BR112014002240B1

BR112014002240B1 - dispositivo espaçador modular temporário para articulações do corpo humano

Info

Publication number: BR112014002240B1
Application number: BR112014002240-2A
Authority: BR
Inventors: Renzo Soffiatti; Giovanni Faccioli
Original assignee: Tecres S.P.A
Priority date: 2011-09-19
Filing date: 2011-09-19
Publication date: 2021-05-11
Also published as: MX337164B; EP2758004A1; ES2550852T3; PL2758004T3; CA2843830C; AU2011377371A1; JP2014530036A; DK2758004T3; PT2758004E; IN2014CN00648A; BR112014002240A2; CN103841923B; AR086524A1; CN103841923A; MX2014002594A; JP5897716B2; AU2011377371B2; WO2013041905A1; EP2758004B1; CA2843830A1

Abstract

DISPOSITIVO ESPAÇADOR MODULAR TEMPORÁRIO PARA ARTICULAÇÕES DO CORPO HUMANO. Dispositivo espaçador modular descartável (1) da articulação de um joelho, compreendendo um elemento tibial (2, 2', 2") , pressionável contra uma das extremidades do osso tibial nas proximidades da articulação do joelho e compreendendo uma superfície inferior (7) e uma superfície superior (16, 16', 16"), contendo um raio de curvatura R2 e um elemento femoral ( 4, 4', 10 4"), contendo uma superfície interna (14), pressionável contra uma das extremidades do osso femoral na articulação do joelho e uma superfície convexa externa (15, 15', 15"), contendo um raio de curvatura R1 e em contato com a superfície superior (16, 16', 16") do elemento tibial (2, 2', 2"), o elemento tibial (2, 2', 2") e o elemento femoral ( 4' 4' ' 4") possuindo várias dimensões ou tamanhos, com o elemento tibial (2, 2', 2") sendo configurado de forma a ser acoplado a qualquer tamanho do elemento femoral ( 4, 4', 4") para adaptação das dimensões do dispositivo espaçador modular (1) com as dimensões das extremidades ósseas às quais será conectado.

Description

CAMPO TÉCNICO DA INVENÇÃO

A presente invenção refere-se a um dispositivo espaçador modular para substituição temporária de próteses articulares que requerem remoção por quaisquer razões, como, por exemplo, uma infecção. Tal dispositivo espaçador modular permite, pelo periodo de tempo necessário para tratamento da articulação, a preservação do espaço necessário para implantação de uma nova 10 prótese articular, garantindo boa movimentação da articulação.

ESTADO DA TÉCNICA PRÉVIA

No campo da implantologia de próteses articulares é conhecido que tais dispositivos podem ser removidos por diversas razões, em particular, devido a infecções locais da articulação 15 após a implantação da prótese.

Neste caso, a prótese infectada não pode ser imediatamente substituída por uma nova prótese, visto que a inserção da articulação requer tratamento com a utilização de medicamentos antibióticos adequados.

Durante o periodo de tempo necessário para o tratamento antibiótico é fundamental a preservação do espaço articular necessário para a implantação de uma nova prótese articular e prevenção de encurtamento dos tecidos, o que tornaria a articulação sujeita à atrofia e perda do tônus muscular.

Tal técnica é conhecida como "implantação em duas etapas" da prótese articular.

Existem espaçadores temporários articulares dos joelhos conhecidos no mercado, modelados manualmente por um cirurgião diretamente durante a intervenção cirúrgica de implantação do espaçador. Tais dispositivos são feitos a partir do cimento ósseo e modelados adequadamente, por processo manual, nos instantes que precedem a implantação na inserção da articulação.

Uma desvantagem deste método de tratamento reside no fato de que o cimento é formado e modelado diretamente durante a intervenção, estendendo a duração da operação e as dificuldades para o cirurgião.

Além disso, visto que na formação do cimento ósseo são usadas substâncias tóxicas e potencialmente nocivas, é recomendável a redução do tempo de contato do cirurgião ou operador tanto quanto possivel.

Além disso, a modelagem manual do espaçador pode determinar a presença de falhas que podem reduzir a mobilidade oferecida pela articulação obtida com a utilização de um espaçador similar.

Espaçadores de articulação pré-formados a serem implantados sem exigir qualquer tipo de modelagem durante a intervenção também estão disponíveis no mercado. No entanto, tais dispositivos revelam a priori a desvantagem de serem feitos de uma peça femoral e de uma peça tibial combinadas uma à outra; em outras palavras, elas não podem ser facilmente adaptadas às dimensões antropomórficas, até mesmo variáveis, do paciente.

Uma consequência da adaptabilidade errônea dos espaçadores conhecidos para as dimensões antropomórficas do paciente está na impossibilidade de garantir uma boa mobilidade da articulação e, assim, assegurar uma boa qualidade de vida ao paciente no aguardo do implante de uma nova prótese articular.

OBJETIVOS DA INVENÇÃO

Um objetivo da presente invenção é melhorar o estado da técnica anterior.

Outro objetivo da presente invenção é fornecer um dispositivo espaçador para a articulação do joelho que seja pré- formada e compativel com as várias dimensões ou tamanhos das extremidades ósseas para as quais se aplica.

Outro objetivo da presente invenção é fornecer um dispositivo de espaçamento para a articulação do joelho que seja capaz de permitir movimentação intensa e estável da articulação em questão a fim de garantir ao paciente uma boa qualidade de vida durante o periodo de reabilitação subsequente ao implante do espaçador, mesmo na presença de variações anatômicas entre o osso tibial e o osso femoral de um paciente.

De acordo com um dos aspectos da presente invenção, é fornecido um dispositivo espaçador modular para a articulação do joelho de acordo com a reivindicação 1.

As reivindicações dependentes são referentes às aplicações preferidas e vantajosas da invenção.

BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS

Características e vantagens adicionais da presente invenção serão mais aparentes a partir da descrição detalhada de uma aplicação preferida, mas não exclusiva, de um dispositivo espaçador modular para joelho, ilustrada como exemplo não limitante nos desenhos anexos, em que:

A Figura 1 é uma visualização lateral do dispositivo espaçador de acordo com a presente invenção;

A Figura 2 é uma visualização em perspectiva de um detalhe do dispositivo de acordo com a Figura 1;

A Figura 3 é uma visualização em perspectiva de um detalhe do dispositivo de acordo com a Figura 2;

A Figura 4 é uma visualização em perspectiva de outro detalhe do dispositivo de acordo com a Figura 1;

A Figura 5 é uma visualização em perspectiva de outro detalhe do dispositivo de acordo com a Figura 1;

A Figura 6 é uma visualização lateral de diversos tamanhos do detalhe de acordo com a figura 2;

A Figura 7 é uma visualização lateral de diversos tamanhos do detalhe de acordo com a Figura 4;

A Figura 8 é uma visualização frontal de diversos tamanhos do detalhe de acordo com a Figura 5;

APLICAÇÕES DA INVENÇÃO

Em referência às figuras em anexo, um dispositivo espaçador modular temporário e descartável da articulação de um joelho é indicado esquematicamente com 1.

Para melhor clareza, o referido dispositivo espaçador modular temporário e descartável da articulação de um joelho será doravante indicado como "dispositivo espaçador modular".

Tal dispositivo espaçador modular 1 é composto de um elemento tibial 2, adaptado para ser pressionado na extremidade do osso tibial, nas proximidades da articulação do joelho, e um elemento femoral 4 adaptado, de um dos lados, para ser pressionado na extremidade do osso femoral na articulação do joelho e, do outro lado, em contato com o elemento tibial 2.

O dispositivo espaçador modular 1 pode, ainda, conter um calço 3. 0 calço 3 é opcional e pode ser utilizado para aumento da altura do dispositivo espaçador modular 1 para compensar a possivel ausência ou forte resseção do osso tibial do paciente e/ou para extensão da articulação, se necessário.

Além disso, o calço 3 permite disponibilizar uma grande superfície para organização do elemento tibial 2, que de outra forma não estaria disponível, em tais condições extremas, na extremidade seccionada do osso tibial do paciente.

O calço 3 é posicionado na parte tibial do paciente e, em particular, embaixo do elemento tibial 2. Assim, ainda que se obtenham as funções listadas acima, o calço 3 não interfere com a articulação fornecida pelo elemento tibial 2 com o elemento femoral 4. Assim, tanto na presença do calço 3 quanto em sua ausência, a articulação é sempre preservada.

Os elementos tibial 2 e femoral 4 e o calço 3 são pré-formados e feitos totalmente de material biologicamente compatível.

Tal material biologicamente compatível é poroso e pode ser selecionado dentre metais, ligas metálicas, compostos organometálicos, cerâmicas, materiais plásticos e/ou uma combinação destes.

Especificamente os materiais plásticos supracitados podem ser selecionados dentre polímeros termoplásticos, tais como resinas acrílicas, polietileno, polipropileno, poliéster etc., polimeros termoformáveis e outros materiais similares.

Em uma versão da presente invenção, o material biologicamente compatível é um cimento ósseo, do tipo descrito na patente Italiana n° 1278853, em nome do solicitante, incorporada neste documento como referência.

O material biologicamente compativel supracitado, devido à porosidade respectiva, pode ser pré-impregnado, pelo produtor do dispositivo espaçador modular 1, com a utilização de produtos farmacêuticos e terapêuticos.

Em outra aplicação, o material biologicamente compativel, originalmente sem substâncias medicinais, pode ser adicionado, possivelmente por impregnação, com a utilização de produtos farmacêuticos e terapêuticos durante a intervenção cirúrgica, nos instantes que precedem a implantação respectiva.

Ainda, em outra aplicação, o material biologicamente compativel pré-impregnado pelo produtor do dispositivo espaçador modular 1 com a utilização de produtos farmacêuticos e terapêuticos, pode ser adicionado ainda, durante a intervenção cirúrgica, nos instantes que precedem a implantação respectiva, com a utilização de produtos farmacêuticos e terapêuticos, idênticos ou diferentes daqueles já contidos neste documento, dependendo dos requisitos da cirurgia.

O calço 3 é fornecido com um furo 8, o qual é vazado e posicionado substancialmente em uma posição centralizada em relação ao calço 3.

O elemento tibial 2 é fornecido com uma superficie inferior 7, substancialmente plana e uma superfície côncava superior 16.

Em uma das versões da invenção, o elemento tibial 2, conforme indicado na Figura 1, é fornecido com um elemento tipo haste substancial 6, por exemplo, um pino ou uma haste, que se estende a partir da superficie inferior 7 do elemento tibial 2, substancialmente para baixo em uma direção longitudinal em relação ao osso tibial do paciente.

O referido elemento substancial tipo haste 6 é posicionado no furo 8 do calço 3 e possui um diâmetro ligeiramente menor que o do furo 8.

Assim, o elemento substancial tipo haste 6 é adaptado para inserção e travessia do furo 8 obtido no calço 3.

Assim, é permitido um posicionamento relativo correto entre o elemento tibial 2 e o calço 3, a fim de garantir a coaxialidade.

O elemento tibial 2 pode ser pressionado diretamente contra a porção do osso tibial do paciente ou, se houver, contra o calço 3. Tal compressão pode ser obtida através do cimento ósseo.

O calço 3 possui uma superficie superior 9 e uma superficie inferior 11. Ambas as superficies 9 e 11 do calço 3 são substancialmente planas.

A superficie superior 9 do calço 3 é fornecida com frisos primários 10 e recessos primários respectivos. Os referidos recessos primários correspondem ao espaço entre os frisos primários adjacentes 10.

Em uma aplicação, conforme indicado nas figuras 5 e 8, os frisos primários 10 se estendem de forma linear ao longo da superficie superior 9 do calço 3 e são espaçados adequadamente entre si.

Em outra versão da invenção, os frisos primários 10 podem também desenvolver-se de forma diferente, como em formato de rede, ou com qualquer outra configuração, sem desviar do escopo de proteção da presente invenção.

A presença de tais frisos primários 10 e dos recessos primários respectivos permite a contenção do cimento ósseo, prevenindo assim que o mesmo seja dispersado durante a possivel etapa de junção do elemento tibial 2 com o calço 3.

A superficie inferior 11 do calço 3 é fornecida com frisos secundários 12 e os recessos secundários respectivos, de forma similar aos frisos primários 10 e aos recessos primários descritos anteriormente a respeito da superficie superior 9.

Os referidos recessos secundários correspondem ao espaço entre dois frisos secundários adjacentes 12.

O calço 3 é adaptado para ser pressionado contra a extremidade da tibia com a utilização do cimento ósseo.

Os frisos secundários 12, analogamente ao que foi descrito anteriormente a respeito dos frisos primários 10 da superficie superior 9, permitem a contenção do cimento ósseo no interior dos recessos secundários respectivos e evitam que o mesmo escoe inteiramente para fora durante a etapa de implantação do calço 3 na tibia do paciente.

A superficie inferior 7 do elemento tibial 2 possui frisos terciários 22 e recessos terciários correspondentes, similares aos frisos primários 10 da superficie superior 9 e aos frisos secundários 12 da superficie inferior 11 do calço 3.

Os recessos terciários possuem as mesmas características descritas anteriormente a respeito dos recessos primários e secundários.

Na versão na qual o calço 3 não é utilizado, a superfície 7 do elemento tibial 2 é posicionada em contato com o osso tibial do paciente. Também neste caso, os frisos terciários 22 e os recessos terciários relacionados evitam que o cimento ósseo escoe inteiramente para fora durante a etapa de implantação do elemento tibial 2 na tíbia do paciente.

Na versão na qual o calço 3 é utilizado, os frisos primários 10 da superfície superior 9 do calço 3 são posicionadas junto aos frisos terciários 22 do elemento tibial 2. Os recessos formados desta forma determinam as áreas nas quais o cimento ósseo permanece, facilitando assim a adesão do elemento tibial 2 com o calço 3.

Os frisos primários, secundários e terciários, respectivamente 10, 12 e 22, possuem fins de espaçamento, isto é, separam o elemento tibial 2 e/ou o calço 3 do osso tibial e, possivelmente, o elemento tibial 2 do calço 3, determinando uma camada mínima ideal do cimento ósseo, sob quaisquer condições clínicas, de forma que ocorra a adesão correta entre o elemento tibial e/ou o calço 3 e o osso tibial.

Em uma das versões da invenção, há, pelo menos, uma porção do calço 3 ou mais de um calço 3, dependendo das condições específicas do paciente. Em particular, quando a parte do osso tibial não está paralela ao plano da articulação, pode ser inserida ao menos uma porção do calço 3, de forma a compensar a área óssea ausente.

O elemento femoral 4 possui uma forma substancial "em forma de C" contendo uma superfície côncava interna 14, em contato com a inserção óssea e uma superfície convexa externa 15, adaptada para o contato com a superfície superior 16 do elemento tibial 2. O elemento femoral 4 e, em particular a superficie interna 14 respectiva, é adaptada para ser pressionado contra a extremidade livre do fêmur usando o cimento ósseo.

Conforme indicado na aplicação da Figura 2, o elemento femoral 4 é fornecido com pelo menos uma ranhura 13 obtida na superficie interna 14 respectiva. A referida minima única ranhura 13 permite a obtenção de uma melhor adesão do cimento ósseo à extremidade livre do fêmur e ao elemento femoral 4.

Em uma aplicação particular do elemento femoral 4, a superficie interna 14 pode consistir de ao menos uma projeção 20. A referida minima única projeção 20 possui formato arredondado e é posicionada nas porções laterais do elemento femoral 4 (posicionado nas porções laterais da articulação do joelho). A referida minima única projeção 20 permite uma fixação mais estável entre o elemento femoral 4 e a extremidade femoral propriamente dita.

Em sequência à implantação do dispositivo espaçador modular 1, a superficie externa 15 do elemento femoral 4 é posicionada em contato com a superficie superior 16 do elemento tibial 2.

A superficie externa 15 do elemento femoral 4 possui um raio de curvatura Rl; a superficie superior 16 do elemento tibial 2 possui um raio de curvatura R2.

O raio de curvatura Rl é menor em relação ao raio de curvatura R2.

Em particular, o raio de curvatura R2 é sempre maior do que Rl e mede pelo menos 1,5 Rl.

Os raios de curvatura RI e R2 são selecionados de forma a combinar qualquer elemento femoral 4 com qualquer elemento tibial 2, conforme melhor descrito a seguir neste documento. A fim de obter maior estabilidade da articulação formada pelo dispositivo espaçador modular 1, o elemento tibial 2 consiste de um elemento de projeção 17, adjacente a uma inserção oca 18 obtida na superficie externa 15 do elemento femoral 4.

Conforme indicado na Figura 4, o elemento de projeção 17 se estende longitudinalmente ao plano sagital do joelho, isto é, ao plano de rotação P, ao longo da superficie superior 16 e é posicionado de forma centralizada em relação ao elemento tibial 2. Proporcionalmente, a inserção 18 se estende longitudinalmente ao plano sagital do joelho, isto é, ao plano de rotação P, ao longo da superficie externa 15 e é posicionada de forma centralizada em relação ao elemento femoral 4.

O referido elemento de projeção 17, semelhante a um entalhe, possui extremidades arredondadas 19 para evitar danos ao elemento femoral 4 com o qual fará contato.

A fim de facilitar a modularidade do dispositivo espaçador modular 1, o elemento de projeção 17 e a inserção 18 mantêm as mesmas dimensões, independentemente de qualquer variação das dimensões do elemento tibial 2 e do elemento femoral 4, conforme melhor descrito adiante.

Caso o dispositivo espaçador modular 1, durante movimentação da articulação do joelho, seja submetido a esforço de pressão lateral, em relação ao plano de rotação P da articulação, o elemento de projeção 17 mantém o elemento femoral 4 na inserção respectiva, garantindo movimentação correta e boa estabilidade para a articulação.

O elemento femoral 4, conforme indicado na Figura 6, pode ser obtido em diversas dimensões ou tamanhos, como pequeno, médio e grande, conforme representado pelo elemento femoral 4', 4", reproduzido com a utilização de uma linha tracejada. 0 elemento femoral 4', 4" possui uma superfície externa 15', 15" similar à superfície externa 15 do elemento femoral 4.

Ainda que as dimensões do elemento femoral 4', 4" sejam maiores em relação ao elemento femoral 4, o raio de curvatura RI da superfície externa 15 é equivalente ao raio de curvatura R1 da superfície externa 15', 15".

Analogamente, conforme indicado nas figuras 7 e 8, são fornecidas outras dimensões ou tamanhos, como pequeno, médio e grande, do elemento tibial 2 e do calço 3 representado pelo elemento tibial 2' , 2" e pelo calço 3' , 3", indicado por uma linha tracejada. O elemento tibial 2' , 2" possui uma superfície superior 16' , 16" similar à superfície superior 16 do elemento tibial 2. Em particular, o raio de curvatura R2 da superfície superior 16 é equivalente ao raio de curvatura R2 da superfície superior 16', 16".

Substancialmente, variando-se os tamanhos do elemento femoral 4 e do elemento tibial 2, os raios RI e R2 permanecem constantes.

Os diversos tamanhos do elemento tibial 2, 2', 2" e do elemento femoral 4, 4', 4" são permutáveis entre si, devido à equivalência do raio de curvatura RI entre as superficies externas 15, 15' , 15" e pela equivalência do raio de curvatura. R2 das superficies superiores 16, 16', 16".

Exclusivamente como exemplo não limitante, uma possível aplicação do dispositivo espaçador modular 1 pode permitir a utilização de um elemento tibial 2 e um elemento femoral 4". Todas as combinações possíveis do elemento tibial 2, 2', 2" e do elemento femoral 4, 4', 4" podem ser obtidas através da manutenção da estabilidade e articulação corretas entre si.

Geralmente, as dimensões do calço 3, 3' , 3" correspondem às dimensões do elemento tibial 2, 2', 2" utilizado. Por exemplo, em caso de utilização de um elemento tibial 2' , o calço utilizado será 3' , isto é, do mesmo tamanho do elemento tibial em questão.

Tal modularidade do dispositivo espaçador 1 permite adaptação do mesmo às dimensões antropomórficas das extremidades femoral e tibial de um paciente, que podem variar entre si.

As características indicadas acima a respeito do elemento femoral 4, do elemento tibial 2 e do calço 3 também se referem ao elemento femoral 4', 4", ao elemento tibial 2', 2" e ao calço 3', 3".

A configuração dos raios de curvatura Rl e R2 permite que haja um movimento de rolamento relativo principalmente entre o elemento femoral 4, 4', 4" e o elemento tibial 2, 2', 2" e um movimento de deslizamento parcial entre os mesmos.

Tal movimento de rolamento principalmente entre a superfície externa 15, 15', 15" do elemento femoral 4, 4', 4" e a superfície superior 16, 16', 16" do elemento tibial 2, 2', 2" permite que o paciente realize um movimento de flexão e extensão da articulação similar ao movimento fisiológico normal da articulação do joelho.

Adaptar o dispositivo espaçador modular 1 às dimensões de cada paciente não requer qualquer intervenção de modificação no elemento tibial 2, 2', 2" e do elemento femoral 4, 5 4', 4", reduzindo assim às vezes necessárias para implantação do dispositivo espaçador modular 1. Na verdade, o cirurgião apenas precisa escolher o melhor tamanho de cada elemento que forma o dispositivo espaçador modular 1, a fim de adaptar cada parte às dimensões reais da inserção anatômica respectiva do paciente, sem 10 exigir necessariamente a utilização de um elemento tibial e um elemento femoral de mesmo tamanho.

A fim de garantir liberdade máxima de escolha ao cirurgião, o elemento femoral 4, 4', 4", o elemento tibial 2, 2', 2" e o calço 3, 3', 3" serão embalados em embalagens separadas e 15 de tamanho único.

As diversas configurações do elemento tibial 2, 2', 2" do calço 3, 3', 3" e do elemento femoral 4, 4', 4", compatíveis entre si, garantem alta modularidade do dispositivo espaçador modular 1. Em particular, o elemento tibial 2, 2’ , 2" é 20 configurado de forma a acoplar-se a qualquer tamanho do elemento femoral 4, 4', 4" para adaptar as dimensões do dispositivo espaçador modular com as dimensões das extremidades ósseas aos quais será conectado. Isto se deve ao fato de que o raio R2 da superficie superior 16, 16' , 16" do elemento tibial 2, 2' , 2" 25 possui uma dimensão própria para acoplamento rotatório e parcialmente translativo com o raio Rl, que é constante na superficie externa 15, 15', 15" de qualquer tamanho do elemento femoral 4, 4', 4".

Portanto, o cirurgião, em vez de uma escolha entre três tamanhos, idênticos para as partes femorais e tibiais, terá um leque maior de opções, nove possibilidades em particular, que permitem a obtenção de três tamanhos (pequeno, médio e grande) para cada parte femoral e tibial separadamente. Além disso, há um aumento de possibilidades para decidir pela utilização de uma porção ou de pelo menos um calço 3, 3', 3".

Ademais, a configuração do supracitado dispositivo espaçador modular 1 permite alta mobilidade da articulação do joelho e um movimento similar ao de uma articulação natural, ainda que em presença de diferentes dimensões anatômicas, dentre as diversas porções articulares do paciente. Os elementos tibial 2 e femoral 4, pré-formados em diversas dimensões, simplificam as etapas de implantação respectiva na inserção de articulação, por não necessitarem de outra operação ou modificações das dimensões respectivas de forma a serem adaptados às dimensões das extremidades ósseas, reduzindo assim, as vezes necessárias para realização da intervenção cirúrgica e permitindo que o paciente ajuste perfeitamente cada parte do dispositivo espaçador modular 1 à real estrutura óssea e anatômica e/ou compensar possiveis falhas devido a condições patológicas e/ou cirúrgicas que possam afetar o paciente.

A possibilidade de pré-adicionar ou adicionar o dispositivo espaçador modular 1 com a utilização de produtos farmacêuticos e/ou terapêuticos permite o tratamento de infecções locais na inserção da articulação e o estabelecimento das condições ideais para implantação de uma nova prótese articular.

A invenção assim concebida pode ser submetida a diversas modificações e variações que estejam contidas no conceito inventivo.

Além disso, todos os detalhes podem ser substituídos por outros elementos tecnicamente equivalentes. Na 5 prática, os materiais utilizados, além dos formatos e dimensões contingentes, podem variar com base nos requisitos, sem desvio do escopo de proteção das reivindicações seguintes.

Claims

1. Dispositivo espaçador modular descartável (1) da articulação de um joelho, que compreende um elemento tibial (2, 2’, 2”) adaptado para ser pressionado contra uma das extremidades do osso tibial nas proximidades da articulação do joelho, o referido elemento tibial (2, 2’, 2”) consistindo de uma superfície inferior (7) e uma superfície superior (16, 16’, 16”) contendo um raio de curvatura R2 e um elemento femoral (4, 4’, 4”), com o referido elemento femoral (4, 4’, 4”) contendo uma superfície interna (14), adaptada para ser pressionada contra uma extremidade do osso femoral na articulação com o joelho e uma superfície convexa externa (15, 15’, 15”), contendo um raio de curvatura R1 e adaptada para o contato com a referida superfície superior (16, 16’, 16”) do referido elemento tibial (2, 2’, 2”), com os referidos elemento tibial (2, 2’, 2”) e elemento femoral (4, 4’, 4”) contendo diversas dimensões ou tamanhos, caracterizado por o referido elemento tibial (2, 2’, 2”) ser configurado de forma a acoplar-se com quaisquer tamanhos do referido elemento femoral (4, 4’, 4”) para adaptar as dimensões do referido dispositivo espaçador modular (1) com as dimensões das extremidades ósseas às quais será conectado.

2. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por conter um calço (3, 3’, 3”), posicionado entre o referido elemento tibial (2, 2’, 2”).

3. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com as reivindicações 1 ou 2, caracterizado pelo referido elemento tibial (2, 2’, 2”), o referido elemento femoral (4, 4’, 4”) e o referido calço (3, 3’, 3”) serem pré-formados e feitos de material biologicamente compatível.

4. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com a reivindicação anterior, caracterizado pelo referido material biologicamente compatível ser poroso.

5. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com quaisquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo referido material biologicamente compatível conter, pelo menos, um dos seguintes materiais: metais, ligas metálicas, compostos organometálicos, cerâmicas, materiais plásticos, tais como polímeros termoplásticos, resinas acrílicas, polietileno, polipropileno, poliésteres etc., polímeros termoformáveis, outros materiais similares, cimento ósseo e/ou uma combinação respectiva.

6. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com quaisquer das reivindicações anteriores, caracterizado pela referida superfície superior (16, 16’, 16”) ser côncava e a referida superfície inferior (7) ser substancialmente plana.

7. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com quaisquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo referido raio de curvatura R1 ser menor em relação ao referido raio de curvatura R2.

8. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com quaisquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo referido raio de curvatura R2 medir, pelo menos, 1,5 R1.

9. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com quaisquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo referido calço (3, 3’, 3”) possuir uma superfície superior (9) e uma superfície inferior (11), substancialmente plana e/ou um furo (8).

10. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com quaisquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo referido elemento tibial (2, 2’, 2”) consistir em um elemento substancial tipo haste (6) que se estende a partir da referida superfície inferior (7) para baixo substancialmente em uma direção longitudinal em relação ao osso tibial do paciente e que é modelado de forma similar a um pino ou haste ou elemento similar, configurado de forma a ser inserido no referido furo (8).

11. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com quaisquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo referido elemento tibial (2, 2’, 2”) ser adaptado para ser pressionado contra o osso tibial do paciente utilizando cimento ósseo.

12. O dispositivo espaçador modular (1) de acordo com quaisquer das reivindicações de 1 a 10, caracterizado pelo referido elemento tibial (2, 2’, 2”) e o referido calço (3, 3’, 3”) serem adaptados para serem pressionados entre si com a utilização de cimento ósseo e o referido calço (3, 3’, 3”) ser adaptado para ser pressionado contra o osso tibial do paciente com a utilização de cimento ósseo.

13. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com quaisquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo referido calço (3, 3’, 3”) possuir, na referida superfície superior (9), frisos primários (10) e recessos primários correspondentes e/ou em que o referido elemento tibial (2, 2’, 2”) possui, na referida superfície inferior (7), frisos terciários (22) e recessos terciários correspondentes, para ser pressionado do referido cimento ósseo.

14. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com quaisquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo referido calço (3, 3’, 3”) possuir, na referida superfície inferior (11), frisos secundários (12) e recessos secundários relativos para retenção do referido cimento ósseo e para ser pressionado do referido calço (3, 3’, 3”) contra o osso tibial do paciente.

15. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com quaisquer das reivindicações anteriores, caracterizado pela referida superfície interna (14) do referido elemento femoral (4, 4’, 4”) ser constituída de, pelo menos, uma ranhura (13) e/ou, pelo menos, uma projeção (20) para melhor adesão da referida superfície interna (14) com o osso femoral de um paciente, possivelmente com a utilização de cimento ósseo.

16. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com quaisquer das reivindicações anteriores, caracterizado pela referida superfície externa (15, 15’, 15”), do raio R1, estar em contato giratório e parcialmente translativo com a referida superfície côncava superior (16, 16’, 16”) do raio R2.

17. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com quaisquer das reivindicações anteriores, caracterizado pela referida superfície externa (15, 15’, 15”) conter uma inserção oca (18).

18. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com quaisquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo referido elemento tibial (2, 2’, 2”) conter um elemento de projeção (17), adjacente à referida inserção (18), para estabelecimento de movimento do referido dispositivo espaçador modular (1).

19. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com quaisquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo referido elemento de projeção (17) se estender longitudinalmente ao plano sagital do joelho, ao longo da referida superfície superior (16, 16’, 16”) do referido elemento tibial (2, 2’, 2").

20. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com quaisquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo referido elemento de projeção (17) possuir extremidades arredondadas (19).

21. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com a reivindicação 4, caracterizado pelo referido material biologicamente compatível poroso ser adaptado para pré— impregnação, pelo produtor do dispositivo espaçador modular 1, com a utilização de produtos farmacêuticos e terapêuticos.

22. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com a reivindicação 4, caracterizado pelo referido material biologicamente compatível poroso, originalmente sem substâncias medicinais, ser adaptado para impregnação utilizando produtos farmacêuticos e terapêuticos antes da implantação do referido dispositivo.

23. Dispositivo espaçador modular (1) de acordo com a reivindicação 21, caracterizado pelo referido material biologicamente compatível poroso ser adaptado para impregnação utilizando produtos farmacêuticos e terapêuticos antes da implantação do referido dispositivo.