BRPI0715483A2

BRPI0715483A2 - Dispensador para preparar uma composição nutricional

Info

Publication number: BRPI0715483A2
Application number: BRPI0715483-6A2A
Authority: BR
Inventors: Anne Roulin; Yann Epars; Vincent Martin; Matthew David Steven
Original assignee: Nestec Sa
Priority date: 2006-07-25
Filing date: 2007-07-25
Publication date: 2014-05-06
Also published as: WO2008012314A1; CA2658776A1; PL2046398T3; TW200816939A; RU2009106467A; EP2046398A1; US20100021604A1; HK1133603A1; CL2007002183A1; MX2009000961A; RU2440145C2; ES2367716T3; CN101516409A; US8696899B2; TWI417057B; AU2007278255A1; AU2007278255B2; BRPI0715483B1; ATE512675T1; PT2046398E

Description

Relatório Descritivo da Patente de Invenção para "DISPENSADOR PARA PREPARAR UMA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL".

A presente invenção se refere a um dispensador para preparar uma composição nutricional pronta para ser consumida, tal como uma fór- mula para bebê.

TÉCNICA ANTECEDENTE

O leite materno é recomendado para todos os bebês. Entretanto, em alguns casos, a amamentação é inadequada ou mal sucedida ou desa- conselhável por razões médicas ou pelo fato de a mãe escolher não ama- mentar. Fórmulas para bebê foram desenvolvidas para essas situações.

De maneira geral, as fórmulas para bebê encontram-se disponí- veis na forma de pó, na forma de líquido concentrado, ou na forma de líquido pronto para alimentar. Fórmulas para bebê na forma de pó são as mais po- pulares, principalmente devido a seu custo e à sua qualidade nutricional. A 15 desvantagem chave com as fórmulas para bebê na forma de pó é a incon- veniência da preparação. A fórmula em pó tem que ser colocada às colhera- das em um recipiente de beber esterilizado, tal como uma mamadeira, a á- gua que foi fervida e resfriada é despejada no recipiente de beber para re- constituir a fórmula, e o recipiente de beber é então vedado e sacudido para 20 assegurar que o pó tenha sido dissolvido. Pode ser notado que as composi- ções nutricionais à base de leite, tal com uma fórmula para bebê, proporcio- nam excelentes substratos para o crescimento de bactérias. Por isso, para impedir qualquer crescimento de bactérias, a fórmula deve ser consumida imediatamente após a reconstituição.

Se preparadas e consumidas desta maneira, as fórmulas para

bebê na forma de pó apresentam um substituto seguro e nutricionalmente bom para o leite materno nas situações descritas acima. Entretanto, o pro- cesso precisa ser repetido toda vez que uma alimentação se fizer necessá- ria. Pode ser prontamente visto que isto nem sempre pode ser conveniente 30 e, como conseqüência, muitos pais e outras pessoas responsáveis pelo cui- dado de outrem não preparam as fórmulas adequadamente, expondo, por- tanto, o bebê ao risco de infecção. Por exemplo, a água pode não ser fervida antes do uso, em cujo caso alguns patógenos na água são alimentados no bebê. Geralmente, as fontes de água em países desenvolvidos são razoa- velmente seguras, mas isto pode não acontecer em todos os lugares. Alter- nativamente, lotes da fórmula para bebê podem ser preparados e depois 5 armazenados até que sejam necessários. Infelizmente, se qualquer patóge- no tiver contaminado a fórmula, ele terá então tempo de se reproduzir.

Fórmulas para bebê na forma de líquido concentrado sofrem substancialmente das mesmas desvantagens que as fórmulas para bebê na forma de pó. Consequentemente, elas não provêem uma solução melhor. 10 Fórmulas para bebê na forma pronta para alimentar devem, na teoria, prover uma solução para a inconveniência da preparação. Contudo, elas apresen- tam suas próprias desvantagens: em particular, elas têm um custo muito mais alto e são muito mais volumosas. Além disso, muitas vezes é necessá- rio provê-las em um tamanho que permita múltiplas alimentações. Entretan- 15 to, uma vez abertas para a primeira alimentação, persiste o risco de conta- minação.

Questões similares surgem com outras composições nutricionais para crianças, tais como leites para aqueles em fase de crescimento e cere- ais para bebê, e composições nutricionais para adultos, tais como alimenta- ções usadas em ambientes de assistência médica.

Em vista destes problemas e com a intenção de prover composi- ções nutricionais líquidas, tal como uma fórmula para bebê, em uma maneira conveniente e segura, vários dispositivos para a preparação de porções indi- viduais de tais composições já foram propostos. Por exemplo, WO 25 2004/107940 propõe um dispositivo apresentando uma primeira câmara de água na qual a água a ser usada na reconstituição da composição é fervida, depois transferida para uma segunda câmara na qual ela é mantida até que seja exigida, em cujo ponto ela é reaquecida na temperatura desejada de administração e dispensada em uma mamadeira, onde ela é misturada com 30 uma fórmula para bebê na forma de pó para preparar uma única alimentação na maneira convencional. Alternativamente, a fórmula para bebê na forma de pó e a água reaquecida podem ser misturadas juntas antes de serem dispensadas na mamadeira. WO 03/084377 propõe um dispositivo que com- preende uma unidade de esterilização, um recipiente e um dispensador para a fórmula para bebê na forma de pó, um reservatório de água e uma bomba de água, todos ligados a um controlador, tal como um microprocessador.

5 Este dispositivo esterilizaria mamadeiras, dispensaria a quantidade desejada de fórmula para bebê na mamadeira esterilizada, pré-ferveria a água e de- pois a manteria em uma temperatura adequada, e finalmente dispensaria a quantidade desejada de água na temperatura desejada na mamadeira para reconstituir a fórmula para bebê.

Estes dispositivos conhecidos são principalmente dirigidos para

a provisão de porções únicas de fórmula para bebê em uma maneira conve- niente. Entretanto, as defesas imunes dos bebês e crianças, em geral, não estão totalmente desenvolvidas e, como resultado, ficam particularmente vulneráveis tanto a infecções bacterianas como a infecções virais. Por e- 15 xemplo, eles podem ser propensas a infecções em circunstâncias onde o sistema imune de um adulto saudável resistiria à infecção, ou eles podem sofrer de conseqüências mais sérias como resultado da infecção do que no caso de um adulto saudável.

Dificuldades similares podem surgir em populações onde o sis- tema imune fica comprometido, tal como os idosos. A conseqüência disto é a de que os dispositivos de dispensa que produzem produtos que são perfei- tamente seguros para adultos saudáveis podem não poder produzir produtos que atendam aos padrões de maior segurança exigidos para produtos a se- rem consumidos por pessoas apresentando sistemas imunes imaturos ou comprometidos. O equipamento de dispensa pode prover um modo mais conveniente de preparar porções únicas de composições nutricionais, tal como uma fórmula de bebê, mas seu uso traz novos problemas que não são encontrados com o uso de métodos tradicionais. Isto não é simplesmente uma questão de esterilização da água que será usada para reconstituir a composição; deve ser dispensada atenção a tais questões como as possibi- lidades da bioadesão e a formação de biofilmes dentro do próprio equipa- mento e as conseqüências de bactérias ou biofilmes aderentes que se des- prendem e contaminam a água previamente esterilizada.

Foi observado que tais biofilmes poderão ser formados dentro do equipamento de dispensa, mesmo que a água dispensada do mesmo tenha sido previamente fervida. É considerado que isto pode ocorrer porque é mui- to difícil assegurar que tal água previamente fervida permaneça estéril, visto que isto acarretaria uma completa separação da atmosfera. Uma vez que a água é novamente contaminada pelas bactérias, contudo, em um baixo ní- vel, é possível que, com o tempo, a bioadesão venha a ocorrer e os biofil- mes venham a se desenvolver e ser aderidos às superfícies com as quais a água está em contato, particularmente nos cantos e nas fendas. Desse mo- do, embora o teor microbial da própria água possa ser perfeitamente satisfa- tório para a preparação da fórmula para bebê, a recontaminação da água com bactérias provenientes da atmosfera permite, contudo, que biofilmes cresçam dentro das peças do equipamento de dispensa das quais os filmes podem se desprender e contaminar a água dispensada do equipamento em um estágio posterior.

Uma vez que um biofilme tenha sido formado, também é impos- sível removê-lo por completo. Pode ser possível matar a maior parte das bactérias no filme, mas o filme em si é difícil de ser desalojado e pode servir então como um substrato e nutriente para quaisquer bactérias vivas restan- tes ou recentemente chegadas para recolonizar a superfície em questão.

A fim de que a escala deste desafio possa ser entendida, pode ser notado que a contagem microbial máxima recomendada pela legislação Suíça para produtos dispensados de máquinas de vender é de 100000 uni- dades de formação de colônia (cfu) por ml, ao passo que a contagem reco- mendada máxima para fórmula para bebê é de cerca de 100 cfu/ml.

Por isso, embora fique claro que o uso de equipamento de dis- pensa possa grandemente facilitar a facilidade de preparação de composi- ções nutricionais, tais como fórmulas para bebê, tal uso traz consigo novas 30 questões de segurança. Há, portanto, claramente a necessidade de prover dispensadores para tais produtos com características de segurança aperfei- çoadas. SUMÁRIO PA INVENÇÃO

Conseqüentemente, a presente invenção apresenta um dispen- sador para uma composição nutricional que compreende um reservatório de água, um meio de aquecimento de água, um meio de descarga de água, um 5 filtro de bactérias entre o meio de aquecimento de água e o meio de descar- ga de água, de tal modo que, em uso, a água aquecida passe através do filtro antes da descarga do dispensador, e um meio para aquecer superfícies do dispensador que, em uso, ficarão em contato com a água filtrada.

A invenção se estende a um método de dispensa de fórmula pa- 10 ra bebê que compreende o aquecimento da água a uma temperatura de en- tre 25 e 45°C, a passagem da água aquecida através de um filtro de bacté- rias, a mistura da água filtrada com a fórmula para bebê na forma de um pó ou um líquido concentrado, e a dispensa da fórmula líquida para bebê. BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS 15 A figura 1 mostra esquematicamente uma concretização de um

dispensador, de acordo com a invenção.

A figura 2 mostra uma seção transversal através do meio de descarga de água da concretização da figura 1.

A figura 3 mostra esquematicamente outra concretização de um dispensador, de acordo com a invenção.

A figura 4 mostra em perspectiva uma concretização do meio de descarga de água para uso em um dispensador, de acordo com a invenção.

A figura 5 compara a contagem microbial na fórmula para bebê dispensada de um dispensador, de acordo com a invenção, com aquela ob- tida de dispensadores convencionais.

DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO

Nesta especificação, os seguintes termos apresentam os seguin- tes significados:

"bioadesão" indica bactérias que aderem em uma superfície i-

nerte;

"biofilme" indica uma comunidade estruturada de células bacte- rianas encerradas em uma matriz e aderente a uma superfície inerte, sendo um caso especializado de bioadesão (de acordo com "Bacterial Biofilms: A Common Cause of Persistent lnfections", de Costerton e outros, Science, Vol. 284, páginas 1318-1322);

"filtro bacterial" indica um filtro que é capaz de fisicamente obs- 5 truir a passagem de bactérias na água que flui através do mesmo.

A presente invenção é principalmente dirigida a minimizar qual- quer risco apresentado pela bioadesão e/ou a formação de biofilmes dentro de equipamento de dispensa a ser usado na preparação de fórmula para bebê ou outras composições nutricionais destinadas ao consumo por pesso- as com um sistema imune imaturo ou comprometido.

Este objetivo é alcançado pelo fato de serem incluídos dentro do equipamento de dispensa um filtro de bactéria e um meio para aquecer su- perfícies do dispensador que ficarão em contato com água filtrada. O filtro atua como uma barreira física para impedir a passagem de qualquer bactéria 15 presente na água, seja naturalmente (isto é, presente no suprimento de água canalizada ou água mineral) ou como resultado do desprendimento de um biofilme ou outra colônia de bactérias aderentes dentro do sistema de fluido (o reservatório de água ou os tubos, por exemplo).

O risco de contaminação por biofilmes é adicionalmente reduzi- do pela provisão em separado de um meio de aquecimento para reduzir a adesão e a proliferação de bactérias e a formação de biofilmes em regiões do meio de descarga de água a jusante do filtro. Por exemplo, superfícies do dispensador com as quais a água filtrada ficará em contato poderão ser pro- vidas com um meio de aquecimento operável para diretamente aquecer as superfícies tão freqüentemente quanto necessário para impedir a bioadesão e/ou a formação de biofilmes nestas superfícies. Alternativa ou adicional- mente, um meio pode ser provido para regularmente limpar o filtro de bacté- rias e o meio de descarga de água para impedir a adesão e a proliferação de bactérias e a formação de biofilmes nesta área pela aplicação de calor a es- tas superfícies. Por exemplo, um gerador de vapor pode ser provido de tal modo que o interior do meio de descarga de água e preferivelmente o filtro de bactérias também possam ser limpos pela passagem de vapor. Será visto que o uso de um dispensador, de acordo com a in- venção, remove a necessidade de a água ser fervida antes do uso, já que o filtro sozinho irá purificar a água no padrão exigido. Isto, por sua vez, permite que o desenho do dispensador seja simplificado, caso desejado.

5 O filtro de bactérias pode ter um tamanho de poro nominal de

0,45 microns ou menos. Um tamanho de poro nominal particularmente prefe- rido está entre 0,1 e 0,2 microns. O filtro de bactérias pode ser um filtro de membrana chato convencional ou um filtro formado, tal como um cilindro de cerâmica oco, onde a camada de filtração é revestida ou sobre a superfície 10 interna ou sobre a superfície externa do cilindro e a água permeia de dentro do cilindro para fora ou de fora do filtro para dentro, conseqüentemente. Um exemplo de um material adequado são tubos de filtro de cerâmica (de um só canal ou de múltiplos canais) vendidos pela Atech Innovations GmbH and ItN Nanovation AG. Alternativamente, o filtro pode ser composto de fibras que 15 em si apresentam uma estrutura que atua como um filtro de bactérias. Um exemplo de um material adequado são as fibras ocas fabricadas pela Gam- bro Dialysatoren GmbH para o Hemofiltro 2X.

Preferivelmente, o filtro de bactérias é localizado próximo ao meio de descarga de água.

Conforme notado acima, o meio de aquecimento é provido para

reduzir a adesão e a proliferação de bactérias e a formação de biofilmes em regiões do meio de descarga de água a jusante do filtro de bactérias. Prefe- rivelmente, tal meio de aquecimento é provido por um gerador de vapor dis- posto para dispensar vapor pelo menos naquelas superfícies internas a ju- 25 sante do filtro de bactérias que ficarão em contato com a água filtrada, quando o dispensador estiver em uso. Mais preferivelmente, o vapor tam- bém é dispensado no próprio filtro de bactérias. As superfícies internas a jusante do filtro de água podem ser formadas de um material que impeça a adesão e/ou a proliferação de bactérias, tal como Teflon®, um material bac- 30 teriostático ou aço inoxidável.

Um ciclo completo de operação do dispensador pode compreen- der as seguintes etapas: 1. O vapor é suprido do gerador de vapor para o meio de des- carga de água por um período de 20 segundos para higienizar as superfícies internas do meio de descarga de água a jusante do filtro de bactérias;

2. Depois, a quantidade desejada de água passa do reservatório de água para o meio de aquecimento de água, onde ela é aquecida na tem- peratura de descarga desejada (preferivelmente entre 25 e 45°c);

3. A água aquecida passa através do filtro de bactérias para o meio de descarga de água higienizado e é dispensada, na medida do ne- cessário.

Neste caso, dois meios de aquecimento podem ser necessários,

um para gerar vapor e o outro para aquecer a água a ser dispensada.

Alternativamente, a limpeza a vapor poderia ser executada no final do ciclo de operação, em cujo caso a seqüência seria a seguinte:

1. A quantidade desejada de água passa do reservatório de á- gua para o meio de aquecimento de água, onde ela é aquecida na tempera- tura de descarga desejada (preferivelmente entre 25 e 45°C);

2. A água aquecida passa através do filtro de bactérias para o meio de descarga de água e é dispensada, na medida do necessário;

3. O vapor é suprido do gerador de vapor para o meio de des- carga de água por um período de 20 segundos para higienizar as superfícies

internas do meio de descarga de água a jusante do filtro de bactérias.

Neste caso, o mesmo meio de aquecimento poderia ser usado para aquecer a água a ser dispensada e para gerar o vapor. Preferivelmen- te, contudo, são providos dois meios de aquecimento, conforme mostrado acima.

Um dispensador, de acordo com a invenção, pode também ser equipado com outras características para que o processo de preparação de porções individuais de composições nutricionais seja ainda mais convenien- te. Por exemplo, o dispensador pode incluir um esterilizador para mamadei- 30 ras ou recipientes semelhantes e/ou uma bomba de água, se for desejado que o dispensador seja operado sob pressão.

Um dispensador, de acordo com a invenção, é particularmente adequado para uso com doses unitárias individualmente embaladas da composição nutricional a ser preparada. Tal conceito é descrito em maiores detalhes no Pedido de Patente copendente publicado com o Número de Pu- blicação Internacional WO 2006/077259, os conteúdos do qual são aqui in- 5 corporados para referência. Em resumo, o meio de descarga de água é a- daptado para receber uma cápsula descartável vedada contendo uma dose unitária da composição na forma concentrada. A cápsula apresenta uma sa- ída que se abre em resposta à pressão da água dentro da cápsula, de modo que, quando o dispensador for operado para introduzir água na cápsula e a 10 pressão necessária for obtida dentro da cápsula, ele será aberto para permi- tir que a composição nutricional flua diretamente da saída da cápsula para um recipiente de beber sem entrar em contato com o dispensador.

A composição nutricional está preferivelmente presente na cáp- sula na forma de pó, mas pode alternativamente se apresentar na forma de um líquido concentrado.

O dispensador pode ser adicionalmente provido com um meio para varrer a cápsula com um gás após a introdução da água para esvaziar a cápsula do líquido e para impedir que qualquer fluxo retorne da composi- ção nutricional para o dispensador. Um gás adequado é ar em uma pressão entre 200 mbar e 2 bar, por exemplo, de 300 mbar.

A cápsula pode ser configurada para adequar o dispensador provido sempre que essa configuração for aquela de permitir a abertura da cápsula de modo a permitir que o líquido seja diretamente drenado da cáp- sula para o recipiente de recepção e que o meio para abrir a cápsula para 25 permitir que o líquido seja drenado da mesma seja localizado dentro da pró- pria cápsula e seja operável em resposta às condições geradas na cápsula com a introdução de água na cápsula. Várias configurações de cápsula ade- quadas deste tipo são descritas no Pedido de Patente copendente publicado com o Número de Publicação Internacional WO 03/059778, os conteúdos do 30 qual são aqui incorporados para referência.

Conforme será apreciado por aqueles versados na técnica, o dispensador irá também incluir um meio de controle e circuitos apropriados para permitir que o mesmo seja operado, conforme desejado.

Por exemplo, no caso de preparação de fórmula para bebê, a dispensa da água será preferivelmente disposta de tal modo que a tempera- tura do produto final no recipiente de recepção seja uma temperatura ade- 5 quada para que o bebê a consuma imediatamente, por exemplo, de entre 25 e 45°C. Isto pode ser conseguido com a simples programação do meio de aquecimento de água para aquecer a água na temperatura desejada, con- forme selecionado pelo consumidor. Alternativamente, de 30 a 50% da água podem ser descarregados em uma temperatura de entre 70 e 80°C, poden- 10 do então a quantidade restante na ou em torno da temperatura ambiente ou a água na temperatura ambiente ser descarregada primeiro, seguida pela água quente. Em ambos os casos, a mistura de água quente com água na temperatura ambiente irá assegurar que a fórmula para bebê pronta para ser consumida está em uma temperatura adequada para o consumo imediato.

Para outros produtos nutricionais destinados, por exemplo, para

adultos com um sistema imune comprometido e/ou pessoas idosas, poderia ser selecionada uma temperatura mais alta.

Similarmente, o meio de controle preferivelmente inclui um meio para regular a quantidade de água a ser descarregada. Este pode ser ma- 20 nualmente selecionado pelo operador. Alternativamente, se cápsulas de do- se unitária forem usadas, as cápsulas poderão ser providas com um código de barra que é lido por um sensor provido no dispensador e adaptado para passar um sinal para o meio de controle para disparar o aquecimento e a descarga da quantidade correta de água.

A invenção será agora adicionalmente ilustrada com referência

aos desenhos.

A figura 1 mostra esquematicamente uma concretização de um dispensador, de acordo com a invenção. O dispensador consiste de um re- servatório de água 1 provido com uma bomba de água 2 para passar a água 30 para o aquecedor 3 que compreende um tubo espiralado de aço inoxidável em um termobloco de alumínio fundido em matriz (não mostrado). É suprida energia suficiente ao termobloco para aquecer a água na temperatura dese- jada, na medida em que ela passa através do tubo. A partir do aquecedor 3, a água é suprida a uma cabeça de descarga 4 provida com um filtro de bac- térias 5 compreendendo duas membranas de polietersulfona (PES) hidrofíli- cas superpostas, a camada superior apresentando um tamanho de poro de 5 0,8 microns e a camada inferior apresentando um tamanho de poro de 0,2 microns (filtro EKV com tamanho de poro nominal de 0,2 microns fornecido pela Pall Corporation). É provido um meio (não mostrado) para aquecer as superfícies internas da cabeça de descarga 4 a jusante do filtro 5. Uma bomba de ar 6 também é conectada à cabeça de descarga 4. Em operação, 10 o meio de aquecimento é primeiramente operado para aquecer as superfí- cies internas da cabeça de descarga a jusante do filtro para higienizá-las. Depois, a quantidade desejada de água é bombeada em uma pressão de cerca de 0,2 bar do reservatório 1 para o aquecedor 3, onde ela é aquecida em uma temperatura entre 25 e 40°C. A água aquecida é passada através 15 do filtro de bactérias 5 para a cabeça de descarga 4 em uma pressão de en- tre 2 e 7 bar e dispensada daí para uma cápsula 7 que contém uma dose unitária de uma composição nutricional, tal como uma fórmula para bebê. Quando a pressão na cápsula 7 alcançar um valor predeterminado, a cápsu- la se abrirá e a fórmula para bebê reconstituída será dispensada diretamente 20 da cápsula em um receptáculo adequado, tal como uma mamadeira (não mostrada). Uma bomba de ar 6 é então operada para varrer qualquer líquido restante da cápsula para o receptáculo.

A figura 2 mostra uma seção transversal através de uma concre- tização da cabeça de descarga 4 na qual o filtro 5 é incorporado na cabeça 25 de descarga. A água aquecida é suprida do aquecedor 3 e entra no topo da cabeça de descarga através da entrada 41. A água aquecida passa então através do filtro 5 e para a câmara 42 antes de passar para a cápsula 7. Po- de ser visto que a câmara 42 também é conectada à bomba de ar 6 (não mostrada na figura 2) através da entrada 43.

A figura 3 mostra esquematicamente outra concretização de um

dispensador, de acordo com a invenção. Conforme pode ser visto a partir da figura 3, esta é similar à concretização da figura 1, mas é provida com um gerador de vapor 8 conectado à cabeça de descarga 4 no lugar do meio de aquecimento. Em operação, o interior da cabeça de descarga, o filtro e, em particular, a câmara 42 (figura 2) podem ser esterilizados tão frequentemen- te quanto desejado com a passagem do vapor do gerador de vapor através 5 da cabeça de descarga.

A figura 4 mostra uma concretização alternativa da cabeça de descarga 4 da concretização da figura 3. Conforme pode ser visto a partir desta figura, além da entrada de água 43 e de uma entrada de vapor 44, a cabeça de descarga é provida com elementos de aquecimento elétrico 45, 10 por meio dos quais a cabeça de descarga pode ser aquecida durante a ope- ração do dispensador para adicionalmente impedir a adesão e a proliferação de bactérias na câmara 42.

Finalmente, a figura 5 compara a contaminação bacteriana na fórmula para bebê descarregada de um dispensador, de acordo com a in- 15 venção (figura 5a), com a contaminação bacteriana na fórmula para bebê descarregada de um dispensador similar sem um filtro de bactérias (figura 5b) e com a contaminação bacteriana na fórmula para bebê descarregada de um dispensador, tal como aquele descrito em WO 03/084377, no qual a água é pré-fervida e o dispensador é limpo com 45 ml de água fervida a ca- 20 da dois dias (figura 5c). Em cada caso, o período de teste foi de duas sema- nas.

As máquinas foram operadas como se elas estivessem em uma família com um bebê, isto é, seis porções por dia foram preparadas usando cada dispensador com as porções sendo preparadas em intervalos espaça- 25 dos. Em cada caso, a amostra analisada foi a primeira porção a ser descar- regada pelo dispensador no dia em questão, visto que esta é provavelmente a pior amostra pelo fato de a água ter ficado estagnada na máquina durante a noite. O teor mesofílico aeróbico (AMC) total foi então determinado para cada amostra, e os resultados são mostrados na figura 5a para um dispen- 30 sador, de acordo com a invenção,na figura 5b para o dispensador conven- cional, e na figura 5c para o dispensador da técnica anterior. O AMC foi de- terminado com a incubação de cada amostra na temperatura ambiente e exposto ao ar até que as colônias de bactérias estivessem grandes o sufici- ente para serem medidas. A partir da figura 5a, pode ser visto que o AMC das amostras descarregadas de um dispensador, de acordo com a invenção, estava abaixo de 10 cfu/ml em todos os casos. A partir de uma comparação da figura 5a com as figuras 5b e 5c, pode ser visto que o AMC das amostras descarregadas dos dispensadores convencionais excedeu 103 cfu/ml, isto é, foi de pelo menos 2 ordens de magnitude mais alto. A partir da figura 5c, em particular, parece, contrariamente ao que poderia ser esperado, que mesmo a limpeza com jato de água fervente, conforme descrito acima, não pode impedir a colonização dos tubos e de outras superfícies internas pelas bacté- rias e a subseqüente contaminação da água anteriormente fervida usada para preparar a fórmula para bebê.

Claims

1. Dispensador para uma composição nutricional que compreen- de um reservatório de água, um meio de aquecimento de água, um meio de descarga de água, um filtro de bactérias entre o meio de aquecimento de água e o meio de descarga de água, de tal modo que, em uso, a água aque- cida passe através do filtro antes da descarga do dispensador, e um meio para aquecer as superfícies do dispensador que, em uso, ficarão em contato com a água filtrada.

2. Dispensador, de acordo com a reivindicação 1, no qual o filtro é um filtro de membrana chato.

3. Dispensador, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, no qual o filtro é localizado imediatamente a montante do meio de descarga de água.

4. Dispensador, de acordo com qualquer reivindicação anterior, no qual o filtro de bactérias apresenta um tamanho de poro nominal de 0,45 micros ou menos.

5. Dispensador, de acordo com qualquer reivindicação anterior, no qual o filtro de bactérias tem um tamanho do poro nominal entre 0,1 e 0,2 microns.

6. Dispensador, de acordo com qualquer reivindicação anterior, no qual é provido um meio para aquecer as superfícies do dispensador que, em uso, ficarão em contato com a água filtrada.

7. Dispensador, de acordo com qualquer reivindicação anterior, no qual o meio para aquecer as superfícies do dispensador que, em uso, ficarão em contato com a água filtrada, compreende um gerador de vapor conectado ao interior do meio de descarga de água e operável para dispen- sar vapor para o filtro de bactérias e para todas as superfícies do meio de descarga de água a jusante do filtro que ficarão em contato com a água fil- trada, quando o dispensador estiver em uso.

8. Dispensador, de acordo com qualquer reivindicação anterior, que adicionalmente compreende um esterilizador para mamadeiras.

9. Dispensador, de acordo com qualquer reivindicação anterior, que adicionalmente compreende uma bomba de água.

10. Dispensador, de acordo com qualquer reivindicação anterior, no qual o meio de descarga de água é adaptado para receber uma cápsula descartável vedada contendo uma dose unitária da composição nutricional na forma concentrada.

11. Dispensador, de acordo com a reivindicação 11, que adicio- nalmente compreende uma bomba de ar conectada ao meio de descarga de água e operável de modo a varrer a cápsula com ar após a introdução de água na cápsula de modo a esvaziar a cápsula de líquido e impedir o contra- fluxo de líquido para o dispensador.

12. Método de dispensar fórmula para bebê que compreende o aquecimento da água em uma temperatura de entre 25 e 45°C, a passagem da água aquecida através de um filtro de bactérias, a mistura da água filtra- da com a fórmula para bebê na forma de um pó ou um líquido concentrado, e a dispensa da fórmula líquida para bebê.