BRPI0009448B1 - kit para uso no tratamento de uma neoplasia em um mamífero - Google Patents

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Hana Biosciences Inc
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Abstract

"métodos de tratamento de um câncer recidivo em um mamífero, de tratamento de um linfoma não-de-hodgkin em um paciente, de tratamento de um câncer transformado em um mamífero e de tratamento de uma neoplasia em um mamífero, kit para uso no tratamento de uma neoplasia em um mamífero, e, uso de vincristina lipossômica". esta invenção proporciona métodos para tratar neoplasias em um mamífero. em particular, a invenção proporciona métodos para tratar de varios tipos de linfomas, incluindo as formas recidivas de linfoma não-de-hodgkin. estes métodos envolvem a administração de alcalóides da pervinca encapsulados por lipossoma, por exemplo a vincristina, a um mamífero com um linfoma.

Description

(54) Título: KIT PARA USO NO TRATAMENTO DE UMA NEOPLASIA EM UM MAMÍFERO (51) Int.CI.: A61K 9/127; A61P 35/00; A61K 31/475 (30) Prioridade Unionista: 01/04/1999 US 60/127444, 02/06/1999 US 60/137194 (73) Titular(es): BOARD OF REGENTS, THE UNIVERSITY OF TEXAS SYSTEM. HANA
BIOSCIENCES, INC.
(72) Inventor(es): ANDREAS H. SARRIS; FERNANDO CABANILLAS; PATRÍCIA M. LOGAN; CLIVE T. R. BURGE; JAMES H. GOLDIE; MURRAY S. WEBB; LAWRENCE DAVID MAYER (85) Data do Início da Fase Nacional: 28/09/2001 “KIT PARA USO NO TRATAMENTO DE UMA NEOPLASIA EM UM MAMÍFERO”
REFERÊNCIA CRUZADA A PEDIDOS RELACIONADOS
Este pedido de patente reivindica prioridade para os Pedidos de Patente Provisório U.S. 60/127.444, depositado em 1 de abril de 1999, e 60/137.194, depositado em 2 de junho de 1999, cada um dos quais ficando aqui incorporado por referência em sua totalidade.
CAMPO DA INVENÇÃO
Esta invenção diz respeito a métodos e composições para tratamento de uma neoplasia em um mamífero, e, em particular, às formas recidivas de neoplasias.
FUNDAMENTOS DA INVENÇÃO
A despeito dos anos de pesquisas no desenvolvimento de novos métodos de tratamento, os cânceres do sistema linfático, ou linfomas, continuam bem comuns. Por exemplo, mais do que 60.000 pessoas nos Estados Unidos são diagnosticados com linfoma a cada ano, incluindo mais de 55.000 casos de Linfoma não-de-Hodgkin (NHL), e estes números estão constantemente aumentando. Além disso, o prognóstico quanto àqueles afetados por estas doenças é ffeqüentemente mau, já que os índices de sobrevivência para os pacientes de linfoma permanecem baixos. Claramente, novos métodos para tratar destas doenças são necessários.
Embora os tratamentos tradicionais quanto aos linfomas tipicamente dependam do tipo de linfoma, bem como da história médica do paciente, o tratamento de primeira linha para muitos linfomas tipicamente
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inclui a quimioterapia. Tal quimioterapia ffeqüentemente requer a administração de um “coquetel” de compostos, por exemplo, a formulação CHOP, que inclui ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona. Além disso, certos tratamentos de câncer de primeira linha também incluem outras formas de terapia do câncer, tais como a terapia de radiação.
Em muitos casos, os pacientes respondem inicialmente a tais tratamentos de primeira linha, mas subseqüentemente sofrem uma recaída, isto é, um tumor reaparece ou retoma o crescimento. Em seguida a uma tal recaída, os pacientes são ffeqüentemente tratados com mais quimioterapia, por exemplo com CHOP ou com outras formulações ou, em alguns casos, os pacientes são tratados com outros procedimentos tais como o transplante da medula óssea. Novamente, em muitos casos, os pacientes inicialmente respondem a tais tratamentos adicionais, mas, subseqüentemente, sofrem outra recidiva. Em geral, quanto mais recidivas um paciente sofre, menos entendimento existe na técnica concernente ao tratamento subseqüente ótimo. Em outros casos, um paciente malogra em responder de qualquer forma a um tratamento, mesmo inicialmente, e se diz assim ter um câncer refratário. Em tais casos também, pouco entendimento existe na técnica com respeito ao tratamento subseqüente ótimo.
Alcalóides isolados da planta de pervinca (Vinca rosea), denominados “alcalóides da pervinca”, têm provado serem eficazes para tratamentos de primeira linha de muitos tipos de linfomas, leucemia e outros cânceres. Um tal alcalóide de pervinca, a vincristina, inclui-se na formulação CHOP quimioterápica comum. A vincristina, que despolimeriza os microtúbulos e, dessa forma, inibe a proliferação celular, é administrada em sua forma livre no CHOPt A vincristina encapsulada no lipossoma tem sido 1 apresentada (ver, por exemplo, a Patente U.S. 5.741.516 ou Patente U.S. I 5.714.163). Em particular, estas patentes examinam o uso de vincristina encapsulada em fosfatidilcolina, diestearoilfosfatidilcolina ou esfingomielina, oh além do colesterol. Aplicações clínicas bem sucedidas desta tecnologia, no entanto, nunca foram obtidas. De fato, incertezas maiores teóricas e práticas permanecem, incluindo as incertezas com respeito à biodistribuição, toxicidade e eficácia.
As formulações do medicamento encapsulado em lipídeo podem proporcionar vantagens sobre os métodos tradicionais de liberação do medicamento. Por exemplo, algumas formulações com base em lipídeos proporcionam meias vidas mais longas in vivo, alvejamento do tecido superior e toxicidade reduzida. Numerosos métodos têm sido descritos para a formulação de veículos de liberação do medicamento com base em lipídeos (ver, por exemplo, a Patente U.S. 5.741.516). Nenhum estudo, no entanto, demonstrou que tais formulações alcalóides de pervinca encapsuladas em lipossomas oferecem qualquer vantagem sobre os tratamentos anteriores, ou que possuem eficácia no tratamento in vivo do câncer em um paciente. Como tal, permanece uma necessidade na técnica de novos métodos para tratar estas doenças. Bastante surpreendentemente, a presente invenção fornece tais métodos.
SUMÁRIO DA INVENÇÃO
Foi agora verificado x que os alcalóides de pervinca r ençapsulados em lipossomas, tais como a vincristina, são especialmente eficazes no tratamentoe de primeira linha da neonlasia, bem como para o / * / tratamento de formas recidivas de neoplasias, em particular para linfomas tais
......‘ ‘............................ ~~.........................
como os Linfomas não-de-Hodgkin. Proporcionam-se aqui, portanto, métodos para o tratamento destes e de outros cânceres.
Em um aspecto,\ esta invenção fornece um método para tratar / g/-. de um câncer recidivo em um mamífero, o método compreendendo administrar ao mamífero uma composição farmacêutica compreendendo um alcalóide de pervinca encapsulado em lipossomas/ Em uma modalidade, o câncer recidivo é um Linfoma não-de-Hodgkin.
Em outro aspecto, a presente invenção provê um método de tratamento de um Linfoma não-de-Hodgkin em um paciente, o método / compreendendq administrar ao paciente uma composição farmacêutica que í compreenda um alcalóide de pervinca encapsulado em lipossomas, em que a / composição seja isenta de cardiolipina.
Em uma modalidade, o Linfoma não-de-Hodgkin é um membro selecionado do grupo consistindo de NHL agressivo, NHL transformado, NHL indolente, NHL recidivo, NHL refratário, Linfoma nãode-Hodgkin de baixo grau, linfoma folicular, linfoma de grandes células, linfoma de células B, linfoma de células T, linfoma de células do manto, linfoma de Burkitt, linfoma de células NK, linfoma difuso de grandes células B, e linfoma linfoblástico agudo.
Em uma modalidade, o alcalóide de pervinca é vincristina, vinblastina, vinorelbina ou vindesina. Em outra modalidade, o lipossoma / compreende distearoilfosfatidilcolina ou esfmgomielina. Em outra modalidade o lipossoma ainda compreende colesterol. Em outra modalidade, / o lipossoma compreende um gradiente de pH. Em outra modalidade, o pH no interior dos lipossomas é menor do que o pH no exterior. '
Em outra modalidade, o mamífero é um ser humano. Em outra modalidade, o mamífero terá sofrido anteriormente pelo menos um tratamento de quimioterapia. Em outra modalidade, o tratamento de quimioterapia terá compreendido a administração de um alcalóide de pervinca de forma livre, tal como vincristina, vinblastina, vindesina ou vinorelbina. Em outras modalidades, o tratamento de quimioterapia incluiu uma terapia de combinação contendo antraciclina. Em uma tal modalidade, a antraciclina era doxorrubicina. Em outra modalidade, o mamífero apresentou uma resposta parcial ou completa à quimioterapia antes de uma recidiva do câncer. Em outra modalidade, a recidiva é uma segunda recidiva.
Em outra modalidade, o alcalóide de pervinca encapsulado por lipossoma é administrado sistemicamente por liberação intravenosa. Em outra modalidade, a vincristina encapsulada em lipossoma é co-administrada com ciclofosfamida, doxorrubicina e prednisona, formando CHOP (ou, neste caso, “lipo-CHOP”). Em outra modalidade, o alcalóide de pervinca encapsulado em lipossomas é co-administrado com pelo menos um agente antitumoral adicional. Em outra modalidade, o agente antitumoral adicional é um anticorpo monoclonal antitumoral, tal como Oncolym®, Rituxan® ou Bexxar®. Em outra modalidade, o agente antitumoral adicional é um medicamento anti-sentido ou uma vacina antitumoral. Em outra modalidade, o alcalóide de pervinca encapsulado em lipossoma é co-administrado com um tratamento profilático ou terapêutico para neurotoxicidade, tal como a gabapentina Neurontin® (Neurotonin).
Em outra modalidade, o alcalóide de pervinca encapsulado em lipossomas é administrado ao mamífero uma vez a cada 7 a 21 dias, de preferência da cada 14 dias. Em outra modalidade, o alcalóide de pervinca encapsulado em lipossomas é administrado em uma dosagem que se situa dentro de uma faixa de cerca de(í,4ja cerca de(j4jng/m2.
A presente invenção provê um melhoramento nos métodos convencionais de tratar câncer. Em particular, a presente invenção provê um método para tratar um linfoma agressivo, recidivo, transformado, indolente ou refratário em um mamífero, o melhoramento compreendendo administrar um alcalóide de pervinca encapsulado em lipossomas, tal como a vincristina (ou outro agente terapêutico encapsulado em lipossomas), ao mamífero. Além disso, a presente invenção provê uma base para uma quimioterapia de combinação melhorada para uso em tratamento de primeira linha do Linfoma não-de-Hodgkin.
Kits incluindo as formulações aqui descritas, e para preparar as ditas formulações aqui descritas, bem como instruções para seu uso, são também incluídos.
A presente invenção também provê o uso de um alcalóide de pervinca encapsulado em lipossomas na preparação de um medicamento para / 0 tratamento de uma neoplasia, incluindo o Linfoma não-de-Hodgkin. Em / certos usos, a neoplasia é uma neoplasia recidiva, indolente, agressiva ou transformada, por exemplo o Linfoma não-de-Hodgkin. Em outros usos, o medicamento é usado como um tratamento de primeira linha para a neoplasia. Em usos preferidos, o alcalóide de pervinca é a vincristina. Em outros usos preferidos, o alcalóide de pervinca está presente no medicamento em uma dosagem, por exemplo, de cerca de 2,4 a cerca de 3,4 mg/m, e é administrado uma vez a cada 7 a 21 dias, mais preferivelmente a cada 14 dias.
DEFINIÇÕES “Neoplasia”, como aqui usado, refere-se a qualquer crescimento aberrante de células, tumores, efusões malignas, verrugas, pólipos, tumores não sólidos, cistos e outras formações. Um sítio de neoplasia pode conter uma variedade de tipos de células, incluindo, mas não limitando, as células neoplásticas, endotélios vasculares ou células do sistema imune, tais como macrófagos e leucócitos, etc.
Um “câncer” em um mamífero refere-se a qualquer uma dentre várias condições causadas pelo crescimento anormal e incontrolável das células. Células capazes de dar origem a câncer, denominadas “células cancerígenas”, possuem várias propriedades características, tais como a proliferação incontrolável, a imortalização, potencial metastático, rápido crescimento e velocidade de proliferação, e certos aspectos morfológicos típicos. Freqüentemente, as células cancerígenas estarão na forma de um tumor, mas tais células podem também existir sozinhas dentro de um mamífero, ou podem ser uma célula cancerígena não-tumorigênica, tal como a célula leucêmica. Um câncer pode ser detectado em qualquer um dentre vários meios, incluindo, mas não limitando, detectar a presença de um tumor
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ou tumores (por exemplo por meios clínicos ou radiológicos), examinar as células dentro de um tumor ou de outra amostra biológica (por exemplo de uma biópsia tecidual), medir os marcadores sangüíneos indicativos do câncer (por exemplo, CA125, PAP, PSA, CEA, AFP, HCG, CA 19-9, CA 15-3, CA 27-29, LDH, NSE e outros), e detectar um genótipo indicativo de um câncer (por exemplo TP53, ATM etc.). No entanto, um resultado negativo em um ou mais dos métodos de detecção acima não indica necessariamente a ausência de câncer; por exemplo, um paciente que tenha apresentado uma resposta completa a um tratamento de câncer pode ainda ter um câncer, como evidenciado por uma recidiva subseqüente.
“Liberação sistêmica”, como aqui usado, refere-se à liberação que conduz a uma ampla biodistribuição de um composto dentro de um organismo. Liberação sistêmica significa que uma quantidade utilizável, preferivelmente terapêutica, de um composto, é exposta à maioria das partes do corpo. Obter ampla biodistribuição geralmente requer uma via de introdução, de tal modo que o composto não seja rapidamente degradado ou removido [tal como pelos primeiros órgãos de passagem (fígado, pulmões etc.) ou pela ligação celular rápida e não específica] antes de alcançar um sítio da doença. A liberação sistêmica dos alcalóides de pervinca encapsulados por lipossomas é preferivelmente obtida mediante liberação intravenosa.
“Linfoma” se refere a um crescimento maligno de células B ou T no sistema linfático. “Linfoma” inclui numerosos tipos de crescimentos malignos, incluindo o Linfoma de Hodgkin e o Linfoma não-de-Hodgkin (NHL). “Linfoma não-de-Hodgkin” se refere a um crescimento maligno de célula B ou T no sistema linfático, que não seja um Linfoma de Hodgkin (que é caracterizado, por exemplo, pela presença de células de Reed-Stemberg na área cancerosa). Os Linfomas não-de-Hodgkin abrangem cerca de 29 tipos de linfoma, cujas distinções se baseiam no tipo de células cancerígenas. A
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classificação específica depende no sistema particular de classificação usado, tal como a formulação de Working, a classificação de Rappaport, e a classificação REAL. Nas modalidades preferidas, a classificação REAL é usada.
Um “câncer recidivo” ou linfoma se refere a um câncer ou linfoma que tenha recorrido em seguida à remissão anterior completa ou parcial em resposta a um tratamento anterior. A recorrência pode ser definida de qualquer maneira, incluindo um reaparecimento ou reaparecimento de um tumor detectado por ensaios clínicos, radiológicos ou bioquímicos, ou por um nível aumentado de um marcador de câncer. Tratamentos anteriores podem incluir, mas a estes não ficam limitados, a quimioterapia, a terapia de radiação e a transplantação da medula óssea.
Um Linfoma não-de-Hodgkin “indolente” é uma classificação que inclui formas de linfoma de crescimento lento. Elas abrangem o que se chama de categorias de baixo grau e algumas categorias de NHL de grau intermediário na Formulação de Working. Os NHLs indolentes são algumas vezes não responsivos às terapias convencionais do câncer, tais como a quimioterapia e a terapia de radiação.
Linfoma não-de-Hodgkin “transformado” é uma classificação algumas vezes empregada para descrever um NHL indolente, que adquire um aspecto agressivo e se toma mais responsivo às quimioterapias padrão.
Pacientes com “câncer reffatário” ou “linfoma reffatário” são aqueles que malograram em obter a remissão completa em seu primeiro curso da quimioterapia de combinação, ou pacientes que tenham malogrado em obter remissão completa ou parcial na quimioterapia subseqüente. Pacientes “refratários primários” são aqueles que nunca obtiveram completa remissão, mesmo no primeiro tratamento.
Uma “doença estável” é um estado em que uma terapia causa a cessação do crescimento ou prevalência de um tumor ou tumores, medida por meios clínicos, radiológicos e bioquímicos usuais, embora não existe qualquer regressão ou decréscimo no tamanho ou prevalência do tumor ou tumores, isto é, câncer que não esteja decrescendo ou crescendo em extensão ou gravidade.
“Resposta parcial” ou “remissão parcial” se referem à melhora de um estado canceroso, medida pelo tamanho tumoral e/ou por níveis dos marcadores do câncer, em resposta a um tratamento. Tipicamente, uma “resposta parcial” significa que um tumor ou marcador sangüíneo indicando o tumor, tenha reduzido de tamanho ou nível em cerca de 50%, em resposta a um tratamento. O tratamento pode ser qualquer tratamento dirigido contra o câncer, mas tipicamente inclui a quimioterapia, a terapia de radiação, a hormonoterapia, cirurgia, transplantação celular ou da medula óssea, imunoterapia e outros. O tamanho de um tumor pode ser detectado por meios clínicos ou por meios radiológicos. Os marcadores indicadores de tumor podem ser detectados por meios bem conhecidos daqueles habilitados, por exemplo por ELISA ou outros testes com base em anticorpos.
Uma “resposta completa” ou “remissão completa” significa que um estado canceroso, medido, por exemplo, pelo tamanho do tumor e/ou pelos níveis do marcador de câncer, tenha desaparecido em seguida a um tratamento tal como quimioterapia, terapia de radiação, hormonoterapia, cirurgia, transplantação celular ou da medula óssea, ou imunoterapia. A presença de um tumor pode ser detectada por meios clínicos ou por meios radiológicos. Os marcadores indicadores de tumor podem ser detectados por meios bem conhecidos daqueles versados, por exemplo por ELISA ou outros testes à base de anticorpos. Uma “resposta completa”, contudo, não indica necessariamente que o câncer tenha sido curado, tendo em vista que uma resposta completa pode ser seguida por uma recidiva.
“Quimioterapia” se refere à administração de agentes químicos que inibem o crescimento, a proliferação e/ou a sobrevivência de células cancerosas. Tais agentes químicos são freqüentemente dirigidos a métodos intracelulares necessários ao crescimento ou divisão celulares, e são assim particularmente eficazes contra as células cancerosas, que em geral crescem e se dividem rapidamente. Por exemplo, a vincristina despolimeriza os microtúbulos e, assim, impedem as células de entrar em mitose. Em geral, a quimioterapia pode incluir qualquer agente químico que iniba, ou seja destinada a inibir, uma célula cancerosa ou uma célula provável de tomar-se cancerosa. Tais agentes são freqüentemente administrados, e são com freqüência os mais eficazes, em combinação, por exemplo na formulação CHOP.
“Terapia de radiação” se refere à administração de radioatividade a um animal com câncer. A radiação mata ou inibe o crescimento das células em divisão, tais como as células cancerosas.
“Cirurgia” é a remoção ou ablação direta das células, por exemplo as células cancerosas, de um animal. Muito freqüentemente, as células cancerosas estarão na forma de um tumor (por exemplo resultante de um linfoma), que é removido do animal.
“Hormonoterapia” se refere à administração de compostos que neutralizam ou inibem os hormônios, tais como os estrogênios ou os androgênios, que têm um efeito mitogênico sobre as células. Freqüentemente, estes hormônios atuam de modo a aumentar as propriedades cancerosas das células do câncer in vivo.
“Imunoterapia” se refere a métodos de intensificar a capacidade de um sistema imune do animal, para destruir as células cancerosas dentro do animal.
Um agente terapêutico de “forma livre”, ou agente terapêutico “livre”, se refere a um agente terapêutico que não seja encapsulado em lipossoma. Comumente, um medicamento é suposto ser “livre”, ou estar em uma “forma livre”, a menos que de outra forma especificado. Um alcalóide de
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pervinca na forma livre pode, no entanto, ainda estar presente em combinação com outros reagentes, tais como os compostos quimioterápicos, um portador farmacêutico, ou agentes de complexação, isto é, como aqui usado, o termo apenas especificamente exclui as formulações lipídicas dos alcalóides de pervinca.
BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS
A Figura 1 fornece resultados quanto a uma experiência clínica usando os métodos aqui descritos, em particular com respeito à eficácia dos métodos no tratamento de formas de pós-transplante de medula óssea indolente, transformado, recidivo e agressivo do Linfoma não-deHodgkin.
A Figura 2 fornece resultados concernentes à resposta à vincristina lipossômica em NHL Agressivo Recidivo, particularmente com respeito ao efeito do número de regimes anteriores.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO E MODALIDADES PREFERIDAS
Esta invenção fornece métodos de tratamento da neoplasia em um paciente. Esta invenção se baseia na verificação de que os alcalóides de pervinca encapsulados em lipossomas são comumente eficazes no tratamento de uma variedade de formas de linfoma. Em particular, foi feita a surpreendente verificação de que a administração de alcalóides de pervinca encapsulados em lipossomas aumenta a sobrevivência média de pacientes com linfomas. Em uma modalidade particularmente preferida, a vincristina, encapsulada em um lipossoma com base em esfingomielina e colesterol, é usada no tratamento do Linfoma não-de-Hodgkin, especialmente as formas recidivas de Linfoma não-de-Hodgkin (NHL). A invenção também provê, inter alia, métodos de tratamento das formas indolentes, transformadas e agressivas do NHL.
Com ffeqüência, tais tratamentos de formas recidivas,
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íl· indolentes, transformadas e agressivas do Linfoma não-de-Hodgkin são administradas em seguida pelo menos a um curso de um tratamento anticâncer primário, tal como a quimioterapia e/ou a terapia de radiação, seguido por pelo menos uma resposta parcial ou completa ao pelo menos um tratamento. Em outras modalidades, os alcalóides de pervinca lipossômicos são administrados como um tratamento de primeira linha. Em qualquer destas modalidades, os alcalóides de pervinca encapsulados em lipossomas podem ser fornecidos como um agente único ou em uma terapia de combinação.
A presente invenção ainda provê programação de dosagens e de doses dos alcalóides de pervinca lipossômicos para tratamento de tumores sólidos e não sólidos com toxicidade reduzida.
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Os métodos aqui descritos podem ser usados para tratar qualquer tipo de câncer. Em particular, estes métodos podem ser aplicados a cânceres do sangue e dos sistemas linfáticos, incluindo linfomas, leucemia e mielomas.
Em modalidades preferidas, os presentes métodos são usados para tratar de qualquer um dentre o grande número de linfomas. Por exemplo, tanto os Linfomas de Hodgkin quanto os não-de-Hodgkin, podem ser tratados usando-se os métodos aqui descritos. Em modalidades particularmente preferidas, os métodos são usados para tratar de Linfoma não-de-Hodgkin (NHL), incluindo qualquer tipo de NHL, conforme definido de acordo com qualquer um dos vários sistemas de classificação, tais como a formulação de
Working, a classificação de Rappaport e, preferivelmente, a classificação REAL. Tais linfomas incluem, mas a estes não ficam limitados, os linfomas de baixo grau, de grau intermediário e de alto grau, bem como os linfomas tanto da célula B quanto da célula T. Acham-se incluídos nestas categorias os vários tipos de célula pequena, célula grande, célula clivada, linfocítica, folicular, difusa, de Burkitt, célula de manto, célula NK, CNS, relacionada à AIDS, linfoblástica, linfoblástica de adulto, indolente, agressiva, transformada, e outros tipos de linfomas. Os métodos da presente invenção podem ser usados para formas de linfomas de adultos ou crianças, bem como linfomas em qualquer estágio, por exemplo no estágio I, II, III ou IV. Os vários tipos de linfomas são bem conhecidos daqueles habilitados, e são descritos, por exemplo, pela Sociedade Americana de Câncer (American Câncer Society) (ver, por exemplo, www3.cancer.org).
Os métodos aqui descritos também são preferivelmente 10 aplicados a qualquer forma de leucemia, incluindo as formas adultas e infantis da doença. Por exemplo, qualquer forma aguda, crônica, mielógena e linfocítica da doença pode ser tratada usando-se os métodos da presente invenção. Em modalidades preferidas, os métodos são usados para tratar da Leucemia Linfocítica Aguda (ALL). Mais informações acerca dos vários tipos de leucemia podem ser encontradas, inter alia, da Sociedade de Leucemia da América (Leukemia Society of America (ver, por exemplo, www.leukemia.org).
Tipos adicionais de tumores também podem ser tratados usando-se os métodos aqui descritos, tais como neuroblastomas, mielomas, cânceres prostáticos, câncer dos pulmões de células pequenas, e outros.
II. TRATAMENTOS DE PRIMEIRA LINHA
Nas numerosas modalidades da presente invenção, os alcalóides de pervinca encapsulados em lipossomas serão usados como um tratamento de primeira linha para câncer. Nas modalidades preferidas, os alcalóides de pervinca encapsulados em lipossomas são usados para tratar linfoma, particularmente o Linfoma não-de-Hodgkin. Como aqui usado, “tratamento de primeira linha” se refere a um tratamento primário para um paciente apresentando-se com um câncer, ao contrário de um câncer recidivo ou refratário.
Em tais modalidades, os alcalóides de pervinca encapsulados em lipossomas podem ser usados sozinhos ou, preferivelmente, em combinação com outros agentes quimioterápicos, tais como a ciclofosfamida, a doxorrubicina e a prednisona. Particularmente preferido é o uso de vincristina encapsulada em lipossoma junto com ciclofosfamida, doxorrubicina e prednisona, dessa forma formando uma formulação CHOP lipossômica melhorada (“lipo-CHOP”).
Quando usado como um agente único em tratamento de primeira linha, a programação de dosagens e de doses é preferivelmente a mesma do tratamento de agente único para câncer recidivo. Quando usado em regimes de combinação, a programação de dosagens e dose pode ser reexaminada de modo a que corresponda ao regime preferido para a combinação.
III. FORMAS RECIDIVAS OU REFRATÁRIAS DAS DOENÇAS
Os presentes métodos podem ser usados para tratar das formas de câncer primárias, recidivas, transformadas ou refratárias. Com ffeqüência, os pacientes com cânceres recidivos têm sido submetidos a um ou mais tratamentos que incluem a quimioterapia, a terapia de radiação, os transplantes da medula óssea, a hormonoterapia, a cirurgia e outros. Dos pacientes que respondem a tais tratamentos, eles podem apresentar doença estável, uma resposta parcial (isto é, o tumor ou um nível de marcador de câncer diminui em pelo menos 50%), ou uma resposta completa (isto é, o tumor, bem como os marcadores, se tomam indetectáveis). Em qualquer destes cenários, o câncer pode subseqüentemente reaparecer, significando uma recidiva do câncer.
Em certas modalidades, os métodos aqui fornecidos serão usados para tratar de um paciente que tenha sido submetido a um curso único de tratamento quanto a um câncer, tenha parcial ou completamente respondido a tal tratamento, e tenha subseqüentemente sofrido uma recidiva.
Em outras modalidades, são tratados pacientes que tenham sofrido mais do que um curso de tratamento, tenham respondido a mais de uma vez, e tenham subseqüentemente sofrido mais do que uma recidiva. O curso de tratamento anterior pode incluir qualquer tratamento anticâncer, incluindo a quimioterapia, a terapia de radiação, o transplante de medula óssea, etc.
Em certas modalidades da presente invenção, os alcalóides lipossômicos são empregados contra cânceres “resistentes”, isto é, cânceres que tenham previamente apresentado uma resposta completa a um tratamento, mas que subseqüentemente manifestem uma resistência ao segundo ou último curso de tratamento.
IV. ALCALÓIDES DE PERVINCA E OUTROS
A presente invenção pode incluir o uso de qualquer alcalóide de ocorrência natural, incluindo os alcalóides de pervinca, ou qualquer derivado sintético de um alcalóide de ocorrência natural. Os alcalóides de pervinca incluem, mas a estes não estão limitados, vinblastina, vincristina, cindolina, vindesina, vinleurosina, vinrosidina, vinorelbina, ou derivados destes (ver, por exemplo, o Merck Index, llâ Edição (1989), entradas 9887, 9891 e 9893, quanto à vinblastina, vincristina e vindolina). Exemplos de outros alcalóides adequados incluem, mas a estes não estão limitados, as podofílinas, podofilotoxinas, e derivados destes (por exemplo, etoposide, fosfato de etoposide, teniposide, etc.), as camptotecinas (por exemplo, irinotecan, topotecan etc.), as taxanas (taxol, etc.), e derivados destes. Todos os compostos acima são bem conhecidos daqueles de experiência e são facilmente disponíveis de fontes comerciais, mediante síntese, ou por purificação de fontes naturais.
Em modalidades preferidas, o alcalóide pervincausado na presente invenção é a vincristina. A vincristina, também conhecida como sulfato de leurocristina, 22-oxovincaleucoblastina, Kyocristine, vincosid, vincrex, oncovin, Vincasar PFS® ou VCR, é comercialmente disponível de
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qualquer dentre várias fontes, por exemplo Pharmacia & Upjohn, Lilly, IGT etc. É freqüentemente fornecido como sulfato de vincristina, por exemplo como uma solução de 1 mg/ml.
A presente invenção pode compreender o uso de um alcalóide de pervinca único ou múltiplo, ou alcalóides de pervinca múltiplos coadministrados. Além disso, esse um ou mais alcalóides de pervinca podem ser combinados com outros compostos ou moléculas, tais como outros agentes antineoplásticos. Em certas modalidades, tais combinações de alcalóides de pervinca e/ou outros compostos, podem ser produzidas antes da formulação lipossômica, dessa forma criando uma combinação dentro de um lipossoma único. Em outras modalidades, os alcalóides de pervinca encapsulados em lipossomas são formulados e subseqüentemente combinados com as outras moléculas, que podem elas próprias estar na forma livre ou encapsulada em lipossomas.
Qualquer um dos agentes terapêuticos aqui descritos, incluindo os. alcalóides encapsulados em lipossomas, pode ser submetido a teste pré-clínico em modelos bem conhecidos de doenças humanas. Modelos in vivo de linfoma humano incluem camundongos conduzindo a linhagem de células B DoHH2 não de Hodgkin (Kluin-Nelemans H. C. et ál. (1991) Leukemia 5(3) 221-224), ou camundongos conduzindo xenoenxertos de células de Daudi ou de Raji [ver, por exemplo, Hudson, W. A. et al. (1998) Leukemia 12(12): 2029-2033], Muitos outros modelos oncológicos podem também ser usados e são conhecidos daqueles versados na técnica.
V. LIPÍDEOS
Qualquer um dentre vários lipídeos pode ser usado para preparar os lipossomas da presente invenção, incluindo os lipídios antipáticos, neutros, catiônicos e aniônicos. Tais lipídeos podem ser usados sozinhos ou em combinação, e podem também incluir componentes estabilizadores de bicamada, tais como os oligômeros de poliamida (ver o
Pedido de Patente U.S. “Polyamide Oligomers”, por Ansell, Pedido U.S. Serial 09/218.988, depositado em 22 de dezembro de 1998), peptídeos, proteínas, detergentes, derivados de lipídeos, tais como PEG acoplado à fosfatidiletanolamina e PEG conjugado a ceramidas (ver Pedido U.S. Serial 08/485.608). Em uma modalidade preferida, o agente de cobertura, que reduz a eliminação de lipossomas pelo sistema imune hospedeiro, pode também ser incluído, tal como os conjugados de poliamida-oligômero, por exemplo ATTA-lipídeos (ver o Pedido de Patente U.S. Serial número 08/996.783, depositado em 2 de fevereiro de 1998) e os conjugados de PEG-lipídeos (ver os Pedidos de Patente U.S. números serial 08/486.214 e 08/485.608).
Qualquer um dentre vários lipídeos neutros pode ser incluído, referindo-se a qualquer um de várias espécies de lipídeos que existem, ou em uma forma zwitteriônica não carregada ou neutra em pH fisiológico, incluindo diacilfosfatidilcolina, diacilfosfatidiletanolamina, ceramida, esfingomielina, cefalina, colesterol, cerobrosídeos e diacilgliceróis.
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Em modalidades preferidas, o lipídeo usado e esfingomielina.
Em modalidades particularmente preferidas, _o__lipídeo compreende esfingomielina e colesterol. Em tais modalidades, a relação de esfingomielina para colesterol situa-se tipicamente entre cerca de 75/25 (% molar de esfingomielina/% molar de colesterol) e cerca de 50/50 (% molar de esfingomielina/% molar de colesterol), preferivelmente entre cerca de 70/30 e 55/45 (% molar de esfingomielina/% molar de colesterol). Tais relações podem ser alteradas, no entanto, pela adição de outros lipídeos nas presentes formulações.
Lipídeos catiônicos, que carregam uma carga positiva líquida em pH fisiológico, podem facilmente ser incorporados nos lipossomas para uso na presente invenção. Tais lipídeos incluem, mas a estes não ficam limitados, o cloreto de N,N-dioleil-N,N-dimetilamônio (“DODAC”); o cloreto de N-(2,3-dioleilóxi)propil-N,N,N-trietilamônio (“DOTMA”); o
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brometo de N,N-diestearil-N,N-dimetilamônio (“DDAB”); o cloreto de N(2,3-dioleoilóxi)-propil)-N,N,N-trimetilamônio (“DOTAP”); ο 3β-(Ν’,Ν’dimetilaminoetano)-carbamoil)colesterol (“DC-Chol”), o trifluoroacetato de N-(l-(2,3-dioleilóxi)-propil)-N-2-(esperminacarboxamido)etil)-N,N5 dimetilamônio (“DOSPA”), o carboxiespermina dioctadecilamidoglicílico (“DOGS”),o 1,2-dileoil-sn-fosfoetanolamina (“DOPE”); e o brometo de N(1,2-dimiristiloxiprop-3-il)-N,N-dimetil-N-hidroxietil amônio (“DMRIR”). Adicionalmente, diversas preparações comerciais de lipídeos catiônicos podem ser usadas, tais como a LIPOFECTIN (incluindo DOTMA e DOPE, disponíveis da GIBCO/BRL), a LIPOFECTAMINE (compreendendo DOSPA e DOPE, disponíveis da GIBCO/BRL) e TRANSFECTAM (compreendendo DOGS, em etanol, da Promega Corp.).
Lipídeos aniônicos adequados para uso na presente invenção incluem, mas a estes não ficam limitados, fosfatidilglicerol, cardiolipina, diacilfosfatidilserina, ácido diacilfosfatídico, N-dodecanoil fosfatidiletanolamina, N-succinil fosfatidiletanolamina, N-glutaril fosfatidiletanolamina, lisilfosfatidilglicerol, e outros grupos modificadores aniônicos unidos aos lipídeos neutros.
Em numerosas modalidades, lipídeos anfipáticos serão usados.
“Lipídeos anfipáticos” se refere a qualquer material adequado, em que a porção hidrofóbica do material lipídico se orienta em uma fase hidrofóbica, enquanto a porção hidrofílica se orienta em direção à fase aquosa. Tais compostos incluem, mas a estes não se limitam, fosfolipídeos, aminolipídeos e esfingolipídeos. Fosfolipídeos representativos incluem a esfingomielina, a fosfatidilcolina, a fosfatidiletanolamina, a fosfatidilserina, o fosfatidilinositol, o ácido fosfatídico, a palmitoiloleoil fosfatidilcolina, a lisofosfatidilcolina, a lisofosfatidiletanolamina, dipalmitoilfosfatidilcolina, dioleoilfosfatidilcolina, diesteroilfosfatidilcolina ou dilinoleoilfosfatidilcolina. Outros compostos carentes de fósforo, tais como os esfingolipídeos, as famílias do glicosfmgolipídeo, os diacilgliceróis e os β-aciloxiácidos, também podem ser usados. Adicionalmente, tais lipídeos antipáticos podem ser facilmente misturados com outros lipídeos, tais como triglicerídeos e esteróis.
Os lipossomas usados na presente invenção podem ser 5 multilamelares ou unilamelares, que podem ser formados usando-se os métodos aqui apresentados e outros métodos conhecidos daqueles versados na técnica.
Igualmente adequados para inclusão na presente invenção são as formulações lipídicas de fusão programável. Tais formulações têm pouca tendência a fundir-se com as membranas celulares e liberar sua carga útil até que um dado evento de sinal ocorra. Isto permite que a formulação lipídica distribua mais uniformemente após a injeção em um organismo ou sítio da doença antes que ela comece a fundir-se com as células. O evento de sinal pode ser, por exemplo, uma mudança no pH, na temperatura, no ambiente iônico ou no tempo. No último caso, um retardamento da fusão ou no componente de “cobertura”, tal como um conjugado ATTA-lipídeo ou um conjugado PEG-lipídeo, pode simplesmente mudar da membrana lipossômica durante o tempo. Até lá, a formulação é adequadamente distribuída no corpo, perdeu suficiente agente de cobertura de modo a ser íusogênica. Com outros eventos de sinal, é desejável escolher um sinal que seja associado com o sítio da doença ou a célula alvo, tal como a temperatura aumentada em um sítio de inflamação.
VI. PRODUÇÃO DE LIPOSSOMAS
Uma variedade de métodos acha-se disponível para preparar lipossomas, conforme descrito, por exemplo, em: Szoka et al., Ann. Rev. Biophys. Bioeng., 9: 467 (1980), Patentes U.S. 4.186.183, 4.217.344, 4.235.871, 4.261.975, 4.485.054, 4.501.728, 4.774.085, 4.837.028,
4.946.787, Publicação PCT WO 91/17424, Deamer e Bangham, Bíochim. Biophys. Acta, 443: 629-634 (1976); Fraley et al., Proc. Natl. Acad. Sei. USA,
76: 3348-3352 (1979); Hope et al., Biochim. Biophys. Acta, 812: 55-65 (1985); Mayer et al., Biochim. Biophys. Acta, 858: 161-168 (1986); Williams et al., Proc. Natl. Acad. Sei., 85: 242-246 (1988), o texto Liposomes, Marc. J. Ostro, ed., Marcei Dekker, Inc., New York, 1983, Capítulo 1, e Hope et al., Chem. Phys. Lip., 40: 89 (1986), todos os quais ficando incorporados aqui por referência. Métodos adequados incluem, mas não se limitando, sonicação, extrusão, alta pressão/homogeneização, microfluidificação, diálise detergente, fusão de pequenas vesículas lipossômicas induzida por cálcio, e métodos de infusão de éter, todos os quais sendo bem conhecidos na técnica.
Um método produz vesículas multilamelares de tamanhos heterogêneos. Neste método, os lipídeos formadores de vesículas são dissolvidos em um solvente orgânico ou sistema de solventes adequado e secados sob vácuo ou um gás inerte para formar uma película lipídica fina. Se desejável, a película pode ser redissolvida em um solvente adequado, tal como butanol terciário, e depois liofilizada para formar uma mistura lipídica mais homogênea que esteja em uma forma semelhante a pó mais facilmente hidratável. Esta película é coberta com uma solução tampão aquosa e deixada hidratar-se, tipicamente durante um período de 15 a 60 minutos com agitação. A distribuição de tamanhos das vesículas multilamelares resultantes pode ser alterada para tamanhos menores, mediante hidratação dos lipídeos sob condições de agitação mais vigorosa ou pela adição de detergentes solubilizantes, tais como desoxicolato.
As vesículas unilamelares podem ser preparadas por sonicação ou extrusão. A sonicação é geralmente realizada com um sonificador de ponta, tal como um sonificador de ponta Branson, em um banho gelado. Tipicamente, a suspensão é submetida a ciclos de sonicação rigorosos. A extrusão pode ser realizada por extrusoras de biomembranas, tais como a Extrusora de Biomembranas Lipex. O tamanho de poros definido nos filtros de extrusão pode gerar vesículas lipossômicas unilamelares de tamanhos lí específicos. Os lipossomas podem também ser formados por extrusão através de um filtro cerâmico assimétrico, tal como um Microfiltro Ceraflow, comercialmente disponível da Norton Company, Worcester MA. As vesículas unilamelares também podem ser produzidas por dissolução de fosfolipídeos em etanol e, então, injetando-se os lipídeos em um tampão, levando os lipídeos a formar espontaneamente vesículas unilamelares. Igualmente, os fosfolipídeos podem ser solubilizados em um detergente, por exemplo colatos, Triton X ou n-alquilglucosídeos. Em seguida à adição do medicamento às micelas de detergente lipídico solubilizado, o detergente é removido por qualquer um dentre vários métodos possíveis, incluindo diálise, filtração em gel, cromatografia de afinidade, centrifugação e ultrafiltração.
Em seguida à preparação dos lipossomas, os lipossomas que não tiverem sido dimensionados durante a formação, podem ser dimensionados para se obter uma faixa de tamanhos desejados e distribuição relativamente reduzida dos tamanhos dos lipossomas. Uma faixa de tamanhos de cerca de 0,2 a 0,4 mícrons permite que a suspensão de lipossomas seja esterilizada por filtração através de um filtro convencional. O método de esterilização do filtro pode ser realizado em uma base de alta produção, se os lipossomas tiverem sido dimensionados a cerca de 0,2 a 0,4 mícrons.
Várias técnicas acham-se disponíveis para dimensionar os lipossomas a um tamanho desejado. Um método de dimensionamento é descrito na Patente U.S. 4.737.323, aqui incorporado por referência. A sonificação de uma suspensão lipossômica ou por banho ou por sonificação de sonda, produz uma redução progressiva de tamanho até vesículas unilamelares pequenas menores do que cerca de 0,05 mícrons de tamanho. A homogeneização é outro método que conta com a energia de cisalhamento para fragmentar os lipossomas grandes em menores. Em um procedimento típico de homogeneização, vesículas multilamelares são recirculadas através de um homogeneizador de emulsão padrão até tamanhos selecionados de
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lipossomas, tipicamente entre cerca de 0,1 e 0,5 mícrons, são observadas.
O tamanho das vesículas lipossômicas pode ser determinado por dispersão de luz quase elétrica (QELS), conforme descrito em Bloomfield, Ann. Rev. Biophys. Bioeng., 10: 421-450 (1981), aqui incorporado por referência. O diâmetro médio dos lipossomas pode ser reduzido por sonicação dos lipossomas formados. Os ciclos de sonicação intermitentes podem ser alternados com avaliação QELS para orientar a síntese eficiente de lipossomas.
A extrusão de lipossomas através de uma membrana de 10 policarbonato de poros pequenos ou uma membrana cerâmica assimétrica também é um método eficaz para reduzir os tamanhos dos lipossomas até uma distribuição de tamanhos relativamente bem definida. Tipicamente, a suspensão é ciclada através da membrana por uma ou mais vezes, até que a distribuição desejada de tamanhos dos lipossomas seja alcançada. Os lipossomas podem ser extrusados através de membranas de poros sucessivamente menores, até obter-se redução gradual no tamanho dos lipossomas. Para uso na presente invenção, os lipossomas que tenham um tamanho variando de cerca de 0,05 mícron a cerca de 0,40 mícrons são preferidos. Em modalidades particularmente preferidas, os lipossomas estão entre cerca de 0,05 e cerca de 0,2 mícrons.
Em modalidades preferidas, os lipossomas vazios são preparados usando-se métodos convencionais conhecidos daqueles de experiência na técnica.
Tipicamente, como discutido abaixo, os lipossomas usados na presente invenção compreenderão um potencial de transmembrana, por meio do qual os agentes antineoplásticos, tais como os alcalóides de pervinca, são efetivamente carregados no lipossoma e por ele retido. Em modalidades preferidas, o potencial será efetuado pela criação de um gradiente de pH através da membrana. Em modalidades particularmente preferidas, o pH é menor no interior dos lipossomas do que no exterior. Tais gradientes podem ser obtidos, por exemplo, pela formulação dos lipossomas na presença de um tampão com um pH baixo, por exemplo tendo um pH entre cerca de 2 e cerca de 6, e subsequentemente transferindo os lipossomas para uma solução de pH mais elevado. Nas modalidades preferidas, o pH situa-se entre cerca de 3 e 5, e, nas modalidades mais preferidas, o pH é de cerca de 4. Qualquer um dentre vários tampões pode ser usado, tal como citrato.
Subseqüentemente, antes ou após o dimensionamento, o pH externo pode ser elevado, por exemplo a cerca de 7 ou 7,5, mediante a adição de um tampão adequado, tal como um tampão de fosfato de sódio. Elevandose o pH externo cria-se um gradiente de pH através da membrana lipossômica, dessa forma promovendo eficiente carga e retenção do medicamento.
Os lipossomas preparados de acordo com estes métodos podem ser armazenados por períodos substanciais de tempo, antes da carga e administração do medicamento a um paciente. Por exemplo, os lipossomas podem ser desidratados, armazenados e subseqüentemente reidratados, carregados com um ou mais alcalóides de pervinca, e administrados. A desidratação pode ser realizada, por exemplo, usando-se aparelho padrão de secagem por congelamento, isto é, eles são desidratados sob condições de pressão baixa. Igualmente, os lipossomas podem ser congelados, por exemplo, em nitrogênio líquido, antes da desidratação. Açúcares podem ser adicionados ao ambiente lipossômico, por exemplo ao tampão contendo os lipossomas, antes da desidratação, dessa forma promovendo a integridade do lipossoma durante a desidratação. Ver, por exemplo, as Patentes U.S. 5.077.056 ou 5.736.155.
Em numerosas modalidades, os lipossomas vazios são primeiro formulados em tampão de baixo pH e depois manipulados em um de uma variedade de meios para se obter lipossomas do tamanho desejado.
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Métodos para dimensionar lipossomas incluem a sonicação, por banho oü por sonda, ou a homogeneização. Preferivelmente, em seguida a tais tratamentos, os lipossomas ficam entre cerca de 0,05 a 0,45 mícrons. Mais preferivelmente, os lipossomas situam-se entre cerca de 0,05 e cerca de 0,2 mícrons. Tais lipossomas dimensionados podem, então, ser esterilizados por filtração. Igualmente, a distribuição de tamanhos de partículas pode ser monitorada por discriminação do tamanho de partículas por feixe de laser convencional ou coisa parecida. Além disso, métodos de redução de tamanhos de lipossomas a uma distribuição de tamanhos relativamente bem definida, são conhecidos, por exemplo um ou mais ciclos de extrusão dos lipossomas através de uma membrana de policarbonato de poros pequenos ou uma membrana cerâmica assimétrica.
VII. PREPARAÇÃO DE ALCALÓIDES DE PERVINCA ENCAPSULADOS EM LIPOSSOMAS
Qualquer um dentre vários métodos pode ser usado para carregar os alcalóides de pervinca e/ou outros medicamentos nos lipossomas. Tais métodos incluem, por exemplo, uma técnica de encapsulação e um método de carga potencial de transmembrana. Geralmente, em seguida a tais métodos, os alcalóides de pervinca estão presentes em cerca de 0,1 mg/ml a cerca de 0,5 mg/ml. Preferivelmente, os alcalóides de pervinca estão presentes em cerca de 0,15 a 0,2 mg/ml.
Em uma técnica de encapsulação, o medicamento e os componentes dos lipossomas são dissolvidos em um solvente orgânico em que todas as espécies sejam miscíveis e concentradas até uma película seca.
Um tampão é então adicionado à película seca e os lipossomas são formados tendo o medicamento incorporado nas paredes da vesícula. Alternativamente, o medicamento pode ser colocado em um tampão e adicionado a uma película seca de componentes apenas lipídicos. Desta maneira, o medicamento se tomará encapsulado no interior aquoso do lipossoma. O tampão que é usado
3ο na formação dos lipossomas pode ser qualquer solução de tampão biologicamente compatível de, por exemplo, solução salina isotônica, solução salina tamponada de fosfato, ou outros tampões de intensidade iônica baixa. Os lipossomas resultantes que encerram os alcalóides de pervinca podem então ser dimensionados conforme descrito acima.
A carga potencial de transmembrana foi descrita em detalhes nas Patentes U.S. 4.885.172, 5.059.421, 5.171.578 e 5.837.282 (que apresenta carga ionófora), cada uma das quais sendo aqui incorporada por referência. Resumidamente, o método de carga potencial da transmembrana pode ser usado essencialmente com qualquer medicamento convencional que possa existir em um estado carregado quando dissolvido em um meio aquoso apropriado. Preferivelmente, o medicamento será relativamente lipofílico, de modo que ele se divida nas membranas lipossômicas.
Um potencial de transmembrana é criado através das bicamadas dos lipossomas ou complexos de proteína-lipossoma, e o medicamento é carregado no lipossoma por meio do potencial da transmembrana. O potencial da transmembrana é gerado pela criação de um gradiente de concentração para uma ou mais espécies carregadas (por exemplo, Na+, K+ e/ou H+), através da membrana. Este gradiente de concentração é gerado pela produção de lipossomas tendo meios internos e externos diferentes, e tem um gradiente de prótons associado. A acumulação de medicamento pode então ocorrer de uma maneira prognosticada pela equação de Henderson-Hasselbach.
Métodos preferidos de preparo de alcalóides de pervinca encapsulados em lipossomas para uso na presente invenção são examinados, por exemplo, nas Patentes U.S. 5.741.516, 5.814,335 e 5.543.152, cada uma das quais sendo atribuída^a Inex Pharmaceuticals Corp. e sendo aqui incorporada por referênciãTÊm uma modalidade preferida, os alcalóides de pervinca lipossômicos são preparados antes do uso a partir de um kit que inclui 3 ou mais frascos. Pelo menos um dos frascos contém uma solução de vincristina contendo, por exemplo, 1 mg/ml, 2 mg/ml ou 5 mg/ml de sulfato de vincristina em tampão contendo, por exemplo, 100 ou 200 mg/ml de manitol (obtenível, por exemplo, da SP Pharmaceuticals LLC, Albuquerque, NM; outros excipientes que são farmaceuticamente aceitáveis, e em que a vincristina permanece estável por períodos extensos, podem também ser usados) e acetato de sódio ajustado a pH 3,5 a 5,5, ou preferivelmente pH 4,5 a pH 4,7. Um dos frascos contém uma solução contendo lipossomas compreendendo esfingomielina e colesterol (cada um dos quais sendo comercialmente disponíveis, por exemplo da NEN Life Sciences, da Avanti Polar Lipids, etc.) e colocados em suspensão em um tampão de citrato 300 mM, por exemplo em pH 4,0. Outro frasco ou frascos contêm um tampão de fosfato alcalino (por exemplo pH 9,0), tal como fosfato de sódio dibásico, 14,2 mg/ml (20 ml/ffasco).
Em outras modalidades preferidas, é usado um kit que contém 2 frascos contendo componentes que podem ser usados para formular a vincristina encapsulada em lipossoma reivindicada, ou um kit contendo 1 frasco que contém uma preparação estável de lipossomas compreendendo vincristina pré-carregada. Essas preparações estáveis podem ser realizadas em qualquer uma de várias maneiras, incluindo, mas não limitando, (1) uma preparação hidratada armazenada em temperaturas ambientes ou refrigeradas, e que contém uma ou mais modificações ou componentes para intensificar a estabilidade química, por exemplo antioxidantes; (2) uma preparação hidratada que tenha sido congelada e que inclua um excipiente adequado para proteger contra dano induzido por congelamento/descongelamento; ou (3) uma preparação liofilizada. Tipicamente, qualquer um dos kits acima descritos também contém instruções para uso, assim como materiais descartáveis de limpeza geral.
Para preparar os lipossomas, o sulfato de vincristina e as
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soluções de lipossomas são, cada um, acrescentado a um frasee estéril e misturados, em uma relação de concentração apropriada, por exemplo 0,01/1,0 a 0,2/1,0 (alcalóide de pervinca em peso/lipídeo em peso). A mistura é combinada, por exemplo, pela inversão do frasco por múltiplas vezes. Em seguida à formação dos lipossomas em tampão de baixo pH, e, ou antes ou após o dimensionamento dos lipossomas, estes lipossomas são introduzidos em tampão de um pH mais elevado, por exemplo tampão de fosfato de sódio, dessa forma criando um gradiente de pH através da superfície dos lipossomas. Em modalidades preferidas, o ambiente externo dos lipossomas situa-se entre o pH de cerca de 7,0 e cerca de 7,5. Os lipossomas e os alcalóides de pervinca podem ser misturados durante uma quantidade de tempo suficiente para se obter a relação desejada de alcalóide/lipídeo. A mistura pode ser combinada, por exemplo, por inversões múltiplas, e aquecida a temperaturas entre cerca de 55°C e cerca de 80°C, preferivelmente entre cerca de 60°C e cerca de 65°C, por cerca de 5, 10 ou mais minutos. Tal tratamento faz com que mais do que cerca de 90% da vincristina venham a ser capturados dentro do lipossoma.
Em outras modalidades, estas etapas são seguidas em uma escala maior e a vincristina lipossômica carregada é suprida, por exemplo, a uma farmácia de hospital no formato pronto-para-administrar. Tais formulações em escala maior podem ser preparadas de materiais de partida diferentes daqueles descritos quanto ao kit; em particular, os tampões podem ser diferentes.
VIII. ALVEJAMENTO DE LIPOSSOMAS
Em certas modalidades, é desejável alvejar os lipossomas desta invenção usando-se porções de alvejamento que são específicas a um tipo celular ou tecido. O alvejamento de lipossomas usando-se uma variedade de porções de alvejamento, tal como ligandos, receptores superficiais de células, glicoproteínas, vitaminas (por exemplo riboflavina) e anticorpos
Figure BRPI0009448B1_D0010
monoclonais, foi anteriormente descrito (ver, por exemplo, asPacentes; U.S. 4.957.773 e 4.603.044, cujos teores ficam aqui incorporados por referência. As porções de alvejamento podem compreender a proteína inteira ou seus fragmentos.
Os mecanismos de alvejamento geralmente requerem que os agentes de alvejamento sejam posicionados sobre a superfície do lipossoma de maneira tal que a porção alvo esteja disponível para interação com o alvo, por exemplo o receptor da superfície celular. O lipossoma é destinado a incorporar uma porção conectora na membrana na ocasião da formação do lipossoma. A porção conectora deve ter uma porção lipofílica que seja firmemente encaixada e ancorada na membrana. Deve também ter uma porção hidrófila que esteja quimicamente disponível na superfície aquosa do lipossoma. A porção hidrófila é selecionada de modo a ser quimicamente adequada com o agente de alvejamento, de tal modo que a porção e o agente formem uma ligação química estável. Portanto, a porção conectora comumente se estende para fora da superfície lipossômica e é configurada para corretamente posicionar o agente de alvejamento. Em alguns casos, é possível ligar o agente alvo diretamente à porção conectora, mas, em muitos casos, é mais adequado usar uma terceira molécula para atuar como uma “ponte molecular”. A ponte liga a porção conectora com o agente alvo fora da superfície do lipossoma, dessa forma tomando o agente alvo livremente disponível para interação com o alvo celular.
Métodos padrão para acoplar os agentes alvos podem ser usados. Por exemplo, a fosfatidiletanolamina, que pode ser ativada para ligação dos agentes alvo, ou compostos lipofílicos derivados, tais como a bleomicina derivada de lipídeos, podem ser usados.
Os lipossomas alvejados por anticorpo podem ser construídos usando-se, por exemplo, lipossomas que incorporem a proteína A (ver Renneisen et al., J. Bio. Chem., 265: 16337-16342 (1990) e Leonetti et al.,
Proc. Natl. Acad. Sei. (USA), 87: 2448-2451 (1990). Outros exemplos de conjugação de anticorpos são apresentados no Pedido de Patente U.S. número 08/316.394, depositado em 30 de setembro de 1994, cujo teor é aqui incorporado por referência. Exemplos de porções de alvejamento podem também incluir outras proteínas, componentes específicos a celulares, incluindo antígenos associados com neoplasmas ou tumores. As proteínas usadas como porções de alvejamento podem ser ligadas aos lipossomas através de ligações covalentes [ver, Heath, Covalent Attachment of Proteins to Liposomes, 149 Methods in Enzymology 111-119 (Academic Press, Inc. 1987)]. Outros métodos de alvejamento incluem o sistema biotina-avidina.
IX. ADMINISTRAÇÃO DE ALCALÓIDES DE PERVINCA ENCAPSULADOS EM LIPÍDEOS
Os alcalóides de pervinca encapsulados em lipossomas podem ser administrados em qualquer um dentre vários meios, incluindo parenteral, intravenoso, sistêmico, local, intratumoral, intramuscular, subeutâneo, intraperitoneal, inalação, ou qualquer método de liberação. Em modalidades preferidas, as composições farmacêuticas são . administradas intravenosamente por injeção. Em uma modalidade, é dada a um paciente uma infusão intravenosa dos alcalóides de pervinca encapsulados em lipossomas (agente único) através de uma linha intravenosa de administração durante, por exemplo, 30 minutos, 60 minutos, 90 minutos ou mais. Em modalidades preferidas, uma infusão de 60 minutos é usada. Tais infusões podem ser dadas periodicamente, por exemplo uma vez a cada 1, 3, 5, 7, 10, 14, 21 ou 28 dias ou mais, preferivelmente uma vez a cada 7 a 21 dias, e o mais preferível uma vez a cada 14 dias. Como aqui usado, cada administração de um alcalóide de pervinca lipossômico é considerado um “curso” de tratamento.
A formulação adequada para uso na presente invenção pode ser encontrada, por exemplo, em Remington’s Pharmaceuticam Sciences,
Figure BRPI0009448B1_D0011
Mack Publishing Company, Philadelphia, PA, 17a Edição (1985). Com ffeqüência, as composições intravenosas compreenderão uma solução dos lipossomas em suspensão em um portador aceitável, tal como um portador aquoso. Qualquer dentre uma variedade de portadores aquosos pode ser usada, por exemplo água, água tamponada, solução salina a 0,4%, solução salina isotônica a 0,9%, glicina a 0,3%, dextrose a 5%, e outros, e podem incluir glicoproteínas para estabilidade intensificada, tais como albumina, lipoproteína, globulina etc. Freqüentemente, a solução salina tamponada normal (NaCl 135 a 150 mM) será usada. Estas composições podem ser esterilizadas por técnicas de esterilização convencionais, tais como filtração. As composições podem conter substâncias auxiliares farmaceuticamente aceitáveis, conforme seja necessário para aproximar às condições fisiológicas, tais como o ajuste de pH e os agentes de tamponamento, os agentes de ajuste da tonicidade, os agentes umectantes, e outros, por exemplo acetato de sódio, lactato de sódio, cloreto de sódio, cloreto de potássio, cloreto de cálcio, monolaurato de sorbitano, oleato de trietanolamina, etc. Estas composições podem ser esterilizadas usando-se as técnicas referidas acima, ou podem ser produzidas sob condições estéreis. A concentração de lipossomas no portador pode variar. Geralmente, a concentração será de cerca de 20 a 200 mg/ml, porém as pessoas versadas podem variar a concentração para otimizar o tratamento com diferentes componentes lipossômicos ou para pacientes particulares. Por exemplo, a concentração pode ser aumentada para reduzir a carga fluida associada com o tratamento.
A quantidade de alcalóides de pervinca administrada por dose é selecionada para situar-se acima da dose terapêutica mínima, mas abaixo de uma dose tóxica. A escolha da quantidade por dose dependerá de vários fatores, tais como a história médica do paciente, o uso de outras terapias e a natureza da doença. Em certas modalidades, uma dose inicialmente baixa será dada, a qual pode ser aumentada com base na resposta e/ou tolerância do paciente à dose inicial. Por exemplo, 0,5, 1,0, 1,5, 2,0, 2,4 mg/m (isto é, mg de alcalóide de pervinca, por exemplo, vincristina, por m de área superficial do corpo) ou concentrações mais elevadas podem ser administradas. Em modalidades preferidas, administra-se aos pacientes uma dose de 2,0 mg/m , correspondendo a uma dose de lipídeo de cerca de 40 mg/m2 ou cerca de 1,1 mg/kg de lipídeo e 0,05 mg/kg de vincristina para um paciente de 70 kg em média, ou cerca de 3 mg a cerca de 6 mg de vincristina por dose.
Os pacientes tipicamente receberão pelo menos 2 cursos de tal tratamento, e potencialmente mais, dependendo da resposta do paciente ao tratamento. Em regimes de agente único, os cursos totais de tratamento são determinados pelo paciente e pelo médico, com base nas respostas e toxicidade observadas. Até 12 cursos de tratamento, uma vez a cada 14 dias, tem demonstrado respostas satisfatórias do paciente. Maiores número podem ser justificados em certos casos. De forma semelhante, o número de cursos de tratamento usando lipo-CHOP será determinado pelo paciente e pelo médico.
Tendo em vista que as dosagens de vincristina são limitadas pela neurotoxicidade em seres humanos, é algumas vezes útil co-administrar vincristina lipossômica com um tratamento para a neurotoxicidade. Um exemplo é a administração de gabapentina Neurontin® (Parke-Davis), ou neutonina, para tratamento da dor neuropática, por exemplo 100 a 200 mg de Neurontin® são administrados 3 vezes por dia a um paciente adulto. Se a dor neuropática melhorar, então os tratamentos de vincristina lipossômica podem continuar. Uma vez que este tipo de tratamento profilático ou terapêutico se destina apenas a tratar efeitos colaterais da vincristina lipossômica, ele é considerado separadamente das terapias de combinação apresentadas abaixo.
Esta invenção se baseia, em parte, na verificação surpreendente de que, ao contrário dos alcalóides de pervinca de forma livre, os alcalóides de pervinca encapsulados em lipossomas podem ser administrados sem uma cobertura sobre a dosagem total. Por exemplo, enquanto a vincristina de forma livre é tipicamente administiada com uma cobertura de 2,0 mg, a vincristina encapsulada em lipossomas pode ser administrada em uma dosagem constante, preferivelmente, de 2,0 mg/m . Assim, para um paciente típico de 1,5 a 3,0 m2 de área superficial, uma dose de cerca de 3,0 a cerca de 6,0 mg de vincristina pode ser administrada.
X. TERAPIAS DE COMBINAÇÃO
Em numerosas modalidades, os alcalóides de pervinca encapsulados em lipossomas serão administrados em combinação com um ou mais compostos ou terapias adicionais. Por exemplo, os alcalóides de pervinca múltiplos podem ser co-administrados, ou um ou mais alcalóides de pervinca podem ser administrados em conjunção, com outro composto terapêutico, tal como ciclofosfamida, doxorrubicina, prednisona, outros alcalóides tais como as taxanas, camptotecinas e/ou podofilinas, outros agentes quimioterápicos tais como os medicamentos anti-sentido ou as vacinas antitumorais. Em uma modalidade preferida, a vincristina encapsulada em lipossoma é co-administrada com ciclòfosfamida, doxorrubicina e prednisona. Em certas modalidades, compostos múltiplos são carregados nos mesmos lipossomas. Em outras modalidades, os alcalóides de pervinca encapsulados em lipossomas são formados individualmente e subseqüentemente combinados com outros compostos para uma coadministração única. Alternativamente, certas terapias são administradas seqüencialmente em uma ordem predeterminada, tal como em CHOP ou lipoCHOP. A vincristina encapsulada em lipossoma pode também ser formulada em uma combinação de CVP, ou ciclofosfamida-vincristina-prednisona.
Os alcalóides de pervinca encapsulados em lipossomas também podem ser combinados com agentes antitumorais, tais como os anticorpos monoclonais, incluindo, mas não limitando, Oncolym® (Techniclone Corp. Tustin, CA) ou Rituxan® (IDEC Pharmaceuticals), Bexxar® (Coulter Pharmaceuticals, Paio Alto, CA), ou IDEC-Y2B8 (IDEC
Pharmaceuticals Corporation). Além disso, os alcalóides de pervinca encapsulados em lipossomas podem ser administrados junto com um ou mais tratamentos não moleculares, tais como a terapia de radiação, a transplantação de medula óssea, a terapia hormonal, a cirurgia, etc.
Em uma modalidade preferida, os alcalóides de pervinca encapsulados em lipossomas são administrados em combinação com um composto ou terapia anticâncer, que provê um melhoramento aumentado ou sinergístico na redução do tumor, com base no mecanismo de ação e em perfis de toxicidade de não sobreposição. Em particular, os alcalóides de pervinca lipossômicos podem ser liberados com uma taxana, que pode opcionalmente ser também uma taxana lipossômica. Embora se pense que os alcalóides de pervinca despolimerizam os microtúbulos e as taxanas estabilizam os microtúbulos, os dois compostos têm sido observados atuarem sinergicamente na redução do crescimento tumoral, presumivelmente porque ambos estejam envolvidos na inibição da dinâmica dos microtúbulos. Ver Dumontet, C. e Sikic, B. I. (1999), J. Clin. One. 17(3) 1061-1070. As formulações lipossômicas dos alcalóides de pervinca de acordo com a presente invenção diminuirão assim, significativamente, a toxicidade do mielóide e neurológica associada com a administração seqüencial dos alcalóides de pervinca de forma livre e das taxanas.
Outra terapias de combinação conhecidas daqueles versados na técnica podem ser usadas em combinação com os métodos da presente invenção.
EXEMPLOS
Os seguintes exemplos são oferecidos para ilustrar, mas não para limitar, a invenção reivindicada.
EXEMPLO 1: PRODUÇÃO DA VINCRISTINA ENCAPSULADA EM
LIPOSSOMAS
A vincristina encapsulada em lipossoma (Injeção de Sulfato de
Figure BRPI0009448B1_D0012
Vincristina-Lipossoma) foi preparada usando-se um kit de seis frascos. Os frascos 1 e 2 continham uma solução de sulfato de vincristina (1 mg/ml de Vincasar PFS®, SP Pharmaceuticals LLC, Albuquerque, NM) em tampão compreendendo manitol e acetato de sódio, pH 4,5 a 4,7, o frasco 3 continha lipossomas vazios (100 mg/ml de lipossomas Esfíngomielina/Colesterol, em uma relação entre cerca de 60/40 a 50/50, ou mais preferivelmente de 55/45% molar/% molar) em tampão compreendendo citrato 300 mM em pH 4,0, os frascos 4 e 5 continham um tampão de fosfato alcalino (14,2 mg/ml de heptaidrato de fosfato de sódio dibásico) e o frasco 6 era um frasco vazio estéril. Os lipossomas vazios precedentes foram preparados usando-se técnicas de hidratação de película fina e extrusão padrão, conforme descrito na Patente U.S. 5.741.516.
ml de sulfato de vincristina foram removidos dos frascos 1 e 2 e adicionados ao frasco estéril 6. Subsequentemente, 0,8 ml de lipossomas de esfingomielina/colesterol foi removido do frasco 3 e adicionado ao frasco
6. O frasco 6 foi invertido cinco vezes para misturar os materiais. 20 ml da solução de fosfato de sódio dos frascos 4 e 5 foram adicionados ao frasco 6. O frasco 6 foi novamente invertido por cinco vezes, sem agitação, para misturar os materiais. O frasco 6 foi então aquecido em banho de água em 60 a 65°C por cinco minutos, após o que o frasco foi novamente invertido cinco vezes. O frasco foi então novamente aquecido por cinco minutos e invertido cinco vezes mais.
O produto final continha 0,16 mg/ml de sulfato de vincristina e 3,2 mg/ml de lipídeo total.
EXEMPLO 2: VINCRISTINA ENCAPSULADA EM LIPOSSOMA EM
MÉTODOS DE NHL RECIDIVOS, pacientes com Linfoma não-de-Hodgkin recidivo (NHL), e com Linfoma Linfoblástico de Adultos (ÀLL) foram incluídos no estudo. Cada paciente tinha pelo menos 16 anos de idade, não tinha HIV ou qualquer outra infecção séria, não tinha qualquer doença do sistema nervoso centrãl, e tinha função renal normal e neutrófilos pelo menos 0,5K, e plaquetas pelo menos 50K. Cada paciente recebeu até 12 doses de 2,0 mg/m2 de vincristina lipossômica intravenosa administrada uma vez a cada 14 dias. Os lipossomas usados compreendiam esfingomielina e colesterol.
RESULTADOS dos 51 pacientes foram avaliados. A idade média destes 35 pacientes era de 62 anos (faixa de 19 a 86), e 21 dos pacientes eram homens. 12 dos pacientes tinha NHL folicular, 7 tinham NHL transformado, 11 tinham célula grande difusa, 3 tinham célula do manto, 1 tinha célula NK e um, ALL. O grau clínico foi elevado em 1, agressivo em 17, indolente em 10, e transformado em 7 pacientes. O LDH do soro foi elevado em 16 dos 35 pacientes, e a microglobulina B2 foi maior do que 3,0 mg/litro em 19 dos 30 pacientes. O número médio de regimes terapêuticos anteriores foi de 3 (faixa de 1 a 10). 18 dos 35 pacientes foram reffatários ao regime imediatamente precedente à vincristina encapsulada em lipossoma. Todos os 35 haviam anteriormente recebido a administração de vincristina. Para os 34 pacientes com NHL, 14 pacientes apresentaram uma resposta completa ou parcial, para um índice global de resposta de 40% (intervalo de confiança de 95%: 24% a
58%). As respostas de acordo com o grau clínico foram como apresentado na
Tabela 1.
TABELA 1
Indolente Transformado Agressivo Transformado ou Agressivo
# Pacientes 10 7 17 24
# Respondedores (resposta completa ou parcial) 1 5 8 13
% de resposta completa ou parcial 10 71 47 54
95% de intervalo de confiança 1-45 29-96 23-72 33-74
CONCLUSÕES
A duração média das respostas foi de 4 meses. O fato de que metade dos pacientes respondedores mantinham a resposta pór pelo menòs 4 meses após o tratamento, é uma resposta surpreendente, inesperada e clinicamente impressionante para um grupo heterogêneo de pacientes aos quais anteriormente deve ter sido dado um prognóstico muito fraco.
Os resultados acima demonstram que as doses completas de vincristina lipossômica podem ser dadas em NHL recidivo com boa atividade, mesmo em populações severamente pré-tratadas.
Além disso, a vincristina lipossômica demonstrou significativamente menos toxicidade não específica do que a vincristina livre. A neurotoxicidade periférica é a mais freqüente e de efeito tóxico limitativo da dose da vincristina livre. Os efeitos neuropáticos periféricos comumente começam em adultos que recebem uma dose total de 5 a 6 mg (2 a 3 doses de vincristina livre) e são geralmente significativos após uma dose cumulativa de 15 a 20 mg (8 a 10 doses de vincristina livre). Significativamente, no presente estudo, um paciente típico recebeu de 3 a 5 mg em uma dose única, e doses cumulativas de até 37 mg foram liberadas, sem nenhum paciente apresentando neurotoxicidade periférica induzida pela vincristina lipossômica significativa. Mesmos doses totais mais elevadas são devem provavelmente ser toleradas. Estas doses mais elevadas são altamente desejáveis para o controle do NHL, e representam uma etapa significativa e surpreendente avançada no tratamento desta doença.
EXEMPLO 3: USO DE ALCALÓIDES DE PERVINCA LIPOSSÔMICOS
COMO TRATAMENTO DE PRIMEIRA LINHA PARA LINFOMAS
Este exemplo ilustra o uso de alcalóides de pervinca lipossômicos como um tratamento de primeira linha, em combinação com outros quimioterápicos, para tratamento de pacientes que se apresentam com linfomas, particularmente o Linfoma não-de-Hodgkin (baixo grau ou grau intermediário). Os pacientes que se apresentam com NHL transformado ou agressivo podem receber este tratamento de combinação melhorado como um tratamento de primeira linha, ou o médico pode preferir o tratamento de agente único OncoTCS®, como descrito nos exemplos anteriores. O regime de terapia de combinação apresentado abaixo leva vantagem do resultado surpreendente de que doses muito maiores de vincristina podem ser administradas quando liberadas nos lipossomas da presente invenção, com toxicidade grandemente reduzida.
O regime de combinação preferido é um regime de CHOP melhorado (“Lipo-CHOP”) compreendendo: Çiclofosfamida,
Hidroxidaunorrubicina, Hidroxidaunorrubicina (doxorrubicina), OncoTCS® e Prednisona. Um ciclo de tratamento leva cerca de 5 dias, e os ciclos são repetidos aproximadamente a cada 21 a 28 dias. Um ciclo exemplar consiste de:
Çiclofosfamida (750 mg/m2 IV, d l)
Hidroxidaunorrubicina (50 mg/m2 IV, d l)
OncoTCS® (2,0 mg/m2 IV, d 1 (nenhuma cobertura necessária) Prednisona (100 mg PO qd x 5 dias)
Os tratamentos são conduzidos com as mesmas intervenções de enfermagem necessárias para o tratamento padrão de CHOP.
Espera-se que os pacientes que receberam o tratamento de CHOP melhorado apresentem melhoras significativas sobre o CHOP padrão em índices de remissão parcial ou completa, no período de remissão/tempo para recidiva após o tratamento, e nos tempos médios de sobrevivência. EXEMPLO 4: TRATAMENTO DE LINFOMAS COM VINCRISTINA
LIPOSSÔMICA DE AGENTE ÚNICO
Em um outro estudo, 50 pacientes humanos apresentando-se com diferentes classes de linfoma, foram tratados com vincristina lipossômica de agente único, como descrito no Exemplo 2. Os resultados foram como indicado na tabela seguinte:
Primeira recidiva do CR Refratário primário Pós- ABMT 2 Recidivas População* de estudos de centros múltiplos
Número de pacientes disponíveis 11 11 10 26 36
#CR 4 0 0 0 0
#PR 4 0 2 10 12
índice de resposta global 73 0 20 38 33
95% de Intervalos de confiança (%) 39 a 95 0a28 1 a 32 20 a 59
18% de neurotoxicidade de grau 3 a 4/ nenhuma morte tóxica.
CR = resposta completa
PR = resposta parcial
Refratários primários significa que nenhuma resposta ao tratamento inicial foi observada; ABMT = transplante de medula óssea autóloga
Novamente, estes resultados mostram que o tratamento de agente único de vincristina lipossômica é um excelente tratamento para linfomas. Estes resultados sugerem fortemente um papel para a vincristina lipossômica em Lipo-CHOP e para o tratamento de primeira linha de agente único, de linfomas.
EXEMPLO 5 - ESTUDOS ADICIONAIS
A Figura 1 provê resultados quanto a uma experiência clínica usando os métodos aqui descritos, que demonstram que os presentes métodos são particularmente eficazes no tratamento de formar de Linfoma não-deHodgkin indolente, transformado, recidivo e agressivo após o transplante de medula óssea (BMT).
EXEMPLO 6 - RESPOSTA A VISCRISTINA LIPOSSÔMICA POR
NÚMERO DE REGIME ANTERIOR
A Figura 2 fornece resultados mostrando o número de pacientes disponíveis com NHL agressivo recidivo, o número de tais pacientes que apresentaram uma resposta ou remissão completa (CR), o número que apresentou uma resposta ou remissão parciais (PR), o percentual que apresentou ou um CR ou um PR, e o intervalo de confiança de 95% para cada valor percentual. Estes dados são apresentados para pacientes que haviam recebido um tratamento anterior, dois ou mais tratamentos anteriores, ,da última categoria, aqueles que responderam ao tratamento imediatamente antes do estudo e aqueles que não responderam ao tratamento anterior.
Este estudo demonstra que os presentes métodos são incomumente eficazes para tratar de cada categoria de pacientes.
Fica entendido que os exemplos e modalidades aqui descritas destinam-se apenas a fins ilustrativos, e que várias modificações ou mudanças à sua luz serão sugeridas às pessoas versadas na técnica, e devem ser incluídas dentro do espírito e alcance deste pedido, e do escopo das reivindicações anexas. Todas as publicações, patentes e pedidos de patente aqui citados são neste relatório incorporados por referência em sua totalidade, para todos os fins.

Claims (6)

  1. REIVINDICAÇÕES
    1. Kit para uso no tratamento de uma neoplasia em um mamífero, caracterizado pelo fato de compreender:
    (a) um primeiro recipiente compreendendo uma solução compreendendo sulfato de vincristina a uma concentração de aproximadamente 1 mg/mL, manitol em uma concentração de aproximadamente 100 mg/mL, em que a dita solução tem um pH na faixa de
    3,5 a 5,5;
    (b) um segundo recipiente compreendendo uma solução tamponada de citrato compreendendo lipossomas compreendendo esfmgomielina e colesterol em uma razão de 75/25 (mol% esfmgomielina/mol% colesterol) a 50/50 (mol% esfingomielina/mol% colesterol);
    (c) um terceiro recipiente compreendendo uma solução tampão compreendendo fosfato de sódio dibásico heptaidratado em uma concentração de aproximadamente 14,2 mg/mL; e (d) instruções para uso do dito kit para preparar uma composição lipossomal útil no tratamento de uma neoplasia em um mamífero.
  2. 2. Kit para uso no tratamento de uma neoplasia em um mamífero, caracterizado pelo fato de compreender:
    (a) um primeiro recipiente compreendendo uma solução de vincristina, em que a dita vincristina está presente em uma concentração de aproximadamente 1 mg/mL a 5 mg/mL, em que a dita solução tem um pH na faixa de 3,5 a 5,5;
    (b) um segundo recipiente compreendendo lipossomas em uma solução tamponada de citrato, em que os ditos lipossomas compreendem esfmgomielina e colesterol em uma razão de 75/25 (mol% esfmgomielina/mol% colesterol) a 50/50 (mol% esfingomielina/mol% colesterol), e em que o pH do interior e exterior dos ditos lipossomas é ácido;
    (c) um terceiro recipiente compreendendo uma solução tampão de fosfato alcalina tendo um pH mais elevado do que o pH da solução do segundo recipiente, tal que a combinação das soluções do segundo e terceiro recipientes resulta no pH do exterior dos ditos lipossomas sendo o neutro; e (d) instruções para uso do dito kit para preparar composições lipossomais úteis no tratamento de uma neoplasia em um mamífero.
  3. 3. Kit para uso no tratamento de uma neoplasia em um mamífero, caracterizado pelo fato de compreender:
    (a) um primeiro recipiente compreendendo uma solução compreendendo vincristina em uma concentração de aproximadamente 1 mg/mL, manitol em uma concentração de aproximadamente 100 mg/mL, em que a dita solução tem um pH na faixa de 3,5 a 5,5;
    (b) um segundo recipiente compreendendo uma solução tamponada de citrato compreendendo lipossomas compreendendo esfingomielina e colesterol em uma razão de 75/25 (mol% esfingomielina/mol% colesterol) a 50/50 (mol% esfingomielina/mol% colesterol);
    (c) um terceiro recipiente compreendendo uma solução tampão compreendendo fosfato de sódio dibásico heptaidratado em uma concentração de aproximadamente 14,2 mg/mL; e (d) instruções para uso do dito kit para preparar uma composição lipossomal útil no tratamento de uma neoplasia em um mamífero.
  4. 4. Kit de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1-3, caracterizado pelo fato de que o pH do interior e do exterior do dito lipossoma é aproximadamente 4,0.
  5. 5. Kit de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1-4, caracterizado pelo fato de que o dito lipossoma compreende esfingomielina e colesterol em uma razão de cerca de 55/45 (mol% esfingomielina/mol% colesterol).
  6. 6. Kit de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1-5, caracterizado pelo fato de que o pH da solução tampão de fosfato alcalina é de
    5 aproximadamente 9,0.
    1/2
    1 $ es cl g O T- 20 1-32 AGRESSIVO REFRATÁRIO O o eo o RECIDIVADO LINFOMA 37 00 49 32-66 TRANSFORMAD O 16 IO 11-59 INDOLENTE 00 to 0-28 AVALIÁVEL CP/PR % DE RESPOSTA 95% DE INTERVALO DE CONFIANÇA
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    2/2
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