BR112020026336B1 - Pneumático que compreende flancos reforçados - Google Patents

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Abstract

A invenção se refere a um pneumático com armadura de carcaça radial, constituída por uma única camada de elementos de reforço ancorada em cada um dos talões (3) por reviramento em torno de um cordonel (4), reforçada por um enrijecedor (9). De acordo com a invenção, no flanco do pneumático, o perfil da superfície exterior (S) do pneumático está a uma distância constante T da camada de armadura de carcaça entre os pontos F e A, e alcança a superfície exterior do talão no ponto C formando assim dois arcos de círculos sucessivos (C1, C2).

Description

[0001] A presente invenção se refere a um pneumático, com armadura de carcaça radial e mais especialmente a um pneumático destinado a equipar veículos que levam cargas pesadas e que rodam em velocidade constante, tais como, por exemplo os caminhões, tratores, reboques ou ônibus rodoviários.
[0002] De uma maneira geral nos pneumáticos de tipo veículos pesados, a armadura de carcaça é ancorada de um lado e de outro na zona do talão e é encimada radialmente por uma armadura de topo constituída por pelo menos duas camadas, superpostas e formadas por fios ou cabos paralelos em cada camada e cruzados de uma camada para a seguinte formando assim com a direção circunferencial ângulos compreendidos entre 10° e 45°. As ditas camadas de trabalho, que formam a armadura de trabalho, podem ainda ser recobertas por pelo menos uma camada dita de proteção e formada por elementos de reforço vantajosamente metálicos e extensíveis, ditos elásticos. Ela pode também compreender uma camada de fios ou cabos metálicos de pouca extensibilidade que formam com a direção circunferencial um ângulo compreendido entre 45° e 90°, essa lona, dita de triangulação, sendo radialmente situada entre a armadura de carcaça e a primeira lona de topo dita de trabalho, formadas por fios ou cabos paralelos que apresentam ângulos no máximo iguais a 45° em valor absoluto. A lona de triangulação forma com pelo menos a dita lona de trabalho uma armadura triangulada, que apresenta, sob as diferentes tensões às quais ela é submetida, poucas deformações, a lona de triangulação tendo como papel essencial o de compensar os esforços de compressão transversal dos quais é o objeto o conjunto dos elementos de reforço na zona de topo do pneumático.
[0003] Cabos são ditos inextensíveis quando os ditos cabos apresentam sob uma força de tração igual a 10 % da força de ruptura um alongamento relativo no máximo igual a 0,2 %.
[0004] Cabos são ditos elásticos quando os ditos cabos apresentam sob uma força de tração igual à carga de ruptura um alongamento relativo pelo menos igual a 3 % com um módulo tangente máximo inferior a 150 GPa.
[0005] Elementos de reforço circunferenciais são elementos de reforço que formam com a direção circunferencial ângulos compreendidos dentro do intervalo + 2,5°, - 2,5° em torno de 0°.
[0006] A direção circunferencial do pneumático, ou direção longitudinal, é a direção que corresponde à periferia do pneumático e que é definida pela direção de rodagem do pneumático.
[0007] A direção transversal ou axial do pneumático é paralela ao eixo de rotação do pneumático.
[0008] A direção radial é uma direção que corta o eixo de rotação do pneumático e que é perpendicular a esse último.
[0009] O eixo de rotação do pneumático é o eixo em torno do qual ele gira em utilização normal.
[0010] Um plano radial ou meridiano é um plano que contém o eixo de rotação do pneumático.
[0011] O plano mediano circunferencial, ou plano equatorial, é um plano perpendicular ao eixo de rotação do pneu e que divide o pneumático em duas metades.
[0012] No que diz respeito aos fios ou cabos metálicos, as medições de força na ruptura (carga máxima em N), de resistência na ruptura (em MPa) e de alongamento na ruptura (alongamento total em %) são efetuadas em tração de acordo com a norma ISO 6892 de 1984.
[0013] Tais pneumáticos compreendem ainda usualmente ao nível dos talões uma ou várias camadas de elementos de reforço chamados de enrijecedores. Essas camadas são na maior parte das vezes constituídas por elementos de reforço orientados em relação à direção circunferencial de um ângulo inferior a 45°, e na maior parte das vezes inferior a 25°. Essas camadas de elementos de reforço têm notadamente como função limitar os deslocamentos longitudinais dos materiais constitutivos do talão em relação ao aro da roda para limitar um desgaste prematuro do dito talão. Elas permitem também limitar a deformação permanente do talão sobre o gancho de aro, devida ao fenômeno de fluência dinâmica dos materiais elastoméricos. Essa deformação do talão pode impedir a recapagem dos pneumáticos quando ela é excessiva. Elas contribuem ainda para a proteção das zonas baixas do pneumático contra as agressões sofridas por ocasião da montagem e da desmontagem dos pneumáticos nos aros.
[0014] Por outro lado, no caso de ancoragem da armadura de carcaça realizada em torno de um cordonel, que consiste em enrolar pelo menos em parte a armadura de carcaça em torno de um cordonel em cada um dos talões formando assim um reviramento que se estende mais ou menos alto no flanco, as camadas de elementos de reforço ou enrijecedores permitem ainda evitar ou retardar o desenrolamento da armadura de caraça por ocasião dos aquecimentos acidentais e excessivos do aro.
[0015] Essas camadas de elementos de reforço ou enrijecedores são na maior parte das vezes dispostas axialmente no exterior do reviramento da armadura de carcaça e se estendem em uma altura no flanco superior a aquela do reviramento notadamente para cobrir as extremidades livres dos elementos de reforço do dito reviramento.
[0016] Tais concepções de pneumáticos são por exemplo descritas nos documentos FR 2779387 ou US 2006/0000199 ou ainda GB 2 065 573.
[0017] A presença dessas camadas de elementos de reforço ou enrijecedores contribui para espessar a zona do talão até a parte de baixo da zona do flanco na direção da zona do pneumático na qual ele apresenta sua maior largura axial. Esse perfil do pneumático parece gerar fragilidades do pneumático em relação a certos tipos de choques notadamente quando o pneumático entra em contato com bordas de calçadas.
[0018] Os inventores e deram assim como missão fornecer pneumáticos para “Veículos Pesados”, dos quais os desempenhos de resistência notadamente a resistência das zonas dos talões são conservados e dos quais a concepção permite reduzir os riscos de danos quando o pneumático entra em contato com uma borda de calçada.
[0019] Esse objetivo foi atingido de acordo com a invenção por um pneumático destinado a ser montado em um aro vazado de tipo “15° drop centre”, que compreende uma armadura de carcaça radial, constituída por uma única camada de armadura de carcaça formada por elementos de reforço, o dito pneumático compreendendo uma armadura de topo, ela própria coberta radialmente por uma banda de rodagem, a dita banda de rodagem sendo reunida a dois talões por intermédio de dois flancos, a camada de elementos de reforço da armadura de carcaça sendo ancorada em cada um dos talões por reviramento em torno de um cordonel para formar uma parte principal da camada de armadura de carcaça que se estende de um cordonel ao outro e um reviramento da camada de armadura de carcaça em cada um dos talões, o dito reviramento de armadura de carcaça sendo reforçado por pelo menos uma camada camadas de elementos de reforço ou enrijecedores, e, em um corte meridiano do dito pneumático, - qualquer ponto do perfil da superfície exterior S do pneumático, entre um primeiro ponto F, ele próprio definido pela interseção de uma reta de orientação axial, que passa pelo ponto E que é axialmente o mais exterior da parte principal da camada de armadura de carcaça e pela superfície exterior S do pneumático, e um ponto A que está a uma distância T, constante, da parte principal da camada de armadura de carcaça, a dita distância sendo medida em qualquer ponto de acordo com uma direção normal à parte principal da camada de armadura de carcaça, - o ponto A é radialmente exterior a um primeiro círculo C1 de raio R1 centrado na extremidade do reviramento da camada de armadura de carcaça, R1 sendo compreendido entre 8 e 13 mm, - radialmente no interior do ponto A, a superfície exterior S do pneumático é prolongada por um arco de círculo de raio R2 do qual o centro é axialmente exterior à superfície S do pneumático, e do qual o raio R2 é compreendido entre 50 % e 125 % da distância entre o ponto F e o centro de gravidade do cordonel, - o arco de círculo de raio R2 é tangente em sua extremidade que é radialmente a mais interior B a um arco de círculo de raio R3 do qual o centro é axialmente interior à superfície S do pneumático, e que prolonga a superfície exterior S do pneumático radialmente para o interior até um ponto C, o dito ponto C sendo um ponto de tangência entre o arco de círculo de raio R3 e o círculo C2 de raio R1 centrado na extremidade que é radialmente a mais exterior do enrijecedor, - o dito ponto C sendo radialmente interior ao ponto D que é axialmente o mais exterior do círculo C2, - o raio R3 sendo compreendido entre 50 % e 125 % da distância entre o ponto F e o centro de gravidade do cordonel.
[0020] No sentido da invenção, o aro vazado de tipo “15° drop center” ou aro de assento bloqueado e um aro monobloco, tal como definido na ETRTO, do qual os assentos destinados a receber os talões do pneumático apresentam uma forma troncônica, o ângulo formado com a direção axial sendo substancialmente equivalente a 15°. Esses assentos são por outro lado prolongados por ganchos de aro de altura reduzida em relação a ganchos de aros de bases planas dos quais os assentos de aro apresentam formas substancialmente cilíndricas.
[0021] O corte meridiano do pneumático é definido de acordo com a invenção tal que os baricentros dos cordonéis formem uma reta orientada axialmente, os ditos baricentros sendo distantes um do outro de uma distância igual à largura do aro nominal J aumentada de 20 mm e diminuída de duas vezes a distância medida axialmente entre um baricentro de um cordonel e um ponto da superfície exterior do pneumático.
[0022] A posição do ponto que é axialmente o mais exterior da parte principal da armadura de carcaça é determinada em um pneumático montado e inflado de acordo com as condições nominais. Essa determinação pode ser realizada por exemplo de acordo com uma técnica de tomografia.
[0023] A distância T é medida de acordo com a normal à parte principal da camada de armadura de carcaça entre o ponto que é axialmente o mais exterior de um reforço da camada de armadura de carcaça e um ponto da dita superfície S.
[0024] No sentido da invenção, uma distância T constante significa que a distância T não varia de mais de 0.5 mm. As variações de espessura só são nesse caso devidas aos fenômenos de fluência por ocasião da fabricação e do cozimento do pneumático.
[0025] O centro de gravidade do cordonel é determinado em um corte meridiano do pneumático.
[0026] De acordo com um modo de realização preferido da invenção, o ario R2 é superior a 1.5 vezes o raio R1 e de preferência inferior a 8 vezes o raio R1.
[0027] Vantajosamente de acordo com a invenção, os ensaios mostraram que os pneumáticos assim realizados de acordo com a invenção apresentam menos degradação e resistem, portanto, melhor em termos de desgaste devido aos choques e/ou atritos nas bordas de calçada. Por outro lado, os pneumáticos de acordo com a invenção parecem conservar desempenhos em termos de resistência, e notadamente em termos de resistência das zonas dos talões, pelo menos tão boas quanto aquelas dos pneumáticos de concepção mais usual.
[0028] Esses resultados são ainda mais surpreendentes visto que as concepções mais usuais desse tipo de pneumáticos compreendem uma zona de talão relativamente espessa até a parte debaixo da zona do flanco na direção da zona do pneumático na qual esse último apresenta sua maior largura axial, notadamente para melhor absorver as agressões devidas aos choques ou atritos sofridos por ocasião de contato com as bordas de calçada.
[0029] Os inventores souberam assim colocar em evidência que os pneumáticos realizados de acordo com a invenção e que apresentam uma zona do talão relativamente pouco espessa em sua parte que é a mais radialmente exterior permitem resistir melhor às agressões em caso de contato com as bordas de calçada ao mesmo tempo em que conservam propriedades em termos de resistência satisfatórias.
[0030] Os inventores pensam interpretar esse resultado devido ao perfil da superfície exterior do pneumático entre o ponto F e o ponto C, definidos acima, que leva a uma modificação do dito perfil entre a zona que liga o flanco ao talão de um pneumático, a dita zona permitindo aumentar a parte do flanco que apresenta uma espessura T constante. De acordo com os inventores um tal perfil levaria a deformações mais homogêneas do pneumático por ocasião de contatos com as bordas de calçada e permitiria limitar os riscos de abrasão e/ou de arrancamento ao nível da superfície exterior do pneumático. De fato, por ocasião de um choque com uma borda de calçada, a zona de contato do pneumático é efetivamente a superfície exterior desse último e mais especialmente a zona situada entre os pontos F e A tais como definidos precedentemente. A espessura constante T do flanco parece permitir uma deformação mais homogênea e assim uma melhor distribuição dos esforços sofridos em caso de choque ou atrito em uma borda de calçada.
[0031] Os inventores souberam ainda colocar em evidência que o perfil da superfície exterior do pneumático de acordo com a invenção entre o ponto F e o ponto C pode ainda evitar problemas de desgaste no caso de pneumáticos em rodado duplo. De fato, eles mostraram que o perfil do pneumático favorece a evacuação de seixos que poderiam vir ficar presos entre os pneumáticos antes que os ditos seixos causem danos na zona do talão do pneumático.
[0032] De acordo com uma variante vantajosa da invenção, a distância radial entre o ponto F e o ponto A é superior a 70 % da distância radial entre o ponto F e o ponto G que é radialmente o mais exterior da superfície exterior S do pneumático, para o qual a distância, medida de acordo com uma direção normal à parte principal da camada de armadura de carcaça, entre a dita parte principal da camada de armadura de carcaça e a superfície S é igual a T, a dita distância entre qualquer ponto, da superfície exterior S do pneumático, radialmente compreendido entre os pontos F e G e a parte principal da camada de armadura de carcaça sendo constante.
[0033] De acordo com essa variante vantajosa da invenção, o perfil do flanco assim definido parece conferir uma homogeneidade da deformação ainda melhor em caso de choque e/ou atrito em uma borda de calçada.
[0034] De acordo com um modo de realização preferido da invenção, a extremidade que é radialmente a mais exterior do enrijecedor é radialmente exterior à extremidade do reviramento da camada de armadura de carcaça. Uma tal realização permite por um lado evitar a coincidência das extremidades respectivas do enrijecedor e do reviramento da camada de armadura de carcaça, as ditas extremidades sendo radialmente decaladas. Por outro lado, o enrijecedor assegura plenamente uma função de proteção do reviramento da camada de armadura de carcaça notadamente com relação ao contato com o gancho de aro e aos apoios sobre esse último quando o pneumático está em rodagem.
[0035] De acordo com outros modos de realização, a extremidade que é radialmente a mais exterior do enrijecedor é radialmente interior à extremidade do reviramento da camada de armadura de carcaça,
[0036] No que diz respeito à extremidade que é radialmente a mais interior do enrijecedor, ela pode ser radialmente exterior ao ponto que é radialmente o mais interior do cordonel. De acordo com outros modos de realização, o enrijecedor pode ser introduzido radialmente sob o cordonel, e sua extremidade que é radialmente a mais interior é nesse caso radialmente interior ao cordonel. De acordo ainda com outros modos de realização o enrijecedor pode ser enrolado em torno do cordonel e sua extremidade que é radialmente a mais interior está nesse caso axialmente interior à camada de armadura de carcaça.
[0037] De acordo com um modo de realização vantajoso da invenção, em qualquer plano meridiano, em cada talão, o pneumático compreende uma armadura de contenção que circunda o cordonel e um volume de mistura de borracha diretamente em contato com o cordonel.
[0038] De acordo com um modo de realização da invenção, notadamente para melhorar ainda mais os desempenhos em termos de resistência do pneumático, a armadura de carcaça é formada por cabos dos quais a estrutura é bastante penetrada por misturas poliméricas. Pode por exemplo se tratar de cabos dos quais a construção permite aumentar a penetrabilidade dos mesmos pelas misturas poliméricas. Pode ainda se tratar de cabos nos quais misturas poliméricas são inseridas por ocasião da fabricação dos próprios cabos. Trata-se nesse caso por exemplo de cabos com pelo menos duas camadas, pelo menos uma camada interna sendo revestida por uma camada constituída por uma composição de borracha não reticulável, reticulável ou reticulada, de preferência à base de pelo menos um elastômero diênico.
[0039] Tais cabos da armadura de carcaça que apresentam taxas de penetração maiores do que habitualmente, podem permitir que o pneumático distribua no comprimento ainda melhor a deformação evitando assim as concentrações locais que levam a pequenos raios de curvatura.
[0040] De fato, os cabos da armadura de carcaça, assim definidos de acordo com a invenção, que são submetidos a fenômenos de grande flexão por ocasião dos choques na calçada podem apresentar uma melhor resistência a esses fenômenos de flexão devido à taxa de penetração dos mesmos pelas misturas de borracha que induz uma melhor homogeneidade de deformação entre as zonas do cabo em extensão e em compressão devidas à flexão.
[0041] De acordo com uma variante de realização da invenção, a armadura de topo do pneumático é formada por pelo menos duas camadas de topo de trabalho de elementos de reforço vantajosamente inextensíveis, cruzados de uma camada para a outro formando assim com a direção circunferencial ângulos compreendidos entre 10° e 45°.
[0042] De acordo com outras variantes de realização da invenção, a armadura de topo compreende ainda pelo menos uma camada de elementos de reforço circunferenciais.
[0043] Uma realização preferida da invenção prevê ainda que a armadura de topo seja completada radialmente no exterior por pelo menos uma camada suplementar dita de proteção, de elementos de reforço, orientados em relação à direção circunferencial com um ângulo compreendido entre 10° e 45° e de mesmo sentido que o ângulo formado pelos elementos inextensíveis da camada de trabalho que lhe é radialmente adjacente.
[0044] A camada de proteção pode ter uma largura axial inferior à largura axial da camada de trabalho que é a menos larga. A dita camada de proteção pode também ter uma largura axial superior à largura axial da camada de trabalho que é a menos larga, tal que ela recobre as bordas da camada de trabalho que é a menos larga e, no caso da comada radialmente superior como sendo a menos larga, tal que ela seja acoplada, no prolongamento axial da armadura adicional, com a camada de topo de trabalho que é a mais larga em uma largura axial, para ser em seguida, axialmente no exterior, separada da dita camada de trabalho que é a mais larga por perfilados de espessura pelo menos igual a 2 mm. A camada de proteção formada por elementos de reforço elásticos pode, no caso citado acima, ser por um lado eventualmente separada das bordas da dita camada de trabalho que é a menos larga por perfilados de espessura substancialmente menor do que a espessura dos perfilado que separam as bordas das duas camadas de trabalho, e ter por outro lado uma largura axial inferior ou superior à largura axial da camada de topo que é a mais larga.
[0045] De acordo com um qualquer dos modos de realização da invenção evocados precedentemente, a armadura de topo pode ainda ser completada, radialmente no interior entre a armadura de carcaça e a camada de trabalho radialmente interior que é a mais próxima da dita armadura de carcaça, por uma camada de triangulação de elementos de reforço inextensíveis metálicos feitos de aço que formam, com a direção circunferencial, um ângulo superior a 60° e de mesmo sentido que o ângulo formado pelos elementos de reforço da camada que é radialmente a mais próxima da armadura de carcaça.
[0046] Outros detalhes e características vantajosas da invenção se destacarão abaixo da descrição dos exemplos de realização da invenção notadamente em referência às figuras 1 a 3 que representam: - figura 1, uma vista meridiana de um esquema de um pneumático de acordo com a invenção, - figura 2, uma representação esquemática ampliada da superfície exterior do pneumático entre a zona do talão e o ponto F, - figura 3, uma representação esquemática ampliada da zona de um talão de um pneumático de referência.
[0047] As figuras não estão representadas na escala para simplificar a compreensão das mesmas.
[0048] As figuras 1 e 3 só representam uma meia vista de um pneumático que se prolonga de maneira simétrica em relação ao eixo XX’ que representa o plano mediano circunferencial, ou plano equatorial, do pneumático.
[0049] Na figura 1, o pneumático 1 tem a dimensão 315/70 R 22.5. O dito pneumático 1 compreende uma armadura de carcaça radial 2 ancorada em dois talões 3. A armadura de carcaça 2 é guarnecida no topo do pneumático por uma armadura de topo 5, ela própria coberta por uma banda de rodagem 6.
[0050] A armadura de carcaça 2, formada de uma só camada de cabos metálicos, é enrolada em cada um dos talões 3 em torno de um cordonel 4 e forma em cada um dos talões 3 um reviramento 7 da camada de armadura de carcaça que apresenta uma extremidade 8.
[0051] Axialmente no exterior do reviramento 7, é encontrado um enrijecedor 9 do qual a extremidade que é radialmente a mais exterior 10 está radialmente exterior à extremidade 8 do reviramento 7 da camada de armadura de carcaça.
[0052] A extremidade 11 que é radialmente a mais interior do enrijecedor 9 é radialmente exterior ao ponto que é radialmente o mais interior do cordonel 4.
[0053] A figura 2 ilustra esquematicamente a superfície exterior S do pneumático entre o ponto F e a zona do talão 3 em um corte meridiano do pneumático, definida de modo que os baricentros dos cordonéis 4 formem uma reta orientada axialmente, os ditos baricentros sendo distantes um do outro de uma distância igual à largura do aro nominal aumentada de 20 mm e diminuída de duas vezes a distância medida axialmente entre um baricentro de um cordonel 4 e um ponto da superfície exterior do pneumático.
[0054] O ponto E que é axialmente o mais exterior da carcaça é, por exemplo, determinado por tomografia, o pneumático estando montado/inflado nas condições nominais.
[0055] O ponto F é em seguida determinado por uma projeção axial do ponto E na superfície exterior S do pneumático.
[0056] A superfície exterior S do pneumático descreve uma primeira porção a partir do ponto F até o ponto A, esse último sendo radialmente exterior ao círculo C1, de raio R’ centrado na extremidade 8 do reviramento da camada de armadura de carcaça.
[0057] A distância T medida entre qualquer ponto da superfície exterior S do pneumático e a parte principal da camada de armadura de carcaça, a dita distância sendo medida em qualquer ponto de acordo com uma direção normal à parte principal da camada de armadura de carcaça é igual a 4.7 mm e substancialmente constante nessa porção compreendida entre os pontos F e A.
[0058] O raio R1 do círculo 1 é igual a 8.3 mm.
[0059] A superfície exterior S do pneumático é prolongada em seguida radialmente para o interior por um arco de círculo 12 de raio R2, ele próprio tangente em B a um arco de círculo 13, de raio R3, o dito arco de círculo prolongando a superfície exterior S do pneumático até o ponto C.
[0060] O ponto C é o ponto de tangência entre o arco de círculo 13 e o círculo C2 centrado na extremidade que é radialmente a mais exterior do enrijecedor.
[0061] O ponto C é radialmente interior ao ponto D que é axialmente o mais exterior do círculo C2.
[0062] O raio R2 é igual a 90 mm.
[0063] O raio R3 é igual a 121 mm.
[0064] A distância entre o ponto F e o centro de gravidade do cordonel é igual a 119 mm.
[0065] Os raios R2 e R3 estão portando bem compreendidos entre 50 % e 125 % dessa distância entre o ponto F e o centro de gravidade do cordonel.
[0066] A distância radial entre o ponto F e o ponto A é igual a 37 mm.
[0067] O ponto G, visível na figura 1 é o ponto, radialmente exterior ao ponto F, a partir do qual a distância entre um ponto da superfície exterior S do pneumático e a parte principal da camada de armadura de carcaça, medida em qualquer ponto de acordo com uma direção normal à parte principal da camada de armadura de carcaça, é superior à distância T.
[0068] A distância radial entre o ponto F e o ponto A é, portanto, bem superior a 70 % da distância radial entre o ponto F e o G.
[0069] Ensaios de resistência foram realizados fazendo para isso rodar dois pneus aparelhados um sobre o outro com uma pressão regulada de 5.5 b, e uma carga de 4571 daN a uma velocidade de 50 km/h e a uma temperatura ambiente de 15°C durante 20000 km.
[0070] Os pneumáticos de acordo com a invenção são comparados com pneumáticos de referência dos quais o perfil da superfície exterior é mais usual. Um tal perfil de pneumático está representado na figura 3.
[0071] Nessa figura 3 que representa um pneumático 31 de mesma dimensão, é visto que a zona do talão 33 é semelhante a aquela do pneumático de acordo com a invenção e que a estrutura da camada de armadura de carcaça 32 é idêntica, essa última sendo revirada em torno de um cordonel 34 para formar um reviramento 37 reforçado por um enrijecedor 29. Em contrapartida, o perfil da superfície exterior do pneumático 31 é diferente daquele do pneumático de acordo com a invenção.
[0072] Os ensaios foram realizados para os pneumáticos de acordo com a invenção com condições idênticas a aquelas aplicadas aos pneumáticos de referência.
[0073] Os pneumáticos de acordo com a invenção apresentam resultados substancialmente idênticos a aqueles dos pneumáticos de referência.
[0074] Outros ensaios foram conduzidos para testas os desempenhos de resistência aos choques e/ou aos atritos em bordas de calçada.
[0075] Para realizar esses ensaios os pneumáticos são por outro lado providos de estrias radiais sobre seu flanco.
[0076] Esses ensaios são realizados em uma calçada que apresenta uma borda de 15 cm de altura. O pneumático é montado em um veículo do qual a trajetória leva o pneumático a uma velocidade de 20 km/h com um ângulo de incidência em relação à calçada de 10°.
[0077] A operação é repetida 6 vezes e em seguida o flanco é analisado para observar os eventuais arrancamentos.
[0078] O pneumático de referência apresenta dois arrancamentos como o pneumático de acordo com a invenção.
[0079] No que diz respeito à superfície agredida pela calçada, ela é 10 % menor no pneumático de acordo com a invenção em comparação com o pneumático de referência.

Claims (6)

1. Pneumático (1), destinado a ser montado em um aro vazado de tipo “15° drop centre”, que compreende uma armadura de carcaça radial (2), constituída por uma única camada de armadura de carcaça formada por elementos de reforço, o dito pneumático compreendendo uma armadura de topo (5), ela própria coberta radialmente por uma banda de rodagem (6), a dita banda de rodagem (6) sendo reunida a dois talões (3) por intermédio de dois flancos, a camada de elementos de reforço da armadura de carcaça (2) sendo ancorada em cada um dos talões (3) por reviramento em torno de um cordonel (4) para formar uma parte principal da camada de armadura de carcaça que se estende de um cordonel (4) ao outro e um reviramento (7) da camada de armadura de carcaça (2) em cada um dos talões (3), o dito reviramento (7) de armadura de carcaça (2) sendo reforçado por pelo menos uma camada de elementos de reforço ou enrijecedores (9), caracterizado pelo fato de que em um corte meridiano do dito pneumático, - qualquer ponto do perfil da superfície exterior (S) do pneumático, entre um primeiro ponto (F), ele próprio definido pela interseção de uma reta de orientação axial, que passa pelo ponto (E) axialmente mais exterior da parte principal da camada de armadura de carcaça (2) e pela superfície exterior (S) do pneumático, e um ponto (A) que está a uma distância (T), constante, da parte principal da camada de armadura de carcaça (2), a dita distância sendo medida em qualquer ponto de acordo com uma direção normal à parte principal da camada de armadura de carcaça (2), - o ponto (A) é radialmente exterior a um primeiro círculo (C1) de raio R1 centrado na extremidade (8) do reviramento (7) da camada de armadura de carcaça (2), R1 sendo compreendido entre 8 e 13 mm, - radialmente no interior do ponto (A), a superfície exterior (S) do pneumático é prolongada por um arco de círculo de raio R2 cujo centro é axialmente exterior à superfície (S) do pneumático, e cujo raio R2 é compreendido entre 50% e 125% da distância entre o ponto (F) e o centro de gravidade do cordonel (4), - o arco de círculo de raio R2 é tangente a sua extremidade que é radialmente mais interior (B) a um arco de círculo de raio (R3) cujo centro é axialmente interior à superfície (S) do pneumático, e que prolonga a superfície exterior (S) do pneumático radialmente para o interior até um ponto (C), o dito ponto (C) sendo um ponto de tangência entre o arco de círculo de raio R3 e o círculo (C2) de raio R1 centrado na extremidade que é radialmente mais exterior (10) do enrijecedor (9), - o dito ponto (C) sendo radialmente interior ao ponto (D) axialmente mais exterior do círculo (C2), - o raio R3 sendo compreendido entre 50% e 125% da distância entre o ponto (F) e o centro de gravidade do cordonel (4).
2. Pneumático (1) de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a distância (T), medida de acordo com uma direção normal à parte principal da camada de armadura de carcaça, é superior a 3 mm e de preferência inferior a 7 mm.
3. Pneumático (1) de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo fato de que a distância radial entre o ponto (F) e o ponto (A) é superior a 70% da distância radial entre o ponto (F) e o ponto (G) radialmente mais exterior da superfície exterior (S) do pneumático, para o qual a distância, medida de acordo com uma direção normal à parte principal da camada de armadura de carcaça (2), entre a dita parte principal da camada de armadura de carcaça (2) e a superfície (S) é igual a (T), a dita distância entre qualquer ponto, da superfície exterior (S) do pneumático, radialmente compreendido entre os pontos (F) e (G) e a parte principal da camada de armadura de carcaça (2) sendo constante.
4. Pneumático (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo fato de que a extremidade (10) que é radialmente a mais exterior do enrijecedor (9) é radialmente exterior à extremidade (8) do reviramento (7) da camada de armadura de carcaça (2).
5. Pneumático (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo fato de que os elementos de reforço da camada de armadura de carcaça (2) são cabos com pelo menos duas camadas, pelo menos uma camada interna sendo revestida por uma camada constituída por uma composição de borracha não reticulável, reticulável ou reticulada, de preferência à base de pelo menos um elastômero diênico.
6. Pneumático (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo fato de que, em qualquer plano meridiano, em cada talão, o pneumático (1) compreende uma armadura de contenção que circunda o cordonel (4) e um volume de mistura de borracha diretamente em contato com o cordonel (4).
BR112020026336-2A 2018-07-11 2019-07-10 Pneumático que compreende flancos reforçados BR112020026336B1 (pt)

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