BR112020022631A2

BR112020022631A2 - dispositivo para embalar e dispensar um produto

Info

Publication number: BR112020022631A2
Application number: BR112020022631-9A
Authority: BR
Inventors: Jacques Pozzi
Original assignee: Horus Pharma; Santen Sa
Priority date: 2018-05-07
Filing date: 2019-05-07
Publication date: 2021-02-02
Also published as: TWI810294B; EP3790813A1; KR20210018821A; TW202002920A; US11365031B2; US20210221575A1; EP3790813B1; CN112384450B; FR3080843B1; FR3080842B1; FR3080843A1; CN112384450A; JP2021522924A; ES2923599T3; FR3080842A1; WO2019215150A1; CA3099199A1; EA202092656A1

Abstract

  O dispositivo para embalar e dispensar um produto compreende um recipiente (1) destinado a conter de forma estéril o produto a ser embalado e dispensado na forma de doses calibradas ou gotas por meio de um acessório dispensador equipado com um bocal (4) do tipo tendo uma peça flexível (5), o referido acessório formando uma câmara de dosagem (7) para a dispensação da gota calibrada. Uma parede externa (8) do bocal delimita um espaço (18) equipado com uma ou mais aberturas (19), a extremidade do referido bocal (4) incluindo um canal central (13) permitindo a dispensação da gota calibrada, associada com um ou mais canais laterais (11) que conduzem para o espaço (18). Uma tampa (14) equipada com uma saia interna (15), no estado montado, cria uma sobre-pressão de modo a eliminar qualquer gota residual (10) que pode subsistir no bocal (4) na extremidade. Aplicação na dispensação de doses de produtos estéreis, principalmente de gotas em oftalmologia.

Description

“DISPOSITIVO PARA EMBALAR E DISPENSAR UM PRODUTO”

[001] A presente invenção se refere ao campo técnico de embalagem e, mais especificamente, ao de embalagem e dispensação de um produto líquido, semifluido ou em suspensão, destinado a ser preservado de forma vedada e estéril sem a adição de um conservante, e para ser dispensado na forma de doses unitárias precisas por meio de um conjunto de dispensação.

[002] Mais particularmente, a invenção tem por objetivo um dispositivo para embalar e dispensar um produto, que compreende um recipiente destinado a conter o produto a ser dispensado por meio de um acessório de saída com o qual o recipiente está equipado, o referido acessório compreendendo um bocal.

[003] São conhecidos dispositivos para embalagem de estrutura convencional que permitem conservar e dispensar um produto na forma de doses ou gotas calibradas ou em qualquer outra forma, mantendo a sua limpeza ou esterilidade durante todo o seu uso.

[004] Estes dispositivos são utilizados em particular nos campos farmacêutico, cosmético e alimentar e, em alguns casos, mais particularmente no campo oftalmológico.

[005] Assim, são conhecidos tais dispositivos em que o produto é expelido através de um bocal flexível, formando um acessório com o qual o recipiente está equipado e que se abre sob a influência da pressão criada por uma pressão nas paredes do recipiente que contém o produto, ou no próprio bocal, e que se fecha novamente sob a influência de sua elasticidade. Neste dispositivo, um filtro bacteriológico associado a uma válvula de retenção está localizado no fundo do recipiente que é equipado com um orifício que permite a troca de ar.

[006] Todos estes dispositivos, que incluem um filtro bacteriológico associado a uma válvula de retenção que permite a filtração estéril do ar de recarga, permitem a preservação estéril do produto no interior do recipiente durante o seu uso e podem ser considerados eficazes deste ponto de vista.

[007] Estes dispositivos têm, por outro lado, a principal desvantagem de não garantirem a limpeza bacteriológica perfeita fora do recipiente e mais particularmente na extremidade do bocal.

[008] De fato, quando uma gota calibrada de produto foi expelida por um dos meios incluídos nestes dispositivos, de acordo com sua finalidade, uma fração dessa gota calibrada, que será doravante denominada gota residual, subsiste na extremidade do bocal.

[009] A experiência tem mostrado que, independentemente do dispositivo e dos meios implementados para expulsar uma gota calibrada de produto, não é possível evitar a formação de uma gota residual que subsistirá na extremidade do bocal até a próxima utilização do dispositivo.

[0010] A formação e a presença desta gota residual constituem uma grande desvantagem porque, ao contrário do produto que está localizado dentro do recipiente e que pode ser mantido limpo e estéril, esta gota residual permanece em contato com o ar externo que pode contaminá-la.

[0011] O objetivo almejado por esses dispositivos existentes, que é manter limpo ou estéril, sem o auxílio de conservantes, o produto que eles encerram e dispensam, não é alcançado porque, mesmo que o produto seja de fato mantido limpo ou estéril dentro do recipiente, pode estar contaminado na extremidade do bocal de dispensação.

[0012] Uma solução para resolver este problema é descrita na patente FR 0 900 433, que consiste em aspirar novamente a gota residual para dentro de uma cavidade na qual irá secar, ou expeli-la da extremidade do bocal por sopro.

[0013] Deve-se notar, no entanto, que nenhum dispositivo deste tipo, com o objetivo de eliminar a gota residual seja por re-aspiração ou por sopro, foi produzido até agora e que a concretização dos ensinamentos desta patente tem se mostrado muito difícil.

[0014] Na verdade, a tecnologia proposta consiste em utilizar a mesma pressão no acessório dispensador para obter simultaneamente ou sucessivamente a dispensação de uma gota calibrada e a eliminação da gota residual.

[0015] A presente invenção visa permitir a utilização de dispositivos que possibilitem a dispensação de gotas calibradas de produto limpo ou estéril, sem apresentar a desvantagem de risco de contaminação bacteriana fora do referido dispositivo.

[0016] Para este fim, a invenção propõe um dispositivo para embalar e dispensar um produto, geralmente um líquido, semifluido ou produto suspenso, compreendendo um recipiente destinado a conter o produto e um acessório dispensador equipado com um bocal e acionável para dispensar o referido produto na forma de doses ou gotas determinadas, de preferência na forma de gotas calibradas limpas ou estéreis, o dispositivo compreendendo: − uma câmara de dosagem para armazenar uma quantidade predeterminada do produto, e − uma extremidade pertencente ao bocal, onde um canal central é formado para se comunicar com a câmara de dosagem em um estado acionado do acessório de dispensação, permitindo expelir a dose ou a gota determinada, o bocal inclui ainda um ou mais canais laterais que se abrem para o canal central e são capazes de fazer circular o ar transversalmente dentro do canal central e/ ou permitir o sopro de uma gota residual presente na referida extremidade após a expulsão da dose ou da gota determinada.

[0017] Assim, o dispositivo permite dispensar doses calibradas ou gotas de produto limpo ou estéril, normalmente por simples pressão no acessório ou no bocal com o qual o acessório está equipado, embora tenha a garantia de que nenhuma gota residual, provavelmente contaminada, subsistirá na extremidade do bocal após a expulsão de uma gota ou dose calibrada.

[0018] Com tal disposição do bocal, permitindo que o canal central se comunique com um ou mais canais laterais (canais deslocados da direção de expulsão da gota calibrada, isto é, canais que se estendem em um ângulo em relação ao canal central), a remoção do produto residual que pode permanecer na extremidade do bocal é de fato alcançada. O dispositivo será capaz de permanecer limpo nesta extremidade frontal onde o canal central o leva.

Entende-se que a gota residual possivelmente presente na extremidade do referido acessório pode ser soprada em direção a um espaço periférico através do(s) canal(is) lateral(is), tipicamente pelo efeito de sobre-pressão criada pela colocação de uma tampa. Com certas geometrias, na extremidade do bocal, o dispositivo pode até entregar a referida dose calibrada ou gota sem permitir a formação de uma gota residual na área de junção com os canais laterais, devido à circulação de ar permitida nesta área (tubos de fluxo de circulação de ar que são criados pelo(s) canal(is) lateral(is), durante a expulsão da gota calibrada, coincidem com a superfície onde o produto pode ser depositado).

[0019] Como mencionado acima, os canais laterais são canais desviados da direção de expulsão da gota calibrada, ou seja, canais que se estendem em um ângulo em relação ao canal central. Os canais laterais podem, por exemplo, ser orientados perpendicularmente em relação à direção de expulsão da gota calibrada que é substancialmente paralela à direção longitudinal do canal central. Os canais laterais também podem ser orientados em um ângulo diferente, de preferência em uma direção em direção à base do bocal, isto é, em direção ao recipiente.

[0020] Os canais laterais podem, por exemplo, ser angulados com um ângulo em relação ao canal central que é inferior a 90° mas superior a 10°,

por exemplo um ângulo compreendido entre 10° e 50°, de preferência entre 20° e 30°.

[0021] De preferência, um canal lateral tem um diâmetro que é pelo menos 25% do diâmetro do canal central e, de preferência, no máximo 70% do diâmetro do canal central.

[0022] Por exemplo, o diâmetro do canal lateral pode estar entre 30% e 60% do diâmetro do canal central.

[0023] Opcionalmente, um conjunto de filtração é fornecido.

[0024] De acordo com uma característica, o bocal tem uma parte rígida cooperando com uma parte flexível, o conjunto dessas partes formando a câmara de dosagem para a dispensação da gota ou dose determinada e calibrada.

[0025] De acordo com uma característica, uma peça adicional envolve a parte flexível e forma com esta um espaço de coleta equipado com várias aberturas.

[0026] Opcionalmente, um orifício de entrada de ar é fornecido, formando um orifício de equilíbrio de pressão. O dispositivo também pode ter um conjunto de filtração capaz de filtrar o ar que entra no recipiente enquanto é transportado através do orifício de equilíbrio de pressão.

[0027] A título de exemplo, o dispositivo que permite armazenar um produto e dispensá-lo na forma de gotas ou doses estéreis calibradas inclui um recipiente equipado com um orifício para a entrada de ar de reabastecimento e um filtro associado com uma válvula de retenção (ou seja, uma válvula de não retorno) permitindo que o referido ar seja esterilizado quando atingir o interior do referido recipiente. O produto é armazenado dentro do referido recipiente e dispensado por meio de um bocal flexível (pelo menos em parte) formando um acessório com o qual o referido recipiente está equipado. Este bocal inclui a câmara de dosagem permitindo a determinação do volume da gota ou dose calibrada e que, ao ser comprimida, permite que a referida gota ou dose seja expelida para fora do referido recipiente por meio da abertura de outra válvula de retenção impedindo a penetração de ar do exterior para a câmara de dosagem.

[0028] O filtro pode ser montado no recipiente ou no acessório. O orifício de equilíbrio de pressão pode abrir lateralmente enquanto a extremidade dispensadora forma uma saliência axial centralizada em torno de um eixo central do dispositivo.

[0029] Vantajosamente, uma peça adicional ou uma peça suplementar pode ser colocada fora da peça flexível do bocal de dispensação com o objetivo de obter um espaço entre ela e a referida peça flexível.

[0030] Outra válvula de retenção, localizada entre a câmara de dosagem e o interior do recipiente, evita que qualquer produto retorne do interior da câmara de dosagem para o interior do recipiente quando a câmara de dosagem é comprimida e permite o enchimento da referida câmara de dosagem por aspiração do produto contido no recipiente quando a referida câmara de dosagem é liberada.

[0031] Vantajosamente, e em uma primeira forma de realização da presente invenção, a extremidade do bocal é equipada com um canal central longitudinal que permite a dispensação do produto quando a câmara de dosagem é comprimida e dois canais laterais adicionais fornecidos na base do referido canal central, que servem para transportar a gota residual para uma cavidade determinada pelo espaço residual entre o exterior da peça flexível e a peça suplementar. Nesta forma de realização, a extremidade da peça adicional coopera de forma vedada com a saia interna de uma tampa de proteção. Assim, quando a tampa de proteção é colocada, é criado um espaço isolado do lado de fora em torno do canal central longitudinal localizado na extremidade do bocal e no qual se forma a gota residual. O volume deste espaço isolado diminui à medida que a tampa é pressionada, criando assim uma sobre-pressão que conduz a gota residual para fora do referido canal central, então através dos canais laterais e finalmente para o espaço existente entre o exterior do bocal flexível e a peça adicional.

[0032] Isto permite criar, de forma simples, um dispositivo que permite soprar a gota residual do produto para fora da extremidade do bocal distribuidor em direção a um espaço não confinado onde irá secar.

[0033] Em outra forma de realização, outra válvula de retenção é colocada entre a parte externa da extremidade do bocal flexível e a parte interna da peça adicional, de modo a evitar a passagem do produto nos canais laterais quando uma gota calibrada é dispensada, para permitir que a gota residual seja impulsionada em direção à cavidade determinada pelo espaço residual entre o exterior do bocal de dispensação e a peça adicional quando uma tampa é colocada no lugar, e para evitar o retorno desta gota residual em direção aos canais laterais quando o dispositivo está pronto para fornecer uma nova dose do produto.

[0034] Em formas de realização da invenção, uma ou mais das seguintes características podem ser fornecidas isoladamente ou em combinação uma com a outra: − o bocal é fornecido com um espaço de coleta para coletar a gota residual, delimitado entre uma parede externa do bocal e uma parede tubular do bocal, o espaço de coleta sendo capaz de coletar o produto da referida gota residual através do(s) canal(is) lateral(is) − o bocal está equipado com uma peça flexível que delimita externamente a câmara de dosagem; − uma parede externa do bocal é formada, pelo menos em parte, por uma peça separada da peça flexível; − o bocal é fornecido com um espaço de coleta para coletar a gota residual, delimitado entre a parede externa e uma parede tubular do bocal incluída pelo menos parcialmente na peça flexível;

− o espaço de coleta é um espaço interno capaz de coletar a gota residual através do(s) canal(is) lateral(is);

− o dispositivo compreende uma tampa adaptada para pressurizar o ar na lateral de uma saída externa do canal central ao colocar a tampa no acessório dispensador;

− o bocal tem uma face lateral externa que se estende até a referida extremidade do bocal, a tampa sendo equipada com uma saia interna que coopera com esta face lateral externa e/ ou é capaz de se apoiar axialmente na extremidade, dessa forma permitindo criar uma sobre-pressão em um volume adjacente ao canal central e interno à tampa quando a tampa está em um estado pressionado no acessório dispensador;

− a peça separada da peça flexível tem, na extremidade do bocal,

um ou mais elemento(s) de barreira (cúspides, por exemplo) cooperando com uma extremidade da referida parede tubular formada pela peça flexível, de modo a evitar que parte do produto escape entre a peça flexível e a referida peça,

quando a dose ou a gota determinada/ calibrada é expelida;

− a peça flexível do bocal é equipada com meios de válvula,

opcionalmente na forma de um ou mais lábio(s) elástico(s) externo(s),

cooperando com uma face interna da referida peça, (seletivamente) permitindo que a gota residual entre no espaço de coleta que se estende internamente entre a peça flexível e a peça quando o volume (adjacente ao canal central) é comprimido, aproximando a tampa do acessório dispensador e pressionando-a em direção a este; entende-se que este arranjo com lábio(s) externo(s) pode evitar que o produto na câmara de dosagem passe para o espaço de coleta (evitar que o produto derivado da gota calibrada passe pelo espaço de coleta)

quando a dose ou gota calibrada é dispensada, e evitar que o produto no espaço de coleta passe para o(s) canal(is) lateral(s) (evitando que o produto derivado da gota residual passe do espaço para o(s) canal(is) lateral(is)) quando uma nova dose ou gota calibrada é dispensada; − o meio de válvula é do tipo com efeito de retorno elástico; − o meio de válvula normalmente tem uma conformação padrão em que um contato anular é realizado entre a parede externa (normalmente realizado na forma de uma peça separada) e a peça flexível do bocal que pode ser acionada, esses meios de válvula sendo móveis por deformação apenas no caso de sobre-pressão no lado do(s) canal(is) lateral(s) (a superfície do suporte no qual estes meios de válvula se apoiam impede o movimento dos meios de válvula na outra direção, no caso de uma despressurização no lado do(s) canal(is) lateral(is)); − os meios de válvula são integralmente formados ou aplicados fixamente a uma das ditas peças e à peça flexível; − a referida peça é equipada com uma ou mais aberturas que permitem a comunicação entre o espaço de coleta e a parte externa do dispositivo (assim, é permitida a secagem do resíduo); − o bocal tem uma parte rígida cooperando com uma peça flexível, uma haste (tipicamente retilínea, axial) da parte rígida sendo rodeada pela peça flexível que pode ser acionada, em uma porção de atuação, por pressão exercida radialmente para dentro em direção a referida haste; − o bocal tem uma parte rígida rodeada por uma peça flexível que pode ser acionada por uma pressão exercida radialmente para dentro em direção à referida parte rígida; e − o dispositivo compreende um orifício de equilíbrio de pressão e um conjunto de filtro capaz de filtrar o ar que entra no recipiente através do orifício de equilíbrio de pressão.

[0035] Outras características e vantagens da invenção serão reveladas a partir da descrição dada abaixo, com referência aos desenhos anexos que mostram, por meio de exemplos não limitativos, formas de realização e implementações do objeto da invenção.

Nestes desenhos:

− a figura 1 é uma vista esquemática em seção axial de um dispositivo em conformidade com a invenção quando não está sob carga,

mostrando o recipiente contendo o produto a ser dispensado, conjunto para reabastecimento de ar (através de um filtro estéril e uma válvula de retenção), o bocal do acessório de dispensação inclui aqui uma peça flexível cooperando com uma peça rígida, formando uma câmara de dosagem e incluindo uma peça suplementar envolvendo parcialmente a referida peça flexível;

− a figura 2 é uma vista em seção axial do dispositivo mostrado na figura 1 após o carregamento e expulsão de uma gota calibrada e formação de uma gota residual;

− a figura 3 é uma vista em seção axial do dispositivo em conformidade com a invenção, mostrando o bocal dispensador cuja extremidade está equipada com um canal central, com canais laterais e com uma válvula de retenção localizada entre a extremidade do bocal flexível e a peça adicional,

quando não está sob carga;

− a figura 4 mostra o bocal de dispensação conforme descrito na figura 3 quando a peça flexível está sob carga, permitindo assim a dispensação de uma gota de produto e a formação de uma gota residual localizada dentro do canal central da extremidade da peça flexível;

− a figura 5 mostra uma secção transversal da extremidade do bocal de dispensação mostrando o canal central, bem como os canais laterais;

− a figura 6 mostra uma secção transversal do bocal de dispensação na câmara de dosagem; − a figura 7 mostra o dispositivo que é o objeto da invenção quando a peça flexível não está mais sob carga, quando a gota residual está presente no canal central da extremidade do bocal distribuidor e quando uma tampa de proteção está presente e um pouco antes de ser colocada no bocal; e − a figura 8 é uma vista semelhante à figura 7 quando a tampa de proteção é colocada depois de ter sido empurrada em direção ao bocal, a gota residual foi conduzida do interior do canal central em direção ao espaço de coleta localizado entre a peça flexível e a peça adicional, e a válvula de retenção está na posição aberta de modo a permitir a passagem da referida gota residual.

[0036] Nas diferentes figuras, as mesmas etiquetas numéricas designam elementos semelhantes das diferentes formas de realização mostradas e descritas. Certas dimensões de espessuras podem ser exageradas nos desenhos, para fins de clareza/ compreensão.

[0037] Como mostrado na figura 1, o dispositivo, que não está sob carga, compreende um recipiente (1) contendo o produto a ser dispensado (2), um conjunto de filtro (3) (opcional), um conjunto de dispensação ou acessório incluindo um bocal (4) composto por uma peça rígida (6) e uma peça flexível (5), tal conjunto formando uma câmara de dosagem (7).

[0038] O conjunto de filtro (3) compreende um elemento de filtro, montado, por exemplo, no acessório de dispensação, como ilustrado na figura 1, e permite que o ar passe para dentro do recipiente (1) por meio de um orifício de equilíbrio de pressão (25).

[0039] Entende-se que o conjunto de dispensação pode incluir um elemento formando uma parede externa separada da peça flexível (5), a fim de que esta parede externa seja disposta na periferia de uma parede tubular da peça flexível (5) que serve para delimitar a câmara de dosagem (7) Opcionalmente, uma peça adicional (8) é fornecida, envolvendo parcialmente o conjunto de dispensação (4) de modo a formar a parede externa.

[0040] O orifício de equilíbrio de pressão (25) pode levar, lateralmente, por exemplo, para uma área intermediária do dispositivo, entre a parede externa do bocal (4) e o corpo de uma peça (tipicamente rígido no exemplo ilustrado) formando o recipiente (1).

[0041] Como é claramente visível nas figuras 1 e 3, em particular, a peça adicional (8) formando a referida parede externa do bocal (4) é, por exemplo, equipada com uma abertura (19) permitindo que a peça flexível (5) seja pressionada de modo a causar a compressão da câmara de dosagem (7) e permitir a dispensação de uma dose do produto, e seu retorno à posição inicial quando cessa o carregamento. Esta abertura (19) pode ser parcialmente fechada com uma porção de atuação que permite ao usuário empurrar e aplicar uma pressão na peça flexível (5).

[0042] Esta abertura (19) e/ ou outra abertura na parede externa do bocal (4) também permite a conexão com a atmosfera do interior do espaço (18) delimitado entre o exterior da peça flexível (5) e o interior da peça adicional (8).

[0043] A Figura 2 mostra o mesmo dispositivo quando a peça flexível (5) está sob carga, a câmara de dosagem (7) sendo comprimida, uma dose do produto (9) tendo sido expelida e uma gota residual (10) tendo se formado na extremidade do bocal (4).

[0044] A Figura 3 mostra o detalhe da extremidade do conjunto de dispensação quando não está sob carga. Um canal central longitudinal (13) pode ser visto (delimitado por uma porção da parede anular se estendendo da parede tubular da peça flexível (5)) fornecido na extremidade da peça flexível (5) para a passagem do produto quando uma dose é dispensada, e um ou mais canais laterais (11) localizados na base do canal central (13). Um espaço de coleta (18) é delimitado entre a peça flexível (5) e a peça adicional (8) que está equipada com uma ou mais aberturas (19) permitindo o apoio na peça flexível (5) e permitindo que o interior do espaço de coleta (18) se comunique com o exterior.

A extremidade da peça flexível (5) inclui uma válvula de retenção (12) (ou seja,

uma válvula de não retorno que permite um fluxo de fluido ao longo de apenas uma direção) que fornece uma vedação quando está em repouso, com o interior da peça (8). A extremidade do a peça (8) inclui uma cúspide circular (20) ou elemento de efeito de barreira semelhante que forma uma vedação com a extremidade da peça flexível (5).

[0045] A Figura 4 mostra um dispositivo conforme descrito na figura 2 quando ele foi colocado sob carga apoiando sobre a peça flexível (5), a câmara de dosagem (7) foi comprimida, uma gota calibrada de produto (9) foi dispensada e uma gota residual (10) foi formada e subsiste no canal central longitudinal (13).

[0046] A Lei de Tate ensina que a queda de uma gota calibrada depende de sua massa e do diâmetro do orifício no final do qual ela é formada, e que decorre da ruptura de uma corrente de líquido (ou seja, a separação da corrente de líquido) que cria a referida gota de líquido calibrada, bem como uma gota residual.

[0047] A existência de canais laterais (11) fornecidos aqui na base do canal central (13) pode permitir, sob certas condições de viscosidade e tensão superficial do produto a ser dispensado, bem como dimensões relativas apropriadas dos canais laterais (11) e do canal central (13), para evitar que a Lei de Tate aplique e dispense uma gota calibrada (9) sem a formação de uma gota residual. Esta ausência de depósito na extremidade do bocal resulta de tubos de fluxo e/ ou condições de despressurização (para o ar próximo ao canal central (13)) que são desfavoráveis à deposição de resíduo de produto na área axial.

[0048] Como mostrado na figura 4, uma gota residual (10) é formada e subsiste no canal (13). A dose de produto (9) pode ser dispensada através do canal central (13). A cúspide (20) é fornecida para evitar a passagem de produto entre a extremidade da peça flexível (5) e a peça adicional (8). A válvula de retenção (12) é fornecida para evitar a passagem do produto em direção ao espaço (18). A pressão causada pela saída da dose (9) do produto não é suficiente para superar a resistência elástica da referida válvula (12).

[0049] A Figura 7 mostra o conjunto de dispensação quando não está mais sob carga. O produto entra na câmara de dosagem (7) para a dispensação subsequente de uma nova dose de produto, a gota residual (10) subsiste no canal central (13) e uma tampa de proteção (14) é apresentada no bocal de dispensação (4).

[0050] A tampa (14) está equipada com uma saia interna (15), a geometria da qual permite que ela deslize de forma vedada em torno da extremidade (17) da peça adicional (8) e determina um espaço fechado (16).

[0051] Quando a tampa de proteção (14) é deprimida no bocal de dispensação, como mostrado pela seta A na figura 8, a saia (15) coopera com a extremidade (17) da peça adicional (8) para criar uma sobre-pressão no espaço (16). Sob a influência desta sobre-pressão, a gota residual (10) é dirigida para o interior do espaço de coleta (18), após ter aberto a válvula (12), cuja elasticidade não é suficiente para suportar a referida sobre-pressão.

[0052] A gota residual (10, 10’) é então localizada no espaço de coleta (18), a(s) abertura(s) (19) das quais permitem a(s) passagem de ar externo que permitirá que a gota residual (10, 10’) seque. A secagem da referida gota residual (10, 10’) terá o efeito de prevenir o desenvolvimento de bactérias.

[0053] No caso do dispositivo ser usado antes de ocorrer a secagem completa da gota residual (10), a válvula de retenção (12) impedirá seu retorno em direção aos canais laterais (11) e ao canal central (13) e seu possível arrastamento de uma dose calibrada de produto durante uma dispensação.

[0054] É assim produzido um dispositivo simples, não necessitando de operação adicional por parte do usuário, e possibilitando não contaminar as sucessivas doses do produto, seja por não permitir a formação de uma gota residual, seja por não permitir que essa gota residual, se ela se formar, contamine as doses estéreis que serão dispensadas posteriormente.

[0055] Outras formas de realização são possíveis sem se afastar do escopo da invenção.

Assim, esse dispositivo pode ser produzido incluindo câmaras de dosagem em diferentes números e com diferentes formas.

Claims

REIVINDICAÇÕES

1. DISPOSITIVO PARA EMBALAR E DISPENSAR UM PRODUTO, geralmente um produto líquido, semifluido ou suspenso, caracterizado por compreender: - um recipiente (1) destinado a conter o produto (2); - um acessório dispensador equipado com um bocal (4) e acionável para dispensar o referido produto na forma de doses ou gotas determinadas (9), de preferência na forma de gotas calibradas limpas ou estéreis; - uma câmara de dosagem (7) para armazenar uma quantidade predeterminada do produto (2); e - uma extremidade (17) pertencente ao bocal (4), onde um canal central (13) é formado para se comunicar com a câmara de dosagem (7) em um estado acionado do acessório de dispensação, permitindo expelir a dose ou a gota determinada (9), em que o bocal (4) inclui ainda um ou mais canal(is) lateral(is) (11) abrindo dentro do canal central (13) e capaz(es) de fazer circular o ar transversalmente no canal central e/ ou permitir o sopro de uma gota residual (10) presente na referida extremidade (17) após a expulsão da dose ou da gota determinada (9).

2. DISPOSITIVO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo bocal (4) ser fornecido com um espaço de coleta (18) para coletar a gota residual (10), delimitado entre uma parede externa do bocal (4) e uma parede tubular do bocal (4), o espaço de coleta (18) sendo capaz de coletar o produto (2) da referida gota residual (10) através do(s) canal(is) lateral(is) (11).

3. DISPOSITIVO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo bocal (4) ser equipado com uma peça flexível (5) que delimita externamente a câmara de dosagem (7), uma parede externa do bocal (4) sendo formada pelo menos parcialmente por um peça (8) separada da peça flexível (5),

e em que o bocal (4) é fornecido com um espaço de coleta (18) para coletar a gota residual (10), delimitado entre a parede externa e uma parede tubular do bocal (4) incluída pelo menos parcialmente na peça flexível (5), o espaço de coleta (18) sendo um espaço interno capaz de coletar a referida gota residual (10) por meio do(s) canal(is) lateral(is) (11).

4. DISPOSITIVO de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado por compreender uma tampa (14) adaptada para pressurizar o ar na lateral de uma saída externa do canal central (13) ao colocar a tampa (14) sobre o acessório dispensador.

5. DISPOSITIVO, de acordo com a reivindicação 4, caracterizado pelo bocal (4) ter uma face lateral externa que se estende até a referida extremidade (17) do bocal (4), e em que a tampa (14) é equipada com uma saia interna (15) cooperando com a face lateral externa e/ ou capaz de se apoiar axialmente na extremidade (17), pelo que é permitido criar uma sobre-pressão em um volume (16) adjacente ao canal central (13) e interno à tampa (14) quando a tampa (14) está em um estado deprimido no acessório de dispensação.

6. DISPOSITIVO, de acordo com a reivindicação 3, sozinho ou em combinação com qualquer uma das reivindicações 4 a 5, caracterizado pela referida peça (8) separada da peça flexível (5) ter, na extremidade (17) do bocal (4), um ou mais elemento(s) de barreira (20) cooperando com uma extremidade da referida parede tubular formada pela peça flexível (5), de modo a evitar que parte do produto (2) escape entre a peça flexível (5) e a referida peça (8), quando a dose ou a gota determinada (9) é expelida.

7. DISPOSITIVO de acordo com a reivindicação 5 quando dependente da reivindicação 3, caracterizado pela peça flexível (5) do bocal (4) ser equipada com meios de válvula (12), opcionalmente na forma de um ou mais lábio(s) elástico(s) externo(s), cooperando com uma face interna da referida peça (8), permitindo que a gota residual (10) entre no espaço de coleta (18) que se estende internamente entre a peça flexível (5) e a peça (8) quando o volume (16) é comprimido trazendo a tampa (14) para mais perto do acessório de dispensação e pressionando-a em direção a este último, mas evitando que o produto (2) na câmara de dosagem (7) passe para dentro do espaço de coleta (18) quando a dosagem ou gota calibrada (9) é dispensada, evitando que o produto (2) no espaço de coleta (18) passe para dentro do(s) canal(is) lateral(is) (11) quando uma nova dose ou gota calibrada (9) é dispensada.

8. DISPOSITIVO de acordo com a reivindicação 3 sozinho ou em combinação com qualquer uma das reivindicações 4 a 7, caracterizado pela referida peça (8) estar equipada com uma ou mais abertura(s) (19) permitindo a comunicação entre o espaço de coleta (18) e a parte externa do dispositivo.

9. DISPOSITIVO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo bocal (4) ter uma peça rígida (6) cercada por uma peça flexível (5) que pode ser acionada por uma pressão exercida radialmente para dentro em direção à referida peça rígida (6).

10. DISPOSITIVO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 9, caracterizado pelo(s) canal(is) lateral(is) se estender(em) em um ângulo em relação ao canal central, sendo o referido ângulo entre 10° e 90°, de preferência entre 10° e 50°, mais preferencialmente entre 20° e 30°.

11. DISPOSITIVO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 9, caracterizado pelo(s) canal(is) lateral(is) se estender(em) perpendicularmente ao canal central.

12. DISPOSITIVO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 11, caracterizado por compreender: - um orifício de equilíbrio de pressão (25), e - um conjunto de filtro (3) capaz de filtrar o ar que entra no recipiente (1) através do orifício de equilíbrio de pressão (25).