BR112019020980B1 - Método para alisamento de cabelo, composição de alisamento de cabelo, método para manutenção de cabelo alisado e kit para alisamento e manutenção de cabelo - Google Patents

Abstract

Trata-se de métodos, composições e kits que empregam nanocristais de celulose para tratamento para alisamento de cabelo. Também são fornecidos métodos, composições e kits que empregam uma resilina para tratamento para alisamento de cabelo e/ou para manutenção de cabelo alisado após um tratamento para alisamento de cabelo.

Description

CAMPO E ANTECEDENTES DA INVENÇÃO

[001] A presente invenção, em algumas modalidades, refere-se a cosméticos, mais particularmente, mas não exclusivamente, a composições e tratamentos úteis no alisamento de cabelos.

[002] Ter uma cabeça completa, saudável e gerenciável é uma preocupação comum de homens e mulheres. Além do número de fibras capilares na cabeça de uma pessoa, uma cabeça cheia de cabelos naturais, saudáveis e gerenciáveis depende do diâmetro e da área de seção transversal das fibras capilares, bem como de várias propriedades mecânicas das mesmas. As fibras capilares (com cerca de 50 a 100 μm de diâmetro) não são contínuas em todo o comprimento, mas o resultado da combinação de grupos compactos de células no folículo, das quais se originam três camadas distintas: a cutícula, o córtex e a medula.

[003] A cutícula é a camada mais externa de uma fibra capilar, que consiste em células achatadas dispostas de maneira sobreposta, com cerca de 6 a 12 células de espessura. A camada mais externa da cutícula é revestida com uma substância lipídica que torna a superfície externa do cabelo hidrofóbica. A disposição celular sobreposta e o revestimento lipídico conferem propriedades de barreira à fibra e permitem que as células deslizem entre si à medida que a fibra incha por dentro.

[004] O córtex, imediatamente abaixo da cutícula, consiste em estruturas compactas, em forma de bastonete, compostas de grânulos de melanina que pigmentam a haste. O córtex é responsável por cerca de 80% da massa capilar da fibra capilar e fornece a maior parte da força mecânica de uma fibra capilar. Grande parte dessa força é devida à reticulação de resíduos de cisteína em ligações dissulfeto covalentes; mas grande parte da resistência das fibras capilares, além de outras propriedades, também se deve a uma extensa rede de ligações de hidrogênio.

[005] A camada mais interna de uma fibra capilar, a medula, é um núcleo de células frouxamente compactadas, semelhantes a cubos, com pequenos pacotes de ar entre elas. A largura de cada camada, bem como a de toda a haste, pode variar significativamente, mesmo ao longo do mesmo cabelo. Em algumas hastes, a medula pode ser descontínua ou totalmente ausente.

[006] A aparência do cabelo depende consideravelmente da saúde da cutícula. Quando a cutícula é forte e saudável, o cabelo parece forte e saudável. A cutícula intacta e fechada atua como um escudo protetor contra elementos ambientais nocivos; quando as escamas das cutículas estão abertas (elevadas), as substâncias podem ser depositadas em sua estrutura. A manipulação físico-química das escamas da cutícula faz com que a aparência dos cabelos seja alterada, criando todos os tipos de efeitos diferentes que podem variar em maciez, cor e até textura. Assim, do ponto de vista cosmético, a cutícula é um componente muito importante da fibra capilar [Rieger, M.M., ed. Harry’s Cosmetology. 8a ed., Chemical Publishing Co Inc., New York (2000)]. O córtex também possui considerável importância cosmética, pois suas propriedades ópticas afetam fortemente a cor e o brilho da fibra capilar [Kharin et al., J Biomed Optics 2009, 14:1-7].

[007] Os tipos de cabelo podem ser classificados em três grandes grupos - africano, caucasiano e asiático -, o que facilita o reconhecimento de características específicas de cada tipo de cabelo, incluindo cor, ondulação e outros parâmetros [Wolfram, J Am Acad Dermatol 2003, 48:S106-S114]. A composição de aminoácidos das fibras capilares é sempre a mesma e as faixas de concentração se sobrepõem e não parecem variar muito com a etnia. Além disso, além de sua etnia, todas as fibras capilares têm um alto conteúdo de ligações dissulfeto de cisteína, que contribuem significativamente para a estabilidade da fibra.

[008] A forma natural e a integridade estrutural do cabelo humano dependem, em parte, da orientação das ligações dissulfeto (ligações cisteína-cisteína) da proteína queratina. No cabelo humano, as ligações dissulfeto contribuem para a estrutura proteica terciária e quaternária. Pensa-se geralmente que a alteração das ligações dissulfureto é necessária e/ou útil para efetuar alterações a longo prazo na forma do cabelo.

[009] Os tratamentos para modelar o cabelo que não reorganizam as ligações dissulfeto resultam em alterações no formato do cabelo que duram um tempo relativamente curto [Miranda-Vilela et al., Int J Cosmet Sci 2014, 36:2-11]. Por exemplo, o uso de produtos para pentear ou técnicas físico-químicas, como secador, chapinha e pente quente para modelar cabelos, pode criar alisamento temporário dos cabelos. No entanto, o cabelo com estilo retornará à sua forma natural após um curto período de tempo, como resultado da exposição à umidade do ar ou da lavagem. O uso de calor e umidade para alisar os cabelos pode quebrar e reconfigurar as ligações de hidrogênio no cabelo, mas as ligações dissulfeto não são substancialmente afetadas. Acredita-se que as ligações de hidrogênio, por si só, são insuficientes para manter a forma do cabelo por um tempo significativo, porque as ligações dissulfeto mais fortes acabam forçando o cabelo a retomar sua forma original.

[010] Assim, um alisamento permanente do cabelo é geralmente considerado como envolvendo a clivagem e reforma de um número substancial de ligações dissulfeto. Vários tratamentos químicos para fazer isso são conhecidos na literatura. Dependendo do agente alisador usado, os danos à estrutura da proteína podem ser controlados em um grau mais ou menos. Ou seja, vários tipos de estruturas proteicas do cabelo tratado podem ser quebrados ou apenas um tipo particular de estrutura proteica. Por exemplo, produtos para alisar os cabelos que alteram a estrutura primária o enfraquecem e/ou quebram as ligações químicas internas dos aminoácidos das proteínas capilares. Independentemente de onde a estrutura da proteína é alterada, tratamentos de alisamento eficazes fazem com que os cachos naturais se soltem e se alisem. Embora alguns agentes alisadores possam ser mais eficazes e/ou eficientes do que outros, a troca de vantagens geralmente está no dano causado ao cabelo e no couro cabeludo, e na necessidade de tratamentos adjuntos para limitar esse dano. Por outro lado, tratamentos que podem ser um pouco menos prejudiciais para o cabelo e o couro cabeludo, podem exigir um tempo maior para serem operados, ou a aplicação de significativamente mais produtos ou várias aplicações para alcançar o resultado desejado.

[011] Os agentes alcalinos podem estabilizar os cabelos alisados alterando a estrutura primária, convertendo os dímeros de cisteína em lantionina, um monossulfeto (tioéter) análogo de um dímero de dissulfeto de cisteína, em um processo conhecido como lantionização [Bouillon & Wilkinson, J. The Science de Hair Care, 2a ed. Taylor & Francis Group, New York, 2005; Wong et al., J Soc Cosmet Chem 1994, 45:347-352]. No entanto, a lantionização enfraquece as fibras capilares e é bem sabido que o uso repetido de produtos alcalinos para alisar cabelos pode danificar consideravelmente o cabelo.

[012] Agentes que contêm enxofre, como tioglicolato de amônio, sulfito de amônio, bissulfito de amônio, metabissulfito de sódio (Na2S2O5) e cisteína, agem por meio de mecanismo mais suave, pela redução das ligações de dissulfeto (-S-S-) para grupos tiossulfato (-S-SO3-), também conhecidos como sais Bunte. Foi relatado que a formação de sais de Bunte no tratamento capilar pode ser revertida lentamente com enxágue com água, para reconstruir as ligações dissulfeto, ou um agente oxidante pode ser usado para ajudar a formar novas ligações dissulfeto. Após redução das ligações dissulfeto e aplicação de tensão mecânica, novas ligações dissulfeto se formam em uma nova disposição, estabilizando a conformação desejada [Feughelman, J Soc Cosmet Chem 1990, 41:209-2120].

[013] A Publicação do Pedido de Patente no U.S. 2012/0186596 descreve uma utilização de uma combinação de transglutaminase e polilisina para alisar os cabelos. É relatado que a transglutaminase aplicada topicamente liga covalentemente a polilisina à glutamina nas proteínas próximas à superfície do cabelo, o que resulta em um filme contínuo na superfície do cabelo.

[014] Os nanocristais de celulose (CNC) representam um biomaterial produzido a partir de celulose, que pode ser obtido a partir de fluxos de resíduos, como os de fábricas de papel e lodo de sistema de esgoto municipal. Em sua forma quase pura, o CNC possui uma pequena estrutura molecular cristalina, com comprimento de 200 a 300 nm e largura de 10 a 20 nm, e é cerca de 10 vezes mais forte que o aço. O CNC é uma forma altamente cristalina de celulose nanoestruturada; devido à alta proporção, as fibras CNC são tipicamente obtidas por hidrólise ácida controlada, durante a qual as regiões amorfas da celulose são atacadas e removidas. O CNC adequadamente modificado, incluindo o CNC hidrolisado por H2SO4, se automonta e forma cristais líquidos nemáticos em solução [Sakurada et al., J Polym Sci 1962, 57:651-660].

[015] A resilina é encontrada em regiões especializadas da cutícula em muitos insetos e exibe propriedades mecânicas únicas que combinam deformação reversível com alta resiliência. A estrutura da resilina é essencialmente um hidrogel polimérico amorfo mantido unido por meio de reticulações de di e tri-tirosina [Qin et al., Biomaterials 2011, 32:9231-9243; Andersen, Biochimica Biophysica Acta 1964, 93:213-215], que confere uma quase perfeita elasticidade. Qin et al. [Biomacromolecules 2009, 10:3227-3234] descreve a clonagem, expressão e purificação de proteínas do domínio de ligação à resilina-quitina (6H-resilina ChBD), que estabelecem as bases para uma construção do domínio de ligação à resilina- celulose (CBD).

[016] A Publicação do Requerente de Patente Internacional no WO2013/030840 descreve materiais elastoméricos preparados a partir de proteínas recombinantes compreendendo resilina com um domínio de ligação à quitina (resilina-ChBD) ou com um domínio de ligação à celulose (resilina-CBD), por meio de reticulação de porções di-hidroxifenila. A Publicação do Requerente de Patente Internacional no WO2015/068160 descreve outros materiais elastoméricos reticulados artificialmente preparados a partir de resilina-ChBD ou resilina-CBD, bem como materiais compósitos compreendendo resilina-CBD ligado à celulose nanocristalina. Verker et al. [Cellulose 2014, 21:4369-4379] descreve a inserção direta de resilina-CBD ligado à celulose nanocristalina em uma matriz epóxi hidrofóbica, proporcionando uma melhoria de 50% no módulo de Young e uma maior elasticidade do nanocompósito em comparação com o epóxi puro.

[017] A Publicação do Pedido de Patente no U.S. 2010/0015070 descreve um uso de proteínas resilina em cosméticos, em que as proteínas compreendem 1-100 unidades de repetição com a sequência de consenso SXXYGXP (SEQ ID NO: 20).

[018] A técnica antecedente adicional inclui Abraham et al. [Surg Cosmet Dermatol 2009, 1:178-185]; Ardell & Andersen [Insect Biochem Mol Biol 2001, 31:965-970]; Elvin et al. [Nature 2005, 437:999-1002]; Rivkin et al. [Industrial Biotechnology 2015, 11:144-158]; Shoseyov et al. [Microbiol Mol Biol Rev 2006, 70:283-295]; Weis-Fogh [J Mol Biol 1961, 3:520-531]; Weis-Fogh [J Mol Biol 1961, 3:648-667]; Publicação de Requerente Internacional de Patente WO2009/069123; e Publicação de Pedido de Patente no U.S. 2012/0125358.

SUMÁRIO DA INVENÇÃO

[019] De acordo com um aspecto de algumas modalidades da presente invenção, é fornecido um método de alisamento de cabelo, em que o método compreende: (a) aplicar pelo menos um agente catiônico ao cabelo e/ou submeter o cabelo a um tratamento com plasma; (b) aplicar nanocristais de celulose ao cabelo; e (c) aplicar calor e pressão ao cabelo, em um grau suficiente para causar alisamento do cabelo sem causar dano ao cabelo, alisando, dessa maneira, o cabelo.

[020] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, o método compreende ainda, antes de (a), aplicar ao cabelo um agente com capacidade para clivar ligações de dissulfeto em cabelo.

[021] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, sendo que o método compreende ainda aplicar resilina ao cabelo.

[022] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a resilina é uma resilina modificada que compreende um domínio de ligação à celulose (CBD).

[023] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, o método compreende aplicar pelo menos uma porção da resilina ao cabelo após a aplicação da composição de alisamento do cabelo.

[024] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a aplicação de pelo menos uma porção da resilina ao cabelo é efetuada pelo menos um dia após a aplicação da composição de alisamento do cabelo.

[025] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a aplicação de pelo menos uma porção da resilina ao cabelo é efetuada pelo menos uma semana após a aplicação da composição de alisamento do cabelo.

[026] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a aplicação de pelo menos uma porção da resilina ao cabelo é efetuada em pelo menos dois dias diferentes.

[027] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a aplicação de pelo menos uma porção da resilina ao cabelo é efetuada em pelo menos 5 dias diferentes.

[028] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a aplicação de pelo menos uma porção da resilina ao cabelo é efetuada durante um período de tempo em uma faixa de uma semana a dois anos após a aplicação da composição de alisamento do cabelo.

[029] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, o método é para manutenção de cabelo alisado após cada aplicação da composição de alisamento do cabelo e do calor e pressão.

[030] De acordo com um aspecto de algumas modalidades da presente invenção é fornecida uma composição de alisamento do cabelo que compreende nanocristais de celulose, e um carreador adequado para aplicação ao cabelo.

[031] De acordo com um aspecto de algumas modalidades da presente invenção é fornecido um método para manutenção de cabelo alisado em seguida a um tratamento de alisamento de cabelo, em que o método compreende aplicar resilina ao cabelo.

[032] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, o tratamento de alisamento de cabelo compreende aplicar nanocristais de celulose ao cabelo, por exemplo, um tratamento como descrito no presente documento em qualquer uma das respectivas modalidades e qualquer combinação das mesmas.

[033] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a resilina é uma resilina modificada que compreende um domínio de ligação à celulose (CBD).

[034] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a aplicação de resilina ao cabelo é efetuada em pelo menos dois dias diferentes.

[035] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a aplicação de resilina ao cabelo é efetuada em pelo menos 5 dias diferentes.

[036] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a aplicação de resilina ao cabelo é efetuada pelo menos uma semana após aplicação da composição de alisamento do cabelo.

[037] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a aplicação de pelo menos uma porção da resilina ao cabelo é efetuada durante um período de tempo em uma faixa de uma semana a dois anos após a aplicação da composição de alisamento do cabelo.

[038] De acordo com um aspecto de algumas modalidades da presente invenção, é fornecida uma composição de alisamento do cabelo que compreende resilina, e um carreador adequado para aplicação ao cabelo.

[039] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a composição é para manutenção de cabelo alisado em seguida a um tratamento de alisamento de cabelo.

[040] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, o tratamento de alisamento de cabelo compreende aplicar nanocristais de celulose ao cabelo, por exemplo, um tratamento como descrito no presente documento em qualquer uma das respectivas modalidades e qualquer combinação das mesmas.

[041] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a resilina é uma resilina modificada que compreende um domínio de ligação à celulose (CBD).

[042] De acordo com um aspecto de algumas modalidades da presente invenção é fornecido um kit para alisamento de cabelo, em que o kit compreende, como recipientes separados: a) um primeiro recipiente que compreende nanocristais de celulose e um carreador adequado para aplicação ao cabelo; e b) um segundo recipiente que compreende uma composição de pré- tratamento que compreende pelo menos um agente catiônico.

[043] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, o kit compreende ainda um terceiro recipiente que compreende a composição que compreende resilina e um carreador adequado para aplicação ao cabelo.

[044] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a resilina é uma resilina modificada que compreende um domínio de ligação à celulose (CBD).

[045] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, o kit compreende ainda um quarto recipiente que compreende um agente com capacidade para clivar ligações de dissulfeto em cabelo.

[046] De acordo com um aspecto de algumas modalidades da presente invenção, é fornecido um kit para alisamento e manutenção de cabelo, em que o kit compreende, como recipientes separados: a) um primeiro recipiente que compreende nanocristais de celulose e um carreador adequado para aplicação ao cabelo; e b) um segundo recipiente que compreende resilina e um carreador adequado para aplicação ao cabelo.

[047] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a resilina é uma resilina modificada que compreende um domínio de ligação à celulose (CBD).

[048] A não ser que definido de outro modo, todos os termos científicos e/ou técnicos usados no presente documento têm o mesmo significado conforme comumente entendido por um versado na técnica ao qual a invenção pertence. Embora os métodos e materiais similares ou equivalentes àqueles aqui descritos possam ser usados na prática ou nos testes das modalidades da invenção, os métodos e/ou materiais exemplificativos são descritos abaixo. No caso de conflito, o relatório descritivo de patente, incluindo as definições, terá preferência. Além disso, os materiais, métodos, e exemplos são apenas ilustrativos e não se destinam a ser necessariamente limitantes.

BREVE DESCRIÇÃO DAS DIVERSAS VISTAS DOS DESENHOS

[049] Algumas modalidades da invenção são descritas neste documento apenas a título de exemplo, com referência às imagens que acompanham o presente. Com referência específica agora aos desenhos em detalhes, destaca-se que as particularidades mostradas são a título exemplificativo e para fins de discussão ilustrativa das modalidades da invenção. Nesse sentido, a descrição tomada com os desenhos torna evidente àqueles versados na técnica como as modalidades da invenção podem ser praticadas.

[050] Nos desenhos: A Figura 1 apresenta imagens fotográficas de amostras de cabelo antes (A) e após (B) tratamento, e imagens micrográficas eletrônicas de varredura a x1.000 de ampliação (C) da amostras de cabelo após um tratamento de alisamento de cabelo que usa 5 mM de SMBS + 0,01% de polilisina (Amostra 1-1), 5 mM de SMBS + polilisina + CNC (Amostra 1-2), 0,5% de SDS + 1% de NaCl + 5 mM SMBS + 0,5 M Cys + 2% de cloreto de cetrimônio (Amostra 1-3), 0,5% de SDS + 1% de NaCl (Amostra 1-4), ou 0,5% de SDS + 1% de NaCl + 5 mM SMBS + 0,5 M de Cys + 2% de cloreto de cetrimônio + CNC (Amostra 1-5).

[051] A Figura 2 apresenta imagens fotográficas de amostras de cabelo antes (A) e após (B) o tratamento, e imagens micrográficas eletrônicas de varredura a x2.500 de ampliação (C) das mesmas amostras de cabelo tratadas como representado na Figura 1.

[052] A Figura 3 apresenta imagens fotográficas de amostras de cabelo antes (A) e após (B) o tratamento, e imagens micrográficas eletrônicas de varredura a x6.500 de ampliação (C) das mesmas amostras de cabelo tratadas como representado na Figura 1.

[053] A Figura 4 apresenta imagens fotográficas de amostras de cabelo antes (A) e após (B) tratamento, e imagens micrográficas eletrônicas de varredura a x1.000 ampliação (C) da amostras de cabelo após um tratamento de alisamento de cabelo que usa 5 mM de SMBS + 200 mM de Cys + 2% de quitosana + CNC (Amostra 2-1), 5 mM de SMBS + 200 mM de Cys (Amostra 2-2), 5 mM de SMBS + 2% de quitosana (em 5% de vinagre + 0,2 M de NaCl) + CNC (Amostra 2-3), 5 mM de SMBS + 2% de quitosana (Amostra 2-4), ou 5 mM de SMBS + 2% quitosana + CNC (Amostra 2-5).

[054] A Figura 5 apresenta imagens fotográficas de amostras de cabelo antes (A) e após (B) o tratamento, e imagens micrográficas eletrônicas de varredura a x2.500 de ampliação (C) das mesmas amostras de cabelo tratadas como representado na Figura 4.

[055] A Figura 6 apresenta imagens fotográficas de amostras de cabelo antes (A) e após (B) o tratamento, e imagens micrográficas eletrônicas de varredura a x6.500 de ampliação (C) das mesmas amostras de cabelo tratadas como representado na Figura 4.

[056] A Figura 7 apresenta imagens fotográficas de amostras de cabelo antes (A) e após (B) tratamento, e imagens micrográficas eletrônicas de varredura a x1.000 ampliação (C) das amostras de cabelo após um tratamento de alisamento de cabelo que usa 5 mM de SMBS + aldeído-CNC (Amostra 3-1), 5 mM de SMBS + 0,5 M Cys + 2% de gelatina (Amostra 3-2), 5 mM de SMBS + 0,5 M de Cys + 2% de quitosana + CNC (Amostra 3-3), 5 mM de SMBS + 0,5 M de Cys + 0,5 M de Arg + CNC (Amostra 3-4), ou 5 mM de SMBS + 0,5 M de Cys + 2% gelatina + CNC (Amostra 3-5).

[057] A Figura 8 apresenta imagens fotográficas de amostras de cabelo antes (A) e após (B) o tratamento, e imagens micrográficas eletrônicas de varredura a x2.500 de ampliação (C) das mesmas amostras de cabelo tratadas como representado na Figura 7.

[058] A Figura 9 apresenta imagens fotográficas de amostras de cabelo antes (A) e após (B) o tratamento, e imagens micrográficas eletrônicas de varredura a x6.500 de ampliação (C) das mesmas amostras de cabelo tratadas como representado na Figura 7.

[059] A Figura 10 apresenta imagens fotográficas de amostras de cabelo antes (A) e após (B) o tratamento, e imagens micrográficas eletrônicas de varredura a x13.000 de ampliação (C) das mesmas amostras de cabelo tratadas como representado na Figura 7.

[060] A Figura 11 apresenta imagens fotográficas de uma amostra de cabelo antes e em estágios sucessivos após um tratamento de alisamento de cabelo (pelo uso de 1 M de cisteína, 0,5 M de arginina em 1% de BTMS, e 3% de CNC), como a seguir: antes (imagem 1) e imediatamente após (imagem 2) tratamento, após lavar com água (imagem 3) e 5 vezes com shampoo livre de SLS (imagens 4, 5, 6, 7, 8) ao longo do curso de cerca de 2,5 semanas após tratamento, seguido de lavar com 4 mg/ml (imagem 9) e 2 mg/ml (imagem 10) RES-CBD (resilina com domínio de ligação à celulose) em água ao longo do curso de uma semana, e lavar 4 vezes com shampoo livre de SLS e 1 mg/ml RES-CBD em água ao longo do curso de 2 semanas (imagens 11, 12, 13, 14), seguido de aplicação de 50 mg/ml RES-CBD (imagem 15), e (ao longo do curso de cerca de 3 semanas) lavagens alternadas com shampoo livre de SLS e 2 mg/ml RES-CBD em água (imagens 16, 18, 21, 22 e 25), aplicação de 10 mg/ml RES-CBD (imagens 17, 19, 20, 23, 24) (imagens 19 e 23 mostram o cabelo antes lavar com água após tratamento com RES-CBD, e as imagens 17, 20 e 24 mostram o cabelo após lavar com água).

[061] A Figura 12 apresenta imagens fotográficas de uma amostra de cabelo cerca de 3 meses após um tratamento de alisamento de cabelo exemplificativo, antes (Figura 12A) e muitas horas após (Figura 12B) aplicação de 10 mg/ml de RES- CBD (resilina com domínio de ligação à celulose) em água, seguido de lavar (em intervalos de 2 dias) com água (Figura 12C), shampoo livre de SLS (Figura 12D), e novamente com shampoo livre de SLS (Figura 12E).

[062] A Figura 13 apresenta imagens fotográficas de uma amostra de cabelo cerca de 3 meses após um tratamento de alisamento de cabelo exemplificativo, antes (Figura 13A) e muitas horas após (Figura 13B) aplicação de 10 mg/ml de RES- CBD (resilina com domínio de ligação à celulose) em água, seguido de lavar (em intervalos de 2 dias) com água (Figura 13C), shampoo livre de SLS (Figura 13D), e novamente com shampoo livre de SLS (Figura 13E).

[063] A Figura 14 apresenta imagens fotográficas de uma amostra de cabelo cerca de 2 meses após um tratamento de alisamento de cabelo exemplificativo, antes (Figura 14A) e muitas horas após (Figura 14B) aplicação de 10 mg/ml de RES- CBD (resilina com domínio de ligação à celulose) em água, seguido de lavar (em intervalos de 2 dias) com água (Figura 14C), shampoo livre de SLS (Figura 14D), e novamente com shampoo livre de SLS (Figura 14E).

[064] A Figura 15 apresenta imagens fotográficas de uma amostra de cabelo cerca de 3 semanas após um tratamento de alisamento de cabelo exemplificativo, antes (Figura 15A) e muitas horas após (Figura 15B) aplicação de 10 mg/ml de RES- CBD (resilina com domínio de ligação à celulose) em água, seguido de lavar (em intervalos de 2 dias) com água (Figura 15C), shampoo livre de SLS (Figura 15D), e novamente com shampoo livre de SLS (Figura 15E).

[065] A Figura 16 apresenta imagens fotográficas de uma amostra de cabelo cerca de um mês após um tratamento de alisamento de cabelo exemplificativo, antes (Figura 16A) e muitas horas após (Figura 16B) aplicação de 10 mg/ml de RES- CBD (resilina com domínio de ligação à celulose) em água, seguido de lavar (em intervalos de 2 dias) com água (Figura 16C), shampoo livre de SLS (Figura 16D), e novamente com shampoo livre de SLS (Figura 16E).

[066] A Figura 17 apresenta imagens fotográficas de uma amostra de cabelo cerca de 3 meses após um tratamento de alisamento de cabelo exemplificativo, antes (Figura 17A) e muitas horas após (Figura 17B) aplicação de 10 mg/ml de RES- CBD (resilina com domínio de ligação à celulose) em água, seguido de lavar (em intervalos de 2 dias) com água (Figura 17C), shampoo livre de SLS (Figura 17D), e novamente com shampoo livre de SLS (Figura 17E).

[067] A Figura 18 apresenta imagens fotográficas de uma amostra de cabelo cerca de um mês após um tratamento de alisamento de cabelo exemplificativo, antes (Figura 18A) e muitas horas após (Figura 18B) aplicação de 10 mg/ml de RES- CBD (resilina com domínio de ligação à celulose) em água, seguido de lavar (em intervalos de 2 dias) com água (Figura 18C) e shampoo livre de SLS (Figura 18D).

[068] A Figura 19 apresenta imagens fotográficas de uma amostra de cabelo cerca de 1,5 meses após um tratamento de alisamento de cabelo exemplificativo, antes (Figura 19A) e muitas horas após (Figura 19B) aplicação de 10 mg/ml de RES- CBD (resilina com domínio de ligação à celulose) em água, seguido de lavar (em intervalos de 2 dias) com água (Figura 19C), shampoo livre de SLS (Figura 19D), e novamente com shampoo livre de SLS (Figura 19E).

[069] A Figura 20 apresenta imagens fotográficas de uma amostra de cabelo cerca de 2 meses após um tratamento de alisamento de cabelo exemplificativo, antes (Figura 20A) e muitas horas após (Figura 20B) aplicação de 10 mg/ml de RES- CBD (resilina com domínio de ligação à celulose) em água, seguido de lavar (em intervalos de 2 dias) com água (Figura 20C), shampoo livre de SLS (Figura 20D), e novamente com shampoo livre de SLS (Figura 20E).

[070] As Figuras 21A-D apresentam imagens micrográficas eletrônicas de varredura de amostra de cabelo não tratada em x1.000 de ampliação (Figura 21A) e em x6.500 de ampliação (Figura 21B) e da amostra de cabelo em seguida ao tratamento sequencial com 1M de cisteína em 100 mM MES pH 3,5, 0,5M de arginina em 1% BTMS em DDW, e 2% CNC, em x1.000 de ampliação (Figura 21C) e em x6.500 de ampliação (Figura 21D).

[071] As Figuras 22A-D apresentam imagens micrográficas eletrônicas de varredura de amostra de cabelo não tratada em x1.000 de ampliação (Figura 22A) e em x23.000 de ampliação (Figura 22B) e da amostra de cabelo em seguida ao tratamento sequencial com 1M de cisteína em 100 mM MES pH 3,5, 0,5M de arginina em 1% de BTMS, e 3% de CNC, em x1.000 de ampliação (Figura 22C) e em x23.000 de ampliação (Figura 22D).

[072] As Figuras 23A-E apresentam imagens micrográficas eletrônicas de varredura de amostra de cabelo não tratada em x1.000 de ampliação (Figura 23A) e em x23.000 de ampliação (Figura 23B) e da amostra de cabelo em seguida ao tratamento sequencial com 1M de cisteína em 100 mM MES pH 3,5, 0,5M de arginina em 1% de BTMS em DDW e 2% de CNC que contém 10:1 RES-CBD, em x1.000 de ampliação (Figura 23C) e em x23.000 de ampliação (Figura 23D), e de um incisão lateral da amostra de cabelo tratada em x23.000 de ampliação (Figura 23E).

DESCRIÇÃO DAS MODALIDADES ESPECÍFICAS DA INVENÇÃO

[073] A presente invenção, em algumas modalidades, refere-se a cosméticos, mais particularmente, mas não exclusivamente, a composições e tratamentos úteis no alisamento de cabelos.

[074] Antes de explicar pelo menos uma modalidade da invenção em detalhes, deve-se entender que a invenção não é necessariamente limitada neste pedido aos detalhes apresentados na descrição a seguir ou exemplificados pelos Exemplos. A invenção pode ter outras modalidades ou pode ser praticada ou executada de várias formas.

[075] Os presentes inventores constataram que nanocristais de celulose são surpreendentemente eficazes para uso no alisamento de cabelo, e podem aprimorar a eficácia de técnicas existentes para alisamento de cabelo.

[076] Ao reduzir a presente invenção à prática, os inventores constataram ainda que a aplicação de resilina no cabelo é surpreendentemente eficaz em melhorar e restaurar o efeito de alisamento de cabelos de tratamentos que utilizam nanocristais de celulose, mesmo quando aplicados muitas semanas após o tratamento original de alisamento de cabelos.

[077] Sem estar vinculado a nenhuma teoria específica, acredita-se que os nanocristais de celulose afetem o cabelo, formando um filme rígido ou semirrígido, revestimento duradouro na superfície do cabelo.

[078] De acordo com um aspecto de algumas modalidades da invenção, é fornecido um método de alisamento de cabelo, em que o método compreende aplicar nanocristais de celulose (CNC) ao cabelo, em combinação com condições adequadas para alterar um formato de cabelo, por exemplo, pela aplicação de calor e pressão ao cabelo, preferencialmente em um grau suficiente para causar o alisamento do cabelo sem causar dano ao cabelo.

[079] No presente documento, um "grau" de um calor e/ou pressão aplicados abrange uma temperatura (em relação ao calor aplicado), duração (de calor e/ou pressão) e/ou quantidade (por exemplo, pressão).

[080] Graus adequados de calor e pressão para efetuar alisamento, bem como dispositivos (por exemplo, ferros quentes) e técnicas adequadas para aplicar esse calor e pressão, serão conhecidos por um especialista na técnica.

[081] Os nanocristais de celulose utilizados em qualquer uma das modalidades da invenção podem opcionalmente não ser quimicamente modificados (o que não exclui modificações químicas de ocorrência natural comumente presentes nos nanocristais de celulose, como a presença de grupos sulfato) ou modificados. Várias formas adequadas de nanocristais de celulose modificados são aqui descritas em outra parte no presente documento.

[082] O tratamento de alisamento de cabelo de acordo com qualquer uma das modalidades respectivas descritas no presente documento compreende, opcionalmente, um ou mais estágios de pré-tratamento, realizados antes e/ou concomitantemente com (preferencialmente antes) a aplicação de nanocristais de celulose. Exemplos de tais pré-tratamentos incluem, sem limitação, tratamentos com agentes catiônicos e/ou plasma (por exemplo, sujeitando o cabelo a um jato de plasma no ar, usando qualquer dispositivo adequado).

[083] Assim, em algumas modalidades, o método compreende: a) aplicar pelo menos um agente catiônico ao cabelo e/ou submeter o cabelo a um tratamento com plasma; b) aplicar nanocristais de celulose ao cabelo; e c) aplicar calor e pressão ao cabelo, em um grau suficiente para causar alisamento do cabelo sem causar dano ao cabelo.

[084] O cabelo é opcionalmente lavado após o pré-tratamento (por exemplo, pré-tratamento com um agente catiônico) e, opcionalmente, lavado e seco, antes da aplicação de nanocristais de celulose.

[085] Exemplos de compostos catiônicos adequados incluem, sem limitação, aminoácidos, como arginina e lisina; polímeros catiônicos, como quitosana, polilisina (por exemplo, poli-L-lisina) e polietilenoimina (PEI); e surfactantes catiônicos, como sais de behentrimônio (por exemplo, metossulfato de behentrimônio (BTMS), sais de cetrimônio (também conhecido como cetiltrimetilamônio, hexadeciltrimetilamônio ou HDTMA) (por exemplo, cloreto de cetrimônio ou brometo de cetrimônio (CTAB)) e sais de cetilpiridínio (por exemplo, cloreto de cetilpiridínio (CPC)) e qualquer combinação dos anteriores.

[086] Sem estar limitado por nenhuma teoria em particular, acredita-se que a superfície do CNC seja carregada negativamente (por exemplo, por grupos sulfato introduzidos durante o CNC de produção CNC) e que os compostos catiônicos se liguem à superfície carregada negativamente do CNC e/ou pelos cabelos por atração coulômbica, facilitando assim a ligação do CNC à superfície do cabelo. Acredita-se ainda que os surfactantes catiônicos podem facilitar a ligação do CNC à superfície capilar, ligando-se à superfície carregada negativamente do CNC por atração coulômbica e à superfície capilar por interações hidrofóbicas (como a superfície capilar é naturalmente hidrofóbica devido à presença de lipídios como o ácido 18-metil eicosanoico (18-MEA).

[087] Alternativamente ou adicionalmente, o pré-tratamento pode opcionalmente compreender tratamento com plasma - por exemplo, tratamento com plasma frio - para modificar a superfície do cabelo. Alternativamente ou adicionalmente, o pré-tratamento pode opcionalmente compreender tratamento com plasma - por exemplo, tratamento com plasma frio - para modificar a superfície do cabelo.

[088] O tratamento com plasma pode opcionalmente ser usado para introduzir cargas positivas na superfície do cabelo, além ou em vez do uso de agentes catiônicos.

[089] Em algumas modalidades de qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento, o tratamento de alisamento de cabelo compreende ainda aplicar um agente com capacidade para clivar ligações de dissulfeto em cabelo, por exemplo, pela redução de ligações de dissulfeto a dois grupos tiol livres ou derivados de grupos tiol. Esses agentes também são referidos coletivamente neste documento de forma intercambiável como "um agente redutor".

[090] Exemplos de agentes adequados capazes de clivar as ligações dissulfeto no cabelo incluem, sem limitação, sulfitos e bissulfitos (por exemplo, sulfito de amônio, bissulfito de amônio), metabissulfitos (por exemplo, metabissulfito de sódio) e tióis como cisteína e tioglicolato (por exemplo, tioglicolato de amônio) e qualquer combinação dos anteriores. Metabissulfito de sódio (SMBS; Na2S2O5) é um agente exemplificativo para redução de ligações de dissulfeto.

[091] Agentes com capacidade para clivar as ligações dissulfeto no cabelo são comumente usados para facilitar a reconfiguração da queratina no cabelo, permitindo assim uma conformação mais reta do cabelo. Todos esses agentes são contemplados no presente documento.

[092] Sem estar limitado por nenhuma teoria em particular, acredita-se que os nanocristais de celulose no cabelo aumentam a capacidade dos agentes acima mencionados de reconfigurar permanente ou semipermanentemente a estrutura de queratina no cabelo, fornecendo suporte mecânico à estrutura de queratina recém- formada após o alisamento e/ou protegendo o cabelo da umidade e/ou poluição do ambiente, o que pode enfraquecer o efeito da reconfiguração da estrutura da queratina.

[093] Em algumas modalidades de qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, o método de alisamento de cabelo compreende ainda aplicar resilina (como definido no presente documento) ao cabelo.

[094] Em algumas modalidades, pelo menos uma porção da resilina aplicada ao cabelo (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) é aplicada após a aplicação dos nanocristais de celulose (por exemplo, como parte de uma composição descrita no presente documento), por exemplo, pelo menos um dia, pelo menos uma semana e/ou pelo menos um mês após a aplicação dos nanocristais de celulose. Em algumas tais modalidades, a resilina é aplicada durante um período de tempo de até 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 ou 12 meses, ou mesmo até 2 anos ou mais, após aplicação dos nanocristais de celulose.

[095] Em algumas modalidades de qualquer uma das modalidades descritas no presente documento acerca da aplicação de resilina após a aplicação de uma composição de alisamento do cabelo, a aplicação de resilina é para manutenção de cabelo alisado após alisamento o cabelo pela aplicação da composição de alisamento do cabelo (por exemplo, junto com calor e pressão de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento).

[096] No presente documento, “manutenção” (ou “manter” ou variantes da mesma) de cabelos alisados refere-se a atrasar (por exemplo, diminuir uma taxa de) e/ou pelo menos reverter parcialmente (por exemplo, reverter temporariamente) um processo pelo qual o efeito do tratamento de alisamento de cabelos na forma do cabelo é gradualmente perdido.

[097] Assim, para cada vez que o cabelo é alisado (para obter cabelo alisado), a aplicação de resilina (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) pode, opcionalmente, ser efetuada após a mesma uma vez, duas vezes (por exemplo, em dois dias diferentes), ou 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 ou mais vezes (por exemplo, em dias diferentes), de modo a manter o cabelo alisado anteriormente em um estado alisado.

[098] Por exemplo, aplicação de resilina pode ser efetuada uma vez por dia, todo dia após o tratamento de alisamento de cabelo, por, por exemplo, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, dias, ou mais, ou por 2 semanas, 3 semanas, 4 semanas ou mais, conforme desejado. Alternativamente, aplicação de resilina pode ser efetuada uma vez a cada dois dias após o tratamento de alisamento de cabelo, por um período de tempo conforme desejado (por exemplo, como indicado anteriormente no presente documento). Ainda adicionalmente, a aplicação de resilina pode ser efetuada uma vez, duas vezes ou três vezes por semana, após o tratamento de alisamento de cabelo, para um período de tempo conforme desejado (por exemplo, como indicado anteriormente no presente documento).

[099] De acordo com um aspecto de algumas modalidades da invenção, é fornecido um método para manutenção de cabelo alisado em seguida a um tratamento de alisamento de cabelo, em que o método compreende aplicar resilina ao cabelo, de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento. O tratamento de alisamento de cabelo é, opcionalmente, de acordo com qualquer uma das modalidades descritas no presente documento acerca de um tratamento de alisamento de cabelo (por exemplo, que utilizam aplicação de nanocristais de celulose), ou alternativamente, pode ser qualquer outro tratamento de alisamento de cabelo conhecido na técnica.

[0100] Em algumas dentre qualquer uma das modalidades acerca da manutenção de cabelo alisado, a resilina é aplicada ao cabelo (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) pelo menos um dia, pelo menos uma semana e/ou pelo menos um mês após o tratamento de alisamento de cabelo. Em algumas tais modalidades, a resilina é aplicada durante um período de tempo de até 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 ou 12 meses, ou mesmo até 2 anos ou mais, após o tratamento de alisamento de cabelo.

[0101] Espera-se que, durante a vida de uma patente que amadurece a partir desta aplicação, muitos tratamentos relevantes para alisamento de cabelo sejam desenvolvidos e o escopo do termo "tratamento de alisamento de cabelo" inclua todas essas novas tecnologias a priori, exceto onde tal o tratamento é claramente excluído de uma modalidade descrita.

[0102] De acordo com um aspecto de algumas modalidades da presente invenção, é fornecido um método de alisamento de cabelo que compreende submeter o cabelo a um primeiro tratamento de alisamento de cabelo (por exemplo, um tratamento de alisamento de cabelo de acordo com qualquer uma das modalidades descritas no presente documento acerca de um tratamento de alisamento de cabelo que utiliza aplicação de nanocristais de celulose, ou alternativamente, por qualquer outro tratamento de alisamento de cabelo conhecido na técnica, como descrito no presente documento); aplicar resilina ao cabelo em seguida ao primeiro tratamento de alisamento de cabelo, de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento; submeter o cabelo a um segundo tratamento de alisamento de cabelo como descrito no presente documento em qualquer uma das respectivas modalidades do primeiro tratamento; e aplicar resilina ao cabelo em seguida ao primeiro tratamento de alisamento de cabelo, de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento, e opcionalmente, submeter o cabelo a terceiro, quarto, quinto, etc. tratamentos de alisamento de cabelo, conforme desejado, aplicando resilina em seguida a cada tratamento, de modo que um período de tempo entre tratamentos consecutivos seja pelo menos 20%, ou pelo menos 30%, ou pelo menos 40%, ou pelo menos 50% mais longo, ou mais, que o período de tempo entre os mesmos tratamentos consecutivos sem aplicação de resilina em seguida a cada tratamento necessária para manter o cabelo alisado conforme desejado por um sujeito.

[0103] Em algumas modalidades, o período de tempo entre cada um dentre o primeiro e o segundo tratamentos de alisamento de cabelo, e/ou entre cada um dentre o segundo e o terceiro tratamentos, e/ou entre o terceiro e quarto tratamentos, e assim por diante, isto é, entre tratamentos consecutivos, é pelo menos 4 semanas, ou pelo menos 8 semanas, ou pelo menos 3 meses, ou pelo menos 6 meses, ou pelo menos 8 meses, ou pelo menos 10 meses, ou pelo menos um ano, ou até mesmo mais (por exemplo, 2 anos).

[0104] Este método utiliza o efeito de manutenção fornecido pela aplicação de resilina, permitindo uma frequência reduzida de tratamentos de alisamento de cabelo que são necessários ou desejados para manter o cabelo alisado.

[0105] Em algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, em qualquer um dos métodos relevantes descritos no presente documento, um CNC modificado e/ou não-modificado (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) é aplicado em uma composição que compreende o mesmo, como descrito em maior detalhe abaixo no presente documento. Em algumas modalidades, uma concentração do CNC modificado e/ou não-modificado na composição varia na faixa de cerca de 0,1% a cerca de 5%, em peso, incluindo quaisquer valores intermediários e subfaixas entre os mesmos.

[0106] Em algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, em qualquer um dos métodos relevantes descritos no presente documento, uma resilina (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) é aplicada em uma composição que compreende a mesma, como descrito em mais detalhe abaixo no presente documento. Em algumas modalidades, uma concentração da resilina na composição varia na faixa de cerca de 0,1 mg/ml a cerca de 200 mg/ml, incluindo quaisquer valores intermediários e subintervalos entre eles.

[0107] Em algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, em qualquer um dos métodos relevantes descritos no presente documento, um agente redutor (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) é aplicado em uma composição que compreende a mesma, como descrito em mais detalhe abaixo no presente documento. Em algumas modalidades, uma concentração do agente redutor na composição varia de cerca de 1 nM a 2M, incluindo quaisquer valores intermediários e subintervalos entre os mesmos.

[0108] Em algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, em qualquer um dos métodos relevantes descritos no presente documento, um agente catiônico (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) é aplicado em uma composição que compreende a mesma, como descrito em mais detalhe abaixo no presente documento. Em algumas modalidades, uma concentração do agente catiônico na composição varia de cerca de 0,1% a cerca de 40%, em peso, incluindo quaisquer valores intermediários e subintervalos entre eles.

[0109] Em algumas das modalidades descritas neste documento, uma quantidade de qualquer um dos agentes ou composições compreendendo os mesmos aplicados ao cabelo depende do tipo, comprimento, ondulação, largura e outros fatores do cabelo de um indivíduo. Os especialistas na técnica determinariam prontamente quais quantidades forneceriam os resultados desejados para um indivíduo.

NANOCRISTAIS DE CELULOSE MODIFICADOS:

[0110] Em algumas modalidades de qualquer uma das modalidades aqui descritas relacionadas ao CNC, o CNC opcionalmente compreende CNC modificado quimicamente. Modificações do CNC podem opcionalmente ser selecionadas de modo a fornecer uma rigidez/flexibilidade desejada de um filme CNC aplicado no cabelo e/ou uma hidrofobicidade/hidrofilicidade desejada.

[0111] Uma grande variedade de técnicas para modificar a celulose é conhecida na técnica (por exemplo, pela modificação covalente de grupos hidroxila na superfície da celulose) e pode opcionalmente ser usada no contexto de algumas modalidades da invenção. Exemplos de tais modificações incluem, sem limitação, esterificação (por exemplo, de acordo com procedimentos descritos por Zoppe et al. [Biomacromolecules 2010, 11:2683-2691] ou Habibi et al. [J Mater Chem 2008, 18:5002-5010]), eterificação com agentes alquilantes (por exemplo, de acordo com procedimentos descritos por Hermanson GT [Bioconjugate Techniques, (Academic, San Diego, 1996)]), oxidação (por exemplo, de acordo com procedimentos como descrito por Azzam et al. [Biomacromolecules 2010, 11:3652-3659]), sililação (por exemplo, de acordo com procedimentos como descrito por Taipina et al. [Cellulose 2013, 20:217-226]), reação com isocianatos (por exemplo, de acordo com procedimentos descritos por Shang et al. [Cellulose 2013, 20:179-190] ou Yu et al. [^CS Sustainable Chem Eng 2014, 2:875-886]), e/ou enxerto de polímero (por exemplo, de acordo com procedimentos descritos por Shang et al. [Cellulose 2013, 20:179-190], Zoppe et al. [Biomacromolecules 2010, 11:2683-2691], Habibi et al. [J Mater Chem 2008, 18:5002-5010] ou Azzam et al. [Biomacromolecules 2010, 11:3652-3659]).

[0112] Em algumas dentre qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento, o CNC modificado é modificado pela adição de um grupo funcional acrila ou metacrila (referido aqui como "(met)acrila" ou uma variante do mesmo).

[0113] O grupo (met)acrílico pode opcionalmente ser conectado diretamente à celulose por uma ligação éster (-OC(=O)-), por exemplo, entrando em contato com o CNC com um reagente como anidrido (met)acrílico, cloreto de (met)acrilato e similares.

[0114] Alternativamente ou adicionalmente, o opcional pode ser anexado à celulose por meio de uma fração de ligação, por exemplo, entrando em contato com o CNC com um reagente, como (met) acrilato de glicidila ou (met)acrilato de isocianatoetila, sob condições adequadas (por exemplo, na presença de uma base tal como trietilamina ou hidróxido de sódio), opcionalmente condições aquosas.

[0115] Em algumas das modalidades descritas aqui, o CNC modificado é modificado por uma rede de poliéster na superfície do CNC, por exemplo, um poliol à base de óleo de mamona (COPO). O poliéster é opcionalmente conectado ao CNC através de um ligante de diisocianato, por exemplo, um ligante de di-isocianato (por exemplo, diisocianato de tolueno), como descrito por Shang et al. [Cellulose 2013, 20:179-190].

[0116] Em algumas das modalidades respectivas aqui descritas, o CNC modificado é modificado pela adição de um grupo funcional hidrofóbico, opcionalmente ligado à celulose por uma ligação éster (-O-C(=O)-). Grupos éster hidrofóbicos (por exemplo, C8-50-acila) podem ser formados, por exemplo, entrando em contato com o CNC com um reagente, como cloreto de acila graxo, um dímero de alquil ceteno (que forma grupos éster beta-cetocarboxílico) ou um alcenila succínico anidrido ou qualquer outro agente adequado usado na arte para modificar a celulose (por exemplo, em processos de colagem de papel).

[0117] Em algumas das modalidades respectivas descritas aqui, o CNC modificado é modificado pela adição de um grupo funcional tiol. Muitos agentes (por exemplo, "agentes tiolantes") e técnicas adequadas para a introdução de grupos tiol são conhecidos na técnica.

[0118] Em algumas modalidades, nanocristais de celulose modificados compreendendo um grupo tiol são ligados à queratina no cabelo por meio de ligações dissulfeto formadas entre a cisteína na queratina e o tiol nanocristais de celulose. Alternativa ou adicionalmente, nanocristais de celulose modificados compreendendo um grupo tiol são ligados um ao outro, de modo a reticular os nanocristais de celulose.

[0119] Tais ligações dissulfeto são opcionalmente formadas entrando em contato com o CNC com um agente oxidante adequado. Os agentes oxidantes adequados para formar ligações dissulfeto no cabelo são conhecidos na técnica e são frequentemente usados no final dos tratamentos de alisamento (por exemplo, para estabilizar a conformação do cabelo recém alisado).

[0120] Os grupos tiol podem opcionalmente ser utilizados para modificação adicional do CNC, por exemplo, reagindo com grupos haloacetila, halogeneto de alquila, maleimida e/ou aziridina.

[0121] Em algumas das modalidades respectivas descritas aqui, a modificação compreende celulose oxidante, de modo a obter grupos aldeído e/ou grupos carboxilato (além ou em vez dos grupos hidroxila de celulose que ocorrem naturalmente). Por exemplo, os grupos aldeído podem ser obtidos por oxidação periódica de resíduos de glicose em celulose (por exemplo, como aqui exemplificado).

[0122] Os grupos aldeído e/ou grupos carboxilato são opcionalmente usados para reagir com agentes que compreendem um grupo funcional desejado, bem como um grupo funcional (por exemplo, amina) para ligação ao aldeído ou carboxilato, que pode não ser tão facilmente ligado ao CNC. Por exemplo, grupos amina podem reagir com carboxilatos para formar uma ligação amida, usando técnicas comuns (por exemplo, usando uma carbodiimida como 1-etil-3-(3- dimetilaminopropil) carbodiimida (EDC) e com aldeídos para formar uma imina. Os grupos aldeído em celulose também podem ser sulfonados por reação com bissulfito (por exemplo, como descrito por Liimatainen et al. [Cellulose 2013; 20:741-749]).

[0123] O acoplamento de carbodiimida (por exemplo, EDC) é opcionalmente efetuado sob condições ácidas (por exemplo, pH 4,5-5,5), como em um ácido MES (2-(N-morfolino)etanossulfônico), embora tampões de fosfato em pH < 7,2 também sejam compatíveis com a química da reação. N-hidroxissuccinimida (NHS) ou seu análogo solúvel em água (sulfo-NHS) é opcionalmente incluída em protocolos de acoplamento de carbodiimida para melhorar a eficiência e/ou criar um intermediário reativo à amina mais estável.

[0124] Em algumas modalidades, um polipeptídeo (por exemplo, proteína de seda ou resilina), de acordo com qualquer uma das modalidades descritas aqui, é anexado ao CNC por meio de um ou mais grupos amina no polipeptídeo, por exemplo, via acoplamento de carbodiimida (por exemplo, qualquer um de as respectivas modalidades descritas no presente documento).

[0125] Em algumas modalidades, o CNC oxidado (por exemplo, CNC oxidado com NaClO2-) que compreende grupos carboxilato é reagido com um composto que compreende um grupo amina ligado a um grupo tiol (por exemplo, via um ligante de hidrocarboneto, como C2-C10 alquileno, as em 6-amino-1-hexanethiol), como em 6- amino-1-hexanotiol) usando acoplamento carbodiimida para obter grupos tiol ligados ao CNC por meio de ligações amida (-C(=O)-NH-).

[0126] Em algumas modalidades, o CNC oxidado (por exemplo, CNC oxidado com NaClO2-) que compreende grupos carboxilato é reagido com um composto que compreende um grupo amina ligado a um grupo tiol (por exemplo, via um ligante de hidrocarboneto, como C2-C10 alquileno, as em 6-amino-1-hexanethiol), como em 6- amino-1-hexanotiol) usando acoplamento carbodiimida para obter grupos tiol ligados ao CNC por meio de ligações amida (-C(=O)-NH-).

[0127] O CNC também pode ser modificado (por exemplo, por ligação a um polipeptídeo) por meio de química de cliques, por exemplo, conforme descrito por Karaaslan et al. [Cellulose 2013, 20:2655-2665].

[0128] Alternativamente ou adicionalmente a qualquer uma das modificações covalentes aqui descritas, os nanocristais de celulose podem opcionalmente ser modificados de forma não covalente, por exemplo, por ligação (por exemplo, adsorção) de compostos a uma superfície dos mesmos por ligações não covalentes (por exemplo, interações hidrofóbicas, ligações de hidrogênio e/ou interações eletrostáticas) e/ou pelo revestimento de uma superfície dos cristais com um polímero.

[0129] Em algumas modalidades de qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento, os nanocristais de celulose são ligados não covalentemente a um polipeptídeo, por exemplo, um polipeptídeo compreendendo um domínio de ligação à celulose (por exemplo, de acordo com qualquer uma das modalidades respectivas descritas aqui). O domínio de ligação à celulose (CBD) é opcionalmente incorporado a uma proteína, por exemplo, uma proteína de seda ou resilina. A resilina com um CBD é uma proteína exemplificativa adequada para modificação não covalente de nanocristais de celulose.

[0130] O CBD (domínio de ligação à celulose) pertence a uma grande superfamília de moléculas de ligação aos carboidratos (CBMs) e representa uma sequência de aminoácidos contígua nas enzimas ativas aos carboidratos. O domínio apresenta uma atividade discreta de ligação a carboidratos (celulose) e foi encontrado em proteínas hidrolíticas e não hidrolíticas. A utilização de CBDs é descrita, por exemplo, por Shoseyov et al. [Microbiol Mol Biol Rev 2006, 70:283295], que é incorporado aqui por referência.

[0131] Exemplos de sequências de aminoácidos do domínio de ligação à celulose (CBD) são fornecidos na SEQ ID NOs: 17, 18 e 21, e em Yaniv et al. [Acta Crystallogr Sect F Struct Biol Cryst Commun 2013, 69:733-737] (por exemplo, PDB: 4JO5-A).

[0132] Sem estar limitado por nenhuma teoria em particular, acredita-se que proteínas como seda e resilina possam fornecer elasticidade e resiliência, por exemplo, a uma camada de CNC na superfície do cabelo.

[0133] A proteína de seda de acordo com qualquer uma das modalidades respectivas descritas aqui opcionalmente compreende proteína de seda de aranha e opcionalmente proteína de seda de linha de arrasto de aranha. A proteína da seda da aranha é opcionalmente uma proteína recombinante fundida ao CBD.

[0134] Um polipeptídeo de seda (com ou sem um CBD) pode opcionalmente compreender qualquer polipeptídeo de seda descrito na Publicação de Pedido de Patente Internacional no WO2009/069123, cujo conteúdo é aqui incorporado por referência.

[0135] A fusão do CBD à proteína da seda pode melhorar drasticamente as propriedades da proteína, como sua ordem molecular e seu ponto de fusão. A estrutura de celulose cristalina altamente ordenada serve opcionalmente como um molde para permitir a montagem das proteínas da seda nas fibras capilares. Isto pode opcionalmente ser facilitado pela fusão das proteínas da seda ao CBD, facilitando assim a montagem do filme CBD de seda e/ou CNC sobre as fibras capilares.

NANOCRISTAIS DE CELULOSE RETICULADOS:

[0136] Em algumas modalidades de qualquer uma das modalidades descritas no presente documento acerca de um método de alisamento de cabelo pela aplicação de nanocristais de celulose (CNC) ao cabelo, o método compreende ainda reticular os nanocristais de celulose no cabelo.

[0137] Sem estar limitado por nenhuma teoria em particular, acredita-se que a reticulação de nanocristais de celulose no cabelo resulte em uma camada mais rígida e/ou durável que reveste a superfície do cabelo, melhorando assim o efeito dos nanocristais de celulose (por exemplo, como barreira superficial) e/ou como suporte mecânico de alisamento).

[0138] A reticulação pode opcionalmente ser efetuada entrando em contato com os nanocristais de celulose com um agente de reticulação adequado, por exemplo, durante e/ou após a aplicação dos nanocristais de celulose no cabelo. Alternativa ou adicionalmente, a reticulação pode ser efetuada irradiando a celulose (por exemplo, por UV e/ou luz visível), por exemplo, nanocristais de celulose modificados quimicamente selecionados para serem reticuláveis após irradiação.

[0139] A reticulação pode opcionalmente ser efetuada antes, concomitantemente com e/ou subsequentemente aplicar calor e pressão para alisar os cabelos.

[0140] Em algumas modalidades de qualquer uma das modalidades respectivas, a reticulação é efetuada por irradiação UV em uma dosagem suficiente (por exemplo, intensidade e/ou duração) para efetuar a reticulação do CNC. Em algumas dessas modalidades, o CNC é um CNC modificado compreendendo um grupo funcional reticulável por UV, como um grupo funcional (met)acrilato (por exemplo, de acordo com qualquer uma das modalidades respectivas descritas neste documento).

[0141] A irradiação é opcionalmente efetuada na presença de um fotoiniciador (por exemplo, um fotoiniciador solúvel em água, como Irgacure™ 2959). O fotoiniciador pode opcionalmente ser aplicado ao cabelo junto com o CNC, por exemplo, em que o fotoiniciador é coformulado com o CNC em uma composição descrita no presente documento.

[0142] A irradiação com UV e/ou luz visível pode, opcionalmente, ser efetuada por um praticante de um tratamento de alisamento (por exemplo, um cabeleireiro ou funcionário). Alternativa ou adicionalmente, a irradiação é efetuada pela exposição à luz solar natural.

[0143] Exemplos de agentes de reticulação adequados que podem ser usados para reticular nanocristais de celulose incluem, sem limitação, alfa-hidroxiácidos (por exemplo, ácido lático, ácido glicólico, ácido málico, ácido cítrico, ácido tartárico e seus derivados), que podem opcionalmente, promover reações de reticulação de esterificação/transesterificação na interface do CNC; compostos com dois ou mais grupos de ácido carboxílico (por exemplo, ácido adípico, ácido azelaico, ácido succínico, ácido málico, ácido tartárico, ácido cítrico, BTCA (ácido 1,2,3,4- butanotetracarboxílico) e seus derivados), que podem ser esterificado (por exemplo, de acordo com qualquer uma das modalidades respectivas descritas aqui) em grupos hidroxila de diferentes nanocristais de celulose; e proteínas (por exemplo, caseína, albumina, gelatina, resilina).

[0144] Os agentes oxidantes podem opcionalmente ser utilizados para reticular o CNC modificado com grupos tiol (por exemplo, como descrito no presente documento).

[0145] Polipeptídeos como proteínas (por exemplo, caseína, albumina, gelatina, queratina) podem opcionalmente reticular o CNC mediante aplicação de calor por meio de reações de condensação como esterificação (por exemplo, entre grupos carboxilato de polipeptídeo e grupos hidroxila no CNC e/ou outro polipeptídeo). Alternativamente ou adicionalmente, o polipeptídeo (por exemplo, resilina) reticula o CNC (por exemplo, CNC oxidado para compreender grupos carboxilato) via acoplamento de carbodiimida (por exemplo, EDC). Alternativamente, ou adicionalmente, o polipeptídeo (por exemplo, gelatina) reticula o CNC na presença de uma transglutaminase que está naturalmente presente ou aplicada ao cabelo.

[0146] Nanocristais de reticulação com polipeptídeos podem opcionalmente ser efetuados anexando uma molécula de polipeptídeo a dois ou mais nanocristais (por exemplo, por condensação e/ou acoplamento de carbodiimida) e/ou anexando (por exemplo, por condensação, acoplamento de carbodiimida e/ou transglutaminase) uma molécula de polipeptídeo ligada a um nanocristais (por exemplo, por condensação e/ou acoplamento de carbodiimida) a outra molécula de polipeptídeo ligada a outro nanocristais.

[0147] Um polipeptídeo usado para reticular o CNC de acordo com qualquer uma das modalidades respectivas descritas aqui pode opcionalmente se ligar ao CNC covalentemente (por exemplo, de acordo com qualquer uma das modalidades descritas neste documento, relacionadas à modificação covalente do CNC).

[0148] Alternativamente ou adicionalmente, um polipeptídeo usado para reticular o CNC, de acordo com qualquer uma das modalidades respectivas descritas no presente documento, pode opcionalmente se ligar ao CNC de forma não covalente (por exemplo, de acordo com qualquer uma das modalidades descritas neste documento relacionadas à modificação não covalente do CNC), por exemplo, em que o polipeptídeo compreende um domínio de ligação à celulose (por exemplo, uma resilina ou seda modificada ou um polipeptídeo do domínio de ligação à celulose isolado). Em tais modalidades, a reticulação pode ser efetuada pela reticulação covalente de uma pluralidade de polipeptídeos não covalentemente ligados ao CNC, por exemplo, por condensação, acoplamento de carbodiimida e/ou transglutaminase (de acordo com qualquer uma das modalidades respectivas descritas no presente documento).

[0149] Em algumas das modalidades descritas no presente documento, em qualquer um dos métodos relevantes aqui descritos, o CNC modificado e/ou não modificado é empregado em combinação com um agente de reticulação, conforme descrito no presente documento. Em algumas modalidades, o CNC e o agente de reticulação são aplicados concomitantemente ou sequencialmente, em qualquer ordem. Uma taxa de concentração entre o CNC e o agente de reticulação pode ser determinada de acordo com a composição química do agente de reticulação e o grau desejado de reticulação. Tais faixas exemplificativas podem variar na faixa de 100:1 a 1:1.

[0150] Se um agente de reticulação for empregado, ele poderá fazer parte de uma composição que compreende o mesmo, conforme descrito em mais detalhes abaixo no presente documento.

RESILINA:

[0151] No presente documento, o termo "resilina" abrange um polipeptídeo compreendendo uma sequência de uma proteína resilina de ocorrência natural, um fragmento de uma proteína resilina de ocorrência natural ou um polipeptídeo homólogo do mesmo (isto é, um polipeptídeo homólogo de uma proteína resilina ou seu fragmento, conforme definido no presente documento).

[0152] No presente documento, um “polipeptídeo homólogo” de um dado polipeptídeo engloba polipeptídeos que são pelo menos 50%, pelo menos 55%, pelo menos 60%, pelo menos 65%, pelo menos 70%, pelo menos 75%, pelo menos 80%, pelo menos 85%, pelo menos 87%, pelo menos 89%, pelo menos 9%, pelo menos 93%, pelo menos 95% ou mais, por exemplo, 100%, homólogo ao polipeptídeo dado, tal como uma proteína resilina descrita no presente documento (por exemplo, uma sequência listada na Tabela 1 ou um fragmento da mesma), conforme determinado pelo uso de software BlastP do National Center de Biotechnology Information (NCBI) pelo uso de parâmetros padrões. O polipeptídeo homólogo também pode se referir a uma deleção, inserção, ou variante de substituição, incluindo uma substituição de aminoácido, do mesmo e fragmentos de polipeptídeo biologicamente ativos do mesmo.

[0153] Em algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, um polipeptídeo homólogo é pelo menos 80% homólogo, como definido anteriormente no presente documento. Em algumas modalidades, um polipeptídeo homólogo é pelo menos 85% homólogo, como definido anteriormente no presente documento. Em algumas modalidades, um polipeptídeo homólogo é pelo menos 90% homólogo, como definido anteriormente no presente documento. Em algumas modalidades, um polipeptídeo homólogo é pelo menos 95% homólogo, como definido anteriormente no presente documento. Em algumas modalidades, um polipeptídeo homólogo é pelo menos 98% homólogo, como definido anteriormente no presente documento. Em algumas modalidades, um polipeptídeo homólogo é pelo menos 99% homólogo, como definido anteriormente no presente documento.

[0154] Em algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, um fragmento de uma proteína resilina (ou polipeptídeo homólogo da mesma) é pelo menos 50 resíduos de aminoácidos em comprimento. Em algumas modalidades, um fragmento de uma proteína resilina é pelo menos 60 resíduos de aminoácidos em comprimento. Em algumas modalidades, um fragmento de uma proteína resilina é pelo menos 70 resíduos de aminoácidos em comprimento. Em algumas modalidades, um fragmento de uma proteína resilina é pelo menos 80 resíduos de aminoácidos em comprimento. Em algumas modalidades, um fragmento de uma proteína resilina é pelo menos 100 resíduos de aminoácidos em comprimento. Em algumas modalidades, um fragmento de uma proteína resilina é pelo menos 125 resíduos de aminoácidos em comprimento. Em algumas modalidades, um fragmento de uma proteína resilina é pelo menos 150 resíduos de aminoácidos em comprimento. Em algumas modalidades, um fragmento de uma proteína resilina é pelo menos 200 resíduos de aminoácidos em comprimento.

[0155] Em algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a resilina (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) consiste essencialmente em uma proteína resilina de ocorrência natural, um fragmento da mesma ou um polipeptídeo homólogo da mesma.

[0156] Em algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a resilina de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) compreende uma ou mais sequência (ou sequências) de peptídeo, além de uma sequência de resilina de ocorrência natural, um fragmento ou um polipeptídeo homólogo da mesma.

[0157] Nos de GenBank Accession dos exemplos não limitativos de resilina são listados na Tabela 1 abaixo. TABELA 1

[0158] De acordo com algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a resilina (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) compreende a sequência completa de aminoácidos de resilina (isto é, compreende aminoácidos de cada de éxon 1, éxon 2 e éxon 3), por exemplo, como estabelecido na SEQ ID NO: 19.

[0159] De acordo com outras modalidades, a resilina (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) compreende uma sequência de aminoácidos do éxon 1 de resilina (SEQ ID NOs: 1, 2 ou 16), ou uma sequência de polipeptídeos homóloga, que pode ser 70% homóloga, 75% homóloga, 80% homóloga, 85% homóloga, 90% homóloga, 91% homóloga, 92% homóloga, 93% homóloga, 94% homóloga, 95% homóloga, 96% homóloga, 97% homóloga, 98% homóloga, 99% homóloga ou 100% homóloga à sequência como estabelecida na SEQ ID NOs: 1, 2 ou 16 conforme determinado usando o software BlastP do National Center of Biotechnology Information (NCBI) usando parâmetros padrão). A sequência polipeptídica homóloga também pode se referir a uma variante de deleção, inserção ou substituição, incluindo uma substituição de aminoácidos e seus fragmentos polipeptídicos biologicamente ativos.

[0160] Em algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a resilina (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) é uma resilina modificada que compreende um domínio de ligação à celulose (CBD).

[0161] Em algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a sequência de aminoácidos de resilina (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) compreende uma sequência de aminoácidos do éxon 1 de resilina e um domínio de ligação ao polissacarídeo (por exemplo, um domínio de ligação à celulose (CBD) e/ou um domínio de ligação à quitina (ChBD), tais como que codificou um éxon 2).

[0162] No presente documento, a frase "domínio de ligação ao polissacarídeo" refere-se a um polipeptídeo ou uma porção do mesmo que é capaz de se ligar seletivamente a um polissacarídeo. Vários domínios de ligação a polissacarídeos são conhecidos na técnica.

[0163] Um exemplo de uma sequência de ChBD encontrada no éxon 2 da resilina é fornecido na SEQ ID NO: 3 ou 6.

[0164] Em algumas dentre qualquer uma das modalidades descritas no presente documento, a resilina (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) é uma resilina modificada que compreende um domínio de ligação à celulose (CBD).

[0165] Exemplos de sequências de aminoácidos do domínio de ligação à celulose (CBD) são fornecidos na SEQ ID NOs: 17 e 18,

[0166] Outro exemplo de uma sequência de aminoácidos de domínio de ligação à celulose (CBD) é uma sequência homóloga à sequência como estabelecida em SEQ ID NO:21 (como determinada pelo uso de software BlastP do National Center of Biotechnology Information (NCBI) pelo uso de parâmetros padrões), que pode ser 70% homólogo, 75% homólogo, 80% homólogo, 85% homólogo, 90% homólogo, 91% homólogo, 92% homólogo, 93% homólogo, 94% homólogo, 95% homólogo, 96% homólogo, 97% homólogo, 98% homólogo, 99% homólogo ou 100% homólogo à sequência como estabelecida em SEQ ID NO:21. A sequência polipeptídica homóloga também pode se referir a uma variante de deleção, inserção ou substituição, incluindo uma substituição de aminoácidos e seus fragmentos polipeptídicos biologicamente ativos.

[0167] Sem estar limitado por nenhuma teoria em particular, acredita-se que um domínio de ligação à celulose em uma resilina é útil para facilitar a aderência da resilina aplicada aos nanocristais de celulose aplicados, por exemplo, no contexto de qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento.

[0168] Domínios de ligação a polissacarídeos adicionais são fornecidos na Publicação de Pedido de Patente Internacional no WO 2009/069123, aqui incorporada a título de referência.

[0169] O domínio de ligação ao polissacarídeo pode ser ligado ao domínio do terminal C do éxon 1 ou ao domínio do terminal N do éxon 1 (diretamente ou por meio de um ligante).

[0170] De acordo com ainda outras modalidades, a sequência de aminoácidos de resilina (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) compreende pelo menos um, pelo menos dois, pelo menos três, pelo menos quatro, pelo menos cinco, pelo menos seis, pelo menos sete, pelo menos oito, pelo menos nove, pelo menos dez, pelo menos onze, pelo menos doze, pelo menos treze, pelo menos quatorze, pelo menos quinze, pelo menos dezesseis, pelo menos dezessete ou mais unidades de repetição de resilina como estabelecido em SEQ ID NO: 20, e opcionalmente como estabelecido em SEQ ID NO: 4 (Gly Gly Arg Pro Ser Asp Ser Tyr Gly Ala Pro Gly Gly Gly Asn).

[0171] De acordo com ainda outras modalidades, a sequência de aminoácidos de resilina (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) compreende pelo menos um, pelo menos dois, pelo menos três, pelo menos quatro, pelo menos cinco, pelo menos seis, pelo menos sete, pelo menos oito, pelo menos nove, pelo menos dez, pelo menos onze, pelo menos doze, pelo menos treze, pelo menos quatorze, pelo menos quinze, pelo menos dezesseis, pelo menos dezessete ou mais unidades de repetição de resilina como estabelecido em SEQ ID NO: 5 (GRPSDSYGA).

[0172] De acordo com ainda outras modalidades, a sequência de aminoácidos de resilina (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) é desprovida de uma sequência de aminoácidos do éxon 3.

[0173] De acordo com ainda outras modalidades, a sequência de aminoácidos de resilina (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) compreende uma sequência de aminoácidos do éxon 3.

[0174] Exemplos de polinucleotídeos que podem ser usados para expressar resilina são apresentados na SEQ ID NO: 7, 8, 10, 12 e 14.

[0175] Exemplos de sequências de polipeptídeo de resilina marcados com 6H são estabelecidos em SEQ ID NO: 9, 11, 13 e 15. SEQ ID NO: 13 é uma sequência polipeptídica exemplificativa. Tais sequências podem ser prontamente isoladas utilizando a identificação 6H e podem ser incorporadas como estão na composição da matéria ou incorporadas após a remoção da identificação 6H, por exemplo, conforme descrito na Publicação do Requerente de Patente Internacional no WO 2015/068160, que está incorporado a título de referência no presente documento (particularmente no que diz respeito às sequências de resilina aqui descritas).

[0176] Outras sequências polipeptídicas e polinucleotídicas exemplificativas, que podem ser usadas no contexto de qualquer uma das modalidades descritas no presente documento relacionadas à resilina, são fornecidas na Publicação de Pedido Internacional no WO 2009/069123 e na Publicação de Pedido de Patente Internacional no WO 2013/030840, que são incorporadas aqui a título de referência.

[0177] Em algumas das modalidades descritas neste documento, uma proporção molar de uma resilina, conforme descrita aqui e CNC varia na faixa de 1:1 a 1:50, ou de 1:1 a 1:20, ou de 1:5 a 1:20, incluindo qualquer valor intermediário e subintervalos entre eles.

POLIPEPTÍDEOS:

[0178] O termo "polipeptídeo", conforme aqui utilizado, abrange macromoléculas de peptídeo nativas (por exemplo, um polipeptídeo de resilina ou seda), incluindo produtos de degradação, peptídeos preparados sinteticamente e peptídeos recombinantes (por exemplo, expressos de forma recombinante em um microorganismo), bem como macromoléculas peptidomiméticas (normalmente, peptídeos sintetizados sinteticamente), bem como macromoléculas peptoides e semipeptoides que são análogos peptídicos, que podem ter, por exemplo, modificações para tornar os polipeptídeos mais estáveis. Tais modificações incluem, porém sem limitação, a modificação no terminal N, modificação no terminal C, modificação na ligação peptídica, modificações na estrutura principal e modificação de resíduos. Os métodos para preparar compostos peptidomiméticos são bem conhecidos na técnica e são especificados, por exemplo, em Quantitative Drug Design, C.A. Ramsden Gd., Capítulo 17.2, F. Choplin Pergamon Press (1992), que está incorporado a título de referência como se totalmente estabelecido no presente documento. Mais detalhes a esse respeito são fornecidos abaixo no presente documento.

[0179] Ligações peptídicas (-CO-NH-) dentro do polipeptídeo podem ser substituídas, por exemplo, por ligações amida N-metiladas (-N(CH3)-CO-), ligações éster (-C(=O)-O-), ligações de cetometileno (-CO-CH2-), ligações sulfinilmetileno (- S(=O)-CH2-), ligações α-aza (-NH-N(R)-CO-), em que R é qualquer alquila (por exemplo, metila), ligações aminas (-CH2-NH-), ligações sulfeto (-CH2-S-), ligações de etileno (-CH2-CH2-), ligações hidroxietileno (-CH(OH)-CH2-), ligações tioamida (-CS- NH-), ligações duplas olefínicas (-CH=CH-), ligações duplas olefínicas fluoradas (- CF=CH-), ligações retroamidas (-NH-CO-), derivados peptídicos (-N(R)-CH2-CO-), em que R é a cadeia lateral "normal", naturalmente presente no átomo de carbono.

[0180] Essas modificações podem ocorrer em qualquer uma das ligações ao longo da cadeia polipeptídica e até em várias (2-3) ligações ao mesmo tempo.

[0181] Os aminoácidos aromáticos naturais, Trp, Tyr e Phe, podem ser substituídos por aminoácidos aromáticos não naturais, como ácido 1,2,3,4- tetrahidroisoquinolina-3-carboxílico (Tic), naftilalanina, derivados de Phe, derivados halogenados de Phe ou O-metil-Tyr.

[0182] Os polipeptídeos de algumas das modalidades descritas neste documento também podem incluir um ou mais aminoácidos modificados ou um ou mais monômeros não aminoácidos, por exemplo, ácidos graxos, carboidratos complexos, etc.

[0183] O termo "aminoácido" é entendido como incluindo os 20 aminoácidos que ocorrem naturalmente; aqueles aminoácidos frequentemente modificados pós- tradução in vivo, incluindo, por exemplo, hidroxiprolina, fosfoserina e fosfotreonina; e outros aminoácidos incomuns, incluindo, porém sem limitação, ácido 2- aminoadípico, hidroxilisina, isodesmosina, nor-valina, nor-leucina e ornitina. Além disso, o termo "aminoácido" inclui os aminoácidos D e L.

[0184] As Tabelas 2 e 3 abaixo listam aminoácidos que ocorrem naturalmente (Tabela 2) e aminoácidos não convencionais ou modificados, por exemplo, sintéticos (Tabela 3), que podem ser usados com algumas modalidades da invenção. TABELA 2 Tabela 2 (Cont.) TABELA 3 Tabela 3 (Cont.)

[0185] Os polipeptídeos de algumas modalidades da invenção são preferencialmente utilizados em uma forma linear, embora seja apreciado que nos casos em que a ciclização não interfere severamente com as características do polipeptídeo, também podem ser utilizadas formas cíclicas do polipeptídeo.

[0186] Os polipeptídeos de algumas modalidades da invenção podem ser sintetizados por quaisquer técnicas que são conhecidas pelos especialistas na técnica da síntese de peptídeos. Para a síntese de peptídeos em fase sólida, um resumo das muitas técnicas pode ser encontrado em J. M. Stewart e J. D. Young, Solid Phase Peptide Synthesis, W. H. Freeman Co. (San Francisco), 1963 e J. Meienhofer, Hormonal Proteins and Peptides, vol. 2, p. 46, Academic Press (New York), 1973. Para síntese de solução clássica, consulte G. Schroder e K. Lupke, The Peptides, vol. 1, Academic Press (New York), 1965.

[0187] Em geral, esses métodos compreendem a adição sequencial de um ou mais aminoácidos ou aminoácidos adequadamente protegidos a uma cadeia polipeptídica crescente. Normalmente, o grupo amino ou carboxila do primeiro aminoácido é protegido por um grupo protetor adequado. O aminoácido protegido ou derivado pode então ser ligado a um suporte sólido inerte ou utilizado em solução adicionando o próximo aminoácido na sequência que possui o grupo complementar (amino ou carboxila) adequadamente protegido, sob condições adequadas para formar a ligação amida. O grupo protetor é então removido deste resíduo de aminoácido recém-adicionado e o próximo aminoácido (adequadamente protegido) é então adicionado, e assim por diante. Depois de todos os aminoácidos desejados terem sido ligados na sequência apropriada, quaisquer grupos protetores restantes (e qualquer suporte sólido) são removidos sequencialmente ou simultaneamente, para proporcionar o composto polipeptídico final. Pela simples modificação desse procedimento geral, é possível adicionar mais de um aminoácido de cada vez a uma cadeia crescente, por exemplo, acoplando (sob condições que não racemizam os centros quirais) um tripeptídeo protegido com um dipeptídeo devidamente protegido para formar, após a desproteção, um pentapeptídeo e assim por diante. Descrição adicional da síntese de polipeptídeos é revelada na Patente no U.S. 6.472.505.

[0188] Um método preferido de preparação de um polipeptídeo, algumas modalidades da invenção envolve a síntese de polipeptídeos em fase sólida.

[0189] A síntese de polipeptídeos em larga escala é descrita por Andersson [Biopolymers 2000; 55(3):227-50].

[0190] Os polinucleotídeos da presente invenção podem ser preparados utilizando técnicas de PCR como descrito na seção Exemplos abaixo, ou podem ser quimicamente sintetizados ou por qualquer outro método ou procedimento conhecido na técnica para ligação de duas sequências de DNA diferentes. Consulte, por exemplo, “Current Protocols in Molecular Biology”, eds. Ausubel et al., John Wiley & Sons, 1992.

[0191] Os polipeptídeos da presente invenção podem ser purificados usando uma variedade de técnicas padrão de purificação de proteínas, tais como, mas não limitadas a, tratamentos térmicos, salgando, por exemplo, com sulfato de amônio, precipitação de polietilenoiminas (PEI), cromatografia de afinidade, cromatografia de troca iônica, filtração , eletroforese, cromatografia de interação hidrofóbica, cromatografia de filtração em gel, cromatografia de fase reversa, cromatografia de concanavalina A, cromatofoco e solubilização diferencial.

[0192] Para facilitar a recuperação, a sequência de codificação expressa pode ser manipulada para codificar o polipeptídeo da presente invenção e a porção clivável fundida, por exemplo, histidina. Uma tal proteína de fusão pode ser projetada de modo que o polipeptídeo possa ser facilmente isolado por cromatografia de afinidade; por exemplo, por imobilização em uma coluna específica para a fração clivável (consulte a seção Exemplos abaixo no presente documento).

[0193] Quando um local de clivagem é modificado entre o polipeptídeo e a fração clivável, o polipeptídeo pode ser liberado da coluna cromatográfica por tratamento com uma enzima ou agente apropriado que cliva especificamente a proteína de fusão neste sítio [por exemplo, consulte Booth et al., Immunol. Lett. 19:65-70 (1988); e Gardella et al., J. Biol. Chem. 265:15854-15859 (1990).

[0194] O polipeptídeo da presente invenção é de preferência recuperado em uma forma "substancialmente pura".

[0195] Conforme usado no presente documento, a expressão "substancialmente puro" refere-se a uma pureza que permite o uso eficaz da proteína nas aplicações descritas no presente documento.

[0196] Além de ser sintetizável em células hospedeiras, o polipeptídeo da presente invenção também pode ser sintetizado usando sistemas de expressão in vitro. Estes métodos são bem conhecidos na técnica e os componentes do sistema estão disponíveis comercialmente.

COR E EFEITOS ÓPTICOS:

[0197] O tratamento do cabelo usando o CNC descrito no presente documento pode opcionalmente estar em combinação com agentes corantes e outros agentes para alterar a aparência do cabelo.

[0198] Normalmente, muitos pigmentos e corantes não são particularmente adequados para colorir cabelos, pois não aderem ao cabelo por muito tempo.

[0199] Sem estar vinculado a nenhuma teoria em particular, acredita-se que uma camada de CNC aplicado (especialmente CNC reticulado) na superfície do cabelo, de acordo com as modalidades descritas neste documento, possa incorporar pigmentos (por exemplo, pigmentos orgânicos) e outros agentes com propriedades ópticas desejadas, fornecendo desse modo ao cabelo (de maneira controlável) a absorção desejada (por exemplo, proteção de cores e/ou UV) e/ou brilho. Esses agentes podem ser minerais incolores ou coloridos e/ou pigmentos orgânicos.

[0200] Exemplos de pigmentos minerais adequados incluem, sem limitação, dióxido de titânio (usado como pigmento branco), óxido de cério, óxido de zinco, óxido de ferro (preto, amarelo e vermelho), óxido de cromo, violeta de manganês, azul ultramarino, hidrato de cromo e azul férrico. Além disso, pós metálicos como alumínio ou cobre e suas misturas podem opcionalmente ser utilizados.

[0201] Exemplos de pigmentos orgânicos adequados (que podem ser lipofílicos e / ou solúveis em água) incluem, sem limitação, tipos de D & C de negro de fumo e pigmentos à base de carmina ou bário cochonilha, estrôncio, cálcio, alumínio e suas misturas; pigmentos de nácara ou nacarados; corantes lipofílicos tais como óleo de soja, marrom do Sudão, Amarelo DC 11, Laranja DC 5, amarelo de quinolina e vermelho do Sudão III; corantes solúveis em água, como extratos vegetais (por exemplo, Aleurites moluccana Willd, Alkanna tinctoria Tausch, Areca catechu L., Arrabidaea chica E.), opcionalmente em uma forma liofilizada, em pasta ou em solução.

[0202] As nanopartículas podem, opcionalmente, ser usadas (por exemplo, embutidas no CNC), por exemplo, TiO2, SiO2 (por exemplo, SiO2 de formato esférico), nanopartículas de ZnO, nanopartículas de ouro e/ou nanopartículas núcleo-casca. As nanopartículas são selecionadas opcionalmente para fornecer resistência aos raios UV e/ou brilho aos cabelos.

[0203] As nanopartículas podem opcionalmente compreender pontos quânticos de fluorescência (por exemplo, como um coloide), por exemplo, sulfeto de chumbo, seleneto de chumbo, seleneto de cádmio e/ou pontos quânticos de sulfeto de cádmio.

[0204] Pontos quânticos são opcionalmente ligados covalentemente ao CNC, de acordo com qualquer uma das modalidades descritas neste documento, relacionadas à modificação covalente do CNC.

[0205] Os pontos quânticos são nanocristais semicondutores que exibem propriedades ópticas únicas, incluindo cores. Como é conhecido na técnica, as propriedades de cor dos pontos quânticos são afetadas tanto pela composição química quanto pelo tamanho dos pontos quânticos. Por exemplo, pontos menores emitem luz mais azul (energia mais alta).

COMPOSIÇÕES:

[0206] Os nanocristais de celulose e/ou resilina, de acordo com qualquer uma das modalidades apresentadas no presente documento, podem ser utilizados ou per se, ou, preferencialmente, como uma parte de uma composição que compreende um adequado carreador.

[0207] De acordo com um aspecto de modalidades da invenção, é fornecida uma composição de alisamento do cabelo que compreende nanocristais de celulose modificados e/ou não modificados (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento), e um carreador adequado para aplicação ao cabelo.

[0208] De acordo com um aspecto de modalidades da invenção, é fornecida uma composição de alisamento do cabelo que compreende resilina (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento), e um carreador adequado para aplicação ao cabelo. Em algumas das tais modalidades, a composição de alisamento do cabelo é identificada como sendo para uso na manutenção de cabelo alisado em seguida a um tratamento de alisamento de cabelo (por exemplo, um tratamento de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento), por exemplo, adicionalmente, ou melhor, para uso em um tratamento de alisamento de cabelo per se. Em algumas modalidades, o tratamento de alisamento de cabelo compreende aplicar nanocristais de celulose (por exemplo, de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento).

[0209] No presente documento, a frase “carreador adequado para aplicação ao cabelo” refere-se a um carreador ou um diluente que não causa irritação significativa ou efeitos prejudiciais à estética a um organismo e não revoga a atividade e as propriedades biológicas e/ou cosméticas do agente administrado.

[0210] No presente documento, a frase "composição de alisamento de cabelo" abrange qualquer composição útil em um método de obtenção de cabelos mais lisos e não se destina a sugerir que a composição por si só seja adequada para alisar os cabelos. Por exemplo, como discutido no presente documento, os métodos de alisar cabelos geralmente utilizam mais de uma composição, bem como processos físicos, como aplicação de calor e pressão.

[0211] O carreador pode opcionalmente compreender um ou mais excipientes, isto é, substância (ou substâncias) inerte adicionada a uma composição para facilitar ainda mais a administração de um composto e/ou processamento de ingredientes em preparações adequadas para administração (por exemplo, no cabelo). Exemplos, sem limitação, de excipientes incluem carbonato de cálcio, fosfato de cálcio, vários açúcares e tipos de amido, derivados de celulose (por exemplo, exceto nanocristais de celulose), gelatina, óleos vegetais e polímeros, como polietileno glicóis.

[0212] As técnicas para formulação e administração de agentes ativos podem ser encontradas na Mack Publishing Co., "Remington's Pharmaceutical Sciences", Easton, PA, edição mais recente, que é incorporada aqui a título de referência.

[0213] Ao selecionar o transportador apropriado e, opcionalmente, outros ingredientes que podem ser incluídos na composição, como é detalhado aqui, as composições de alisamento de cabelo aqui descritas podem ser formuladas em qualquer forma tipicamente empregada para aplicação tópica, como aplicação no cabelo. Assim, as composições de alisamento de cabelo podem estar, por exemplo, na forma de creme, pomada, pasta, gel, loção, leite, suspensão, aerossol, pulverizador, espuma, xampu, um condicionador de cabelo, um cotonete, uma compressa de algodão, uma esponja e um sabonete.

[0214] Pomadas são preparações semissólidas, tipicamente à base de óleo vegetal (por exemplo, manteiga de karité e/ou manteiga de cacau), petrolato ou derivados de petróleo. A base de unguento específica a ser usada é aquela que fornece a entrega ideal para o agente alisador de cabelo escolhido para uma dada formulação (por exemplo, nanocristais de celulose e/ou resilina) e, de preferência, também fornece outras características desejadas (por exemplo, emoliência). Como com outros carreadores ou veículos, uma base de pomada deve ser inerte, estável, não irritante e sem sensibilidade.

[0215] Loções são preparações que podem ser aplicadas nos cabelos sem atrito. As loções são tipicamente preparações líquidas ou semilíquidas nas quais partículas sólidas, incluindo o agente alisador de cabelo, estão presentes em uma base de água ou álcool. As loções são tipicamente preferidas para o tratamento de grandes áreas, devido à facilidade de aplicar uma composição mais fluida. As loções são tipicamente suspensões de sólidos e muitas vezes compreendem uma emulsão oleosa líquida do tipo óleo em água. Geralmente é necessário que a matéria insolúvel em uma loção seja finamente dividida. As loções normalmente contêm agentes de suspensão para produzir melhores dispersões, além de compostos úteis para localizar e manter o agente alisador de cabelo em contato com o cabelo.

[0216] Cremes são líquidos viscosos ou emulsões semissólidas, óleo em água ou água em óleo. As bases creme contêm tipicamente uma fase oleosa, um emulsificante e uma fase aquosa. A fase oleosa, também chamada de fase "interna", é geralmente composta por petrolato e/ou álcool graxo, como álcool cetílico ou estearílico. A fase aquosa tipicamente, embora não necessariamente, exceda a fase oleosa em volume e geralmente contém um umectante. O emulsificante em uma formulação em creme é geralmente um surfactante não-iônico, aniônico, catiônico ou anfotérico.

[0217] As pastas são formas de dosagem semissólidas nas quais o agente alisador de cabelo é suspenso em uma base adequada. Dependendo da natureza da base, as pastas são divididas entre pastas gordas ou aquelas feitas a partir de géis aquosos monofásicos. A base numa pasta gordurosa é geralmente petrolato, petrolato hidrofílico e similares. As pastas produzidas a partir de géis aquosos monofásicos geralmente incorporam carboximetilcelulose ou similares como base.

[0218] As formulações em gel são sistemas semissólidos do tipo suspensão. Os géis monofásicos contêm macromoléculas orgânicas distribuídas substancialmente uniformemente por todo o líquido transportador, que é tipicamente aquoso, mas também, de preferência, contém um solvente não aquoso e, opcionalmente, um óleo. Macromoléculas orgânicas preferidas, isto é, agentes gelificantes, são polímeros de ácido acrílico reticulados, como a família de polímeros de carbômeros, por exemplo, carboxipolialquilenos que podem ser obtidos comercialmente sob a marca comercial CARBOPOL™. Outros tipos de polímeros preferidos neste contexto são polímeros hidrofílicos tais como óxidos de polietileno, copolímeros de polioxietileno-polioxipropileno e álcool polivinílico; polímeros celulósicos tais como hidroxipropilcelulose, hidroxietilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, ftalato de hidroxipropilmetilcelulose e metilcelulose; gomas como tragacanto e goma xantana; alginato de sódio; e gelatina. A fim de preparar um gel uniforme, podem ser adicionados agentes dispersantes, como álcool ou glicerina, ou o agente gelificante pode ser disperso por trituração, mistura ou agitação mecânica, ou combinações dos mesmos.

[0219] Os pulverizadores geralmente fornecem o agente alisador de cabelo (por exemplo, nanocristais de celulose e/ou resilina) em uma solução solvente aquosa e/ou volátil que pode ser embebida no cabelo para entrega. Tais pulverizações incluem aquelas formuladas para proporcionar a concentração da solução do agente alisador de cabelo no local da administração após a administração, por exemplo, a solução de pulverização pode ser composta principalmente de um líquido volátil no qual o agente alisador de cabelo pode ser dissolvido. Após a entrega ao cabelo, o transportador evapora, deixando o agente de alisamento do cabelo concentrado no local da administração.

[0220] As composições de espuma são tipicamente formuladas em uma forma líquida de fase única ou múltipla e alojadas em um recipiente adequado, opcionalmente em conjunto com um propulsor que facilita a expulsão da composição do recipiente, transformando-a em espuma após a aplicação. Outras técnicas de formação de espuma incluem, por exemplo, a técnica de formulação "Bag-in-a-can". As composições assim formuladas contêm tipicamente um hidrocarboneto de baixo ponto de ebulição, por exemplo, isopropano. A aplicação e agitação de tal composição à temperatura corporal fazem com que o isopropano vaporize e gere a espuma, de maneira semelhante a um sistema de espuma de aerossol pressurizado. As espumas podem ser à base de água ou hidroalcoólicas, mas são tipicamente formuladas com alto teor de solvente volátil que, mediante aplicação no cabelo de um usuário, evapora rapidamente, deixando um agente alisador de cabelo concentrado no cabelo.

[0221] Exemplos representativos de carreadores adequados de acordo com modalidades da presente invenção incluem, portanto, sem limitação, água, álcoois líquidos (opcionalmente etanol), glicóis líquidos, polialquileno glicóis líquidos, ésteres líquidos, amidas líquidas, hidrolisados proteicos líquidos, hidrolisados proteicos alquilados líquidos, líquidos lanolina e derivados de lanolina e materiais similares comumente empregados em composições cosméticas.

[0222] A composição química do transportador é tipicamente selecionada de acordo com a forma desejada da composição de alisamento. Além disso, a composição química do carreador é selecionada de modo a se adequar ao objetivo desejado da composição de alisamento de cabelo. Por exemplo, uma composição para manutenção por aplicação repetida (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) pode ser selecionada para que seja mais suave (por exemplo, menos irritante mediante aplicação repetida) e/ou mais conveniente para uso (por exemplo, uso caseiro) do que uma composição de alisamento do cabelo utilizada em um tratamento único (por exemplo, um tratamento realizado por um cabeleireiro (ou cabeleireira) profissional). Adicionalmente, uma composição de alisamento do cabelo utilizada em um tratamento que compreende calor e pressão (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) pode ser selecionada para que seja compatível com tais condições, enquanto que uma composição para manutenção (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) pode não precisar ser compatível com tais condições. Adicionalmente, a resilina pode ser sensível a certos solventes aos quais os nanocristais de celulose são resistentes, e vice-versa.

[0223] O carreador é opcionalmente selecionado de modo que a composição seja de secagem rápida, facilitando a propagação da composição através do cabelo, mas minimizando o gotejamento do cabelo e/ou no couro cabeludo; não prejudicial; e não faz com que o cabelo tenha uma sensação, aparência ou aroma desagradável.

[0224] Por exemplo, o gotejamento pode ser evitado pelo uso de um carreador viscoso (por exemplo, creme, gel, espuma), que é fluido o suficiente para facilitar a propagação pelo cabelo, mas suficientemente viscoso para evitar o gotejamento, bem como o uso de um veículo de pulverização de secagem rápida, em que o transportador é pulverizado no local desejado e depois seca antes de pingar do local desejado.

[0225] Compostos refletivos, como óleos de silicone (por exemplo, disiloxano, dimeticona e ciclometicona), podem ser incluídos em um transportador para proporcionar ao cabelo uma aparência brilhante.

[0226] As composições da presente invenção podem, se desejado, ser apresentadas (por exemplo, embaladas) em um pacote ou dispositivo dispensador, como um kit aprovado pela FDA (Food and Drug Administration dos EUA), que pode conter uma ou mais composições descritas no presente documento. A embalagem ou o dispositivo distribuidor pode ser acompanhado de instruções para administração. A embalagem ou o dispensador também pode ser acompanhado por um aviso associado ao recipiente, na forma prescrita por uma agência governamental que regula a fabricação, uso ou venda de cosméticos e/ou produtos farmacêuticos, aviso que reflete a aprovação da agência sob a forma de as composições para administração humana ou veterinária. Esse aviso, por exemplo, pode ser de rotulagem aprovada pela Food and Drug Administration dos EUA. As composições compreendendo nanocristais de celulose e ou resilina (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento) também podem ser preparadas, colocadas em um recipiente apropriado (individualmente e/ou juntos em um kit) e rotuladas para tratamento de cabelos (por exemplo, de acordo com a qualquer uma das modalidades descritas no presente documento).

[0227] Em algumas das modalidades descritas no presente documento, uma concentração de CNC modificado e/ou não modificado em uma composição que compreende o mesmo (por exemplo, uma composição embalada) varia na faixa de cerca de 0,1% a cerca de 5%, em peso, incluindo quaisquer valores intermediários e subfaixas entre elas. Deve-se notar que concentrações mais altas também são contempladas e que tais composições podem ser diluídas antes da aplicação.

[0228] Em algumas das modalidades descritas no presente documento, uma concentração de uma resilina em uma composição (por exemplo, uma composição embalada) que compreende as mesmas faixas de cerca de 0,1 mg/ml a cerca de 200 mg/ml, incluindo quaisquer valores intermediários e subintervalos entre eles. Deve-se notar que concentrações mais altas também são contempladas e que tais composições podem ser diluídas antes da aplicação.

[0229] De acordo com algumas modalidades da presente invenção, um ou mais dos outros agentes utilizados em qualquer um dos métodos descritos no presente documento formas uma parte de uma composição, que compreende ainda um carreador adequado, como descrito no presente documento para CNC e resilina. Tais composições são bem conhecidas pelos especialistas na técnica.

[0230] Em algumas das modalidades descritas no presente documento, uma concentração de um agente redutor em uma composição (por exemplo, uma composição embalada) que compreende os mesmos intervalos de cerca de 1 mM a 2M, incluindo quaisquer valores intermediários e subintervalos entre eles. Deve-se notar que concentrações mais altas também são contempladas e que tais composições podem ser diluídas antes da aplicação.

[0231] Em algumas das modalidades descritas neste documento, uma concentração de um agente catiônico em uma composição (por exemplo, uma composição embalada) que compreende as mesmas faixas de cerca de 0,1% a cerca de 40%, em peso, incluindo quaisquer valores intermediários e subintervalos entre eles. Deve-se notar que concentrações mais altas também são contempladas e que tais composições podem ser diluídas antes da aplicação.

[0232] Em algumas das modalidades descritas neste documento, uma concentração de um agente de reticulação em uma composição (por exemplo, uma composição embalada) compreendendo as mesmas faixas de cerca de 1 mg/ml a cerca de 20 mg/ml, em peso, incluindo qualquer intermediário valores e subintervalos entre eles. Deve-se notar que concentrações mais altas também são contempladas e que tais composições podem ser diluídas antes da aplicação.

[0233] De acordo com um aspecto de algumas modalidades da invenção é fornecido um kit para alisamento de cabelo, em que o kit compreende, como recipientes separados: pelo menos um recipiente que compreende nanocristais de celulose ou nanocristais de celulose quimicamente modificados (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento), ou uma composição que compreende os mesmos; e pelo menos um recipiente adicional que compreende pelo menos uma composição adicional para uso em combinação com nanocristais de celulose (por exemplo, de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento.

[0234] O recipiente (ou recipientes) adicional pode compreender, por exemplo, uma composição de pré-tratamento que compreende pelo menos um agente catiônico (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento); e/ou uma composição que compreende resilina (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento), por exemplo, opcionalmente uma composição para manutenção de cabelo alisado e/ou pelo menos um agente com capacidade para clivar ligações de dissulfeto em cabelo de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento.

[0235] Em modalidades exemplificativas, o kit compreende: um primeiro recipiente que compreende nanocristais de celulose ou nanocristais de celulose quimicamente modificados (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento), ou uma composição que compreende os mesmos; e um segundo recipiente que compreende uma composição de pré- tratamento que compreende pelo menos um agente catiônico (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento).

[0236] Em modalidades exemplificativas, o kit compreende: um primeiro recipiente que compreende nanocristais de celulose ou nanocristais de celulose quimicamente modificados (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento); um segundo recipiente que compreende uma composição de pré- tratamento que compreende pelo menos um agente catiônico (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento); e um terceiro recipiente com uma composição que compreende resilina (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento).

[0237] Em modalidades exemplificativas, o kit compreende: um primeiro recipiente que compreende nanocristais de celulose ou nanocristais de celulose quimicamente modificados (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento), ou uma composição que compreende os mesmos; e um segundo recipiente com uma composição que compreende resilina (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento).

[0238] Em modalidades exemplificativas, o kit compreende: um primeiro recipiente que compreende nanocristais de celulose ou nanocristais de celulose quimicamente modificados (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento), ou uma composição que compreende os mesmos; um segundo recipiente que compreende uma composição de pré- tratamento que compreende pelo menos um agente catiônico (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento); e um terceiro recipiente com uma composição que compreende uma composição para manutenção de cabelo alisado.

[0239] Em modalidades exemplificativas, o kit compreende: um primeiro recipiente que compreende nanocristais de celulose ou nanocristais de celulose quimicamente modificados (de acordo com qualquer uma das respectivas modalidades descritas no presente documento), ou uma composição que compreende os mesmos; e um segundo recipiente que compreende uma composição para manutenção de cabelo alisado.

[0240] Em algumas dentre qualquer uma das modalidades exemplificativas descritas acima para um kit, o kit pode compreender ainda um recipiente adicional que compreende pelo menos um agente com capacidade para clivar ligações de dissulfeto no cabelo, como descrito no presente documento em qualquer uma das respectivas modalidades, ou uma composição que compreende o mesmo.

[0241] Em algumas dentre qualquer uma das modalidades exemplificativas descritas acima para um kit, o kit pode ainda compreender um recipiente adicional compreendendo um agente de reticulação, como descrito aqui em qualquer uma das modalidades respectivas, ou uma composição que compreende o mesmo.

[0242] Em qualquer um dos kits descritos no presente documento, a concentração do agente (agente redutor, agente catiônico, CNC, resilina e quaisquer modificações e combinações dos mesmos) pode ser uma concentração final para uso na aplicação pretendida ou uma concentração mais alta que é diluída antes da aplicação. Em algumas modalidades, o kit pode ainda compreender um ou mais veículos adequados para diluir os agentes e, opcionalmente, meios para realizar a diluição, por exemplo, um receptáculo com unidades de medição, meios para misturar a composição diluída e similares.

[0243] Em algumas modalidades, qualquer um dos kits descritos neste documento compreende ainda instruções de como usar os agentes ou composições incluídas nele e, em algumas modalidades, essas instruções estão de acordo com qualquer um dos métodos respectivos descritos no presente documento. As instruções podem ainda incluir a diluição de um ou mais dos agentes/composições e instruções com um veículo adequado sobre como realizar a diluição. As instruções podem incluir ainda a mistura de um ou mais agentes/composições antes da aplicação e instruções sobre como realizar a mistura.

[0244] Em algumas modalidades, o kit pode ainda compreender meios para misturar um ou mais dos agentes/composições antes da aplicação.

[0245] Em algumas das modalidades descritas no presente documento para um kit, um ou mais dos recipientes no kit são configurados para distribuir uma composição diretamente ao cabelo. Por exemplo, um recipiente pode ser configurado para distribuir uma composição por meio de um spray ou uma espuma, ou ser um frasco de compressão que dispensa a composição através de um bocal. Quaisquer outros meios para distribuir a composição são contemplados, dependendo da composição.

[0246] Em algumas das modalidades descritas aqui para um kit, o kit ou um ou mais dos contêineres nele contidos podem ainda incluir meios para aplicar a composição ao cabelo, por exemplo, uma escova, esponja, gaze, compressa de algodão, etc.

[0247] Os termos "compreende", "que compreende", "inclui", "que inclui", “que tem” e seus conjugados significam "incluindo, porém sem limitação".

[0248] O termo “que consiste em” significa “incluindo e limitado a”.

[0249] O termo “que consiste essencialmente em” significa que a composição, método ou estrutura pode incluir ingredientes, etapas e/ou partes adicionais, mas apenas se os ingredientes, etapas e/ou partes adicionais não alterarem materialmente as características básicas e inovadoras da composição, método ou estrutura reivindicada.

[0250] A palavra “exemplificativa” usada no presente documento significa “servir como um exemplo, caso ou ilustração”. Qualquer modalidade descrita como “exemplificativa” não deve ser necessariamente interpretada como preferencial ou vantajosa em relação a outras modalidades e/ou excluir a incorporação de recursos de outras modalidades.

[0251] A palavra “opcionalmente” é usada no presente documento para significar “é fornecido em algumas modalidades e não fornecido em outras modalidades”. Qualquer modalidade particular da revelação pode incluir uma pluralidade de recursos "opcionais" exceto se tais recursos conflitarem.

[0252] Conforme usado no presente documento, as formas singulares “um”, “uma”, "o" e “a” incluem referências no plural a menos que o contexto determine claramente de outro modo. Por exemplo, o termo "um composto" ou "pelo menos um composto" pode incluir uma pluralidade de compostos, incluindo misturas dos mesmos.

[0253] Ao longo deste pedido, várias modalidades desta invenção podem ser apresentadas em um formato de faixa. Deve-se compreender que a descrição em formato de faixa é meramente para conveniência e brevidade e não deve ser interpretada como uma limitação inflexível ao escopo da invenção. Consequentemente, a descrição de uma faixa deve ser considerada como tendo especificamente revelado todas as subfaixas possíveis assim como valores numéricos individuais nesta faixa. Por exemplo, uma descrição de uma faixa tal como de 1 a 6 deve ser considerada como tendo especificamente revelado subfaixas tais como de 1 a 3, de 1 a 4, de 1 a 5, de 2 a 4, de 2 a 6, de 3 a 6 etc., assim como números individuais nessa faixa, por exemplo, 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Isso se aplica a despeito da amplitude da faixa.

[0254] Sempre que uma faixa numérica é indicada no presente documento, a mesma deve inclui qualquer numeral citado (fracionário ou integral) dentro da faixa indicada. Os sintagmas "que está na faixa de/na faixa entre" um primeiro número indicado e um segundo número indicado e "que varia/varia de" um primeiro número indicado "a" um segundo número indicado são usados no presente documento intercambiavelmente e significam que incluem o primeiro e o segundo números indicados e todos os fracionados e números inteiros entre os mesmos.

[0255] Conforme usado no presente documento, o termo "método" refere-se a maneiras, meios, técnicas e procedimentos para realizar uma dada tarefa, incluindo, porém sem limitação, aquelas maneiras, meios, técnicas e procedimentos conhecidos ou prontamente desenvolvidos a partir de maneiras, meios, técnicas e procedimentos conhecidos por profissionais das técnicas químicas, farmacológicas, biológicas, bioquímicas e médicas.

[0256] Observa-se que determinados recursos da invenção, que são descritos, a título de esclarecimento, no contexto de modalidades separadas, também podem ser fornecidos em combinação em combinação em uma modalidade única. Em contrapartida, várias características da invenção que são, por brevidade, descridas no contexto de uma única modalidade, podem também ser fornecidas separadamente ou em qualquer subcombinação ou conforme adequado em qualquer outra modalidade descrita da invenção. Certos recursos descritos no contexto de várias modalidades não devem ser considerados recursos essenciais dessas modalidades, a não ser que a modalidade seja inoperante sem esses elementos.

[0257] Várias modalidades e aspectos da presente invenção, conforme delineado acima no presente documento e conforme reivindicado na seção de reivindicações abaixo, encontram suporte experimental nos exemplos a seguir.

EXEMPLOS

[0258] É feita agora referência aos exemplos a seguir, que, juntamente com as descrições acima, ilustram algumas modalidades da invenção de uma forma não limitante. MATERIAL: A arginina foi obtida da Sigma-Aldrich. O BTMS (metossulfato de behentrimônio) foi obtido da Roga Cosmetics. O cloreto de cetrimônio foi obtido da Emilia Cosmetics. A quitosana foi obtida da Sigma-Aldrich. O CNC (nanocristais de celulose) foi obtido da Melodea Ltd. A cisteína foi obtida da Sigma-Aldrich. A gelatina foi obtida de Sigma-Aldrich. A hidroqueratina foi obtida na Helion Ltd. O MES (ácido 2- (N-morfolino) etanossulfônico) foi obtido da Sigma- Aldrich. A polilisina foi obtida de Sigma-Aldrich. SDS (dodecil sulfato de sódio) foi obtido da Bio-Lab Ltd. SHP (hipofosfito de sódio) foi obtido da Sigma-Aldrich. O shampoo sem SLS foi obtido na Mommy Care Ltd. O SMBS (metabissulfito de sódio) foi obtido da Sigma-Aldrich.

PRODUÇÃO DE RESILINA:

[0259] A resilina com um domínio de ligação à celulose fundida (RES-CBD) foi preparada de acordo com procedimentos semelhantes aos descritos na Publicação de Pedido de Patente Internacional no WO 2015/068160, Qin et al. [Biomacromolecules 2009, 10:3227-3234], Publicação de Pedido de Patente Internacional no, e Qin et al. [Biomaterials 2011, 32:9231-9243].

[0260] A resilina recombinante foi produzida como uma proteína quimérica marcada com histidina (6H) composta por éxon 1 de resilinar D. melanogaster (17 repetições elásticas) fundida com um marcador de histidina N-terminal e com o domínio de ligação à celulose de C. cellulovorans.

[0261] O gene 6H-res-CBD foi clonado em um vetor de expressão pHis-paralelo 3, que confere resistência à ampicilina em seu hospedeiro. Uma placa de caldo-ágar lisogênico contendo ampicilina foi riscada com um estoque de glicerol da estirpe BL- 21(DE3) star da bactéria E.coli (Invitrogen Carlsbad, CA) que contém o vetor de expressão pHis-parallel3 _6H-17res-CBD, e incubada durante a noite (ON) a 37 °C. Uma única colônia foi usada para a inoculação de 200 ml de meio mínimo M9 que contém glicose (0,8% p/v) e ampicilina (100 mg/litro). A cultura foi cultivada em um agitador rotativo (12 h, 250 rpm, 35 °C) até uma densidade óptica a 600 nm (DO 600 nm) de ~3. Em seguida, foi utilizada cultura de bactérias (2% v/v) para inocular um fermentador de bancada (New Brunswick Scientific, Edison, NJ, EUA) contendo 10 litros de TB, glicose (0,8% p/v), ampicilina (100 mg/litro) e emulsão antiespuma "B" (4 ml de material diluído 1:3). O fermentador foi operado a 400 rpm e 35 °C, com vazão de 5 vvm e pressão de ar de 10 psi. A expressão proteica foi induzida a DO 600 nm ~ 8 (a fase de mid-log) pela adição de isopropil b-D-l-tiogalactopiranósido (IPTG), a uma concentração final de 0,5 mM. O agente antiespumante foi adicionado em pequenas doses (1 ml) sempre que necessário. Finalmente, 4 horas após a indução (OD 600 nm ~ 18), as bactérias foram colhidas por centrifugação (10.000 rpm, 4 °C) e armazenadas a -80 °C até uso posterior. As amostras bacterianas totais (indução pré e pós-IPTG) foram coletadas e analisadas por SDS-PAGE (12%) e análise de western blot.

[0262] Os sedimentos bacterianos foram descongelados a 4 °C e homogeneizados em tampão de lise que contém fosfato de sódio (25 mM, pH 7,5) e NaCl (150 mM). Em seguida, as bactérias homogeneizadas foram sonicadas (amplitude de 80%, tempo de pulso de 50%, 40 minutos; sonicador industrial UIP1000hd de 500 V (Hielscher, Alemanha)) em gelo, e a fração solúvel foi separada por centrifugação (11.000 rpm, 30 minutos, 20 °C). A fração solúvel foi removida e o sedimento contendo o 6H-res-CBD na forma de corpos de inclusão (IBs) foi lavado uma vez com fosfato de sódio (25 mM, pH 7,5), NaCl (150 mM) e Triton X-100 (0,8% em peso) de tampão seguido de uma etapa de lavagem adicional usando um tampão sem detergente de fosfato de sódio (25 mM, pH 7,5) e NaCl (150 mM). Os IBs que contém 6H-res-CBD foram então dissolvidos em fosfato de sódio (20 mM, pH 11,8) e a fração solúvel foi coletada (e diluída para ~ 2 mg/ml usando o mesmo tampão) para redobragem de proteínas. A redobragem da proteína foi realizada através de uma adição gota a gota de 1M HCl até atingir um pH de 8-9.

MODIFICAÇÃO DE NANOCRISTAIS DE CELULOSE:

[0263] O aldeído-CNC (CNC modificado para incluir grupos de aldeído de superfície) foi preparado da seguinte forma: O pH de uma suspensão de CNC a 2% foi ajustado para uma faixa de 2,5-3,2 de gramas de NaIO4 (periodato de sódio) foram dissolvidos em 100 ml da suspensão CNC a 2% (razão de peso de 1:1) e a suspensão foi agitada por 24 horas à temperatura ambiente, de modo a converter resíduos de glicose na celulose em resíduos de dialdeído por clivagem oxidativa. Cerca de 10 ml de etileno glicol foram então adicionados para parar a reação. A suspensão foi dialisada contra água destilada por cerca de 3 dias, obtendo-se assim o aldeído-CNC.

[0264] Em todos os exemplos abaixo, e a menos que indicado de outra forma, sempre que um CNC modificado ou não modificado for empregado, ele é empregado per se ou em combinação com um agente de reticulação, conforme descrito no presente documento.

MEDIÇÕES DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (SEM):

[0265] As imagens SEM foram obtidas pelo microscópio eletrônico de varredura Jeol JSM 5410, a preparação das amostras foi realizada usando a unidade de revestimento Polaron SEM.

EXEMPLO 1: EFEITO DOS NANOCRISTAIS DE CELULOSE NOS CABELOS EM TRATAMENTO DE ALISAMENTO

[0266] Amostras saudáveis de cabelos cacheados foram submetidas aos seguintes tratamentos capilares para alisamento, a fim de avaliar o efeito dos nanocristais de celulose (CNC). Após os tratamentos (e para algumas amostras, lavagens repetidas após o tratamento), os cabelos foram analisados visualmente e usando microscopia eletrônica de varredura (SEM).

[0267] Amostra 1-1 - Amostra de controle (não tratada), seguida por lavagens repetidas: Os cabelos encaracolados naturais foram lavados com sabão não sem sabão. As amostras de cabelo tratadas foram então lavadas com água 19 vezes, uma vez por dia. 28 dias após o início do tratamento, as amostras foram lavadas com shampoo regular 6 vezes e depois analisadas usando MEV.

[0268] Amostra 1-2 - 5 mM de SMBS + 0,01% de poli-Lys + CNC, seguido de lavagens repetidas: O cabelo encaracolado natural foi lavado com água e sabão sem sabão e parcialmente seco ao ar. Foi aplicado 5 mM de metabissulfito de sódio (SMBS) no cabelo (espalhado nas amostras de cabelo) e deixado por 15 minutos. As amostras de cabelo foram então secas com ventilador e alisadas com um ferro quente. O SMBS foi novamente espalhado no cabelo e deixado por 15 minutos. Os cabelos foram lavados com água, secos com ventilador e alisados com um ferro quente. Espalhou-se 0,01% de polilisina (poli-Lys) no cabelo e secou-se ao ar. Os cabelos foram lavados com água e secos com ventilador. O CNC foi espalhado no cabelo, que foi seco ao ar e alisado muito lentamente por 5 a 6 minutos com um ferro quente. O cabelo foi lavado com água, seco com ventilador, lavado novamente com água e seco ao ar. As amostras de cabelo tratadas foram então lavadas com água 19 vezes, uma vez por dia. 28 dias após o início do tratamento, as amostras foram lavadas com shampoo regular 6 vezes e depois analisadas usando MEV.

[0269] Amostra 1-3 - SDS a 0,5% + NaCl a 1% + SMBS a 5 mM + cisteína a 0,5 M + cloreto de cetrimônio a 2%: O cabelo encaracolado natural foi lavado com shampoo e condicionador e seco ao ar. As amostras de cabelo foram lavadas novamente com dodecilsulfato de sódio a 0,5% (SDS) e NaCl a 1% e, em seguida, foi aplicado metabissulfito de sódio 5 mM no cabelo (espalhado nas amostras de cabelo usando um pente para piolhos) e deixado por 10 minutos. O cabelo foi então seco e alisado com um ferro quente. 0,5 M cisteína foi adicionada (espalhada nas amostras de cabelo pelo uso de um pente fino para piolhos) e deixada por 10 minutos. 2% cloreto de cetrimônio foi adicionado (espalhado nas amostras de cabelo pelo uso de um pente fino para piolhos), e o cabelo foi parcialmente seco ao ar por 30 minutos, seco com ventilador e alisado com um ferro quente. O cabelo foi lavado com água e seco ao ar.

[0270] Amostra 1-4 - 0,5% de SDS + 1% de NaCl: O cabelo encaracolado natural foi lavado com shampoo e condicionador e, em seguida, seco ao ar. As amostras de cabelo foram lavadas novamente com SDS a 0,5% e NaCl a 1% e secas ao ar.

[0271] Amostra 1-5 - SDS a 0,5% + NaCl a 1% + SMBS a 5 mM + cisteína a 0,5 M + cloreto de cetrimônio a 2% + CNC: O cabelo encaracolado natural foi lavado com shampoo e condicionador e seco ao ar. As amostras de cabelo foram lavadas novamente com (SDS) a 0,5% e NaCl a 1% e, em seguida, foi aplicado 5 mM de metabissulfito de sódio (SMBS) no cabelo (espalhado nas amostras de cabelo usando um pente para piolhos) e deixado por 10 minutos. O cabelo foi então seco e alisado com um ferro quente. 0,5 M cisteína foi adicionada (espalhada nas amostras de cabelo pelo uso de um pente fino para piolhos) e deixada por 10 minutos. 2% cloreto de cetrimônio foi adicionado (espalhado nas amostras de cabelo pelo uso de um pente fino para piolhos), e o cabelo foi parcialmente seco ao ar por 30 minutos, seco com ventilador e alisado com um ferro quente. O cabelo foi lavado com água, e CNC foi espalhado sobre o cabelo com um pente fino para piolhos. O cabelo foi parcialmente seco ao ar por 30 minutos e seco com ventilador. O cabelo foi, então, alisado lentamente por 2 minutos com um ferro quente (com a ajuda de um pente fino para piolhos). O cabelo foi, em seguida, lavado com água e seco ao ar.

[0272] Conforme mostrado nas Figuras 1-3, o uso de CNC em combinação com um agente redutor de dissulfeto (SMBS e/ou cisteína) em tratamento de cabelo (por exemplo, Amostra 1-5) foi associado com um maior grau de alisamento do cabelo do que o obtido para tratamento de cabelo com agente redutor de dissulfeto sem CNC (por exemplo, Amostra 1-3), bem como na presença de uma camada que reveste a superfície do cabelo após tratamento (observável por microscopia eletrônica). Como mostrado mais adiante, o efeito do tratamento com CNC foi mais fraco após lavagem repetida dos cabelos (por exemplo, Amostra 1-2).

[0273] Esses resultados indicam que a aplicação do CNC melhora o alisamento dos cabelos e sugere que o efeito do CNC está associado à formação de uma camada que reveste a superfície do cabelo.

[0274] Amostras saudáveis de cabelos cacheados foram ainda submetidas a vários tratamentos capilares para alisamento (envolvendo 5 mM de metabissulfito de sódio), a fim de avaliar o efeito a longo prazo dos nanocristais de celulose (CNC). Após os tratamentos, as amostras de cabelo foram lavadas com água 9 ou 19 vezes, uma vez por dia, e depois lavadas com shampoo regular 8 vezes (em 8 dias diferentes).

[0275] Amostra 2-1 - 5 mM de SMBS + 200 mM de cisteína + 2% de quitosana + CNC: O cabelo encaracolado natural foi lavado com água e sabão sem sabão e seco ao ar. As amostras de cabelo foram alisadas com ferro quente e, em seguida, foi aplicado metabissulfito de sódio 5 mM (SMBS) no cabelo (espalhado nas amostras de cabelo). 200 mM de cisteína foi adicionado imediatamente, e o cabelo foi parcialmente seco ao ar por 15 minutos e seco com ventilador. Os cabelos foram lavados com água, secos com ventilador e alisados com um ferro quente. Quitosana a 2% foi espalhada sobre o cabelo com um pente fino para piolhos, e o cabelo foi seco ao ar por 1 hora e, em seguida, seco com ventilador. Os cabelos foram lavados com água, secos com ventilador e alisados com um ferro quente. CNC foi espalhado sobre o cabelo com um pente fino para piolhos, e o cabelo foi parcialmente seco ao ar por 30 minutos e seco com ventilador. O cabelo foi alisado muito lentamente por 6 minutos com um ferro quente (com a ajuda de um pente fino para piolhos), lavado com água e seco ao ar. A amostra de cabelo foi lavada com água 9 vezes, em seguida lavada com shampoo regular em nos dias 15, 16, 19, 20, 21, 24, 25 e 26, e analisada no dia 27.

[0276] Amostra 2-2 - 5 mM de SMBS + 200 mM de cisteína: O cabelo encaracolado natural foi lavado com água e sabão sem sabão e seco ao ar. As amostras de cabelo foram alisadas com um ferro quente e, em seguida, foi aplicado metabissulfito de sódio 5 mM (SMBS) no cabelo (espalhado nas amostras de cabelo). 200mM de cisteína foi adicionada imediatamente e o cabelo foi parcialmente seco ao ar por 15 minutos. A amostra foi seca com ventilador e lavada com água, e, em seguida, seca novamente com ventilador, alisada com um ferro quente, lavada com água e seca ao ar. A amostra de cabelo foi lavada com água 9 vezes, em seguida lavada com shampoo regular em nos dias 15, 16, 19, 20, 21, 24, 25 e 26, e analisada no dia 27.

[0277] Amostra 2-3 - 5 mM de SMBS + quitosana a 2% (nova, preparada em vinagre a 5% + 0,2 M de NaCl) + CNC: O cabelo encaracolado natural foi lavado com água e sabão sem sabão e seco ao ar. A amostra de cabelo foi alisada pelo uso de um ferro quente e, em seguida, 5 mM de metabissulfito de sódio (SMBS) foi aplicada no cabelo (espalhada nas amostras de cabelo). SMBS foi deixado no cabelo por 15 minutos, e o cabelo foi em seguida seco com ventilador e alisado com um ferro quente. Quitosana a 2% foi espalhada sobre o cabelo com um pente fino para piolhos, e o cabelo foi parcialmente seco ao ar por 1 hora, seco com ventilador e lavado com água. O cabelo foi em seguida novamente seco com ventilador e alisado com um ferro quente. CNC foi espalhado sobre o cabelo com um pente fino para piolhos, e o cabelo foi parcialmente seco ao ar por 30 minutos e seco com ventilador. A amostra de cabelo foi alisada muito lentamente por 6 minutos com um ferro quente (com a ajuda de um pente fino para piolhos), em seguida lavado com água e seco ao ar. A amostra de cabelo foi lavada com água 9 vezes, em seguida lavada com shampoo regular em nos dias 15, 16, 19, 20, 21, 24, 25 e 26, e analisada no dia 27.

[0278] Amostra 2-4 - 5 mM de SMBS + quitosana a 2%: O cabelo encaracolado natural foi lavado com água e sabão sem sabão e seco ao ar. 5 mM de metabissulfito de sódio (SMBS) foi aplicado no cabelo (espalhado nas amostras de cabelo) e deixado por 15 minutos. O cabelo foi seco com ventilador e alisado com um ferro quente. O SMBS foi novamente espalhado no cabelo e deixado por 15 minutos. Os cabelos foram lavados com água, secos com ventilador e alisados com um ferro quente. Quitosana a 2% foi espalhada sobre o cabelo, que foi, em seguida, parcialmente seco ao ar por 1 hora e seco com ventilador. O cabelo foi lavado com água e seco ao ar. A amostra de cabelo foi lavada com água 19 vezes, em seguida lavada com shampoo regular em nos dias 24, 25, 29, 30, 31, 34, 35 e 36, e analisada no dia 37.

[0279] Amostra 2-5 - 5 mM de SMBS + quitosana a 2% + CNC: O cabelo encaracolado natural foi lavado com água e sabão sem sabão e seco ao ar. 5 mM de metabissulfito de sódio (SMBS) foi aplicado no cabelo (espalhado nas amostras de cabelo) e deixado por 15 minutos. O cabelo foi seco com ventilador e alisado com um ferro quente. O SMBS foi novamente espalhado no cabelo e deixado por 15 minutos. Os cabelos foram lavados com água, secos com ventilador e alisados com um ferro quente. Quitosana a 2% foi espalhada sobre o cabelo, que foi, em seguida, parcialmente seco ao ar por 1 hora e seco com ventilador. Os cabelos foram lavados com água e secos com ventilador. CNC foi espalhado sobre o cabelo, que foi, em seguida, parcialmente seco ao ar por 30 minutos e seco com ventilador. O cabelo foi alisado muito lentamente por 6 minutos com um ferro quente e, em seguida, lavado com água, seco com ventilador, lavado novamente com água e seco ao ar. A amostra de cabelo foi lavada com água 19 vezes, em seguida lavada com shampoo regular em nos dias 24, 25, 29, 30, 31, 34, 35 e 36, e analisada no dia 37.

[0280] Conforme mostrado nas Figuras 4-6, o uso de CNC em combinação com SMBS e/ou cisteína em tratamento de cabelo (Amostras 2-1, 2-3 e 2-5) foi associado com um maior grau de alisamento do cabelo do que o obtido mediante tratamento de cabelo correspondente com SMBS sem CNC (Amostras 2-2 e 2-4), bem como na presença de uma camada que reveste a superfície do cabelo após tratamento (observável por microscópio eletrônico). Como mostrado mais adiante, o efeito do tratamento com CNC foi mantido ao longo de várias semanas com lavagens repetidas.

[0281] Estes resultados indicam que a aplicação do CNC melhora a permanência do alisamento.

[0282] Amostras saudáveis de cabelo encaracolado foram ainda submetidas a vários tratamentos capilares para alisamento (envolvendo 5 mM de metabissulfito de sódio), seguidos por um regime de lavagem regular, a fim de avaliar melhor o efeito a longo prazo dos nanocristais de celulose (CNC).

[0283] Amostra 3-1 - 5 mM de SMBS + aldeído-CNC: O cabelo encaracolado natural foi lavado com água e sabão sem sabão e seco ao ar. As amostras de cabelo foram alisadas pelo uso de um ferro quente e, em seguida, 5 mM de metabissulfito de sódio (SMBS) foi aplicada no cabelo (espalhada nas amostras de cabelo) e deixada por 15 minutos, e o cabelo foi, em seguida, seco com ventilador e alisado com um ferro quente. O aldeído-CNC (preparado como descrito anteriormente no presente documento) foi espalhado sobre o cabelo com um pente fino para piolhos, e o cabelo foi parcialmente seco ao ar por 30 minutos e seco com ventilador. O cabelo foi alisado pelo uso de um ferro quente (com a ajuda de um pente fino para piolhos), lavado com água e seco ao ar. A amostra de cabelo foi lavada com água 9 vezes (uma vez por dia) e, em seguida, lavada com shampoo regular nos dias 15, 16, 19, 20, 21, 24, 25 e 26, e analisada no dia 27.

[0284] Amostra 3-2 - 5 mM de SMBS + 0,5 Mde Cys + gelatina a 2%: O cabelo encaracolado natural foi lavado com shampoo e condicionador e, em seguida, seco com ventilador. A amostra de cabelo foi alisada pelo uso de um ferro quente e, em seguida, 5 mM de metabissulfito de sódio (SMBS) foi aplicado no cabelo (espalhada na amostra de cabelo) e 0,5 M de cisteína foi adicionada e deixada por 15 minutos. O cabelo foi, em seguida, seco com ventilador, alisado com um ferro quente e lavado com água, e novamente seco com ventilador e alisado com um ferro quente. 0,5 M de cisteína foi adicionada novamente, e gelatina a 2% foi espalhada sobre o cabelo com um pente fino para piolhos; e o cabelo foi seco ao ar por 30 minutos e seco com ventilador e, em seguida, lavado com água e seco ao ar. A amostra de cabelo foi lavada com água 10 vezes, nos dias 1, 2, 3, 4, 7, 8, 9, 12, 13 e 14, e analisada em dia 15.

[0285] Amostra 3-3 - 5 mM de SMBS + 0,5 M de Cys + quitosana a 2% + CNC: O cabelo encaracolado natural foi lavado e tratado com SMBS, cisteína e quitosana, como descrito acima para a Amostra 3-2, exceto que 2% de quitosana foi usada em vez de 2% de gelatina. Após aplicação da quitosana, o cabelo foi seco ao ar por 30 minutos e seco com ventilador, e, em seguida, lavado com água, seco com ventilador e alisado com ferro. O CNC foi, em seguida, espalhado sobre o cabelo com um pente fino para piolhos, e o cabelo foi parcialmente seco ao ar por 30 minutos e seco com ventilador. O cabelo foi, em seguida, alisado lentamente por 2 minutos com um ferro quente (com a ajuda de um pente fino para piolhos) e, em seguida, lavado com água e seco ao ar. A amostra de cabelo foi lavada com água duas vezes (nos dias 1 e 2) e com shampoo regular nos dias 4, 7, 8, 9, 12, 13 e 14, e analisada no dia 15.

[0286] Amostra 3-4 - 5 mM de SMBS + 0,5 M de Cys + 0,5 M de Arg + CNC: O cabelo encaracolado natural foi lavado com shampoo e condicionador e, em seguida, seco com ventilador. A amostra de cabelo foi alisada pelo uso de um ferro quente e, em seguida, 5 mM de metabissulfito de sódio (SMBS) foi aplicado no cabelo (espalhado pelo uso de um pente fino para piolhos) e 0,5 M de cisteína foi adicionada, e imediatamente após a mesma, 0,5 M de arginina foi adicionada e deixada no cabelo por 15 minutos. O cabelo foi, em seguida, seco com ventilador e alisado com ferro quente, em seguida lavado com água e seco com ventilador. 0,5 M de cisteína e 0,5 M de arginina foram adicionadas novamente, e deixadas no cabelo por 30 minutos, que foi, em seguida, seco com ventilador e alisado com um ferro quente. O CNC foi, em seguida, espalhado sobre o cabelo com um pente fino para piolhos, e o cabelo foi parcialmente seco ao ar por 30 minutos e seco com ventilador. O cabelo foi, em seguida, alisado lentamente por 2 minutos com um ferro quente (com a ajuda de um pente fino para piolhos) e, em seguida, lavado com água e seco ao ar. A amostra de cabelo foi lavada com água 10 vezes, nos dias 1, 2, 3, 4, 7, 8, 9, 12, 13 e 14, e analisada em dia 15.

[0287] Amostra 3-5 - 5 mM de SMBS + 0,5 M de Cys + gelatina a 2% + CNC: Os cabelos cacheados naturais foram lavados e tratados com SMSBS, cisteína e gelatina como descrito acima para a Amostra 3-2. Após a aplicação de gelatina, o cabelo foi parcialmente seco ao ar por 30 minutos, seco com ventilador, e alisado com um ferro quente. O CNC foi, em seguida, espalhado sobre o cabelo com um pente fino para piolhos, e o cabelo foi parcialmente seco ao ar por 30 minutos e seco com ventilador. O cabelo foi, em seguida, alisado lentamente por 2 minutos com um ferro quente (com a ajuda de um pente fino para piolhos), e, então, lavado com água e seco ao ar, e novamente lavado com água e seco ao ar. A amostra de cabelo foi lavada com água 10 vezes, nos dias 1, 2, 3, 4, 7, 8, 9, 12, 13 e 14, e analisada em dia 15.

[0288] Conforme mostrado nas Figuras 7-10, o uso de CNC em combinação com SMBS e/ou cisteína no tratamento de cabelo (por exemplo, Amostras 3-3, 3-4 e 3-5) foi associado com um maior grau de alisamento do cabelo do que o obtido mediante tratamentos similares com SMBS sem CNC (Amostra 3-2), bem como na presença de uma camada que reveste a superfície do cabelo após tratamento (observável por microscopia eletrônica). Como mostrado mais adiante, o efeito do tratamento com CNC foi mantido ao longo de várias semanas com lavagens repetidas.

[0289] Esses resultados indicam adicionalmente que a aplicação do CNC melhora a permanência do alisamento.

EXEMPLO 2: EFEITO DE APLICAÇÃO RESILINA AO CABELO ALISADO PELO USO DE NANOCRISTAIS DE CELULOSE

[0290] Os cabelos cacheados saudáveis foram submetidos ao alisamento usando nanocristais de cisteína e celulose (CNC), seguidos de vários tratamentos secundários ao longo de três semanas, a fim de avaliar o efeito de diferentes tratamentos secundários na manutenção dos efeitos do tratamento de alisamento.

[0291] A cisteína foi usada como agente redutor para quebrar as ligações dissulfeto na estrutura da queratina. Para manter a queratina desacoplada por ligações dissulfeto, foi adicionada hidroqueratina (queratina hidrolisada). Moléculas carregadas positivamente - arginina e o surfactante catiônico BTMS (metossulfato de behentrimônio) - foram usadas para facilitar a interação do CNC com a superfície do cabelo.

[0292] O cabelo foi lavado com regular shampoo, seco com ventilador e submetido ao alisamento tratamento. Uma mistura de cisteína 1M em uma solução 100 mM de MES (ácido 2- (N-morfolino) etanossulfônico) a pH 3,5 e hidroqueratina foi aplicada na amostra de cabelo, espalhada no cabelo, e deixada no cabelo a 37 °C até semisseco (15 a 30 minutos), após o que o cabelo foi seco com um ventilador quente. O cabelo foi em seguida lavado com água, seco com ventilador e alisado em uma temperatura de 190 °C. 0,5 M arginina em 1% de BTMS foi espalhada no cabelo e deixada a 37 °C por 15 a 30 minutos e seco com ventilador. O cabelo foi alisado a uma temperatura de 190 °C, e o CNC a 3% foi espalhado sobre o cabelo e deixado a 37 °C até semisseco (15 a 30 minutos), após o que o cabelo foi seco até ficar completamente seco e alisado a uma temperatura de 190 °C, depois lavado com água e seco ao ar.

[0293] Durante cerca de 2,5 semanas após o alisamento, o cabelo foi lavado apenas com água (destilada duas vezes) e depois com o shampoo sem SLS (sulfato de louro e sódio).

[0294] Durante a seguinte semana, o cabelo foi lavado com 4 mg/ml RES-CBD (resilina com um domínio de ligação à celulose) em água e em seguida 2 mg/ml RES-CBD em água.

[0295] Pelas duas semanas seguintes, o cabelo foi lavado com shampoo livre de SLS e 1 mg/ml RES-CBD em água (2 a 3 vezes per semana).

[0296] O cabelo foi em seguida tratado pela aplicação de uma solução de 50 mg/ml de RES-CBD e deixando o cabelo secar com a RES-CBD aplicada, seguido de lavagem com água.

[0297] Por cerca de 3 mais semanas, o cabelo foi tratado (a cada 2-3 dias) alternativamente por lavagem com shampoo livre de SLS seguido de 2 mg/ml de RES-CBD em água, ou pela aplicação de uma solução de 10 mg/ml de RES-CBD e deixando o cabelo secar.

[0298] Em vários estágios do tratamento, o cabelo foi examinado muitas horas após o tratamento mais recente, quando o mesmo estiver completamente seco.

[0299] Conforme mostrado na Figura 11, os cabelos alisados perderam gradualmente sua forma alisada durante o período inicial em que foram lavados apenas com água ou shampoo (imagens 3-8), enquanto a lavagem subsequente com resilina de 1-4 mg/ml melhorou temporariamente a aparência alisada (imagens 9-3) até a sexta lavagem com resilina (imagem 14). A aparência do cabelo foi então restaurada pelo tratamento com uma alta concentração (50 mg/ml) de resilina deixada no cabelo para secar (imagem 15). Posteriormente, a aparência dos cabelos foi aprimorada quando a resilina foi aplicada e deteriorada quando lavada com shampoo (imagens 16-25).

[0300] Esses resultados indicam que a resilina aplicada ao cabelo alisado restaura e mantém os efeitos do alisamento do cabelo por pelo menos muitas semanas após tratamento de alisamento de cabelo.

EXEMPLO 3: EFEITO DA APLICAÇÃO DE RESILINA EM CABELOS PREVIAMENTE ALISADOS

[0301] A eficácia do tratamento de manutenção da resilina foi avaliada pela aplicação da resilina de cerca de 3 semanas a cerca de 3 meses após uma variedade de tratamentos de alisamento

[0302] O cabelo foi lavado com shampoo regular, seco com ventilador e alisado com ferro. 0,5 M de cisteína foi aplicada no cabelo e deixada por 15 minutos, e o cabelo foi em seguida seco com ventilador, lavado com água, seco com ventilador e alisado com ferro. 0,5 M de cisteína foi aplicada no cabelo novamente, e imediatamente após a mesma, 0,5 M arginina foi adicionada e deixada no cabelo por 30 minutos adicionais. O cabelo foi em seguida seco com ventilador e alisado com ferro. CNC foi aplicado no cabelo, que foi, em seguida, parcialmente seco ao ar por 30 minutos, em seguida seco com ventilador e lentamente alisado com ferro, e, em seguida, lavado com água e seco ao ar. O cabelo foi posteriormente lavado com água uma vez, com SDS a 0,5% (dodecilsulfato de sódio) e NaCl a 1% cinco vezes, e com regular shampoo 21 vezes.

[0303] Cerca de 3 meses após o tratamento alisador, uma solução de 10 mg/ml de RES-CBD foi aplicada no cabelo e deixada secar. Em intervalos de dois dias, o cabelo foi subsequentemente: lavado com água e seco ao ar; lavado com shampoo livre de SLS e seco ao ar; e novamente lavado com shampoo livre de SLS e seco ao ar.

[0304] Conforme mostrado nas Figuras 12 e 13, a aplicação de resilina foi eficaz na restauração e manutenção do efeito do tratamento anterior de alisamento.

[0305] Em um experimento adicional, cabelo foi lavado com regular shampoo, seco ao ar e alisado com ferro. 0,5 M de cisteína foi aplicada no cabelo e deixada por 15 minutos. 0,5 M de cisteína foi, em seguida, aplicada no cabelo novamente, e imediatamente após a mesma, 0,5 M arginina foi adicionada e deixada no cabelo por 30 minutos adicionais. O cabelo foi em seguida seco com ventilador e alisado com ferro. CNC foi aplicado no cabelo, que foi, em seguida, parcialmente seco ao ar por 30 minutos, em seguida seco com ventilador e lentamente alisado com ferro, e, em seguida, lavado com água e seco ao ar. O cabelo foi subsequentemente lavado com água uma vez e com shampoo regular 20 vezes.

[0306] Cerca de 2 meses após o tratamento alisador, uma solução de 10 mg/ml de RES-CBD foi aplicada ao cabelo e deixada secar, seguida pela lavagem uma vez com água e duas vezes com shampoo sem SLS, conforme descrito acima no presente documento.

[0307] Conforme mostrado na Figura 14, a aplicação de resilina foi eficaz na restauração e manutenção do efeito do tratamento anterior de alisamento.

[0308] Em um experimento adicional, os cabelos naturalmente encaracolados foram lavados com shampoo regular e, em seguida, com um shampoo compreendendo SDS a 0,5%, NaCl a 1%, glicerol a 5% e distearato de polietilenoglicol a 2% e depois secos em leque e endireitados a ferro. 5 mM de metabissulfito de sódio foi, em seguida, aplicado no cabelo (espalhado pelo uso de um pente fino para piolhos) e deixado por 15 minutos. O cabelo foi em seguida lavado com água. 0,5 M de cisteína foi em seguida aplicada no cabelo, e imediatamente após a mesma, 0,5 M arginina foi adicionada e deixada no cabelo por 15 minutos. O cabelo foi em seguida seco com ventilador e alisado com ferro quente, e 0,5 M de cisteína e 0,5 M de arginina foram aplicadas novamente e deixada no cabelo por 30 minutos. O cabelo foi em seguida lavado seco com ventilador e alisado com ferro. O cabelo foi subsequentemente lavado com água quatro vezes e SDS a 0,5% e NaCl de 1% três vezes.

[0309] Cerca de 3 semanas após o tratamento alisador, uma solução de 10 mg/ml de RES-CBD foi aplicada ao cabelo e deixada secar, seguida pela lavagem uma vez com água e duas vezes com shampoo sem SLS, conforme descrito acima no presente documento.

[0310] Conforme mostrado na Figura 15, a aplicação de resilina foi eficaz na restauração e mantém o efeito do tratamento de alisamento anterior (que não envolveu CNC).

[0311] Em um experimento adicional, cabelo naturalmente cacheado foi lavado com regular shampoo e condicionador, e seco ao ar; e em seguida lavado novamente com SDS a 0,5% e NaCl a 1%. 5 mM de metabissulfito de sódio foi em seguida aplicado no cabelo (espalhado pelo uso de um pente fino para piolhos) e deixado por 10 minutos e em seguida seco com ventilador e alisado com ferro quente. 0,5 M de cisteína foi em seguida aplicada no cabelo (espalhada pelo uso de um pente fino para piolhos) e deixada no cabelo por 10 minutos. O cloreto de cetrimônio a 2% foi adicionado (espalhado pelo uso de um pente fino para piolhos) e o cabelo foi parcialmente seco ao ar por 30 minutos, em seguida seco com ventilador, alisado com ferro quente e lavado com água. CNC foi espalhado sobre o cabelo com um pente fino para piolhos, e o cabelo foi parcialmente seco ao ar por 30 minutos, em seguida seco com ventilador, alisado com ferro lentamente por 2 minutos (com a ajuda de um pente fino para piolhos), lavado com água e seco ao ar. O cabelo foi subsequentemente lavado com SDS a 0,5% e NaCl a 1% nove vezes e com shampoo regular duas vezes.

[0312] Cerca de 1 mês após o tratamento alisador, uma solução de 10 mg/ml de RES-CBD foi aplicada ao cabelo e deixada secar, seguida pela lavagem uma vez com água e duas vezes com shampoo sem SLS, conforme descrito acima no presente documento.

[0313] Conforme mostrado na Figura 16, a aplicação de resilina foi eficaz na restauração e manutenção do efeito do tratamento anterior de alisamento.

[0314] Em um experimento adicional, cabelo naturalmente cacheado foi lavado com água e sabão sem sabão, e, em seguida, seco ao ar. O cabelo foi em seguida alisado com ferro, e 5 mM de metabissulfito de sódio foi, em seguida, aplicado no cabelo por meio de espalhamento, e deixado no cabelo por 15 minutos. Imediatamente depois, 200 mM de cisteína foi adicionada ao cabelo, que foi, em seguida, seco com ventilador e lavado com água, seco com ventilador novamente e alisado com ferro quente. Quitosana a 2% foi, em seguida, espalhada sobre o cabelo com um pente fino para piolhos, e o cabelo foi seco ao ar por 1 hora e em seguida seco com ventilador, lavado com água, seco com ventilador novamente e alisado com ferro quente. CNC foi espalhado sobre o cabelo com um pente fino para piolhos, e o cabelo foi parcialmente seco ao ar por 30 minutos, em seguida seco com ventilador, alisado com ferro muito lentamente por 6 minutos (com a ajuda de um pente fino para piolhos), lavado com água e seco ao ar. O cabelo foi subsequentemente lavado com água oito vezes, com shampoo regular 15 vezes, e com shampoo que compreende SDS a 0,5%, NaCl a 1%, glicerol a 5% e distearato de polietileno glicol a 2% três vezes.

[0315] Cerca de 3 meses após o tratamento alisador, uma solução de 10 mg/ml de RES-CBD foi aplicada ao cabelo e deixada secar, seguida pela lavagem uma vez com água e duas vezes com shampoo sem SLS, conforme descrito acima no presente documento.

[0316] Conforme mostrado na Figura 17, a aplicação de resilina foi eficaz na restauração e manutenção do efeito do tratamento anterior de alisamento.

[0317] Em um experimento adicional, cabelo foi lavado com shampoo regular, seco com ventilador e alisado. Uma mistura de 0,5 M de cisteína, 0,5 M de arginina e CNC a 2% foi espalhada sobre o cabelo e deixada por 1 hora. O cabelo foi, em seguida, seco com ventilador e alisado, lavado com água e seco ao ar. O cabelo foi, subsequentemente, lavado com shampoo regular oito vezes.

[0318] Cerca de 1 mês após o tratamento alisador, uma solução de 10 mg/ml de RES-CBD foi aplicada ao cabelo e deixada secar, seguida pela lavagem uma vez com água e duas vezes com shampoo sem SLS, conforme descrito acima no presente documento.

[0319] Conforme mostrado na Figura 18, a aplicação de resilina foi eficaz na restauração e manutenção do efeito do tratamento anterior de alisamento.

[0320] Em um experimento adicional, cabelo naturalmente cacheado foi lavado com shampoo regular e condicionador e em seguida seco com ventilador. O cabelo foi em seguida alisado com ferro, e 5 mM de metabissulfito de sódio foi em seguida aplicado no cabelo (espalhado pelo uso de um pente fino para piolhos). 0,5 M de cisteína foi adicionada, e imediatamente após a mesma 0,5 M de arginina foi adicionada e deixada no cabelo por 15 minutos; e o cabelo foi em seguida seco com ventilador e alisado com ferro quente. O cabelo foi em seguida lavado com água, seco com ventilador e alisado com ferro quente. 0,5 M de cisteína e 0,5 M de arginina foram adicionadas novamente e deixadas no cabelo por 30 minutos, seguido de secagem com ventilador e alisamento do cabelo com ferro. CNC foi espalhado sobre o cabelo com um pente fino para piolhos, e o cabelo foi parcialmente seco ao ar por 30 minutos, em seguida seco com ventilador, alisado com ferro lentamente por 2 minutos (com a ajuda de um pente fino para piolhos), lavado com água e seco ao ar. O cabelo foi, subsequentemente, lavado com água quatro vezes, com SDS a 0,5% e NaCl a 1% seis vezes, com shampoo que compreende SDS a 0,5%, NaCl a 1%, glicerol a 5% e distearato de polietileno glicol a 2% três vezes, e com shampoo regular duas vezes.

[0321] Cerca de 1,5 meses após o tratamento alisador, uma solução de 10 mg/ml de RES-CBD foi aplicada ao cabelo e deixada secar, seguida pela lavagem uma vez com água e duas vezes com shampoo sem SLS, conforme descrito acima no presente documento.

[0322] Conforme mostrado na Figura 19, a aplicação de resilina foi eficaz na restauração e manutenção do efeito do tratamento anterior de alisamento.

[0323] Em um experimento adicional, cabelo naturalmente cacheado foi lavado com shampoo regular e condicionador e em seguida seco com ventilador. O cabelo foi em seguida alisado com ferro, e 5 mM de metabissulfito de sódio foi em seguida aplicado no cabelo (espalhado pelo uso de um pente fino para piolhos). 0,5 M de cisteína foi adicionada e deixada no cabelo por 15 minutos, e o cabelo foi em seguida seco com ventilador e alisado com ferro quente. O cabelo foi em seguida lavado com água, seco com ventilador e alisado com ferro quente. 0,5 M de cisteína foi adicionada novamente e quitosana a 2% foi espalhada sobre o cabelo com um pente fino para piolhos. O cabelo foi em seguida seco ao ar por 30 minutos e seco com ventilador, e em seguida lavado com água, seco com ventilador e alisado com ferro. CNC foi espalhado sobre o cabelo com um pente fino para piolhos, e o cabelo foi parcialmente seco ao ar por 30 minutos, em seguida seco com ventilador, alisado com ferro lentamente por 2 minutos (com a ajuda de um pente fino para piolhos), lavado com água e seco ao ar. O cabelo foi, subsequentemente, lavado com água uma vez, com shampoo regular 15 vezes, com shampoo que compreende SDS a 0,5%, NaCl a 1%, glicerol 5% e distearato de polietileno glicol 2% três vezes, e em seguida novamente com shampoo regular duas vezes.

[0324] Cerca de 2 meses após o tratamento alisador, uma solução de 10 mg/ml de RES-CBD foi aplicada ao cabelo e deixada secar, seguida pela lavagem uma vez com água e duas vezes com shampoo sem SLS, conforme descrito acima no presente documento.

[0325] Conforme mostrado na Figura 20, a aplicação de resilina foi eficaz na restauração e manutenção do efeito do tratamento anterior de alisamento.

[0326] Os resultados acima indicam que a resilina é eficaz na restauração e manutenção de cabelos alisados após uma grande variedade de tratamentos de alisamento e permanece eficaz por pelo menos vários meses após o tratamento de alisamento.

EXEMPLO 4: EFEITO DE NANOCRISTAIS DE CELULOSE E DE NANOCRISTAIS DE CELULOSE E RESILINA NO CABELO EM TRATAMENTO ALISADOR

[0327] As amostras de cabelo foram lavadas com shampoo regular, secas com ventilador e alisadas. 1 M de cisteína em 100mM de MES pH 3,5 foi espalhada no cabelo e deixada por 15 minutos, e depois secado com ventilador. Em seguida, as amostras de cabelo foram lavadas com água, secas com ventilador e alisadas com ferro. Depois disso, 0,5M de arginina em BTMS a 1% em DDW foi espalhada no cabelo e deixada 15 minutos, o cabelo foi seco com ventilador e alisado com ferro e, em seguida, CNC a 2% foi espalhado no cabelo e deixado por 30 minutos, e depois disso a amostra de cabelo foi seca com ventilador e alisada com ferro.

[0328] As Figuras 21A-D apresentam imagens SEM de amostra de cabelo não tratada, antes do tratamento descrito acima (Figuras 21A e 21B) e da amostra de cabelo em seguida ao tratamento de cabelo descrito acima (Figuras 121C e 21D), sendo que as Figuras 21B e 21D estão em maior ampliação. Como pode ser visto, na amostra de cabelo não tratada, são observadas escamas normais de cutícula, sendo que após o tratamento as escamas são revestidas e dificilmente são observadas e são quase invisíveis.

[0329] Em experimento adicional, as amostras de cabelo foram lavadas com shampoo regular, secas com ventilador e alisadas com ferro, e uma mistura de 1M de cisteína em 100 mM MES pH 3,3 e hidroqueratina foi espalhada no cabelo, deixada por 15 minutos e, depois disso, seca com ventilador. Em seguida, as amostras de cabelo foram lavadas com água, secas com ventilador e alisadas com ferro, e 0, 5 M de arginina em BTMS a 1% foi espalhada no cabelo, deixada dentro por 15 minutos e, depois disso, as amostras de cabelo foram secas com ventilador. O cabelo foi alisado com ferro e CNC a 3% foi espalhado no cabelo e deixado por 30 minutos, e depois disso as amostras de cabelo foram secas com ventilador e alisadas com ferro.

[0330] As Figuras 22A-D apresentam imagens SEM de amostra de cabelo não tratada, antes do tratamento descrito acima (Figuras 22A e 22B) e da amostra de cabelo em seguida ao tratamento de cabelo descrito acima (Figuras 22C e 22D), sendo que as Figuras 22B e 22D estão em maior ampliação. Como pode ser visto, na amostra de cabelo não tratada, são observadas escamas normais de cutícula, sendo que após o tratamento as escamas são revestidas e dificilmente são observadas e são quase invisíveis. Na ampliação maior mostrada na Figura 22D, o revestimento de CNC no cabelo é claramente visto.

[0331] Em experimento adicional, as amostras de cabelo foram lavadas com shampoo regular, secas com ventilador e alisadas com ferro, e depois disso 1M cisteína em 100 mM de MES pH 3,5 foi espalhada no cabelo, deixada por 15 minutos e a amostra de cabelo foi, depois disso, seca com ventilador. Em seguida, as amostras de cabelo foram lavadas com água, secas com ventilador e alisadas com ferro, e 0, 5M de arginina em BTMS a 1% em DDW foi espalhada no cabelo e deixada 15 minutos, e o cabelo foi, depois disso, seco com ventilador e alisado com ferro. CNC a 2% que contém 10:1 RES-CBD (1 proteína para 10 CNC) foi em seguida espalhado no cabelo e deixado por 30 minutos, e o cabelo foi, depois disso, seco com ventilador e alisado.

[0332] As Figuras 23A-D apresentam imagens SEM de amostra de cabelo não tratada, antes do tratamento descrito acima (Figuras 23A e 23B) e da amostra de cabelo em seguida ao tratamento de cabelo descrito acima (Figuras 23C e 23D), sendo que as Figuras 23B e 23D estão em maior ampliação. Como pode ser visto, no cabelo não tratada, são observadas escamas normais de cutícula, sendo que após o tratamento as escamas são revestidas e dificilmente são observadas e são quase invisíveis. Na ampliação maior mostrada na Figura 23D, o revestimento de CNC no cabelo é claramente visto. Além disso, foram observados aglomerados de proteínas no topo do revestimento CNC.

[0333] A Figura 23E mostra uma observação em uma lacuna no revestimento do cabelo. O revestimento de CNC no cabelo é claramente visto.

[0334] Esses dados demonstram ainda mais a eficácia do tratamento CNC e, além disso, o tratamento combinado CNC e resilina.

[0335] Embora a invenção tenha sido descrita em combinação com modalidades específicas da mesma, fica evidente que muitas alternativas, modificações e variações ficarão evidentes para as pessoas versadas na técnica. Consequentemente, a invenção deve abranger todas essas alternativas, modificações e variações dentro do espírito e escopo das reivindicações anexas. Todas as publicações, patentes e pedidos de patente mencionados no presente documento são incorporados em sua totalidade a título de referência no relatório descritivo igualmente a se cada publicação, patente ou pedido de patente individual foi indicado específica e individualmente para ser incorporado no presente documento a título de referência. Além disso, a citação ou identificação de qualquer referência no presente pedido não deve ser interpretada como uma admissão de que tal referência está disponível na técnica à presente invenção. Até o ponto em que os cabeçalhos de seção são usados, os mesmos não devem ser interpretados como necessariamente limitantes.

Claims (14)

1. Método para alisamento de cabelo, em que o método é caracterizado por compreender: (a) aplicar pelo menos um agente catiônico ao cabelo e/ou submeter o cabelo a um tratamento com plasma; (b) aplicar nanocristais de celulose ao cabelo; e (c) aplicar calor e pressão ao cabelo, em um grau suficiente para realizar alisamento de cabelo sem causar dano ao cabelo, alisando, dessa maneira, o cabelo.

2. Método, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por compreender ainda, antes de (a), aplicar ao cabelo um agente com capacidade de clivar ligações de dissulfeto no cabelo.

3. Método, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado por compreender ainda aplicar resilina ao cabelo.

4. Método, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado por compreender aplicar pelo menos uma porção da dita resilina ao cabelo de modo subsequente a aplicar os ditos nanocristais de celulose ao cabelo.

5. Método, de acordo com a reivindicação 4, caracterizado por a dita aplicação de pelo menos uma porção da dita resilina ao cabelo ser efetuada pelo menos um dia de modo subsequente a aplicar os ditos nanocristais de celulose ao cabelo.

6. Composição de alisamento de cabelo caracterizada por compreender nanocristais de celulose e um carreador adequado para aplicação ao cabelo.

7. Método para manutenção de cabelo alisado após um tratamento para alisamento de cabelo, em que o método é caracterizado por compreender aplicar resilina ao cabelo, em que o dito tratamento para alisamento de cabelo compreende aplicar nanocristais de celulose ao cabelo.

8. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 4, 5 ou 7, caracterizado por a dita aplicação de resilina ao cabelo ser efetuada em pelo menos dois dias diferentes.

9. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 4, 5, 7 ou 8, caracterizado por a dita aplicação de resilina ao cabelo ser efetuada pelo menos uma semana após aplicar os ditos nanocristais de celulose ao cabelo.

10. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 3 a 5 ou 7 a 9, caracterizado por a dita resilina ser uma resilina modificada que compreende um domínio de ligação de celulose (CBD).

11. Kit para alisamento de cabelo, em que o kit é caracterizado por compreender, como recipientes separados: a) um primeiro recipiente que compreende nanocristais de celulose e um carreador adequado para aplicação ao cabelo; e b) um segundo recipiente que compreende uma composição de pré- tratamento que compreende pelo menos um agente catiônico.

12. Kit, de acordo com a reivindicação 11, caracterizado por compreender ainda um terceiro recipiente que compreende a composição que compreende resilina e um carreador adequado para aplicação ao cabelo.

13. Kit para alisamento e manutenção de cabelo, em que o kit é caracterizado por compreender, como recipientes separados: a) um primeiro recipiente que compreende nanocristais de celulose e um carreador adequado para aplicação ao cabelo; e b) um segundo recipiente que compreende resilina e um carreador adequado para aplicação ao cabelo.

14. Kit, de acordo com a reivindicação 12 ou 13, caracterizado por a dita resilina ser uma resilina modificada que compreende um domínio de ligação de celulose (CBD).