BR102018013941B1

BR102018013941B1 - Ferramenta odontológica, componente protético e conjunto ferramenta e componente

Info

Publication number: BR102018013941B1
Application number: BR102018013941-0A
Authority: BR
Inventors: Geninho THOMÉ; Felix Andreas Mertin; Rafael Calixto Salatti; Ilderaldo Jose Lucca
Original assignee: Jjgc Indústria E Comércio De Materiais Dentários S.A.
Priority date: 2018-07-06
Filing date: 2018-07-06
Publication date: 2022-11-22
Also published as: BR102018013941A2

Abstract

FERRAMENTA ODONTOLÓGICA, COMPONENTE PROTÉTICO E CONJUNTO FERRAMENTA E COMPONENTE A presente invenção refere-se a uma ferramenta odontológica (10) e a parafusos/componentes protéticos (20) que permitem a captura, transporte e aplicação de torque de modo a realizar o serviço dentário com uma única ferramenta (10) especialmente adaptada para parafusos/componentes (20) de dimensões reduzidas como, por exemplo, com diâmetros menores do que 1,4 mm.

Description

[001] A presente invenção refere-se a uma ferramenta para realizar a captura, transporte e fixação de parafusos e componentes proté- ticos odontológicos. Mais especificamente, a presente invenção refere- se a uma chave para captura e fixação de parafusos (componentes protéticos) em implantes dentais.

DESCRIÇÃO DO ESTADO DA TÉCNICA

[002] Após a instalação de um implante na boca de um paciente é necessário que o dentista instale/fixe um componente, sobre o qual será instalada a prótese dentária.

[003] No entanto, como cada paciente possui uma anatomia diferente, é necessário que dentista teste os diversos tipos de componentes protéticos até que encontre o mais adequado para o caso em tratamento.

[004] Assim, quando o dentista for realizar os testes será necessário que ele utilize uma ferramenta de captura (chave) para transportar o componente protético do estojo de componentes até a boca do paciente. É fundamental que esse transporte ocorra de forma segura, principalmente, porque esses componentes possuem um tamanho extremamente reduzido e, caso venham a cair, dificilmente serão encontrados. Além disso, por questões higiênicas, caso o componente seja encontrado, ele não poderá mais ser utilizado para realização do teste, pois deverá passar, novamente, pelo processo de esterilização.

[005] Dessa forma, é necessária a existência de uma chave que consiga capturar e transportar o componente de forma segura.

[006] Para atingir esse objetivo, as ferramentas existentes no estado da técnica - como, por exemplo, aquelas ilustradas nas Figs. 1 e 2 - possuem sua extremidade em um formato cônico, que permite fixar temporariamente o componente, para a realização do transporte até o local de instalação.

[007] Após esse processo de teste, e encontrado o componente adequado para fixação no implante localizado na boca do paciente, o dentista precisa fixar o parafuso. Para isso, ele utiliza uma chave de fixação, com catraca, diferente da chave de transporte, para realizar o torque necessário para reter o componente no implante.

[008] Há a necessidade de se realizar a troca de ferramenta, pois o cone existente na chave de fixação é utilizado apenas para fixar de forma temporária o componente à chave, impedindo que a ponta da chave penetre completamente no componente, ou seja, a ponta da chave não fica em contato com toda a superfície interna do componente (vide Figs. 1 e 2).

[009] Dessa forma, no momento em que o dentista realiza o torque haverá a deformação do componente (ocorrerá o estufamento da cabeça do parafuso).

[0010] Assim, para que esse defeito não ocorra, a chave utilizada para fixação do componente ao implante deve possuir uma extremidade (ponta) reta, ou seja, sem o cone, permitindo que toda a ponta da chave penetre em toda a extensão interna do parafuso. Como isso, quando o torque for realizado, não ocorrerá a dita deformação.

[0011] No entanto, a necessidade de troca de ferramenta é um incomodo ao dentista. Isso faz com que muitos profissionais optem por utilizar a própria chave de captura para fornecer o torque, causando a deformação do parafuso.

[0012] Adicionalmente, as chaves de fixação possuem, normalmente, um formato sextavado. Devido a esse formato a área de contato da chave com o componente é reduzida, de modo que caso o dentista, por erro, venha a fornecer um torque maior do que o necessário para a fixação do parafuso é provável que ocorra a deformação das arestas da chave e o estufamento da cabeça do parafuso.

[0013] Essa deformação constante, estufando a cabeça do componente e as arestas da ferramenta, faz com que a chave em determinado momento não possa ser encaixada de forma adequada na cabeça do componente, impossibilitando que seja feita a rotação para a realização do aperto do parafuso/componente protético, ou seja, a ferramenta escapa da área de encaixe, girando em falso. Esse problema é muito comum, principalmente, em componentes de menor diâmetro e que necessitam de menor torque.

[0014] Com o objetivo de evitar o acima exposto, houve uma tentativa de solução para tais problemas como pode ser visto no documento EP0928165B1 do estado da técnica, o qual descreve um arranjo para ser utilizado com uma variedade de parafusos dentais.

[0015] O referido documento descreve uma ferramenta (ou chave) que possui uma seção transversal circular em que as extremidades externas da seção se alargam de forma ligeiramente cônica. Ao mesmo tempo essas extremidades externas cônicas se fixam à superfície do componente de forma essencialmente paralela.

[0016] Assim, a ferramenta descrita nesse documento apresenta duas funções, onde a primeira função é a função de aperto, ou seja, a capacidade de fornecer o torque para fixar o componente, e a segunda função é a capacidade de fixação da ferramenta ao componente, a capacidade de captura da ferramenta. Além disso, é descrito que a primeira e a segunda funções são mecanicamente separadas.

[0017] No entanto, apesar da ferramenta, tal como apresentada, possuir ambas as funções de captura e fixação, fica claro por esse documento que esta ferramenta não é aplicável a parafu- sos/componentes protéticos de menor porte, ou seja, usualmente com menos de 1,4 mm (variação de 1,4 a 2,5 mm), de modo que parafu- sos/componentes de menores diâmetros não podem se beneficiar do uso dessa ferramenta.

OBJETIVOS DA INVENÇÃO

[0018] A presente invenção tem, portanto, por objetivo solucionar os problemas apresentados pelo estado da técnica, através do fornecimento de uma ferramenta odontológica (chave) que possui ambas as funções de captura e fixação, e que poderá ainda ser utilizada em pa- rafusos/componentes de diâmetros reduzidos (por exemplo, menores que 1,4 mm).

BREVE DESCRIÇÃO DA INVENÇÃO

[0019] A presente invenção refere-se a uma ferramenta odontoló- gica para acoplamento a componentes protéticos que compreende, em sua extremidade inferior, uma pluralidade de protuberâncias e uma pluralidade de reentrâncias, em que a pluralidade de protuberâncias e a pluralidade de reentrâncias estão dispostas de forma alternada, sendo que cada uma das protuberâncias é dividida em uma primeira região, em uma segunda região paralela, e uma terceira região cônica.

[0020] Adicionalmente a presente invenção refere-se a um componente protético que compreende, em sua superfície interna, uma pluralidade de rebaixos e uma pluralidade de projeções, em que a pluralidade de rebaixos e a pluralidade de projeções estão dispostas de forma alternada.

[0021] A invenção ainda apresenta um conjunto que compreende a ferramenta odontológica e o componente protético, de modo que a pluralidade de protuberâncias é encaixável à pluralidade de rebaixos e a pluralidade de reentrâncias é encaixável à pluralidade de projeções. DESCRIÇÃO RESUMIDA DOS DESENHOS

[0022] A presente invenção será, a seguir, mais detalhadamente descrita com base em um exemplo de execução representado nos desenhos. As Figs. mostram:

[0023] Fig. 1 - uma vista em perspectiva da extremidade de uma ferramenta de captura sextavada do estado da técnica, com destaque na região de captura;

[0024] Fig. 2 - uma vista em perspectiva da extremidade de uma ferramenta de captura do estado da técnica, com destaque na região de torque;

[0025] Fig. 3 - uma vista frontal do detalhe A em corte da ferramenta sextavada ilustrada nas Figs. 1 e 2 no momento do torque;

[0026] Fig. 4a - uma vista lateral de uma primeira modalidade da ferramenta odontológica da presente invenção;

[0027] Fig. 4b - uma vista lateral de uma segunda modalidade da ferramenta odontológica da presente invenção;

[0028] Fig. 4c - uma vista lateral de uma terceira modalidade da ferramenta odontológica da presente invenção;

[0029] Fig. 5 - uma vista em perspectiva da extremidade frontal da ferramenta odontológica da presente invenção;

[0030] Fig. 6a - uma vista lateral da extremidade de uma primeira modalidade de ferramenta odontológica da presente invenção;

[0031] Fig. 6b - uma vista frontal da extremidade inferior de uma primeira modalidade de ferramenta odontológica;

[0032] Fig. 7a - uma vista lateral da extremidade de uma segunda modalidade de ferramenta odontológica da presente invenção;

[0033] Fig. 7b - uma segunda vista superior da extremidade inferior de uma segunda modalidade de ferramenta odontológica;

[0034] Fig. 8a - uma vista em perspectiva de uma primeira modalidade do parafuso/componente protético da presente invenção;

[0035] Fig. 8b - uma vista em perspectiva de uma segunda modalidade do parafuso/componente protético da presente invenção;

[0036] Fig. 9a - uma vista de topo do parafuso/componente proté- tico da Fig. 8a;

[0037] Fig. 9b - uma vista em corte lateral da região de acopla- mento do parafuso/componente protético da Fig. 8a;

[0038] Fig. 10a - uma vista de topo do parafuso/componente pro- tético da Fig. 8b;

[0039] Fig. 10b - uma vista em corte lateral da região de acoplamento do parafuso/componente protético da Fig. 8b;

[0040] Fig. 11 - vista lateral em corte parcial revelando detalhe da interação da ferramenta odontológica com o parafuso/componente pro- tético da presente invenção;

[0041] Fig. 12 - vista lateral em corte revelando detalhe entre a interação da ferramenta odontológica com o parafuso/componente pro- tético da presente invenção;

[0042] Fig. 13 - vista em perspectiva do conjunto ferramenta odon- tológica e parafuso/componente da presente invenção com destaque para a região de captura;

[0043] Fig. 14 - vista em perspectiva do conjunto ferramenta odon- tológica e parafuso/componente da presente invenção com destaque para a região de torque;

[0044] Fig. 15a - vista em corte transversal revelando detalhe entre a interação da ferramenta odontológica com o parafuso/componente protético da presente invenção;

[0045] Fig. 15b - vista em detalhe ampliado da Fig. 15a. DESCRIÇÃO DETALHADA DAS FIGURAS

[0046] As Figs. 1 a 3 ilustram uma ferramenta sextavada 1 comu- mente utilizada no estado da técnica, mais especificamente, uma ferramenta de captura sextavada 1 cooperante com um componente pro- tético 2.

[0047] Como pode ser observado na Fig. 1, a ponta 3 da ferramenta 1 não consegue penetrar em toda a extensão do orifício interno do componente 2, devido à porção cônica 5, de modo que a região de fundo 4 do orifício interno do componente 2 não fica em contato com a ponta 3 da ferramenta 1. A limitação ocorre em regiões de interferência 16 que estão em destaque na Fig. 1.

[0048] Dessa forma, quando é aplicado um torque T (vide Fig. 2) para fixar o componente 2 ao implante (não mostrado), nota-se que o mesmo é exercido apenas na porção superior 6 do orifício interno do componente 2. Os pontos/regiões de contato 7 encontram-se em destaque na dita Fig. 2. Essa diferença na aplicação do torque T faz com que o componente 2 sofra deformações e, caso o dentista continue a realizar o movimento de aperto, mais deformações ocorrerão até o momento em que tais deformações serão de tal monta que resultarão na deformação das arestas da ferramenta 1, de modo que esta passará a girar em falso, não conseguindo mais realizar o torque T.

[0049] Assim, a ferramenta 1 de ponta cônica funciona apenas para a função de captura e para fornecer apenas um primeiro torque para prender, levemente, o componente 2 ao implante. Para fornecer o torque ideal e necessário para fixar o componente 2 ao implante, o mais correto é a utilização de uma ferramenta de ponta reta, não angulada, para permitir o contato de toda a superfície interna do componente 2 à ponta 3 da ferramenta 1, sendo que a aplicação do torque T deve ser feita, preferencialmente, de modo uniforme em todo o componente 2.

[0050] Adicionalmente, a Fig. 3 mostra em detalhe ampliado que a ferramenta sextavada 1 possui apenas uma pequena região de contato 7 que está de fato em contato com a superfície interna do componente 2 para a realização do torque T. Dessa forma, além das deformações que ocorrem apenas pelo uso da ferramenta 1 para aperto do componente 2, caso o dentista venha a fornecer um torque T maior do que o necessário para fixação do componente 2 ao implante, a tendência do componente 2 é deformar-se mediante a intensidade de esforço a ele aplicada, ou seja, a cabeça do componente 2 tende a estufar. Essa deformação é muito comum em peças de pequenos diâme- tros (menores que 1,4 mm) que utilizam ferramentas menores, pois essas ferramentas suportam menos torque e tendem a deformar-se mais facilmente.

[0051] Essa deformação é extremamente prejudicial, principalmente, caso haja a necessidade de remover o componente 2 por algum motivo. Quando o dentista for utilizar uma ferramenta para remover o componente 2 caso este esteja com deformações (cabeça estufada), a ferramenta 1 terá dificuldade em encaixar-se e, consequentemente, remover o componente 2.

[0052] A presente invenção visa, portanto, fornecer uma ferramenta odontológica, que realize a função de captura e fixação de um componente protético 2 sem a necessidade de troca de ferramenta, diminuindo as possibilidades de ocorrência de defeitos no parafu- so/componente 2 no momento de aplicação do torque T (estufamento da cabeça do parafuso/componente) e que, ainda, possa ser utilizada em componentes de diâmetros menores do que 1,4 mm.

[0053] As Figs. 4a a 4c ilustram três modalidades da ferramenta de captura e fixação 10 da presente invenção, em que a sua extremidade inferior 11 foi modificada, de modo a solucionar os problemas apresentados pelo estado da técnica.

[0054] Como pode ser melhor observado nas Figs. 5 a 7b, a extremidade inferior 11 da ferramenta odontológica 10 compreende uma pluralidade de protuberâncias 12, preferencialmente, seis protuberâncias axiais distribuídas em torno do seu perímetro circular. As referidas protuberâncias 12 são divididas, a partir da ponta 3 da extremidade 11, em três regiões subsequentes; sendo a primeira região 12.1 dotada de uma quebra de canto que possui a função de facilitar o encaixe da ferramenta ao parafuso/componente 20; uma segunda região 12.2 paralela ao eixo longitudinal da chave, a qual ficará alojada no interior do componente; e uma terceira região 12.3 com formato cônico/angulado.

[0055] Na concretização ilustrada nas Figs. 5, 6a e 6b as reentrâncias 13 se prolongam até região próxima do centro da extremidade circular 3’ da ponta 3 da ferramenta 10.

[0056] Opcionalmente e conforme ilustrado nas Figs. 7a e 7b, a extremidade inferior 11 da ferramenta 10 compreende ainda, de forma alternada com as protuberâncias 12, uma pluralidade de reentrâncias 13 também axiais no eixo circular da ferramenta 10, sendo que as referidas reentrâncias 13 não possuem prolongamentos. Dessa forma, na concretização ilustrada nas Figs. 7a e 7b, as reentrâncias 13 se estendem apenas até uma borda 3’’ da ponta 3 da ferramenta 10, não se prolongando até próximas ao centro da extremidade circular 3’.

[0057] Essa configuração permite que as protuberâncias 12 e reentrâncias 13 tenham funções mecânicas diferenciadas quando a ferramenta 10 for utilizada.

[0058] No entanto, para que as funções de captura e fixação da ferramenta 10 possam ser aplicadas, é necessário que os parafu- sos/componentes 20 sejam modificados para melhor se adaptarem ao formato diferenciado da ferramenta 10. Observa-se, portanto, nas Figs. 8a e 8b, que a superfície interna do parafuso/componente 20 é composta por uma pluralidade de projeções 22 que conformam rebaixos 21.

[0059] Conforme pode ser verificado nas Figs. 9a a 10b, as regiões de rebaixo 21 e projeções 22 do componente 20 são distribuídas de forma alternada e equidistante ao redor da superfície interna da seção circular do componente 20. Cabe esclarecer que na concretização ilustrada nas Figs. 10a e 10b a superfície interna do componente 20 é provida, adicionalmente, de uma pequena plataforma de assentamento 23.

[0060] Assim, quando a ferramenta 10 é inserida no componente 20, como pode ser observado nas Figs. 11 e 12, as reentrâncias 13 irão acoplar-se às projeções 22, ao mesmo tempo em que as protuberâncias 12 irão acoplar-se aos rebaixos 21, conforme indicado pelas setas A e A’ na Fig. 11, respectivamente.

[0061] Importante ressaltar que essa modificação de formato, tanto da ferramenta 10 quanto do componente 20, permitem que a ferramenta 10 consiga penetrar em toda a extensão interna do componente 20, uma vez que a região cônica 12.3, ao encaixar-se nos rebaixos 21, formará um encaixe axial plano com as paredes laterais das projeções 22. Com isso, evita-se quaisquer tendências de ocorrência de defeitos na ferramenta 10 ou no componente 20 no momento da aplicação do torque T.

[0062] Com a ferramenta 10 devidamente encaixada no componente 20, a região cônica 12.3 funcionará como uma região de captura (retenção) 14 do componente 20, em destaque na Fig. 13, devido ao acoplamento tipo macho-fêmea formado entre a região cônica 12.3 e os rebaixos 21 da região interna do componente 20, travando, temporariamente, o componente 20 à ferramenta 10. Esse travamento permite que se possa realizar o transporte do componente da embalagem até o local de instalação.

[0063] Após o transporte do componente 20 até o local de instalação, será necessário que o dentista realize o torque T necessário para fixá-lo a um implante (não mostrado) instalado na boca do paciente.

[0064] Devido à combinação das protuberâncias 12 com as reentrâncias 13 de forma alternada, paredes laterais 15 (vistas nas Figs. 7a e 14) substancialmente perpendiculares ao eixo longitudinal da ferramenta 10 são formadas.

[0065] Dessa forma, quando a ferramenta 10 entra em contato com o componente 20 as paredes laterais 15 alinham-se com paredes laterais 22.2 substancialmente perpendiculares ao eixo do componente 20, que são formadas devido à combinação dos rebaixos 21 com as projeções 22 de forma alternada (vide Fig. 15a).

[0066] Com isso, quando o movimento de giro para aplicação de torque é realizado, as paredes laterais 15, entraram em contato direto com toda a extensão das paredes laterais 22.2 formando áreas de torque 18 indicadas de forma destacada na Fig. 14.

[0067] Conforme é possível observar em maiores detalhes nas Figs. 15a e 15b, o ponto de contato para a realização do torque entre a ferramenta 10 e o componente 20 não ocorre em apenas um único ponto, mas em toda a extensão das superfícies das paredes laterais 15, 22.2 da ferramenta 10 e componente 20, respectivamente.

[0068] Dessa forma, quando o dentista realiza o torque T para fixação do componente 20 ao implante, as chances de ocorrer a deformação da cabeça do componente 20 ou da ferramenta 10 são significativamente reduzidas, o que diminui as chances da ferramenta 10 estufar a cabeça do componente 20 e, consequentemente, girar em falso, deformando suas arestas.

[0069] Adicionalmente, uma vez que a ferramenta 10 da presente invenção não possui a tendência de estufar a cabeça do componente 20, é possível que haja uma diminuição na espessura de parede do componente 20. Essa diminuição de espessura de parede faz com que a área de encaixe da ferramenta 10 seja maior, independentemente, do tamanho do componente 20 a ser fixado.

[0070] Com isso, a mesma ferramenta 10 poderá ser utilizada para diversos tamanhos de parafusos/componentes 20, incluindo àqueles com diâmetros menores do que 1,4 mm. Isso se dá porque com a geometria adotada, a componente radial da força de contato entre as peças é menor, de modo que demanda uma espessura de parede menor para se ter a mesma resistência mediante o mesmo esforço aplicado.

[0071] Tendo sido descrito um exemplo de concretização preferido, deve ser entendido que o escopo da presente invenção abrange outras possíveis variações, sendo limitado tão somente pelo teor das reivindicações apensas, aí incluídos os possíveis equivalentes.

Claims

1. Ferramenta odontológica (10) para acoplamento a com-ponente protético (20), caracterizada pelo fato de que compreende em sua extremidade inferior (11): uma pluralidade de protuberâncias (12), e uma pluralidade de reentrâncias (13); em que a pluralidade de protuberâncias (12) e a pluralidade de reentrâncias (13) estão dispostas de forma alternada, de modo que são formadas paredes laterais (15) substancialmente perpendiculares ao eixo longitudinal da ferramenta (10); em que cada uma das protuberâncias (12) é dividida, a partir da ponta (3) da extremidade (11), em uma primeira região (12.1), em uma segunda região (12.2), e uma terceira região (12.3) subsequentes; a primeira região (12.1) é dotada de uma quebra de canto, de modo a facilitar o encaixe da ferramenta ao componente (20); a segunda região (12.2) é paralela ao eixo longitudinal da chave; a terceira região (12.3) possui um formato cônico, e as reentrâncias (13) se prolongam até região central da ex-tremidade circular (3) da ferramenta (10).

2. Ferramenta odontológica (10), de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que compreende, preferencialmente, seis protuberâncias (12).

3. Ferramenta odontológica (10), de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que compreende, preferencialmente, seis reentrâncias (13).

4. Ferramenta odontológica (10), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizada pelo fato de que as reen-trâncias (13) se estendem até uma borda (3’’) da ponta (3) da ferra- menta (10).

5. Componente protético (20) como definido na reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que compreende em sua superfície interna: uma pluralidade de rebaixos (21); uma pluralidade de projeções (22); em que pluralidade de rebaixos (21) e a pluralidade de projeções (22) estão dispostos de forma alternada e equidistantes, de modo que são formadas paredes laterais (22.2) substancialmente perpendiculares ao eixo do componente (20).

6. Componente protético (20), de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a superfície interna compreende ainda uma plataforma de assentamento (23).

7. Conjunto que compreende a ferramenta odontológica (10) como definida na reivindicação 1 e o componente protético (20) como definido na reivindicação 5, caracterizado pelo fato de que: a pluralidade de protuberâncias (12) é encaixável à plurali-dade de rebaixos (21); e a pluralidade de reentrâncias (13) é encaixável à pluralidade de projeções (22), em que as paredes laterais (15) se alinham com paredes la-terais (22.2) formando áreas de torque (18).