BR112018067729B1 - Processo de fabricação de produtos de isolamento autoadesivos à base de lã mineral e produto de isolamento autoadesivo à base de lã mineral - Google Patents

Abstract

Processo de fabricação de produtos de isolamento autoadesivos à base de lã mineral, que compreende (a) a conformação de fibras minerais por centrifugação de vidro fundido ou de rocha fundida, (b) a pulverização sobre as fibras minerais, imediatamente depois da formação das mesmas, de uma primeira composição líquida de ligante orgânico, (c) a formação de um colchão de fibras minerais revestidas com a primeira composição líquida de ligante orgânico, por depósito sobre um transportador, (d) o recobrimento de uma face do colchão de fibras minerais por uma membrana de vidro ou de fibras orgânicas de alta resistência térmica, (e) o aquecimento do colchão de fibras minerais, recoberto pela membrana de vidro, dentro de uma estufa durante um tempo e a uma temperatura suficiente para endurecer o ligante orgânico, (f) a aplicação sobre a face exposta da membrana de vidro de um dispositivo autoadesivo, uma segunda composição líquida de ligante orgânico sendo aplicada, depois da etapa (c), sobre a membrana e/ou sobre a face do colchão de fibras minerais destinada a entrar em contato com a membrana de vidro, a segunda composição líquida de ligante orgânico contendo de preferência componentes capazes de reagir com os componentes da primeira composição líquida (...).

Description

[0001] A presente invenção se refere a produtos de isolamento autoadesivos à base de lã mineral, assim como a um processo para fabricar os mesmos.

[0002] A fabricação de produtos de isolamento à base de lã mineral compreende uma etapa de conformação das fibras de vidro ou de rocha respectivamente por centrifugação interna ou externa. Na saída do dispositivo de centrifugação as fibras muito quentes e ainda plásticas são estiradas e levadas por uma corente gasosa. Em seguida uma composição de colagem, também chamada de ligante, é pulverizada sobre as fibras ainda quentes. As fibras encoladas são em seguida recolhidas e aplicadas sob a forma de um colchão sobre uma esteira de coleta, ou transportador, que passa dentro de uma estufa na qual o ligante é seco e endurecido por aquecimento a temperaturas de cerca de 200°C.

[0003] O transportador é geralmente uma esteira metálica permeável aos gases, por exemplo uma grade metálica. Um dispositivo de aspiração pode ser previsto embaixo do transportador.

[0004] Devido a esse modo de formação do colchão de fibras, as fibras não têm uma orientação aleatória, mas sim uma orientação preferencial paralela ao plano geral do produto plano formado. As propriedades mecânicas do produto tais como a resistência em tração ou a retomada em espessura depois de compressão, dependem essencialmente da natureza e da quantidade do ligante orgânico endurecido que liga as fibras entre si. Por razões evidentes de limitação dos custos e de otimização da resistência ao fogo dos produtos, o teor em ligante orgânico é o mais baixo possível, geralmente da ordem de 3 - 7 % em peso.

[0005] Os produtos de isolamento à base de lã mineral podem compreender por outro lado um tratamento de superfície, tipicamente papel Kraft, uma membrana de vidro, uma folha de alumínio, colado(a) em uma ou nas duas faces do colchão de lã mineral. O tratamento de superfície é tipicamente colocado sobre o colchão de fibras minerais encoladas antes da entrada na estufa ou na saída de estufa para os tratamentos de superfície que não resistem à temperatura, tais como o papel Kraft ou certos tratamentos de superfície coloridos.

[0006] Quando a Requerente tentou tornar adesiva uma das faces de um tal produto de isolamento, por aplicação de uma composição adesiva diretamente sobre a superfície do colchão de fibras ou sobre um tratamento de superfície de tipo papel ou membrana de vidro, ela foi confrontada ao problema seguinte: o produto, colado com sua face adesiva sobre um suporte vertical tal como uma parede, não permanecia no lugar. O colchão de lã mineral se desprendia da parede e da camada adesiva que, ela, estava ainda firmemente fixada ao suporte vertical. Era possível constatar uma ruptura coesiva dentro da lã mineral entre as camadas ou estratos superficiais do colchão de fibras e a camada adesiva mais próxima do substrato, enquanto que as camadas ou estratos do colchão situados para além caiam sob o efeito de seu próprio peso.

[0007] Várias soluções já tinham sido propostas para corrigir essa falta de coesão: - envolvimento do colchão de fibras e utilização do invólucro como elemento de tratamento de superfície tornado adesivo por aplicação de um dispositivo autoadesivo tal como uma fita adesiva ou filme adesivo dupla face ou cola; - corte e disposição das fibras de lã mineral de acordo com uma orientação perpendicular ao plano da camada adesiva: as fibras são assim ancoradas em profundidade na espessura do colchão e não se arrancam facilmente; o produto ISOVER CLIMCOVER Lamella Fix da Requerente pode ser citado a título de exemplo de um tal produto; - malha na espessura do produto: uma rede de fios assegura a ligação entre dois tratamentos de superfície: o produto ISOVER CLIMAVER 504 da requerente, em sua versão autoadesiva, corresponde a esse tipo de produto.

[0008] O envolvimento apresenta o inconveniente de impedir o corte do produto depois de fabricação. As duas últimas soluções necessitam de processos industriais complexos e podem se verificar impossíveis de executar para produtos espessos.

[0009] Naturalmente, a Requerente teria podido corrigir o problema do arrancamento das fibras superficiais melhorando para isso a resistência intrínseca do colchão de lã mineral, quer dizer aumentando para isso simplesmente o teor em ligante orgânico do produto até que a rede de fibras coladas seja suficientemente sólida. No domínio dos produtos de isolamento à base de lã mineral, uma tal prática é, no entanto, insatisfatória porque ela prejudicaria as propriedades mecânicas do produto, reduziria de maneira indesejável a reação ao fogo dos produtos e aumentaria os custos de produção.

[0010] A presente invenção tem, portanto, como objetivo propor um processo de fabricação de produtos de isolamento à base de lã mineral dos quais pelo menos uma face é autoadesiva e que, quando eles são colados sobre um substrato (por exemplo uma parede vertical ou um teto) não apresentam uma ruptura coesiva sob o efeito de seu próprio peso. O problema da falta de coesão constatado ao nível da camada superficial do colchão deve ser superado sem que o teor global em ligante do produto de isolamento seja aumentado de maneira notável. Dito de outro modo, o teor em ligante do produto deve ser substancialmente idêntico a aquele dos produtos equivalentes não adesivos disponíveis no mercado, tipicamente entre 1 e 10 %, de preferência entre 2 e 7 % em peso de ligante seco em relação ao peso total do colchão.

[0011] Depois de numerosos ensaios, a Requerente desenvolveu um processo relativamente simples de fabricação de produtos de isolamento, pouco diferente do processo conhecido, que permite superar o problema da ruptura coesiva sem aumentar significativamente o teor global em ligante orgânico do produto de isolamento. No processo da presente invenção a solução para o problema descrito acima consiste em aumentar o teor em ligante do colchão de fibras de vidro unicamente na zona de fragilidade constatada, quer dizer a camada mais próxima da interface. O aporte suplementar de ligante orgânico reforça assim seletivamente a coesão da camada externa do colchão e impede eficazmente a ruptura. A quantidade de ligante suplementar (chamada abaixo às vezes de “sobrecolagem”) é, no entanto, suficientemente pequena para não modificar a resistência ao fogo do produto.

[0012] Existem várias maneiras de introduzir um excesso de ligante orgânico unicamente na camada superficial do colchão de lã mineral.

[0013] A primeira consiste em embeber um produto de interface, tal como uma membrana de vidro ou de fibras orgânicas de alta resistência térmica, com uma composição de ligante e em colocar essa membrana embebida de composição líquida sobre o colchão de lã mineral antes da entrada na estufa, quer dizer a um estágio no qual o ligante do colchão ainda não está polimerizado. O excesso de ligante trazido pela membrana escorrerá, sob o efeito da gravidade, na camada de fibras imediatamente em contato com a interface. Um excesso de teor em ligante se forma localmente para vir reforçar as ligações das camadas a colocar em contato com o dispositivo auroadesivo. Dentro da estufa, o ligante adicional endurece e, se for o caso, reage com a composição de ligante ainda não endurecida já sobre as fibras e uma ligação suficientemente sólida se forma.

[0014] Uma outra maneira de introduzir localmente uma quantidade adicional de ligante na superfície do colchão é a de aspergir de maneira homogênea a parte de cima do colchão de fibras com uma composição líquida de ligante antes de aplicar a interface e de cozinhar o conjunto colchão/interface dentro da estufa. Esses dois modos de introdução de ligante (aplicação sobre a interface, aplicação sobre o colchão) podem evidentemente ser combinados.

[0015] A Requerente constatou com satisfação e com uma certa surpresa que procedendo da maneira descrita acima, quer dizer trazendo localmente uma quantidade suplementar de ligante, o produto de isolamento final autoadesivo apresentava uma coesividade satisfatória; a zona de fragilidade tinha desaparecido e não era simplesmente deslocada para as profundidades maiores do colchão, como teria sido possível pensar a priori.

[0016] A presente invenção tem, portanto, como primeiro objeto um processo de fabricação de produtos de isolamento autoadesivos à base de lã mineral, o dito processo compreendendo, na ordem, as etapas sucessivas seguintes: a) a conformação de fibras minerais por centrifugação de vidro fundido ou de rocha fundida, b) a pulverização sobre as fibras minerais, imediatamente depois da formação das mesmas, de uma primeira composição líquida de ligante orgânico, c) a formação de um colchão de fibras minerais revestidas com a primeira composição líquida de ligante orgânico, por depósito sobre um transportador, d) o recobrimento de uma face do colchão de fibras minerais por uma membrana de vidro ou de fibras orgânicas de alta resistência térmica, e) o aquecimento do colchão de fibras minerais, recoberto pela membrana de vidro ou de fibras orgânicas de alta resistência térmica, dentro de uma estufa durante um tempo e a uma temperatura suficiente para endurecer o ligante orgânico, o dito processo sendo caracterizado pelo fato de que é aplicada uma segunda composição líquida de ligante orgânico sobre a membrana e/ou sobre a face do colchão de fibras minerais destinada a entrar em contato com a membrana, a segunda composição líquida de ligante orgânico contendo de preferência componentes capazes de reagir com os componentes da primeira composição líquida de ligante orgânico, a aplicação da segunda composição líquida de ligante sendo realizada depois da etapa (c) de formação do colchão e, de preferência, antes da etapa (d) de recobrimento do colchão pela membrana de vidro.

[0017] O ligante orgânico utilizado para ligar entre si as fibras minerais pode ser qualquer sistema polimérico reticulável conhecido utilizado com essa finalidade. É possível citar a título de exemplo as resinas à base de fenol e de formaldeído, as resinas à base de fenol, ureia e formaldeído, as resinas à base de fenol, ureia, amina e formaldeído, os polímeros acrílicos, os poliésteres obtidos por policondensação de monômeros e/ou oligômeros de funções ácido e hidroxila, por exemplo de glicídios e de ácido cítrico, os produtos que resultam da reação de Maillard entre um açúcar redutor e uma amina. Serão utilizadas vantajosamente composições de ligante que contêm uma resina à base de fenol, amina e formaldeído, que têm um teor reduzido em formaldeído tais como descritas no pedido WO 2008/043960.

[0018] A primeira composição líquida de ligante orgânico pulverizada sobre as fibras imediatamente depois da saída do dispositivo de centrifugação e antes de formação do colchão, não é necessariamente idêntica à segunda composição líquida de ligante orgânico aplicada localmente sobre uma face do colchão e/ou sobre a membrana de vidro. É, no entanto, essencial que os componentes reativos das duas composições sejam compatíveis entre si para produzir uma matriz polimérica homogênea ou mista ou interpenetrada. De preferência os componentes reativos das duas composições podem reagir juntos e formar ligações covalentes.

[0019] Em um modo de realização preferido do processo da invenção a segunda composição líquida de ligante orgânico contém essencialmente os mesmos componentes reativos que a primeira composição líquida de ligante orgânico. A segunda composição líquida de ligante orgânico pode, no entanto, ser mais concentrada ou menos concentrada do que a primeira. Ela pode por outro lado ser isenta de certos adjuvantes de colagem, presentes na primeira composição líquida de ligante orgânico.

[0020] A primeira e a segunda composição líquida de ligante orgânico são de preferência composições à base de água.

[0021] É possível em princípio utilizar como interface qualquer membrana de vidro ou de fibras orgânicas de alta resistência térmica disponível no mercado, compatível com a utilização considerada do produto acabado. Trata-se de preferência de uma membrana de vidro não tecida ou de uma membrana de fibras de poliéster tal como descrito em WO 2006/061540. Será utilizada de preferência uma membrana de vidro.

[0022] Antes de ser embebida com a segunda composição líquida de ligante orgânico, a membrana de vidro ou de fibras orgânicas de alta resistência térmica tem vantajosamente uma massa de superfície compreendida entre 20 e 100 g/m2, de preferência entre 30 e 90 g/m2 e em especial entre 35 e 80 g/m2.

[0023] Seu teor em ligante orgânico, antes de sobrecolagem, é de preferência compreendido entre 10 e 25 %, de preferência entre 11 e 20 % em peso.

[0024] Em um modo de realização preferido do processo da presente invenção, a segunda composição de ligante é aplicada sobre a membrana de vidro. Essa aplicação pode ser feita por exemplo por pulverização da segunda composição de ligante por meio de bicos, por imersão da membrana na segunda composição de ligante, ou ainda por revestimento por meio de um “rolo de lamber” quer dizer de um cilindro em rotação que está em contato ao mesmo tempo com a segunda composição de ligante e com a membrana de vidro.

[0025] Esse terceiro modo de aplicação é preferido pois ele permite ao mesmo tempo um controle fácil da quantidade de composição transferida para a membrana e a utilização de uma segunda composição de ligante significativamente mais viscosa do que a primeira.

[0026] A segunda composição líquida de ligante orgânico tem vantajosamente um teor em matérias secas compreendido entre 100 g/litro e 400 g/litro, de preferência entre 120 g/litro e 300 g/litro, em especial entre 150 g/litro e 200 g/litro.

[0027] Ela deve ser, por um lado, suficientemente fluida para escoar ao longo das fibras minerais na camada superficial do colchão de fibras, e por outro lado bastante viscosa para que o aumento da coesão devido à sobrecolagem seja suficiente.

[0028] O teor em matérias secas e a quantidade total de segunda composição líquida de ligante orgânico, aplicada sobre a membrana de vidro e/ou sobre a face do colchão de fibras minerais destinada a entrar em contato com a membrana de vidro, são tais que o aporte de matéria seca de ligante orgânico é compreendido entre 2 g/m2 e 50 g/m2, de preferência entre 3 e 30 g/m2, e em especial entre 4 e 25 g/m2 de produto acabado.

[0029] Depois de colocação em contato da membrana de vidro ou de fibras orgânicas de alta resistência térmica e do colchão de fibras minerais, o produto ainda não endurecido é vantajosamente submetido à ação de um fluxo de ar ou de um transportador móvel verticalmente que aplica uma tensão mecânica de compressão. Esse fluxo de ar que pode ser criado por exemplo por um sistema de aspiração situado sob o transportador, favorece o escoamento e o espalhamento uniforme da segunda composição de ligante na camada superficial do colchão de fibras minerais.

[0030] A etapa de aquecimento do colchão de fibras minerais, recoberto pela membrana, dentro de uma estufa não apresenta particularidade e pode ser executada de maneira conhecida a uma temperatura compreendida por exemplo entre 180°C e 240°C, de preferência entre 200°C e 220°C durante um tempo compreendido entre 30 segundos e 4 minutos.

[0031] A temperatura e o tempo de aquecimento deverão evidentemente ser ajustados em função da natureza química do ligante orgânico utilizado de maneira a garantir um endurecimento que seja o mais completo possível ao mesmo tempo em que limitam uma eventual degradação térmica do ligante endurecido.

[0032] O produto de isolamento intermediário obtido na saída da estufa é em seguida tornado autoadesivo. Para isso, é aplicado sobre a face exposta da membrana de vidro um “dispositivo autoadesivo”. Esse termo engloba qualquer meio fixado sobre a membrana de vidro, que permite colar por simples colocação em contato o produto de isolamento sobre um suporte, geralmente um suporte plano.

[0033] Em um modo de realização, o dispositivo autoadesivo é uma folha adesiva dupla face, por exemplo uma estrutura à base de fibras (não tecido ou papel) ou um filme polimérico, que compreende em cada uma de suas faces uma camada, contínua ou descontínua, de um adesivo sensível à pressão (PSA, do inglês Pressure Sensitive Adhesive).

[0034] Em um outro modo de realização o dispositivo autoadesivo é um adesivo sensível à pressão (PSA).

[0035] Os adesivos sensíveis à pressão (PSA) são adesivos geralmente presentes sob a forma de uma fina camada levada por um suporte. Eles se colam quase imediatamente, por simples contato e aplicação de uma pressão, ao material a colar. Ainda que existam certos PSA de poder adesivo muito grande, a imensa maioria dos PSA é considerada como adesivos não estruturais ou semiestruturais, quer dizer a colagem é reversível. A temperatura de transição vítrea dos PSA é sempre significativamente inferior à temperatura de utilização considerada. Em temperatura ambiente, a rede polimérica que forma a camada de adesivo é, portanto, um fluido viscoelástico, a grande mobilidade das cadeias poliméricas sendo de fato uma condição indispensável para a formação de um grande número de ligações fracas (van der Waals e ligações hidrogênio) entre o adesivo e a superfície a colar.

[0036] Os PSA são geralmente caracterizados por sua pegajosidade (tack), sua resistência ao descolamento (peel strenght) e sua resistência em cisalhamento (shear strenght).

[0037] São distinguidas tipicamente três principais classes químicas de adesivos sensíveis à pressão: - os PSA à base de elastômeros, - os PSA acrílicos e - os PSA à base de silicone.

[0038] Os PSA utilizados na presente invenção são de preferência PSA acrílicos.

[0039] Em um segundo modo de realização do processo da invenção, um PSA é aplicado diretamente sobre a membrana de vidro do produto de isolamento intermediário. O processo de fabricação de acordo com a invenção compreende portanto de preferência, depois da etapa (e) de aquecimento, uma etapa (f) de aplicação de um adesivo sensível à pressão sobre a face exposta da membrana de vidro. Esse PSA é de preferência um adesivo acrílico.

[0040] Essa etapa compreende vantajosamente a pulverização de uma solução ou dispersão aquosa do adesivo e a secagem e/ou o endurecimento da camada de adesivo depositada, eventualmente com um aporte de energia por aquecimento e/ou irradiação.

[0041] A quantidade de PSA expressa em matéria seca, aplicada sobre a face exposta da membrana de vidro é vantajosamente compreendida entre 10 e 50 g/m2, de preferência entre 12 e 40 g/m2, em especial entre 15 e 30 g/m2.

[0042] Pode ser também considerado aplicar o PSA sobre a membrana de vidro por projeção de um pó de um PSA termofundível e aquecimento.

[0043] A camada de PSA aplicada sobre a face exposta da membrana de vidro não é necessariamente uma camada contínua. Pode se tratar de uma camada descontínua formada por uma combinação de zonas adesivas, por exemplo em forma de tiras ou de ilhotas, e de zonas não adesivas.

[0044] Uma tal camada adesiva descontínua pode ser depositada por exemplo por impressão de uma composição adesiva à base de PSA.

[0045] Um filme polimérico protetor descolável pode em seguida ser aplicado de maneira conhecida sobre a camada adesiva.

[0046] A presente invenção tem por outro lado como objeto um produto de isolamento autoadesivo à base de lã mineral obtido pelo processo descrito acima.

[0047] O produto de isolamento autoadesivo à base de lã mineral da presente invenção compreende - um colchão de lã mineral formado por fibras minerais ligadas entre si por um ligante orgânico endurecido, insolúvel, esse colchão de lã mineral pode ser com ou sem revestimento no lado oposto à autoadesão, - em uma das faces do colchão, uma membrana de vidro ou de fibras orgânicas de alta resistência térmica ligada ao colchão por um ligante orgânico endurecido insolúvel, e - uma camada de um adesivo sensível à pressão (PSA) no lado da face exposta da membrana de vidro,

[0048] e é caracterizado pelo fato de que o teor em ligante orgânico na camada superficial do colchão de lã mineral que está em contato com a membrana de vidro é significativamente superior ao teor em ligante orgânico no resto do colchão de lã mineral.

[0049] É entendida aqui por “camada superficial” uma camada que representa cerca de 10 % em peso do colchão de lã mineral (sem a membrana de vidro), e por “o resto do colchão de lã mineral” a parte complementar até 100 % em peso do colchão.

[0050] O teor em ligante orgânico do resto do colchão de lã mineral é devido unicamente à primeira composição líquida de ligante. Ele é assimilado no presente pedido ao teor em matérias combustíveis determinado de acordo com a norma EN ISO 1887. Esse teor em matérias combustíveis (loss on ignition, LOI) é em princípio substancialmente o mesmo em toda a espessura do colchão, com exceção da camada superficial onde é encontrado também o teor em ligante orgânico devido à sobrecolagem, quer dizer ao aporte de ligante orgânico pela segunda composição líquida de ligante orgânico.

[0051] A diferença entre o teor em ligante orgânico na camada superficial (LOI10) e o teor em ligante orgânico do resto do colchão (LOI90) corresponde de preferência a um aporte de ligante orgânico (Q) compreendido entre 2 g/m2 e 50 g/m2, em especial entre 3 e 50 g/m2, e idealmente entre 4 e 25 g/m2 de produto de isolamento.

[0052] A sobrecolagem, ou aporte de ligante orgânico pela segunda composição líquida de ligante orgânico, pode ser determinada da maneira seguinte: - É recortada no produto acabado uma amostra de uma superfície (S) (pelo menos igual a 0,5 m2). É separada a membrana de vidro colada do colchão de lã mineral com o auxílio de uma ferramenta cortante apropriada tendo-se o cuidado de separar o menos possível de fibras minerais do colchão. - É determinada a massa total (MT) da amostra de superfície S livre da membrana. E depois é separada, com o auxílio de uma ferramenta cortante apropriada, uma camada superficial (antes em contato com a membrana) que corresponde a cerca de 10 % em peso da amostra, do resto do colchão que corresponde a cerca de 90 % em peso do colchão. É determinada precisamente a massa (M10) da camada superficial e aquela do resto do colchão (M90).

[0053] É determinado, de acordo com a norma EN ISO 1887: 2014, o teor em materiais combustíveis (LOI10 e LOI90) das duas partes respectivas de massa M10 e M90.

[0054] Devido ao aporte de ligante pela segunda composição líquida de ligante orgânico, o LOI10 (expresso em %) da camada superficial de massa P10 (expressa em g) será superior ao LOI90 (expresso em %) do resto do colchão de massa P90 (expressa em g).

[0055] A sobrecolagem, quer dizer a quantidade (Q) de ligante trazida pela segunda composição de ligante orgânico (expressa em g) pode ser calculada da maneira seguinte Q = (LOI10 - LOI90) x M10.

[0056] Esse valor pode em seguida ser expresso em g por unidade de superfície S (expressa em m2) de produto acabado.

[0057] Ainda que o processo de acordo com a invenção possa servir em princípio para fabricar qualquer espécie de produtos de isolamento autoadesivos à base de lã mineral, o problema técnico na base da presente invenção se apresenta de maneira mais crucial para os produtos que apresentam ao mesmo tempo uma densidade bastante baixa e uma grande espessura. Os produtos muito densos e compactos, por um lado, e os produtos muito finos, por outro lado, são pouco suscetíveis de apresentar uma ruptura coesiva tal como descrita na introdução.

[0058] Os produtos de isolamento autoadesivos à base de lã mineral da presente invenção apresentam por consequência vantajosamente uma massa volúmica determinada de acordo com a norma NF EN 823 compreendida entre 10 kg/m3 e 100 kg/m3, de preferência entre 15 kg/m3 e 80 kg/m3, em especial entre 20 kg/m3 e 70 kg/m3.

[0059] A espessura dos mesmos, determinada de acordo com a norma NF EN 823, é vantajosamente compreendida entre 15 mm e 200 mm, de preferência entre 30 mm e 150 mm, em especial entre 50 mm e 120 mm.

Claims (10)

1. Processo de fabricação de produtos de isolamento autoadesivos à base de lã mineral, que compreende (a) a conformação de fibras minerais por centrifugação de vidro fundido ou de rocha fundida, (b) a pulverização sobre as fibras minerais, imediatamente depois da formação das mesmas, de uma primeira composição líquida de ligante orgânico, (c) a formação de um colchão de fibras minerais revestidas com a primeira composição líquida de ligante orgânico, por depósito sobre um transportador, (d) o recobrimento de uma face do colchão de fibras minerais por uma membrana de vidro ou de fibras orgânicas de alta resistência térmica, (e) o aquecimento do colchão de fibras minerais, recoberto pela membrana de vidro, dentro de uma estufa durante um tempo e a uma temperatura suficiente para endurecer o ligante orgânico, (f) a aplicação sobre a face exposta da membrana de vidro de um dispositivo autoadesivo, caracterizado pelo fato de que - depois da etapa (c) e antes da etapa (d) - é aplicada uma segunda composição líquida de ligante orgânico sobre a membrana de vidro e/ou sobre a face do colchão de fibras minerais destinada a entrar em contato com a membrana de vidro, a segunda composição líquida de ligante orgânico contendo de preferência componentes capazes de reagir com os componentes da primeira composição líquida de ligante orgânico, e pelo fato de que o teor em matérias secas e a quantidade total da segunda composição líquida de ligante orgânico, aplicada sobre a membrana de vidro e/ou sobre a face do colchão de fibras minerais destinadas a entrar em contato com a membrana de vidro, são tais que o aporte de matéria seca de ligante orgânico é compreendido entre 2 g/m2 e 50 g/m2 de produto de isolamento.

2. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a segunda composição líquida de ligante orgânico contém essencialmente os mesmos componentes reativos que a primeira composição líquida de ligante orgânico.

3. Processo, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo fato de que compreende, depois da etapa (e) de aquecimento, uma etapa (f) de aplicação de um adesivo sensível à pressão (PSA) sobre a face exposta da membrana de vidro.

4. Processo, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que o PSA é um adesivo acrílico.

5. Processo, de acordo com a reivindicação 2 a 4, caracterizado pelo fato de que o PSA é aplicado sobre a face exposta da membrana de vidro em uma quantidade compreendida entre 10 e 50 g/m2, de preferência entre 12 e 40 g/m2, em especial entre 15 e 30 g/m2.

6. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a membrana de vidro apresenta, antes de aplicação da segunda composição líquida de ligante orgânico, uma massa de superfície compreendida entre 20 e 100 g/m2, de preferência entre 30 e 90 g/m2 e em especial entre 35 e 80 g/m2.

7. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a segunda composição líquida de ligante orgânico tem um teor em matérias secas compreendido entre 100 g/litro e 400 g/litro.

8. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que o teor em matérias secas e a quantidade total da segunda composição líquida de ligante orgânico, aplicada sobre a membrana de vidro e/ou sobre a face do colchão de fibras minerais destinada a entrar em contato com a membrana de vidro, são tais que o aporte de matéria seca de ligante orgânico é compreendido entre 3 g/m2 e 30 g/m2 de produto de isolamento.

9. Produto de isolamento autoadesivo à base de lã mineral caracterizado pelo fato de que compreende - um colchão de lã mineral formado por fibras minerais ligadas entre si por um ligante orgânico endurecido, insolúvel, - em uma das faces do colchão, uma membrana de vidro ou de fibras orgânicas de alta resistência térmica, ligada ao colchão por um ligante orgânico endurecido insolúvel, e - uma camada de um adesivo sensível à pressão sobre a face exposta da membrana de vidro, o teor em ligante orgânico na camada superficial do colchão de lã mineral que está em contato com a membrana de vidro ou de fibras orgânicas de alta resistência térmica é significativamente superior ao teor em ligante orgânico no resto do colchão de lã mineral, a diferença entre o teor em ligante orgânico na camada superficial (LOI10) e o teor em ligante orgânico do resto do colchão (LOI90) corresponde a um aporte de ligante orgânico (Q) compreendido entre 2 g/m2 e 50 g/m2 de produto de isolamento.

10. Produto de isolamento autoadesivo, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de que apresenta uma massa volúmica compreendida entre 10 kg/m3 e 100 kg/m3, de preferência entre 15 kg/m3 e 80 kg/m3, em especial entre 20 kg/m3 e 70 kg/m3.