BR102012001875A2 - composiÇço farmacÊuticas contendo ativadores do eixo enzima conversora de angiotensina 2/angiotensina-(1-7)/receptor mas para tratamento de patologias oculares - Google Patents

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Anderson Jose Ferreira
De Faria Giselle Foureaux
Jose Carlos Nogueira
Oliveira Fulgencio Gustavo De
Nogueira Barbara Silva
Franca Jucara Ribeiro
Faraco Andre Augusto Gomes
Dos Santos Robson Augusto Souza
Mohan K Raizada
De Oliveira Coutinho Danielle Carvalho
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Univ Minas Gerais
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Abstract

COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS CONTENDO ATIVADORES DO EIXO ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA 2/ANGlOTENSINA-(1-7) RECEPTOR MAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES A presente invenção descreve composições farmacêuticas contendo ativadores do eixo Enilma Coriversora de Angiotensifla 2 (ECA2) / Angioterrsina-(1-7) (Ang-(1-7)] /receptor Mas e o uso das mesmas no tratamento de patologias oculares relacionadas com o aumento da pressão intraocular (PIO) e/ou cçm a degeneração da retina e/ou do nervo ótico como, por exemplo, o glaucoma e a retinopatia, preferencialmente a retinopatia diabética. Tais composições farmacêuticas podem ser administradas por qualquer via de administração de fármacos, preferencialmente as via oral, ocular tópica, intraocular, periocutar, conjuntival ou endovenosa, dentre outras. As formas farmacêuticas utilizadas são, preferencialmente solução, suspensão, emulsão, cápsula (dura ou gelatinosa), comprimido, gel, creme, loção, filme, microcápsula, nanocápsula, nanoesfera, microesfera, nanoemulsão, microemulsão e/ou lipossomas.

Description

COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS CONTENDO ATIVADORES DO EIXO ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA 2/ANGIOTENSINA- (1-7)/RECEPT0R MAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS
OCULARES
A presente invenção descreve composições farmacêuticas
contendo ativadores do eixo Enzima Conversora de Angiotensina 2 (ECA2)/Angiotensina-(1-7) [Ang-(1-7)]/Receptor Mas e o uso das mesmas no tratamento de patologias oculares relacionadas com o aumento da pressão intraocular (PIO) e/ou com a degeneração da retina e/ou do nervo ótico como, por exemplo, o glaucoma e a retinopatia, preferencialmente a retinopatia diabética.Tais composições farmacêuticas podem ser administradas por qualquer via de administração de fármacos, preferencialmente as vias oral, ocular tópica, intraocular, periocular, conjuntival ou endovenosa, dentre outras. As formas farmacêuticas utilizadas são, preferencialmente, solução, suspensão, emulsão, cápsula (dura ou gelatinosa), comprimido, gél, creme, loção, filme, microcápsula, nanocápsula, nanoesfera, microesfera, nanoemulsão, microemulsão e/ou lipossomas.
O glaucoma é uma doença neurodegenerativa que se caracteriza pela morte progressiva das células ganglionares retinianas e degeneração do nervo óptico. Estima-se que a doença afete mais de 67 milhões de pessoas no mundo, sendo a terceira maior causa de perda parcial de visão e a segunda maior causa de cegueira (Johnson TV, Tomarev SI. Rodent models of glaucoma. Brain Res. Bull., v. 81, p. 349-58, 2010; Cronemberger S, Lourenço LFS, Silva LC, Calixto, Pires MC. Prognosis of glaucoma in relation to blindness at a university hospital. Arq. Bras. Oftalmol., ν.72, n.2, p. 199-204, 2009; Who. World Health Organization. WHO releases the new global estimates on visual impairment. 2010. Disponível em: <http://www.who.int/blindness/en/> Acesso em 2. Mar. 2011). A perda de visão causada pelo glaucoma é irreversível e, em 2002, a doença foi responsável por 12,3% dos casos de perda de visão no mundo (Weinreb RN, Khaw PT. Primary open-angle glaucoma. Lancet, v. 363, p.1711-1720, 2004; Resnikoff S, Pascolini D, Etya'ale D, Kocur I, Pararajasegaram R1 Pokharel GP. Global data on visual impairment in the year 2002. Buli. World. Health. Organ., v. 82, n.11, p. 844-51, 2004).
Embora vários fatores de risco estejam associados ao desenvolvimento do glaucoma, tais como, idade, etnia, miopia, história familiar e espessura da área central da córnea, a pressão intraocular (PIO) elevada é considerada o principal fator de risco para o desenvolvimento e progressão da doença (Pang LH1 Clark AF. Rodent Models for Glaucoma Retinopathy and Optic Neuropathy. J. Glaucoma, v.16, p. 483-505, 2007). A PIO elevada torna-se incompatível com o funcionamento normal do nervo óptico e este, ao degenerar, provoca alterações progressivas no campo visual, o que pode levar à cegueira (Weinreb RN, Khaw PT. Primary open-angle glaucoma. Lancet, v. 363, p.1711-1720, 2004). Quanto à sua origem, o glaucoma pode ser congênito, primário ou secundário a outras patologias. A forma de manifestação mais comum da doença é o glaucoma primário. Existem dois tipos principais de glaucoma primário: o de ângulo fechado (GPAF) e o de ângulo aberto (GPAA). No primeiro, ocorre uma redução no ângulo da câmara anterior do olho gerando obstrução à passagem do humor aquoso da câmara posterior para a anterior, através da pupila, geralmente devido a uma dilatação da íris (Lewis TL. Care of the Patient with open-angle glaucoma. 2nd ed. St. Louis: American Optometric Association, 2002; Katzung BG. Basic & clinicai pharmacology, 9th ed. New York: Lange Medicai Books/McGraw Hill1 p. 216, 2004). Já no GPAA, ocorre um impedimento da drenagem do humor aquoso pelos canais de Schlemm. Trata-se de um distúrbio crônico e mais de 75% dos casos de cegueira são devidos ao GPAA. O tratamento desse tipo de glaucoma é majoritariamente farmacológico e convencionalmente realizado pela aplicação de medicação tópica para redução da PIO. Os fármacos mais comumente utilizados incluem os β-bloqueadores, os análogos de prostaglandinas, os inibidores de anidrase carbônica, os agonistas a-2 seletivos e os agentes colinérgicos (Lewis TL. Care ofthe Patient with open-angle glaucoma. 2nd ed. St. Louis: American Optometric Association, 2002; Mckinnon SJ, Goldberg LD, Peeples P, Walt JG, Bramley TJ. Current management of glaucoma and the need for complete therapy. Am. J. Manag. Care, v. 14, n. 1, p. S20-S27, 2008; Royal College of Ophthalmologists Guidelines for the management of open angle glaucoma and ocular hypertension. Londres, 2004. Disponível em: <http://www.rcophth.ac.uk/page.asp?section=451 &sectionTitle=Clinical+Guidelines>. Acesso em 2 mar. 2011; Weinreb e Khaw, 2004). Desde 2008, os análogos de prostaglandinas têm sido considerados um dos medicamentos mais eficazes e seguros para o tratamento do glaucoma. No entanto, seu alto custo é um fator Iimitante em muitos casos (Parikh RS, Parikh SR, Navin S, Arun E, Thomas R. Practical approach to medicai management of glaucoma. Indian J. Ophthalmol., v. 56, n. 3, p. 223-230, 2008).
Outro grupo de patologias que pode levar ao comprometimento da visão por degeneração das células retinianas são as retinopatias. Uma das principais retinopatias é a diabética. Atualmente, estima-se que 7 a 8% da população mundial seja portadora de diabetes mellitus (DM) (Bosco A, Lerário AC, Soriano D, Santos RF, Massote P, Galvão D, Franco AC, Purisch S, Ferreira AR. Retinopatia Diabética Arq. Bras. Endocrinol. Metab., v.49, n. 2, p. 217-227, 2005). No Brasil, o DM é considerado um dos maiores problemas de saúde pública, situando-se entre as 10 maiores causas de mortalidade (Malerbi DA, Franco LJ. Multicenter study of the prevalence of diabetes mellitus and impaired glucose tolerance in the Urban Brazilian population aged 30-69 yr. Diabetes Care, v. 15, p. 1509-15, 1992). A rétinopatia diabética é uma das complicações mais comuns do DM e pode estar presente tanto nos pacientes com DM do tipo 1 quanto do tipo 2, tornando-se a causa mais freqüente de cegueira adquirida (Bosco A, Lerário AC, Soriano D, Santos RF, Massote P, Galvão D, FrancoAC1 Purisch S, Ferreira AR. Rétinopatia Diabética. Arq. Bras. Endocrinol. Metab., v.49, n. 2, p. 217-227, 2005; Ferris Ill FL. Diabetic retinopathy. Diabetes Care, v. 16, p. 322-5, 1993; Klein R, Klein BEK, Moss SE, Cruickshanks KJ. The Wisconsin epidemiological study of diabetic retinopathy. Arch. Ophthamol. v. 112, p. 1217-28, 1994; Park SH1 Park JW, Park SJ, et al. Apoptotic death of photoreceptors in the streptozotocin-induced diabetic rat retina. Diabetologia, v. 46, p. 1260-1268, 2003). Aproximadamente 40.000 pessoas em todo mundo tornam-se cegas a cada ano em conseqüência da rétinopatia diabética. Além disso, praticamente todos os indivíduos com DM tipo 1 irão progredir para alguma forma de retinopatia após 15 anos de doença, sendo que destes, aproximadamente 60% irão desenvolver a forma mais grave, que é a proliferativa, cujas características envolvem a perda irreversível da acuidade visual, principalmente pelo descolamento tradicional da retina (Bosco A, Lerário AC, Soriano D, Santos RF, Massote P, Galvão D, Franco AC, Purisch S, Ferreira AR. Retinopatia Diabética. Arq. Bras. EndocrinoL Metab., v.49, n. 2, p. 217-227, 2005; Fong DS, Aiello LP1 Ferris FL, Klein R. Diabetic retinopathy. Diabetes Care, v. 27, p. 2540-53, 2004).
A despeito da visão tradicional relacionada à fisiopatologia da
retinopatia diabética envolver danos na microcirculação decorrentes do longo tempo da doença, estudos recentes indicam que as lesões nas células neuronais e gliais podem aparecer no início da doença (Mizutani M, Gerhardinger C, Lorenzi M. Muller cell changes in human diabetic retinopathy. Diabetes, v. 47, p. 445-449, 1998; Lorenzi M, Gerhardinger C. Early cellular and molecular changes induced by diabetes in the retina. Diabetologia, v. 44, p. 791- 804, 2001; Park SH, Park JW, Park SJ, et al. Apoptotic death of photoreceptors in the streptozotocin-induced diabetic rat retina. Diabetologia, v. 46, p. 1260-1268, 2003; Senanayake P, Drazba J, Shadrach K, Milsted A, Rungger-Brandle E, Nisbiyama K, Miura S, Karnik S1 Sears JE, Hollyfield JG. Angiotensin Il and its receptor subtypes in the human retin. Invest. Ophthalmol. Vis. Sci., v. 48, n. 7, p. 3301-3311, 2007). Sabendo- se que a retina é parte integrante do sistema nervoso central e, sendo assim, utiliza a glicose como única fonte de energia para a captação de imagem e processamento visual, estados de hipoinsulinemia com conseqüente hiperglicemia podem alterar a função visual antes de a lesão vascular ser clinicamente diagnosticada.
Trabalhos recentes demonstram que a Angiotensina Il (Ang II), molécula com atividade no controle da pressão arterial largamente conhecida, está também presente em várias camadas da retina (células ganglionares, camada dos fotorreceptores, células endoteliais e células de Müller) (Savaskan E, Loffler KU, Méier F, Muller S, Flammer J, Meyer P. Immunohistochemical Iocalization of angiotensin Il and AT1 receptor in human ocular tissues. Ophthalmic, v. 36, p. 312-320, 2004). Em relação às células de Müller, a Ang Il parece estar envolvida na regulação da permeabilidade vascular e do fluxo sangüíneo e na formação e manutenção da barreira hemato-retiniana. A célula de Müller é uma célula muito especializada e é a principal célula da glia na retina, abrangendo toda a profundidade desta estrutura. Em conseqüência desse arranjo, estas células se intercalam entre os vasos e neurônios, desempenhando um importante papel na captação de glicose da circulação e transferência de energia para os neurônios (Park SH, Park JW, Park SJ, et al. Apoptotic death of photoreceptors in the streptozotocin-induced diabetic rat retina. Diabetologia, v. 46, p. 1260- 1268, 2003; Senanayake P, Drazba J, Shadrach K, Milsted A, Rungger- Brandle E, Nisbiyama K, Miura S, Karnik S, Sears JE, Hollyfield JG. Angiotensin Il and its receptor subtypes in the human retin. Invest. Ophthalmol. Vis. Sci., v. 48, n. 7, p. 3301-3311, 2007).
No ano 2000, foi descoberta uma nova enzima do Sistema Renina-Angiotensina (SRA), a Enzima Conversora de Angiotensina 2 (ECA2), que é homóloga à Enzima Conversora de Angiotensina (ECA). A principal atividade da ECA2 é a conversão de Ang II, que tem atividade vasoconstritora e hipertensora, no peptídeo Angiotensina-(1- 7) [Ang-(1-7)], que por sua vez, apresenta atividade vasodilatadora e antiproliferativa (Chappell MC, Ferrario CM. Angiotensin-(1-7) in hypertension. Curr. Opin. Nephrol. Hypertens., v. 8, n.2, p. 231-235, 1999; Fyhrquist F, Saijonmaa O. Renin-angiotensin system revisited. J. Intern. Med., v. 264, p. 224-236, 2008; Imai Y, Kuba K, Ohto T, Penninger JM. Angiotensin-Converting Enzyme 2 (ACE2) in Disease Pathogenesis. Circ. J., v. 74, p. 405-410, 2010). Para exercer as suas funções, a Ang-(1-7) se liga ao receptor de membrana Mas. Fármacos utilizados para redução da pressão arterial sistêmica, como os
inibidores da ECA, também tem mostrado atividade na redução da PIO (Hashimoto M, Silva MRBM, Neto, FJT. Efeito de drogas utilizadas no tratamento de hipertensão arterial sistêmica sobre a pressão intra-ocular: estudo experimental no cão. Arq. Bras. Oftalmol., v.65, p. 229-33, 2002; Mohamed R, Al-Sereiti, Turner1 P. Effect of Captopril (an Angiotensin-Converting Enzyme lnhibitor) on Intraocular Pressure in Healthy Human Volunteers. J. Ocul. Pharmacol. Ther., v. 5, n.1, p. 1-5, 1989). Além disso, a Ang Il tem sido associada ao risco de desenvolvimento tanto da retinopatia diabética, quanto do glaucoma (Sramek SJ1 Wallow IH, Tewksbury DA, Brandt CR, Poulsen GL. An ocular renin-angiotensin system. Immunohistochemistry of angiotensinogen. Invest. Ophthalmol. Vis. Sci., v. 33, p. 1627-1632, 1992; Nadai JA, Seicli GM, Carbini LA, Nussbaum JJ, Scicli AG. Angiontensin Il and retinal pericytes migration; Fong DS, Aiello LP, Ferris FL, Klein R. Diabetic retinopathy. Diabetes Care, v. 27, p. 2540-53, 2004; Hashizume K, Mashima Y, Fumayama T, Ohtake Y, Kimura I, Yoshida K, Ishikawa K, Yasuda N, Fujimaki T, Asaoka R, Koga T, Kanamoto T, Fukuchi T, Miyaki K. Genetic polymorphisms in the angiotensin Il receptor gene and their association with open-angle glaucoma in a Japanese population. Invest. Ophthalmol. Vis. Sci., v. 46, p. 1993-2001, 2003). Assim, drogas capazes de modular o SRA, além de atuarem como potentes anti-hipertensivos, podem agir também como óculo- hipotensivos e antiproliferativos. Além do mais, a ativação do eixo ECA2/Ang-(1 -7)/Receptor Mas pode desempenhar um importante papel em patologias oculares que envolvam o aumento da PIO e a degeneração de células da retina e/ou do nervo óptico, como o glaucoma e a retinopatias. Desde a descrição do eixo ECA2/Ang-(1-7)/Receptor Mas,
moléculas que atuam na sua modulação, seja via ativação da ECA2, seja via ativação direta dos receptores Mas [análogos da Ang-(1-7)] vem sendo estudadas. O primeiro análogo não peptídico da Ang-(1-7) descrito (AVE 0991) foi descoberto em 2002 e apresentou significativos efeitos em vasos, rins e no coração, indicando seu possível efeito no tratamento da hipertensão e de doenças cardiovasculares (Santos RAS, Ferreira AJ. Pharmacological effects of AVE 0991, a nonpeptide angiotensin-(1-7) receptor agonist. Cardiovasc. Drug Rev., ν. 24, ρ. 239-246, 2006). Outros análogos identificados foram o peptídeo CGEN-856S e a Ang-(1-7) ligado por pontes de tioéter [Ang-(1-7) cíclica] (Savergnini SQ , Beiman M , Lautner RQ1 de Paula-Carvalho V , Allahdadi K, Pessoa DC1 Costa-Fraga FP1 Fraga-Silva RA1 Cojocaru G , Cohen Y1 Bader M, de Almeida AP, Rotman G , Santos RAS. Vascular Relaxation, Antihypertensive Effect1 and Cardioprotection of a Novel Peptide Agonist of the Mas Receptor. Hypertension, v. 56, p. 112-U174, 2010; KluskensLD, Nelemans AS1 Rink R, de Vries L, Meter-Arkema A, Wang Y, Walther T, Kuipers A1 Moll GN1 Haas M. Angiotensin-(1-7) with Thioether Bridge: An Angiotensin-Converting Enzyme- Resistant, Potent Angiotensin-(1-7) Analog. J. Pharmacol. Exp. Ther., v. 328, p. 849-854, 2009).
Ativadores da ECA2 vêm sendo desenvolvidos como potenciais agentes anti-hipertensivos e a partir de varredura virtual, a xantenona, 1-[(2- dimetilamino) etilamino]-4-(hidroximetil)-7-[(4-metilfenil) sulfoniloxi]- 9xanten-9-ona (XNT) e o resorcinolnaftaleína foram identificadas como agentes ativadores da ECA2. O XNT apresenta atividade in vivo na redução da pressão arterial (Hernandez Prada JA1 Ferreira AJ1 Katovich MJ1 Shenoy V1 Qi Y1 Santos RAS1 Castellano RK1 Lampkins AJ1 Gubala V1 Ostrov D A1 Raizada MK. Structure- based Identification of small-molecule angiotensin-converting enzyme 2 activators as novel antihypertensive agents. Hypertension, v. 51, p. 1312-1317, 2008). O diminazeno (DIZE) também foi recentemente identificado como ativador da ECA2 e potencial precursor de novos agentes anti-hipertensivos (Dasgupta, C, Zhang L. Angiotensin Il receptors and drug discovery in cardiovascular disease. Drug Discov. Today, v. 16, n. 1/2, 2011; Gjymishka A, Kulemina LV, Shenoy V, Katovich MJ, Ostrov DA, Raizada MK. Diminazene Aceturate is an ACE2 activator and a novel antihypertensive drug. FASEB J., v. 24, p. 1032-1033, 2010).
O DIZE é uma diamidina aromática utilizada como antiparasitário veterinário que tem demonstrando significativa atividade tripanocida (exceto para Trypanosoma cruzi) e Ieishmanicida (Jean-Moreno, Rojas R., Goyeneche D., Coombs GH e Walker J1 Leishmania donovani: differential activities of classical topoisomerase inhibitors and antileishmanials against parasite and host cells at the levei of DNA topoisomerase I and in cytotoxicity assays. Exp. Parasitol., v.112, p. 21-30, 2006; Kroubi M, Daulouede S, Karembe H, Jallouli Y, Howsam M1 Mossalayi D, Vincendeau P, Betbeder D Development of a nanoparticulate formulation of diminazene to treat African trypanosomiasis. Nanotechnology, v. 21, 2010; Wéry M Drug used in the treatment of sleeping sickness (human African trypanosomiasis: HAT). Int. J. Antimicrob. Agents, v.3, p.227-38, 1994). O fármaco tem sido usado no controle da tripanosomíase em animais por mais de 40 anos e, embora nunca tenha sido aprovada para uso humano, foi muito utilizado na África no tratamento de doenças causadas por Trypanosoma brucei rhodesiense e Trypanosoma brucei gambiense (Akpa PO, Ezeokonkwo RC, Eze CA, Anene BM. Comparative efficacy assessment of pentamidine isethionate and diminazene aceturate in the chemotherapy of Trypanosoma brucei brucei infection in dogs. Vet. Parasito!., v. 2-4, p. 39-49, 2008; Jennings FW. Combination chemotherapy of CNS trypanosomiasis, Acta Tropica, v. 54, p. 205-213, 1993; Wéry M. Drug used in the treatment of sleeping sickness (human African trypanosomiasis: HAT). Int. J. Antimicrob. Agents, v.3, p.227- 38, 1994). Alguns testes com o fármaco foram realizados em humanos para prevenção de encefalopatia em pacientes com doença do sono (tripanossomíase humana Africana) tratados com melarsoprol e o fármaco mostrou ser rapidamente absorvido quando administrado por via oral, além de não ter demonstrado irritação ou efeitos adversos significativos, mesmo após exposição prolongada (Bailey NM. Oral Berenil in the treatment and prophylaxis of human trypanosomiasis. Trans. R. Soe. Trop. Med. Hyg., v. 62, p. 122, 1968). Contrariamente, outros estudos indicam que o uso dessa substância é limitado pela sua baixa estabilidade e pelos efeitos tóxicos que podem ser desenvolvidos em tecidos não alvo (Kroubi M, Daulouede S, Karembe H, Jallouli Y, Howsam M, Mossalayi D, Vincendeau P, Betbeder D. Development of a nanoparticulate formulation of diminazene to treat African trypanosomiasis. Nanotechnology. V. 21, ρ. 55-102, 2010). Além disso, ela é rapidamente excretada, tendo um tempo de meia vida de apenas duas horas (Jennings FW. Combination chemotherapy of CNS trypanosomiasis. Acta Tropica, v. 54, p. 205-213, 1993). Os principais efeitos tóxicos da droga são nervosos e digestivos (Wéry M. Drug used in the treatment of sleeping sickness (human African trypanosomiasis: HAT). Int. J. Antimicrob. Agents, v.3, p.227-38, 1994). Além disso, o DIZE também já foi associado à prata e apresentou atividade antitumoral elevada e foram desenvolvidas nanopartículas lipídicas contendo o fármaco para potencial liberação cerebral da droga no tratamento da doença do sono (Olbrich C, Gessner A, Schrõder W, Kayser O, Müller RH, Olbrich C1 Gessner A, Schrõder W, Kayser O, Müller RH. Lipid-drug conjugate nanoparticles of the hydrophilic drug diminazene-cytotoxicity testing and mouse serum adsorption. J. Controi. Release, v.96, p.425-35, 2004).
Encontram-se, no estado da técnica, documentos de patente que descrevem o uso do DIZE para tratamento de doenças cardiovascular, cardiopulmonar, assim como no tratamento de doenças parasitárias. Porém, nenhum documento trata de sua utilização no tratamento de doenças oculares. Referente à xantenona, nada foi encontrado.
Por exemplo, o documento RU2008150401 descreve uma formulação contendo DIZE para o tratamento de babesiose.
O documento W09428162 descreve o uso do DIZE no tratamento de tripanossomíases crônicas em humanos e outros animais. O documento W02008066770 descreve composições
farmacêuticas contendo o DIZE para tratar doenças cardiovasculares e cardiopulmonares, preferencialmente hipertensão e injúrias pulmonares.
A utilização de sistemas de liberação controlada para administração de fármacos é uma importante alternativa entre as estratégias de tratamento já conhecidas. A procura por sistemas de liberação controlada para administração de fármacos tem sido amplamente divulgada na literatura. Esses sistemas têm a vantagem de permitir uma liberação contínua, constante e prolongada do medicamento, mantendo um nível estável do fármaco no organismo do paciente e evitando efeitos adversos que poderiam ocorrer quando comparados com a administração convencional. Diante disso, novas formas farmacêuticas sólidas, semissólidas e líquidas vêm sendo desenvolvidas para atender a essa necessidade. Como exemplos, têm- se: lipossomas, micro e nanoesferas, micro e nanocápsulas, comprimidos revestidos, adesivos transdérmicos e implantes, dentre outras. A utilização desses sistemas no tratamento de doenças crônicas, como o glaucoma e a retinopatia diabética, é ainda mais interessante tendo em vista que o tratamento prolongado e a necessidade de utilização freqüente do medicamento são fatores que limitam a adesão do paciente ao tratamento, o que pode culminar na cegueira do indivíduo.
Tendo em vista que não foram encontrados trabalhos na literatura que comprovem a atividade dos ativadores do eixo ECA2/Ang-(1-7)/Receptor Mas nas doenças oculares e considerando a importância dos sistemas de liberação controlada para o tratamento de doenças crônicas, como o glaucoma, as retinopatias e outras degenerações retinianas, a presente tecnologia descreve composições farmacêuticas, de liberação controlada ou não, contendo ativadores do eixo ECA2/Ang-(1-7)/Receptor Mas e o uso das mesmas para o tratamento de doenças oculares que envolvam o aumento da PIO e/ou a degeneração das células retinianas e/ou do nervo óptico .
Essas composições farmacêuticas foram administradas por diferentes vias, avaliando-as para o tratamento de doenças como o glaucoma e a retinopatia, preferencialmente, a retinopatia diabética. Os resultados mostram a potente atividade dos ativadores do eixo ECA2/Ang-(1 -7)/Receptor Mas na redução da PIO e na proteção das células da retina e do nervo óptico. Diversas patentes descrevem o uso de antagonistas da angiotensina Il e ECA, no tratamento da retinopatia e de glaucoma (CN101690816, CN101658675, CY2567, US7906501, PI0010084-6, BRPI0409293), mas nenhum documento encontrado relata o uso de ativadores de ECA2.
Breve Descrição das Figuras
Figura 1 - Potencial de hidratação de implantes brancos e dos implantes contendo o ativador da ECA2 (DIZE).
Figura 2 - Espectro de absorção na região do infravermelho de um modelo de ativador de ECA2 (DIZE) (A)1 de implantes brancos (B) e de implantes contendo ativador de ECA2 (DIZE) (C).
Figura 3 - Curvas de calorimetria exploratória diferencial para um . modelo de ativador de ECA2 (DIZE), de implantes brancos e de implantes contendo ativador de ECA2 (DIZE) (a, primeira corrida; b, segunda corrida).
Nas curvas de Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) obtidas para os implantes, os eventos térmicos observados e característicos do polímero foram a perda de água em 64,2°C (Figura 3A) e a sua decomposição em 314°C (Figura 3B); Para o ativador de ECA2, os eventos térmicos de desidratação (92°C) e decomposição (214°C) foram observados. Para os implantes (Figura 3), foi possível perceber uma pequena diferença entre as Figura 4 - Micrografias eletrônicas de varredura da lateral de implantes brancos (a) e implantes contendo ativador da ECA2 (DIZE) (b). Figura 5 - Perfil de liberação in vitro para os implantes contendo ativador da ECA2 (DIZE).
Figura 6 - Comparação dos valores de PIO entre grupo controle (animais normais) e grupo glaucoma (animais com glaucoma induzido), ambos subdivididos em grupo de animais não tratados e de animais tratados com ativador da ECA2 (DIZE) na forma de solução oral (gavagem). Período de estudo: 4 semanas. Início do tratamento: após a primeira indução. Final do tratamento: após 4 semanas. *p<0,05 vs. Controle não tratado. #p<0,05 vs. Glaucoma não tratado Figura 7 - Comparação dos valores de pressão arterial média entre grupo controle (animais normais) e grupo glaucoma (animais com glaucoma induzido), ambos subdivididos em grupo de animais não tratados e de animais tratados com ativador da ECA2 (DIZE) na forma de solução oral (gavagem). Período de estudo: 4 semanas. Início do tratamento: após a primeira indução. Final do tratamento: após 4 semanas.
Figura 8 - Comparação entre dados morfométricos das células ganglionares (Cg) da retina de animais do grupo controle (animais normais) e do grupo glaucoma (animais com glaucoma induzido), ambos subdivididos em grupo de animais não tratados e de animais tratados com ativador da ECA2 (DIZE) na forma de solução oral (gavagem). Período de estudo: 4 semanas. Início do tratamento: após a primeira indução. Final do tratamento: após 4 semanas. Figura 9 - Comparação dos valores de PIO entre grupo controle (animais normais) e grupo glaucoma (animais com glaucoma induzido), ambos subdivididos em grupo de animais não tratados e de animais tratados com ativador da ECA2 (DIZE) na forma de colírio (instilação). Período de estudo: 4 semanas. Início do tratamento: após a primeira indução. Final do tratamento: após 4 semanas *p<0,001 vs. Controle não tratado. #p< 0,001 vs. glaucoma não tratado.
Figura 10 - Comparação dos valores de pressão arterial média entre grupo controle (animais normais) e grupo glaucoma (animais com glaucoma induzido), ambos subdivididos em grupo de animais não tratados e de animais tratados com ativador da ECA2 (DIZE) na forma de colírio (instilação). Período de estudo: 4 semanas. Início do tratamento: após a primeira indução. Final do tratamento: após 4 semanas.
Figura 11 - Comparação dos valores de PIO entre grupo controle (animais normais) e grupo glaucoma (animais com glaucoma induzido), ambos subdivididos em grupo de animais não tratados e de animais tratados com ativador de receptor Mas na forma de colírio (instilação). Período de estudo: 1 semana. Início do tratamento: após a primeira indução. Final do tratamento: 1 semana. *p<0,05 vs. Controle. #p<0,05 vs. Glaucoma não tratado.
Figura 12 - Comparação dos valores de PIO entre grupo controle (animais normais) e grupo glaucoma (animais com glaucoma induzido), ambos subdivididos em grupo de animais não tratados e de animais tratados com ativador da ECA2 (DIZE) na forma de colírio (instilação). Período de estudo: 5 semanas. Início do tratamento (primeira seta no gráfico): após a segunda indução. Final do tratamento (segunda seta no gráfico): antes da quarta indução. *p<0,001 vs. controle não tratado. #p< 0,001 vs. glaucoma não tratado.
Figura 13 - Comparação dos valores de pressão arterial média entre grupo controle (animais normais) e grupo glaucoma (animais com glaucoma induzido), ambos subdivididos em grupo de animais não tratados e de animais tratados com ativador da ECA2 (DIZE) na forma de colírio (instilação). Período de estudo: 5 semanas. Início do tratamento: após a segunda indução. Final do tratamento: antes da quarta indução.
Figura 14 - PIO de animais normais (C) e com glaucoma induzido (G) quando tratados com ativador da ECA2 (DIZE) na forma de colírio (instilação) acompanhado ou não do bloqueador do Receptor Mas A- 779, comparados com os animais normais (grupo controle) e com glaucoma induzido (grupo glaucoma) não tratados ou tratados somente com bloqueador de Receptor Mas. Período de estudo: 3 semanas. Início do tratamento com ativador de ECA2 e/ou com bloqueador de Receptor Mas (seta preta): após a primeira indução. Final do tratamento: 3 semanas. *p<0,001 vs. controle não tratado. #p<0,001 vs. glaucoma tratado + A-779.
Figura 15 - Comparação dos valores de PIO entre grupo controle (animais normais) e grupo glaucoma (animais com glaucoma induzido), ambos subdivididos em grupo de animais não tratados e de animais tratados com ativador da ECA2 (DIZE) na forma de implante. Período de estudo: 5 semanas. Início do tratamento: após a segunda indução. Final do tratamento: antes da quarta indução. *p<0,001 vs. controle não tratado. #p<0,001 vs. glaucoma não tratado.
Figura 16 - Comparação dos valores de pressão arterial média entre grupo controle (animais normais) e grupo glaucoma (animais com glaucoma induzido), ambos subdivididos em grupo de animais não tratados e de animais tratados com ativador da ECA2 (DIZE) na forma de implante. Período de estudo: 5 semanas. Início do tratamento: após a segunda indução. Final do tratamento: antes da quarta indução. Figura 17 - Comparação dos valores de PIO entre grupo controle (animais normais, gráfico B) e grupo glaucoma (animais com glaucoma induzido, gráfico A), ambos subdivididos em grupo de animais não tratados e de animais tratados com ativador da ECA2 (DIZE). Também foram testados animais do grupo controle e do grupo glaucoma tratados com implante branco. Período de estudo: 5 semanas. Início do tratamento: após a segunda indução. Final do tratamento: antes da quarta indução.
Figura 18 - Comparação entre dados morfométricos das células gangjjonares (Cg) da retina de animais diabéticos não tratados e tratados com ativador da ECA2 (XNT) na forma de solução oral (gavagem). Período de estudo: 7 semanas. Início do tratamento: após a segunda semana. Final do tratamento: sétima semana.
Descrição Detalhada da Tecnologia
A presente invenção descreve diferentes composições farmacêuticas contendo ativadores do eixo ECA2/Ang-(1-7)/Receptor Mas, preferencialmente ativadores da ECA2, por exemplo, o DIZE e o XNT, e ativadores do Receptor Mas, como o HPpCD/Ang-(1-7). Também descreve o uso das mesmas no tratamento de patologias oculares relacionadas ao aumento da PIO e/ou à degeneração das células da retina e/ou do nervo óptico, como o glaucoma e as retinopatias, preferencialmente a retinopatia diabética. Os ativadores do eixo ECA2/Ang-(1-7)/Receptor Mas mencionados foram administrados em composições farmacêuticas convencionais e de liberação prolongada no tratamento do glaucoma experimental em ratos, o qual foi induzido por ácido hialurônico, e no tratamento de retinopatia diabética. Esses ativadores causaram potente redução da PIO nos animais com glaucoma induzido. Além disso, a ativação desse eixo reduziu a degeneração das células retinianas em ratos com retinopatia decorrente de DM induzida.
As composições farmacêuticas que podem ser utilizadas para veiculação dos ativadores do eixo ECA2/Ang-(1-7)/Receptor Mas incluem, mas não se limitam a, composições farmacêuticas convencionais, como soluções, suspensões, comprimidos, géis, cremes, cápsulas (duras ou gelatinosas), emulsões, loções, dentre outras, e composições farmacêuticas não convencionais, como implantes, micro ou nanocápsulas, micro ou nanoesferas, micro ou nanoemulsões, lipossomas, dentre outros, sejam eles constituídos de quaisquer matérias-primas (por exemplo, poliméricos, lipídicos ou mistos), com capacidade de liberação controlada ou não dos ativadores do eixo ECA2/Ang-(1-7)/Receptor Mas. Tais composições farmacêuticas podem ser administradas por via oral, ocular tópica, intraocular, periocular, conjuntival ou endovenosa, dentre outras.
A invenção poderá ser melhor compreendida, de forma não limitante, a partir dos exemplos que se seguem. Nesses exemplos, o XNT e o DIZE foram usados como modelo de ativador de ECA2, o HPpCD/Ang-(1-7) foi usado como modelo de ativador do Receptor Mas e o A-779 foi usado como modelo de bloqueador do Receptor Mas.
Exemplo 1 - Obtenção e caracterização das composições farmacêuticas contendo ativadores de ECA2 e ativadores do Receptor Mas
Como exemplos de formulações para veiculação dos ativadores
de ECA2, foram desenvolvidas formas farmacêuticas convencionais (soluções orais e colírios) e implantes para liberação controlada dos fármacos.
As soluções orais foram obtidas pela diluição dos ativadores de ECA2 e do ativador de Receptor Mas em água destilada ou outro excipiente farmacologicamente aceitável. Adjuvantes como conservantes, antioxidantes, solubilizantes, corantes, flavorizantes, aromatizantes, açúcares, viscosantes, edulcorantes, quelantes, corretivos de pH, dentre outros, podem ser utilizados. Outras formas farmacêuticas de uso oral (como comprimidos, cápsulas, suspensões e xaropes) também podem ser utilizadas. As soluções orais apresentaram-se límpidas e com pH entre 5,0 e 10,0, preferencialmente entre 6,0 e 9,0.
Os colírios foram preparados pela diluição do ativador de ECA2 ou do ativador de Receptor Mas em excipiente farmacologicamente aceitável. Isotonizantes (por exemplo, NaCI, Glicerol, Glicose), agentes tamponantes (por exemplo, sais de fósforo e de sulfato), corretivos de pH (por exemplo, HCI, NaOH), viscosantes, antioxidantes, quelantes e conservantes, dentre outros, podem ser também utilizados. Os colírios foram esterilizados e a isotonia e o pH foram ajustados antes do uso. O pH ficou entre 5,0 e 10, preferencialmente entre 6,0 e 9,0. Outras formas farmacêuticas, como suspensões, pomadas oftálmicas, géis, hidrogéis e emulsões, também podem ser usadas para veiculação tópica dos fármacos.
Como exemplos da utilização do ativador de ECA2 em sistemas de liberação controlada, foram desenvolvidos implantes poliméricos. Para a obtenção dos implantes, o polímero foi disperso em uma solução aquosa contendo ativador de ECA2 (quando necessário, utilizou-se ácido para promover a dispersão do polímero). A dispersão obtida foi agitada para a obtenção de um gel. Esse gel foi espalhado em uma superfície lisa metálica, polimérica, vítrea ou cerâmica, preferencialmente polimérica, como placas de silicone, e deixado secar para a obtenção dos implantes. A secagem pode ser realizada à temperatura ambiente ou sob aquecimento. Implantes multicamada também podem ser obtidos pela repetição do mesmo procedimento. Após a secagem da primeira camada, soluções previamente preparadas como descrito para a primeira camada são espalhadas sobre ela e secadas. Esse processo pode ser repetido diversas vezes (entre uma e dez vezes, em média 3 vezes) para a obtenção dos implantes multicamadas. As camadas contendo ativador de ECA2 dos dispositivos multicamada podem ou não ser intercaladas por camadas sem o mesmo (brancas). O número de camadas brancas no dispositivo varia de 0 a n- 1, onde η é o número de camadas do dispositivo. A ordem de distribuição das camadas é variável. Qualquer combinação de distribuição pode ser aceita. As distribuições que permitam que camadas com ativador de ECA2 estejam no centro e camadas sem ativador de ECA2 estejam nas extremidades dos implantes são preferidas.
Para a obtenção dos dispositivos, quando é necessária a adição de ácido para solubilização do polímero, pode-se utilizar ácido inorgânico, preferencialmente HCI, H3PO4, H2SO4, ou ácido orgânico, preferencialmente ácido acético. A concentração do polímero pode variar entre 0,5 e 20% do gel, preferencialmente, de 1 a 5%. A concentração final do ativador de ECA2 pode variar entre 0,01 a 99% do peso do dispositivo seco, preferencialmente de 0,1 a 30%. A concentração de ácido pode variar de 0,5 a 50%. O tempo de agitação do gel pode variar de segundos até uma semana, preferencialmente, um ou dois dias. O agitador utilizado pode ser de qualquer tipo. A secagem pode ser feita a até 40°C.
O polímero empregado para a obtenção dos implantes pode ser natural, preferencialmente selecionado do grupo compreendendo celuloses, gomas, exudatos, gelatina, queratina, alginatos, galactomananas, quitosanas ou seus derivados metil, hidroxipropil, acetoftalato, acetado, metoxi, hidropropoxi, acetoftalil, carboxi, carboximetil, tio, hidrolisados ou não, ou seus sais de Li, Na, K, Ca, Mg, Al, Zn, Fe, Cu, Ni, isolados, ou em associação ou na forma de copolímeros; ou sintético, preferencialmente selecionado do grupo compreendendo derivados do ácido acrílico, preferencialmente poliacrilato, poli- metilmetaacrilato, poli-etilacrilato ou poli-etilmetacrilato, derivados do ácido lático, derivados do ácido glicólico, derivados da caprolactona, hidrofílico ou hidrofóbico, biodegradável ou não biodegradável.
A Tabela 1 demonstra um exemplo de formulação de gel utilizado para a obtenção dos implantes.
Tabela 1: Composição de gel para obtenção de implantes de ativador de ECA2
Constituinte Quantidade (%) Aceturato de diminazeno 0,4 Ácido acético 1,5 Quitosana 5,0 Água PW q.s.p. 100
A tabela 2 mostra um exemplo de composição de gel para os implantes sem ativador de ECA2.
Tabela 2: Composição de gel para obtenção de camadas sem ativador de
ECA2 (brancas).
Constituinte Quantidade (%) Ácido acético 1,5 — Quitosana 5,0 Água PW q.s.p. 100
Os implantes obtidos após a secagem das formulações foram
posteriormente caracterizados.
Nas análises de potencial de hidratação foi observado um aumento no potencial de hidratação dos implantes em função da adição do ativador de ECA2, sugerindo que essa substância é capaz de desorganizar a matriz polimérica formada, de modo a aumentar a captação de água pelo implante (Figura 1).
Nos espectros de absorção na região do infravermelho (Figura 2), as bandas de absorção características do polímero (3256 cm"1, 1633 cm"1, 1539 cm"1, 1064 cm"1, 1022cm"1, 896 cm"1) foram preservadas nos implantes contendo o ativador de ECA2, sem deslocamento significativo de posição, sugerindo que não houve reação do polímero com o ativador de ECA2. Por outro lado, bandas características do ativador de ECA2 (como a banda em 1263 cm"1) também foram identificadas no implante contendo o mesmo, sugerindo que essa substância foi eficientemente incorporada no implante.
Nas curvas de Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) obtidas para
os implantes, os eventos térmicos observados e característicos do polímero foram a perda de água em 64,2°C (Figura 3A) e a sua decomposição em 314°C (Figura 3B). Para o ativador de ECA2, os eventos térmicos de desidratação (92°C) e decomposição (214°C) foram observados. Para os implantes (Figura 3), foi possível perceber uma pequena diferença entre as temperaturas de decomposição sem ativador de ECA2 (brancos) e com ativador de ECA2 (de 314 para 297,5 °C), o que poderia indicar uma perturbação na estrutura do polímero associada à presença do ativador de ECA2, corroborando com o resultado obtido no teste de hidratação. O pico associado à degradação do ativador de ECA2, por outro lado, não pode ser evidenciado na curva de DSC do implante contendo o mesmo, sugerindo que o ativador de ECA2 se encontrava num estado amorfo, molecularmente disperso ou na forma de uma solução sólida no implante.
Por meio das micrografias eletrônicas de varredura (Figura 4), foi possível observar que os implantes têm tamanho uniforme e não apresentam partículas granulares no interior, o que sugere que o ativador de ECA2 interagiu com a matriz polimérica e se encontra disperso na matriz, confirmando os resultados obtidos na análise de DSC.
O perfil de liberação in vitro do implante foi avaliado mergulhando os dispositivos em tampão PBS. Após tempos pré-determinados de agitação a uma temperatura controlada, todo o meio era removido e um novo volume de meio era adicionado aos implantes. O ativador de ECA2 presente no meio removido era dosado por método validado de quantificação (espectrofotometria de absorção na região do ultravioleta ou do visível, cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a detector na região do ultravioleta/visível ou espectrômetro de massas, cromatografia gasosa acoplada a espectrômetro de massas, titulação, ou outro método adequado, definido de acordo com o ativador de ECA2 utilizado). Pode-se observar uma liberação de cerca de 70% do ativador de ECA2 do implante nas primeiras duas horas de experimento. Já o restante, não foi liberado mesmo após 8 horas de estudo, sugerindo um potencial do implante para liberação controlada do fármaco (Figura 5).
Outras formas farmacêuticas de liberação prolongada, como micro e
nanoesferas, micro e nanocápsulas, micro e nano emulsões e Iiposssomas podem ser desenvolvidas.
A administração dos ativadores de ECA2 e dos ativadores do receptor Mas para tratamento de patologias oculares ainda por ser realizada por outras vias, como a endovenosa, intravítrea, periocular, intraocular, subconjuntival, intramuscular e subcutânea. Assim, outras formulações de liberação controlada ou não, como as soluções, suspensões e emulsões injetáveis podem ser produzidas, desde que sejam usados excipientes farmaceuticamente aceitáveis.
Exemplo 2 - Indução do Glaucoma e Mensuração da PIO
O glaucoma unilateral foi induzido no olho direito de ratos por injeção de 30μΙ_ de ácido hialurônico (10mg/mL), na câmara anterior, próximo ao limbo córneo-escleral, uma vez por semana, durante 1 a 6 semanas, preferencialmente 3 a 5 semanas, sempre no mesmo dia e horário, seguindo o protocolo de Moreno et al., 2005 (Moreno MC, Marcos BHJA, Croxatto CJO, Sandea PH, Campanellia J, Jaliffaa CO, Benozzia J, Rosensteina RE. A new experimental model of glaucoma in rats through intracameral injections of hyaluronic acid. Experimental Eye Research, v. 81, p. 71-80, 2005). Para isso, os animais foram anestesiados com anestésico geral [por exemplo, quetamina (70 mg/kg) exilazina 10 mg/kg), intraperitonealmente, e anestésico local (por exemplo, benoxinato 0,4% na córnea. Nenhum procedimento foi realizado no olho esquerdo, que foi utilizado como grupo controle.
Durante a indução e o tratamento do glaucoma, ou com o ativador de ECA2, ou com o ativador do receptor Mas, ou com o inibidor do receptor Mas a PIO foi mensurada semanalmente, sempre no dia que antecedeu a próxima indução. Para isso foi utilizado tônometro [por exemplo, TonoPen XL (Mentor, Norwell, MA)]. A medida foi realizada em animais, não sedados, contidos delicadamente com uma pequena toalha. Em cada mensuração, três leituras da PIO (com erro padrão menor que 10%) foram obtidas em cada olho, sendo que a média dessas três medidas foi considerada o valor correspondente da PIO para aquele dia.
Exemplo 3 - Atividade da composição farmacêutica contendo ativadores de ECA2 administrada por via oral.
Para a avaliação da atividade de composições farmacêuticas contendo ativadores de ECA2 utilizadas por via oral na prevenção do desenvolvimento de lesões nas células da retina e no nervo óptico e na PIO, os animais foram submetidos à cirurgia de indução do glaucoma unilateral uma vez por semana, por 4 semanas. A mensuração da PIO também foi realizada semanalmente, por 4 semanas, no dia anterior à indução seguinte. Os animais foram tratados diariamente com solução oral contendo ativador de ECA2 através de gavagem. O tratamento iniciou-se imediatamente após a 1a indução e perdurou por 4 semanas.
A PIO do grupo glaucoma tratado (GT) foi significativamente menor que a do grupo glaucoma não tratado (GNT) durante as quatro semanas de administração do ativador de ECA2 (Figura 6). Além disso, observou-se que o grupo GT não foi estatisticamente diferente do grupo controle não-tratado (CNT) em todas as 4 semanas. Os resultados indicam que o ativador de ECA2 é um potente óculo-hipotensivo, verificando sua capacidade de impedir o aumento da PIO e, consequentemente, sua atuação de forma preventiva no glaucoma.
Quanto à pressão arterial média (PAM) destes animais, não foi encontrada diferença significativa entre os animais tratados e não tratados com ativador de ECA2 durante todo o período experimental, indicando que esse grupo de substâncias é capaz de reduzir a PIO sem interferir na PAM (Figura 7). A análise morfométrica (Figura 8) sugere que o tratamento com ativador de ECA2 atenua também as complicações do glaucoma, uma vez que o número de células ganglionares (Cg) do grupo GNT foi significativamente menor que o grupo GT, o que é um indicativo de morte celular mais acentuada no grupo GNT. Exemplo 4 - Atividade da composição farmacêutica convencional contendo ativadores de ECA2 ou ativadores do Receptor Mas por via tópica aplicada a partir da primeira indução de glaucoma..
Atividade de composições farmacêuticas convencionais contendo ativadores de ECA2 utilizadas por via tópica na prevenção do desenvolvimento de lesões nas células da retina e no nervo óptico e na PIO, foi avaliada pelo uso de colírios contendo ativador de ECA2 ou ativador de receptor Mas no tratamento de animais com glaucoma unilateral induzido uma vez por semana, por 4 semanas. A mensuração da PIO também foi realizada semanalmente, por 4 semanas, no dia anterior à indução seguinte. Os animais foram tratados através de instilação. O tratamento iniciou-se imediatamente após a 1a indução e perdurou por 4 semanas.
De forma similar aos resultados obtidos com o tratamento por via oral (sistêmico), também se observou no tratamento local (Figura 9), que a instilação do ativador de ECA2 impediu o aumento da PIO do grupo GT, sendo que os valores foram significativamente menores que o grupo GNT em todas as 4 semanas de indução e instilação simultânea do ativador de ECA2. Não houve diferença significativa na PAM entre os animais tratados e não tradados com ativador de ECA2, demonstrando, novamente, que o ativador de ECA2 não alterou a pressão arterial sistêmica (Figura 10).
Resultado similar foi obtido para o uso de colírio contendo ativador de receptor Mas: a PIO do grupo GT foi significativamente menor que a do grupo GNT após a administração do ativador do receptor Mas (Figura 11). Os resultados indicam que os ativadores do eixo ECA2/Ang-(1-7)/Receptor Mas são potentes agentes óculo-hipotensivo e antiglaucomatoso.
Exemplo 5 - Atividade de composição farmacêutica convencional contendo ativadores de ECA2 por via tópica aplicada após a segunda indução de glaucoma.
A avaliação da atividade de formulações convencionais contendo ativadores de ECA2 no tratamento do glaucoma foi realizada pela indução do glaucoma unilateral uma vez por semana, por 5 semanas. A mensuração da PIO também foi realizada semanalmente, por 5 semanas, no dia anterior à indução seguinte. O tratamento local e diário com colírio contendo ativador de ECA2 teve início após a 2a indução, ou seja, depois de confirmada a PIO elevada. O tratamento perdurou por 15 dias. Após este período, os animais continuaram a ser submetidos à indução semanal, por mais 2 semanas, porém, não receberam o tratamento.
Verificou-se que o ativador de ECA2 foi capaz de reduzir a PIO do grupo GT, cujos valores voltaram aos níveis basais. Além disso, a interrupção do tratamento culminou no aumento da PIO do grupo GT que, a partir deste momento, passou a não ser diferente do GNT (GT - 5a semana: 31 ± 2,0 mmHg vs. GNT - 5a semana: 26,4 ± 2,1 mmHg) (Figura 12). Quanto à PAM, também não foi observada diferença entre os animais tratados e não tratados com ativador de ECA2 (Figura 13).
Exemplo 6 - Bloqueio da atividade da formulação convencional contendo ativadores de ECA2 na redução da PIO por inibição do receptor Mas
A importância do eixo ECA2/Ang-(1-7)/receptor Mas na redução da PIO foi verificada pelo tratamento dos animais com glaucoma com bloqueador de receptor Mas. Para isso, glaucoma unilateral foi induzido uma vez por semana, por 3 semanas. A mensuração da PIO também foi realizada semanalmente, por 3 semanas, no dia anterior à indução seguinte. Os animais foram tratados com colírio contendo ativador de ECA2. O tratamento iniciou-se imediatamente após a 2a indução e perdurou por 2 semanas. Concomitantemente, após a 2a indução, foram implantadas bombas osmóticas de forma subcutânea contendo um bloqueador do receptor Mas. Ao utilizar o bloqueador do receptor Mas, verificou-se que a ação do
ativador de ECA2 foi totalmente bloqueada, sendo que o grupo GT + bloqueador não foi estatisticamente diferente do grupo GNT. Além disso, a PIO do grupo GT + bloqueador do receptor Mas foi significativamente diferente do grupo GT sem bloqueio (Figura 14). Esse resultado indica que a ação dos ativadores de ECA2 e dos
ativadores de receptor Mas no tratamento do glaucoma está relacionada com a ativação do eixo ECA2/Ang-(1-7)/receptor Mas e não com outras características físico-químicas ou farmacológicas dos protótipos utilizados.
Exemplo 7 - Atividade de composição farmacêutica de liberação controlada contendo ativadores de ECA2 por via tópica na redução da PIO.
A atividade das composições farmacêuticas de liberação prolongada contendo ativador de ECA2, descritas no Exemplo 1, foi avaliada pela indução do glaucoma unilateral uma vez por semana, por 5 semanas. A mensuração da PIO também foi realizada semanalmente, por 5 semanas, no dia anterior à indução seguinte. Os animais receberam um implante polimérico para liberação controlada do ativador de ECA2, que foi implantado no saco conjuntival dos animais posteriormente à confirmação da PIO elevada (após a 2a indução). Os animais permaneceram com o implante até o final do tratamento. Como controle negativo desse experimento, foram avaliados os implantes brancos (também implantados imediatamente após a segunda indução). Como controle positivo, foi considerado o tratamento por instilação de uma solução contendo ativador de ECA2. O tratamento com a solução também foi iniciado imediatamente após a segunda indução e mantido diariamente por quinze dias.
Os resultados demonstraram que, após a confirmação da PIO elevada por uma semana (28,8 ± 4,3 mmHg), o implante colocado no saco conjuntival, com concentração equivalente à dose usada na instilação de um único dia nos protocolos de prevenção e tratamento local, foi capaz de reduzir a PIO por 1 mês (5a semana: 10,4 ± 0,9 mmHg) (Figura 15). A PAM dos animais deste protocolo, tratados e não tratados com ativador de ECA2, mais uma vez não foi significativamente diferente (Figura 16).
Como pode ser visto na Figura 17, enquanto a PIO em todos os grupos manteve-se elevada após a primeira indução, observou-se uma redução significativa da PIO nos grupos tratados com implante do ativador de ECA2 ou com o ativador de ECA2 na forma de colírio. Para os animais tratados com o colírio, foi observado um aumento da pressão após o término da instilação, enquanto que a PIO se manteve baixa nas quatro semanas após o tratamento com o implante, indicando que os dispositivos são capazes de liberar controladamente o ativador de ECA2, de modo a manter a PIO controlada por pelo menos um mês. Por outro lado, os implantes brancos não foram capazes de reduzir a PIO1 o que corrobora com a atividade de redução da PIO associada ao ativador de ECA2.
Exemplo 8 - Atividade de composição farmacêutica convencional contendo ativadores de ECA2 na retinopatia diabética
O diabetes foi induzido através da injeção de estreptozotocina (50mg/kg) na veia peniana de ratos em jejum. Após a confirmação do diabetes no décimo dia, os ratos foram tratados via oral (gavagem) com o ativador da ECA2 por 30 dias. A seguir, os olhos foram enucleados, fixados em Bouin 4% e processados para embebição e inclusão em Paraplast. As análises foram realizadas através da morfometria em cortes histológicos corados com H&E e imunohistoquímica. Os resultados mostraram que a ECA2 está expressa nas seguintes camadas da retina: epitélio pigmentado (Ep), fotorreceptores, plexiformes externa e interna e células ganglionares (Cg). O tratamento com ativador de ECA2 aumentou a expressão da ECA2 nestas camadas tanto em ratos normais quanto naqueles diabéticos. Além disso, o tratamento de ratos diabéticos com o ativador de ECA2 amenizou a redução do número de Cg na retina quando comparado com os animais diabéticos não tratados (575±16 vs. 477±54 células). Tais achados sugerem que a ECA2 tem um papel importante nas fases iniciais da retinopatia diabética e que o tratamento com ativadores do eixo ECA2/Ang-(1-7)/Receptor Mas pode ser uma importante estratégia terapêutica no manejo da retinopatia diabética (Figura 18).

Claims (19)

1.COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES caracterizadas por compreenderem ativadores do eixo ECA2/Ang-(1-7)/receptor Mas e excipientes farmacologicamente aceitáveis.
2.COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES, de acordo com a reivindicação 1, caracterizadas pelo ativador do eixo ECA2/Ang-(1-7)/receptor Mas ser um ativador da ECA2.
3.COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizadas pelo ativador da ECA2 ser o diminazeno (na forma de base livre ou sal, preferencialmente o aceturato) e seus análogos, ou o XNT (1-[(2-dimetilamino) etilamino]-4-(hidroximetil)-7-[(4-metilfenil) sulfonil oxi]-9 xanten-9-ona) e seus análogos, ou a resorcinolnaftaleína e seus análogos.
4.COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES de acordo com a reivindicação 1 caracterizadas pelo ativador do eixo ECA2/Ang-(1-7)/receptor Mas ser um ativador do receptor Mas.
5.COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES, de acordo com as reivindicações 1 e 4, caracterizadas pelo ativador do receptor Mas ser o HP3CD/Ang-(1-7) e seus análogos.
6. COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES de acordo com as reivindicações 1-5, caracterizadas por serem na forma de solução, suspensão, emulsão, cápsula (dura ou gelatinosa), comprimido, gel, creme, loção, implante, microcápsula, nanocápsula, nanoesfera, microesfera, nanoemulsão, microemulsão e/ou lipossomas.
7.COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES, de acordo com as reivindicações 1-6, caracterizadas por serem administradas pelas vias oral, ocular tópica, intraocular, periocular, conjuntival ou endovenosa.
8. COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES, de acordo com as reivindicações 1-7, caracterizadas pela liberação do ativador do eixo ECA2/Ang-(1- 7)/receptor Mas ser convencional ou prolongada
9. COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES, de acordo com as reivindicações 1-8, caracterizadas pela forma farmacêutica convencional ser uma solução oral ou um colírio.
10. COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES de acordo com as reivindicações 1-8 caracterizadas pela forma farmacêutica de liberação prolongada ser um implante polimérico.
11. COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES de acordo com a reivindicação 10, caracterizadas pelos polímeros serem naturais ou sintéticos.
12.COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES, de acordo com as reivindicações 10 e 11, caracterizadas pelos polímeros naturais serem selecionados do grupo compreendendo celuloses, gomas, exudatos, gelatina, queratina, alginatos, galactomananas, quitosanas ou seus derivados metil, hidroxipropil, acetoftalato, acetado, metoxi, hidropropoxi, acetoftalil, hidrolisados ou não ou seus sais de Li, Na, K, Ca, Mg, Al, Zn, Fe, Cu, Ni, isolados, ou em associação ou na forma de copolímeros.
13. COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES, de acordo com as reivindicações 10 e 11, caracterizadas pelos polímeros sintéticos serem derivados do ácido acrílico, derivados do ácido lático, derivados do ácido glicólico e/ou derivados da caprolactona.
14.COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES, de acordo com as reivindicações 10, 11 e .13, caracterizadas pelos polímeros sintéticos derivados do ácido acrílico ser preferencialmente poliacrilato, poli-metilmetaacrilato, poli-etilacrilato e/ou poli- etilmetacrilato.
15.COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES de acordo com as reivindicações de 10-14, caracterizadas pela concentração do polímero ser entre 0,5 a 20%, preferencialmente de 1 a 5%.
16. COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES de acordo com as reivindicações de 1 a 15, caracterizadas pelo ativador do eixo ECA2/Ang-(1-7) /receptor Mas estar presente na concentração entre 0,01 a 50% do dispositivo, preferencialmente, de 0,1 a 30%.
17.USO DAS COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES de acordo com as reivindicações de 1 a 16, caracterizado por ser no tratamento de patologias relacionadas ao aumento da PIO e/ou à degeneração da retina e/ou do nervo óptico.
18.USO DAS COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES de acordo com a reivindicação 17, caracterizado por ser preferencialmente no tratamento de glaucoma e retinopatias.
19.USO DAS COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAMENTO DE PATOLOGIAS OCULARES de acordo com a reivindicação 17, caracterizado por a retinopatia ser preferencialmente a retinopatia diabética
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