BR112016023323B1

BR112016023323B1 - Dispositivo antivibratório para a usinagem de eixo

Info

Publication number: BR112016023323B1
Application number: BR112016023323-9A
Authority: BR
Inventors: Claude Dejaune; Cyril DOUADY
Original assignee: Safran Aircraft Engines
Priority date: 2014-04-08
Filing date: 2015-04-08
Publication date: 2023-01-10
Also published as: RU2701778C2; EP3129179A1; CN106163737B; RU2016143180A; FR3019480B1; CA2948040C; US10195680B2; FR3019480A1; CN106163737A; WO2015155469A1; RU2016143180A3; CA2948040A1; JP6606512B2; BR112016023323A2; JP2017514706A; US20170028489A1

Abstract

DISPOSITIVO ANTIVIBRATÓRIO PARA A USINAGEM DE EIXO. Trata-se de dispositivo antivibratório (10) para a usinagem de um eixo (30) que compreende um primeiro anel fixo destinado a ser mantido no interior de um eixo (30) por meio de um ombro (17), sendo que o dito dispositivo antivibratório compreende: - pelo menos uma primeira ranhura exterior (12) e pelo menos uma primeira junta exterior (121) para formar pelo menos um contato com a superfície interior do eixo (30); - pelo menos uma primeira ranhura circunferencial interior (11) e pelo menos uma primeira junta interior (110) para formar pelo menos um contato com a superfície exterior da barra (30) - uma cavidade circunferencial interior (18) com capacidade para fazer circular um fluido (122) que chega por um primeiro conduto (14, 16) e que sai por um segundo conduto (13, 15), sendo que o primeiro (14, 16) e o segundo condutos (13, 15) atravessam a espessura radial do dispositivo antivibratório (10), sendo que a cavidade circunferencial interior (18) permite realizar uma função de amortecedor de vibrações quando um fluido (122) atravessa a mesma.

Description

CAMPO

[0001] O campo da invenção refere-se a dispositivos para usinagem e mais particularmente de alisamento e de retificação de eixos, especialmente de turbina. O campo da invenção refere-se aos dispositivos que permitem limitar as vibrações induzidas por operações de usinagem que compreendem o alisamento e a retificação de um eixo.

ESTADO DA TÉCNICA

[0002] Atualmente, existem diferentes técnicas que permitem alisar e retificar eixos. Essas operações podem se tornar muito complexas para serem controladas quando essa operação precisa ser conduzida sobre um grande comprimento de eixo e a operação é realizada “às cegas”, ou seja, sem visibilidade da operação conduzida.

[0003] Em particular, a ferramenta que permite conduzir a usinagem deve garantir uma exatidão da operação para garantir um “delta toile” constante, ou seja, para garantir que a tolerância sobre o diâmetro interno dos eixos seja respeitada sem a presença de ondulações a fim de respeitar os critérios de funcionamento dinâmico. Além disso, ela deve garantir um diâmetro usinado em um intervalo de tolerância limitado. Aliás, a ferramenta deve garantir um equilíbrio e uma regularidade do estado da superfície obtida após a usinagem.

[0004] Em geral, para eixos de turbomáquina de um motor de aeronave, as ordens de grandeza são para o comprimento de usinagem de 2.300 mm, para o “delta toile” de 0,01 mm e para a tolerância da exatidão de 0,02 mm

[0005] Atualmente, essa operação de calibragem é realizada sobre uma máquina de perfuração com uma barra equipada de uma cabeça de calibragem em sua extremidade.

[0006] Um problema constatado é que quanto menor o diâmetro do eixo a ser usinado, mais vibrações surgem por ocasião da usinagem. Os fenômenos de vibrações gerados nesse tipo de usinagem correspondem a um movimento relativo entre a peça usinada e a ferramenta de corte, o que se traduz por ondulações mais ou menos acentuadas da superfície usinada.

[0007] Quanto mais a barra que contém a ferramenta de corte compreender um diâmetro pequeno, mais as amplitudes das vibrações serão suscetíveis de aumentar.

[0008] No caso de uma retificação profunda levando-se em conta a proporção de diâmetro/comprimento a ser usinado, o fenômeno de vibrações é muito difícil de ser resolvido.

[0009] Existem diferentes soluções dentre as quais especialmente por exemplo: - a rigidificação da peça pela colocação de aberturas para observação a fim de se manter exteriormente o eixo durante a usinagem de perfuração em rotação; - a escolha de ferramentas de corte por uma otimização do ângulo de corte, a nuance ou os revestimentos; - uma otimização dos parâmetros de corte, tais como: a velocidade de rotação, o número de interrupções de corte, do avanço por vez e a regulagem da vazão/pressão do refrigerante solúvel.

[0010] Ora, essas soluções não são completamente satisfatórias pois as mesmas não suprimem totalmente o aparecimento das vibrações. Além disso, as mesmas são às vezes complexas e difíceis de serem executadas.

SUMÁRIO DA INVENÇÃO

[0011] A invenção permite resolver os inconvenientes citados anteriormente.

[0012] Um objetivo da invenção se refere a um dispositivo antivibratório para a calibragem ou para a usinagem de um eixo oco, distinguido pelo fato de que ele compreende um primeiro elemento destinado a ser mantido pelo menos parcialmente no interior do eixo em posição fixa em relação ao mesmo e que permita a guia de uma barra de guia que circula axialmente no interior do eixo, sendo que o primeiro elemento compreende: - pelo menos um primeiro dispositivo de amortecimento mecânico disposto na periferia exterior do primeiro elemento em frente à superfície interna do eixo e que faz contato com o mesmo; - pelo menos um segundo dispositivo de amortecimento mecânico disposto internamente à periferia do primeiro elemento em frente à superfície exterior da barra de guia e que faz contato com a mesma.

[0013] Vantajosamente, o primeiro elemento compreende, também, um dispositivo de amortecimento hidráulico por meio de uma lâmina de fluido lubrificante que escoa através do primeiro elemento.

[0014] Vantajosamente, o primeiro elemento é um primeiro anel mantido fixo axialmente em relação ao eixo por meio de um ombro, sendo que o dito dispositivo antivibratório compreende: - pelo menos uma primeira ranhura exterior e pelo menos uma primeira junta exterior adaptada para cooperar na dita primeira ranhura exterior e que forma o primeiro dispositivo de amortecimento; - pelo menos uma primeira ranhura circunferencial interna e pelo menos uma primeira junta interna adaptada para cooperar na dita primeira junta interna e que forma o segundo dispositivo de amortecimento; - uma cavidade circunferencial interna com a capacidade de fazer circular um fluido que entra por um primeiro conduto e que sai de novo por um segundo conduto, sendo que o primeiro e o segundo condutos atravessam a espessura radial do dispositivo antivibratório, sendo que a cavidade circunferencial interna forma o dispositivo hidráulico quando uma lâmina de fluido lubrificante escoa através do primeiro elemento.

[0015] Vantajosamente, a primeira e a segunda ranhuras circunferenciais internas estão situadas respectiva e sensivelmente próximas de cada uma das extremidades do primeiro anel.

[0016] Vantajosamente, a cavidade circunferencial interna estende-se longitudinalmente entre: - uma primeira extremidade na proximidade da primeira ranhura circunferencial interna; - uma segunda extremidade na proximidade da segunda ranhura circunferencial interna.

[0017] Vantajosamente, o primeiro conduto compreende uma primeira abertura curvada que permite a passagem de um fluido do exterior do dispositivo antivibratório em direção à cavidade circunferencial interna, sendo que a dita primeira abertura curvada compreende uma abertura longitudinal ao longo da superfície exterior do primeiro anel e um prolongamento radial que desemboca na cavidade circunferencial interna na proximidade da primeira extremidade da dita cavidade.

[0018] Vantajosamente, o segundo conduto compreende uma segunda abertura curvada que permite a passagem de um fluido da cavidade circunferencial interna em direção ao exterior do dispositivo antivibratório, sendo que a dita segunda abertura curvada compreende uma abertura radial na proximidade da segunda extremidade da dita cavidade e um prolongamento longitudinal que atravessa o ombro de forma a desembocar na direção do exterior do dito dispositivo antivibratório.

[0019] Vantajosamente, o dispositivo antivibratório compreende um segundo elemento destinado a ser mantido pelo menos parcialmente no exterior de uma cabeça de usinagem em posição fixa em relação ao mesmo, sendo que o segundo elemento compreende pelo menos um terceiro dispositivo de amortecimento mecânico disposto na periferia exterior do segundo elemento em frente à superfície interna do eixo e que faz contato com o mesmo.

[0020] Vantajosamente, o segundo elemento compreende uma ranhura exterior e uma segunda junta exterior adaptada para cooperar com a dita segunda ranhura exterior e que forma o terceiro dispositivo de amortecimento mecânico.

[0021] Vantajosamente, os corpos do primeiro e/ou do segundo elemento são de poliamida.

[0022] Um outro objetivo da invenção refere-se a uma cabeça de usinagem destinada à perfuração de um eixo que envolve um conjunto de sapatas, sendo que a dita cabeça de usinagem é guiada por uma barra de guia afixada à cabeça de usinagem por um dispositivo de aperto, distinguido pelo fato de que um anel móvel está montado solidariamente e sobre a dita cabeça de usinagem, sendo que o dito anel móvel envolve uma ranhura exterior e uma junta exterior adaptada para cooperar com a dita segunda ranhura exterior para formar pelo menos um contato com a superfície interna do eixo que permite absorver uma parte das vibrações mecânicas geradas por ocasião da usinagem de um eixo.

[0023] Vantajosamente, o dispositivo de aperto é um anel de aperto.

[0024] Vantajosamente, o anel móvel é mantido fixo longitudinalmente à periferia da dita cabeça de usinagem entre uma borda de extremidade da dita cabeça de usinagem e o anel de aperto.

[0025] Outro objetivo da invenção refere-se a um sistema de usinagem antivibratório que compreende: - uma cabeça de usinagem da invenção que compreende uma entrada que permite a introdução de um fluido de lubrificação na parte de um eixo a ser furado; - um dispositivo antivibratório da invenção adaptado à passagem da barra de guia por ocasião da usinagem de um eixo.

BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

[0026] Outras características e vantagens da invenção surgirão durante a leitura da descrição detalhada que se segue, com referência às Figuras anexas, que ilustram: - Figura 1: um anel fixo da invenção que compreende uma cavidade na qual circula um fluido; - Figura 2: um anel móvel da invenção destinado a ser afixado a uma cabeça de usinagem; - Figura 3: um sistema de usinagem antivibratório da invenção inserido em um eixo a ser furado.

DESCRIÇÃO

[0027] A Figura 1 representa um dispositivo antivibratório da invenção que compreende um primeiro elemento que forma um anel fixo 10 destinado a ser afixado a um eixo oco 30 a ser furado que se estende de acordo com um eixo longitudinal 30A. O eixo 30 está representado na Figura 3.

[0028] O anel fixo 10 compreende um corpo 10A que se estende de acordo com um eixo longitudinal 10B e dotado de uma abertura central 10C que se estende de acordo com o dito eixo e que atravessa de lado a lado o corpo 10A. Esse último é prolongado de um ombro 17 a uma de suas extremidades. O ombro 17 permite definir uma superfície de apoio entre o anel fixo 10 e uma extremidade do eixo a ser furado 30. O ombro 17 do anel fixo 10 permite, portanto, manter fixo longitudinalmente o anel fixo 10 em relação ao eixo 30.

[0029] O corpo 10A do anel fixo 10 compreende uma primeira ranhura exterior 12 e pelo menos uma primeira junta exterior 121 adaptada para cooperar com a primeira ranhura exterior 12 para formar um contato circunferencial com a superfície interior do eixo 30 quando o anel fixo 10 estiver montado sobre o eixo 30.

[0030] O anel fixo 10 compreende igualmente uma primeira ranhura circunferencial interior 11 e pelo menos uma primeira junta interior 110 adaptada para cooperar com o mesmo para formar um contato circunferencial com a superfície exterior de uma barra de guia 40 de uma ferramenta de corte tal como uma cabeça de usinagem 50 representada na Figura 3. Essa primeira ranhura 11 está disposta na proximidade de uma das bordas do anel fixo 10, ou seja, em uma de suas extremidades, de preferência no lado oposto do ombro 17.

[0031] O anel fixo 10 compreende uma segunda ranhura circunferencial interior 11’ e pelo menos uma primeira junta interior 110’ adaptada para cooperação para formar um contato circunferencial com a superfície exterior de uma barra de guia 40 de uma ferramenta de corte tal como uma cabeça de usinagem 50. Essa segunda ranhura 11’ está disposta na proximidade da outra borda do anel fixo 10, ou seja, na extremidade oposta onde encontra-se colocada a primeira ranhura circunferencial 11, de preferência na extremidade que envolve o ombro 17.

[0032] As juntas 110 e 110’ permitem formar um contato com um eixo de guia 40 e permitem limitar os vazamentos ou a passagem de um fluido que circula no anel 10.

[0033] A abertura 10C do anel fixo 10 compreende ainda uma cavidade circunferencial interior 18 com a capacidade de fazer circular um fluido 122 que entra por um primeiro conduto 14, 16 e que sai por um segundo conduto 13, 15.

[0034] A cavidade 18 usinada no anel 10 possui a forma de uma banheira circunferencial. Por esse motivo, a espessura do anel sobre o comprimento da banheira é menor do que a espessura em suas extremidades. Assim um certo volume de fluido pode circular no anel fixo 10 sobre uma dada espessura.

[0035] O fluido que atravessa o anel pode apenas utilizar a cavidade por motivo da presença: - das juntas interiores 110, 110’ que bloqueiam o escoamento do fluido 122 pela abertura principal 10C do anel fixo 10 e; - da junta exterior 121 que bloqueia o escoamento do fluido na periferia exterior do anel fixo 10 entre o eixo 30 e o anel fixo 10.

[0036] De preferência, as juntas interiores e exterior são de material adaptado para resistir à água, aos óleos e aos lubrificantes.

[0037] O fluido 122 é vantajosamente um fluido de lubrificação que pode ser introduzido por ocasião da usinagem especialmente pela ferramenta de corte que pode compreender uma abertura que permita a injeção do lubrificante.

[0038] O anel fixo 10 permite redirecionar de volta o lubrificante 122 para o exterior do eixo 30 utilizando ao mesmo tempo o seu escoamento na cavidade 18 do anel fixo 10 como um amortecedor de vibrações geradas pela operação de usinagem.

[0039] Para encaminhar o lubrificante 122 para o interior da cavidade 18, o anel fixo compreende aberturas 16, 14 sobre sua extremidade situada no interior do eixo 30. As aberturas 16, 14 realizam condutos curvados 16, 14 ou ainda aberturas curvadas 16, 14.

[0040] A Figura 1 representa em vista de corte uma ranhura curvada 16, 14 na qual uma primeira ranhura longitudinal que desemboca por um lado para a extremidade do anel fixo 10 e por outro lado para uma ranhura radial 14 que desemboca na cavidade 18.

[0041] Assim o lubrificante injetado anteriormente no eixo a ser furado por uma abertura (não representada) da ferramenta de corte 50 pode ressaltar utilizando pelo menos um primeiro conduto 14, 16 que desemboca na cavidade oca 18 do anel fixo 10, formando uma cavidade circunferencial 18.

[0042] O anel fixo 10 pode compreender um grande número de aberturas 16, 14 que formam aberturas curvadas. A Figura 1 representa, por exemplo, duas aberturas radiais 14 no plano de corte e duas aberturas radiais na vista representada. Daí se deduz que nesse exemplo seis ranhuras radiais estão presentes e são prolongadas para tantas ranhuras longitudinais que desembocam no interior do eixo.

[0043] A distribuição das aberturas 16, 14 pode ser distribuída uniformemente na periferia do anel fixo 10.

[0044] Assim o número de aberturas 14, 16 pode ser dimensionado em função de uma vazão de fluido para fazer circular na cavidade e, portanto, a uma taxa de amortecimento para fazer diminuir as vibrações.

[0045] De acordo com um modo de realização, o anel fixo 10 compreende segundas aberturas de saídas 13, 15 dispostas simetricamente em relação às primeiras aberturas 16, 14 na outra extremidade do anel fixo 10, ou seja, do lado do exterior do eixo. A sua geometria pode estar sensivelmente próxima das aberturas 14, 16, ou seja, em forma “curvada”. Aberturas radiais 13 que formam espaços dispostos na periferia do anel fixo 10 são prolongadas por aberturas longitudinais 15 que desembocam no exterior do anel fixo 10 do lado exterior do eixo 30. De acordo com um modo de realização, as aberturas longitudinais 15 formam aberturas que atravessam o ombro 17 do anel fixo 10.

[0046] O fluido 122 utiliza o caminho formado pela linha pontilhada representada na Figura 1. O fluido 122 presente no interior do eixo 30 entra no anel fixo 10 do lado da junta 110 utilizando os condutos curvados 16, 14, depois escoa para a cavidade circunferencial 18 para ser em seguida ejetado por meio dos condutos curvados 13, 15.

[0047] A cavidade circunferencial 18 permite realizar uma função de amortecedor de vibrações quando um fluido 22, tal como um lubrificante, atravessa a mesma. O fluido que atravessa a cavidade circunferencial 18 permite gerar uma lâmina de fluido que ligada à viscosidade gera um coeficiente de amortecimento suplementar por absorção de energia.

[0048] A Figura 2 representa um segundo elemento que forma um anel móvel 20 destinado a ser afixado a uma ferramenta de corte móvel tal como uma cabeça de usinagem 50 representada na Figura 3. O anel móvel 20 compreende um corpo anular 20A de eixo 20B e na periferia exterior do qual está disposta uma ranhura circunferencial 23 adaptada para receber uma junta 22. A junta 22 é destinada a criar uma zona de contato entre o anel móvel 20 e a superfície interior do eixo a ser furado/usinado 30 de maneira a amortecer uma parte das vibrações geradas por ocasião da usinagem do eixo 30. O anel móvel 20 está colocado sobre a parte traseira da cabeça de usinagem 50, ou seja, sobre a parte da cabeça 50 mais próxima da saída do eixo 30. A parte de trás do anel móvel 20 é a parte mais afastada do fundo do eixo 30 quando a cabeça de usinagem 50 é introduzida às cegas em um eixo 30.

[0049] O anel móvel 20 é mantido solidário à cabeça de usinagem 50. Para esse efeito, essa pode ser mantida por um anel de aperto 60.

[0050] De acordo com os modos de realização, o anel móvel 20 pode ter diferentes perfis, tal como um perfil anular cilíndrico ou um perfil bisotado de maneira a compreender uma face em forma de coroa cônica que repousa sobre uma face circular e inclinada da cabeça de usinagem 50.

[0051] A face inferior periférica 24 do anel móvel 20 repousa sobre uma face superior periférica da cabeça de usinagem 50.

[0052] A Figura 3 representa uma montagem de uma cabeça de usinagem 50 que compreende sapatas de guia 51 que é adaptada a um eixo 30 oco a ser furado graças a uma barra de guia 40.

[0053] A barra de guia 40 é tornada solidária à cabeça de usinagem 50 graças a um anel de aperto 60. O anel de aperto 60 pode compreender uma dupla função: - manter solidariamente a cabeça de usinagem 50 com a barra de guia 40; - manter solidariamente o anel móvel 20 com a cabeça de usinagem 50.

[0054] Vantajosamente, a barra de guia 40 e a cabeça de usinagem 50 compreendem dispositivos que permitem a introdução de um fluido 122 tal como um lubrificante no fundo do eixo 30 a ser usinado. Esse lubrificante pode ser evacuado pelo anel fixo 10 como detalhado anteriormente. A vazão do lubrificante injetado pode ser ajustada de acordo com a vazão de fluido que circula na cavidade circunferencial desejada para adaptar uma resposta de frequência às vibrações geradas.

[0055] O anel fixo 10 pode ser montado sobre a barra de guia 40 e introduzido no eixo 30 ao mesmo tempo que a ferramenta de corte 50 que está ligada à barra de guia 40.

[0056] O anel fixo 10 e o anel móvel 20 podem ser fabricados de poliamida. Além disso, um conjunto formado com esses dois anéis pode ser colocado antes da usinagem de um eixo de maneira a diminuir as vibrações geradas por ocasião da usinagem de um eixo de um grande comprimento. A colocação dos dois anéis pode simplesmente ser realizada escolhendo-se um anel fixo cujo diâmetro interior esteja adaptado à passagem de uma barra de guia 40 e cujo diâmetro exterior esteja adaptado a cooperar com o diâmetro interior do eixo 30.

[0057] Identicamente, o anel móvel 20 pode ser escolhido de maneira a cooperar com uma dada cabeça de usinagem 50. O mesmo pode ser especialmente concebido para uma dada cabeça de usinagem 50. Em um outro modo de realização, o anel móvel 20 pode ser associado a anéis de calibração, permitindo criar uma espessura suplementar entre a cabeça de usinagem 50 e o anel móvel 20. Isso permite, por exemplo, realizar anéis móveis 20 de diâmetro maior para ser compatível com um maior número de cabeças de usinagem 20, ao mesmo tempo compatível com um funcionamento correto.

[0058] Uma vantagem do dispositivo antivibratório da invenção e em particular do anel fixo 10 é que esse envolve também uma função de guia da barra de guia 40 no eixo 30. Essa função de guia permite atingir uma maior precisão sobre a exatidão da adaptação da barra de guia 40 e, portanto, da cabeça de usinagem 50 com o eixo a ser furado 30.

[0059] A diminuição das vibrações obtidas com o dispositivo da invenção é a combinação dos efeitos de amortecimentos conjuntos entre, por um lado, aqueles produzidos pelas juntas 110, 110’, 121 e 22 e, por outro lado, aqueles produzidos pelo fluido que circula na cavidade do anel fixo 10. O conjunto desses dois efeitos de amortecimentos mecânico e hidráulico permite adaptar a resposta de frequência das vibrações geradas por uma retenção mecânica e um coeficiente de viscosidade.

[0060] Além disso, os dois efeitos de amortecimentos permitem adaptar a resposta de frequência às vibrações geradas: - por um lado, entre a barra de guia 40 e o anel fixo 10 e; - por outro lado, entre o anel fixo 10 e o eixo 30 a ser furado e entre o anel móvel 20 e o eixo 30 a ser furado.

[0061] A diminuição por ocasião do alisamento do eixo 30 permite obter um melhor estado de superfície após o alisamento e, assim, sobre um grande comprimento do eixo 30. Especialmente, o dispositivo da invenção é compatível com qualquer tipo de comprimento de eixo a ser furado. Os resultados e as melhorias do estado de superfície se encontram de modo nitidamente significante sobre grandes comprimentos de eixo, especialmente superior a 1.800 mm chegando até eixo de comprimento de 2.300 mm a 2.500 mm. A invenção pode ser aplicada a qualquer tipo de diâmetro de alisamento, especialmente aqueles compreendidos entre 30 mm e 60 mm.

Claims

1. Dispositivo antivibratório (10) para a usinagem de um eixo oco (30) caracterizado pelo fato de que compreende um primeiro elemento (10) destinado a ser mantido pelo menos parcialmente no interior do eixo (30) em posição fixa em relação ao mesmo e que permite a orientação de uma barra de guia (40) que circula axialmente no interior do eixo (30), em que o primeiro elemento compreende: - pelo menos um primeiro meio de amortecimento mecânico (121) disposto na periferia exterior do primeiro elemento (30) voltado para a superfície interna do eixo (30) e que faz contato com a mesma; - pelo menos um segundo meio de amortecimento mecânico (110, 110’) disposto interiormente à periferia do primeiro elemento (10) voltado para a superfície externa da barra de guia (40) e que faz contato com a mesma.

2. Dispositivo antivibratório (10) para a usinagem de um eixo (30), de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o primeiro elemento (30) compreende, adicionalmente, um meio de amortecimento hidráulico (18) por intermédio de uma lâmina de fluido lubrificante (122) que escoa através do primeiro elemento (10).

3. Dispositivo antivibratório (10) para a usinagem de um eixo oco (30), de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que o primeiro elemento é um primeiro anel mantido fixo axialmente em relação ao eixo (30) por meio de um ombro (17), em que o dito dispositivo antivibratório compreende: - pelo menos uma primeira ranhura exterior (12) e pelo menos uma primeira junta exterior (121) adaptada para cooperar com a dita primeira ranhura exterior (12) e que formam o primeiro meio de amortecimento (121); - pelo menos uma primeira ranhura circunferencial interior (11) e pelo menos uma primeira junta interior (110) adaptada para cooperar com a dita primeira ranhura interior (11) e que formam o segundo meio de amortecimento (110, 110’); - uma cavidade circunferencial interior (18) com capacidade para fazer circular um fluido (122) que chega por um primeiro conduto (14, 16) e que sai por um segundo conduto (13, 15), sendo que o primeiro (14, 16) e o segundo conduto (13, 15) atravessam a espessura radial do dispositivo antivibratório (10), sendo que a cavidade circunferencial interior (18) forma o meio hidráulico (18) quando uma lâmina de fluido lubrificante escoa através do primeiro elemento.

4. Dispositivo antivibratório (10) para a usinagem de um eixo (30), de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que as primeira e segunda ranhuras circunferenciais interiores são situadas, respectivamente, substancialmente próximas de cada uma das extremidades do primeiro anel (10).

5. Dispositivo antivibratório (10) para a usinagem de um eixo (30), de acordo com qualquer uma das reivindicações 3 ou 4, caracterizado pelo fato de que a cavidade circunferencial interior (18) se estende longitudinalmente entre: - uma primeira extremidade (180) na proximidade da primeira ranhura circunferencial interior (11); - uma segunda extremidade (180’) na proximidade da segunda ranhura circunferencial interior (11’).

6. Dispositivo antivibratório (10) para a usinagem de um eixo (30), de acordo com qualquer uma das reivindicações 3 a 5, caracterizado pelo fato de que o primeiro conduto (14, 16) compreende: - uma primeira abertura curvada (16, 14) que permite a passagem de um fluido (122) do exterior do dispositivo antivibratório (10) em direção à cavidade circunferencial interior (18), em que a dita primeira abertura curvada compreende uma abertura longitudinal (16) ao longo da superfície exterior do primeiro anel (10) e um prolongamento radial (14) que desemboca na cavidade circunferencial interior (18) na proximidade da primeira extremidade da dita cavidade (18).

7. Dispositivo antivibratório (10) para a usinagem de um eixo (30), de acordo com qualquer uma das reivindicações 3 a 6, caracterizado pelo fato de que o segundo conduto (13, 15) compreende: - uma segunda abertura curvada (13, 15) que permite a passagem de um fluido (122) da cavidade circunferencial interior (18) em direção ao exterior do dispositivo antivibratório (10), em que a dita segunda abertura curvada (13, 15) compreende uma abertura radial (13) na proximidade da segunda extremidade da dita cavidade (18) e um prolongamento longitudinal (15) que atravessa o ombro (17) de modo a desembocar em direção ao exterior do dito dispositivo antivibratório (10).

8. Dispositivo antivibratório (10) para a usinagem de um eixo (30), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo fato de que compreende um segundo elemento (20) destinado a ser mantido pelo menos parcialmente no exterior de uma cabeça de usinagem (50) em posição fixa em relação à mesma, em que o segundo elemento compreende: - pelo menos um terceiro meio de amortecimento mecânico (22) disposto na periferia exterior do segundo elemento (20) voltado para a superfície interna do eixo e que faz contato com a mesma.

9. Dispositivo antivibratório (10) para a usinagem de um eixo (30), de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pelo fato de que o segundo elemento (20) compreende uma ranhura exterior (23) e uma segunda junta exterior (22) adaptada para cooperar com a dita segunda ranhura exterior (23) e que forma o terceiro meio de amortecimento mecânico

10. Dispositivo antivibratório (10) para a usinagem de um eixo (30), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 9, caracterizado pelo fato de que os corpos (10C, 20A) do primeiro e/ou do segundo elemento (10, 20) são de poliamida.

11. Cabeça de usinagem (50) destinada à perfuração de um eixo (30) que inclui um conjunto de sapatas (51), sendo que a dita cabeça de usinagem (50) é guiada por uma barra de guia (40) fixada na cabeça de usinagem (50) por um meio de fixação (60), caracterizada pelo fato de que um anel amovível (20) é montado solidariamente na dita cabeça de usinagem (50), em que o dito anel amovível (20) inclui uma ranhura exterior (23) e uma junta exterior (22) adaptada para cooperar com a dita segunda ranhura exterior (23) para formar pelo menos um contato com a superfície interior do eixo (30) que permite absorver uma parte das vibrações mecânicas geradas durante a usinagem de um eixo.

12. Cabeça de usinagem (50), de acordo com a reivindicação 11, caracterizada pelo fato de que o meio de fixação (60) é um anel de aperto (60).

13. Cabeça de usinagem (50), de acordo com a reivindicação 12, caracterizada pelo fato de que o anel amovível (50) é mantido fixo longitudinalmente em relação à periferia da dita cabeça de usinagem (50) entre uma borda de extremidade da dita cabeça de usinagem (50) e o anel de aperto (60).

14. Sistema de usinagem antivibratório caracterizado pelo fato de que compreende: - uma cabeça de usinagem (50) conforme definida em qualquer uma das reivindicações 11 a 13, que compreende uma entrada que permite a introdução de um fluido de lubrificação na parte de um eixo a ser perfurado; - um dispositivo antivibratório (10) conforme definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 10, adaptado para a passagem da barra de guia (40) durante a usinagem de um eixo (30).