BR112018016639B1

BR112018016639B1 - Dispositivo de travamento

Info

Publication number: BR112018016639B1
Application number: BR112018016639-1A
Authority: BR
Inventors: Carlos Amat Holgado; Albert GIMENO TORDERA; Jorge Triginer Boixeda
Original assignee: Metalogenia Research & Technologies S.L.
Priority date: 2016-02-23
Filing date: 2017-02-14
Publication date: 2022-10-18
Also published as: KR102125067B1; RU2691780C1; CA3014111A1; AU2017224039A1; US20190055717A1; AU2017224039B2; ZA201804946B; ES2773991T3; CN108699819B; WO2017144305A1; MX2018010063A; EP3420146A1; CL2018002020A1; BR112018016639A2; KR20180122366A; CA3014111C; US11674290B2; CN108699819A; EP3420146B1

Abstract

A invenção refere-se a um dispositivo de travamento (3) para fixar um elemento de desgaste (1) em um suporte (2) em uma máquina de terraplanagem, compreendendo um eixo central (6) com um primeiro segmento roscado para a direita (7) e um segundo segmento roscado para a esquerda (7), elementos de travamento (9) roscados sobre os segmentos roscados (7) e meio de aparafusamento nas extremidades do eixo central (6) e acessível a partir do lado de fora através dos elementos de travamento (9). Ambos segmentos roscados (7) estão ligados um ao outro por meios de acoplamento (8) que são adequados para transmitir movimento rotacional entre ambos segmentos roscados (7). Os meios de acoplamento (8) compreendem um disco (15) com duas faces, cada uma delas opostas em uma das extremidades dos segmentos roscados (7). Entre cada uma das faces e da extremidade do segmento roscado (7) existe uma lingueta e ranhura estendendo, respectivamente, de acordo com um primeiro diâmetro e um segundo diâmetro, de tal modo que o disco (15) e os segmentos roscados (7) são adequados para movimento um em relação ao outro de acordo com os diâmetros correspondentes.

Description

Descrição Campo de invenção

[0001] A invenção refere-se a um dispositivo de travamento para fixar uma peça de desgaste em um suporte (por exemplo, um adaptador) em uma máquina de terraplanagem, o dispositivo de travamento compreendendo: - um eixo central com um primeiro segmento roscado para a direita e definindo um primeiro eixo geométrico de rotação e um segundo segmento roscado para a esquerda definindo um segundo eixo geométrico de rotação, - um primeiro elemento de travamento roscado sobre o primeiro segmento roscado e um segundo elemento de travamento roscado sobre o segundo segmento roscado, e - meio de aparafusamento em pelo menos uma das extremidades do eixo central e acessível a partir do lado de fora através de pelo menos um dos elementos de travamento, sendo que o primeiro segmento roscado e o segundo segmento roscado estão ligados um ao outro por meios de acoplamento, sendo que os meios de acoplamento são adequados para transmitir movimento rotacional entre o primeiro segmento roscado e o segundo segmento roscado.

Técnica anterior

[0002] Máquinas de terraplanagem são usadas em escavação, demolição, construção, mineração e obras de dragagem e em atividades semelhantes. Elas têm, geralmente, uma pá ou caçamba na qual o material é coletado. A pá ou caçamba é submetida a tensões intensas e a enorme erosão, especialmente na área da borda (também referida como lâmina). Como um resultado, a pá ou caçamba normalmente tem uma pluralidade de elementos de desgaste protegendo-a contra desgaste e impactos e/ou melhorando a penetração no solo, tais como, por exemplo, dentes, suportes ou barras de dentes (“toothbars”) (também referido como adaptadores) e/ou protetores (frontais e laterais).

[0003] Todos estes elementos de desgaste ou proteção e, particularmente os dentes, são submetidos a esforços mecânicos intensos, deformações plásticas e enorme desgaste. Por esta razão, é comum ter que substituí-los de vez em quando, quando o desgaste prolongado exige isto. Além disso, estas máquinas podem trabalhar em uma ampla variação de aplicações nas quais pode ser necessário mudar o desenho dos dentes para melhorar o desempenho da caçamba.

[0004] Os elementos de desgaste podem ser anexados a outros elementos de desgaste (tal como um dente anexado a um adaptador) e/ou pode ser anexado à borda ou lâmina da caçamba ou pá (tal como um adaptador anexado a uma borda).

[0005] Os elementos de desgaste ou de proteção podem ser fixados mecanicamente (o que é mais fácil e mais rápido para a troca) ou soldados (o que são menos dispendiosos mas difícil trocar e com o risco de danificar a lâmina com a solda), dependendo do grau de abrasividade do terreno e das dimensões da máquina. Também deve ser considerado que grandes máquinas de terraplanagem, particularmente aqueles que trabalham em pedreiras e minas, são essenciais para a produção nos referidos locais. Como um resultado, os tempos de inatividade destas máquinas podem afetar muito significativamente a produtividade das mesmas e que é de enorme interesse que os elementos de desgaste possam ser trocados de um modo rápido e seguro no campo, sem ter de levar a máquina ou a caçamba para uma oficina para de usar equipamento especial. Como um resultado, isto é usualmente vantajoso para os elementos de desgaste serem fixados em uma maneira mecânica e, para esse fim, usar um dispositivo de travamento, por exemplo, um pino.

[0006] O elemento de desgaste tem normalmente uma cavidade na qual está alojado um nariz disposto no suporte (por exemplo, o adaptador) sobre o qual o elemento de desgaste será montado. Um orifício passante atravessa o nariz e as paredes da cavidade, de tal forma que em uma posição montada, o dispositivo de travamento (que é substancialmente um pino alongado) pode ser introduzido através do orifício passante e o elemento de desgaste, sendo assim travado na posição montada. Em alguns casos, é o elemento de desgaste que tem um nariz e o suporte que tem uma cavidade na qual o nariz é alojado na posição montada, mas por outro lado, o que permanece do conceito funciona de uma forma semelhante.

[0007] Os elementos de travamento indicados acima são conhecidos. O documento de patente WO 2007/016719 A1 divulga um deles. Ele tem um eixo central com um primeiro segmento roscado em uma determinada direção e um segundo segmento roscado na direção oposta. Portanto, quando o eixo central é girado em uma direção específica, duas peças, cada uma das quais está montada sobre um dos segmentos roscados, afastam- se ou aproximam-se uma da outra. O documento de patente US 2015/197922 A1 divulga um conjunto de desgaste para a ligação a um dispositivo de escavação, que compreende um membro de desgaste e uma trava. A trava é ajustável entre uma configuração distendida e uma configuração retraída e compreende pelo menos um elemento de travamento que se projeta para fora a partir da sua montagem na configuração estendida da trava e é operacional para ser deslocado para dentro a partir da configuração estendida em direção a sua montagem para adoptar a configuração retraída da trava. Quando o membro de desgaste é montado no dispositivo de escavação, o movimento do elemento de travamento da configuração estendida em direção à configuração retraída faz com que o membro de desgaste seja travado ao dispositivo de escavação na condição montada.

[0008] No entanto, em alguns casos, verificou-se que a montagem e/ou a desmontagem de tais dispositivos de travamento é problemática, já que as peças montadas sobre o eixo central não podem ser satisfatoriamente roscadas e/ou desenroscadas.

Descrição da invenção

[0009] O objetivo da invenção é o de superar estas desvantagens. Este objetivo é alcançado por meio de um dispositivo de travamento do tipo acima indicado, caracterizado pelos meios de acoplamento compreendem um disco com um eixo geométrico de rotação e com uma primeira face oposta a uma extremidade do primeiro segmento roscado e uma segunda face oposta a uma extremidade do segundo segmento roscado, onde entre a primeira face e a extremidade do primeiro segmento roscado existe uma primeira lingueta e ranhura estendendo de acordo com um primeiro diâmetro, de tal modo que o disco e o primeiro segmento roscado são adequados para mover-se um em relação ao outro de acordo com o primeiro diâmetro e entre a segunda face e a extremidade do segundo segmento roscado existe uma segunda lingueta e ranhura estendendo de acordo com um segundo diâmetro, de tal modo que o disco e o segundo segmento roscado são adequados para mover-se um em relação ao outro de acordo com o segundo diâmetro.

[0010] De fato, não é incomum particularmente após o uso da máquina e devido às tensões, desgaste e deformações plásticas da sustentação do elemento de desgaste, por isso ser problemática a remoção do elemento de desgaste, particularmente por ser problemática a remoção do dispositivo de travamento mantendo o elemento de desgaste montado no seu suporte. Uma das razões é que, para esse fim, é necessário parafusar os elementos de travamento sobre o eixo central de novo, de tal modo que eles são retirados a fim de serem, assim, capazes de liberar o elemento de desgaste a partir do seu suporte. No entanto, durante o uso da máquina o eixo central pode ter sofrido deformações devido que o primeiro eixo geométrico de rotação do primeiro segmento roscado e o segundo eixo geométrico de rotação do segundo segmento roscado não mais de correspondem (tanto devido ao deslocar entre eles (eles são paralelamente, mas não se correspondem), ou porque eles formam um ângulo não-nulo entre si (eles já não estão alinhados), ou ambos ao mesmo tempo). Além disso, o próprio fio da rosca do rosqueamento pode ter sofrido deformações tornando-o inútil. Com a solução de acordo com a invenção, os meios de acoplamento absorvem esses movimentos de tal modo que rosca receba menos deformações e, além disso, ainda é possível girar o conjunto formado pelo primeiro segmento roscado e o segundo segmento roscado uma vez que os meios de acoplamento são adequados para transmitir o movimento rotacional de um segmento roscado para o outro mesmo que o seu respectivo eixo geométrico não mais se corresponda.

[0011] Em geral, é vantajoso que os meios de acoplamento sejam adequados para transmitir movimento rotacional entre o primeiro segmento roscado e o segundo segmento roscado quando o primeiro eixo geométrico de rotação e o segundo eixo geométrico de rotação estão desalinhados e/ou quando o primeiro eixo geométrico de rotação e o segundo eixo geométrico de rotação não estão paralelos. Como mencionado anteriormente, ambas deformações podem ocorrer, então é vantajoso para os meios de acoplamento serem capazes de trabalhar nesses casos.

[0012] A geometria simples da presente invenção corrige algumas das deformações, particularmente quando os eixos geométricos de rotação são paralelos mas não se coincidem. Preferivelmente, o primeiro diâmetro e o segundo diâmetro são perpendiculares um ao outro. No entanto, se o primeiro diâmetro e o segundo diâmetro são paralelos entre si, uma peça resultante a partir de uma fabricação mais rentável e que tem sido suficientemente eficaz em uma pluralidade de casos é obtida.

[0013] Preferivelmente, a primeira lingueta e ranhura e/ou a segunda lingueta e ranhura inclui uma projeção e um canal, sendo que a seção transversal, de acordo com, respectivamente, o primeiro diâmetro e/ou o segundo diâmetro da projeção, é menor do que a seção transversal do canal. Efetivamente, esta seção transversal menor, que é menor do que aquela que seria necessário um ajuste simples de ambas as partes da lingueta e ranhura, permite a absorção de deformações que envolvem o primeiro eixo geométrico de rotação e o segundo eixo geométrico de rotação formando um ângulo um em relação ao outro. Embora esta alternativa não permita casos de correção nos quais o ângulo entre os ambos eixos geométricos de rotação é muito grande, na prática isto é suficiente para corrigir os casos mais comuns. Geralmente, na etapa de concepção dos meios de acoplamento, a tolerância mínima requerida que deve existir entre as diferentes superfícies opostas uma à outra na lingueta e ranhura é estimada por meio da norma DIN 7168. Preferivelmente, a folga existente entre cada par de superfícies opostas uma a outra em qualquer uma das linguetas e ranhuras é superior em pelo menos 15%, preferivelmente superior em pelo menos 20%, do que a tolerância mínima requerida calculada de acordo com a norma DIN 7168 (as porcentagens são medidas em relação à tolerância mínima requerida). De forma alternativa ou adicional, é vantajoso que a primeira lingueta e ranhura e/ou da segunda lingueta e ranhura incluir uma projeção e um canal, sendo que a seção transversal, de acordo com, respectivamente, o primeiro diâmetro e/ou o segundo diâmetro da referida projeção tenha chanfros. De fato, estes chanfros também permitem a compensação para as deformações deste tipo.

[0014] Em qualquer dos casos anteriores, existe uma vantagem adicional que estas deformações são absorvidas pelo meio de acoplamento sem os segmentos roscados serem sujeitos a esforços, assim, danos aos mesmos são evitados.

[0015] Preferivelmente, a primeira lingueta e ranhura e/ou a segunda lingueta e ranhura inclui uma projeção de seção transversal na qual, de acordo com, respectivamente, o primeiro diâmetro e/ou o segundo diâmetro é mais larga na sua extremidade livre do que na sua base e um canal de seção transversal na qual é mais largo na sua base do que na sua extremidade aberta. Portanto, uma vez que o conjunto eixo central é montado, montagem a qual é formada pelo primeiro segmento roscado, o segundo segmento roscado e os meios de acoplamento, uma unidade é formada que não é desmontada na direção axial, o que faz com que o transporte e montagem da mesma mais fácil. Neste sentido, é particularmente vantajoso para a primeira lingueta e ranhura e/ou a segunda lingueta e ranhura incluir uma projeção de seção transversal da qual, de acordo com, respectivamente, o primeiro diâmetro e/ou o segundo diâmetro tem uma forma em T, e um canal de seção transversal do qual tem a forma de T invertido correspondente.

[0016] De um modo vantajoso, o dispositivo de travamento compreende um invólucro dentro do qual está alojado o eixo central e, pelo menos parcialmente, o primeiro elemento de travamento e o segundo elemento de travamento. Preferivelmente, o disco tem uma superfície lateral não lisa e o invólucro compreende um parafuso de retenção da extremidade livre a qual é adequada para entrar em contato com a referida superfície lateral não lisa, impedindo desse modo o disco de girar no caso de vibrações externas.

[0017] De um modo vantajoso, entre os meios de acoplamento e cada um dos segmentos roscados existe uma junta feita de um material polimérico elástico com múltiplas cavidades internas fechadas cheias de gás tais como, por exemplo, o material vendido pela BASF sob o nome Cellasto®. Os meios de acoplamento são, assim, protegidos de poeira e fragmentos muito pequenos (“fines”) no local de trabalho e a graxa adicionada aos meios de acoplamento é assim retida. As cavidades cheias de gás são comprimidas quando submetidas a pressão, reduzindo o seu volume, mas apresentando expansões transversais nulas ou mínimas.

Breve descrição dos desenhos

[0018] Outras vantagens e características da invenção podem ser vistas a partir da descrição a seguir na qual as concretizações preferidas da invenção são descritas de um modo não limitativo, em referência aos desenhos anexados. Nos referidos desenhos:

[0019] A Figura 1 mostra uma vista em perspectiva de um elemento de desgaste, o seu suporte e um dispositivo de travamento de acordo com a invenção;

[0020] A Figura 2 mostra uma vista em perspectiva explodida de um dispositivo de travamento de acordo com a invenção;

[0021] A Figura 3 mostra uma vista em perspectiva de um dispositivo de travamento de acordo com a invenção;

[0022] A Figura 4 mostra uma vista em perspectiva do dispositivo de travamento da Figura 3 sem o invólucro;

[0023] A Figura 5 mostra uma vista em perspectiva do eixo central do dispositivo de travamento da Figura 3;

[0024] A Figura 6 mostra uma vista em perspectiva do meio de acoplamento incluído no eixo central da Figura 5;

[0025] As Figuras 7 a 9 mostram, respectivamente, vistas em elevação frontal, elevação lateral e planta superior do meio de acoplamento da Figura 6;

[0026] A Figura 10 mostra uma vista de um corte segundo a linha F-F da figura 8;

[0027] A Figura 11 mostra uma vista em corte transversal da lingueta e ranhura do meio de acoplamento da Figura 6;

[0028] A Figura 12 mostra uma vista em elevação frontal de uma segunda concretização do meio de acoplamento de acordo com a invenção;

[0029] A Figura 13 mostra uma vista em perspectiva de um segmento roscado do eixo central da Figura 5;

[0030] A Figura 14 mostra uma vista de um corte longitudinal do dispositivo de travamento da Figura 4, com os elementos de travamento retirados;

[0031] A Figura 15 mostra uma vista de um corte longitudinal do dispositivo de travamento da Figura 4, com os elementos de travamento estendidos;

[0032] A Figura 16 mostra uma vista de um corte longitudinal do dispositivo de travamento da Figura 3 e, parcialmente, do elemento de desgaste e do suporte da Figura 1, na posição montada mas com os elementos de travamento retirados.

[0033] A Figura 17 mostra uma vista de um corte longitudinal do dispositivo de travamento da Figura 3 e, parcialmente, do elemento de desgaste e do suporte da Figura 1, na posição montada e com os elementos de travamento estendidos.

Descrição detalhada das concretizações da invenção

[0034] A Figura 1 mostra uma vista em perspectiva explodida de um elemento de desgaste 1, um suporte 2 para o elemento de desgaste 1 e um dispositivo de travamento 3. O suporte 2 tem um orifício passante 4 no seu nariz e o elemento de desgaste 1 também tem orifícios laterais 5 nos lados da cavidade na qual o nariz será alojado, de tal modo que na posição montada, o orifício passante 4 e os orifícios laterais 5 estão pelo menos parcialmente alinhados. O dispositivo de travamento 3 (ver Figura 2) compreende um eixo central 6 formado por um primeiro segmento roscado 7, um segundo segmento roscado 7 e meio de acoplamento 8 unindo ambos segmentos roscados. As roscas de ambos segmentos roscados 7 têm diferentes sentidos de rotação, isto é, uma é uma rosca direita enquanto a outra é uma rosca esquerda. Existe um elemento de travamento 9 em cada segmento roscado 7. Cada elemento de travamento 9 tem um orifício extremo 10 através do qual a extremidade do eixo central 6 é acessível. Na extremidade do eixo central 6 existem meios de parafusamento 11 (por exemplo, um orifício hexagonal ou uma cabeça hexagonal) de tal modo que um operador possa introduzir a chave correspondente através do orifício extremo 10 e girar o eixo central 6. O conjunto do eixo central 6 com os segmentos roscados 7 é alojado dentro de um invólucro 12. O invólucro 12 tem dois parafusos de guia 13 que estão alojados dentro de duas guias 14 nos elementos de travamento 9. Os parafusos de guia 13 e as guias 14 realizam duas funções: por um lado eles impedem a rotação relativa entre o invólucro 12 e os elementos de travamento 9 e, por outro lado, impedem que os elementos de travamento 9 sejam capazes de sair completamente fora do invólucro 12 ou do correspondente segmento roscado 7. O dispositivo de travamento 3 é alojado dentro do orifício passante 4, e uma vez que o elemento de desgaste 1 é posicionado sobre o nariz do suporte 2, acesso ao eixo central 6 é obtido por meio da ferramenta correspondente e os dois elementos de travamento 9 são simultaneamente desroscados (como um resultado do sistema com duas roscas em direções opostas). Os dois elementos de travamento 9, portanto, se projetam a partir do invólucro 12 até serem alojados dentro dos orifícios laterais 5, tempo do qual o elemento de desgaste 1 é retido na posição montada. Como pode ser visto, nem a geometria externa do invólucro 12 nem a geometria interna do orifício passante 4 são cilindros circulares. A rotação relativa entre o dispositivo de travamento 3 e o suporte 2 é, assim, evitada.

[0035] Como pode ser visto, a presente invenção é independente do fato que o elemento de desgaste é um dado elemento de desgaste (um dente, um adaptador, etc.). O elemento de desgaste pode ser qualquer elemento desde que seja fixado ao suporte correspondente através de um dispositivo de travamento de acordo com a invenção.

[0036] A Figura 3 mostra um dispositivo de travamento 3 com os elementos de travamento 9 completamente retirados, de modo que apenas o invólucro 12 e os parafusos de guia 13 são vistos. A Figura 4 mostra o dispositivo de travamento 3 da Figura 3 mas sem o invólucro 12, enquanto a Figura 5 mostra o eixo central 6 com os dois segmentos roscados 7 e o meio de acoplamento 8.

[0037] As Figuras de 6 a 11 mostram o meio de acoplamento 8 de acordo com a invenção compreendendo um disco 15 com um eixo geométrico de rotação. Em cada uma das faces do disco 15 existe uma projeção 16 alongada com uma seção transversal substancialmente em forma de T. Esta projeção 16 é apropriada para ser alojada em um canal 17 disposto na extremidade do segmento roscado 7 (ver Figura 13) e com uma seção transversal em forma de T invertido. Adicionalmente, a superfície lateral 18 do disco 15 não é lisa, mas sim compreende uma pluralidade de ranhuras 19 estendendo axialmente e distribuídas uniformemente em uma direção circunferencial em torno da superfície lateral 18. Estas ranhuras 19, juntamente com um parafuso de fixação 20 disposto no invólucro 12, atuam como meio de retenção que impedem que o meio de acoplamento 8 gire no caso de vibrações.

[0038] As superfícies da projeção 16 têm uma pluralidade de chanfros 21 ou planos inclinados que não estão presentes no canal 17 (que, preferivelmente, tem uma seção transversal constante). Esses chanfros 21 ou planos inclinados geram desse modo as aberturas que permitem um determinado movimento relativo entre a projeção 16 e o canal 17. Certas deformações no eixo central 6 podem assim ser absorvidas sem o meio de acoplamento 8 parar de realizar a sua função principal (transmitir movimento rotacional a partir de um segmento roscado 7 para o outro) como um resultado. Particularmente, em relação ao chanfro presente sobre a superfície superior da cabeça do T, deve ser considerado que, dependendo da geometria e dos materiais usados, existe um ângulo de rotação máxima relativa entre um segmento roscado 7 e o disco 15 antes do material entrar na área de deformação plástica. Preferivelmente, o chanfro da superfície superior da cabeça do T tem um ângulo que é maior ou igual ao referido ângulo de rotação máxima relativa.

[0039] Do mesmo modo, entre as superfícies da projeção 16 e as superfícies correspondentes do canal 17, naqueles segmentos nos quais eles são paralelos, existe uma folga 22 maior do que aquela que é estritamente necessária para permitir a montagem da projeção 16 no canal 17 e maior do que aquela que é estritamente necessária resultando a partir da tecnologia de fabricação. Em outras palavras, o conjunto é projetado de tal forma que ele tem “folga excessiva”. Esta “folga excessiva” é o que vai permitir o movimento relativo entre o meio de acoplamento 8 e os segmentos roscados 7 que absorve as deformações que possam existir no eixo central 6 enquanto a máquina funciona. Como indicado anteriormente, estas folgas 22 existentes entre cada par de superfícies opostas uma a outra em qualquer uma das linguetas e as ranhuras são, preferivelmente, superior em pelo menos 15%, preferivelmente, superior em pelo menos 20%, do que a tolerância mínima requerida calculada de acordo com a norma DIN 7168 (as porcentagens são medidas em relação à tolerância mínima requerida). No caso específico no qual a lingueta e a ranhura têm uma projeção 16 com uma seção transversal em forma de T, este critério “de mínimos” (que a folga 22 é superior em pelo menos 15%, preferivelmente, superior em pelo menos 20%, do que a tolerância mínima calculada requerida de acordo com a norma DIN 7168) é, preferivelmente, encontrado na “pescoço” da lingueta e ranhura, ou seja, entre a parede vertical (de acordo com a Figura 11) do T e a parede vertical do canal 17. Vantajosamente, as outras folgas existentes entre a cabeça do T e as paredes do canal 17 que a circunda são pelo menos 50% maior (e, preferivelmente, duas vezes) do que a folga 22 no pescoço. É também vantajoso, no caso de uma projeção 16 em forma de T, que a largura do pescoço do T ser 2/3 da largura da cabeça do T (ambas medidas de acordo com a seção transversal da Figura 11). É também vantajoso que a altura do pescoço do T seja igual à altura da cabeça do T (ambas medidas de acordo com a seção transversal da Figura 11).

[0040] A Figura 12 mostra o meio de acoplamento 8 semelhante à aqueles das Figuras 6 a 11, mas no qual a projeção 16 sobre a face superior (de acordo com a Figura 12) do disco 15 se estende de acordo com um diâmetro que está girado em 90° em relação ao diâmetro de acordo com o qual a projeção 16 se estende sobre a face inferior do disco 15.

[0041] As Figuras 14 e 15 mostram uma vista de um corte longitudinal do dispositivo de travamento 3 da Figura 4. O dispositivo de travamento completo 3 inclui um invólucro 12, mas o invólucro 12 foi removido para maior clareza nestes desenhos. Na Figura 14, os elementos de travamento 9 são retirados. A partir desta posição, o operador pode acessar o eixo central 6 por qualquer uma das suas duas extremidades e gira-lo com uma ferramenta adequada. A rotação aplicada ao segmento roscado 7 por um lado move o elemento de encaixe 9 correspondente para o lado de fora e, por outro lado, gira o meio de acoplamento 8 integralmente e leva com ele o outro segmento roscado 7, que por sua vez causa o movimento para fora do outro elemento de travamento 9, até alcançar a posição mostrada na Figura 15. Em uma “posição ideal”, o primeiro eixo geométrico de rotação do primeiro segmento roscado 7 e o segundo eixo geométrico de rotação do segundo segmento roscado 7 se coincidem completamente um com o outro e com o eixo geométrico de rotação do disco 15 do meio de acoplamento 8. No entanto, o dispositivo de travamento 3, de acordo com a presente invenção, continua a trabalhar satisfatoriamente sob “condições de trabalho normais” nas quais o primeiro eixo geométrico de rotação não mais coincide completamente com o segundo eixo geométrico de rotação uma vez que o meio de acoplamento 8 permite, por um lado, absorver estes desvios, protegendo, assim, as roscas e, por outro lado, transmitir o movimento rotacional a partir de um segmento roscado 7 para o outro apesar das deformações sofridas.

[0042] As Figuras 16 e 17 são equivalentes às Figuras 14 e 15, mas um corte transversal de toda a montagem do dispositivo de travamento 3 (com o invólucro 12 incluído) foi representado e, além disso, o elemento de desgaste 1 e o suporte 2 da Figura 1 foram parcialmente representados. As tensões as quais o dispositivo de travamento é sujeito podem ser vistas mais claramente nestes desenhos. Durante o uso, o elemento de desgaste 1 tende a mover-se para a frente (para cima nas Figuras 16 e 17), levando com ele as extremidades dos elementos de travamento 9. Consequentemente, a parte central do dispositivo de travamento 3 é comprimida contra a parede frontal do orifício passante 4, obrigando-o a trabalhar sob tensões de flexão. Estas tensões podem conduzir às deformações indicadas acima, bem como a deterioração das roscas dos dois segmentos roscados 7.

Claims

1. Dispositivo de travamento, para fixar um elemento de desgaste (1) em um suporte (2) em uma máquina de terraplanagem, compreendendo: - um eixo central (6) com um primeiro segmento roscado para a direita (7) e definindo um primeiro eixo geométrico de rotação e um segundo segmento roscado para a esquerda (7) definindo um segundo eixo geométrico de rotação, - um primeiro elemento de travamento (9) roscado sobre o referido primeiro segmento roscado (7) e um segundo elemento de travamento (9) roscado sobre o referido segundo segmento roscado (7), - meio de aparafusamento em pelo menos uma das extremidades do referido eixo central (6) e acessível a partir do lado de fora através de pelo menos um dos referidos elementos de travamento (9), sendo que o referido primeiro segmento roscado (7) e o referido segundo segmento roscado (7) estão ligados um ao outro por meios de acoplamento (8), sendo que os referidos meios de acoplamento (8) são adequados para transmitir movimento rotacional entre o referido primeiro segmento roscado (7) e o referido segundo segmento roscado (7), caracterizado pelo fato de os referidos meios de acoplamento (8) compreenderem um disco (15) com um eixo geométrico de rotação e com uma primeira face oposta em uma extremidade do referido primeiro segmento roscado (7) e uma segunda face oposta em uma extremidade do referido segundo segmento roscado (7), sendo que entre a referida primeira face e a extremidade do primeiro segmento roscado (7) existe uma primeira lingueta e ranhura estendendo de acordo com um primeiro diâmetro, de tal modo que o referido disco (15) e o referido primeiro segmento roscado (7) são adequados para movimento um em relação ao outro de acordo com o referido primeiro diâmetro e entre a referida segunda face e a extremidade do segundo segmento roscado (7) existe uma segunda lingueta e ranhura estendendo de acordo a um segundo diâmetro, de tal modo que o referido disco (15) e o referido segundo segmento roscado (7) são adequados para movimento um em relação ao outro de acordo com o referido segundo diâmetro.

2. Dispositivo de travamento, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de o referido primeiro diâmetro e o referido segundo diâmetro ser um paralelo ao outro.

3. Dispositivo de travamento, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de o referido primeiro diâmetro e o referido segundo diâmetro ser um perpendicular ao outro.

4. Dispositivo de travamento, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 3, caracterizado pelo fato de a referida primeira lingueta e ranhura e/ou a referida segunda lingueta e ranhura incluir uma projeção (16) e um canal (17), onde a seção transversal de acordo com, respectivamente, o referido primeiro diâmetro e/ou o referido segundo diâmetro da referida projeção (16) é menor do que a seção transversal do referido canal (17).

5. Dispositivo de travamento, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 4, caracterizado pelo fato de a referida primeira lingueta e ranhura e/ou a referida segunda lingueta e ranhura incluir uma projeção (16) e um canal (17), onde a seção transversal de acordo com, respectivamente, o referido primeiro diâmetro e/ou o referido segundo diâmetro da referida projeção (16) tem chanfros (21).

6. Dispositivo de travamento, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 5, caracterizado pelo fato de a referida primeira lingueta e ranhura e/ou a referida segunda lingueta e ranhura incluir uma projeção (16) da qual a seção transversal de acordo com, respectivamente, o referido primeiro diâmetro e/ou o referido segundo diâmetro é mais larga na sua extremidade livre do que na sua base e um canal (17) do qual a seção transversal é mais larga na sua base do que na sua extremidade aberta.

7. Dispositivo de travamento, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 6, caracterizado pelo fato de a referida primeira lingueta e ranhura e/ou a referida segunda lingueta e ranhura incluir uma projeção (16) da seção transversal da qual de acordo com, respectivamente, o referido primeiro diâmetro e/ou o referido segundo diâmetro tem uma forma de T e um canal (17) do qual a seção transversal tem a forma de T invertido correspondente.

8. Dispositivo de travamento, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 7, caracterizado pelo fato de entre cada par de superfícies uma oposta a outra na citada primeira lingueta e ranhura e/ou segunda lingueta e ranhura existir uma folga (22) que é maior em pelo menos 15% do que a tolerância mínima requerida calculada de acordo com a norma DIN 7168.

9. Dispositivo de travamento, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 5 a 8, quando dependendo da geometria da referida primeira lingueta e ranhura e/ou segunda lingueta e ranhura existir um ângulo de rotação máxima relativa entre o referido segmento roscado (7) e o referido disco (15) antes do material entrar na área de deformação plástica, caracterizado pelo fato de aqueles referidos chanfros (21) dispostos na mesma direção rotacional, conforme o referido ângulo de rotação máxima relativa, terem um ângulo que é maior do que ou igual ao referido ângulo de rotação máxima relativa.

10. Dispositivo de travamento, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 9, caracterizado pelo fato de compreender um invólucro (12) dentro do qual estão alojados o referido eixo central (6) e, pelo menos parcialmente, o referido primeiro elemento de travamento (9) e o segundo elemento de travamento (9).

11. Dispositivo de travamento, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado pelo fato de o referido disco (15) ter uma superfície lateral não lisa (18) e o referido invólucro (12) compreender um parafuso de retenção (20) na extremidade livre a qual é adequada para que entrar em contato com a referida superfície lateral não lisa (18).

12. Dispositivo de travamento, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 11, caracterizado pelo fato de entre os referidos meios de acoplamento (8) e cada um dos referidos primeiro segmento roscado (7) e segundo segmento roscado (7), existir uma junta feita a partir de um material polimérico elástico com múltiplas cavidades internas fechadas cheias com gás.