BR102016003764A2 - Cosmetic formulation and its use - Google Patents

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FORMULAÇÃO COSMÉTICA E SEU USO CAMPO DA INVENÇÃO
[001] A presente invenção se insere no campo de desenvolvimento de produtos, mais precisamente na área cosmética, e descreve uma formulação cosmética contendo extrato de soja biotransformado ou fermentado para prevenir e/ou amenizar o envelhecimento da pele através do aumento da produção do colágeno.
FUNDAMENTOS DA INVENÇÃO
[002] A menopausa designa o período fisiológico que se caracteriza pelo encerramento dos ciclos menstruais e ovulatórios. Normalmente inicia-se por volta dos 51 anos e acelera o envelhecimento da mulher. Nessa etapa, a quantidade de colágeno pode diminuir em até 30% (Brincat et al. British Journal of Obstetrics and Gynecology. v. 92, p.256-259, 1985; Affinito et al. Maturitas 33: 239-247, 1999), acarretando em mudanças na pele que podem afetar a qualidade de vida e autoestima das mulheres em uma faixa etária em que ainda são muito ativas na sociedade.
[003] A terapia de reposição hormonal convencional é tida como umas das alternativas para amenizar e/ou prevenir o envelhecimento da pele conforme já demonstrado em alguns trabalhos (Son et al. Journal Investigative Dermatology .v.124, p.1149-61, 2005; Patriarca et al.
European Journal of Obstetrics and Gynecology Reproductive Biology. v.130, p.202-5, 2007; DRAELOS. Fertility and Sterility. v. 84, p.291-2, 2005). Porém, a utilização de hormônios sintéticos é problemática e pode levar ao desenvolvimento de câncer na mama, no endométrio e doenças tromboembólicas (Hurley et al. JAMA v. 280, p. 605-613. 1998; WHI, JAMA.288(3):321-333, 2002).
[004] Dessa maneira, a presente invenção propõe uma alternativa para prevenir e/ou amenizar o envelhecimento da pele mediante o uso de uma composição cosmética compreendendo um extrato de soja biotransformado ou fermentado contendo fitoestrógenos daidzeina e genisteina, os quais além de possuir efeito semelhante ao estrógeno sintético não possuem contra-indicações. Alguns documentos de patentes também surgem como alternativas para a prevenção do envelhecimento da pele, por exemplo: [005] O documento WO 36050 refere-se a um produto cosmético contendo extrato de soja com o intuito de proteger a pele da imunossupressão ocasionada pela radiação UV, explorando dessa forma, as propriedades antioxidantes da soja. Entretanto, tal documento difere da presente invenção, uma vez que não visa combater e/ou amenizar o envelhecimento da pele através do aumento do colágeno, não se preocupando, assim, com as propriedades estrogênicas das moléculas presentes no extrato de soja biotransformado ou fermentado.
[006] Os documentos WO 9856373A1 e W02002087517 referem-se a produtos cosméticos contendo daidzeina e genisteina isoladas, onde o documento WO 9856373A1 diz respeito a um produto para combater o envelhecimento e o documento W02002087517 tem como objetivo proteger a pele e a própria formulação cosmética da radiação UV. De maneira diferente, a presente invenção possui como ativo um produto natural originário de um processo de biotransformação, além de ser pioneira em utilizar cosmético com extrato de soja com o objetivo de amentar a produção de colágeno.
[007] Os documentos EP 1616551, CA2519725, US 8435541 e US 6455057 referem-se a produtos cosméticos com atividade anti-envelhecimento. Entretanto, os documentos EP 1616551, CA2519725 e US 8435541 não estimulam a produção de colágeno. Já no documento US 8435541, apesar de aumentar a produção de colágeno, não utiliza extrato de soja biotransformado ou fermentado. Neste documento, as isoflavonas foram adquiridas comercialmente.
[008] Cabe ainda ressaltar que o produto cosmético descrito no documento EP 1616551 propõe a utilização de um dispositivo transdérmico, seja um adesivo, folha, filme plástico, ultrassom, corrente elétrica ou sistema de injeção sem agulhas, contendo diversos nutrientes, que tem como finalidade prevenir e/ou retardar os sinais do envelhecimento da pele. O produto divulgado em tal documento se assemelha a um medicamento, pois é capaz de facilitar a permeação de ativos presentes para a corrente sanguínea. A presente invenção, de forma contrária, descreve um gel que faz com que os ativos fiquem retidos na derme e epiderme, mas não permite a liberação sistêmica de nenhum dos componentes da formulação.
[009] O documento US 6455057(Bl) descreve uma emulsão contendo daidzeína, genisteína e ácido petroselínico. Neste documento, em momento algum os inventores citam o uso de propilenoglicol, que quando utilizado em baixas concentrações possui ação umectante, enquanto que a partir de determinada concentração, funciona como promotor de absorção. Na presente invenção, além de haver um processo de preparação totalmente diferente, por tratar-se de um gel e não de uma emulsão, contém uma quantidade maior de propilenoglicol, o que pode ter ajudado a liberar os ativos na derme e epiderme e promover o efeito desejado. De maneira diferente, a formulação descrita na presente invenção contém substância que facilita a liberação de daidzeina e genisteina para a derme e epiderme.
[010] O documento DE 10103454 Al trata de bebida contento extrato de soja e diferentes tipos de polissorbato. Apesar de utilizar extrato de soja, não se trata de uma formulação tópica; não possui eficácia comprovada; não aumenta a produção de colágeno; não foram realizados testes de permeação e retenção para garantir que os ativos foram liberados das formulações para atuação na pele após aplicação do cosmético. Além disso, tal formulação não contém qualquer tipo de polímero e também não utiliza propilenoglicol em sua composição. Logo, a formulação descrita em tal documento difere da presente invenção.
[011] Assim, percebe-se que em nenhum dos documentos foram mencionados ensaios que comprovassem que o produto cosmético tenha sido eficaz em liberar os ativos para derme e epiderme. Para que um produto cosmético possa ser considerado eficaz, espera-se que ele atinja as células alvo na pele e exerça seus efeitos. Assim, através dos testes realizados com a formulação cosmética proposta na presente invenção, foi possível demonstrar a eficácia do produto em prevenir e/ou amenizar o envelhecimento da pele através do aumento da produção do colágeno.
BREVE DESCRIÇÃO DA INVENÇÃO
[012] A presente invenção tem por objetivo propor uma formulação cosmética contendo extrato de soja biotransformado ou fermentado para prevenir e/ou amenizar o envelhecimento da pele através do aumento da produção do colágeno.
BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS
[013] A FIG. 1 apresenta cromatogramas do extrato de soja, onde (A) representa o extrato de soja biotransformado ou fermentado e em (B) o extrato sem biotransformação;
[014] A FIG. 2 apresenta um gráfico mostrando os valores de pH das formulações incorporadas ou não (placebo) com extrato de soja biotransformado ou fermentado durante realização de ciclos do teste de estabilidade preliminar;
[015] A FIG. 3 apresenta gráficos mostrando a quantificação por CLAE de daidzeina (A) e genisteina (B) na formulação descrita na presente invenção, onde TO representa o dia de incorporação dos extratos de soja na base cosmética e Tl representa 15 dias após a incorporação dos extratos de soja na base cosmética;
[016] A FIG. 4 apresenta um gráfico demonstrando a retenção da daidzeina e genisteina na pele após tratamento com formulação cosmética descrita na presente invenção;
[017] A FIG. 5 apresenta a expressão do procolágeno em células da linhagem HDFa após 24 horas de tratamento com meio de cultura (c.v = controle de vida), 2.220; 590; 59; 1,33 e 0, 665 pg/ml de extrato de soja biotransformado ou fermentado;
[018] A FIG. 6 apresenta uma Microscopia de fluorescência (aumento 40x) demonstrando fibroblastos humanos primários (HDFa) marcados com anticorpo anti procolágeno, onde em A, as células são tratadas com meio de cultura; e em B, as células são tratadas com extrato de soja biotransformado ou fermentado (1,33pg/ml).
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO
[019] A presente invenção refere-se a uma formulação cosmética contendo extrato de soja biotransformado ou fermentado para prevenir e/ou amenizar o envelhecimento da pele através do aumento da produção do colágeno.
Biotransformação da Soja [020] Primeiramente, vale ressaltar que o processo de biotransformação do extrato de soja encontra-se no artigo de Georgetti et al., intitulado "Enhanced in vitro and in vivo antioxidant activity and mobilization of free phenolic compounds of soybean flour fermented with different β-glucosidase-producíng fungi" publicado no Jornal of Applied Microbiology, v. 106, n. 2, p. 459-466, 2009.
[021] As isoflavonas agliconas daidzeina e genisteína são fitoestrógenos encontrados na soja. Entretanto, estes compostos estão presentes em baixas quantidades no grão de soja, fato que justifica a necessidade da realização do processo de biotransformação, o qual aumenta consideravelmente a disponibilidade destas isoflavonas. Tal processo é realizado em três etapas: [022] Na etapa 1, os grãos de soja (Glycine max) , variedade Codetec 232, foram moidos ou triturados. A soja foi então desengordurada através de agitação a 500rpm com álcool isopropilico, etanol e metanol. Após agitação, foi realizada centrifugação com descarte do sobrenadante e secagem da farinha de soja em capela com exaustor por período overnight.
[023] Na etapa 2, os fungos Aspergillus niger, Aspergillus awamori e Aspergillus niveus foram repicados em meio de cultura autoclavado e inclinado. Os tubos foram mantidos em estufa a 30°C durante dois, três e cinco dias. Após este período, adicionou-se salina a estes tubos para ressuspender os esporos presentes na superfície do meio. Alíquotas de 10, 20 e 30 gramas de farinha de soja desengordurada foram umedecidas com água deionizada e, posteriormente, autoclavadas. O farelo de soja autoclavado foi incubado com a suspensão de esporos durante 24, 36 e 48 horas em estufa a 30°C.
[024] Na etapa 3, após incubação as enzimas produzidas pelo fungo foram extraídas mediante agitação com água. A suspensão aquosa foi filtrada a vácuo em papel de filtro. A medida de atividade da β-glicosidase foi realizada com amostras da mistura enzimática, obtida de acordo com procedimento descrito na Literatura (Miura et al., 2002).
[025] A mistura enzimática foi uniformemente distribuída sob a soja, e incubada a 30°C. Após a incubação, foi adicionado etanol, metanol ou acetonitrilo com o objetivo de se obter uma solução hidroetanólica. Esta suspensão sofreu agitação durante 2 horas e após este período, a mesma foi filtrada em filtro comum, placa sinterizada, membrana de 0,45pm e membrana de 0,22pm. Após filtração, o extrato foi rotaevaporado e liofilizado. A FIG. 1 demonstra que a concentração de daidzeína e genisteína é maior no extrato biotransformado (A) em comparação com o extrato sem biotransformação (B).
Formulação Cosmética [026] A formulação cosmética foi desenvolvida na forma de um gel e pode conter como polímero selecionado do grupo consistindo em Carbopol 940 (polímero carboxivinílico) , Aristoflex AVC (Copolímero do ácido sulfônico acriloildimetiltaurato vinilpirrolidona), Natrosol 255 HHR (hidroxietilcelulose) , Sepigel 305 (poliacrilamida C13-14 isoparafina/ laureth -7), Pemulen 1621 (copolímero do ácido acrílico/ C10-C30 alquil acrilato), Sepinov (Hidroxietil acrilato/ sódio acriloil dimetil taurato de sódio), ou Aculyn 88 (acrilato/ copolímero de metacrilato steareth -20) na concentração de 1 a 10%, mais precisamente entre 1,5 e 4%.
[027] Os conservantes utilizados na fórmula podem ser aqueles selecionados do grupo consistindo em imidazolidinil ureia, formaldeído, conservantes da família dos p - hidroxibenzoatos, álcool dicloro-benzílico, nitro bromo propanodiol, 5-bromo-5-nitro-l,3 dioxano, cloro-metil isotiazolinona e metil isotiazolinona, diazolidinil ureia, 2- cloracetamida, ou DMDM hidantoína na concentração entre 0,01 a 1%.
[028] A formulação pode conter o umectante selecionado do grupo consistindo em glicerina, sorbitol, propilenoglicol, hexilenoglicol, butilenoglicol, emulium melífera, ou glicose em concentração entre 5 e 15%, mas preferencialmente entre 8 e 12 %. O restante da formulação é composto de água deionizada qsp.
[029] No desenvolvimento da formulação, primeiramente os conservantes foram acrescentados, depois a água, o umectante e por último o polímero. Após a mistura de todos os componentes, a formulação foi preparada em temperatura ambiente por agitação à 300 rpm com agitador mecânico. 0 extrato de soja biotransformado ou fermentado produzido foi incorporado à formulação cosmética na concentração entre 1 e 5%, mais especificamente entre 2 e 4%. No dia seguinte à formulação do gel, observamos um valor de pH entre 5,5 e 6,0.
Análise das Características Organolépticas e Fisico-químicas [030] Após o preparo das formulações, as amostras foram submetidas ao estudo de estabilidade preliminar, o qual foi realizado em condições extremas de temperatura. Adotou-se ciclos de 24 horas a 40 í 2°C, e 24 horas a 4 ± 2°C por 12 dias. A análise das características organolépticas e físico-químicas (valor de pH, centrifugação e perda de água) foram realizadas em formulações recém preparadas (controle) e ao final de cada ciclo. Foram realizadas cinco aferições durante os 12 dias de teste.
Características organolépticas [031] As amostras foram analisadas visualmente quanto ao aspecto, cor, odor, homogeneidade e separação de fases. As formulações preparadas não apresentaram variações quanto aos aspectos organolépticos (aspecto, cor e odor) durante os 12 dias de estudo.
Determinação do valor de pH
[032] A avaliação de pH foi realizada pela determinação direta em soluções aquosas das amostras a 10% (p/v), utilizando peagâmetro apropriado. As formulações preparadas apresentaram, mesmo após o teste de estabilidade, valores de pH entre 4 e 6 (FIG. 2).
Teste de Centrifugação [033] O teste de centrifugação foi realizado utilizando 2 g de cada amostra, submetendo-as à centrifugação a 1660 x g por 30 minutos em centrifuga. O critério de aceitabilidade foi a não ocorrência da separação de fases. Nenhuma das formulações apresentou alterações em relação ao seu aspecto original após centrifugação.
Perda de água [034] As formulações foram monitoradas quanto à perda de água, a qual foi avaliada pesando os potes contendo as formulações nos diferentes periodos de análise e calculando a porcentagem de perda de peso, associada à perda da fração aquosa. Todas as formulações perderam em torno de 7% de água em cada ciclo, totalizando aproximadamente 27% de perda de água para cada formulação ao final dos doze dias.
Quantificação de daidzeina e genisteína presente nas formulações por CLAE (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência) [035] As formulações desenvolvidas foram submetidas à cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) com a finalidade de verificar se as matérias primas cosméticas utilizadas são capazes de alterar o perfil cromatográfico das isoflavonas presentes nos extratos.
[036] A quantia de 1,6 g de cada formulação foram solubilizadas em 10 mL de metanol 100%. Após solubilização, as mesmas foram agitadas em vortex e banho de ultrassom por 10 minutos, e posteriormente centrifugadas a 12000 rpm por 10 minutos. Após centrifugação, o sobrenadante foi filtrado em microfiltros de 0,45pm. A quantidade de genisteina e daidzeina nestas formulações foi quantificada por CLAE. Tal verificação foi realizada no tempo zero, o qual corresponde ao dia de incorporação dos extratos à base cosmética, e no tempo 1, o qual corresponde à análise realizada 15 dias após a incorporação dos extratos à base cosmética. Foram realizadas comparações (t student) para avaliar se a quantidade de daidzeina e genisteina presente nas formulações demonstram variações significativas entre os dois períodos de tempo.
[037] A FIG. 3 demonstra que não ocorreu alteração significativa na concentração de daidzeina e genisteina nas formulações incorporadas com extrato de soja biotransformado ou fermentado nos dois tempos avaliados (TO e Tl) . O fitoestrógeno daidzeina apresentou recuperação de 99,8% e a genisteina demonstrou 100% de recuperação após 15 dias da incorporação do extrato de soja biotransformado ou fermentado na formulação cosmética.
Avaliação de permeação e retenção por célula de Franz [038] Para que um produto possa desempenhar as atividades desejadas é necessário que seus ativos consigam atingir a epiderme e a derme. Assim, a técnica chamada de célula de Franz foi realizada para verificar a permeação e retenção dos ativos presentes no extrato de soja na pele.
[039] Neste ensaio foram utilizadas pele de orelha de porco, proveniente de animais sacrificados em abatedouro. A pele foi limpa com auxílio de pinça e bisturi e estocada a -80°C por um período de até 3 meses. No momento da utilização, a pele foi descongelada e removeu-se o tecido gorduroso com auxílio de tesoura, isolando derme e epiderme. 0 primeiro passo da técnica é denominado ensaio de recuperação, a qual tem o objetivo de determinar o solvente com maior capacidade de extrair as isoflavonas daidzeína e genisteína do extrato de soja aplicado na pele. Secções de 1,77 cm2 de pele de orelha de porco limpas tiveram o estrato córneo retirado pelo método de tape stripping, utilizando 15 fitas adesivas tipo "durex". Essas amostras de pele foram tratadas com quantidades conhecidas do extrato de soja biotransformado ou fermentado, e em seguida picotadas com o auxílio de tesoura e transferidas para tubo falcon. Após adicionar 2,5 mL de solvente extrator no tubo contendo as peles picotadas, as mesmas foram submetidas a banho de ultra-som por 30 minutos. Após a sonicação, as amostras foram agitadas em agitador tipo vórtex durante 1 minuto e centrifugadas a 3000 rpm por 15 minutos Em seguida, o sobrenadante foi transferido para o tubo falcon e analisou-se a recuperação dos compostos por CLAE. Foi testado o solvente extrator metanol, nas concentrações de 100, 80 e 50 %.
[040] Na etapa seguinte utilizaram-se células de Franz com compartimento de solução receptora com capacidade para 12 mL e área de difusão de 1,77 cm2. O meio receptor consistiu de um tampão fosfato 150 mM (pH 7,2) e mantido a 37°C sob constante agitação de 300 rpm em barra magnética. A pele de orelha de porco foi colocada na parte superior da célula receptora, com o estrato córneo voltado para o compartimento doador e a derme voltada para o compartimento receptor da célula de difusão. As peles foram tratadas com 200 mg de formulação, sendo estas adicionadas ou não (placebo) de extrato de soja biotransformado ou fermentado. Ao final de 12 horas, as peles de orelha de porco foram retiradas, limpas com papel higiênico, e processadas com o solvente extrator conforme já descrito acima. As isoflavonas presentes no liquido receptor foram extraídas com solventes como acetonitrilo e hidracarboneto clorado. Após extração, o líquido extraído foi analisado em CLAE. As isoflavonas presentes no extrato não permearam no líquido receptor, mas daidzeína e genisteína foram retidas na pele nas concentrações de 0,7086 e 0,9001pg/cm2, respectivamente, conforme demonstrado na FIG. 4. Para que uma formulação seja eficaz em estimular a produção de colágeno, é necessário que ela atinja a derme, camada da pele onde estão localizadas as células produtoras de colágeno. Diante disso, ressaltamos a importância da retenção de 0,7086 e 0,9001yg/cm2 das isoflavonas daidzeína e genisteína na pele, quantidades que conforme observado no ensaio de western blotting, podem levar ao estímulo na produção de colágeno.
Western Blotting [041] Após a realização dos testes de permeação e retenção, foram realizados testes para verificar a eficácia deste produto. A técnica de Western Blotting foi realizada com objetivo de analisar a expressão do colágeno em células de fibroblastos humanos primários.
[042] Na etapa 1 (Cultivo celular), as células primárias de cultura de fibroblasto da derme humana - HDFa Human Dermal Fibroblast, adult, foram novamente cultivadas com Meio suplementado com Low Serum Growth Supplement.
[043] Na etapa 2 (Tratamento celular), quando confluentes as células foram plaqueadas em placas de 6 poços (3 x 105 células por poço) . O meio de cultura contendo 2% de soro bovino foi substituído por meio contendo 0,5 % de soro. Após 24 horas de tratamento em meio contendo 0,5% de soro bovino fetal, as células foram tratadas com cinco diferentes concentrações de extrato de soja biotransformado ou fermentado por fungo (0,665pg/ml; l,33pg/mL; 59pg/ml; 590pg/ml e 2220pg/ml), as quais correspondem as seguintes concentrações de genisteína: l,35ng/mL; 2,27ng/mL; lOOng/mL; lOOOng/mL e 3186ng/mL, respectivamente.
[044] Na etapa 3 (análise de expressão de colágeno), vinte e quatro horas após os tratamentos com diferentes concentrações de extrato de soja, as amostras foram homogeneizadas com tampão de amostra (lOOmMol Tris-HCL, 5% β-mercaptoetanol, 4% dodecilsulfato de sódio e 20% de glicerol) e a dosagem de proteínas totais foi realizada pelo método de Bradford. Os eppendorfs contendo as células foram deixados no congelador à -80°C overnight. No dia seguinte, as amostras foram incubadas por 5 minutos à 100°C, centrifugadas e submetidas à eletroforese em gel de poliacrilamida 12%. Em seguida, as amostras foram eletrotransferidas para membranas de nitrocelulose de 0,22pm. Após a transferência, as membranas foram incubadas com o anticorpo primário Rb pAb to Collagen-I overnight.
[045] Posteriormente, as membranas foram incubadas com anticorpo secundário anti-rabbit e a imunodetecção das proteínas de interesse foi visualizada por quimioluminescência com o uso do sistema ECL. Utilizou-se também o anticorpo primário anti-tubulina α/β como controle para normatizar a quantificação da produção de colágeno perante os diferentes tratamentos.
[046] A FIG. 5 demonstra um aumento na expressão do colágeno nas células tratadas com 59 e l,33pg/mL de extrato de soja biotransformado ou fermentado em comparação com os demais tratamentos. A proteína constitutiva tubulina (controle de carregamento) mantém o mesmo nível de expressão para os diferentes tratamentos, o que demonstra que os tratamentos são realmente capazes de modular a expressão do procolágeno.
Imunofluorescência [047] A técnica de imunofluorescência também foi realizada com o objetivo de demonstrar a localização do procolágeno em fibroblastos humanos primários após tratamento com extrato de soja biotransformado ou fermentado.
[048] Neste ensaio lamínulas redondas pré-tratadas com HCL 6N e estéreis foram incubadas com poli-l-lysina em placa de 24 poços por período overnight. No dia seguinte as células HDFa foram plaqueadas (5xl04 células/poço) com meio contendo 0,5% de soro bovino sobre as lamínulas de vidro e após 24 horas foram tratadas com meio de cultura (C.V) e extrato de soja biotransformado ou fermentado (l,33pg/ml). Vinte e quatro horas após o tratamento, as células foram fixadas com solução fixadora (50μΜ taxol, 50Mm EGTA, formaldeído 2% , PBS lOx e água estéril), permeabilizadas (0,3% triton 100X) e bloqueadas com anticorpo donkey IgG e 1% de BSA durante 45 minutos. Após bloqueio as células foram lavadas e incubadas com os anticorpos primários anti- prócolágeno tipo I (1:500 /ab34710) durante lh a temperatura ambiente. Após este período as células foram incubadas com anticorpo secundário conjugado com alexa 488 (A21206, molecular probes), e DAPI (4',6-diamidino-2-phenylindole) durante 45 minutos para posterior montagem com meio e montagem slowfade (S 36967, molecular probes) e visualização em microscópio adequado.
[049] A FIG. 6 demonstra o procolágeno presente no citoplasma das células da linhagem HDFA (coloração em verde) . O núcleo das células foi corado com corante azul fluorescente DAPI (4',6-diamidino-2-phenylindole). A FIG. 6A demonstra o procolágeno nas células tratadas somente com meio de cultura, enquanto a FIG. 6B demonstra o procolágeno presente nas células tratadas com extrato de soja biotransformado ou fermentado.
[050] A partir dos resultados obtidos foi possível verificar que a formulação proposta facilita a retenção das isoflavonas na pele sem permitir a permeação de compostos para o líquido receptor. Além disso, esta formulação é capaz de estimular a produção de colágeno em fibroblastos humanos primários de maneira dose - específica.
[051] A proposta da presente invenção em usar um ativo natural biotransformado ou fermentado mostra a possibilidade de aumentar a produção de colágeno e consequentemente prevenir e/ou amenizar o envelhecimento da pele, evitando assim, a utilização de hormônios sintéticos que levam ao aparecimento de alguns tipos de câncer.
[052] Cabe ressaltar que embora a presente invenção tenha sido amplamente descrita, é óbvio para aqueles versados na técnica que várias alterações e modificações podem ser feitas visando aprimoramento do projeto sem que as referidas alterações não estejam cobertas pelo escopo da isoladas.
REIVINDICAÇÕES

Claims (8)

1. Formulação cosmética caracterizada pelo fato de compreender: 1 a 5%, preferencialmente 2 a 4% de extrato de soja biotransformado ou fermentado; 1 a 10%, preferencialmente 1,5 a 4% de polímero; 0,1 a 1% de conservante; 5a 15%, preferencialmente 8 a 12% de umectante; água qsp;
2. Formulação, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de o extrato biotransformado compreender isoflavonas daidzeína e genisteína.
3. Formulação, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de o polímero ser selecionado do grupo consistindo em Carbopol 940 (polímero carboxivinílico), Aristoflex AVC (Copolímero do ácido sulfônico acriloildimetiltaurato vinilpirrolidona), Natrosol 255 HHR (hidroxietilcelulose) , Sepigel 305 (poliacrilamida C13-14 isoparafina/ laureth -7), Pemulen 1621 (copolímero do ácido acrílico/ C10-C30 alquil acrilato), Sepinov (Hidroxietil acrilato/ sódio acriloil dimetil taurato de sódio), ou Aculyn 88 (acrilato/ copolímero de metacrilato steareth -20) .
4. Formulação, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de o conservante ser selecionado do grupo consistindo em imidazolidinil ureia, formaldeído, conservantes da família dos p - hidroxibenzoatos, álcool dicloro-benzílico, nitro bromo propanodiol, 5-bromo-5-nitro-1,3 dioxano, cloro-metil isotiazolinona e metil isotiazolinona, diazolidinil ureia, 2- cloracetamida, ou DMDM hidantoina.
5. Formulação, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de o umectante ser selecionado do grupo consistindo em glicerina, sorbitol, propilenoglicol, hexilenoglicol, butilenoglicol, emulium melifera, ou glicose.
6. Formulação, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizada pelo fato de apresentar um pH entre 4 e 6.
7. Uso da formulação cosmética conforme definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado pelo fato de ser para prevenir e/ou amenizar o envelhecimento da pele.
8. Uso, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de aumentar a produção de colágeno.

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