WO2010040193A1

WO2010040193A1 - Processo para aplicação de um dispositivo protetivo em recipientes acondicionadores de bebidas, e, recipiente

Info

Publication number: WO2010040193A1
Application number: PCT/BR2009/000312
Authority: WO
Inventors: Jacques Pontes
Original assignee: Cbe - Companhia Brasileira De Embalagens S/A
Priority date: 2008-10-07
Filing date: 2009-10-07
Publication date: 2010-04-15
Also published as: EP2354013A1; EP2354013B1

Abstract

Descreve-se um processo para aplicação de um dispositivo protetivo (1) em recipientes acondicionadores de bebidas (7), notadamente latas metálicas utilizadas para envase de cerveja e bebidas carbonatadas, e, um recipiente acondicionador de bebidas (7), tal e qual uma lata metálica, dotado de pelo menos um dispositivo protetivo aplicado pelo processo.

Description

"PROCESSO PARA APLICAÇÃO DE UM DISPOSITIVO PROTETIVO

EM RECIPIENTES ACONDICIONADORES DE BEBIDAS, E, RECIPIENTE¹'

A presente invenção refere-se a um processo inovador para a- plicação de um dispositivo protetivo em recipientes acondicionadores de bebidas, notadamente latas metálicas utilizadas para envase de cerveja, bebidas carbonatadas, energéticos, sucos, etc.

A presente invenção refere-se ainda a um recipiente acondicio- nador de bebidas, tal e qual uma lata metálica, dotado de pelo menos um dispositivo protetivo aplicado pelo processo acima.

Descrição do estado da técnica

Hoje em dia, o consumidor tem à sua disposição um sem número de bebidas disponíveis para consumo em latas de alumínio e folha de flandres, que são embalagens práticas, de fácil abertura e, o que é mais im- portante, de reciclagem efetiva e viável.

Recentemente, houve um grande aumento na variedade de produtos disponíveis em latas, pois, se antigamente a oferta se limitava a refrigerantes e cervejas, atualmente pode-se encontrar também energéticos, sucos diversos, chás, vodcas, vinhos, água, bebidas isotônicas, etc. Esse aumento na quantidade de produtos disponíveis em lata torna esse tipo de mercado bastante atrativo, por movimentar vultuosas somas de dinheiro.

Infelizmente, é notoriamente conhecida a possibilidade de contaminação da porção superior das latas, onde está localizada a abertura para consumo, devido ao acondicionamento e estocagem em condições de higiene precária, após a lata ter deixado a fábrica.

Devido ao formato geométrico da porção superior, que é fabricada por estampagem e como resultado apresenta inexoravelmente nervuras que funcionam como canaletas, ocorre um grande acúmulo de partículas de sujeira (que por vezes inclusive são de difícil remoção), ensejando que a lata ao menos seja lavada sob água corrente previamente à sua abertura para consumo da bebida.

Além das partículas de sujeira propriamente ditas, tal formato da porção superior das latas possibilita o acúmulo de umidade e por conseguinte a proliferação de microorganismos patogênicos.

Em casos extremos, esses agentes contaminantes podem atacar a saúde do consumidor que bebeu o líquido de uma lata contaminada, ainda mais se for considerado que a grande maioria dos consumidores negligencia esse risco e simplesmente não faz nenhuma limpeza na lata previamente ao consumo da bebida.

Pensando em solucionar esse inconveniente, uma série de lacres e selos protetivos foi proposta, como aqueles revelados nos casos de patente brasileiros BRMU 8301816-6, BRMU 8303346-7 e BRMU 8501669- 1 , no caso de patente alemão DE 43 13 3752, no caso de patente WO 01/15990, no caso de patente japonês JP 3-148492 e nas patentes norte- americanas US 6,073,797, US 5,452,818, US 5,139,163, US 6,443,323 e US 5,346,088.

O próprio requerente propôs um inovador e eficiente lacre que, além de efeito protetivo, apresenta a revolucionária propriedade da termo- cromia, possibilitando a identificação da temperatura ideal da lata para o consumo da bebida. Esse inovador lacre é objeto do caso de patente internacional PCT/BR2008/000 02, cuja descrição deve ser considerada incor- porada à presente para pronta referência.

O lacre objeto do pedido de patente PCT/BR2008/000102 tem como principal característica o fato de ser fabricado separadamente (ou isoladamente), em um estágio anterior à de sua instalação na lata. Ele é obtido preferivelmente por injeção e possui estruturação própria.

Diversos dos lacres atualmente conhecidos são formados de outra maneira, porque iniciam a vida como filmes plásticos, posicionados sobre a lata e aquecidos, sendo em seguida forçados a amoldar-se por sobre sua porção superior. Isto é; esses lacres são conformados concomitantemente à sua aplicação nas latas.

Os lacres com estruturação própria apresentam como vantagem uma maior elaboração nos formatos, permitindo, por exemplo, a marcação de caracteres como o nome da bebida cuja lata ele vai proteger, etc, po- dendo ter uma aparência diferenciada e um acabamento superficial controlado, entre outras propriedades, ao passo que os lacres conformados concomitantemente à sua aplicação na lata são menos elaborados esteticamente e objetivam tão somente atuar como protetor, sem uma função adicional.

Porém, em que pese a eficiência menor ou maior de cada um dos lacres propostos acima, é fato que sua inclusão nas latas de bebidas significa um custo mais a ser suportado pelo fabricante da bebida e/ou pelo consumidor final. Esse custo a mais é extremamente sensível aos fabricantes, haja vista que, no âmbito mundial, o consumo anual de bebidas enva- sadas em latas metálicas atinge proporções de centenas de milhões de unidades, e mesmo pequenos acréscimos no valor do produto ao final de um ano têm um grande impacto nas finanças das companhias.

De outro lado, devido à enorme competitividade reinante no mercado de bebidas, o consumidor é muito exigente no tocante ao preço e muitas vezes opta por não pagar a mais pelo simples fato de a lata conter um elemento protetivo notadamente naqueles segmentos de mercado mais populares (bebidas mais baratas), onde não por acaso ocorrem os maiores índices de venda. Assim, o repasse ao consumidor de um aumento nos custos do produto advindos da instalação do lacre protetivo deve ser muito bem estudado, sob pena de o produto apresentar queda de participação no mercado.

Na prática do mercado, muito embora o uso de lacres protetivos seja interessante aos olhos do consumidor, em muitos casos ele praticamente não está disposto a pagar a mais por isso.

Logo, torna-se imperioso aos fabricantes de bebida reduzir ao máximo os custos de fabricação e instalação dos lacres protetivos/selos, o que passa a viabilizar sua utilização em larga escala. Essa redução de custos é tentada de um lado na concepção dos próprios lacres (por meio de estudo de geometria da peça, material utilizado, etc.) e de outro na otimiza- ção máxima do processo produtivo de aplicação desses lacres nas latas de bebida.

Via de regra, é consenso na indústria que, dadas as imensas quantidades de bebidas fabricadas diariamente, não é tolerável nenhum a- traso no processo de envase da bebida nas latas pela aplicação dos lacres/selos, o que diminuiria a produtividade. Logo, é necessário desenvolver processos de aplicação de lacres/selos dimensionados para a enorme velo- cidade das linhas dos fabricantes, o que não havia sido atingido com sucesso total até o presente momento.

Um primeiro processo para aplicação de um selo protetivo em latas de bebida está revelado na patente norte-americana US 6,336,309. Em essência, o processo compreende o posicionamento inicial de um filme ter- moformável por sobre uma pluralidade de latas alinhadas, posicionadas em um equipamento específico. Após, o filme termoformável é posicionado sobre as latas e aquecido, ao mesmo tempo em que é pressionado de encontro à porção superior da lata, conformando-se, selando-a e impedindo o con- tato com o ar ambiente.

Assini, muito embora este processo seja tecnicamente funcional, ele não se presta à aplicação de lacres já estruturados como aquele desenvolvido pelo próprio requerente e objeto do já aludido pedido de patente internacional PCT/BR2008/000102 (que é produzido separadamente e aplicado às latas já em sua configuração definitiva) uma vez que, frise-se, o selo é formado pelo aquecimento de um filme termoformável que se amolda à porção superior das latas somente no instante de sua aplicação.

O documento JP 2152607 refere-se a um processo de aplicação de lacres/selos em latas de bebida no qual lacres são formados a partir do aquecimento de um filme termoformável em formas e, após sua conforma- ção, expulsos das formas por meio da aplicação de jatos de ar sob pressão, ao mesmo tempo em são posicionados por sobre a porção superior das latas. Na sequência, as latas são posicionadas em um dispositivo de movimentação (como uma correia) até uma estação circular onde os lacres serão pressionados contra as latas, de modo a realizar o correto travamento.

O processo revelado no documento JP 2152607 difere do processo objeto da presente invenção uma vez que o lacre continua a ser formado instantes antes da instalação, ainda que não sobre as latas, não sen- do aplicável para posicionamento nas embalagens de lacres já estruturados.

Por fim, o documento JP2045331 também revela um processo de aplicação de um selo termoformável de latas de bebida, onde o selo é conformado no instante de sua aplicação à lata.

Portanto, até o presente momento, ainda não havia sido desenvolvido um processo para aplicação de um dispositivo protetivo, notadamente um dispositivo com estruturação própria como o revelado no pedido de patente PCT/BR2008/000102, individualmente, em cada uma das latas produzidas em uma grande linha de montagem de um fabricante de bebidas, com eficiência e confiabilidade totais e sem incorrer em atrasos ou gerar gargalos produtivos que ensejem uma redução na lucratividade da empresa. Obietivos da invenção

A presente invenção tem por objetivo um processo para aplicação de um dispositivo protetivo em recipientes acondicionadores de bebidas que possibilite o: posicionamento de dispositivos com estruturação própria em cada recipiente envasado, com rapidez e altíssima eficiência, sem causar nenhum atraso à linha de produção das bebidas, ou seja, sem causar nenhuma queda de produtividade na linha devido à aplicação.

A presente invenção tem por objetivo também um processo para aplicação de um dispositivo protetivo em recipientes acondicionadores de bebidas que possibilite o posicionamento de dispositivos em recipiente envasado, praticamente sem aumento de custo, ensejando o posicionamento da bebida no mercado consumidor com competitividade.

Finalmente;, a presente invenção tem como objetivo um recipien- te, particularmente um recipiente acondicionador de bebidas na forma de uma lata metálica, dotado de pelo menos um elemento protetivo aplicado pelo processo objetivado acima.

Breve descrição da invenção

Os objetivós da presente invenção são alcançados por um pro- cesso para aplicação de um dispositivo protetivo em recipientes acondicionadores de bebidas que compreende as seguintes etapas:

etapa (i): transporte de pelo menos um dispositivo protetivo a partir de um alimentador de dispositivos protetivos a uma aplicadora de dispositivos protetivos;

etapa (ii): posicionamento do dispositivo protetivo por sobre uma porção superior de um recipiente acondicionador de bebidas; e

etapa (iii): fixação do dispositivo protetivo no recipiente acondicionador de bebidas a partir da aplicação de uma pressão no dispositivo protetivo de encontro ao recipiente acondicionador de bebidas.

Também, os objetivos da presente invenção são alcançados por um recipiente, particularmente um recipiente acondicionador de bebidas, que compreende um lacre aplicado conforme o processo definido no parágrafo anterior.

Descrição resumida dos desenhos

A presente invenção será, a seguir, mais detalhadamente descrita com base em um exemplo de execução representado nos desenhos. As figuras mostram:

Figura 1 - é uma vista lateral de uma linha de produção de bebidas envasadas em recipientes acondicionadores (latas), na qual um dispositivo protetivo é associado a cada recipiente acondicionador de bebida por meio de um processo, objeto da presente invenção.

Figura 2 - é uma vista superior da linha de produção ilustrada na figura 1 ;

Figura 3 - é uma vista lateral de um alimentador de dispositivos protetivos utilizado pelo processo objeto da presente invenção;

Figura 4 - é uma vista superior do alimentador de dispositivos protetivos ilustrado na figura 3;

Figura 5 - é uma vista em perspectiva de uma aplicadora de dispositivos protetivos utilizada pelo processo objeto da presente invenção;

Figura 6 - é uma vista superior da aplicadora de dispositivos protetivos ilustrada na figura 5, destacando um conjunto de estrelas e um eixo de rosca sem fim;

Figura 7 - é uma vista lateral da aplicadora de dispositivos protetivos ilustrada na figura 5, destacando a fixação do dispositivo protetivo sobre o recipiente acondicionador de bebidas;

Figura 8 - é uma vista em perspectiva de um mecanismo de fixação compreendida pela aplicadora de dispositivos protetivos ilustrada na figura 5 ilustrado na figura 5;

Figura 9 - é uma vista em perspectiva de duas unidades do recipiente acondicionador de bebidas dotado do dispositivo protetivo aplicado consoante o processo objeto da presente invenção;

Figura 10 - é uma vista lateral de um dispositivo protetivo com estruturação própria;

Figura 11 - é uma primeira vista detalhada em corte parcial do dispositivo protetivo ilustrado na figura 10; e

Figura 12 - é uma vista em perspectiva do dispositivo protetivo ilustrado nas figuras 10 e 11.

Descrição detalhada das figuras

A presente invenção refere-se a um processo inovador para a- plicação de um dispositivo protetivo 1 em recipientes acondicionadores de bebidas 7, ambos ilustrados na figura 9, notadamente latas metálicas utilizadas para envase de cerveja e bebidas carbonatadas, bem como ao recipiente acondicionador de bebidas 7, tal e qual uma lata metálica, propria- mente dito, quando dotado de pelo menos um dispositivo protetivo aplicado pelo processo acima.

Preliminarmente, cumpre notar que, preferivelmente, o dispositivo protetivo 1 é idealizado para aplicação em recipientes acondicionadores de bebidas 7 na forma de latas de bebidas de diversos formatos e bebidas, tais como latas de cervejas, refrigerantes, energéticos, bebidas isotônicas, sucos, chás, vodcas e drinques diversos, entre outros, mas é evidente que ele pode ser aplicado em qualquer outro tipo de recipiente, se necessário ou desejável.

Conforme pode ser visto nas figuras 10, 11 e 12, o dispositivo protetivo 1 desenvolvido para utilização em recipiente acondicionador de bebidas 7 compreende uma primeira porção substancialmente circular 2 a partir da qual se pròjeta uma segunda porção de formato substancialmente anelar 3. A primeira porção define uma primeira superfície interna 2a, voltada para a porção superior do recipiente acondicionador de bebidas 7 (onde se encontra a abertura frangível para consumo da bebida) e uma segunda superfície oposta 2b, voltada para o meio exterior, onde opcionalmente po- dem constar dizeres publicitários, informações sobre a bebida, desenhos, impressões, etc.

Opcionalmente, a primeira porção 2 compreende uma caneleta circular 2c que possibilita o empilhamento de uma porção de recipientes a- condicionadores de bebidas 7 protegidos pelo dispositivo protetivo 1.

A segunda porção anelar 3, por sua vez, define uma terceira superfície interna 3a voltada para a parede lateral do recipiente acondicionador de bebidas 7 e uma quarta superfície 3b, oposta, voltada para o meio exterior, que pode compreender opcionalmente ranhuras para pega e pelo menos uma lingueta 60 para remoção de lacre. Para cooperar corretamente com o recipiente acondicionador de bebidas 7, a projeção 3 pode apresentar um formato substancialmente de projeção cilíndrica, de projeção troncônica ou ainda qualquer outro, contanto que funcional.

O espaço definido pela primeira superfície interna 2a da primeira porção circular 2 e pela terceira superfície interna 3a da segunda porção anelar 3 corresponde a uma cavidade.

Por ser o dispositivo protetivo 1 preferencialmente conformado em plástico injetado, na verdade as porções circular e cilíndrica 2, 3 são partes de uma peça única.

De modo preferencial, é provido pelo menos um meio para tra- vamento qualquer, pará travamento do dispositivo protetivo 1 na parte superior do recipiente acondicionador de bebidas 7. Preferivelmente, tal meio apresenta o formato de uma projeção anelar que coopera com uma projeção anelar existente nos rècipiente acondicionador de bebidas 7 (decorrente do recravamento da porção superior da lata em sua parede lateral), travando corretamente o dispositivo protetivo 1 em seu lugar.

Quando o dispositivo protetivo 1 está corretamente posicionado, o que é proporcionado pelo processo da presente invenção, a cavidade já mencionada acondiciona perfeitamente a porção superior do recipiente a- condicionador de bebidas 7, ainda mais porque a segunda porção anelar 3 atua como uma saia, protegendo a lateral da lata, adjacentemente à sua porção superior (que é onde o consumidor põe a boca para beber), contra a entrada de sujidades e contaminantes. Com isso, a possibilidade de o consumidor entrar em contato com algum contaminante é desprezível.

E, para garantir ainda mais a segurança da lata e do consumidor, o dispositivo protetivo 1 compreende adicionalmente um lacre 6, composto por pelo menos uma linha frangível, que torna clara e visível a viola- ção do dispositivo protetivo 1 e, se for o caso, a abertura da lata, situações em que a proteção contra sujidades não mais poderia estar garantida. Em outras palavras, o rompimento do lacre 6 é uma indicação de que a região da cavidade pode ter sido exposta a sujidades e contaminantes e que a selagem contra esse tipo de substância não mais pode ser garantida.

Muito embora tenha sido descrito um dispositivo protetivo 1 possível, cumpre notar quer o escopo de proteção da invenção não está focado em suas características, mas sim nos inovadores aspectos essenciais do processo para aplicação desse dispositivo em um recipiente, tal como a aludida lata metálica acondicionadora de bebidas.

Em outras palavras, qualquer dispositivo protetivo poderá ser a- plicado a uma lata (como, por exemplo, o objeto do pedido de patente PCT/BR2008/000102, do próprio requerente, ou qualquer outro) sem que a invenção resultarite deixe de estar incluída no escopo de proteção das reivindicações apensas.

Não obstante, preferivelmente o dispositivo protetivo tem estruturação própria, óu seja, é fabricado separadamente (ou isoladamente), em um estágio anterior à de sua instalação no recipiente. Ainda mais preferivelmente, o dispositivo protetivo 1 é fabricado por injeção.

O processo para aplicação de um dispositivo protetivo 1 nos re- cipientes acondicionadòres de bebidas 7, objeto da presente invenção, tem como primeira característica essencial alterar o mínimo possível a linha de produção convencional das bebidas, o que por si só já reduz seu custo de implantação.

Para que o processo seja operacional, deve-se utilizar um alimentador de dispositivos protetivos 100, ilustrado nas figuras 1 a 4, capaz de alimentar os dispositivos protetivos 1 na linha de produção, para que, posteriormente, eles sejam fixados por sobre o recipiente acondicionador de bebidas 7, que, por sua vez, percorre normalmente a esteira transportadora de recipientes 101 , após envasamento da bebida e recravamento de sua porção superior (ou "tampa").

Em essência, o processo para aplicação de um dispositivo pro- tetivo 1 em recipientes acondicionadores de bebidas 7 compreende as seguintes etapas:

etapa (i): transporte de pelo menos um dispositivo protetivo a partir de um alimentador de dispositivos protetivos a uma aplicadora de dispositivos protetivos ;

etapa (ii): posicionamento do dispositivo protetivo 1 por sobre uma porção superior de um recipiente acondicionador de bebidas 7; e

etapa (iii): fixação do dispositivo protetivo 1 no recipiente acondicionador de bebidas 7 a partir da aplicação de uma pressão no dispositivo protetivo 1 de encontro ao recipiente.

Anteriormente ao posicionamento dos dispositivos protetivos 1 por sobre os recipientes acondicionadores de bebidas 7, eles recebem, de modo preferível, um tratamento esterilizante ou sanitizante, visando aniquilar eventuais agentes patógênicos. Preferencialmente, os dispositivos protetivos 1 são submetidos à aplicação de ar a altas temperaturas, que é um meio extremamente eficiente e atualmente utilizado pela indústria de produtos alimentícios para esterilização. Opcionalmente, os dispositivos protetivos 1 podem receber a aplicação de raios gamma (γ) e/ou gases ETO (Óxido de etileno). É evidente, entretanto, que podem ser utilizados quaisquer outros meios para esterilização dos dispositivos protetivos 1 , sem que a invenção resultante deixe de estar incluída no escopo de proteção das reivindicações.

A porção superior do recipiente acondicionador de bebidas 7 é preferencialmente mantida isenta de umidade, a fim de evitar a proliferação de fungos, bactérias e ácaros após a fixação do dispositivo protetivo 1 no recipiente acondicionador de bebidas 7. A presente invenção provê uma solução para secar completamente a porção superior do recipiente acondicionador de bebidas 7 através da aplicação de uma determinada quantidade de calor que seja suficiente para proporcionar a evaporação de toda a umi- dade que eventualmente esteja presente em tal porção superior do recipiente acondicionador de bebidas 7. De maneira preferencial, o calor é provido por meio de uma estufa 102 posicionada na própria esteira transportadora de recipientes 101 , conforme pode ser observado nas figuras 1 e 2. Esta estufa 102 pode ainda ser utilizada na etapa de esterilização e sanitização do recipiente acondicionador de bebidas 7 acima descrita. Alternativamente, pode-se também prover um fluxo de ar através de um ventilador para realizar a secagem da porção superior do recipiente acondicionador de bebidas 7.

Conforme pode ser visto nas figuras, a esteira transportadora de recipientes 101 é associada a pelo menos um eixo de rosca sem fim 103, de modo que cada recipiente acondicionador de bebidas 7 é acomodado entre dois filetes de roscas consecutivos para ser transportado através do movimento rotacional do eixo de rosca sem fim 103.

O eixo de rosca sem fim 103 é associado a uma aplicadora de dispositivos protetivos 104, de maneira a permitir o transporte do recipiente acondicionador de bebidas 7 a partir da esteira transportadora de recipientes 101 até a dita aplicadora de dispositivos protetivos 104.

Concomitantemente ao transporte do recipiente acondicionador de bebidas 7 pela êstéira transportadora de recipientes 101 e pelo eixo de rosca sem fim 103, ocorre também o transporte de pelo menos um dispositivo protetivo 1 a partir do alimentador de dispositivos protetivos 100 até a aplicadora de dispositivos protetivos 104 por meio de uma tranportadora de dispositivos protetivos ^: 105 que, preferencialmente, consiste em um meca- nismo de correias e/ou esteira. Naturalmente, outros dispositivos, mecanismos e meios de transporte adequados poderiam ser utilizados.

Cumpre notar que, para garantir que a fixação do dispositivo protetivo 1 no recipiente acondicionador de bebidas 7 possa ser feita corre- tamente, o dispositivo protetivo 1 deve estar posicionado com a sua segunda porção de formato substancialmente anelar 3 voltada para a porção superior do recipiente acondicionador de bebidas 7. A presente invenção é capaz de garantir tal posicionamento correto de maneira automática através de um tambor de correção 112 que, preferencialmente está compreendido pelo alimentador de dispositivos protetivos 100, conforme pode ser visto nas figuras 3 e 4.

Ainda de acordo com as figuras 3 e 4, o alimentador de disposi- tivos protetivos 100 é provido de uma esteira de elevação 107 capaz de transportar os dispositivos protetivos 1 até o tambor de correção 112, que, por sua vez, está associado à transportadora de dispositivos protetivos 105. Esta esteira de elevação 107 possui um formato substancialmente em "C" aberto e invertido (espelhado) e é provida de uma porção base 108, uma porção de elevação 109 e uma porção de entrega 110 associadas entre si.

0 transporte dos dispositivos protetivos 1 na esteira de elevação 107 ocorre da seguinte maneira: em primeiro lugar, a porção base 108 recebe os dispositivos protetivos 1 e os conduzem até a porção de elevação 109, que por sua vez, conduzem os dispositivos protetivos 1 verticalmente em direção à porção de entrega 110, onde ocorre a transferência dos dispositivos protetivos 1 para o tambor de correção 112 através da ação da força da gravidade.

O tambor de correção 112, capaz de movimentar angularmente de modo rotacional em torno de seu eixo geométrico axial, compreende uma pluralidade de aletas (não ilustradas), dispostas anguladas em relação à parede interna do tambor, configuradas para receber os dispositivos protetivos 1 provenientes da esteira de elevação 107. Caso o dispositivo protetivo

1 já esteja posicionado da maneira correia nas aletas do tambor de correção 112 (há cooperação entre o dispositivo protetivo 1 e as aletas), ele é transportado para uma posição superior no tambor de correção 112 (vide figuras 3 e 4) de modo a permitir a sua transferência à transportadora de dispositivos protetivos 105. Por outro lado, caso o dispositivo protetivo 1 não esteja acomodado nas alétas do tambor de correção 112 da maneira correta (não há cooperação entre o dispositivo protetivo 1 e as aletas), ele não é transferido à transportadora de dispositivos protetivos 105, de modo a permanecer no tambor de correção 112 até que a sua posição seja corrigida pela própria movimentação angular rotacional do tambor de correção 112. Mais especifi- camente, quando o dispositivo protetivo 1 atinge um ponto superior máximo no tambor de correção 112 ele cai em outras aletas do tambor de correção 112 (ponto inferior mínimo) pela ação da força da gravidade, dispostas de maneira diametralmente oposta em relação às aletas em que o dispositivo protetivo 1 estava anteriormente acomodado, uma vez que não ocorre coo- peração entre o dispositivo protetivo 1 e as aletas. Nesta última etapa, o posicionamento do dispositivo protetivo 1 é corrigido.

De todo modo, qualquer que seja a constituição particular do a- limentador de dispositivos protetivos 100, ela é configurada para automaticamente corrigir a posição do dispositivo protetivo 1.

Conforme pode ser visto nas figuras 5 a 7, a aplicadora de dispositivos protetivos 104 compreende um mecanismo de três estrelas 115, a saber, uma primeira estrela 116, uma segunda estrela 117 e uma terceira estrela 118, capazes de se movimentar angularmente de maneira rotacional em torno de seus respectivos eixos geométricos centrais. Cada estrela é provida de pelo menos^! tim alojamento capaz de receber pelo menos um recipiente acondicionador de bebidas 7. Preferencialmente, cada estrela 116, 117, 118 é dotada de uma pluralidade de alojamentos de maneira a permitir a acomodação simultânea de uma pluralidade de recipientes acondicionado- res de bebidas 7, provendo grande velocidade e rapidez ao processo (otimi- zação do processo). Naturalmente, o alimentador de dispositivos protetivos 100 e a transportadora de dispositivos protetivos 105 são configurados para prover uma vazão ide dispositivos protetivos 1 compatível com a configuração e velocidade de rotação das três estrelas 116, 117, 118. As três estrelas 116, 117, 118 são dispostas adjacente e tangencialmente entre si duas a duas (aos pares), de modo que a transferência dos dispositivos protetivos 1 entre as estrelas adjacentes ocorre justamente nos seus pontos de tangên- cia. Cumpre notar que as estrelas dispostas adjacente entre si rotacionam em sentidos opostos.

Conforme pode ser visto nas figuras, a primeira estrela 116 está associada a pelo menos um mecanismo de rosca sem fim 103, já comentada anteriormente. Na primeira estrela 116, ocorre a indexação e sincroniza- ção dos dispositivos protetivos 1 provenientes do alimentador de dispositivos protetivos 100 em relação à quantidade de recipientes acondicionadores de bebidas 7 provenientes da esteira transportadora de recipientes 101. Tal sincronização, que ocorre enquanto a primeira estrela 116 se movimenta angularmente, é proporcionada por meio de um dispositivo acelerador capaz de posicionar os dispositivos protetivos 1 de maneira adjacente entre si antes da entrada dos mesmos na primeira estrela 116. Desta maneira, a primeira estrela 116 é capaz de garantir a perfeita indexação ou sincronicida- de, entre o fornecimento de dispositivos protetivos 1 e a vazão de recipientes acondicionadores de bebidas 7 que são conduzidos para a segunda es- trela 117.

A segunda estrela 117 recebe o dispositivo protetivo 1 da primeira estrela 116 por meio de uma força de vácuo ou qualquer outra forma a- dequada, para garantir que ele seja posicionado corretamente por sobre uma porção superior de um recipiente acondicionador de bebidas 7. Cumpre notar que este posicionamento só é possível pela sincronicidade proporcionada pela primeira estrela 116. Em outras palavras, a primeira estrela 116 permite o posicionamento com grande precisão de um dispositivo protetivo 1 sobre a porção superficial de cada recipiente acondicionador de bebidas 7 na segunda estrela 117.

Após o posicionamento do dispositivo protetivo 1 sobre o recipiente acondicionador de bebidas 7, um equipamento de fixação 113, associado por sobre a segunda estrela 117, exerce uma pressão pré-determinada para que ele seja corretamente fixado. Tal como mencionado anteriormente, de modo preferível, a fixação do dispositivo protetivo 1 por sobre o recipiente acondicionador de bebidas 7 é feita a partir da cooperação da já aludida pro- jeção anelar provida nó dispositivo protetivo 1 com a projeção anelar existente na porção superior do recipiente acondicionador de bebidas 7 (e de- corrente do recravamento da porção superior da lata em sua parede lateral). Tal cooperação trava completamente o lacre na lata, de maneira que o dispositivo protetivo 1 não consegue ser retirado na lata sem ser violado (rompimento do lacre 6).

Conforme pode ser visto na figura 8, de maneira preferível, o equipamento de fixação 113 é provido de pelo menos uma pluralidade de cabeçotes de recravação 114 capaz de exercer uma pressão de, por exemplo, 1 atmosfera (atm) no dispositivo protetivo 1 de encontro ao recipiente acondicionador de bebidas 7. Tal pressão, que naturalmente pode variar em função do tipo de dispositivo protetivo 1 , lata (recipiente acondicionador de bebidas 7) e equipamento envolvido, fixa o dispositivo protetivo 1 de modo definitivo. Mais especificamente, o equipamento de fixação 113 compreende trilhos internos superiores, por onde os cabeçotes de recravação 114 se movimentam de acordo com o movimento angular rotacional da segunda estrela 117. O recravamento ocorre quando o cabeçote de recravação 114 passar por um carne, associado ao trilho, capaz de permitir um movimento axial do cabeçote de recravação 114 para baixo, de modo a exercer uma pressão sobre o dispositivo protetivo 1 e o recipiente acondicionador de bebidas 7. ^!

A terceira estrela 118, associada à segunda estrela, conduz, a- través de seu movimento angular rotacional, o recipiente acondicionador de bebidas já com o dispositivo protetivo 1 para uma célula fotoelétrica, de fibra ótica ou afim, para conferência, e ruma para o denominado pulmão de embalagens de embarque, para acondicionamento em caixas de papelão e/ou aplicação de filme plástico.

Por fim^'; cumpre ainda notar que é possível ter mais de um alimentador de dispositivos prótetivos 100 e mais de uma aplicadora de dispositivos protetivos 105 para uma única linha de produção, conforme pode ser observado na figura 2.

É ainda uma invenção nova e inventiva, incluída no escopo de proteção das reivindicações apensas, um recipiente acondicionador de bebidas 7, que compreende o dispositivo protetivo 1 ora descrito. Tendo sido descritos exemplos de concretização preferidos, deve ser entendido que o escopo da presente invenção abrange outras possíveis variações, sendo limitado tão somente pelo teor das reivindicações a- pensas, aí incluídos os possíveis equivalentes.

Claims

REIVINDICAÇÕES

1 . Processo para aplicação de um dispositivo protetivo (1 ) em recipientes acondicionadores de bebidas (7), caracterizado pelo fato de que compreende as seguintes etapas:

etapa (i): transporte de pelo menos um dispositivo protetivo (1 ) a partir de um alimentador de dispositivos protetivos (100) a uma aplicadora de dispositivos protetivos (104);

etapa (ii): posicionamento do dispositivo protetivo (1 ) por sobre uma porção superior de um recipiente acondicionador de bebidas (7); e

etapa (iii): fixação do dispositivo protetivo (1 ) no recipiente acondicionador de bebidas (7) a partir da aplicação de uma pressão no dispositivo protetivo (1 ) de encontro ao recipiente acondicionador de bebidas (7).

2. Processo de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de que a etapa (i) é precedida de uma etapa de aplicação de uma de- terminada quantidade de calor capaz de proporcionar a evaporação da umi- dade presente na dita porção superior do recipiente acondicionador de bebidas 7.

3. Processo de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo fato de que á etapa (i) é precedida de uma etapa de tratamento esterili- zante ou sanitizante ao dispositivo protetivo (1 ).

4. Processo de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que o processo de esterilização compreende a aplicação de ar a altas temperaturas ^jsobre o dispositivo protetivo (1 ).

5. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que simultaneamente à etapa (i) ocorre uma etapa de transporte de pelo menos um recipiente acondicionador de bebidas (7) até a aplicadora de dispositivos protetivos (104).

6. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes , caracterizado pelo fato de que a etapa (i) é precedida de uma etapa de correção automática da posição do dispositivo protetivo (1 ), caso o dispositivo protetivo (1 ) não esteja corretamente posicionado.

7. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a etapa (iii) é precedida de uma etapa de indexação e sincronização do dispositivo protetivo (1 ) em relação ao recipiente acondicionador de bebidas (7).

8. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que, após a etapa (iii), é realizada uma etapa de conferência, a partir da passagem do recipiente contendo o dispositivo (1 ) por uma célula fotoelétrica, de fibra ótica ou afim.

9. Recipiente, particularmente um recipiente acondicionador de bebidas (7), caracterizado pelo fato de que compreende um dispositivo pro- tetivo (1 ) aplicado conforme o processo definido nas reivindicações 1 a 8.

10. Recipiente de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de ser uma lata metálica.