b, compreende, além disso, primeiras protuberâncias, outras protuberâncias do tipo das da segunda camada, isto é, de menor dimensão.

Num ou no outro processo, pode também substituir-se a colagem das camadas Dela gravação, que é uma técnica conhecida dos especialistas.

Aliás, no caso dos picotes com base circular, pode-se assegurar com a ajuda da inequação atrás referida que as protuberâncias maiores da primeira camada não possam intercalar-se entre as proruberâncias da micro gofradura da segunda camada. Para um tipo de micro gofradura, constituído por protuberâncias de 0,4 mm de diâmetro d repartidas segundo uma densidade de cerca de 80 picotes/cm2, o passo no sentido da marcha Psm deste motivo é da ordem de 1,4 mm e o passo no sentido transversal Pst é da ordem de 1,75 mm. Verifica-se que o diâmetro D das protuberâncias da primeira camada deve ser superior a 1,05 mm. Representa-se na figura 7 um exemplo de repartição destas protuberâncias. Ficam dispostas segundo filas paralelas entre si e em xadrez.

Procedeu-se a um ensaio comparativo.

Utilizou-se o mesmo tecido de papel na mesma máquina e nas mesmas condições operacionais. Foram fabricadas duas séries de rolos de papel higiénico: um de acordo com a técnica anterior e o outro de acordo com a invenção.

No primeiro produto, a segunda camada, que se encontra no interior quando a folha está enrolada, é lisa. A primeira camada, no exterior, é gofrada com um motivo de gofradura constituído por flores, por grossas protuberâncias em tronco de cone com secção circular, cujo diâmetro é da ordem de 1,2 mm, e pequenas protuberâncias, cujo diâmetro é da ordem de 0,4 mm, e que estão repartidas 12 com uma densidade de motivo de 80 picotes por cm2. Este motivo está representado na figura 6b. As duas camadas são coladas pelos picotes grandes e pelas flores.

No segundo produto, a camada interior é gofrada com um motivo constituído unicamente por pequenas protuberâncias, de diâmetro de 0,4 mm e de densidade de 80 picotes/cm2. Ά camada exterior é gofrada com um motivo idêntico ao anterior, salvo o facto de se terem retirado as protuberâncias pequenas. Este motivo está representado na figura 6a. 0 produto é, de um modo preferido, colado ao nível das protuberâncias grandes e das flores.

Verífica-se que os produtos obtidos com os dois processos têm características similares, salvo o nível de suavidade que é superior no segundo produto. Esta diferença de suavidade explíca-se pelo efeito reverso atenuado na solução da invenção ao nível das protuberâncias grandes. O método utilizado permite testar e comparar a suavidade de produtos correntes, de produtos novos e de produtos concorrentes relativamente a um testemunho.

No caso em que se trata de rolos de papel higiénico, estes são colocados numa caixa "negra" munida de bobinas para enrolar (5 possibilidades + um testemunho). O testemunho está à esquerda.

Retiram-se cerca de 30 folhas por rolo antes de a colocar no distribuidor (referência compreendida).

Teste

Cada testador compara as amostras umas após as outras, relativamente ao testemunho, e indica, para cada um, um nível de suavidade. 13

Um controlador anota numa folha resumo a classificação de cada amostra, sendo o testador referenciado por uma 1 θ l r a. A folha resumo inclui 7 categorias de apreciação.

Um coeficiente que varia de +3 a -3 é afectado a cada categoria: - Sem diferença quando a suavidade é semelhante - Provavelmente mais suave quando após uma pequena hesitação é perceptível uma diferença positiva relativamente ao testemunho “ Mais suave quando esta diferença é sem hesitação - Verdadeiramente mais suave quando a suavidade se demarca de forma evidente. A mesma apreciação é feita no sentido oposto relativamente aos produtos menos suaves.

Após a passagem no testador, as duas primeiras folhas de cada rolo são eliminadas.

Resultados: É obtida uma nota por cada categoria de apreciação de suavidade multiplicando o número de testadores pelo coeficiente. 0 resultado obtém-se dividindo o total das notas pelo número de testadores.

Testadores: É necessário seleccionar um mínimo de 10 pessoas com uma boa acuidade sensorial.

Assim, com um dos nossos produtos clássicos, a suavidade foi avaliada em 1,2, enquanto que com o novo produto objecto da presente invenção, esta suavidade é de 1,4, o que representa uma melhoria significativa.

Lisboa, 11 de Maio de 2007

Claims

REIVINDICAÇÕES 1. Folha que compreende, pelo menos, uma primeira e uma segunda camadas de enchimento de celulose de gramagem compreendida entre 10 e 40 g/m2, gofradas e reunidas de tai maneira que as protuberâncias (100', 200'; 100'N, 200'N) que definem os motivos de gofradura ficam dispostas para o interior da folha e estabelecem entre si cavidades, caracterizada por a primeira camada (Fl) compreender primeiras protuberâncias (100'; 100'N) em tronco de cone de secção transversal circular ou oval, cuja superfície no topo está compreendida entre 0,3 e 4 mm2, a segunda camada (F2) compreender segundas protuberâncias (200'; 200'N) colocadas em frente das primeiras protuberâncias (100'; 100'N) de maneira que as referidas primeiras protuberâncias não se possam intercalar entre as segundas protuberâncias (200'; 200'N).
2. Folha de acordo com a reivindicação anterior, caracterizada por a primeira camada (Fl) ficar em contacto directo com a segunda camada (F2).
3. Folha de acordo com uma das reivindicações anteriores, caracterizada por a superfície no topo das primeiras protuberâncias (100'; 100'N) estar compreendida entre 0,5 e 2 mm2.
4. Folha de acordo com uma das reivindicações anteriores, caracterizada por a superfície no topo das segundas protuberâncias (200'; 200'N) estar compreendida entre 0,03 e 1,2 mm2.
5. Folha de acordo com a reivindicação anterior, caracterizada per a superfície no topo das 1 .i. segundas protuberâncias (200'; 200'N) estar compreendida entre 0,10 e 0,8 mm2.
6. Folha de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterízada por as segundas protuberâncias (200'; 200'N) apresentarem uma densidade superior a 30 protuberâncias por cm2, de um modo preferido, superior a 40.
7. Folha de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterízada por a primeira camada compreender também segundas protuberâncias do tipo das da segunda camada F2.
8. Folha de acordo com a reivindicação 6, caracterízada por as protuberâncias das duas camadas serem em tronco de cone com base circular e corresponderem à inequação seguinte: D > (Psm2 + Pst2)/Pmax-d em que D é o diâmetro no topo das primeiras protuberâncias mais pequenas da primeira camada ÍF1) , d é o diâmetro no topo das protuberâncias da micro gofradura da segunda camada (F2), Psm é o passo no sentido da marcha da micro gofradura da segunda camada (F2), Pst é o passo no sentido transversal da micro gofradura da segunda camada (F2), Pmax representa o maior dos passos entre Psm e Pst.
9. Folha de acordo com uma das reivindicações anteriores, caracterízada por uma das primeira e segunda camadas ser uma camada de fabricação convencional (CWP) e por uma outra camada ser uma 2 camada proveniente de uma fabricação por sopro de ar transversal (TAD). f-i 0. Processo de gofradura e de reunião de uma folha de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 9, que tenha, pelo menos, uma primeira e uma segunda camadas de enchimento de celulose, caracterízado por compreender os passos seguintes: a) gofradura de uma primeira camada (Fl) num primeiro cilindro (10) de gofradura, compreendendo primeiros picotes (100) de secção transversal circular ou oval, de altura compreendida entre 0,4 e 2 mm, e de superfície no topo compreendida entre 0,3 e 4 mm2; b) gofradura de uma segunda camada (F2) num segundo cilindro (20) de gofradura, compreendendo picotes (200) de altura compreendida entre 0,3 e 1 mm, de superfície no topo compreendida entre 0,03 e 1,2 mm2 e cuja repartição é tal que os referidos primeiros picotes (100) não se podem intercalar entre os segundos picotes, c) reunião das camadas (Fl e F2) com disposição dos primeiros picotes (100) sobre os segundos picotes (200) tal como definidos no passo b).
11. Processo de gofradura e de reunião de uma folha com, pelo menos, uma primeira e uma segunda camadas de enchimento de celulose de acordo com uma das reivindicações 1 a 9, caracterizado por compreender os passos seguintes: a) gofradura de uma primeira camada (Fl) num primeiro cilindro Í10N) de gofradura compreendendo primeiros picotes (100N) de secção transversal circular ou oval, de altura compreendida entre 0,4 e 2 mm e de superfície no topo compreendida entre 0,3 e 4 mir«2, b) gofradura de uma segunda camada (F2) num segundo cilindro (20N) de gofradura compreendendo picotes (2 0 0N) de altura compreendida entre 0,3 e 1 mm, de superfície no topo compreendida entre 0,03 e 1,2 mm2 e cuja repartição é tal que os referidos primeiros picotes não se podem intercalar entre os segundos picotes, c) descolamento da primeira camada da superfície do cilindro e colocação em contacto com a segunda camada com aplicação de um cilindro (M) de ligação para reunir as duas camadas (Fl e F2).
12. Processo de acordo com uma das reivindicações 10 ou 11, caracterizado por se reunirem as duas camadas (Fl e F2) uma à outra por aplicação de cola nos topos das primeiras protuberâncias.
13. Processo de acordo com uma das reivindicações 10 ou 11, caracterizado por se reunirem as duas camadas (Fl e F2) por gravação. Lisboa, 11 de Maio de 2007 4