PT1841458E - Regime de tratamento com surfactante para tratar ou prevenir displasia broncopulmonar - Google Patents

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PT1841458E
PT1841458E PT06717499T PT06717499T PT1841458E PT 1841458 E PT1841458 E PT 1841458E PT 06717499 T PT06717499 T PT 06717499T PT 06717499 T PT06717499 T PT 06717499T PT 1841458 E PT1841458 E PT 1841458E
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Christopher Schaber
Robert Segal
Carlos Guardia
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Description

Descrição
REGIME DE TRATAMENTO COM SURFACTANTE PARA TRATAR OU PREVENIR DISPLASIA BRONCOPULMONAR
REFERÊNCIA A PEDIDOS RELACIONADOS
Este pedido reivindica beneficio sob o número 35 U.S.C § 119 (e) ao pedido N° . 60/641,805 registado em 6 de Janeiro de 2005.
CAMPO
Esta invenção relaciona-se com o tratamento de disfunções pulmonares. Em particular, são providos regimes para o tratamento ou prevenção da displasia broncopulmonar e disfunções relacionadas, através do uso de surfactantes pulmonares.
ANTECEDENTES
Os surfactantes pulmonares (SP) naturais são composições de proteína/lipidos que são produzidas naturalmente nos pulmões e são fundamentais para a capacidade dos pulmões absorverem oxigénio. Cobrem toda a superfície alveolar dos pulmões e as vias aéreas terminais condutoras que levam à morte do alvéolo.
Os surfactantes facilitam a respiração ao modificar continuamente a tensão de superfície do fluido normalmente presente dentro do alvéolo. Na ausência de surfactante suficiente, ou caso o surfactante se degrade, os alvéolos tendem a colapsar e os pulmões não absorvem oxigénio suficiente. Ao diminuir a tensão da superfície das vias respiratórias condutoras terminais, o surfactante mantém a patência, isto é, mantém abertas as vias respiratórias. A perda 1/48 de patência leva a obstrução por perda de patência da via respiratória e compromete a função pulmonar. Os surfactantes humanos contêm principalmente: fosfolípidos, o principal sendo dipalmitoil fosfatidilcolina (DPPC), e quatro polipéptidos surfactantes, A, B, C e D com proteína B surfactante (SP-B) sendo o mais essencial para a função respiratória. Os surfactantes pulmonares naturais e sintéticos são normalmente usados para tratar a síndrome de desconforto respiratório em recém-nascidos prematuros pouco após o nascimento. A displasia broncopulmonar (DBP ou DB) , também referida como doença pulmonar crónica (DPC), é uma ameaça de vida comum, a doença pulmonar ocorre normalmente nos recém-nascidos prematuros que sobrevivem à síndrome de desconforto respiratório (SDR) e outras complicações relacionadas com a prematuridade. Com a adopção quase universal da utilização de esteróides pré-natais e uso pós-natal de surfactantes pulmonares exógenos, um grande número de recém-nascidos de peso baixo em risco, agora sobrevivem à doença pulmonar aguda da prematuridade apenas para desenvolver doença pulmonar crónica. Antes da utilização geral de surfactantes derivados de animais ou sintéticos, a DBP foi histologicamente caracterizada por ferimentos e fibrose da via respiratória. Uma vez que o aparecimento da terapia de substituição de surfactante, os lactentes parecem experienciar menos envolvimento fibrótico e da via respiratória do que o descrito em relatórios anteriores, mas têm anormalidades na alveolarização e vascularização. A mudança na natureza da condição levou os neonatologistas a referirem-se a uma "nova DBP". A DBP pode também desenvolver-se em lactentes de termo que requerem um suporte respiratório à nascença ou pouco depois. 2/48 A terapia por surfactantes tem diminuído a frequência com a qual lactentes moderadamente prematuros e maiores desenvolvem a doença. Mas os benefícios de sobrevivência do surfactante em lactentes extremamente prematuros têm resultado numa mudança na incidência da DBP em lactentes mais prematuros e pequenos. Os esteróides pós-natais em doses anti-inflamatórias são conhecidos por diminuir modestamente as consequências fisiológicas da DBP, mas à custa de resultados de desenvolvimento neurológico. Ainda, os esteróides podem diminuir a alveolarização. Os derivados de vitamina A estimulam a alveolarização em animais, mas os resultados clínicos têm sido modestos. Apesar de uma lógica intrigante, os antioxidantes provaram ser de menor valor. Se o óxido nítrico inalado diminui a probabilidade da DBP ou não em lactentes nascidos com muito baixo peso, ainda está por confirmar através de ensaios clínicos contínuos.
As causas da DBP ou DPC são provavelmente multifactoriais. Contudo, os antecedentes patofisiológicos e consequências da DBP podem sugerir uma nova abordagem à prevenção com fármacos já em utilização clínica. Foi mostrado que a complacência pulmonar diminuída como uma consequência de um edema pulmonar inicialmente leve está correlacionada com o desenvolvimento subsequente da DBP. A migração neutrófila para o pulmão aumenta na presença do edema pulmonar e hiperoxia. Quando essas células são activadas, libertam as proteases e mediadores inflamatórios, incluindo oxidantes que podem ainda prejudicar o pulmão. Estes eventos degradam a função pulmonar necessitando de ventilação mecânica para muitos lactentes que inicialmente deixaram de necessitar de ventilador e aumentando a necessidade do ventilador para aqueles que não são capazes de deixar o mesmo. 0 surfactante é ele mesmo um alvo de proteases, espécies oxidantes e mediadores de pequenas moléculas, e pode ser inactivo por muitas proteínas de plasma 3/48 descobertas no fluido broncoalveolar na presença de vazamento capilar.
Existem documentos da técnica anterior que debatem a utilização de surfactantes tais como Ped. Pulmon. 14:4-9, (1992) que descreve um tratamento do Sindrome de Desconforto Respiratório (SDR) em lactentes pré-termo, compreendendo a administração de um bólus de surfactante após uma hora do nascimento, e repetindo a dosagem 12 ou 24 horas mais tarde. 0 documento WO 97/19701 descreve a utilização de conjugados covalentes de glicosaminoglicanos administrados com surfactantes. Em particular, os conjugados de heparina são usados como uma terapia adjuntiva aos surfactantes para evitar o Sindrome de Desconforto Respiratório e displasia broncopulmonar. A D2 também descreve a utilização de tais conjugados para evitar trombogénese, em particular nas vias respiratórias dos pulmões, tais como aqueles encontrados na sindrome de desconforto respiratório em lactentes e adultos e nas superfícies em contacto com sangue. O documento WO 02/062289 descreve um método para tratar lactentes, crianças ou adultos que sofrem de desconforto pulmonar provocado por uma produção baixa ou insuficiente de surfactantes. É particularmente adequado para tratamento de lactentes prematuros que sofrem de Sindrome de Desconforto Respiratório. O método compreende a administração de um composto de leptina para um indivíduo com fraca produção de surfactante durante um período de tempo e numa quantidade suficiente para melhorar a produção de surfactante. São necessários tratamentos para evitar ou melhorar a DBP e disfunções pulmonares relacionadas. A presente invenção relaciona-se com a utilização de um surfactante pulmonar como 4/48 reivindicado doravante. Formas de realização preferidas da invenção são definidas nas reivindicações em anexo.
BREVE RESUMO É descrito um método para tratar ou prevenir a DBP num lactente tratado com surfactante pulmonar para a síndrome de desconforto respiratório ("SDR"). Após o tratamento para a sindrome de desconforto respiratório com o surfactante pulmonar, o surfactante pulmonar é administrado ao lactente numa quantidade e durante um período de tempo eficaz para tratar ou prevenir a DBP. Normalmente, a administração do surfactante pulmonar para a DBP é iniciada após o tratamento da síndrome de desconforto respiratório com surfactante pulmonar, por exemplo, no intervalo da próxima dosagem após a conclusão do tratamento para a SDR, no dia 3 de vida do lactente, ou sempre que o tratamento para a SDR seja concluído. Em certos casos, a administração do surfactante pulmonar pode ser continuada durante, pelo menos 36 semanas de idade pós-menstrual ("IPM") do lactente ou alternativamente durante, pelo menos 28 dias de idade pós-natal do lactente. De acordo com a invenção, a administração do surfactante pulmonar é continuada durante, pelo menos o dia 10, 14 ou dia 18 de vida do lactente. Adicionalmente, o tratamento é iniciado em qualquer altura a partir do dia 3 de vida do lactente até ao dia 10.
Também descrito é um método para tratar ou evitar DBP num lactente que necessita de suporte respiratório. O surfactante pulmonar é administrado ao lactente numa quantidade e durante um período de tempo eficaz para tratar ou evitar a DBP. O SP pode ser administrado até o lactente não necessitar mais de suporte respiratório. O SP pode ser administrado em ou após 1 dia de vida do lactente e é continuado durante pelo menos 5/48 28 dias de idade pós-natal do lactente. A administração pode ser iniciada no dia 1 de vida do lactente ou no dia 3 de vida do lactente. De acordo com a presente invenção, a administração é iniciada antes de o lactente ter sido diagnosticado com DBP e o lactente ser tratado com surfactante pulmonar pelo menos uma vez após o dia 2 ou 3 de vida do lactente. A administração pode ser iniciada no dia 1 de vida do lactente ou no dia 2 de vida do lactente e o lactente é tratado com surfactante pulmonar, pelo menos, uma vez após o dia 2 ou 3 até ao dia 10 de vida do lactente. De acordo com a presente invenção, o tratamento é continuado até, pelo menos, ao dia 10, 14 ou dia 18 de vida do lactente. A administração de SP pode ser iniciada em qualquer altura a partir do dia 3 ao dia 18, ou dia 3 ao dia 10 de vida do lactente. O lactente que necessita de suporte respiratório pode ou não exibir sindrome de desconforto respiratório.
Os métodos de administração de surfactante pulmonar a um lactente são conhecidos na técnica. A administração pode ser uma administração endotraqueal, aerossolização e inalação. O termo "inalação" inclui, por exemplo, inalação de um pó seco e inalação de um aerossol húmido. O uso do surfactante pulmonar de acordo com a forma de realização preferida da invenção pode ser acompanhado por outra terapia respiratória, tal como ventilação mecânica, pressão positiva continua das vias respiratórias (CPAP) incluindo CPAP nasal (nCPAP) ou administração de outros agentes terapêuticos.
De preferência, o método compreende a administração de um surfactante pulmonar sintético. Particularmente preferido é 6/48 um surfactante pulmonar que contém um péptido com uma sequência de SEQ ID NO. 1.
Outras características e vantagens da invenção serão compreendidas a partir da descrição detalhada e exemplos que seguem.
DESCRIÇÃO DETALHADA
Excepto se de outro modo especificado, todos os procedimentos médicos descritos ou aqui referidos são realizados de acordo com as normas actuais de cuidados de saúde por médicos e/ou outros praticantes de cuidados de saúde.
Também deve ser compreendido que a terminologia aqui usada destina-se a descrever formas de realização particulares apenas, e não se destina a ser limitativa. Como usadas nesta especificação e nas reivindicações em anexo, as formas singulares "um", "uma" e "o/a" incluem referências no plural excepto se o conteúdo indicar o contrário. Deste modo, por exemplo, a referência a "um péptido" inclui uma combinação de dois ou mais péptidos, e similares. "Cerca de" como aqui usado quando se refere a um valor mensurável tal como uma quantidade, uma duração temporal, e similares, significa abranger variações de ±20% ou +10%, mais preferivelmente ±5%, ainda mais preferivelmente ±1%, e ainda mais preferivelmente ±0,1% a partir do valor especificado, como tais variações sejam adequadas para desempenhar os métodos descritos.
Excepto se definido de outro modo, todos os termos técnicos e científicos aqui usados têm o mesmo significado como normalmente compreendido por um dos especialistas na técnica 7/48 com a qual a invenção está relacionada. Apesar de quaisquer métodos e materiais similares ou equivalentes para aqueles aqui descritos poderem ser usados na prática para testar a presente invenção, os materiais e métodos preferidos são aqui descritos. Ao descrever e reivindicar a presente invenção, a seguinte terminologia será usada. "Polipéptido""péptido", "peptóides" e "proteína" são usados de forma intermutável para referir um polímero de resíduos de aminoácidos. Os termos aplicados aos polímeros de aminoácidos, nos quais um ou mais resíduos de aminoácidos é um mimético químico artificial de um aminoácido que ocorre naturalmente correspondente, assim como com polímeros de aminoácidos que ocorrem naturalmente e polímero de aminoácido que ocorre de forma não natural. Os miméticos de aminoácidos referem-se a compostos químicos que têm uma estrutura que é diferente da estrutura química geral de um aminoácido, mas que funciona de uma forma similar a um aminoácido que ocorre naturalmente. Os resíduos não naturais são bem descritos na literatura científica e de patente; algumas composições não naturais exemplares úteis como miméticos de resíduos de aminoácidos naturais e directrizes são descritos em baixo. Os miméticos de aminoácidos aromáticos podem ser gerados, por exemplo, ao substituir por, por ex., D- ou L- naf ilalanina; D- ou L-fenilglicina; D- ou L-2 tienilalanina; D- ou L-1,-2,3-, ou 4- pirene ilalanina; D- ou L-3 tienilalanina; D- ou L-(2-piridinil) -alanina; D- ou L- (3-piridinil) - alanina; D-ou L- (2-pirazinil) -alanina; D- ou L- (4-isopropil) -fenilglicina; D- (trifluorometil)-fenilglicina; D-(trifluorometil)-fenilalanina; D-p-fluoro-fenilalanina; D- ou L-p-bifenilfenilalanina; K- ou L-p-metoxi-bifenilfenilalanina; D- ou L-2- indol(alquil)alaninas; e, D-ou L-alquilaininas, onde o alquil pode ser metil, etil, propil, hexil, butil, pentil, isopropil, isobutil, sec-isotil, 8/48 isopentil substituído ou não substituído, ou aminoácidos não acídicos. Os anéis aromáticos de um aminoácido não natural incluem, por ex., anéis aromáticos de tiazolil, tiofenil, pirazolil, benzimidazolil, naftil, furanil, pirrolil, e piridil. 0 "péptido" inclui péptidos que são variações conservadoras daqueles péptidos especificamente aqui exemplificados. “Variação conservadora" como aqui usado denota a substituição de um resíduo aminoácido por outro resíduo biologicamente similar. Exemplos de variações conservadoras incluem, mas não são limitados a, substituição de um resíduo hidrofóbico tal como isoleucina, valina, leucina, alanina, cisteína, glicina, fenilalanina, prolina, triptofano, tirosina, norleucina ou metionina por outro, ou a substituição de um resíduo polar por outro, tal como a substituição de arginina por lisina, ácido glutâmico por aspártico, ou glutamina por asparagina, e similares. Os aminoácidos hidrofílicos neutros que podem ser substituídos por um outro incluem asparagina, glutamina, serina, e treonina. A "variação conservadora" também inclui o uso de um aminoácido substituído no lugar de um aminoácido parente não substituído desde que os anticorpos gerados para o polipéptido substituído também tenham uma imunoreacção ao polipéptido não substituído. Tais substituições conservadoras estão dentro da definição das classes dos péptidos aqui descritos. "Catiónico" como aqui usado refere-se a qualquer péptido que possua uma carga positiva líquida a um pH 7.4. A actividade biológica dos péptidos pode ser determinada por métodos padrão conhecidos pelos especialistas na técnica e aqui descritos.
Os péptidos aqui descritos podem ser sintetizados por métodos conhecidos da técnica. Por exemplo, em certas formas de realização, podem ser usados métodos comummente usados como 9/48 protecção t-BOC ou FMOC de grupos alfa-amino. Ambos os métodos envolvem sínteses por etapas em que um único aminoácido é adicionado a cada passo que começa a partir do C-terminal do péptido (Ver, Coligan et al., Current Protocols in Immunology, Wiley Interscience, 1991, Unit 9). Os péptidos da invenção podem ser sintetizados, por exemplo, pelos métodos de síntese de péptido de fase sólida bem conhecidos, descritos em Merrifield, J. Am. Chem. Soc. 85: 2149, 1962, e Stewart and Young, 1969, Solid Phase Peptides Synthesis, pp. 27-62, usando um copolímero(estireno-divinilbenzeno) contendo 0,1-1,0 mMol aminas/g . Após conclusão da síntese química, os péptidos podem ser desprotegidos e clivados do polímero por tratamento com HF-10% de anisola líquida durante cerca de 1/4-1 hora a 0°C. Após evaporação dos reagentes, os péptidos são extraídos do polímero com 1% de solução de ácido acético a qual é então liofilizada para resultar no material crude. Isto pode normalmente ser purificado por tais técnicas como filtração de gel em Sephadex G-15 usando 5% de ácido acético como um solvente. A liofilização de fracções adequadas da coluna vai resultar no péptido homogéneo ou derivados de péptido, o que pode então ser caracterizado por tais técnicas padrão como análise de aminoácidos, cromatografia de camada fina, cromatografia líquida de elevada eficiência, espectroscopia de absorção ultravioleta, rotação molar, solubilidade, e analisado pela degradação de Edman de fase sólida. "Recombinante" quando usado com referência a uma proteína indica que a proteína foi modificada pela introdução de um ácido nucleico heterólogo ou proteína, ou alteração de um ácido nucleico nativo ou proteína.
Para efeitos da presente invenção, a DBP é diagnosticada aos 28 dias de idade ou aproximadamente, 36 semanas de IPM ou aproximadamente, ou como definido na Tabela 1 em baixo. Um 10/48 lactente que se mantenha numa ventilação mecânica ou que necessita de oxigénio suplementar no sentido de manter os níveis de saturação de oxigénio ("Sa02") superiores ou iguais a 90% (com a excepção de lactentes que necessitam de oxigénio suplementar durante as amamentações) nas 36 semanas de IPM ou aos 28 dias de idade são considerados ter DBP. Normalmente, os raios-x ao peito também serão realizados em lactentes aos 28 dias de idade no sentido de confirmar o diagnóstico de DBP. O raio-X aos pulmões com DBP tem, normalmente, uma aparência esponjosa e com bolhas. Os raios-x são testes diagnósticos que usam raios de energia electromagnéticos invisíveis para gerar imagens dos tecidos internos, ossos e órgãos numa película.
Alternativamente, a DBP pode ser diagnosticada usando os critérios definidos em baixo na Tabela 1 de Jobe and Bancalari, Am J Respir Crit Care Med, 2001,163:1723-1729. 11/48
Idade Gestacional Momento de avaliação DBP Ligeira DBP Moderada DBP grave
Tabela 1 < 32 semanas • 36 semanas IPM ou alta médica, o que acontecer primeiro • Os lactentes já foram tratados com oxigénio a >21% durante pelo menos 28 dias adicionais
Respirar o ar ambiente às 36 semanas de IPM ou alta médica, o que acontecer primeiro
Necessidade de oxigénio a < 30% às 36 semanas de IPM ou alta médica, o que acontecer primeiro
Necessidade de oxigénio ^ 30% e/ou pressão positiva (por ex., PPV ou NCPAPA) às 36 semanas de IPM ou alta médica, o que acontecer primeiro ^ 32 semanas • > 28 dias mas < 56 dias de idade pós-natal ou alta médica, o que acontecer primeiro • Os lactentes já foram tratados com oxigénio a >21% durante pelo menos 28 dias adicionais
Respirar o ar ambiente aos 56 dias de idade pós-natal ou alta médica, o que acontecer primeiro
Necessidade de oxigénio a < 30% aos 56 dias de idade pós-natal ou alta médica, o que acontecer primeiro
Necessidade de oxigénio ^ 30% e/ou pressão positiva (por ex., PPV ou NCPAPA) aos 56 dias de idade pós-natal ou alta médica, o que acontecer primeiro 12/48
Os lactentes tratados com oxigénio > 21% e/ou pressão positiva para doença não respiratória (por ex., apneia central ou paralisia diafragmática) como indicado na Tabela 1 não têm DBP excepto se também desenvolverem doença pulmonar parenquimal e exibirem caracteristicas clinicas de desconforto respiratório.
Um dia de tratamento com oxigénio > 21% significa que o lactente recebeu oxigénio > 21% durante mais de 12 horas naquele dia. 0 tratamento com oxigénio > 21% e/ou pressão positiva às 36 semanas de IPM, ou aos 56 dias de idade pós-natal ou alta médica, não deveria reflectir um evento "agudo", mas sim reflectir a terapia diária normal do lactente durante vários dias antes e após as 36 semanas de IPM, 56 dias de idade pós-natal, ou alta médica.
Para efeitos da presente invenção, a "Síndrome de Desconforto Respiratório" é definida como estando presente num lactente, às 24 horas de idade, com uma necessidade de uma fracção de oxigénio inspirado ("Fi02") ^ 0,30 combinado com a demonstração de um padrão reticulogranular numa radiografia ao peito obtida entre as 20 e 28 horas de vida. "Oxigénio suplementar" refere-se a qualquer necessidade adicional de oxigénio para manter os niveis de saturação a à 90%. Isto pode incluir a ventilação mecânica e/ou CPAP se for providenciado oxigénio suplementar (à 21% Fi02) . "Lactente" inclui lactentes neonatais. Normalmente, um lactente neonatal é um lactente que nasceu prematuramente ou de outro modo, com idade inferior a 4 semanas. Para os efeitos aqui usados, os lactentes têm menos de 2 anos de idade. 13/48 "Suporte respiratório" inclui qualquer intervenção que trate de doença respiratória incluindo, por exemplo, a administração de oxigénio suplementar, ventilação mecânica, CPAP, tratamento com albuterol, e similares. "Tratar" refere-se a qualquer indicio de sucesso no tratamento ou melhoria da doença ou condição, por ex., DBP. Tratamento no Dia 1 (ou DOL 1) é o dia em cuja Hora 0 (hora de nascimento) ocorre e DOL 2,3, e por ai adiante, tem inicio às 00:00 (meia-noite) de cada dia subsequente após a Hora 0. "Prevenir" refere-se à prevenção da doença ou condição, por ex., DBP, no paciente. Por exemplo, se um lactente exibir síndrome de desconforto respiratório, ou necessitar de qualquer forma de suporte respiratório à nascença, é tratado com os métodos da presente invenção e não é diagnosticado mais tarde com DBP, por ex., aos 28 dias de idade ou às 36 semanas de IPM, será compreendido que a DBP foi prevenida naquele lactente. "Actividade surfactante" refere-se à capacidade de qualquer substância, tal como uma molécula orgânica, proteína ou polipéptido, isolada ou em combinação com outras moléculas, para diminuir a tensão da superfície numa interface de ar/água. A medição pode ser feita com uma Placa de Wilhelmy ou surfactómetro de bolha pulsante através de um teste in vitro. Ver, por exemplo King et al, Am. J. Physiol. 1972,223 : 715-726, ou Enhorning, J. Appl. Physiol., 1977,43:198-203. Resumidamente, o Enhorning Surfactometer (Surfactometer International, Toronto, Ontario) mede o gradiente de pressão (δΡ) em toda uma interface de líquido-ar de uma bolha que pulsa a uma taxa de 20 ciclos/min entre um raio máximo (0,55 mm) e mínimo (0,4 mm). A bolha, formada numa câmara de amostra a 37 °C com água, 20-μ1, é monitorizada através de microscópio 14/48 enquanto as alterações de pressão são registadas num gravador de banda calibrado para 0 e -2 cm de H20. Adicionalmente, as medidas in vivo de aumentos de complacência ou fluxo de ar a uma dada pressão de ar que entra no pulmão podem ser feitas imediatamente, tais como no teste de Robertson, Lung, 1980,158:57-68. Neste teste, a amostra a ser analisada é administrada através de um tubo endotraqueal a fetos de coelhos e cordeiros nascidos prematuramente por cesariana. (Esses “prematuros" têm falta do seu próprio SP e são suportados por um ventilador). As medidas de complacência de pulmão, gases no sangue e pressão do ventilador fornecem índices de actividade. Testes in vitro de actividade surfactante, os quais são analisados como a capacidade de diminuir a tensão da superfície de uma bolha pulsante, e testes in vivo utilizam fetos de coelhos como descrito com mais pormenor por Revak et al. Am. Rev. Respir. Dis., 1986, 134:1258-1265. É aqui descrita a administração terapêutica ou profiláctica de surfactante pulmonar (SP) a lactentes que exibem ou em risco de desenvolver displasia broncopulmonar (DB ou DBP) . A administração de SP pode ser iniciada num lactente que exibe síndrome de desconforto respiratório após um tratamento de tal síndrome com surfactante pulmonar, ou por outros meios (por ex., ventilação) ou uma combinação dos mesmos. Normalmente, um lactente com SDR é tratado via terapia SP nas primeiras horas até um ou dois dias após o nascimento. Aqui é descrita a administração de SP para o tratamento ou prevenção de DBP, iniciado após o tratamento de SDR, por ex., no dia 2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13, ou 14 de vida ou aproximadamente, ou sempre que o tratamento de SDR esteja completo. O lactente pode ser tratado com surfactante pulmonar no próximo intervalo de dosagem adequado para tal tratamento após a conclusão do tratamento da SDR. Por exemplo, onde o SP é administrado como um líquido por instilação intratraqueal, 15/48 o tratamento com SP para DBP será de cerca de 6 horas após o último tratamento de SP para SDR. Um médico poderá determinar, com base nos protocolos de administração conhecidos da técnica, quando a dosagem de SP para o tratamento de DBP deve ser iniciada. 0 lactente pode não receber a terapia de SP para a SDR, mas mesmo assim pode ser administrada SP para tratar ou prevenir a DBP, de acordo com a presente invenção. O tratamento com SP é iniciado após o episódio da síndrome de desconforto respiratório. Em certas formas de realização preferidas, a administração é iniciada antes de o lactente ter sido diagnosticado com DBP e o lactente ser tratado com surfactante pulmonar pelo menos uma vez após o dia 2,3,4,5,6,7,8,9, ou 10 de vida do lactente. A administração de SP pode ser iniciada, por exemplo, em ou após o dia 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,12,13,14 de vida ou aproximadamente do lactente. Métodos de síndrome de desconforto respiratório são conhecidos na técnica e por isso não são aqui descritos em pormenor.
Os lactentes a serem tratados com os métodos de acordo com a presente invenção podem necessitar de suporte respiratório mas não exibem necessariamente síndrome de desconforto respiratório. Estes lactentes não foram diagnosticados com SDR ou não foram tratados com SP para a SDR. Nestes lactentes, o tratamento pode ser iniciado assim que for reconhecido que esses lactentes necessitam de suporte respiratório. Em certas formas de realização, isto acontecerá no dia 1,2,3,4, 5,6,7,8,9,10,11,12,13, ou 14 de vida ou aproximadamente, ou entre aproximadamente o dia 3 ao dia 10 de vida do lactente. Em certas formas de realização, isto pode acontecer mais tarde que o dia 10 de vida do lactente, por ex., dia 14, dia 18 ou mais tarde. A terapia de SP pode ser provida concomitantemente com outras formas de suporte respiratório. Normalmente, a 16/48 terapia de SP é iniciada antes de o lactente ter sido diagnosticado com DBP. Em certas formas de realização, os presentes métodos vão evitar que o lactente desenvolva DBP. 0 tratamento é continuado durante um período de tempo considerado por um médico ou outro praticante médico como adequado para alcançar um efeito terapêutico ou profiláctico. 0 tratamento pode ser continuado, por exemplo, até o lactente não necessitar mais de suporte respiratório ou ainda mais tempo. Normalmente, o tratamento é continuado durante uma ou duas semanas, por ex., até ao dia 14 ou dia 18 da vida do lactente ou aproximadamente. Contudo, a duração do tratamento pode ser mais curta, por ex. uma semana, ou mais, por ex. estendendo-se por três ou mais semanas, ou até o lactente receber alta médica dos cuidados intensivos neonatais ou do hospital. Por exemplo, o tratamento pode ser continuado durante pelo menos 36 semanas de IPM do lactente ou pelo menos 28 dias de idade pós-natal do lactente. Em certas formas de realização, em que o lactente não exibe síndrome de desconforto respiratório no nascimento mas, dias mais tarde, desenvolve uma condição que necessita de suporte respiratório, o tratamento com SP pode não ser iniciado até bem depois do dia 3 de vida do lactente e, deste modo, o tratamento vai normalmente ser continuado passado o dia 14 ou dia 18 de vida do lactente. Em lactentes nascidos prematuramente, por exemplo, independentemente de o lactente exibir síndrome de desconforto respiratório em ou perto do nascimento, o tratamento pode ser continuado, por exemplo até às 36 semanas de IPM ou até mesmo mais tarde.
Em várias formas de realização, o SP é administrado periódica ou continuamente durante o período de tratamento, em dosagens e protocolos de utilização de acordo com as instruções e/ou padrões do fabricante (ver, por ex., Exemplo 1). 17/48 0 SP detectado para o uso nos métodos da invenção pode ser o mesmo como, ou diferente de, o SP utilizado para a SDR. Qualquer SP actualmente em uso, ou daqui por diante desenvolvido para uso na SDR e outras disfunções pulmonares é adequado para uso na presente invenção.
Um surfactante pulmonar de acordo com a presente invenção pode compreender um péptido catiónico que pode ser derivado de fontes animais ou sintéticas. Os péptidos exemplares para utilizar aqui incluem polipéptidos de surfactante pulmonar que ocorrem de forma natural e não natural, tais como, por exemplo, um ou uma combinação de polipéptidos SP-A, SP-B, SP-C, ou SP-D derivados de animais; polipéptidos recombinantes SP-A, SP-B, SP-C, ou SP-D; polipéptidos sinteticamente derivados SP-A, SP-B, SP-C, ou SP-D; análogos SP-A, SP-B, SP-C, e SP-D; mímicos polipéptidos SP-A, SP-B, SP-C, e SP-D; variantes conservativamente modificadas dos mesmos que mantém a actividade; e fragmentos dos mesmos que mantêm a actividade. Um mímico polipéptido surfactante pulmonar é geralmente um polipéptido que é concebido para imitar os atributos essenciais de proteína surfactante humana. Na presente invenção, o polipéptido surfactante pulmonar compreende um péptido catiónico que consiste de pelo menos cerca de 10 resíduos de aminoácidos. Outros exemplos são pelo menos 11 resíduos de aminoácidos, e não mais do que cerca de 80, mais normalmente menos do que cerca de 35 e preferivelmente menos do que cerca de 25 resíduos de aminoácidos.
As sequências de aminoácidos exemplares de polipéptidos de surfactante pulmonar para uso aqui, métodos para as isolar e produzir através de técnicas de engenharia genética, são conhecidos da técnica. Ver por exemplo, as patentes americanas n°s 5,874,406; 5,840,527; 4,918,161; 5,827,825; 6,660,833; 18/48 5,006,343; 5, 455, 227; 5,223,481; 5,753,621; 5,891,844; 4, 861, 756; 5,272,252; 5,024,95; 5,238,920; 5,302,481; 6, 022, 955; 5,874,406; 5,840,527; 5,827,825; 6,013,619; 6,660,833; e Publicações Internacionais n°s, W08603408 e WO8904326. Um péptido de surfactante pulmonar preferido para ser aqui utilizado é um polipéptido SP-B ou SP-C, ou mimico polipéptido. O surfactante pulmonar sintético pode compreender um ou mais fosfolipidos e um polipéptido, no qual o polipéptido, quando misturado com um fosfolipido, forma um surfactante pulmonar sintético com uma actividade de surfactante superior à actividade surfactante do fosfolipido isolado. Um polipéptido surfactante pulmonar preferido em particular para uso aqui é um polipéptido SP-B ou mimico polipéptido. SP-B é a proteína no surfactante pulmonar natural conhecida por ser a proteína surfactante mais importante para diminuir a tensão da superfície e promover a troca de oxigénio. Os mímicos de polipéptido SP-B são pequenos polipéptidos hidrofóbicos, geralmente menos do que cerca de 80 aminoácidos de tamanho. Muitos dos mímicos polipéptidos SP-B possuem um motivo catiónico hidrofóbico de repetição. Tal como o polipéptido SP-B natural, os mímicos SP-B, preferencialmente, diminuem a tensão de superfície das vias respiratórias condutoras terminais e promovem a troca de oxigénio.
Um mimético SP-B preferido para uso na presente invenção é o péptido KL4, o qual é um péptido catiónico que contém resíduos de lisina e leucina repetentes. O KL4 é representativo de uma família de miméticos polipéptidos surfactantes pulmonares que são descritos, por exemplo, na patente Americana 5,260,273, 5.164.369, 5,407,914 e 6,613,734. Os métodos para preparar o péptido KL4 podem ser encontrados na patente americana 5.164.369. 19/48
Os mímicos polipéptidos surfactantes pulmonares podem referir-se aos polipéptidos com uma sequência de resíduo de aminoácidos que tem uma hidrofobicidade de compósito de menos de zero, preferivelmente menos de ou igual a -1, mais preferivelmente menos de ou igual a -2 . 0 valor da hidrofobicidade de compósito para um péptido é determinado ao atribuir a cada resíduo de aminoácido a um péptido o seu valor de hidrofobicidade correspondente como descrito em Hopp et al., Proc. Natl. Acad. Sei. 78: 3824-3829,1981, para um certo péptido, os valores de hidrofobicidade são somados, a soma representa o valor de hidrofobicidade de compósito. Estes polipéptidos hidrofóbicos executam normalmente a função da região hidrofóbica de SP18. Consequentemente, a sequência de aminoácido do mímico polipéptido surfactante pulmonar pode imitar o padrão de resíduos hidrofóbicos e hidrofílicos de SP18 e executar a função da região hidrofóbica de SP18. SP18 é uma apoproteína surfactante pulmonar conhecida, mais precisamente descrita em Glasser et al., Proc. Natl. Acad. Sei. 84:4007-4001,1987. Contudo, deverá ser compreendido que os polipéptidos e outras moléculas surfactantes aqui descritas não são limitados às moléculas com sequências tipo aquela da SP18 nativa. Pelo contrário, algumas moléculas surfactantes preferidas com pouca semelhança à SP18, relativamente a uma sequência de resíduo de aminoácido específica, excepto que têm uma actividade surfactante semelhante e sequências de resíduos alternadas carregadas/não carregadas (ou hidrofóbicas/hidrofílicas).
De acordo com a presente invenção, os polipéptidos para uso aqui têm regiões de resíduo aminoácido alternadas hidrofóbicas e hidrofílicas e são caracterizados pelo facto de terem pelo menos 10 resíduos de aminoácidos representados pela fórmula: (ZaUb)cZd 20/48 Z e U são resíduos de aminoácidos de tal forma que em cada ocorrência Z e U são independentemente seleccionados. Z é um resíduo aminoácido hidrofílico, preferencialmente seleccionado de um grupo que consiste de R, D, E e K. U é um resíduo de aminoácido hidrofóbico, preferencialmente seleccionado do grupo que consiste de V, I, L, C, Y, e F. As letras, "a," "b", "c" e "d" são números que indicam o número de resíduos hidrofílicos ou hidrofóbicos. A letra "a" tem um valor médio de cerca de 1 a cerca de 5, preferivelmente de cerca de 1 a cerca de 3. A letra "b" tem um valor médio de cerca de 3 a cerca de 20, preferivelmente de cerca de 3 a cerca de 12, mais preferivelmente, cerca de 3 a cerca de 10. A letra "c" é de 1 a 10, preferivelmente 2 a 10, mais preferivelmente 3 a 6. A letra "d" tem um valor médio de cerca de 0 a 3, preferivelmente 1 a 2.
Também descritos são os polipéptidos surfactantes que incluem uma sequência com agrupamentos alternativos de resíduos de aminoácidos como representado pela fórmula: (ZaJb)cZd em que Z é um resíduo aminoácido independentemente seleccionado do grupo que consiste de R, D, E e K; J é um ácido carboxílico α-aminoalifático; a tem um valor médio de cerca de 1 a cerca de 5; b tem um valor médio de cerca de 3 a cerca de 20; cé 1 a 10; edé 0 a3.
Também descritos são os polipéptidos que têm agrupamentos alternados de regiões de aminoácidos como representado pela fórmula: (BaUb) cBd 21/48 em que B é um resíduo de aminoácido independentemente seleccionado do grupo que consiste de H, 5- hidroxilisina, 4-hidroxiprolina, e 3-hidroxiprolina; e U é um resíduo de aminoácido independentemente seleccionado do grupo que consiste de V, I, L, C, Y, e F. Numa variação preferida, B é um aminoácido derivado de colagénio e é preferencialmente seleccionado do grupo que consiste de 5-hidroxilisina, 4-hidroxiprolina, e 3-hidroxiprolina; a tem um valor médio de cerca de 1 a cerca de 5; b tem um valor médio de cerca de 3 a cerca de 20; c é 1 a 10; e d é 0 a 3.
Também aqui descritos são os polipéptidos surfactantes que incluem uma sequência com agrupamentos alternativos de resíduos de aminoácidos como representado pela fórmula: (BaJb)cBd em que B é um resíduo de aminoácido independentemente seleccionado do grupo que consiste de H, 5- hidroxilisina, 4-hidroxiprolina, e 3-hidroxiprolina; e J é um ácido carboxílico α-aminoalifático; a tem um valor médio de cerca de 1 a cerca de 5; b tem um valor médio de cerca de 3 a cerca de 20; cé 1 a 10; edé 0 a3.
Onde "J" está incluído na fórmula relevante, J é um ácido carboxílico α-aminoalifático com quatro a seis carbonos, inclusive. Em variações, J é um ácido carboxílico α-aminoalifático com seis ou mais carbonos, inclusive. Em outras variações, J é seleccionado do grupo que consiste de ácido a-aminobutanóico, ácido α-aminopentanóico, ácido a-amino-2-metilpropanóico, e ácido α-aminohexanóico.
Os polipéptidos surfactantes da presente invenção podem compreender uma sequência com uma sequência com agrupamentos 22/48 alternantes de resíduos de aminoácidos como representado pela fórmula: (ZaUb)cZd em que Z é um resíduo de aminoácido independentemente seleccionado do grupo que consiste de R, D, E, e K; e U é um resíduo de aminoácido independentemente seleccionado a partir do grupo que consiste de V, I, L, C, Y e F; do grupo que consiste de V, I, L, C e F; ou do grupo que consiste de L e C; a tem um valor médio de cerca de 1 a cerca de 5; b tem um valor médio de cerca de 3 a cerca de 20; c é 1 a 10; e d é 0 a 3.
Nas fórmulas anteriores, ZeU, ZeJ, BeU, eBeJ são resíduos de aminoácidos que, em cada ocorrência, são independentemente seleccionados. Adicionalmente, em cada uma das fórmulas acima mencionadas, a geralmente tem um valor médio de cerca de 1 a cerca de 5; b tem geralmente um valor médio de cerca de 3 a cerca de 20; cé 1 a 10; edé 0 a 3. Z e B podem ser resíduos aminoácidos carregados. Z e B podem ser quaisquer resíduos aminoácidos hidrofílicos ou positivamente carregados. De acordo com a invenção, Z é preferivelmente seleccionado a partir do grupo que consiste de R, D, E e K. Contudo, também descrito é Z seleccionado do grupo que consiste de R e K. Ainda descrito é B seleccionado do grupo que consiste de H, 5-hidroxilisina, 4- hidroxiprolina, e 3-hidroxiprolina. B pode ser H, ou alternativamente é um resíduo de aminoácido constituinte de colagénio e é seleccionado do grupo que consiste de 5- hidroxilisina, (δ-hidroxilisina) , 4-hidroxiprolina, e 3-hidroxiprolina. 23/48 U e J podem ser resíduos de aminoácidos não carregados. U e J podem ser resíduos de aminoácidos hidrofóbicos. De acordo com a invenção, U é preferencialmente seleccionado do grupo que consiste de V, I, L, C, Y e F. Em outra forma de realização, U é seleccionado do grupo que consiste em V, I, L, C e F. Contudo, também é descrito U seleccionado do grupo que consiste de L e C. U pode ser L.
De forma similar, B pode ser um aminoácido preferencialmente seleccionado do grupo que consiste de H, 5-hidroxilisina, 4-hidroxiprolina, e 3-hidroxiprolina. Alternativamente, B pode ser seleccionado do grupo que consiste de aminoácidos derivados de colagénio, que inclui 5-hidroxilisina, 4-hidroxiprolina, e 3-hidroxiprolina.
Os aminoácidos carregados e não carregados podem ser seleccionados dos grupos que consistem de aminoácidos modificados. Por exemplo, um aminoácido carregado pode ser seleccionado do grupo que consiste de citrulina, homoarginina ou ornitina, para nomear apenas alguns exemplos. Do mesmo modo, o aminoácido não carregado pode ser seleccionado do grupo que consiste de ácido α-aminobutanóico, ácido α-aminopentanóico, ácido a-amino-2-metilpropanóico, e ácido α-aminohexanóico.
De acordo com a presente invenção, os itens "a", "b", "c" e "d" são números que indicam o número de resíduos carregados ou não carregados (ou resíduos hidrofílicos ou hidrof óbicos) . "a" tem um valor médio de cerca de 1 a cerca de 5, preferencialmente cerca de 1 a cerca de 3, mais preferencialmente cerca de 1 a cerca de 2, e ainda mais preferencialmente, 1. 24/48 "b" tem um valor médio de cerca de 3 a cerca 20, preferencialmente cerca de 3 a cerca de 12, mais preferencialmente cerca de 3 a cerca de 10, ainda mais preferencialmente no intervalo de cerca de 4-8. Num exemplo, "b" é cerca de 4. “c" é 1 a 10, preferencialmente 2 a 10, mais preferencialmente no intervalo de 3-8 ou 4-8, e ainda mais preferencialmente 3 a 6. Num exemplo, "c" é cerca de 4. "d" é0a3oula3. Num exemplo, "d" é0a2oula2; em outro exemplo "d" é 1.
Ao declarar que um resíduo de aminoácido é seleccionado independentemente, significa que em cada ocorrência, um resíduo do grupo especificado é seleccionado. Isto é, quando “a" é 2, por exemplo, cada um dos resíduos hidrofílicos representados por Z será independentemente seleccionado e pode, assim, incluir RR, RD, RE, RK, DR, DD, DE, DK e semelhante. Ao declarar que “a" e "b" têm valores médios, significa que apesar de o número de resíduos dentro da sequência de repetição (por ex., ZaUb) pode variar dentro da sequência de péptido, os valores médios de "a" e "b" seriam cerca de 1 a cerca de 5 e cerca de 3 a cerca de 20, respectivamente.
Por exemplo, usando a fórmula (ZaUb)cZd para o péptido designado "KL8" na Tabela 2 em baixo, a fórmula pode ser reescrita como K1L8K1L8K1L2, em que o valor médio de "b" é seis [isto é.,(8+8+2)/3=6], c é três e d é zero.
Os polipéptidos aqui descritos podem também ser sujeitos a várias alterações, tais como inserções, eliminações e 25/48 substituições, quer conservadoras ou nao conservadoras, onde tais alterações providenciam certas vantagens no seu uso.
Podem ser adicionados resíduos adicionais em cada terminal de um polipéptido da presente invenção, para o efeito de providenciar uma "ligação" através da qual tal polipéptido pode ser convenientemente associado a uma marcação ou matriz sólida, ou portador. As marcações, matrizes sólidas e portadores que podem ser usados com os polipéptidos aqui descritos são conhecidos na técnica.
As ligações de aminoácidos são habitualmente, pelo menos, um resíduo e podem ser 40 ou mais resíduos, mais frequentemente 1 a 10 resíduos. Os resíduos de aminoácidos típicos utilizados para ligação são tirosina, cisteína, ácido glutâmico e aspártico ou semelhante. Adicionalmente, uma sequência polipeptídica aqui descrita pode divergir da sequência natural sendo a sequência modificada pela acilação terminal-NH2, por exemplo, acetilação, amidação do ácido tioglicólico, carboxilamidação terminal, por exemplo, amónia, metilamina e semelhante.
Os mímicos polipéptidos SP-B exemplificativos que podem ser usados na presente invenção incluem, mas não são limitados a, àqueles presentes na Tabela 2. 26/48
Tabela 2: Péptidos Miméticos Surfactantes Pulmonares
Designação SEQ ID NO Sequência de Resíduos de Aminoácidos KL 4 1 KLLLLKLLLLKLLLLKLLLLK DL4 2 DLLLLDLLLLDLLLLDLLLLD RL4 3 RLLLLDLLLLDLLLLDLLLLR RL8 4 RLLLLLLLLRLLLLLLLLRLL R2L7 5 RRLLLLLLLRRLLLLLLLRRL 6 RLLLLCLLLRLLLLLCLLLR 7 LLLLLCLLLRLLLLCLLLRLL 8 RLLLLCLLLRLLLLCLLLRLLLLCL LLRDLLLDLLLDLLLDLLLDLLLD RCL1 9 RLLLLCLLLRLLLLCLLLR RCL2 10 RLLLLCLLLRLLLLCLLLRLL RCL3 11 RLLLLCLLLRLLLLCLLLRLLLLCL LLR KL8 12 KLLLLLLLLKLLLLLLLLKLL KL 7 13 KKLLLLLLLKKLLLLLLLKKL 1 A designação é uma abreviação da sequência de aminoácidos indicados
Também descrita é uma variedade de moléculas surfactantes, incluindo proteínas, polipéptidos e moléculas incluindo resíduos de aminoácidos, assim como uma variedade de composições surfactantes. Uma grande variedade de outras moléculas, incluindo aminoácidos, metabólitos e catabólitos não comuns, mas também de ocorrência natural, aminoácidos substituídos, e análogos de aminoácidos, assim como aminoácidos em configuração "D", são úteis em moléculas e composições da presente invenção. Adicionalmente, os derivados, análogos e mímicos de aminoácidos “concebidos" são também úteis em vários compostos, composições e métodos da presente invenção, assim como polímeros incluindo estruturas de bases compostas por ligações não-amido. 27/48
Por exemplo, adicionalmente aos L-aminoácidos, metabólitos aminoácidos tais como homoarginina, citrulina, ornitina, e um ácido oí-aminobutanóico são também úteis em surfactantes pulmonares. Assim, em várias fórmulas acima descritas, “Carregados", Z ou B podem compreender homoarginina, citrulina ou ornitina, assim como uma variedade de outras moléculas como aqui identificadas. De forma similar, J pode compreender um ácido a-aminobutanóico (também conhecido como ácido cx-aminobutírico) , ácido α-aminopentanóico, ácido cx-aminohexanóico e uma variedade de outras moléculas aqui identificadas.
Além disso, os aminoácidos substituídos, os quais não são geralmente derivados de proteínas, mas os quais são conhecidos na natureza, são úteis como aqui descritos, incluem os seguintes exemplos: L-canavanina; 1-metil-L-histidina; 3-metil-L-histidina; 2-metil-L-histidina; ácido a, ε-diaminopimélico (forma de L, forma meso, ou ambas); sarcosina; L-ornitina betaína; betaína de histidina (herzinina); L-citrulina; L-fosfoarginina; D-octopina; o-carbamil-D-serina; ácido γ-aminobutanóico; e β-lisina. Os D-aminoácidos e análogos D-aminoácidos incluindo os seguintes, são também úteis em proteínas, péptidos e composições da presente invenção: D-alanina, D-serina, D-valina, D-leucina, D-isoleucina, D-aloisoleucina, D-fenilalanina, ácido D-glutâmico, D-prolina, e D-aloidroxiprolina, para nomear alguns exemplos. Os anteriores também podem ser usados em moléculas surfactantes de acordo com a presente invenção; particularmente preferidas para utilização de acordo com aquelas que correspondem à fórmula { (Carregadas)a (Não carregadas) b}c (Carregadas)d.
Uma variedade extensa de aminoácidos, incluindo metabólitos e catabólitos dos mesmos, pode ser incorporada em moléculas, as 28/48 quais mostram uma actividade surfactante. Por exemplo, as moléculas tal como ornitina, homoarginina, citrulina e ácido α-aminobutanóico são componentes úteis de moléculas que demonstram uma actividade surfactante como aqui descrita. As moléculas surfactantes aqui descritas podem também compreender moléculas de cadeia linear mais longas; o ácido α-aminopentanóico e o ácido α-aminohexanóico são dois exemplos adicionais de tais moléculas úteis.
Descrita neste documento está uma grande variedade de aminoácidos modificados, incluindo análogos, metabólitos, catabólitos e derivados, não obstante do tempo e local em que as modificações ocorrem. Essencialmente, pode-se classificar os aminoácidos modificados em três categorias: (1) os catabólitos e metabolitos de aminoácidos; (2) aminoácidos modificados gerados através de modificação pós-translacional (por ex., modificação das cadeias laterais); e (3) modificações realizadas em aminoácidos através de processos não-metabólicos ou não-catabólicos (por ex., a síntese de aminoácidos modificados ou derivados em laboratório). É também contemplado que alguém possa rapidamente conceber cadeias laterais dos aminoácidos das unidades de resíduo que incluem cadeias laterais mais longas ou curtas ao adicionar ou subtrair grupos metileno em cadeias lineares, ramificadas ou disposições de anel hidrocarboneto ou heterocíclico. As estruturas de cadeia ramificada e linear podem também conter átomos não carbono tais como S, 0 ou N. Os ácidos gordos podem também ser aqui constituintes úteis de moléculas surfactantes. As cadeias laterais designadas podem terminar com apêndices de grupo polar ou carregados com (R') ou sem (R).
Adicionalmente, os análogos, incluindo moléculas que resultam do uso de diferentes ligações, são também úteis como aqui 29/48 divulgadas. As moléculas com cadeias laterais ligadas através de ligações que não ligações amido, por exemplo, moléculas contendo cadeias laterais de aminoácido ou outras cadeias laterais (R- ou R'-) em que os componentes são ligados através de carboxi- ou fosfo-ésteres, etileno, metileno, cetona ou ligações éter, para indicar apenas alguns exemplo, são também úteis como aqui debatido. Essencialmente, qualquer cadeia de aminoácido, molécula que contenha grupo R ou R' pode ser útil como aqui descrito, desde que a molécula inclua alternar residuos hidrofilicos e hidrofóbicos (isto é, moléculas componentes) e demonstre actividade surfactante como aqui descrito.
Ainda contempladas são as moléculas que compreendem dimeros de péptidos unidos por uma ligação adequada, por exemplo, dimeros péptidos ligados por moléculas cistina. Tais ligações ou pontes podem então ligar diferentes cadeias polipeptídicas, dimeros, trimeros e semelhantes. Outras ligações úteis que podem ser usadas para ligar dimeros péptidos e/ou outros multímeros péptidos incluem aquelas acima listadas, por exemplo, carboxi- ou fosfo-éster, etileno, metileno, cetona ou ligações éter, para indicar apenas alguns exemplos.
Apesar de ser apreciado que muitos polipéptidos úteis aqui descritos compreendem aminoácidos que ocorrem naturalmente na forma "L", os quais são unidos através de ligações peptídicas, deverá também ser compreendido que as moléculas incluindo, análogos de aminoácidos de cadeia lateral, ligações não-amido (por ex., bases que diferem) podem também demonstrar uma actividade surfactante significativa e podem possuir outras vantagens também. Por exemplo, caso seja pretendido construir uma molécula (por ex., para utilização numa composição surfactante) que não seja rapidamente degradada, pode ser pretendido sintetizar uma molécula polipeptidica 30/48 compreendendo uma série de D-aminoácidos. As moléculas que compreendem uma série de aminoácidos ligados através de uma base "retro", isto é, uma molécula que tem ligações de amido internas construídas na direcção inversa dos terminais carboxil para terminais amino, são também mais difíceis de degradar e podem então ser úteis em várias aplicações, como aqui descrito. Por exemplo, o seguinte ilustra uma molécula exemplificativa com uma ligação "retro" na base:
Numa outra variação, podemos pretender construir uma molécula que adopte uma conformação mais "rígida"; um meio de conseguir isto seria adicionar metil ou outros grupos ao átomo de carbono a dos aminoácidos.
Como acima notado, outros grupos além de um grupo CH3 podem ser adicionados ao presente átomo de carbono a, isto é, as moléculas surfactantes da presente invenção não são limitadas àquelas que incorporam um CH3 no carbono a isolado. Por exemplo, quaisquer cadeias laterais e moléculas descritas acima podem ser substituídas pelo grupo CH3 indicado no componente carbono a.
Como aqui utilizado, os termos "análogos" e "derivativos" de polipéptidos e resíduos de aminoácidos têm como objectivo compreender os metabólitos e catabólitos dos aminoácidos, assim como as moléculas as quais incluem ligações, bases, cadeias laterais ou grupos laterais, os quais diferem daqueles habitualmente encontrados no que são determinados aminoácidos em forma de L de "ocorrência natural". (Os termos "análogo" e "derivativo" podem também ser usados intermutavelmente de forma conveniente). Assim, os D-aminoácidos, moléculas que imitam os aminoácidos e aminoácidos com cadeias laterais 31/48 "concebidas" (isto é, que podem substituir um ou mais aminoácidos numa molécula tendo actividade surfactante) são também aqui incluídos pelos termos "análogos" e "derivativos". É também contemplado pela presente invenção, um grande grupo de moléculas surfactantes úteis, incluindo aminoácidos tendo um ou mais grupos R ou R' substituídos ou estendidos . Novamente, alguém com competência na técnica deverá apreciar, a partir das divulgações que se podem realizar, uma variedade de modificações aos aminoácidos individuais, às ligações, e/ou à cadeia em si, cujas modificações irão produzir moléculas que possuem a actividade surfactante como aqui descrita.
Em certos métodos aqui descritos, os surfactantes pulmonares podem compreender um ou mais lípidos . Em cujo caso, a composição surfactante pode compreender, por exemplo, desde tão pouco como 0,05 a 100% de lípidos por peso, desde que a composição resultante tenha actividade surfactante. Por porcentagem de peso, quer dizer-se a percentagem de um composto por peso numa composição por peso. Assim, uma composição tendo 50 por cento de lípidos por contém, por exemplo, 50 gramas de lípidos por 100 gramas da composição total. O termo "lípido" como aqui utilizado refere-se a um composto de ocorrência natural, sintético ou semi-sintético (isto é, natural modificado), o qual é geralmente antipático. Os lípidos compreendem tipicamente um componente hidrofílico e um componente hidrofóbico. Exemplos de lípidos incluem, mas não são limitados a, fosfolípidos, ácidos gordos, álcoois gordos, gorduras neutras, fosfatidos, óleos, glicolípidos, agentes activos de superfície (surfactantes), álcoois alifáticos, ceras, terpenos e esteróides. A frase semi-sintético (ou natural modificado) denota um composto natural que foi quimicamente modificado de alguma forma. Preferencialmente, os lípidos são 32/48 ácidos gordos, álcoois, esteres e éteres do mesmo, aminas gordas ou combinações dos mesmos.
Exemplos de fosfolipidos incluem fosfolipidos nativos e/ou sintéticos. Os fosfolipidos que podem ser usados incluem, mas não estão limitados a, fosfatidilcolinas, fosfatidilgliceróis, fosfatidiletanolaminas, fosfatidilserinas, ácidos fosfatidos, fosfatidilinositóis, esfingolipidos, diacilglicerideos, cardiolipina, ceramidas, cerebrósidos e semelhantes. Fosfolipidos exemplares incluem, mas não estão limitados a, dipalmitoil fosfatidilcolina (DPPQ), dilauryl fosfatidilcolina (DLPC) (C12:0), dimiristoil fosfatidilcolina (DMPC) (C14:0), distearoil fosfatidilcolina (DSPC), difitanoil fosfatidilcolina, nonadecanoil fosfatidilcolina, araquidoil fosfatidilcolina, dioleoil fosfatidilcolina (DOPC) (C18:l), dipalmitoleoil fosfatidilcolina (C16:l), linoleoil fosfatidilcolina (C18:2), miristoil palmitoil fosfatidilcolina (MPPC), esteroil miristoil fosfatidilcolina (SMPC), esteroil palmitoil fosfatidilcolina (SPPC), palmitoiloleoil fosfatidilcolina (POPC), palmitoil palmitooleoil fosfatidilcolina (PPoPC), dipalmitoil fosfatidiletanolamina (DPPE), palmitoiloleoil fosfatidiletanolamina (POPE), dioleoilfosfatidiletanolamina (DOPE), dimiristoil fosfatidiletanolamina (DMPE), distearoil fosfatidiletanolamina (DSPE), dioleoil fosfatidilglicerol (DOPG), palmitoiloleoil fosfatidilglicerol (POPG), dipalmitoil fosfatidilglicerol (DPPG), dimiristoil fosfatidilglicerol (DMPG), distearoil fosfatidilglicerol (DSPG), dimiristoil fosfatidilserina (DMPS), distearoil fosfatidilserina (DSPS), palmitoiloleoil fosfatidilserina (POPS), lecitina de soja, lecitina de gema de ovo, esfingomielina, fosfatidilinositóis, difosfatidilglicerol, fosfatidiletanolamina, ácidos fosfatídicos, e fosfatidilcolina de ovo (EPC). 33/48
Exemplos de ácidos gordos e álcoois gordos incluem, mas não são limitados a, esteróis, ácido palmítico, álcool cetil, ácido láurico, ácido miristico, ácido esteárico, ácido titânico, ácido dipalmitico e semelhantes. Preferencialmente, o ácido gordo é ácido palmítico, e preferencialmente o álcool gordo é álcool cetil.
Exemplos de esteres de ácidos gordos incluem, mas não são limitados a, metil palmitato, etil palmitato, isopropil palmitato, colesteril palmitato, palmitil palmitato, palmitato de sódio, palmitato de potássio, tripalmitina e semelhantes.
Um exemplo de um lípido natural modificado ou semi-sintético é qualquer um dos lípidos acima descritos, os quais tenham sido quimicamente modificados. A modificação química pode incluir um número de modificações; contudo, uma modificação preferida é a conjugação de um ou mais grupos de polietilenoglicol (PEG) às porções desejadas do lípido. 0 polietilenoglicol (PEG) foi bastante utilizado em biomateriais, biotecnologia e medicina principalmente, pois o PEG é um polímero biocompatível, não tóxico, não imunogénico e solúvel em água. Zhao and Harris, ACS Symposium Series 680: 458-72,1997. Na área da administração do fármaco, os derivados de PEG foram bastante utilizados em ligações covalentes (isto é, "PEGilação") em proteínas para reduzir a imunogenicidade, proteólise e clearance renal e para melhorar a solubilidade. Zalipsky, Adv. Drug Del. Rev. 16: 157-82,1995.
Os lípidos que foram conjugados com PEG são referidos aqui como "lípidos-PEG". Preferencialmente, quando os lípidos-PEG são usados, estão presentes em álcoois e/ou aldeídos. 34/48 0 surfactante pulmonar pode compreender outros excipientes, incluindo, mas não limitado a, vários açucares tais como dextrose, frutose, lactose, maltose, manitol, sacarose, sorbitol, trealose e semelhantes, surfactantes como, por exemplo, polisorbato-80, polisorbato-20, trioleato de sorbitano, tiloxapol e semelhantes, polímeros tais como PEG, dextrano e semelhantes, sais como NaCl, CaC12 e semelhantes, álcoois tais como álcool cetil e soluções tampão.
Podem ser preparadas composições surfactantes exemplificativas usando métodos conhecidos na técnica. Por exemplo, uma composição surfactante exemplificativa compreendendo lípidos e polipéptidos pode ser preparada ao misturar uma solução de um polipéptido surfactante com uma suspensão de liposomas, ou ao misturar o polipéptido surfactante com uma suspensão de liposomas, ou ao misturar o polipéptido surfactante e fosfolípidos directamente na presença de um solvente orgânico.
Preferencialmente, o surfactante pulmonar compreende fosfolípidos e ácidos gordos livres ou álcoois gordos, por exemplo, DPPC (dipalmitoil fosfatidilcolina), POPG (fosfatidilglicerol palmitoiloleoil) e ácido palmítico (PA) . Ver, por exemplo, Patente Americana N° 5,789,381.
Em certas formas de realização preferidas, o surfactante pulmonar é lucinactant ou outra composição surfactante pulmonar que compreende a proteína surfactante sintética KLLLLKLLLLKLLLLKLLLL (KL 4; SEQ ID NO: 1) . 0 Lucinactant é uma combinação de DPPC, POPG, ácido palmítico (PA) e o péptido KL4 (rácio de peso de, aproximadamente, 7,5: 2,5:1,35:0,267) . Em certas formas de realização, o fármaco é formulado em concentrações de, por exemplo, 10, 20 e 30 mg/ml de conteúdo de fosfolípido. Em certas outras formas de realização, o 35/48 fármaco é formulado em maiores concentrações, por exemplo, 40, 60, 90, 120 ou mais mg/ml de conteúdo de fosfolípido, com aumentos concomitantes em concentrações de KL4.
Qualquer surfactante pulmonar actualmente em uso, ou doravante desenvolvido para utilização no sistema respiratório em desconforto e outras disfunções pulmonares, é adequado para uso na presente invenção. Estes incluem aqueles que ocorrem surfactantes pulmonares que ocorrem naturalmente e sintéticos. O SP sintético, como utilizado aqui, refere-se a surfactantes pulmonares sem proteína e péptidos sintéticos que compreendem surfactantes pulmonares, incluindo miméticos peptídicos de proteínas surfactantes de ocorrência natural. Os produtos SP actuais incluem, mas não são limitados a, lucinactant (Surfaxin®, Discovery Laboratories, Inc., Warrington, PA), surfactante de lípido bovino (BLES®, BLES Biochemicals, Inc. London, Ont), calfactant (Infasurf®, Forest Pharmaceuticals, St. Louis, MO) , surfactante de bovino natural (Alveofact®, Thomae, Germany), surfactante bovino (Surfactant TA®, Tokyo Tanabe, Japan), poractant alfa (Curosurf®, Chiesi FarmaceutiCi SpA, Parma, Italy), pumactant (Alec®, Britannia Pharmaceuticals, UK) , beractant (Survanta®, Abbott Laboratories, Inc., Abbott Park, IL) e colfosceril palmitate (Exosurf®, GlaxoSmithKline, pLc, Middlesex, U.K.). Numa forma de realização preferida, o SP é lucinactant ou outra formulação SP, compreendendo a proteína surfactante sintética KLLLLKLLLLKLLLLKLLLL (KL4; SEQ ID NO:1).
Os regimes de tratamento aqui descritos podem ser combinados com outras terapias respiratórias. Em certas formas de realização, a administração de SP é realizada em lactentes que estão entubadas e mantidas em ventilação, quer seja ventilação 36/48 convencional ou ventilação de alta frequência, durante um período de tempo ou durante todo o tratamento SP.
Podem ser utilizados modos alternativos de administração, assim como formulações SP alternativas. Por exemplo, o SP pode ser formulado para aerosolização (nebulização) e administrado através de cânulas CPAP nasal, nasal ou nasofaríngeas em combinação com oxigénio de baixo fluxo, ou através de uma máscara facial ou capacete de oxigénio. 0 surfactante pulmonar aerossolizado pode ser administrado como provido no pedido Americano co-pendente, 11/130,783, registado em 17 de Maio de 2005. A administração pode ser em conjunção com outra terapia respiratória pulmonar não invasiva envolvendo a administração de pressão positiva nas vias respiratórias. O termo "terapia respiratória pulmonar não invasiva" refere-se a terapia respiratória que não utiliza ventilação mecânica e pode incluir CPAP, pressão positiva em vias aéreas a dois níveis (BiPAP), ventilação mandatória intermitente sincronizada (VMIS), e semelhantes. A utilização de tais terapias envolve a utilização de vários gases respiratórios, como poderá ser apreciado por técnicos com experiência. Os gases respiratórios usados para terapia respiratória pulmonar não invasiva são por vezes referidos aqui como "gás CPAP", "ar CPAP", nCPAP", "gás de ventilação", "ar de ventilação" ou simplesmente "ar". Contudo, esses termos têm como objectivo incluir qualquer tipo de gás normalmente usado para terapia respiratória pulmonar não invasiva, incluindo mas não limitado a gases e combinações gasosas listadas acima para utilização como gás de condicionamento. Em certas formas de realização, o gás utilizado para terapia respiratória pulmonar não invasiva é o mesmo que o gás de condicionamento. Em outras formas de realização, os gases respectivos são diferentes uns dos outros. 37/48
Em certas formas de realização, os métodos de administração pulmonar desta invenção são aplicados em conjunção com CPAP. Foi mostrado que a utilização de CPAP permite um aumento na capacidade residual funcional e oxigenação melhorada. A laringe é dilatada e a resistência supraglótica da via respiratória é normal. Existe também um melhoramento da sincronia dos movimentos toraco-abdominais respiratórios e um melhor reflexo de inflação Hering-Breuer após oclusão das vias respiratórias. Foi mostrado que a CPAP é útil no tratamento de várias disfunções, tais como apneia do sono, ressonar, ASDR, ESDR e semelhantes.
De modo a efectuar a administração da CPAP, é necessário uma fonte de pressão e um dispositivo de entrega ou aparelho de entrega. 0 fluxo de ar que produz CPAP é tipicamente gerado nas proximidades das vias respiratórias nasais ao converter a energia cinética a partir de um jacto de gás recém-humidifiçado numa pressão de via respiratória positiva. Uma taxa de fluxo contínua de gás respirável de cerca de 5 a cerca 12 litros/minuto gera uma CPAP correspondente de cerca de 2 a cerca de 10 cm de H20. Várias modificações podem ser aplicadas ao sistema CPAP, incluindo sensores que podem individualizar a quantidade de pressão com base nas necessidades do paciente.
Tipicamente, as taxas de fluxo e pressões adequadas para conseguir CPAP são baseadas nas características do paciente a ser tratado. As taxas de fluxo e pressões adequadas podem ser facilmente calculadas pelo médico. A presente invenção abrange a utilização de uma variedade de taxas de fluxo para o gás de ventilação, incluindo taxas de fluxo baixas, moderadas e elevadas. Alternativamente, o aerossol pode ser fornecido sem pressão positiva adicionada, isto é, sem CPAP como uma terapia respiratória simultânea. 38/48
Preferencialmente, o fluxo de ar que gera CPAP a ser entregue ao paciente tem um nivel de humidade, que irá evitar niveis não aceitáveis de secagem dos pulmões e vias respiratórias. Assim, o ar que gera CPAP é por vezes humidificado ao passar através de um humidificador, ou semelhante para conseguir uma humidade relativa de preferencialmente mais de cerca de 70%. Mais preferencialmente, a humidade é maior do que cerca de 85% e ainda mais preferencialmente 98%.
Uma fonte adequada de fluxo de ar que induz CPAP é a unidade CPAP de tubo submerso (resistência expiratória submersa). Esta é frequentemente referida como a CPAP bolha.
Outra fonte preferida de pressão é uma válvula de fluxo expiratório que usa válvulas de resistência variável nos membros expiratórios dos circuitos CPAP. Isto é tipicamente conseguido com um ventilador.
Outra fonte preferida é o Infant Flow Driver ou "IFD" (Electro Medicai Equipment, Ltd., Brighton, Sussex, UK) . O IFD gera uma pressão ao nível nasal e emprega uma fonte de fluxo convencional e um manómetro para gerar um jacto de fornecimento de alta pressão capaz de produzir um efeito CPAP. É sugerido na literatura que a direcção do jacto de fornecimento de alta pressão responda às pressões exercidas na cavidade nasal pelo esforço do paciente e isto reduz variações na pressão do ar durante o ciclo de inspiração.
Outros sistemas CPAP, incluindo aqueles que possuem características similares aos sistemas acabados de descrever, também são aqui contemplados. O fluxo do aerossol gerado de acordo com a administração aerossolizada é preferencialmente administrado ao paciente 39/48 através de um dispositivo de administração nasal, o que pode envolver por exemplo máscaras, cânulas nasais individuais, cânulas binasais, cânulas nasofaringeas, cânulas nasais e similares. 0 dispositivo de administração é escolhido de modo a minimizar o trauma, mantém uma estanquicidade para evitar o desperdício de aerossol, e minimizar o trabalho que o paciente terá de efectuar para respirar.
Quando utilizado como uma preparação aerossol, a composição surfactante pode ser fornecida em forma finamente dividida, opcionalmente em combinação com um propulsor adequado. Os propulsores adequados são tipicamente gases em condições ambiente e são condensados sob pressão incluindo, por exemplo alcanos inferiores e alcanos fluorados, tais como freon. Onde a composição surfactante seja administrada como um aerossol, o aerossol pode ser colocado num recipiente adequado sob pressão. A dosagem adequada do surfactante, quer aerossolizada ou administrada como líquido ou pó seco será dependente da idade do paciente e gravidade do problema e será rapidamente definida pelo médico. A dosagem actual de surfactante pulmonar irá variar de acordo com factores tais como a extensão da exposição e estado em particular do sujeito (por exemplo, a idade do sujeito, tamanho, forma física, sintomas, factores de susceptibilidade e semelhantes). Por "dose eficaz" quer dizer-se uma dose que produz efeitos para os quais é administrada.
Quando o surfactante é administrado a lactentes nascidos prematuramente como um líquido, uma alíquota da composição surfactante é administrada, preferencialmente por instilação intratraqueal, para providenciar uma dose eficaz de surfactante nos pulmões do paciente tratado. 40/48
Preferencialmente, uma dose única de surfactante tem um intervalo de, por exemplo, cerca de 20 a cerca de 300 mg de fosfolipidos totais (TPL)/kg, mais preferencialmente de cerca de 60 a cerca de 175 mg TPL/kg. Sendo compreendido, claro, que a dose exacta de surfactante irá depender de factores tais como a idade e condição do paciente, a gravidade da condição a ser tratada, outros factores dentro do âmbito do médico assistente. Quando a composição surfactante é administrada como um aerossol, tal como divulgado no pedido Americano co-pendente N° 11/130,783, registado a 17 de Maio de 2005, a dose eficaz de surfactante no pulmão pode ser, por exemplo, de cerca de 1 mg TLP/kg de surfactante até cerca de 1000 mg TPL/kg de surfactante, preferencialmente de cerca de 2 mg TPL/kg surfactante a cerca de 175 mg TPL/kg de surfactante. Quando a composição surfactante é administrada como uma formulação de pó seco, a dose eficaz de surfactante no pulmão pode ser, por exemplo, de cerca de 1 mg TPL/kg de surfactante a cerca de 1000 mg ou mais de TPL/kg de surfactante, preferencialmente de cerca de 2 mg TPL/kg de surfactante a cerca de 175 mg TPL/kg de surfactante. Outros métodos de administração incluem lavagem, lavagem pulmonar e semelhante. Quando assim aplicado, os intervalos de dose estão bem dentro do âmbito de alguém com experiência na técnica. A frequência da dosagem pode variar, mas tipicamente é uma vez a cada 2-3 dias. Contudo, o paciente pode ser doseado mais frequentemente, por exemplo, todas as 6-8 horas duas ou uma vez por dia, ou menos frequentemente, por exemplo, duas vezes por semana ou mesmo uma vez por semana. Alternativamente, o paciente pode ser doseado mais frequentemente no inicio do regime de tratamento, e com a diminuição de frequência mais tarde no regime de tratamento, por exemplo, uma vez dia sim, dia não durante uma semana, seguido por duas vezes por semana até ao final do período de tratamento. Dependendo da forma de 41/48 dosagem, por exemplo aerossol ou pó seco como comparado com o instilado líquido, o paciente pode ser doseado de forma contínua durante parte ou todo o período de tratamento.
No uso de acordo com a invenção, o lactente pode ser tratado com outra terapêutica, agentes profilácticos ou complementares, tais como esteróides, óxido nítrico, antioxidantes ou absorvedores de oxigénio reactivos, broncodilatadores, diuréticos, antimicrobiais ou agentes anti-infecciosos, agentes anti-hipertensivos, ou agentes anti-inflamatórios (por exemplo, inibidores PLA2, protéase ou inibidores de elastase, inibidores PDE-4, para indicar apenas alguns), como seria apreciado por alguém com experiência na técnica. Tal tratamento pode incluir a administração concomitante de SP com outros agentes terapêuticos, profilácticos ou complementares. A administração concomitante pode envolver administração concorrente (isto é, ao mesmo tempo), anterior ou subsequente do agente complementar relativamente à administração do surfactante pulmonar. Quando administrado em combinação, cada componente pode ser administrado ao mesmo tempo ou sequencialmente em qualquer ordem em diferentes pontos no tempo. Assim, cada componente pode ser administrado separadamente mas suficientemente perto no tempo de modo a providenciar o efeito terapêutico desejado. A administração concomitante de um SP com outros agentes terapêuticos, profilácticos ou complementares significa a administração de SP e outros agentes em tal altura que ambos terão um efeito terapêutico. Uma pessoa com experiência na técnica não teria dificuldade em determinar o período, sequência e dosagens adequadas para administração de fármacos, em particular da presente invenção. 42/48
Os seguintes exemplos são providos para descrever a invenção com maior pormenor. Pretendem ilustrar e não limitar a invenção.
FORMAS DE REALIZAÇÃO EXEMPLIFICATIVAS EXEMPLO 1 Protocolo para Administração de Lucinactant a Lactentes Prematuros em Risco de Displasia Broncopulmonar
Este exemplo providencia um protocolo para administração de lucinactant para um peso de nascimento muito baixo (VLBW) em lactentes prematuros que foram intubados e receberam surfactantes para prevenção ou tratamento da sindrome de desconforto respiratório (SDR). 0 protocolo foi usado num ensaio clínico para avaliar a segurança e eficácia do lucinactant em lactentes VLBW com risco de desenvolver DBP.
Foram utilizados dois regimes de dosagem de lucinactant (90 mg/kg de peso de nascimento ou 175 mg/kg de peso de nascimento). Foram tratados lactentes que nasceram com um peso de nascimento de 600 a 900 gramas e que permaneceram intubados ao dia de vida (DOL) 3, em antecipação da pioria da doença. O tratamento foi administrado nos dias 3, 5, 7, 10 e 14, apenas se o lactente permaneceu intubado. Deverá ser notado que o Dia 1 (ou DOL 1) é o dia no qual a Hora 0 (tempo de nascimento) ocorre e o DOL 2, 3, e seguintes, têm início às 00:00 (meia-noite) de cada dia subsequente após a Hora 0. 0 Lucinactant foi administrado de acordo com as instruções do fabricante. Em resumo, a administração de lucinactant é através de seringa tipicamente ligada a um cateter com orifício terminal passado através de uma válvula Bodai ou equivalente de modo a que a ponta do cateter termine na extremidade distai do tubo endotraqueal. O lactente é colocado numa posição de decúbito lateral esquerdo com a cabeça para cima e lentamente é administrado 43/48 metade do volume da seringa. Após permitir um breve período de recuperação, o lactente é colocado na posição de decúbito lateral direito e o restante conteúdo da seringa é administrado. A dose foi administrada em quartos (alternando o posicionamento de decúbito esquerdo-direito) caso seja determinado ser necessário. A eficácia do protocolo de tratamento foi determinada ao realizar as seguintes avaliações: (1) proporção de lactentes que permanecem em ventilação artificial ou oxigénio ao longo do tempo; (2) incidência de morte ou BD aos 28 dias e 36 semanas de idade pós-menstrual (pós-concepção) ; (3) AUC dia 3-28 fracção de oxigénio inspirado (F1O2) e pressão média de vias respiratórias; (4) complacência pulmonar como avaliado por circuitos de volume-pressão derivados de ventilador pré, 6 e 24 horas após a dose; e (5) medidas substitutas de eficácia incluindo avaliação de tensão de superfície baixando as propriedades de aspirados traqueais e concentração de factores de crescimento e mediadores inflamatórios em aspirados traqueais, recolhidos como parte dos cuidados intensivos neonatais. EXEMPLO 2 Protocolo para Administração de Lucinactant Administrado como um Aerossol Através de nCPAP para Prevenção de SDR em Lactentes Prematuros
Este exemplo providencia um protocolo para administração de lucinactant como um aerossol através de nCPAP para lactentes prematuros. Este protocolo foi usado num estudo piloto aberto fase 2, para avaliar a exequibilidade, segurança e tolerabilidade do lucinactant administrado como um aerossol através de nCPAP para a prevenção de SDR em recém-nascidos prematuros. 0 Lucinactant foi administrado usando uma máquina de vibração aprovada (Aeroneb-Pro® ou equivalente) e administrado através 44/48 de nCPAP no espaço de 30 minutos após o nascimento. Num primeiro grupo de tratamento, 20 mg/ml de lucinactant foi administrado nos primeiros 30 minutos de vida continuadamente ao longo de três horas. Foram permitidos até três retratamentos durante um periodo de 48 horas, com cada tratamento separado por, pelo menos 3 horas (desde o final do tratamento anterior). Num segundo grupo de tratamento, 20 mg/ml de lucinactant foi administrado nos primeiros 30 minutos de vida continuadamente ao longo de três horas. Foram permitidos até três retratamentos durante um periodo de 48 horas, com cada tratamento separado por, pelo menos 1 hora (desde o final do tratamento anterior).
Os recém-nascidos prematuros qualificados foram sequencialmente inscritos e estratificados por idade gestacional (estrato 1: 30-32 semanas completadas seguido pelo estrato 2 : 28-29 semanas completas) no primeiro grupo de regime de tratamento (3 horas em tratamento de aerossol / 3 horas sem tratamento de aerossol) e receberam lucinactant aerossolizado através de nCPAP. Os dados de segurança e tolerabilidade foram avaliados após inscrição de cada cinco recém-nascidos. Uma vez terminada a inscrição do primeiro grupo de tratamento, os recém-nascidos foram sequencialmente inscritos e estratificados no segundo grupo de tratamento (3 horas em tratamento de aerossol / 1 hora sem tratamento de aerossol). Todos os recém-nascidos foram avaliados até aos 28 dias de idade.
Todos os 17 recém-nascidos experienciaram, pelo menos, 1 efeito secundário não obstante a relação. Foram reportados 83 efeitos secundários; destes efeitos adversos, 8 (47,1%) foram considerados estarem relacionados com o fármaco de estudo, 2 (11,8%) foram considerados estarem relacionados com o dispositivo, e 6 (35,3%) foram considerados estarem relacionados com o fármaco de estudo e o dispositivo. Os 45/48 efeitos adversos mais comuns, não obstante a relação como tratamento de estudo foram apneia (16/17, 94,1%), diminuição da saturação de oxigénio (12/17, 70,6%), persistência do canal arterial (6/17, 35,3%) e hipocalcémia (5/17, 29,4%). Foram reportados um total de 5 efeitos adversos durante o curso do estudo. Dois dos efeitos adversos graves foram considerados estarem relacionados com o dispositivo. Não ocorreram mortes durante este estudo. O estudo mostrou que é possível administrar lucinactant através de nCPAP e o tratamento foi geralmente seguro e bem tolerado. As observações chave incluíram que 15 dos 17 recém-nascidos não tinham evidência de DBP ao dia 28.
Da descrição acima, irão ocorrer várias modificações e alterações nas composições e métodos para aqueles com experiência na técnica.
Lisboa, 19 de Março de 2012. 46/48
REFERÊNCIAS CITADAS NA DESCRIÇÃO
Esta lista de referências citadas pelo Titular tem como único objectivo ajudar o leitor e não forma parte do documento de patente europeia. Ainda que na sua elaboração se tenha tido o máximo cuidado, não se podem excluir erros ou omissões e o EPO não assume qualquer responsabilidade a este respeito.
Documentos de Pedidos de Patente citados na descrição
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Claims (24)

  1. Reivindicações 1. Uso de um surfactante pulmonar na preparação de um medicamento para a prevenção de displasia broncopulmonar num lactente, em que o lactente foi tratado com surfactante pulmonar para a sindrome de desconforto respiratório, num regime de dosagem que compreende administração do surfactante pulmonar para displasia broncopulmonar após ter sido concluído o tratamento para a sindrome de desconforto respiratório com surfactante pulmonar, e em que o regime de dosagem compreende a administração de uma quantidade eficaz do surfactante pulmonar para a displasia broncopulmonar continuada até pelo menos o dia 10 da vida do lactente.
  2. 2. Uso como reivindicado na reivindicação 1, em que o regime de dosagem compreende a administração de uma quantidade eficaz do surfactante pulmonar iniciado no intervalo de dosagem seguinte após a conclusão do tratamento para a sindrome de desconforto respiratório com surfactante pulmonar.
  3. 3. Uso como reivindicado na reivindicação 1 ou reivindicação 2, em que o regime de dosagem compreende a administração de uma quantidade eficaz do surfactante pulmonar iniciada no dia 3 da vida do lactente.
  4. 4. Uso como reivindicado na reivindicação 1 ou reivindicação 2, em que o regime de dosagem compreende a administração de uma quantidade eficaz do surfactante pulmonar continuada até pelo menos o dia 14 da vida do lactente.
  5. 5. Uso como reivindicado na reivindicação 1 ou reivindicação 2, em que o regime de dosagem compreende a administração de uma quantidade eficaz do surfactante pulmonar continuada até pelo menos o dia 18 da vida do lactente. 1/5
  6. 6. Uso como reivindicado na reivindicação 1 ou 2, em que o regime de dosagem compreende a administração de uma quantidade eficaz do surfactante pulmonar iniciada em qualquer momento a partir do dia 3 até ao dia 10 da vida do lactente.
  7. 7. Uso de um surfactante pulmonar na preparação de um medicamento para a prevenção de displasia broncopulmonar num lactente que necessita de suporte respiratório e que está em risco de desenvolver displasia broncopulmonar, e em que o surfactante pulmonar destina-se ao uso num regime de dosagem que compreende a administração de uma quantidade eficaz do surfactante pulmonar até pelo menos o dia 10 de vida do lactente.
  8. 8. Uso como reivindicado na reivindicação 7, em que o regime de dosagem compreende a administração de uma quantidade eficaz do surfactante pulmonar em ou após o dia 1 da vida do lactente, e continuada até pelo menos o dia 28 da vida do lactente.
  9. 9. Uso como reivindicado na reivindicação 7, em que a administração do surfactante pulmonar é iniciada em ou após o dia 2 da vida do lactente.
  10. 10. Uso como reivindicado na reivindicação 7, em que o regime de dosagem compreende a administração de uma quantidade eficaz do surfactante pulmonar iniciada em ou após o dia 3 da vida do lactente.
  11. 11. Uso como reivindicado na reivindicação 7, em que o regime de dosagem compreende a administração de uma quantidade eficaz do surfactante pulmonar continuada até pelo menos o dia 14 da vida do lactente. 2/5
  12. 12. Uso como reivindicado na reivindicação 7, em que o regime de dosagem compreende a administração de uma quantidade eficaz do surfactante pulmonar continuada até pelo menos o dia 18 da vida do lactente.
  13. 13. Uso como reivindicado na reivindicação 7, em que o regime de dosagem compreende a administração de uma quantidade eficaz do surfactante pulmonar iniciada em qualquer momento a partir do dia 3 até ao dia 18 da vida do lactente.
  14. 14. Uso como reivindicado numa das reivindicações 7 a 13, em que o lactente não exibe sindrome de desconforto respiratório.
  15. 15. Uso como reivindicado em qualquer uma das reivindicações 7 a 13, em que o lactente exibe sindrome de desconforto respiratório.
  16. 16. Uso como reivindicado em qualquer uma das reivindicações anteriores, em que o regime de dosagem compreende a administração de uma quantidade eficaz do surfactante pulmonar através de administração endotraqueal.
  17. 17. Uso como reivindicado em qualquer uma das reivindicações 1 a 15, em que o regime de dosagem compreende a administração de uma quantidade eficaz do surfactante pulmonar através de inalação.
  18. 18. Uso como reivindicado em qualquer uma das reivindicações anteriores, em que o regime de dosagem compreende a administração de uma quantidade eficaz do surfactante pulmonar acompanhada por outra terapia respiratória.
  19. 19. Uso como reivindicado na reivindicação 18, em que a outra terapia respiratória é ventilação convencional, ventilação de 3/5 alta frequência ou pressão positiva continua das vias respiratórias.
  20. 20. Uso como reivindicado na reivindicação 18, em que a outra terapia respiratória é a administração de um ou mais agentes terapêuticos seleccionados do grupo; óxido nítrico, esteróides, antioxidantes, vitaminas, derivados de vitamina, absorvedores de oxigénio reactivos, broncodilatadores, diuréticos, agentes antimicrobiais, agentes anti-infecciosos, agentes anti-hipertensivos ou agentes anti-inflamatórios.
  21. 21. Uso como reivindicado em qualquer uma das reivindicações anteriores, em que o surfactante pulmonar é um surfactante pulmonar sintético.
  22. 22. Uso como reivindicado na reivindicação 21, em que o surfactante pulmonar sintético compreende um péptido com a sequência aminoácido: KLLLLKLLLLKLLLLKLLLLK (SEQ ID NO:1)
  23. 23. Uso como reivindicado na reivindicação 21 ou reivindicação 22, em que o surfactante pulmonar sintético compreende um mimético de polipéptido de SP-B.
  24. 24. Uso como reivindicado em qualquer uma das reivindicações 21 a 23, em que o surfactante pulmonar sintético compreende um polipéptido com pelo menos 10 resíduos de aminoácidos e compreende regiões de resíduos de aminoácidos hidrofóbicos e hidrofílicos alternados da fórmula: (ZaUb)cZd 4/5 em que Z e U são resíduos de aminoácidos, tal que em cada ocorrência Z e U são independentemente seleccionados; Z é um resíduo de aminoácido hidrofílico seleccionado de R, D, E e K; U é um resíduo aminoácido hidrofóbico v, i, : L, C, Y e F; a está compreendido entre 1 e 5; b está compreendido entre 3 e 20; c está compreendido entre 1 e 10; e d está compreendido entre 0 e 3 . Lisboa , 19 de Março de 2012 5/5
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