BR102022018653A2 - Adaptador do metabolismo de cálcio para prevenção de hipocalcemia em vacas leiteiras - Google Patents

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BR102022018653A2
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Josiane de Oliveira Feijó
Uriel Secco Londero
Marcio Nunes Corrêa
Rubens Alves Pereira
Camila Pizoni
Mozer Manetti De Ávila
Francisco Augusto Burkert Del Pino
Eduardo Schmitt
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Universidade Federal De Pelotas
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Abstract

A presente invenção refere-se a um adaptador do metabolismo de cálcio para prevenir hipocalcemia puerperal em vacas leiteiras através da indução de hipocalcemia subclínica no período pré-parto de vacas leiteiras, classificado no setor técnico de necessidades humanas, subitem ciências médicas e veterinárias. O protocolo visa reduzir as concentrações de cálcio extracelular no período pré-parto, com a finalidade de adaptar o metabolismo animal para o desafio hipocalcêmico do parto e do pós-parto, resultando no aumento nas concentrações e acelerando o reestabelecimento dos níveis fisiológicos de cálcio extracelular, reduzindo a incidência de hipocalcemia e os danos causados por esse transtorno. O protocolo baseia-se em mecanismos naturais de regulação do cálcio, podendo ser aplicado em animais individuais e também em grandes rebanhos. Uma das principais vantagens é de ser administrado somente uma vez antes do parto, proporcionado a prevenção da hipocalcemia clínica no pósparto.

Description

Estado da técnica
[1] A presente invenção refere-se a um adaptador do metabolismo do cálcio capaz de causar uma hipocalcemia transitória, utilizado como protocolo preventivo de hipocalcemia para bovinos leiteiros, tendo como substância ativa o ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA, do inglês, Ethylenediamine tetraacetic acid), classificado no setor técnico de necessidades humanas, subitem ciências médicas e veterinárias.
[2] O período de transição da vaca leiteira que compreende cerca de 3 semanas pré e 3 semanas pós-parto, é marcado por diversos desafios metabólicos, nutricionais e endócrinos para o animal, sendo este período crítico para a mantença da saúde e produtividade durante toda a lactação (LeBlanc et al., 2006, Goff, 2008). Os níveis séricos de cálcio no animal giram em torno de 8,5 a 10 mg/dL, sendo que em torno do parto todos os animais experimentam algum nível de hipocalcemia, entretanto os danos são atrelados ao nível da queda e o tempo que o animal demora para ativar os seus mecanismos homeostáticos (McArt and Neves, 2020, Seely et al., 2021). A hipocalcemia clínica, problema que é caracterizado pela queda brusca de cálcio (abaixo de ~6,0 mg/dL) nas primeiras horas após o parto (até 72 horas), apresentando sinais como tremores, paralisia de músculos e depressão severa, tendo uma incidência de 3 a 5% em rebanhos de alta produção (Goff, 2014).
[3] Um dos maiores problemas, entretanto, é a fase subclínica do transtorno, a qual também é caracterizada por uma redução nos níveis de cálcio (ficando entre 6 e 8,5 mg/dL). Tendo uma incidência em torno de 70% em animais que não recebem nenhum método preventivo, esse problema é bastante negligenciado pelos produtores devido à ausência de sinais clínicos específicos. Como consequência de métodos de prevenção pouco eficazes, este transtorno é correlacionado com diversos outros problemas que acometem o animal, como por exemplo, mastite, metrite, retenção de placenta, deslocamento de abomaso, cetose e redução na atividade de células imunes (Martinez et al., 2014, Caixeta et al., 2017, McArt and Neves, 2020), culminando na redução da produção leiteira e consequentemente maiores índices de perda para o produtor.
[4] Logo após o parto, é de suma importância que os mecanismos de homeostase do cálcio, essenciais para manter os níveis de cálcio sanguíneo, estejam em plena atividade. Estes mecanismos são regulados basicamente por três hormônios: paratormônio (PTH), calcitriol e calcitonina (Campos and Pinhati, 2013). O mecanismo começa a atuar quando há uma queda nos níveis séricos de cálcio que sinaliza para as células da paratireoide, que secretam mais PTH, que atua diretamente sobre os ossos, aumentando a liberação do cálcio armazenado (Nedic et al., 2020). Em um segundo momento, o PTH ativa, nos rins, a enzima 1α-hidroxilase, a qual transforma a 25-OH vitamina D em 1,25- (OH)2 vitamina D(calcitriol) (Goltzman et al., 2018), e este por sua vez se direciona para as células epiteliais do intestino estimulando a produção que auxiliam a absorção de cálcio provindo da dieta (Blaine et al., 2015). Este mecanismos demora cerca de 72 horas para que esteja completamente ativo, sendo imprescindível a utilização de técnicas que auxiliam na melhor ativação desse mecanismo (Goff, 2014).
[5] Para reduzir os danos deste transtorno, diversas estratégias foram estudadas, visando principalmente auxiliar na ativação dos mecanismos de homeostase do cálcio, aumentar a suplementação de cálcio no pós-parto recente, reduzir a oferta de cálcio no pré-parto entre outras.
[6] Na patente JP2009022258, é relatado um manejo de dieta a se iniciar 30 dias antes do parto, visando reduzir ao máximo a possibilidade de ingesta de cálcio, de modo de equilibrar a ingesta de fósforo. O manejo consiste em se ofertar maior quantidade de fósforo, sendo proposto a utilização menor ou igual a 50g/dia (cerca de 0.5% da matéria seca) e reduzindo a quantidade de cálcio em uma vez a quantidade de fósforo.
[7] Já na patente US2002176883, propõem a utilização de uma dieta com diferença cátion-aniônica na dieta (DCDA) entre -5 a +20 mEq/100g, mantendo a proporção de potássio e magnésio em 3-5:1, com a utilização adicional de derivados de ômega-6 protegidos para a passagem pelo rúmen. Este manejo, mesmo apresentando DCDA +20 mEq/100g, conseguiu aumentar os níveis de cálcio total e ionizado em relação a um controle com DCDA positivo sendo iguais aos níveis de dietas DCDA -5 mEq/100g.
[8] Outras patentes como a CN103340317 e CN103168936, apresentam composições para ser fornecidos por via oral, tendo como base sais de cálcio e com a adição de alguns complementos energéticos, capazes de aumentar efetivamente os níveis de cálcio e também melhorar o status energético do animal. Além dessas, a patente US5560920 trata de uma pasta não aderente tendo como componente principal propionato de cálcio, tal formulação é capaz de aumentar os níveis séricos de cálcio sem alteração no pH sanguíneo do animal.
[9] A patente número US2007190116 descreve um bolus de dissolução rápida que compreende 3 formulações diferentes com sais de cálcio, magnésio e vitamina D. Tais formulações são capazes de liberar seus compostos em cerca de 15 minutos, podendo ser utilizado como forma de auxilio para sustentação dos níveis de cálcio sérico.
[10] Alguns manejos durante o período seco (fase em que a vaca leiteira não está em lactação) também são importantes, como é o caso da patente US6355278 que envolve uma mistura de farelo de soja com ácido hipoclorídrico, a fim de aumentar a carga de ânions de uma dieta, podendo então se obter os mesmos efeitos de dietas de baixo DCDA com menor quantidade de alimento fornecido, isto visto que dietas com alta quantidade de sais aniônicos reduzem drasticamente a palatabilidade reduzindo assim a ingesta. O documento JPH1129469 dispõe a utilização de um sal hidrocloridrico neutro com a adição de um amino acido básico, como por exemplo uma lisina, ornitina ou argenina, sendo assim um agente capaz de aumentar os ânions da dieta sem alteração na palatabilidade da dieta. Tal produto referido no documento anterior, foi capaz de estabilizar o pH da urina entre 5,5 e 6,5, intervalo ideal para a auxilio na ativação dos mecanismos homeostáticos.
[11] A patente US2006270640, demonstra que a administração intravaginal de derivados de vitamina D3 é capaz de aumentar os níveis séricos da forma ativa desta vitamina, consequentemente aumentando os níveis de calcium sérico, podendo ser um importante método de prevenção de hipocalcemia.
[12] O EDTA é um pó branco cristalino, sem odor e não hidroscópico sendo um agente quelante aniônico, tendo alta afinidade com metais alcalinos terrosos, com função quelante de 1:1. O EDTA tem várias funções, sendo que foi primariamente desenvolvido para fazer o tratamento dos efluentes da indústria têxtil, para retirada de metais pesados. Já no ramo cosmético é usado basicamente como quelante de metais e estabilização da cor dos produtos.
[13] Na indústria de alimentos é utilizado como antioxidante e conservante, além de prevenir a descoloração devido a metais nos alimentos, antibióticos, anti-histamínicos e a anestésicos locais. Também serve como estabilizante de diversos compostos como o ácido ascórbico, peróxido de hidrogênio, formaldeído, ácido fólico e hialuronidase. Além disso, ele também é capaz de aumentar a ação antimicróbica em soluções oftalmológicas e de cuidados de lentes de contato. Também é capaz de diminuir a formação de sabões de cálcio, magnésio e ferro que causam turbidez aos produtos.
[14] No campo medicinal, ele é usado de forma intramuscular e intravenosa para ser utilizado como diagnóstico e tratamento à envenenamento por metais pesados, como anticoagulante e também para tratamento de calcinose. Além disso, é usado para eliminar os efeitos da injeção de cálcio, reduzindo a sua toxicidade e também para suprimir uma taquicardia.
[15] O EDTA também é utilizado como componente de produtos para proteção de metais contra a oxidação (CN106975656; CN107385425), fertilizantes que promovem a proliferação de bactérias benéficas às raízes das plantas (CN107382507) e também diversos outros fertilizantes e nutrientes para plantas (CN107382471; CN107382497; CN107394203).
[16] Ademais, tampões para colunas de cromatografia (CN107356699) e meios de cultura para bactérias oxidantes de metano (CN107446833), apresentam EDTA em sua composição. Além disso, é utilizado no tratamento de íons de metais pesados em águas de lavagem industrial (CN1073776849), em cianobactérias (CN105858847) e produtos da piscicultura (CN105685775).
[17] A patente CN103837531 descreve um reagente para detecção de cálcio de maneira semiquantitativa, tanto em leite quanto em sangue, que pode ser verificado sem auxilio de equipamentos, sendo que este leva em sua composição sais de EDTA.
[18] O documento JP10017493 traz um anti-inflamatório e antialérgico com a adição de um agente sequestrante de cálcio, o qual sugere a utilização de EDTA, para evitar o influxo do macro mineral para o interior de mastócitos no primeiro estágio de inflamação.
[19] Já a patente US5449658, faz a utilização do EDTA como biocida em águas para utilização comercial e também recreacional, sendo capaz de controlar o crescimento de algas, fungos e agentes patogênicos. Além disso o EDTA também pode ser usado como quelante de radioisótopos em pessoas expostas a radiação (GB1273446)
[20] Em bovinos, o EDTA é utilizado para indução de hipocalcemia, a fim de verificar quais são seus efeitos sobre o metabolismo do animal. Normalmente ele é utilizado por injeção intravenosa contínua, fazendo com que haja uma depleção no cálcio sérico, neste sentido a patente BR1020140291687, foi demonstrado uma maneira de induzir esses animais utilizando dispositivos intravaginais, os quais foram capazes também de causar essa indução. Entretanto nenhuma invenção até hoje verificou a eficácia na prevenção de hipocalcemia em vacas que foram induzidas no pré-parto com a finalidade de ativação de dos sistemas homeostáticos.
[21] A presente invenção demonstra um protocolo novo para a prevenção de hipocalcemia, através de um adaptador metabólico que objetiva diminuir o índice de hipocalcemia em animais que receberam dieta aniônica.
Descrição da abordagem do problema técnico e vantagens
[22] A hipocalcemia é um transtorno metabólico que acomete principalmente bovinos leiteiros nas primeiras horas após o parto. Podendo causar perdas de quase 7,4 kg / leite/ dia até aproximadamente 10 semanas após o parto (McArt and Neves, 2020, Seely et al., 2021), e reduzir a vida produtiva de uma vaca em até 3,4 anos, este transtorno é uma das principais causas de perdas econômicas para o produtor. A hipocalcemia clínica possui uma incidência de 5-7%, enquanto sua forma subclínica apresenta uma prevalência de 25-54%, dependendo do número de lactações (Reinhardt et al., 2011).
[23] O cálcio possui várias funções no organismo de mamíferos, intracelularmente, está envolvido na proliferação, diferenciação e motilidade celular, no controle da contração muscular, secreção hormonal e metabolismo do glicogênio, além de atuar como segundo mensageiro e cofator enzimático. Extracelularmente, participa do processo de coagulação sanguínea, adesão celular, manutenção da integridade dos ossos e regulação da excitabilidade extracelular (Oh-Hora and Rao, 2008, Martinez et al., 2012).
[24] No periparto, o requerimento de cálcio de uma vaca leiteira varia. No pré-parto, as necessidades são de aproximadamente 30g/dia, sendo este direcionado para o feto e para a glândula mamária. No pós-parto imediato, há uma perda de cálcio de aproximadamente 2,1g/L direcionados para a produção de colostro, sendo esta quantidade 9 vezes superior a todo cálcio ionizado plasmático. Para a produção de leite, as perdas deste são em torno de 1,22g/L, aumentando, com isso as necessidades diárias, que podem chegar até 100g/dia (Goff, 2014).
[25] Logo, para manter os níveis fisiológicos de cálcio total circulante é necessário que o organismo ative mecanismos homeostáticos. Quando estes mecanismos de regulação falham, os animais podem desenvolver manifestações clínicas nas primeiras 72 horas em relação ao parto.
[26] Os danos causados por esse transtorno estão relacionados, principalmente, ao tempo com que o animal passa com os níveis de cálcio a baixo do fisiológico, sendo que outros problemas recorrentes podem ocorrer, como por exemplo redução na atividade fagocitaria das células imunes, aumentando os casos de retenção de placenta, metrite e mastite, redução na função do musculo esquelético e liso, podendo ocasionar uma falta de contração do esfíncter mamário e causar danos na musculatura, propiciando a infecção da glândula e reduzir a ingesta de matéria seca, além de aumentar a frequência de casos de deslocamento de abomaso, culminando na redução da produção leiteira (Martinez et al., 2014, Caixeta et al., 2017, McArt and Neves, 2020).
[27] Diante dessa problematica, atualmente a principal estratégia de prevenção à hipocalcemia tem sido o fornecimento de dieta aniônica (Eklund, 2016), que induz queda do pH sanguíneo levando à uma absorção ativa de cálcio e aumento da reabsorsão renal (Rodney et al., 2018). Entretanto a baixa palatabilidade desta dieta fornecida próximo ao parto, pode reduzir a ingesta alimentar, o que pode contribuir para acentuar o balanço energético negativo (Stout et al., 1972, Hu and Murphy, 2004, Gelfert et al., 2006).
[28] A presente invenção traz um adaptador metabólico para indução de hipocalcemia subclínica no pré-parto, de administração única, contendo um quelante de cálcio capaz de ativar os mecanismos de homeostase do cálcio fazendo com que haja um aumento nos níveis séricos de cálcio no pós-parto recente, e em animais que apresentarem o transtorno, tenham uma retomada mais rápida das concentrações de cálcio sérico ao fisiológico, reduzindo os índices de hipocalcemia, tanto sua forma clínica como a subclínica. Diferente das demais estratégias, que dependem basicamente de manipulação da dieta e que dependem da aceitação do animal, que pode causar uma queda drástica na ingesta do animal em um período de extrema necessidade, podendo assim ocasionar diversas outras doenças atreladas ao baixo consumo de alimentos, esta traz um método de prevenção para hipocalcemia, com efeitos mais significativos na retomado do cálcio do animal, consequentemente reduzindo os índices de doenças devido ao metabolismo do cálcio e também as perdas de produção, aumentando a rentabilidade do produtor.
Relação de figuras
[29] Figura 1: Concentrações sanguíneas de cálcio total (a) e ionizado (b) durante a indução dos animais (vacas leiteiras) à hipocalcemia subclínica, até 72 horas após o tratamento, 15 dias antes do parto.
[30] Figura 2: Dinâmicas do cálcio total (a) e ionizado (b) no pós-parto dos animais iHSC e CON, no momento do parto (hora 0) e nas horas 6, 12, 24, 48 e 72 após o parto.
[31] Figura 3: Níveis séricos de cálcio total (a) e ionizado (b) dos animais dos grupos indução à hipocalcemia subclínica (iHCS) e do grupo controle (CON) que apresentaram hipocalcemia subclínica no pós-parto, no momento do parto (hora 0), e nas horas 6, 12, 24, 48 e 72 após o parto.
[32] Figura 4: Imagem de ultrassonografia da cavidade vaginal de uma vaca leiteira na primeira hora após a aplicação (a) e na terceira hora após a aplicação (b) do dispositivo com a formulação 1.
[33] Figura 5: Concentrações de cálcio ionizado do animal 1 (a) com a aplicação do dispositivo intravaginal com a formulação 1, cálcio total do animal 2 (b) com a aplicação do dispositivo intravaginal com a formulação 1 e o cálcio total do animal 3 (c) que recebeu o dispositivo intravaginal com a formulação controle no decorrer das horas.
[34] Figura 6: Níveis séricos de cálcio total (a) e ionizado (b) dos grupos que receberam a aplicação dos dispositivos com a formulação 1, 2, 3 e controle no decorrer das horas.
[35] Figura 7: Concentração dos níveis sérico de cálcio total no percorrer do tempo para o animal 1 (a), que recebeu a formulação 1, do animal 2 (b), que recebeu o a formulação 2 e do animal 3 (c), que recebeu a formulação 3.
Descrição da invenção
[36] A presente invenção traz um adaptador metabólico para indução de hipocalcemia subclínica no pré-parto com a de ácido etilenodiamino tetra- acético dissódico biidratado (EDTANa2^2H2O), capaz de se ligar ao cálcio sérico, deixando impossibilitado de se ligar a receptores e a outras moléculas sendo rapidamente eliminado por vias urinárias e fecais.
[37] Para verificar a eficácia do produto, três experimentos distintos foram realizados, um primeiro para verificar a eficácia do produto e outros dois para encontrar a melhor forma farmacêutica para o produto.
Exemplo 1:
[38] Para preparar a solução, foi pesado o EDTANa2^2H2O (50g) em balança analítica de alta precisão (balança analítica- FA2204- Bioescale- SP, Brasil), logo após o sal foi transferido para um frasco estéril contendo água para injetáveis, a solução foi homogeneizada com agitador magnético (agitador magnético com aquecimento- TMA 10CFI-Thelga- MG, Brasil) e seu pH (medidor de ph de bancada- modelo mPA 210- TECNOPON- SP, Brasil) ajustado com NaOH até chegar a neutralidade 7,2-7,4, após o ajuste do pH, a solução foi filtrada com filtro (8mm) e armazenada até no máximo 10 dias, para posterior infusão.
[39] Para realização dos testes, foram selecionadas oito vacas da raça holandês, nulíparas em período gestacional. Os animais foram dividido em dois grupos (Indução e Controle), no grupo Indução (iHCS), foi administrado uma solução de EDTANa2^2H2O aos 15 dias antes da data prevista para o parto. O grupo controle (CON) recebeu pelo mesmo período de tempo dos grupos Produto, placebo, contendo 0,9 % de NaCl, recebendo as soluções por via intravenosa na veia marginal da orelha sendo mantida por um período de 6 horas.
[40] Foram coletadas amostras de sangue um dia antes da aplicação e no dia da infusão da solução foram coletadas amostras de sangue, na hora zero, ou seja, antes da infusão e posteriormente de hora em hora durante as primeiras 10 horas, e após nas horas 12, 18, 24, 48 e 72 do início da infusão. No pós-parto, amostras foram coletadas nas horas 0, 6 ,12, 24, 36, 48, 60 e 72 horas após o parto. Foram verificada as concentrações de cálcio ionizado e total
[41] A análise estatística foi realizada usando SAS versão 9.1 (SAS ® Institute Inc., Cary, NC, EUA, 2009). Todas as concentrações sanguíneas foram realizadas por análise de variância (ANOVA) com o procedimento MIXED, avaliar o efeito de grupo e tempo (horas) e suas interações.
[42] Na figura 1 é possível observar que as concentrações de Cai e Cat se mantiveram em níveis subclínicos durante toda o tempo de indução. A figura 2 demonstra que as concentrações de Cate Cai no pós-parto recente, sendo que estas no grupo iHSC foi maior que o grupo CON.
[43] Dois animais em cada grupo apresentaram hipocalcemia subclínica no pós-parto, então, foi avaliado a retomada dos níveis de Ca+2 (Figura 3). Pode- se notar que os animais do grupo iHCS apresentaram uma retomada aos níveis fisiológicos (~Cai >4,0 mg/dL e ~Cat>8,5 mg/dL) 12 horas após o parto, sendo que o grupo CON, manteve seus níveis menores, no mínimo, 72 horas após o parto, demonstrando que este o EDTANa2^2H2O pode ser usado como um fármaco para a prevenção de hipocalcemia em vacas leiteiras.
Exemplo 2:
[44] A partir dos resultados obtidos no exemplo 1, foi desenvolvido um dispositivo intravaginal de liberação controlada e sustentada, contendo a mistura entre EDTANa2^2H2O e uma base obtida pela mistura de polietileno glicol 6000 (PEG6000) e polietileno glicol 4000 (PEG4000), formando uma matriz polimérica biodegradável. As seguintes formulações foram desenvolvidas: Tabela 2: Formulação do dispositivo intravaginal 1 Formulação 1 Tabela 3: Formulação do dispositivo intravaginal 2 Tabela 4: Formulação do dispositivo intravaginal 3 Tabela 5: Formulação do dispositivo intravaginal para o controle
[45] Para a preparação dos dispositivos, pesou-se o equivalente de cada um dos polietilenos glicóis (PEGs) individualmente. Em um béquer, os PEGs foram colocados em banho-maria a 65°C, para a fusão até se obter uma mistura homogênea. Após isso, foi adicionado EDTANa2^2H2O nas formulações 1, 2 e 3, homogeneizando constantemente até total incorporação com a mistura dos PEGs, até formar uma mistura viscosa e esbranquiçada. Após este processo, colocou-se, ainda quente, em um molde e foi levado à 4-8°C por 24 horas, após isso foi retirado do molde e armazenado a 4-8°C até o momento de aplicação nos animais. O molde foi em formato cilíndrico, para a melhor aderência do mesmo à mucosa da vagina dos animais, nas proximidades do saco vaginal.
[46] No primeiro teste in vivo do dispositivo, foram utilizados 3 animais, , sendo que dois receberam a aplicação intravaginal do dispositivo da formulação 1 e um animal com a formulação controle. Durante o período experimental, os animais ficaram imobilizado em jejum alimentar e hídrico por um período aproximado de dez horas. Foram realizadas coletas de sangue antes da aplicação (hora 0) e de hora em hora até oito horas após a aplicação (horas 18) , para verificar as concentrações de cálcio ionizado e total. Além disso, durante os três dias posteriores, foram realizadas observações diárias no trato reprodutivo do animal para observação de possíveis efeitos colaterais.
[47] Um outro experimento, foi realizado com oito vacas, as quais foram separadas em quatro grupos que receberam uma das formulações (formulação 1, n=2; formulação 2, n=2; formulação 3, n=2; formulação controle, n=2). Foram realizadas coletas de sangue antes da aplicação (hora 0) e de hora em hora até as 6 horas após a aplicação (horas 1-6).
[48] As análises estatísticas foram realizadas no pacote estatístico SAS, versão 9.3 (SAS® Institute Inc., Cary, NC, EUA, 2012). As concentrações sanguíneas de Cat e Cai foram submetidos à análise de medidas repetidas ao longo do tempo, no modelo PROC MIXED, sendo considerada diferença estatística significativa valores com p< 0,05 e altamente significativos valores com p<0,01.
[49] Como resultado, nota-se na figura 4, que o dispositivo foi totalmente dissolvido 3 horas após a sua implantação, podendo então ser absorvido pelo animal. Na figura 5a, é possível verificar que o nível de Cai apresenta uma queda na primeira hora de aplicação, entretanto, não foi suficiente para que houvesse uma modificação significativa nos níveis plasmáticos. O mesmo ocorre com o segundo animal (Figura 5b), o qual também à um decréscimo nos níveis plasmáticos de Cat, porém não alcançando níveis de hipocalcemia subclínica. Os resultados do animal controle, podem ser vistos na figura 5c, o qual também sofreu uma queda nas concentrações plasmáticas, sendo possível que a queda ocasionada nos dois primeiros animais é em decorrência do estresse ao qual o animal passou.
[50] No segundo experimento foi possível verificar que o dispositivo que continha a maior quantidade de princípio ativo foi o que ocasionou a maior queda no Cat, sendo que essa queda ocorreu na primeira hora após a introdução do dispositivo, entretanto, os níveis de Cai não apresentaram alterações. Estes animais chegaram a apresentar níveis que podem ser considerados de hipocalcemia subclínica, entretanto 2 horas depois, os animais já apresentaram uma retomada aos níveis fisiológicos. Além disso, os animais apresentaram lesões nas mucosas vaginais com sangramento.
Exemplo 3:
[51] Foram utilizadas 3 vacas da raça Holandês, não gestantes e não lactantes, com peso médio de 600 kg, as quais receberam uma formulação cada. As seguintes formulações foram desenvolvidas: Tabela 1: Composição da forma farmacêutica usado no animal 1 Tabela 2: Composição da forma farmacêutica usada no animal 2 Tabela 3: Composição da forma farmacêutica usada no animal 3
[52] A sequência para preparação das formulações foi feita da seguinte maneira: na formulação 1 pesou-se o EDTANa2^2H2O e adicionou o polietileno glicol 400 e foi homogeneizado; nas formulações 2 e 3 pesou-se o EDTANa2^2H2O, se adicionou a água de injetáveis, homogeneizou-se e posterior foi feita a adição do polietileno glicol 400 e passou por uma nova homogeneização. As formas farmacêuticas obtidas foram armazenadas em refrigerador a 4° C até o momento da aplicação.
[53] No momento da aplicação a forma farmacêutica foi novamente homogeneizada e esta foi aplicada de forma subcutânea na altura da articulação escapulo-umeral entre o segundo e terceiro espaço intercostal, com aplicações de 25 mL por ponto. Coletas de sangue foram realizadas antes da aplicação (hora 0), de hora em hora até 9 horas após a aplicação para verificação do cálcio total. Durante o período experimental, os animais tinham livre acesso à alimento e água. Além disso, eles eram acompanhados a fim de verificar qualquer alteração comportamental e também qualquer alteração no local da aplicação.
[54] Como resultados pode-se ver que todas as formulações foram capazes de reduzir a concentração de cálcio total no sangue (Figura 7) e nenhuma alteração no comportamento dos animais foi constatada, entretanto, houve um aumento de volume no local de aplicação, possivelmente ocasionado por reação às formulações.
Referências
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Claims (8)

1. Adaptador do metabolismo de cálcio para prevenção de hipocalcemia em vacas leiteiras, caracterizado por ser utilizado no pré-parto e conter quelante de cálcio.
2. Adaptador do metabolismo de cálcio para prevenção de hipocalcemia, de acordo com as reivindicações 1, caracterizada por conter de 5 a 45% de ácido etilenodiamino tetra-acético como quelante de cálcio.
3. Adaptador do metabolismo de cálcio para prevenção de hipocalcemia, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizada por poder conter anti- inflamatórios esteroidais e não esteroidais.
4. Adaptador do metabolismo de cálcio para prevenção de hipocalcemia, de acordo com as reivindicações 1-3, caracterizada por poder conter butafosfan, 5-hidroxitriptofano, retinol, calciferol, tocoferol, filoquinona, tiamina, niacina, ácido pantotênico, poridoxina, ácido fólico, cianocobalamina, biotina, ácido ascórbico, metionina, adenina, lisina e alanina.
5. Adaptador do metabolismo de cálcio para prevenção de hipocalcemia, de acordo com a reivindicação 1-4, caracterizada por poder ser por via intravaginal, intravenosa, subcutânea, intramuscular, oral, intraruminal e intraperitoneal.
6. Adaptador do metabolismo de cálcio para prevenção de hipocalcemia, de acordo com as reivindicações 1-5, caracterizada por poder utilizar diferentes formas farmacêuticas, liquidas, sólidas e pastosas.
7. Adaptador do metabolismo de cálcio para prevenção de hipocalcemia, de acordo com as reivindicações 6, caracterizado por ser em formas sólidas podendo ser encapsulada e com proteção by-pass.
8. Adaptador do metabolismo de cálcio para prevenção de hipocalcemia, caracterizado por poder ser utilizado em associação ou não a dietas com balanço cátion-aniônico negativo.
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