BR102018075380B1 - Sistema construtivo em blocos de concreto celular - Google Patents

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Abstract

A presente invenção trata de um sistema construtivo utilizando blocos de concreto celular espumoso de forma paralelepipédica e que apresentam em sua geometria uma canaleta em duas das faces longitudinais, gerando um sistema de encaixe fêmea/fêmea, o qual permite a introdução da argamassa de assentamento/graute e/ou armadura de aço para reforço, otimizando da execução de painéis de vedação verticais, constituindo um sistema construtivo racionalizado. Está inserido no setor da construção civil, mais especificamente, na construção de edificações. O seu diferencial consiste na junção da geometria do bloco e do material utilizado, o que confere ao conjunto o desempenho necessário para uso em vedações, ao mesmo tempo em que reduz o tempo de execução, o peso da parede e uso de acabamento.

Description

OBJETO DA INVENÇÃO
[001] A presente invenção trata de um sistema construtivo utilizando blocos de concreto celular que apresentam uma canaleta que gera um sistema de encaixe fêmea/fêmea, o qual permite a introdução da argamassa de assentamento/graute e/ou armadura de aço para reforço, permitindo a otimização da execução de painéis de vedação verticais, constituindo um sistema construtivo racionalizado. Está inserido no setor da construção civil, mais especificamente, na construção de edificações. O seu diferencial consiste na junção da geometria do bloco e do material utilizado, o que confere ao conjunto o desempenho necessário para uso em vedações, ao mesmo tempo em que reduz o tempo de execução, o peso da parede e uso de acabamento.
ESTADO DA TÉCNICA
[002] A busca por técnicas de construção mais eficientes tem levado ao desenvolvimento de sistemas construtivos diversos, utilizando materiais diferenciados, com vistas a acelerar a velocidade das obras e diminuir custos da construção. Entre os materiais utilizados para confeccionar peças pré-fabricadas utilizadas nesses sistemas construtivos, pode ser citado o concreto leve. O concreto leve pode ser obtido através do uso de agregados leves e/ou com o uso de incorporadores de ar, ou ainda sem finos (ROSSIGNOLO, J. A. Concreto leve estrutural: produção, propriedades, microestrutura e aplicações. São Paulo: Pini, 2009). O seu uso na construção já se encontra estabelecido, inclusive em artefatos pré-moldados ou pré-fabricados, sendo bastante utilizado o bloco de concreto celular autoclavado e paredes de concreto celular espumoso moldadas no local.
[003] O mercado atual apresenta blocos de concreto celular autoclavado de forma paralelepipédica, com tamanho de 30cm de altura, 60 cm de comprimento e espessura variando de 7,5 cm a 20 cm, podendo ser encontrados blocos de concreto celular estrutural autoclavados medindo 20 centímetros de espessura, 60 centímetros de altura e 1,20 m de comprimento. As resistências dos blocos de concreto celular autoclavado, segundo a NBR 13438/2013 Blocos de concreto celular autoclavado - requisitos, pode variar de 1,0 a 4,5 MPa. O uso desses blocos em sistemas construtivos envolve, normalmente, montantes (pilares) de material metálico ou cimentícios, para garantir a estabilidade das vedações, além de vergas e contravergas.
[004] A seguir são apresentados os principais documentos de patente de invenção e de modelo de utilidade, utilizando tecnologias que poderiam ser consideradas similares, mas que se apontam as diferenças entre elas e a proposta.
[005] Documento de patente de invenção PI 9803550-9 – SISTEMA CONSTRUTIVO DE EDIFICAÇÃO COM CONCRETO CELULAR ESPUMOSO - apresenta blocos de forma paralelepipédica com dois sulcos paralelos ao longo de todo o seu perímetro, ou seja, em 4 lados, visando a sua fixação com massa colante, citando a possibilidade de colocação de armadura nesses sulcos, demandando cálculo estrutural para uso como estrutura de diversos pavimentos e uso de peças especiais como blocos de canto e junções de parede, nas quais há furos cilíndricos no corpo da peça para a colocação de armadura e concreto de reforço. Ou seja, trata-se de um sistema mais complexo, no qual os sulcos são usados apenas para assentamento, não para a colocação de armadura de reforço e argamassa ao longo da parede e os blocos assentados apenas na horizontal.
[006] Documento de patente de modelo de utilidade MU 7700924-0 - DISPOSIÇÃO EM CASAS PRÉ-FABRICADAS - apresenta blocos de concreto celular com encaixe fêmea/fêmea, mas somente nos encontros com os pilares, para permitir a sua fixação, utilizando cavilhas e argamassa. Ou seja, o uso do encaixe é para a fixação aos pilares e não para a colocação de armadura de reforço e argamassa ao longo da parede.
[007] O documento KR1020070026332 - ALC BLOCK FOR HAVING A REINFORCING ROD AND CONSTRUCTION METHOD apresenta um sistema construtivo bastante semelhante, mas mais complexo, com duas ranhuras circulares paralelas, com tamanho menor do que o sistema fêmea/fêmea da presente invenção, o que limita a inserção de armadura e também utiliza montantes (pilares) para o encaixe dos blocos, utilizando concreto celular autoclavado. Apesar da semelhança dos blocos, o sistema se torna diferenciado ao se considerar a geometria definida na presente invenção, visando o equilíbrio entre os blocos e o uso racionalizado de adesivo entre os mesmos, além de utilizar concreto celular não autoclavado, reduzindo o consumo de energia.
[008] O documento ES 1078553U BLOQUE PARA CONSTRUCCION apresenta um bloco semelhante ao da presente invenção, mas com furos na vertical, e não apresenta o sistema construtivo, conforme o presente pedido, sendo utilizado apenas com finalidades de vedação.
[009] Diversos outros documentos de patente de invenção e de modelo de utilidade citam sistemas construtivos utilizando blocos de concreto ou de outros materiais com encaixes macho/fêmea, como os documentos a seguir listados: PI 0304339-8 (SISTEMA CONSTRUTIVO COM BLOCOS DE CONCRETO INTERTRAVADOS COM LIGAÇÕES METÁLICAS TENSIONADAS), PI 9905404-3 (SISTEMA CONSTRUTIVO DE EDIFICAÇÕES COM PAREDES DE BLOCOS DE ENCAIXAR), MU 7700924-0 (DISPOSIÇÃO EM CASAS PRÉ-FABRICADAS), PI 0301616-1 (APERFEIÇOAMENTO EM BLOCO PARA CONSTRUÇÃO CIVIL), MX 2014007417 (SILLAR O CAJILLA PARA ARMADOS DE MODULOS DE CONSTRUCCION), KR 1020120057547 (PREFABRICATED STRUCTURES USING BLOCKS), KR1020077017772 (A COMPOSITE MASONRY BUILDING BLOCK), CN202787624-U (LIGHTWEIGHT CONCRETE BLOCK), US8015772 (TWO PART INTERLOCKING UNIT BLOCK WALL BUILDING SYSTEM), AT406877 (LEICHTBETON-BAUSTEIN), CA 2204933 (METHOD ANDAPPARATUS PRODUCING LIGHTWEIGHT CONCRETE STRUCTURE), AU9714602 (PRECAST LIGHTWEIGHT CONCRETE SYSTEM FOR HOUSING CONSTRUCTION), AU677131 (CONCRETE BUILDING BLOCK ), FR2586736 (LIGHTWEIGHT CONCRETE CONSTRUCTION BLOCK), FR2583085 (CONSTRUCTION ELEMENT MADE OF LIGHTWEIGHT CONCRETE, WHICH IS AUTOMATICALLY POSITIONED AND SELF-LOCKED, COMPRISING A MEANS FOR SPREADING THE BINDER FOR THE SEALING AND CONSTRUCTION METHOD USING SUCH AN ELEMENT), FR2456185 (BUILDING BLOCK FOR VERTICAL WALLS OR PARTITIONS), GB 1586427 (LIGHTWEIGHT CONCRETE BUILDING BLOCK) MU8502146-6 (BLOCO ECOLÓGICO IMPERMEÁVEL E INTERTRAVADO), sendo este de material diverso, provavelmente polimérico sintético. Os documentos citados envolvem blocos com formatos diversos e diferentes formas de encaixe, diferenciando totalmente da presente proposta.
PROBLEMA QUE A INVENÇAO PROPOE A SOLUCIONAR
[010] O avanço da inovação tecnológica na construção civil é bastante notável. Geralmente, ela é implementada visando alguns aspectos, tais como: evitar desperdício de materiais, reduzir a informalidade e promover a qualidade de vida dos trabalhadores; fatores que tornam os custos da construção relativamente altos, surgindo então a necessidade de novas técnicas e métodos construtivos que permitam montagens rápidas, limpas e com qualidade.
[011] Os sistemas construtivos utilizando blocos de concreto celular existentes apresentam uma série de problemas, descritos a seguir.
[012] Paredes de blocos de concreto celular com a ausência de estruturação interna, ao serem submetidas a sobrecargas na estrutura, podem apresentar fissuras de deslocamento da argamassa de assentamento, principalmente em pontos de amarração. Isto se deve as próprias características do concreto celular: densidade menor e poros artificiais.
[013] Existem limitações construtivas em altura e comprimento de paredes de concreto celular sem estruturação interna.
[014] Mal nivelamento de paredes, ou seja, as paredes são concebidas para receber revestimento, em média de 1,5 cm de espessura.
[015] Paredes concebidas para vedação/divisórias simples, não sendo consideradas um sistema construtivo.
[016] Dessa maneira, a presente invenção visa resolver esses problemas e atender aos requisitos de racionalização e rapidez, reduzindo o tempo de construção e desperdícios e otimizando custos, a partir da utilização de blocos montáveis com encaixe fêmea /fêmea, tendo suas dimensões uniformes e padronizadas, permitindo facilidade no manuseio e assentamento. Esses fatores implicam na simplificação de diversos procedimentos, dispensando o uso de mão de obra especialmente capacitada, bem como algumas etapas de acabamento, como a aplicação de chapiscos, emboços e rebocos.
[017] A proposta é baseada em um único modelo de bloco de concreto celular obtido a partir da mistura de areia de cílica, cimento portland e aditivo para aeração (formação de micro bolhas), denominado Isobloco (marca em processo de registro no INPI), com dimensões de 30 cm de altura por 60 cm de comprimento e largura variável de 7,5 cm a 15 cm, que apresenta uma canaleta longitudinal em forma de V nas superfícies inferior e superior, destinada a receber uma barra de aço como reforço e argamassa tipo graute, sendo feita a aderência dos blocos com argamassa adesiva Isocola, desenvolvida para uso com os blocos aqui propostos. Os blocos são assentados normalmente na posição horizontal, podendo ser usados na posição vertical nos locais que necessitam um reforço nessa direção. Os blocos apresentam resistência à compressão mínima de 2,5 MPa e por ter um acabamento retilíneo e liso, dispensam o uso de argamassa de revestimento e massa corrida, sendo proposto o uso do revestimento Isomassa (Massa niveladora de base acrílica). O sistema construtivo permite a construção de unidades residenciais completas com um ou mais pavimentos ou seu uso como sistema de vedação vertical em composição com estruturas diversas.
[018] Seus componentes são os blocos Isobloco, linteis (vergas e contra vergas), tela metálica, barras de aço, entre outros. O sistema necessita também de alguns acessórios e ferramentas para facilitar seu uso, que torna ainda melhor a solução construtiva. Os blocos podem ser utilizados tanto para paredes interiores como exteriores, atendendo as necessidades dos usuários assim como às normas de desempenho. Seu emprego pode ser feito em residências, ampliações, divisórias e paredes corta fogo.
[019] O sistema de vedação da Isobloco é desenvolvido com conceito de tecnologia em blocos de concreto termo acústico, pode ser utilizado tanto para paredes internas quanto externas (fachadas), assim podendo integrar platibandas, muros de divisa, painéis, pisos elevados, lajes e outros. Garante estanqueidade a água, isolamento térmico e acústico, permite a fixação de peças suspensas como armários e prateleiras, tendo capacidade de suporte a esforços de uso como resistência a incêndio, força do vento e de impactos acidentais, podem ser compostas ou não de revestimento, o que permite aplicação simples e rápida proporcionando uma melhor logística em toda obra, atingindo desempenhos adequados que atendem a NBR 15575.
[020] As paredes feitas com o sistema Isobloco, possuem características superiores às de blocos de concreto comuns e ainda são capazes de promover melhor aproveitamento de área útil na sua edificação, visto que os blocos possuem espessuras menores.
DESCRIÇÃO DAS FIGURAS
[021] A Figura 1 mostra o bloco (2) de concreto celular aerado destacando a canaleta em forma de V (1) destinada a receber a barra de aço (3) e o graute para amarração da parede.
[022] A Figura 2 apresenta a amarração vertical da parede, na qual o bloco é colocado na vertical (4) e inserido a barra de aço (5) na canaleta com o graute, com destaque ao detalhe da vista de cima (6).
[023] A Figura 3 mostra o uso do bloco na vertical (4) de forma criar o reforço para o vão de uma porta, com o detalhe do canto superior.
[024] A Figura 4 mostra o detalhe da contraverga em uma abertura de janela, com o bloco (2), a canaleta (1) e a barra de aço (3).
[025] A Figura 5 mostra as possíveis dimensões de cortes para suprir as diferenças de medidas de modulação, sendo (A) = 60 cm, ou seja o bloco sem cortes, (B) = 30 cm, ou seja, meio bloco, (C) = 15 cm, correspondendo ao menor tamanho em que o bloco pode ser cortado e (D) = 45 cm, correspondendo a % do bloco.
[026] A figura 6 apresenta exemplos de assentamento dos blocos com as diversas dimensões do bloco inteiro (A) e cortados (B), (C) e (D) para garantir as juntas alternadas.
[027] A figura 7 mostra o detalhe da amarração de paredes em L (6) e em T (7), utilizando barras de aço de 10 mm a cada duas fiadas.
[028] A figura 8 mostra o detalhe da amarração das paredes em cruz, utilizando barras de aço de 10 mm a cada duas fiadas.
[029] A figura 9 mostra o detalhe das aberturas (9) realizadas no bloco (1) para inserção de barras de aço (10) de 10 mm para reforço em caso de vergas confeccionadas com o próprio bloco. As aberturas devem ter no máximo 2 cm, suficientes para embutir o aço.
[030] A figura 10 mostra a junta simples, com a argamassa colante aplicada (11).
[031] A figura 11 mostra a junta composta com a argamassa colante aplicada (12).
DESCRIÇAO DETALHADA Bloco ISOBLOCO
[032] Segundo a NBR 13438, concreto celular aerado é concreto leve, conhecido também como espumoso, obtido através de um processo de modernização na sua fabricação, onde os materiais que são utilizados, procedimentos de dosagem e processo de produção são bastante parecidos com o de concreto convencional. O concreto aerado é composto por aglomerantes e aditivos que são responsáveis pela adição de poros na argamassa, assim reduzindo sua massa volumétrica que varia de 300 kg/m3 a 1900 kg/m3, o que o torna mais leve que os demais blocos de concreto que possuem aproximadamente 2350 kg/m3, esse fator influencia na redução de carga na estrutura e permitindo o dimensionamento de uma estrutura menor. Os blocos são utilizados como componentes de edificações, maciços e sem função estrutural, utilizados principalmente para construção de paredes, seja elas internas ou externas.
[033] É produzido a partir da mistura de areia siliciosa, cimento Portland e aditivo onde é feita uma amostra de pequena proporção para pesagem e verificação da densidade, constatando a conformidade da mistura, a mesma é extrapolada para o tamanho da batelada que é introduzida no misturador. Após o tempo ideal de mistura, é feito o enchimento das formas com material em forma líquida. Após cura inicial mínima de 12 horas os blocos são desformados, já estando em modo sólido.
[034] Os blocos Isobloco são fabricados nas dimensões constantes na tabela 1, a qual apresenta também o nível de redução de ruídos em dB, de acordo com a espessura do bloco utilizado, sem o revestimento (Isomassa).Tabela 1- Dimensões dos blocos e desempenho acústico.
[035] Ao longo do comprimento, nas faces inferior e superior, o bloco (2) apresenta uma canaleta (1) destinada a colocação de uma barra de aço (3) e argamassa colante.
[036] Os ensaios de caracterização dos blocos de concreto celular foram realizados em laboratório, de acordo com o especificado nas NBR 13438:1995 - Blocos de concreto celular autoclavado - Especificação, NBR 13439:1995 - Blocos de concreto celular autoclavado - Verificação da resistência à compressão - método de ensaio e NBR 13440:1995 - Blocos de concreto celular autoclavado -Verificação da densidade de massa aparente seca - método de ensaio. Os estudos feitos demonstraram que o bloco de concreto celular atende os critérios normativos quanto a resistência a compressão e a densidade de massa aparente seca, onde os blocos cerâmicos obtiveram resultados inferiores ao exigido pela norma.
[037] A utilização do processo construtivo Isobloco necessita de apenas 5 blocos e meio para execução de um metro quadrado de parede, onde para a construção da mesma área de parede utilizando blocos cerâmicos com dimensões 14 cm de altura x 19 cm de comprimento utilizaria aproximadamente 38 blocos. Assim, o seu emprego reduz o tempo de montagem, custo e peso final da obra.
[038] Considerando o bom acabamento dos blocos, não há necessidade de uso de chapisco ou reboco, reduzindo custos também com material e mão de obra. O sistema dispensa a aplicação de massa corrida e/ou reboco de gesso. Nas paredes de vedação interna, a cerâmica pode ser colada diretamente no bloco. Nas paredes de fachada que tem especificação arquitetônica para pastilhas cerâmicas, granito ou porcelanato, de acordo com a norma NBR 7200/1998 - EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO DE PAREDES E TETOS DE ARGAMASSAS INORGÂNICAS - PROCEDIMENTO, é necessária a aplicação do chapisco e reboco. Em fachadas sem as especificações acima citadas, pode-se fazer aplicação da Isomassa externa, com aplicação em bicamada (primeira de nivelamento e segunda de acabamento), podendo a segunda camada ter os acabamentos de textura com os seguintes efeitos: chapiscado, ranhurado, granelli, grafiato e rolo liso. Gerando economia e produtividade pela Isomassa substituir o reboco e textura.
[039] Pela sua estrutura aerada formada por células de ar fechadas, permite melhor isolamento térmico e acústico, pois absorve melhor as ondas sonoras e dificulta sua transmissão para outro ambiente, bem como impede a migração de umidade das paredes, proporcionando característica de estanqueidade ao produto e permitindo sua utilização em ambientes com exposição a umidade alta, além disso o bloco é inerte, não criando microorganismos (mofo).
[040] O desempenho térmico está diretamente ligado com a condutividade térmica do material; a sua estrutura é composta de materiais com baixa condutividade térmica, variando entre 0,10 e 0,17 Kal/mh°C, ou seja, conduz energia térmica de forma mais lenta, sendo cerca de 6 vezes mais isolantes que o tijolo comum e 10 vezes mais que os blocos de concreto convencionais.
[041] A resistência ao fogo é a capacidade que o sistema construtivo tem de suportar por um determinado período de tempo exposto a ação do fogo sem perder as propriedades e características dos materiais. Por ser incombustível, o isobloco oferece resistência ao fogo superior aos blocos convencionais, bem como baixo índice de condutividade térmica, onde uma parede da Isobloco com 10 cm equivale a uma parede de 25 cm de bloco cerâmico ou 30 cm de bloco de concreto convencional. Por ser incombustível, juntamente com a lenta disseminação térmica dos materiais, garantindo a não propagação do fogo bem como a integridade da estrutura para que a mesma não entre em colapso, não gerando fumaça tóxica e permitindo em caso de incêndio a saída segura das pessoas, além do fácil acesso para operações do corpo de bombeiros, os blocos Isobloco, podem ser utilizados em paredes corta fogo e caixas de escada, de acordo com a NBR 15575, que estabelece diretrizes conforme o grupo pertencente de aplicação e altura da edificação, exigindo um tempo mínimo de resistência.
[042] O uso do sistema Isobloco em caixa de escada para edificações multifamiliares com altura de até 120 metros poderá ser realizado com blocos de 12,5 cm de espessura, pois os mesmos atende todos os requisitos exigidos na norma quanto à resistência ao fogo.
[043] Como pode ser observado na tabela 2, o critério mais rigoroso da norma se aplica nas edificações multifamiliares acima de 120 metros de altura, onde os blocos utilizados devem atender resistência contrafogo mínima de 180 minutos, equivalente a 3 horas. Sendo assim, se tornaria necessário a utilização de blocos com 15 cm de espessura ou superior.
[044] O sistema pode ser utilizado em áreas com alta umidade, como banheiros, cozinhas e lavanderias, pois sua estrutura composta por células de ar não conectadas permite que a umidade não migre através das paredes, possibilitando a utilização dos blocos também em áreas de periferia.
[045] A resistência é dada a partir da densidade do material, assim sua resistência varia de acordo com as propriedades dos blocos, quanto suas dimensões, densidade, entre outros, podendo atingir até 3,75 Mpa.
[046] Além das sobras serem reutilizadas, os blocos não contêm substâncias tóxicas ou agentes agressivos ao meio ambiente, assim como a sua grande expansão volumétrica que diminui a utilização de recursos de matérias prima que o compõe, que o torna ambientalmente eficiente e 100% reutilizado.
[047] Por apresentar dimensões maiores e com maior precisão que os blocos cerâmicos, ser mais leves que os demais blocos de concreto com mesmo tamanho, não apresentar ângulos distorcidos ou curvaturas acentuadas, facilita o processo de alinhamento e prumagem durante o assentamento.
[048] O sistema Isobloco utiliza os mesmos materiais para a fabricação do concreto comum, porém no processo de fabricação seu peso é reduzido em até 40% do peso natural do concreto, facilitando seu manuseio, transporte e redução de consumo de aço na construção.
Sistema Construtivo
[049] O sistema construtivo utilizando os blocos Isobloco utiliza os mesmos assentados na horizontal, com a utilização de argamassa colante industrializada que atenda a ABNT NBR 13281 ARGAMASSA PARA ASSENTAMENTO E REVESTIMENTO DE PAREDES E TETOS - REQUISITOS (ABNT, 2005), podendo conter armadura de reforço (diâmetro de 10 mm) introduzida nas canaletas e coberta com graute ou argamassa, a cada duas fiadas. Tem a possibilidade de não utilizar pilares de concreto ou de outro material, como o aço, criando reforços com os blocos na vertical e usando duas barras de aço de 12 mm, figura 2. Também possibilita a confecção de vergas e contravergas, em aberturas de janelas de até 1,50 m de largura e reforço em vão de porta, conforme figuras 2, 3 e 8. Ou seja, trata-se de um sistema versátil e prático. Pode, no entanto, ser utilizado também como vedação vertical, associado à um sistema estrutural.
[050] Deve seguir uma modulação, para evitar cortes do bloco em tamanhos menores do que 15 cm na horizontal, conforme detalhado nas figuras 5 e 6, e devem ser assentados com juntas alternadas. Também deve apresentar modulação na direção vertical.
[051] Antes de começar a erguer a parede deve-se certificar que o local onde ela será feita possui superfície plana, caso não esteja o local deve ser regularizado. A nivelação é feita com argamassa convencional e em caso de construções novas, que iniciará do zero sobre a fundação, é recomendada a utilização de aditivo com características hidrófugas ou pintura asfáltica criando uma barreira hidrófuga. A correta execução da primeira fiada é de fundamental importância para que as demais fiadas sejam colocadas com rapidez e que permaneçam no nível e prumo como desejado.
[052] A execução da alvenaria com o sistema Isobloco segue de modo geral as mesmas diretrizes da alvenaria com bloco cerâmico e também a NBR 14956-1 BLOCOS DE CONCRETO CELULAR AUTOCLAVADO - EXECUÇÃO DE ALVENARIA SEM FUNÇÃO ESTRUTURAL - PARTE 1: PROCEDIMENTO COM ARGAMASSA COLANTE INDUSTRIALIZADA (ABNT, 2013) que regulamenta a execução de alvenaria de blocos de concreto celular autoclavado (BCCA) utilizando argamassa colante.
[053] Em paredes muito altas, atingindo cerca de 5 metros, é recomendada a introdução de vergalhões dispostos na guia (fêmea) a cada duas fiadas como reforço e travamento horizontal, e preenchendo a canaleta com graute.
[054] A boneca é um elemento vertical utilizado para fixação de dispositivos como portas e janelas, local onde serão instaladas dobradiças ou esquadrias. A execução da boneca deve ser feita com a colocação de barras de aço inseridas nas juntas de assentamento, onde deve ser introduzida na alvenaria em pelo menos 10 cm garantindo assim melhor amarração, resistência à impactos e evitando o surgimento de patologias (fissuras ou trincas). As barras de aço devem ter diâmetro de 10 milímetros e serem dispostas no encaixe fêmea, devendo ser colocadas a cada duas fiadas e devem ser completamente cobertos com argamassa.
[055] No caso de situações alheia (como por exemplo sobrecarga em estrutura, movimentações de solos, entre outros) ao sistema Isobloco que acabem gerando alguma fissura ou trinca está determinado o padrão para solucionar com o uso de telas de fibra mais a aplicação da massa base coat (argamassa flexível com resina).
[056] As instalações serão embutidas através de canaletas na alvenaria, com facilidade e rapidez. O corte realizado nos blocos para a inserção de tubulações não deve exceder 1/3 da espessura do bloco, devendo ser evitadas aberturas horizontais muito extensas.
Aplicação de argamassa colante
[057] Para dar início a essa atividade deve-se fazer a limpeza do bloco com uma escova umedecida para que seja retirada a poeira existente na superfície do mesmo (é importante que o bloco não fique encharcado, seja apenas umedecido), aumentando assim a superfície de contato e proporcionando maior aderência, logo deve ser colocada a argamassa preenchendo todas as juntas horizontais para que o assentamento seja feito.
[058] É recomendada a utilização de argamassa colante industrializada própria para a atividade, a mesma é conhecida como "bisnaga de assentar", apresenta formato cônico e seu vértice possui orifício circular.
[059] A argamassa tem função de unir os blocos, evitar a entrada de água e vento na edificação assim como compensar variações nas dimensões dos blocos. Dessa forma, a argamassa que será utilizada deverá apresentar uma boa consistência, de modo que facilite o seu manuseio e o assentamento, por isso é de extrema importância que as juntas sejam bem preenchidas, tendo espessura média de 5,0 mm.
[060] Em caso de excesso de argamassa, a mesma deverá ser removida das juntas antes que endureça, pequenos desnivelamentos devem ser lixados antes de começar a próxima fiada, evitando possíveis problemas nas fiadas seguintes. Após o lixamento remover o pó resultante com escova.
Assentamento e estruturação
[061] O assentamento deve ser iniciado sempre nos encontros de paredes ou pilares, logo as fiadas subsequentes deverão seguir as mesmas instruções citadas anteriormente.
[062] É recomendado que aconteça uma pausa de um dia após a parede executada atingir cerca de 1,50 m de altura que correspondem a 5 fiadas, para que a argamassa seque. Logo após será retomado até atingir altura que se aproxime da laje ou viga. Deverá passar pelo mesmo processo de secagem para que posteriormente venham ser feitos os devidos preenchimentos e a conclusão da parede. A execução feita conforme recomendado evita o aparecimento de deformações indesejadas, desvios de prumo e alinhamento.
[063] Em alguns casos existem particularidades que exige o reforço da alvenaria em certos locais pontuais: deve ser feito reforço vertical com introdução de pilaretes em muros com comprimento maior que 6 metros, que não possuam muros transversais a ele, ou estrutura que o trave ou o enrijeça, abaixo de vigas ou perfis que transmitem carga significativa, em paredes muito estreitas e em paredes que contenham muita abertura na superfície.
[064] Junto com a colocação da peça estrutural, existe também a necessidade de fixar a parede no mesmo, a fixação entre o pilarete e a parede pode ser feito com a introdução de barra de aço ou tela metálica.
[065] Quando a estrutura for feita in loco, utilizando barra de aço, a mesma será introduzida na peça de maneira que fique no nível da guia do bloco, sendo acomodado nela, a barra deve ter comprimento mínimo de 1 metro distribuídos igualmente para cada lado e diâmetro de 8 mm.
[066] O mesmo acontece com a utilização de tela metálica, devendo ser galvanizada e arame com diâmetro de 1 mm e malha 15x15 mm.
[067] Além do pilarete pré-moldado ou feito in loco pode-se também utilizar o próprio bloco, sendo assentado na posição vertical com o embutimento de armaduras dispostas nas guias do bloco e preenchimento com graute, conforme a figura 2, representando o elemento estrutural com a devida amarração utilizando barra de aço.
[068] O mesmo ocorre na utilização de tela metálica embutida ao elemento estrutural para amarração do mesmo com a parede.
[069] Para o processo descrito de estruturação vertical utilizando o próprio bloco deve ser criada uma guia na sua superfície com utilização de serra tipo makita, para acomodação do elemento estrutural, e o preenchimento das guias existentes deve ser realizada com a aplicação de graute, tanto no embutimento das armaduras verticais e horizontais como nas guias dos blocos vizinhos, podendo ser utilizado para amarração barra de aço ou tela metálica, seguindo os mesmos critérios da Figura 2 .
[070] Quando muito altas, paredes com alturas superiores a 4,5m, deve-se dividir o vão com a utilização de cinta de concreto armado, ou introdução de vergalhão dispostos nas juntas.
[071] Para paredes que contenham aberturas, devem ser executadas conforme a paginação das mesmas, sendo necessária a colocação de vergas e contravergas. Aberturas
[072] A execução de aberturas é feita com auxílio de uma régua de alumínio, marcando o local e cortando com o serrote ou máquina de corte, não excedendo 1/3 da espessura do bloco.
[073] As juntas de assentamento exercem papel importante no sistema construtivo, promovendo a redistribuição de tensões provenientes das cargas impostas sobre ela, devido a deformação das estruturas e movimentações higrotérmicas.
[074] É recomendado o preenchimento das juntas verticais das alvenarias com intuito de otimizar a resistência ao cisalhamento, ao fogo e cargas laterais, gerando maior capacidade de redistribuição das tensões decorrentes de deformações impostas e melhor desempenho térmico e acústico.
[075] O sistema Isobloco conta com a utilização de juntas de duas maneiras, sendo simples ou composta. A junta simples deve ser realizada nas paredes internas da edificação, a execução conta com a aplicação da argamassa durante toda superfície da guia (canaleta fêmea), figura 9.
[076] A junta composta deve ser realizada em paredes de periferia: a sua execução será feita com a aplicação da argamassa nas laterais da guia e nos encontros entre blocos com preenchimento nas guias, conforme figura 10.
[077] As juntas de controle são utilizadas afim de evitar-se a ocorrência de fissuras, devem ser colocadas sempre que houver mudança de direção ou de espessura da alvenaria, e quando as paredes forem muito longas. É recomendável também a sua introdução em paredes que tenham vãos de portas e janelas. Vale ressaltar que as juntas de movimentação das paredes devem ser colocadas na mesma localização e mesma espessura que as juntas existentes na estrutura, em caso de não existência de juntas de movimentação na estrutura a junta de controle inserida na parede deve ser executada com largura de aproximadamente 1,5 a 2,0 cm.
[078] São elementos estruturais utilizados como reforços, compostos por materiais resistentes a tração e ao cisalhamento, colocadas e unidas aos blocos de maneira que absorva as tensões solicitadas.
[079] As vergas são instaladas na parte superior dos vãos, sejam portas, janelas ou outros tipos de vãos. As contravergas são utilizadas na parte inferior das aberturas, como nas janelas ou qualquer abertura que se tenha um peitoril.
[080] A peça de concreto armado deve cobrir todo o vão e se inserir ligeiramente na alvenaria, esse transpasse deverá ser maior ou igual à 15 cm, o mesmo processo de execução e fixação da verga deve ser utilizado para a estruturação do local onde será instalado as portas, com o acréscimo de armaduras na posição vertical.
[081] Para vãos com comprimento inferior a 1,5 metros, a peça pré-moldada pode ser substituída pela introdução de vergalhões, o mesmo deverá ter diâmetro nominal de 10 mm e deve ser embutido em pelo menos 50 cm para cada lado, figura 4.
[082] Para a correta execução deve-se primeiramente colocar argamassa no local onde as barras de aço ficarão dispostas, assenta-se o vergalhão sobre a mesma, e aplica-se novamente argamassa, de modo que a mesma permaneça totalmente coberta.
[083] Para as vergas é necessário a realização de aberturas na parte interna e externa do bloco, afim de criar-se duas novas guias que também devem receber vergalhões, como mostrado na figura 8. As aberturas realizadas devem apresentar profundidade de no máximo 2 centímetros, garantindo o total embutimento da armadura.
[084] A utilização de uma tela como a tela Isotape embebida com a Isocola terá papel fundamental para evitar o aparecimento de patologias como fissuras, ela deve ser aplicada ao longo da janela, na parte inferior e superior fazendo uma leve virada na direção vertical.
[085] A estruturação das portas segue a mesma linha de execução das janelas, para as portas que estarão sujeitas a maiores solicitações, surge além da utilização da barra de aço na parte superior a colocação de barras na posição vertical, conforme ilustrado na figura 3.
[086] Para melhor acomodação da armadura é permitida a utilização do bloco na posição vertical, onde a barra de aço com diâmetro de 10 mm será embutida na superfície da guia do bloco, fixada na base (piso) com introdução do vergalhão em pelo menos 10 cm, assim como na parte superior deverá ser fixada ao elemento estrutural.
[087] Para estruturação substituindo o elemento estrutural pré-moldado por barra de aço a fixação entre eles pode ocorrer através de solda ou amarração com arame galvanizado, conforme a figura 3.
[088] Para evitar o aparecimento de fissuras é necessário garantir a correta instalação, de modo que a alvenaria e o elemento estrutural trabalhem em conjunto. Nas regiões de encontro entre estrutura e alvenaria, lajes e alvenaria deve ser reforçada com a aplicação de tela de poliester Isotape embebida com isócola. Desse modo deverá ser aplicada a tela na junta entre a verga ou contraverga com a alvenaria.
Ligação entre paredes
[089] É necessária a colocação de juntas em amarração em todos encontros de paredes, seja ela em formato de “L”, ”T” ou “cruz”, devem ser tomados alguns cuidados quanto a maior rigidez dos apoios, a disposição das telas metálicas ou barras de aço nas juntas de assentamento, bem como o embutimento no revestimento.
[090] Para as ligações em “L”, as barras de aço serão dispostas na guia fêmea, onde será necessário fazer uma pequena abertura no bloco de modo com que as barras fiquem acomodadas perfeitamente, é necessário a utilização de duas barras com diâmetro de 10 mm, e elas devem transpassar o bloco em no mínimo 10 cm, figura 7.
[091] As ligações em “T”, parte do mesmo princípio e as barras serão fixadas da mesma maneira sendo necessário a utilização de duas barras com diâmetro nominal de 10 mm, dispostas conforme a figura 8.
[092] Ou sendo necessário a utilização de duas barras com diâmetro nominal de 10 mm dobradas formando angulação de 90° fixando as paredes perpendiculares e uma barra com diâmetro de 6 mm ao longo da parede com comprimento mínimo de 1,20m sendo distribuídos igualmente, as barras deverão ser fixadas umas nas outras seja por soldagem ou amarradas com arame.
[093] As ligações em “cruz” são feitas para união de duas paredes, assim tendo continuidade nas duas direções, dessa maneira se faz necessária a utilização da armadura conforme a figura 8.
Uso como sistema de vedação vertical
[094] Os blocos propostos também podem ser utilizados como sistemas de vedação vertical, associados a sistemas estruturais diversos, como estruturas de concreto armado ou de aço.
[095] Deve-se iniciar a elevação da parede após ter, no mínimo, 4 pavimentos concluídos e sem escoramento (em caso de edificações menores, deve-se iniciar quando a estrutura estiver totalmente concluída).
[096] A alvenaria deverá ser iniciada no último pavimento, ser executada até a metade da parede e executar os revestimentos de piso e todas os itens que constituem as cargas permanentes, e após, seguir para o pavimento inferior e começar a executar a alvenaria, esse processo se repete até chegar ao primeiro pavimento. Ainda conforme a NBR 14956-1 BLOCOS DE CONCRETO CELULAR AUTOCLAVADO - EXECUÇÃO DE ALVENARIA SEM FUNÇÃO ESTRUTURAL - PARTE 1: PROCEDIMENTO COM ARGAMASSA COLANTE INDUSTRIALIZADA (ABNT, 2013), no pavimento abaixo ao telhado, deve-se esperar que toda estrutura do telhado esteja completa para fixar a alvenaria dos pilares com telas soldadas ou barras de aço e encunhar a alvenaria na viga. Todas as paredes devem estar encunhadas nas vigas e unidas aos pilares com tela ou vergalhões, o mesmo acontece quando a parede se une à uma outra.
[097] Primeiro deve-se colocar os blocos nas extremidades como pontos fixos, bem alinhados, em prumo e nível.
[098] Os blocos devem ser assentados assim como na alvenaria tradicional tendo juntas alternadas, dessa forma sendo necessários à utilização de meio bloco nas extremidades.
[099] Em algumas situações, de acordo com o tamanho das paredes não será possível a colocação do meio bloco na extremidade, assim exigindo um corte maior ou menor. Dessa maneira existem alguns limites quanto aos tamanhos, devendo respeitar tamanho mínimo de 1/4 de bloco na horizontal, ou seja, 15 cm, conforme indicado nas figuras 5 e 6.
[100] Assim como no comprimento os blocos devem possuir modulação vertical, dessa maneira a altura da edificação deverá ser múltipla da altura do bloco.
Ligação entre alvenarias e pilares
[101] Nas ligações das alvenarias com a estrutura devem ser considerados alguns fatores quanto ao gradiente térmico nas fachadas, as dimensões dos panos e a flexibilidade da estrutura.
[102] Para estruturas flexíveis (pré-moldadas, estruturas reticuladas de grandes vãos, etc.): deve-se adotar detalhes construtivos especiais para limitar as solicitações na alvenaria, permitindo a utilização de juntas flexíveis nos encontros com os pilares, fazendo a ancoragem das paredes com cantoneiras ou telas metálicas. Após a execução deverá ser feito acabamento com selante flexível.
[103] Ligações convencionais, com materiais rígidos e estruturas de concreto armado: se faz necessário a limpeza das faces dos pilares e a completa remoção do desmoldante. Feito isso, pode ser dado início ao assentamento, os blocos devem ser bem fixados com a introdução das telas metálicas.
[104] A tela deve ser colocada na devida posição, fixada com pinos de aço na estrutura de concreto, os pinos devem ser colocados o mais próximo possível do local onde será feito a dobra, onde a mesma deve formar exatamente angulação de 90°, logo a tela deverá ter comprimento mínimo de 50 cm, onde pelo menos 10 cm ficará embutido na junta vertical entre pilar e parede, conforme a ilustrações da figura 29.
[105] As telas devem ter espessura inferior à dos blocos com cerca de ±2 cm, assim evitando que a mesma fique exposta.
[106] As ligações com telas metálicas podem ainda ser reforçadas com a utilização de cantoneiras presas ao pino.
[107] Ao assentar o bloco deve-se posicionar a tela com cuidado sobre a argamassa, garantindo o nivelamento e cobrimento total da mesma antes de assentar o próximo bloco.
[108] Além das telas, podem ser feitas ligações ainda mais fortes obtidas com armações de espera introduzidas na armadura do pilar durante sua execução, ou utilização de “ferros cabelo”, que podem ser introduzidos posteriormente como em caso de imprevistos, assim, serão anexados a estrutura através de furos executados com broca de 8 mm de diâmetro, para introdução de barras de aço de 6 mm ou com utilização de parabolt. As barras deverão ter comprimento de transpasse de no mínimo 50 cm para o interior da alvenaria.
[109] Ligações com estruturas metálicas: as ancoragens podem ser executadas com a fixação de telas metálicas ou barras de aço soldadas nos pilares e chumbadas nas juntas horizontais de assentamento.
[110] Ao assentar o bloco, deve-se posicionar as telas com cuidado sobre a argamassa, garantindo o nivelamento e cobrimento total da mesma antes de assentar o próximo bloco.
[111] As telas devem apresentar largura inferior a largura do bloco, dessa forma contendo de 1 a 2 cm de sobra nas laterais, evitando que a mesma fique exposta, ela deverá ter comprimento mínimo de 50 cm para garantir devida ancoragem.
[112] A colocação da tela deverá garantir que pelo menos 10 cm ficará embutido na junta vertical entre pilar e parede, essa dobra realizada deverá ser fixada voltada para cima e formando angulação de 90°, dessa forma o comprimento horizontal mínimo será de 40 cm (transpasse).
[113] Recomenda-se que na utilização de telas para ligações entre o bloco e pilar, sejam elas eletrossoldadas ou galvanizadas, tenham diâmetro de ± 1 mm e malha quadrada de 15 mm, atendendo as especificações da norma.
[114] Na utilização de barras de aço para amarração, deve-se posicionar a barra entre a guia do bloco, a mesma deverá ser soldada à estrutura metálica de modo que pelo menos 10 cm de comprimento fique embutida na junta vertical entre pilar e alvenaria, essa dobra deverá ser fixada voltada para cima e apresentar angulação de 90°.
[115] A barra deverá apresentar comprimento mínimo horizontal de 50 cm de transpasse, assim garantindo o embutimento e devida ancoragem, esse procedimento deve ser realizado a cada duas fiadas.
[116] Para manter melhor desempenho é recomendado o preenchimento das juntas verticais formadas entre a ligação pilar e alvenaria.
Corte dos blocos
[117] Para que o corte seja feito de maneira correta deve ser utilizado serrote ou máquina de corte com dentes largos específicos para a atividade, bem como trena e esquadro para marcação, aumentando a precisão do corte e evitando que bloco perca suas características quanto as dimensões.
[118] A partir desse ponto, as recomendações se referem tanto ao sistema construtivo com e sem sistema estrutural separado.
Fixações (encunhamento)
[119] Esse processo consiste no preenchimento do vão existente entre o topo da alvenaria e o fundo do componente estrutural (viga ou laje). O sistema construtivo Isobloco utiliza a ligação flexível, realizada com a aplicação de espuma de poliuretano expansivo ou espuma PU e argamassa. E sse processo só deverá ser realizado após o término da execução da alvenaria de toda edificação, evitando assim esforços não previstos na alvenaria.
[120] Por ser uma área com maior probabilidade de ocorrência de patologias merece cuidado especial. Desse modo é recomendada a aplicação da espuma em locais específicos definidos de acordo com o projeto, de maneira que estejam espaçados de 1,0 a 1,5 m, sendo recomendado também o preenchimento dos demais espaços com argamassa industrializada que contenha aditivo expansor, pois sua característica de menor rigidez evita e incidência de fissuras que podem acarretar em infiltrações. A espessura entre a última fiada e a viga deverá ter de 1,5 a 3,5 cm.
[121] É recomendado também que o encunhamento comece a ser realizado no ultimo pavimento e após conclusão ir se destinando aos pavimentos inferiores em direção ao térreo.
Impermeabilização
[122] A impermeabilização deverá ser realizada sempre que houver a incidência de áreas molhadas, ou seja, todas as áreas da edificação que sua condição de uso e exposição pode resultar em formação de lâmina d’água, como os banheiros, área de serviço e áreas descobertas. Assim impedindo a passagem da umidade para outros elementos construtivos da habitação, conforme estabelecido pela norma.
[123] Existem também as áreas molháveis, que são as áreas da edificação que estão sujeitas a respingos de agua decorrente sua condição de uso, mas que não deve existir a formação de lâmina d’água, como lavabo, cozinha e sacada coberta.As áreas molháveis não são estanques, portanto o critério de estanqueidade não é aplicável, segundo a NBR 15575-3 (ABNT, 2013).
Acabamentos
[124] As paredes podem ser acabadas com placas cerâmicas ou azulejos, gesso ou pintura. Quando utilizado revestimento cerâmico ou azulejo, os mesmos podem ser aplicados diretamente sobre a alvenaria Isobloco, onde o assentamento do mesmo é feito seguindo o método convencional, permitindo a utilização de argamassas disponíveis no mercado próprias para o assentamento e seguindo as instruções fornecidas pelo fabricante.
[125] Antes da colocação do revestimento cerâmico recomenda-se fazer ranhuras ao longo da alvenaria utilizando a desempenadeira raspadeira, criando maior superfície de contato, seguido da limpeza do local retirando a poeira existente, feito isso, fazer à aplicação de selante na alvenaria.
[126] O gesso, seja ele preparado na obra ou industrializado (mistura pronta) tem boa adesão na alvenaria sem a necessidade de pré-tratamento, deve apresentar espessura mínima de 5 mm.
[127] Se desejar manter a alvenaria aparente, deve-se tomar alguns cuidados com as juntas, necessitando aplicar sobre elas algum produto repelente de água, como o silicone O mesmo deverá permanecer durante todo período da alvenaria, necessitando de manutenção periódica.
VANTAGENS DO SISTEMA CONSTRUTIVO ISOBLOCO
[128] O quadro 1 sumariza as vantagens auferidas pelo uso do sistema isobloco, comparado a alvenaria convencional de blocos cerâmicos ou de concreto.Quadro 1 - Características e benefícios do ISOBLOCO
[129] Citando as vantagens, há redução do volume de material transportado vertical e horizontal, redução de mão de obra e elevada produtividade, flexibilidade de layout, facilidade nas instalações prediais, evitando cortes e quebras, menor espessura de paredes com ganho de área útil, mínimo desperdício e retrabalho.

Claims (13)

1- Sistema construtivo com blocos de concreto celular caracterizado por compreender blocos de concreto celular espumoso (2) ou aerado cuja geometria apresenta uma canaleta (1) em forma de V longitudinal nas faces de assentamento dos blocos.
2- Sistema, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo bloco apresentar dimensões de 30 cm de altura, 60 cm de comprimento e largura variando de 7,5 a 20 cm e canaleta com profundidade de 2,5 cm e largura de 5cm, centralizada.
3- Sistema, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizado por utilizar tais canaletas para a inserção de uma barra de aço (3) e preenchimento com graute, argamassa ou microconcreto.
4- Sistema, de acordo com as reivindicações 1 a 3, caracterizado por utilizar o bloco assentado na horizontal.
5- Sistema, de acordo com as reivindicações 1 a 4, caracterizado por utilizar o bloco na vertical para compor reforço estrutural, não necessitando pilares de outros materiais.
6- Sistema, de acordo com as reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo assentamento dos blocos ser realizado com argamassa colante com junta de no máximo 5 mm de espessura.
7- Sistema, de acordo com as reivindicações 1 a 6, caracterizado por utilizar o sistema canaleta/barra de aço/graute para substituir vergas e contravergas de aberturas de até 1,5 m de largura.
8- Sistema, de acordo com as reivindicações 1 a 7, caracterizado por utilizar o sistema canaleta/barra de aço/graute para a ligação entre paredes em L, T ou cruzadas a cada duas fiadas.
9- Sistema, de acordo com as reivindicações 1 a 8, caracterizado por permitir a aplicação de revestimento diretamente sobre o bloco, sem necessidade de regularização, com espessuras inferiores a 5 mm.
10- Sistema, de acordo com as reivindicações 1 a 9, caracterizado por permitir a inserção de tubulação na canaleta longitudinal e abertura para passagem das tubulações.
11- Sistema, de acordo com as reivindicações 1 a 10, caracterizado por permitir o corte, com ferramentas simples como serrotes ou serra tipo makita, dos blocos nos comprimentos múltiplos de 15 cm, para compor a paginação da parede.
12- Sistema de vedação vertical, de acordo com as reivindicações 2 a 11, caracterizado por utilizar o sistema canaleta/barra de aço/graute para a ligação entre a parede de blocos e pilares de concreto ou de aço quando usadas como vedação vertical.
13- Bloco de concreto celular caracterizado por ser em concreto celular aerado,com densidade entre 300 kg/m3 a 1900 kg/m3, compreendendo uma mistura de areia siliciosa, cimento Portland e aditivo espumígeno, apresentando em suas faces longitudinais canaletas centralizadas de profundidade 2,5 cm e Largura 5 cm.
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